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Perícia, Avaliação e Arbitragem Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Rodrigo De Souza Marin Revisão Textual: Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin Normas Brasilieras de Perícia Contabil e Arbitragem • Normas ou Sugestões? • Normas Técnicas • Normas Profissionais • Arbitragem · Apresentar os aspecto relevantes sobre as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicáveis à Perícia, destacando seus pontos mais consideráveis. OBJETIVO DE APRENDIZADO Nesta Unidade, apresentaremos e discutiremos os aspectos relevantes sobre as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicáveis à Perícia. É importante que você leia todo o material, inclusive o complementar, com muita atenção, anotando as suas dúvidas para apresentar ao professor. Além disso, para que a sua aprendizagem ocorra num ambiente mais interativo possível, na pasta de atividades, você também encontrará as atividades de Avaliação, uma Atividade Reflexiva e a vídeo-aula. Bons estudos! ORIENTAÇÕES Normas Brasilieras de Perícia Contabil e Arbitragem UNIDADE Normas Brasilieras de Perícia Contabil e Arbitragem Contextualização A Perícia Contábil constitui-se de um conjunto de procedimentos utilizados por um profissional que domina profundamente contabilidade, com o intuito de fornecer informações sobre o patrimônio das entidades físicas e jurídicas. As informações levantadas darão origem a fatos definitivamente confiáveis e de aceitação incontestável. Para a execução dos trabalhos periciais (laudo ou parecer pericial contábil), o perito-contador e o perito-assistente utilizam duas grandes ferramentas: a experiência profissional e o conhecimento de normas jurídicas, profissionais e de legislação pertinentes à matéria periciada. Para que possa estabelecer um padrão de execução, foram criadas as Normas aplicáveis à perícia, as quais apresentaremos nessa unidade. 6 7 Normas ou Sugestões? É considerável que seja exposto o que são as normas no âmbito das perícias, mas especialmente, nas contábeis. Isso porque afeta principalmente à maneira de atuação e obrigatoriedade ou não de serem examinadas pelo perito. (ALBERTO, 2012) De toda forma, para se esclareça é importante diferenciarmos, através de uma curta análise, três palavras que podem ser confundidas facilmente: princípios, normas e padrões. Todavia, é importante se atentar para seus significados: Princípios: considerado aquilo que é fundamental de uma determinada ciência, e dele derivam as normas e os padrões, por que estes são demonstrações da aplicação de determinada ciência. Normas: são indícios comportamentais obrigatórios, podendo ser éticos ou técnicos, que representa como deve ser o proceder do profissional de determinada ciência na realidade objetiva e concreta. Padrões: representa a maneira prática adotada pelos profissionais, ou seja, um modelo concreto de prática que os profissionais admitem. (SÁ, 2011) Das Normas A matéria de Perícia Contábil, por sua relevância, passou a exigir que sobre ela se determinassem, oficialmente, métodos a serem seguidos, específicos sobre a questão. (ALONSO, 1975) No contexto da área Pericial Contábil e das Normas Brasileiras de Contabilidades (NBC’s), o Conselho Federal de Contabilidade, em atitude precursora, objetivando preservar, por meio de auto-regulação, os interesses da sociedade, depois de estudos que se começaram no fim do ano de 1990, expandiram-se durante 1991 e audiências públicas em 1992, publicou, através das Resoluções CFC 731 e 733, de 22 de outubro de 1992 (DOU de 5/11/92), as Normas Técnicas de Perícia Contábil (NBC.T.13) e as Normas Profissionais do Perito Contábil (NBC.P.2). (ALBERTO, 2012) Por meio da Resolução CFC nº 1243/09, as Resoluções CFC nº 858/99, 938/02, 939/02, 985/03, 1.021/05 e 1.041/05, publicadas no D.O.U., Seção I, de 29/10/99, 11/06/02, 11/06/02, 11/06/02, 28/11/03, 22/04/05 e 22/09/05 ficaram revogadas à partir de 1 de janeiro de 2010. (SÁ, 2011) 7 UNIDADE Normas Brasilieras de Perícia Contabil e Arbitragem Normas Técnicas NBC TP 1243 Esta norma tem por objetivo regulamentar princípios e métodos técnico-científicos que devem ser consideradas pelo perito, quando da estruturação de perícia contábil, na esfera judicial, extrajudicial, inclusive arbitral, através do esclarecimento dos pontos de vista e das situações do processo, por instrumento de: I. Exame; II. Vistoria III. Indagação; IV. Investigação; V. Arbitramento; VI. Avaliação; ou, VII. Certificação. Conceito Pelo que expõe o Item II a perícia contábil estabelece um conjunto de métodos técnico-científicos que se destinam a conduzir à instância decisória itens de prova essenciais para auxiliar a justa solução do processo, através do laudo pericial, de acordo com as normas jurídicas e profissionais e também com a legislação específica que for importante. (SÁ, 2011) É indispensável a leitura na íntegra da Norma 1243/09. http://goo.gl/sJAgnz Ex pl or Execução De acordo com a Norma 1243, no que se refere à participação do perito-contador assistente, o mesmo deve manter contato com o perito-contador, se colocando à disposição para auxiliá-lo ou até mesmo para a execução conjunta da perícia. Quando contratado, o perito-contador assistente manterá contato como advogado da parte que o contratou, solicitando o dossiê completo do litígio para melhor acompanhamento e conhecimento dos fatos dos atos processuais que pertence à perícia. Em caso de recusa da participação, o perito contador pode autorizar o acesso aos documentose aos componentes de prova arrecadados durante a perícia ao assistente técnico, devendo o perito zelar pela segurança e guarda dos mesmos. O perito deve ainda, registrar locais e datas das averiguações, nomes das pessoas que o atenderam, livros, documentos ou quaisquer coisas examinadas ou arrecadadas, dados e detalhes de interesse da perícia, assinando tais documentações e juntando ao componente de prova original. (ALBERTO, 2012) 8 9 Quando incluir equipe técnica, a perícia deverá ser realizada sob a supervisão e orientação do perito, que terá responsabilidade sobre os trabalhos, e que deverá certifica-se de que as pessoas contratadas estão em sua plena capacidade profissional para a execução. (ALBERTO, 2012) Procedimentos Os procedimentos de perícia contábil objetivam basear as conclusões que serão levadas ao laudo ou parecer pericial contábil, e estendem-se, total ou parcialmente, de acordo com a categoria e a dificuldade da matéria, exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensuração, avaliação, e certificação, os quais serão vistos com mais clareza: I. Exame: significa a análise de livros, registros de operações e documentos. II. Vistoria: é a averiguação que objetiva a apuração e certificação de determinada situação, de maneira ocasional. III. Indagação: procura de informações através de entrevista com conhecedores do objeto ou de fato relacionadas à perícia. IV. Investigação: é a pesquisa que visa trazer ao laudo ou parecer pericial contábil quaisquer informações ou fatos ocultos. V. Arbitramento: é a definição de valores ou solução de discórdia por critério técnico-científico. VI. Mensuração: significa o procedimento de quantificação e qualificação de coisas, bens, direitos, obrigações, despesas e receitas. VII. Avaliação: trata-se da prática de designar o valor de coisas, bens, direitos, obrigações, despesas e receitas. VIII. Certifi cação: refere-se ao ato de comprovar a informação trazida ao laudo pericial. Uma vez concluídas as investigações, o perito-contador deverá apresentar o laudo pericial juntamente com o perito-contador assistente, que por sua vez apresentará o parecer, obedecendo os prazos. (SÁ, 2011) Após a conclusão, caso seja solicitado cópiado laudo, o perito-contador deverá fornecer ao perito-contado assistente mostrando-lhe a data em que o laudo será protocolado. Estando o laudo uma vez assinado tanto pelo perito-contador como pelo perito- contador assistente, não deverá o assistente emitir parecer pericial contrário ao laudo. Planejamento Esta fase antecede as averiguações, cálculos e respostas aos quesitos, onde o perito estabelece os procedimentos gerais dos exames a serem executados. (ALBERTO, 2012) 9 UNIDADE Normas Brasilieras de Perícia Contabil e Arbitragem Objetivos do planejamento Os objetivos do planejamento da perícia são: a) Compreender o objeto da perícia com a finalidade de permitir a adoção de procedimentos que levem à revelação da verdade, a qual auxiliará o juízo, ao árbitro ou interessado para que possa realizar a tomada de decisão; b) Estabelecer o tipo, o momento e a extensão dos exames a serem realizados; c) Definir condições para que seja cumprido o prazo estabelecido. d) Identificar possíveis problemas e riscos que possam decorrer no andamento da perícia; e) Identificar as leis aplicáveis ao objeto da perícia; f) Definir como será o proceder da divisão de tarefas entre os membros da equipe de trabalho. g) Facilitar o desenvolvimento e revisão dos trabalhos. Desenvolvimento do Planejamento O planejamento deve ser sustentado através de registro que facilite o entendimento dos métodos a serem adotados e sirva de orientação adequada para a execução do trabalho. (SÁ, 2011) Sobre este tema, a norma dispõe detalhadamente como deve ser o procedimento do perito-contador, por isso é importante a leitura da norma na íntegra. O mesmo deve ser revisado e atualizado sempre que novos fatos surgirem no decorrer da perícia. Riscos e Custos Nesta fase, objetivando elaborar a proposta de honorários, o perito deverá analisar os riscos de responsabilidade civil, despesas com equipe e encargos sociais, descrédito de equipamentos e despesas com manutenção do escritório. Equipe Técnica O planejamento deverá prever a supervisão do perito quando a perícia exigir a necessidade de utilização de trabalho de terceiros, sendo o perito responsável pelos trabalhos executados exclusivamente por sua equipe de apoio. (SÁ, 2011) Cronograma Para garantir a boa execução da perícia e também o cumprimento do prazo estipulado, o planejamento deve conter um Cronograma. O Cronograma de trabalho deve prever aas etapas e os períodos das realizações destas, bem como deverá constar todos os itens necessários para a execução da perícia, por exemplo, burocracias, deslocamentos, necessidade de trabalho de 10 11 terceiros, pesquisas a serem realizadas, elaboração de caçulos e planilhas, prazo de entrega do laudo e outros, e tudo isso para assegurar que todas as etapas necessárias para elaboração de um laudo de qualidade serão cumpridas, devendo o perito considerar com muito zelo: a) o conteúdo da proposta de honorários apresentada pelo perito-contador e aceita pelo juízo, pelo árbitro ou pelas partes no caso de perícia extrajudicial ou pelo perito-contador assistente; b) o prazo suficiente para solicitar e receber os documentos, bem como para a execução e a entrega do trabalho; c) a programação de viagens, quando necessárias. Conclusão A conclusão do planejamento dá-se a partir do momento que o perito-contador conclui suas análises preliminares, dando origem à proposta de honorários, quando for o caso. Normas Profi ssionais NBC 1244 Conceito O perito-contador regularmente registrado no Conselho Regional de Contabilidade, que exerce a atividade de forma pessoal tendo o pleno conhecimento da matéria periciada, pode ser: III. Nomeado: é o designado pelo juiz em perícia contábil judicial; IV. Contratado: é o que atua em perícia contábil extrajudicial; e, V. Escolhido: é o que exerce sua função em perícia arbitral. Competência Profissional Do item 4 da norma 1244, a competência técnica-científica presume que o perito deve manter o nível adequado de seus conhecimentos da ciência contábil, das Normas Brasileiras de Contabilidade, das técnicas contábeis, da legislação pertinente, atualizando-se sempre. É necessário que o perito demonstre capacidade para: a) pesquisar, examinar, analisar, sintetizar e fundamentar a prova no laudo pericial contábil e no parecer pericial contábil; b) realizar seus trabalhos com a observância da equidade significa que o perito- contador e o perito-contador assistente devem atuar com igualdade de direitos, adotando os preceitos legais, inerentes à profissão contábil. 11 UNIDADE Normas Brasilieras de Perícia Contabil e Arbitragem É importante ressaltar que se faz necessário a leitura na íntegra desta Norma. Para isso, clique no link: http://goo.gl/mqACukEx pl or Habilitação Profissional Deve o perito comprovar a sua habilitação profissional através da Declaração de Habilitação Profissional – DHP, de que trata a Resolução nº. 871/00. O item nº. 7 desta norma estabelece que a DHP deve ser afixada abaixo da assinatura do perito-contador ou do perito-contador assistente, e no caso de DHP Eletrônica, deve ser colocada na primeira folha após a assinatura de cada profissional, no laudo ou parecer pericial contábil. Para que se tenha controle técnico dos laudos ou pareceres periciais contábeis, os Conselhos Regionais de Contabilidade devem manter relatórios atualizados contendo, pelo menos, identificação do número do processo e local de sua tramitação, para os quais foram utilizados a DHP. Educação continuada O perito, no exercício de suas atividades, deve validar a participação em programa de educação continuada, na forma a ser regulamentada pelo Conselho Federal de Contabilidade. (SÁ, 2011) Independência Deve o perito evitar qualquer interferência que possa constrangê-lo em seu trabalho, para que possa manter a sua independência. (ALBERTO, 2012) Impedimento e suspeição São situações ou circunstâncias que impossibilita o perito de exercer, regularmente, suas funções. Para que o perito possa exercer suas atividades sem impedimento, é imprescindível que o perito declare-se impedido dos itens que estabelece esta Norma. 16. Para que o perito possa exercer suas atividades com isenção, é fator determinante que ele se declare impedido, após, nomeado, contratado, escolhido ou indicado quando ocorrerem as situações previstas nesta Norma, nos itens abaixo. 17. Quando nomeado em juízo, o perito deve dirigir petição, no prazo legal, justificando a escusa ou o motivo do impedimento. 18. Quando indicado pela parte e não aceitando o encargo, o perito-contador assistente deve comunicar a ela sua recusa, devidamente justificada por escrito, com cópia ao juízo. 12 13 Impedimento legal Ocorre o impedimento legal quando o perito estiver envolvidos em pelo menos uma das situações que prevê o Item 19 desta norma, sendo eles: a) for parte do processo; b) tiver atuado como perito contador contratado ou prestado depoimento como testemunha no processo; c) tiver mantido, nos últimos dois anos, ou mantenha com alguma das partes ou seus procuradores, relação de trabalho como empregado, administrador ou colaborador assalariado; d) tiver cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou em linha colateral até o terceiro grau, postulando no processo ou entidades da qual esses façam parte de seu quadro societário ou de direção; e) tiver interesse, direto ou indireto, mediato ou imediato, por si, por seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou em linha colateral até o terceiro grau, no resultado do trabalho pericial; f) exercer cargo ou função incompatível com a atividade de perito-contador, em função de impedimentos legais ou estatutários; g) receber dádivas de interessados no processo;h) subministrar meios para atender às despesas do litígio; e i) receber quaisquer valores e benefícios, bens ou coisas sem autorização ou conhecimento do juiz ou árbitro. Impedimento técnico-científico Previstas no Item 20 desta Norma, são motivos de impedimento técnico-científico: a) a matéria em litígio não ser de sua especialidade; b) a constatação de que os recursos humanos e materiais de sua estrutura profissional não permitem assumir o encargo; cumprir os prazos nos trabalhos em que o perito-contador for nomeado, contratado ou escolhido; ou em que o perito-contador assistente for indicado; c) ter o perito-contador da parte atuado para a outra parte litigante na condição de consultor técnico ou contador responsável, direto ou indireto em atividade contábil ou em processo no qual o objeto de perícia seja semelhante àquele da discussão, sem previamente comunicar ao contratante. Suspeição Para que haja suspeição o perito-contador deve estar envolvido em um dos casos que prevê o Item 22; a) ser amigo íntimo de qualquer das partes; b) ser inimigo capital de qualquer das partes; 13 UNIDADE Normas Brasilieras de Perícia Contabil e Arbitragem c) ser devedor ou credor em mora de qualquer das partes, dos seus cônjuges, de parentes destes em linha reta ou em linha colateral até o terceiro grau ou entidades das quais esses façam parte de seu quadro societário ou de direção; d) ser herdeiro presuntivo ou donatário de alguma das partes ou dos seus cônjuges; e) ser parceiro, empregador ou empregado de alguma das partes; f) aconselhar, de alguma forma, parte envolvida no litígio acerca do objeto da discussão; e g) houver qualquer interesse no julgamento da causa em favor de alguma das partes. Sigilo Em obediência ao Código de Ética Profissional do Contabilista o perito deve assegurar o sigilo das informações a que teve acesso, proibida a sua divulgação, salvo quando houver a obrigação legal de fazê-lo. Responsabilidade Deve o perito ter conhecimento das suas responsabilidades sociais, éticas, profissionais e legais, a qual está sujeito a partir do momento em que aceita seu encargo para execução de sua tarefa pericial, independente do seu âmbito. Ética e Responsabilidade Dentre a necessidade do cumprimento dos princípios éticos, em especial os estabelecidos no Código de Ética Profissional do Contabilista e os previstos nesta Norma, o perito-contador deve batalhar pela imparcialidade. Não se consideram parcialidade os seguintes: a) atender a uma das partes ou perito-contadores assistentes, desde que se assegure igualdade de oportunidade à outra parte, quando solicitado; b) trabalho técnico-científico anteriormente publicado pelo perito-contador que verse sobre o tema objeto da perícia. Responsabilidade civil e penal A legislação civil prevê responsabilidades e penalidades para o profissional que exerce a função de perito-contador, que consistem em multa, indenização e inabilitação. A legislação Penal prevê pena de multa, detenção e reclusão para os profissionais que exercem a atividade pericial que vierem a descumprir as normas legais. Zelo profissional Pelo que apresenta, dentre outros itens, o item 37 desta Norma, compreende como zelo profissional na realização dos trabalhos do perito: 14 15 a) cumprir os prazos fixados pelo juiz em perícia judicial e nos termos contratados em perícia extrajudicial, inclusive arbitral; b) assumir a responsabilidade pessoal por todas as informações prestadas, quesitos respondidos, procedimentos adotados, diligências realizadas, valores apurados e conclusões apresentadas no Laudo Pericial Contábil e no Parecer Pericial Contábil; c) prestar os esclarecimentos determinados pelo juiz ou pelo árbitro, respeitados os prazos legais ou contratuais; d) propugnar pela celeridade processual, valendo-se dos meios que garantam eficiência, segurança, publicidade dos atos periciais, economicidade, o contraditório e a ampla defesa; e) ser prudente, no limite dos aspectos técnico-científicos, e atento às conseqüências advindas dos seus atos; f) ser receptivo aos argumentos e críticas, po- dendo ratificar ou retificar o posicionamen- to anterior. É importante a análise desta Norma na íntegra. Esclarecimentos O perito deve prestar esclarecimentos sobre o conteúdo do laudo ou parecer pericial contábil em atendimento a determinação do juiz ou árbitro que preside o feito ou pedido das partes para defesa de sua conduta técnica-profissional. Utilização de trabalho de especialista Desde que a matéria em questão requeira, o perito pode utilizar um especialista de outras áreas para a realização do trabalho. Exemplos de trabalho de especialista: analista de sistema, atuário, tecnólogo, geólogo, especialista em obras de artes e outros avaliadores. Quando houver este caso, deve o especialista protocolizar o seu laudo em juízo, podendo o perito-contador ou o perito-contador assistente apoiar- se nas conclusões ali constantes. Arbitragem A arbitragem consiste num método de julgamento previsto pela Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996, que se define como uma opção para o Poder Judiciário, isso significa, em tempos atuais, onde os processos judiciais tardam muito a serem julgados, a solução de conflitos por meio da arbitragem pode ser uma maneira muito eficaz para a sociedade, uma vez que além de se formar numa atividade jurisdicional particular, seu prazo é mais rápido para a solução, e, além disso, conta com sigilo absoluto, para os casos onde a pessoa prefere a discrição do seu caso. (BARBOZA et all, 2009) 15 UNIDADE Normas Brasilieras de Perícia Contabil e Arbitragem De acordo com Carrera Alvim, “Arbitragem é a instituição pela qual as pessoas capazes de contratar confiam a árbitros, por elas indicados ou não, o julgamento de seus litígios relativos a direitos transigíveis.1” É considerável ressaltar que alguns itens que surgem precisamente nesta definição, interpretam o “processo arbitral” e não a arbitragem em si. (BARBOZA et all, 2009) Ferreira (2010) assim define “arbitragem”: “Arbitragem. S. f.9. Ato ou efeito de arbitrar; arbitração, arbitramento. 2. O julgamento, decisão ou veredicto de árbitro (s); arbítrio. ...” Ainda nesse âmbito, define: “Arbitrar.[Do lat. Arbitrare] V. t. d. 1. Julgar como árbitro. [Sin. (no futebol): apitar.]182. Determinar, fixar(quantia) por arbítrio. 3. Decidir, resolver, segundo a própria consciência: A r b i t r o u afastar-se do convívio dos amigos.T. d. e i.4. Atribuir judicialmente; adjudicar. Com base nestas observações, é possível afirmar o conceito de arbitragem como: “decidir, resolver, segundo a sua própria consciência”. Logo, consiste num parecer, opinião ou decisão expressada por alguém, que julga e resolve uma determinada situação, de acordo com a sua consciência, digno deveredicto, sem direito a recurso, não sendo possível a alteração do resultado mesmo que se constate erro de arbitragem, desde que não haja defeitos que levem a nulidade total. (ALVIM, 2000) A arbitragem presume requisitos legais, declarados no artigo 1º da Lei nº 9.307/96. Para acessar a lei na íntegra, acesse: http://goo.gl/UO5xfD Ex pl or Para que um litígio possa ser apreciado pelo árbitro, o que se entende como instituída a arbitragem, são exigidos os seguintes requisitos: I. A pessoa que institui a Arbitragem deve ser pessoa capaz de contratar; II. O litígio deve versar sobre direitos patrimoniais disponíveis; III. O contrato deve prever a arbitragem através da cláusula compromissória; IV. Se não houver cláusula compromissória no contrato, devem as partes firmar compromisso arbitral prévio; V. Havendo a cláusula compromissória, devem as partes convalidar através de ato a ser praticado perante o Árbitro ou Tribunal de Arbitragem, firmando aconvenção de arbitragem (compromisso arbitral); e As partes deverão escolher os critérios e a qualidade da Arbitragem (conjunto de regras a serem utilizadas). 1 J. E. Carrera Alvim, in Tratado Geral da Arbitragem – Interno, p. 13. 16 17 Papel do Perito-Contador na Arbitragem Conforme o que já foi exposto, a Arbitragem é uma alternativa que o Poder Judiciário possui para solucionar amigavelmente conflitos2. Dessa forma, o papel do árbitro, que assumirá papel de juiz, deverá ser o de julgar o requerimento com imparcialidade. (ALMEIDA, 2012) Diferença entre perícia contábil e Arbitragem • Arbitragem: Método de julgamento de um processo, realizado de maneira pacífica, ou seja, de acordo coma vontade de ambas as partes, diferente do que acontece no litígio no Judiciário – onde uma parte deseja o processo e outra resiste. Na arbitragem, por sua vez, as partes entendem que devem conduzir para a solução do processo (ALVIM, 2000). • Perícia Contábil: embora previste o mesmo fim que o julgamento arbitral atingirá, não há qualquer conceito de julgamento, podendo conduzir até a arbitragem de valores, baseado em juízos formados pelo perito. Porém, essa arbitragem emitida no âmago do laudo pericial não tem qualquer peso de julgamento do mérito da solicitação judicial, pois o julgador poderá, utilizando como base o próprio laudo pericial, julgar de maneira diferente. (SÁ, 2011) 2 Jovi Barboza e Malú de Lourdes Darienzo, in Arbitragem no Brasil – solução amigável de conflitos,Projus, 2009, pág. 96. 17 UNIDADE Normas Brasilieras de Perícia Contabil e Arbitragem Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Resolução 1243 http://goo.gl/VqaSLp Resolução 1244 http://goo.gl/E1KlZx NBC PP 01 – Perito Contábil http://goo.gl/7c15Pc Livros Princípios Fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidade Princípios Fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidade. Auditoria e Perícia. Brasília: Conselho Federal de Contabilidade, 2008. Perícia Contábil SÁ, Lopes de. Perícia Contábil. São Paulo: Atlas, 1994. Leitura A Importância da Perícia Contábil nos Dias Atuais http://goo.gl/ex6HBR 18 19 Referências ALBERTO, Valter Luiz Palombo. Perícia Contábil – 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2012. ALONSO, José Rojo. Normas e procedimentos de perícia judicial. São Paulo: Atlas, 1975. BARBOZA, Jovi; DARIENZO, Malú de Lourdes. Arbitragem no Brasil – solução amigável de conflitos. Projus, 2009, pág. 96 CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução 1.243 – disponível em: <http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_1243.doc> CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução 1.244 –disponível em: <www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2009/001244> FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário da língua portuguesa. 5. ed. Curitiba: Positivo, 2010. J. E. Carrera Alvim, in Tratado Geral da Arbitragem – Interno, p. 13. LEI nº 9.307/96. CASA CIVIL. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/L9307.htm> SÁ, Antônio Lopes de. Perícia Contábil – 10ª ed.São Paulo: Atlas, 2011. 19
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