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Imunologia capitulo 13

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Imunologia 
MECANISMOS EFETORES DA IMUNIDADE HUMORAL – capítulo 13 
Visão Geral da Imunidade Humoral 
✓ As principais funções dos anticorpos são de neutralizar e eliminar micro-organismos infecciosos e 
toxinas microbianas; 
✓ Anticorpos são produzidos por 
plasmócitos em órgãos linfoides e na medula 
óssea; 
✓ Os anticorpos que medeiam a imunidade 
protetora podem ser derivados de plasmócitos 
produtores de anticorpos de vida curta ou de 
vida longa que são gerados pela ativação de 
células B virgens (naive) ou de memória. A 
primeira exposição a um antígeno leva à 
ativação de linfócitos B virgens e à sua 
diferenciação em plasmócitos secretores de 
anticorpos e células de memória. A exposição 
subsequente ao mesmo antígeno leva à ativação 
de células B de memória e uma resposta maior e 
mais rápida da produção de anticorpos. Os 
primeiros plasmócitos gerados no início de uma 
resposta imune tendem a ser de vida curta. Se 
um indivíduo imune for exposto a um micro-
organismo previamente encontrado, a 
concentração de anticorpos circulantes 
produzidos pelos plasmócitos de vida longa 
proporciona proteção imediata contra a 
infecção. Ao mesmo tempo, a ativação de 
células B de memória gera mais explosão de anticorpos que promove uma segunda e mais efetiva 
onde de proteção. 
✓ Muitas das funções efetoras dos anticorpos são mediadas por regiões constantes da cadeia 
pesada da molécula de Ig, e diferentes isotipos de cadeias pesadas de Ig atuam com funções 
efetoras diferentes. 
 
✓ Apesar de muitas das funções efetoras dos anticorpos serem mediadas pelas regiões constantes 
da cadeia pesada da Ig, todas elas são desencadeadas pela ligação do antígeno às regiões 
variáveis do anticorpo. 
 
Neutralização de microrganismos e de toxinas microbianas 
Anticorpos contra micro-organismos e toxinas microbianas bloqueiam a ligação desses micro-organismos 
e dessas toxinas a receptores celulares. 
 
 
Dessa forma, os anticorpos inibem ou “neutralizam” a infectividade dos micro-organismos, bem como seu 
potencial de produzir efeitos danosos. Vários micro-organismos entram nas células do hospedeiro por 
meio da ligação de moléculas particulares de superfície microbiana a proteínas ou lipídios de membrana 
na superfície da célula hospedeira. Muitas toxinas microbianas também medeiam seus efeitos patológicos 
pela ligação a receptores celulares específicos. A maior parte dos anticorpos neutralizantes no sangue 
consiste em isotipo IgG; nos órgãos mucosos, o isotipo prevalecente é IgA. Os anticorpos neutralizantes 
mais eficazes são aqueles com afinidades altas para seus antígenos. 
Opsonização mediada por Anticorpos e Fagocitose 
Anticorpos do isotipo IgG cobrem (opsonizam) micro-organismos e promovem sua fagocitose pela ligação 
com receptores Fc em fagócitos. Fagócitos mononucleares e neutrófilos ingerem micro-organismos como 
um requisito para a morte e degradação intracelular. Esses fagócitos expressam uma variedade de 
receptores de superfície que se ligam diretamente aos micro-organismos e os ingerem, mesmo sem a 
presença de anticorpos, realizando, assim, um mecanismo de imunidade inata. A eficiência desse 
processo é aumentada se o fagócito puder se ligar à partícula com alta afinidade. O processo de cobertura 
de partículas para promover a fagocitose é denominado opsonização, e substâncias que fazem essa 
função, incluindo anticorpos e proteínas do complemento, são chamadas de opsoninas. 
➢ Receptores de Fc em Leucócitos: 
Os leucócitos expressam receptores de Fc que se ligam às regiões constantes de anticorpos e, assim, 
promovem a fagocitose de partículas cobertas de Ig e liberam sinais que regulam as atividades dos 
leucócitos; outros receptores de Fc medeiam o transporte de anticorpos para diversos locais. Os 
receptores de Fc para diferentes isotipos de cadeia pesada são expressos em muitas populações 
leucocitárias e apresentam diversas funções na imunidade. Dentre esses receptores de Fc, aqueles 
que são mais importantes para a fagocitose de partículas opsonizadas são os receptores para as 
cadeias pesadas de anticorpos IgG, chamados receptores Fcγ. 
➢ Citotoxicidade Mediada por Células Dependente de Anticorpo: 
As células natural killer (NK) e outros leucócitos ligam-se a células revestidas com anticorpo pelos 
receptores de Fc e as destroem. Esse processo é chamado de citotoxicidade mediada por células 
dependente de anticorpos (ADCC). a ADCC só acontece quando a célula-alvo está revestida com 
moléculas de anticorpo e a IgG livre no plasma não ativa as células NK nem compete eficazmente com 
a IgG ligada a células para a ligação a FcγRIII. O acoplamento do FcγRIII a células-alvo revestidas com 
anticorpo ativa as células NK para que elas sintetizem e secretem citocinas, como o IFN-γ, bem como 
para liberar o conteúdo dos seus grânulos, os quais medeiam as funções de morte deste tipo de 
células. 
➢ Eliminação de Helmintos Mediada por Anticorpo: 
Alguns parasitas helmínticos são eliminados pela ação conjunta de anticorpos, eosinófilos e mastócitos, 
que medeiam a morte e a expulsão desses parasitas. Os helmintos (vermes) são muito grandes para 
serem internalizados por fagócitos, e seus tegumentos são relativamente resistentes aos produtos 
microbicidas dos neutrófilos e dos macrófagos. Eles podem, no entanto, ser mortos por uma proteína 
catiônica tóxica, conhecida como a proteína básica principal, presente nos grânulos de eosinófilos. 
Anticorpos IgE e, em menor extensão, anticorpos IgG e IgA que revestem os helmintos podem se ligar a 
receptores de Fc em eosinófilos e provocar a desgranulação destas células, liberando a proteína básica e 
outros conteúdos dos grânulos de eosinófilos e, assim, 
matar os parasitas. Além de ativar 
eosinófilos, os anticorpos de IgE que reconhecem antígenos 
sobre a superfície dos helmintos podem iniciar a 
desgranulação dos mastócitos locais através do receptor de 
alta afinidade para IgE. Os mediadores de mastócitos 
podem induzir broncoconstricção e aumento da motilidade 
local, contribuindo para a expulsão de vermes de locais 
como as vias aéreas e o lúmen do trato gastrintestinal. 
 
O Sistema Complemento 
 
O sistema complemento é um dos principais mecanismos efetores da imunidade humoral e é também um 
importante mecanismo efetor da imunidade inata. 
O sistema complemento é composto de proteínas séricas e de superfície celular que interagem umas com 
as outras e com outras moléculas do sistema imune de maneira altamente regulada para gerar produtos 
que funcionam para eliminar os microrganismos. As proteínas do complemento são proteínas plasmáticas 
normalmente inativas; elas são ativadas apenas em determinadas condições para gerar produtos que 
medeiam várias funções efetoras do complemento. 
✓ O sistema complemento é ativado por microrganismos e por anticorpos que estão ligados aos 
microrganismos e outros antígenos. 
✓ A ativação do complemento envolve a proteólise sequencial de proteínas para gerar complexos 
enzimáticos com atividade proteolítica. As proteínas que adquirem atividade enzimática 
proteolítica pela ação de outras proteases são chamadas zigomógenos. 
✓ Os produtos da ativação do complemento tornam-se covalentemente ligados às superfícies 
celulares dos micro-organismos ou aos anticorpos ligados, a micro-organismos e a outros 
antígenos. Muitos dos produtos de clivagem biologicamente ativos das proteínas do 
complemento também se ligam covalentemente a microrganismos, anticorpos e tecidos nos quais 
o complemento é ativado. Essa característica assegura que a ativação completa e, por 
conseguinte, as funções biológicas do sistema do complemento sejam limitadas a superfícies de 
células microbianas ou aos locais onde há anticorpos ligados a antígenos e não ocorram no 
sangue. 
✓ A ativação do complemento é inibidapor proteínas reguladoras presentes nas células normais do 
hospedeiro e ausentes nos micro-organismos. As proteínas reguladoras são uma adaptação de 
células normais que minimizam danos causados pelo complemente às células do hospedeiro. Os 
micro-organismos não possuem essas proteínas reguladoras, o que possibilita a ativação do 
complemento sobre as superfícies dos micro-organismos. 
➢ Vias de Ativação do Complemento: 
Existem três vias principais de ativação do complemento: a via clássica, que é ativada por 
determinados isotipos de anticorpos ligados a antígenos; a via alternativa, que é ativada na superfície 
das células microbianas na ausência de anticorpo; e a via das lectinas, que é ativada por uma lectina 
plasmática que se liga a resíduos de manose em microrganismos. Embora as vias de ativação do 
complemento difiram na forma como são iniciadas, todas elas resultam na geração de complexos de 
enzimas que são capazes de clivar a proteína mais abundante do complemento, C3. As vias 
alternativas e das lectinas são mecanismos efetores da imunidade inata, ao passo que a via clássica é 
um dos principais mecanismos de imunidade humoral adaptativa. 
O evento central na ativação do complemento é a proteólise da proteína do complemento C3 para 
gerar produtos biologicamente ativos e a subsequente ligação covalente de um produto de C3, 
denominado C3b, a superfícies celulares microbianas ou ao anticorpo ligado ao antígeno. 
 
A ativação do complemento depende da geração de dois complexos proteolíticos: a C3-convertase, 
que cliva C3 em dois fragmentos proteolíticos denominados C3a e C3b; e a C5-convertase, que cliva 
C5 em C5a e C5b. 
Por convenção, os produtos proteolíticos de cada proteína do complemento são identificadas por 
sufixos em letras minúsculas, sendo a referente ao produto menor e b ao maior. C3b torna-se 
covalentemente ligado à superfície celular microbiana ou a moléculas de anticorpos no local de 
ativação do complemento. A C5-convertase é montada após a geração prévia de C3b; e essa 
convertase contribui para a inflamação (pela 
geração do fragmento C5a) e para a formação de 
poros nas membranas dos alvos microbianos. 
• Via Alternativa: a via alternativa de 
ativação do complemento resulta na proteólise de C3 e na ligação estável de seu produto de 
clivagem C3b a superfícies microbianas, sem a participação de anticorpos. Quando C3 é clivado, 
a molécula C3b sofre uma alteração conformacional e o domínio tioéster se move, expondo a 
ligação tio éster previamente escondida. O C3 é clivado para gerar C3b, em um processo 
chamado hidrólise espontânea de C3. Uma pequena quantidade de C3b pode se ligar 
covalentemente a superfícies celulares, inclusive de micro-organismos, através do domínio 
tioéster, que reage com os grupos amino ou hidroxila das proteínas da superfície celular ou 
polissacarídeos para formar ligações amida ou éster. Se não ocorrer a formação dessas ligações, 
o C3b permanece na fase fluida e a ligação de tio éster reativa e exposta é rapidamente 
hidrolisada, inativando a proteína. Como resultado, a ativação do complemento não pode 
continuar. 
Quando o C3b sofre a alteração conformacional pós-clivagem, também ocorre a exposição de 
um sítio de ligação para uma proteína plasmática denominada fator B. O fator B, então, se liga à 
proteína C3b que se encontra covalentemente aderida à superfície de um micro-organismo e é 
clivado por uma serinoprotease plasmática chamada fator D, liberando um pequeno fragmento 
Ba e um maior o Bb, que permanece ligado ao C3b. O complexo C3bBb é a C3-convertase da via 
alternativa e tem como função clivar mais moléculas de C3. Quando o C3 é clivado, o C3b 
permanece aderido às células e o C3a é liberado. 
A via alternativa de ativação ocorre espontaneamente sobre as superfícies celulares microbianas 
e não sobre as células de mamíferos. A falta de proteínas reguladoras sobre as células 
microbianas permite a adesão e ativação da C3-convertase da via alternativa. Além disso, a 
proteína properdina pode se ligar e estabilizar o complexo C3bBb, o que é favorecida nos micro-
organismos em oposição às células do hospedeiro. Algumas das moléculas de C3b geradas pela 
C3-convertase da via alternativa ligam-se à própria convertase. Isso resulta na formação de um 
complexo que contém uma metade Bb e duas moléculas de C3b, que funciona como a C5-
convertase da via alternativa, a qual cliva a C5 e inicia a etapa posterior da ativação do 
complemento. 
• Via Clássica: a via clássica é iniciada pela ligação da 
proteína C1 do complemento aos domínios CH2 de IgG ou aos 
domínios CH3 de moléculas de IgM que estão ligadas ao 
antígeno. Entre os anticorpos IgG, IgG3 e IgG1 (em humanos) 
são ativadores do complemento mais eficazes do que as 
outras subclasses. C1 é um complexo de proteína grande e 
multimérico que liga-se ao anticorpo. A subunidade C1q é 
constituída por um arranjo radial de seis cadeias, cada uma 
das quais possui uma cabeça globular ligada por um braço 
semelhante a colágeno a uma haste central. Esse hexâmero 
executa a função de reconhecimento da molécula e liga-se 
especificamente às regiões Fc das cadeias pesadas μ e de 
algumas γ. 
 
Somente anticorpos ligados a antígenos, e não anticorpos 
livres circulantes, podem iniciar a ativação da via clássica. A 
razão para isso é que cada molécula de C1q deve se ligar a, 
pelo menos, duas cadeias 
pesadas de Ig e ser ativada e cada região Fc de Ig possui apenas um único local de ligação a C1q. 
Dessa maneira, duas ou mais regiões Fc precisam estar acessíveis para C1, para que a ativação 
da via clássica seja iniciada. Como cada molécula de IgG possui apenas uma região Fc, várias 
moléculas de IgG precisam ser aproximadas antes de se ligar a C1q, e esse agrupamento de 
diversos anticorpos de IgG apenas quando eles se ligam a um antígeno multivalente. Ainda que 
IgM livre (circulante) seja pentamérica, ela não se liga a C1q porque as regiões Fc estão em uma 
configuração que as torna inacessíveis a C1q. 
C1r e C1s são serinoproteases que formam um tetrâmero contendo duas moléculas de cada 
uma das proteínas. A ligação de duas ou mais das cabeças globulares de C1q a regiões Fc de IgG 
ou de IgM leva à ativação enzimática do C1r associado, que cliva e ativa C1s. C1s ativado cliva a 
proteína seguinte na cascata, C4, para gerar C4b. 
C4 é homóloga a C3, e C4b contém uma ligação de tioéster interno, semelhante àquele em C3b, 
que forma ligações covalentes do tipo amida ou éster com o complexo antígeno-anticorpo ou 
com a superfície adjacente de uma célula à qual o anticorpo está ligado. Esta ligação de C4b 
assegura que a ativação da via clássica prossiga sobre uma superfície celular ou complexo 
imune. A proteína seguinte do complemento, C2, forma então complexo com o C4b ligado à 
superfície celular e é clivada por uma molécula de C1s próxima para gerar um fragmento solúvel 
de C2b e um fragmento C2a maior que permanece fisicamente associado a C4b na superfície da 
célula. 
O complexo resultante, C4b2a, é a C3-convertase da via clássica; ela tem a capacidade de se ligar 
e clivar C3. A ligação deste complexo enzimático a C3 é mediada pelo componente C4b, e a 
proteólise é catalisada pelo componente C2a. A clivagem de C3 resulta na remoção do 
fragmento pequeno C3a; e C3b pode formar ligações covalentes com as superfícies das células 
ou com o anticorpo em que está ocorrendo a ativação do complemento. C3b, uma vez 
depositado, pode se ligar ao Fator B e gerar mais C3-convertase pela via alternativa. O resultado 
final das diversas etapas enzimáticas e da amplificação é que uma única molécula de C3 
convertase pode levar à deposição de milhares de moléculas de C3b na superfície da célula em 
que o complemento é ativado. Os passos-chave iniciais das vias alternativas e clássica são 
análogos: C3 na via alternativa é homóloga a C4 na via 
clássica, e o Fator B éhomólogo a C2. Algumas das 
moléculas de C3b geradas pela C3-convertase da via 
clássica ligam-se à convertase (como na via alternativa) e 
formam um complexo C4b2a3b. Este complexo funciona 
como a C5-convertase da via clássica; cliva C5 e inicia as 
etapas terminais da ativação do complemento. 
• Via das Lectinas: a via das lectinas de ativação do 
complemento é desencadeada pela ligação de 
polissacarídios microbianos a lectinas circulantes, tais 
como a lectina ligadora de manose plasmática (MBL) ou 
as ficolinas, sempre na ausência de anticorpo. 
• Etapas Finais da Ativação do Complemento: as C5-
convertases geradas pela alternativa clássica ou das 
lectinas iniciam a ativação dos componentes da via 
terminal do sistema complemento, o que culmina na 
formação do complexo citocida de ataque à membrana 
(MAC). As C5-convertases clivam C5 em um pequeno 
fragmento, C5a, que é liberado, e outro fragmento com 
duas cadeias C5b, que permanece ligado às proteínas do 
complemento depositadas na superfície da célula. 
C5b sustenta uma conformação transitória que é capaz 
de se ligar às proteínas seguintes da cascata, C6 e C7. O componente C7 do complexo resultante 
C5b,6,7 é hidrofóbico e se insere na bicamada lipídica das membranas celulares, onde se torna 
um receptor de alta afinidade para a molécula C8. A proteína C8 é um trímero composto por 
três cadeias distintas, uma das quais se liga ao complexo C5b,6,7 e forma um heterodímero 
covalente com a segunda cadeia; a 
terceira cadeia se insere na bicamada 
lipídica da membrana. Este complexo 
C5b,6,7,8 (C5b-8) inserido estavelmente 
tem uma capacidade limitada de lisar as 
células. A formação de um MAC 
completamente ativo é alcançada pela 
ligação de C9, o componente final da 
cascata do complemento, ao complexo 
C5b-8. C9 é uma proteína sérica que se 
polimeriza no local de ligação de C5b-8 
para formar poros nas membranas 
plasmáticas. A entrada de água resulta em 
aumento osmótico e ruptura das células 
em cuja superfície o MAC foi depositado. 
➢ Receptores para Proteínas do 
Complemento: 
Muitas das atividades biológicas do sistema do 
complemento são mediadas pela ligação de 
fragmentos do complemento a receptores de membrana expressos em vários tipos celulares. 
o O receptor de complemento do tipo 1 (CR1 ou CD35) funciona principalmente para promover 
fagocitose de partículas recobertas por C3b e C4b e remoção dos imunocomplexos da 
circulação. É expresso principalmente em células derivadas da medula óssea, incluindo 
eritrócitos, neutrófilos, monócitos, macrófagos, eosinófilos e linfócitos T e B. 
o O receptor do complemento do tipo 2 (CR2 ou CD21) tem como função estimular as respostas 
imunes humorais, aumentando a ativação de células B por antígenos e promovendo a 
retenção de complexos antígenoanticorpo nos centros germinativos. CR2 está presente em 
linfócitos B, células dendríticas foliculares e em algumas células epiteliais. Liga-se 
especificamente aos produtos de clivagem de C3b, denominados C3d, C3dg e iC3b. Em 
humanos, CR2 é o receptor de superfície celular para o vírus Epstein-Barr, um herpes-vírus 
que causa a mononucleose infecciosa e também é associado a diversos tumores malignos. 
o O receptor do complemento do tipo 3, também chamado Mac-1 (CR3, CD11bCD18), é uma 
integrina que funciona como um receptor para o fragmento iC3b gerado por proteólise de 
C3b. Mac-1 é expresso em neutrófilos, fagócitos mononucleares, mastócitos e células NK. 
o O receptor de complemento do tipo 4 (CR4, p150,95, CD11c/CD18) é uma outra integrina com 
uma cadeia α diferente (CD11c) e a mesma cadeia β do Mac-1. 
o O receptor do complemento da família das imunoglobulinas (CRIg) é expresso na superfície de 
macrófagos no fígado e é conhecido como célula de Kupffer. 
➢ Regulação da Ativação do Complemento: 
A ativação da cascata do complemento e a estabilidade de proteínas ativas do complemento são 
finamente reguladas para evitar a ativação do complemento em células normais do hospedeiro e para 
limitar a duração da ativação do complemento, mesmo em células microbianas e complexos 
antígeno-anticorpo. 
Diferentes mecanismos reguladores inibem a formação da C3-convertase nas etapas iniciais da 
ativação do complemento, quebram e inativam as convertases de C3 e de C5 e inibem a formação do 
MAC nas etapas posteriores da via do complemento. 
A atividade proteolítica de C1r e de C1s é inibida por uma proteína plasmática denominada inibidor 
de C1 (C1-INH). C1-INH é um inibidor de serinoproteases (serpina) que mimetiza os substratos 
normais de C1r e de C1s. Se o C1q se ligar a um anticorpo e iniciar o processo de ativação do 
complemento, C1-INH torna-se um alvo da atividade enzimática da ligação C1r2-C1s2. C1-INH é 
clivado e impede o acúmulo de C1r2-C1s2 enzimaticamente ativo no plasma e limita o tempo durante 
o qual C1r2-C1s2 ativo fica disponível para ativar as etapas subsequentes na cascata do 
complemento. Uma doença hereditária autossômica dominante denominada angioedema hereditário 
ocorre em virtude de uma deficiência de C1-INH. 
A montagem dos componentes das convertases de C3 e de C5 é inibida pela ligação de proteínas 
reguladoras para C3b e C4b depositados nas superfícies das células. Se C3b for depositado sobre as 
superfícies de células normais de mamífero, ele pode se ligar a várias proteínas de membrana, 
incluindo a proteína de cofator de membrana (MCP ou CD46), o receptor do complemento do tipo 1 
(CR1), o fator de aceleração do decaimento (DAF) e uma proteína plasmática chamada Fator H. Ao se 
ligar a C3b ou C4b, essas proteínas inibem competitivamente a ligação de outros componentes da C3-
convertase, como Bb da via alternativa e C2a da via clássica, bloqueando, assim, a progressão da 
cascata do complemento. MCP, CR1 e DAF são produzidas por células de mamíferos, mas não por 
microrganismos. Dessa maneira, esses reguladores do complemento inibem seletivamente a ativação 
dessa cascata sobre células hospedeiras e permitem que a ativação do complemento prossiga em 
microrganismos. 
O C3b associado à célula é degradado proteoliticamente por uma serinoprotease plasmática chamada 
Fator I, que só é ativa na presença de proteínas reguladoras. MCP, Fator H, C4BP e CR1, todos servem 
como cofatores para clivagem de C3b (e C4b) mediada por Fator I. Assim, essas proteínas reguladoras 
das células hospedeiras promovem a degradação proteolítica das proteínas do complemento. A 
clivagem de C3b mediada pelo Fator I gera os fragmentos chamados iC3b, C3d e C3dg, que não 
participam na ativação do complemento, mas são reconhecidos por receptores em fagócitos e 
linfócitos B. 
A formação do MAC é inibida por uma proteína de membrana chamada CD59. Ele funciona por meio 
da incorporação de si mesmo nos MACs que estão sendo montados após a inserção de C5b-8 na 
membrana, inibindo, assim, a subsequente adição de moléculas C9. O CD59 está presente nas células 
normais do hospedeiro, onde limita a formação de MAC, mas está ausente em microrganismos. A 
formação do MAC também é inibida por proteínas plasmáticas como a proteína S, que funciona por 
meio da ligação aos complexos C5b, 6,7 solúveis e, assim, impede sua inserção em membranas 
celulares próximas ao local onde a cascata do complemento foi iniciada. 
 
➢ Funções do Complemento: 
As principais funções efetoras do sistema do complemento na imunidade inata e na imunidade 
adaptativa humoral são promover a fagocitose de microrganismos sobre os quais o complemento é 
ativado, estimular a inflamação e induzir a lise desses microrganismos. 
• Opsonização e Fagocitose: os microrganismos sobre os quais o complemento é ativado pela 
via clássica ou pela via alternativa tornam-se revestidos com C3b, iC3b ou C4b e são 
fagocitados pela ligação dessas proteínas aos receptores específicos em macrófagos e 
neutrófilos. A ativação do complemento leva à geração de C3be de iC3b ligado 
covalentemente a superfícies 
celulares. Tanto C3b quanto iC3b 
atuam como opsoninas, em virtude 
do fato de que se ligam 
especificamente a receptores em 
neutrófilos e macrófagos. C3b e C4b 
ligam-se a CR1, e iC3b liga-se a CR3 
(Mac-1) e CR4. A fagocitose de 
microrganismos dependente de C3b e 
de iC3b é um importante mecanismo 
de defesa contra infecções nas 
imunidades inata e adaptativa. Um 
exemplo da importância do 
complemento é a defesa do 
hospedeiro contra bactérias com 
cápsulas ricas em polissacarídios, tais 
como pneumococos e meningococos, 
que é mediada primariamente pela 
imunidade humoral. Os anticorpos 
IgM contra polissacarídios capsulares 
ligam-se às bactérias, ativam a via 
clássica do complemento e estimulam 
a eliminação das bactérias por fagocitose no baço. 
• Estimulação das Respostas Inflamatórias: os fragmentos proteolíticos dos complementos C5a, 
C4a e C3a induzem inflamação aguda, ativando mastócitos, neutrófilos e células endoteliais. 
Todos os três peptídios ligam-se a mastócitos e induzem a desgranulação, com a liberação de 
mediadores vasoativos como a histamina. Esses peptídios também são denominados 
anafilatoxinas. 
Em neutrófilos, C5a reforça a motilidade, a adesão firme às células endoteliais e, em altas 
concentrações, o estímulo do burst respiratório e da produção de espécies reativas de 
oxigênio. Além disso, C5a pode atuar diretamente sobre as células endoteliais vasculares e 
induzir aumento da permeabilidade vascular e expressão de Pselectina, o que promove a 
ligação de neutrófilos. 
• Outras Funções do Sistema Complemento: ao se ligar aos complexos antígeno-anticorpo, as 
proteínas do complemento promovem a solubilização destes complexos e sua eliminação por 
fagócitos. Se os imunocomplexos se acumulam no sangue, eles podem ser depositados na 
parede dos vasos e induzir reações inflamatórias que danificam os vasos e o tecido 
circundante. A formação de imunocomplexos pode exigir não apenas a ligação multivalente 
das regiões Fab de Ig a antígenos, mas também as interações não covalentes das regiões Fc 
das moléculas de Ig justapostas. 
A proteína C3d gerada a partir de C3 liga-se a CR2 em células B e facilita a ativação dessas 
células e o início das respostas imunes humorais. C3d é gerado quando o complemento é 
ativado por um antígeno, seja diretamente ou após a ligação ao anticorpo. A ativação do 
complemento resulta na ligação covalente de C3b e de seu produto de clivagem, C3d, ao 
antígeno. Os linfócitos B podem se ligar ao antígeno através de seus receptores de Ig e 
também, simultaneamente, ao C3d ligado ao antígeno por meio do CR2, o correceptor para o 
receptor de antígeno das células B, aumentando, assim, a sinalização induzida pelo antígeno 
em células B. Antígenos opsonizados também estão ligados a células dendríticas foliculares 
nos centros germinativos dos órgãos linfoides. As células dendríticas foliculares apresentam 
os antígenos às células B nos centros germinativos; este processo é importante para a seleção 
de células B de alta afinidade.

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