Buscar

Linguagem Corporal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

LINGUAGEM CORPORAL 
 
 
Introdução 
A linguagem corporal na comunicação de risco é um fator importante e muitas 
vezes decisivo, principalmente quando os porta-vozes devem transmitir uma 
mensagem e demonstrar congruência entre a informação oral e sua linguagem 
corporal, uma vez que somente assim a mensagem poderá ser eficaz. A 
linguagem corporal é um componente da comunicação que devemos ter muito em 
conta porque proporciona informação sobre o caráter, as emoções e as reações 
das pessoas. 
O estado de ânimo se expressa mediante a linguagem corporal. Por exemplo, ao 
duvidar de algo, levantamos uma sobrancelha. Ao nos sentirmos perplexos, 
coçamos o nariz. Cruzamos os braços para nos isolarmos ou para nos 
protegermos. Levantamos os ombros para denotar indiferença. Piscamos o olho 
em sinal de intimidade. Tamborilamos os dedos por impaciência. Batemos com a 
mão na testa quando nos esquecemos de alguma coisa e nos mexemos quando 
sentimos angústia ou oscilamos para frente e para trás sobre os pés quando nos 
encontramos em uma situação de conflito. Um expositor novato, por exemplo, ao 
se ver diante de um auditório expressa sua ansiedade movendo-se de um lado ao 
outro, fixando o olhar no teto, passeando em círculos ou esfregando as mãos. 
Esta tomada de consciência da linguagem corporal muitas vezes é a chave das 
relações pessoais e pode ser o segredo que permite a tantas pessoas manipular 
outras. Algumas pessoas parecem ter a capacidade de interpretar a linguagem 
corporal e de manipular as pessoas tanto com seus corpos quanto com suas 
vozes. A consciência da linguagem corporal do outro e a capacidade de interpretá-
la criam a consciência da própria linguagem corporal e propiciam um maior auto-
controle e processos de comunicação mais eficazes. 
Se uma pessoa tem consciência do que faz com seu corpo, sua compreensão de 
si mesma é mais profunda e mais significativa. Se uma pessoa consegue controlar 
sua linguagem corporal, poderá cruzar muitas barreiras defensivas e estabelecer 
melhores relações. 
A linguagem corporal é um componente importante da comunicação e é 
conveniente desenvolver essas habilidades para sermos melhores comunicadores 
de risco. 
Definição 
A linguagem corporal é aquela que se transmite por meio de gestos e posturas. Os 
estudos sobre a linguagem corporal analisam as emoções que se transmitem por 
meio do movimento, tais como a expressão facial e o movimento dos olhos, das 
mãos, das pernas, dos pés e do corpo em geral. Esses estudos, em conjunto ou 
separadamente, nos indicam o estado de ânimo e as intenções da pessoa, bem 
como as características individuais da personalidade, tais como segurança, 
timidez, violência, desejo de posse, concorrência, etc. Podemos dizer, então, que 
a postura expressa as atitudes e os sentimentos das pessoas. 
O valor real da linguagem corporal se encontra na soma de todos os níveis de 
comunicação da linguagem oral, da linguagem visual, da linguagem corporal e da 
imaginação. 
Raízes genéticas e culturais 
É difícil determinar exatamente como se herda ou se aprende um sistema de 
comunicação. Darwin acreditava que as expressões faciais da emoção eram 
semelhantes em todos os seres humanos, independentemente de sua cultura. 
Considera-se que existe um acordo geral dentro de uma determinada cultura para 
se reconhecer distintos estados emocionais. O cérebro humano é programado 
para levantar as fendas da boca quando nos sentimos felizes e voltá-las para 
baixo quando estamos descontentes; segundo a sensação que chega ao cérebro, 
as pessoas franzirão a testa, levantarão as sobrancelhas ou levantarão um lado 
da boca. 
O trabalho de diversos pesquisadores evidencia que podemos herdar, em nossa 
constituição genética, determinadas reações físicas básicas. Nascemos com 
elementos de uma linguagem corporal. Podemos dar a conhecer a outro ser 
humano sensações básicas de ódio, medo, agrado ou tristeza sem nunca termos 
aprendido a fazê-lo. Isto não contradiz o fato de que também devemos aprender 
muitos gestos que significam algo em uma sociedade e algo diferente em outra. 
Os sinais sonoros inatos do ser humano permanecem e conservam importantes 
papéis. Diferentemente dos signos verbais, surgem espontaneamente e significam 
o mesmo em todas as culturas. O grito, o soluço, o riso, o clamor, o gemido e o 
pranto transmitem mensagens a todas as pessoas em todas as sociedades. Como 
os sons de outras espécies, estes signos estão relacionados aos estados 
emocionais fundamentais e dão uma impressão imediata do estado de quem os 
emite. 
O ser humano conservou suas expressões instintivas: o sorriso, o riso, o olhar fixo, 
o rosto assustado e o semblante austero são sinais próprios da espécie. Da 
mesma forma, tais indícios são comuns a todas as sociedades e persistem apesar 
da assimilação de muitos outros gestos culturais. 
Os sons e gestos básicos da espécie se originam durante as primeiras etapas do 
desenvolvimento da pessoa. O pranto não só é o primeiro sinal que damos do 
nosso estado de ânimo, mas também o sinal mais fundamental, compartilhado 
com milhares de outras espécies. 
Existem expressões e normas que variam com a cultura e que são aprendidas 
durante os primeiros anos. Essas normas determinam o que se deve fazer diante 
da manifestação de cada sensação ou sentimento nos diversos ambientes sociais. 
Variam segundo o papel social que desempenham e as características 
demográficas, e se diferenciam de uma cultura para outra. 
Devemos reconhecer que, no melhor dos casos, todo encontro social nos dá um 
pouco de temor. O comportamento da outra pessoa no momento do encontro é 
uma incógnita. Por isso, o sorriso e o riso demonstram a existência desse temor e 
se combinam com sentimentos de atração e aceitação. Por exemplo, se uma 
pessoa a quem cumprimentamos não sorri de uma maneira franca, mas, além 
disso, evita nosso olhar, isso pode significar duas coisas: que não despertamos 
seu interesse ou que se trata de uma pessoa extremamente tímida, retraída e 
temerosa da situação em que se encontra. 
Cada movimento ou posição do corpo tem funções adaptativas, expressivas e 
defensivas, algumas conscientes e outras inconscientes. Nossa linguagem 
corporal pode ser em parte instintiva, ensinada ou imitada, razão pela qual a 
cultura é um fator importante a se considerar. 
Necessidades territoriais 
O espaço ao redor de uma pessoa é um fator importante na expressão da 
linguagem corporal. Cada pessoa tem uma zona corporal definida, um território, 
um espaço pessoal que se denomina zona corporal de acomodação. Essa zona é 
determinada em termos pessoais e é condicionada pela cultura. 
Não se sabe com exatidão quanto espaço cada pessoa necessita, já que é uma 
espécie de aura que se expande e se contrai constantemente, conforme nos 
aproximamos ou nos afastamos das outras pessoas. O importante é estar 
consciente da importância e do respeito a esse espaço e do que ocorre a qualquer 
pessoa quando o seu território é ameaçado ou invadido. 
É preciso ter presente que: 
• As pessoas introvertidas tendem a manter maior distância na conversação 
do que as extrovertidas. A pessoa que se distancia em uma conversação 
precisa de maiores defesas para assegurar seu espaço. 
• Em uma mobilização, por mais apertadas que se encontrem as pessoas, 
elas mantém ao seu redor uma área inviolável que procuram conservar. 
Hall subdividiu as necessidades territoriais do indivíduo em quatro zonas: distância 
íntima, pessoal, social e pública, as quais crescem à medida que diminui a 
intimidade. 
Por exemplo, para os americanos, a distância íntima pode ser próxima, isto é, de 
contato real, ou distante, de 15 a 45 cm. A fase próxima da distância íntima 
corresponde a fazer amor, ao tratamento de amizades muito íntimas e de crianças 
que andam de mãos dadas com seus pais ou com outrascrianças. 
Quando se está a uma distância íntima próxima, a pessoa está plenamente 
consciente do acompanhante. A fase distante da distância íntima ainda é próxima 
o bastante para permitir que as pessoas se dêem as mãos. 
A zona de distância pessoal próxima é de 45 a 75 cm e a fase distante é de 75 a 
120 cm (considerado o limite de dominação física). Já não é mais possível tocar 
comodamente o companheiro a essa distância, o que proporciona certa 
privacidade a qualquer encontro, porém a distância é próxima o bastante para 
permitir que se mantenha uma conversação até certo ponto pessoal. 
Uso de máscara 
Há muitos métodos com os quais defendemos nossas zonas pessoais; um deles é 
o uso de máscaras. Mediante esse método controlamos o corpo para que não 
manifeste mensagens que a mente quer ocultar. A máscara inclui gestos faciais e 
pode envolver todo o corpo. No entanto, não é possível ocultar reações 
involuntárias como a transpiração. 
Uma parte do uso de máscara se aprende ou se absorve da própria cultura e outra 
parte é especificamente ensinada, como as normas de etiqueta que muitas vezes 
estabelecem o que convém fazer ou não em termos de linguagem corporal. 
A máscara cresce à medida que a criança se aproxima da idade adulta. As 
máscaras se endurecem, tornam-se repressoras e se transformam em elementos 
de proteção. O adulto pode dar-se conta de que, embora a máscara preserve sua 
intimidade e evite que ele se relacione com quem não deseja, também pode limitar 
ou impedir outros contatos que ele quer estabelecer. Em certos casos, a 
necessidade de mascarar-se é tão profunda que se impõe automaticamente e 
torna-se impossível deixá-la cair; porém, se a pessoa está decidida a crescer, 
desenvolver-se e estabelecer relações significativas, deve começar a descartá-la. 
À medida que passam os anos, as máscaras que usamos vão se tornando mais 
difíceis de se usar. O homem idoso tende a esquecer-se de si mesmo e seu rosto 
se relaxa. 
O sorriso não é somente uma manifestação de humor ou de prazer, mas também 
de justificação, defesa e até desculpa. Quando o sorriso se mostra forçado, 
converte-se em uma máscara para ocultar sentimentos. 
Posturas e posições 
Não há palavra tão clara como a linguagem corporal, 
uma vez que se tenha aprendido a lê-la. 
Afirma-se que as atitudes psicológicas afetam a postura e o funcionamento do 
corpo, de forma que os problemas neuróticos também aparecem em sua estrutura 
e função. Se a linguagem corporal revela o estado de ânimo, a personalidade e a 
capacidade de estabelecer contato com outros, deve ser possível que a pessoa 
mude ao modificar sua linguagem corporal. O importante é saber qual mensagem 
se procura transmitir e o que realmente se diz com as diferentes partes do corpo. 
A pessoa que compreende a linguagem corporal e a emprega possui o domínio 
das posturas mais importantes e pode relacioná-las com os estados emocionais. 
Assim, esta pessoa será mais perceptiva ao tratar com as outras. Esta arte pode 
ser ensinada, uma vez que depende de uma cuidadosa observação, porém 
somente será aprendida se a pessoa estiver consciente de que ela existe. 
Lembre-se que: 
• A pessoa de costas curvadas não pode ter o ego tão forte quanto aquela 
que mantém as costas eretas; por outro lado, as costas eretas são menos 
flexíveis. 
• Os ombros encolhidos significam raiva ou indignação contida; os ombros 
erguidos se associam ao medo; os ombros largos e retos denotam assumir 
responsabilidades; os ombros curvados têm a conotação de levar um fardo 
pesado. 
Os movimentos de cabeça, pálpebras e mãos não representam diferentes 
posturas, mas são denominados pontos. Uma seqüência de vários pontos é 
qualificada como uma posição, que envolve pelo menos a metade do corpo e 
pode durar cerca de cinco minutos. 
Tenha presente que: 
• Quando se conversa, existem certos movimentos da cabeça que indicam o 
término de uma frase e que se está esperando a resposta do interlocutor. 
• Ao falar, o homem e a mulher normais olham à direita e à esquerda, acima 
e abaixo, piscam; erguem as sobrancelhas; mordem os lábios; tocam o 
nariz. Cada movimento está ligado ao que dizem. Assim como abaixar a 
cabeça indica o fim de uma afirmação ou levantar a cabeça, o fim de uma 
pergunta, as modificações maiores da postura indicam pontos finais nas 
interpretações. 
A postura não é só um meio de pontuar a conversação; é também a maneira 
como as pessoas se relacionam entre si quando estão reunidas. É possível 
distinguir três tipos de posturas: 
• inclusivo-não inclusivo 
• de orientação frente a frente ou paralela 
• de congruência-incongruência. 
Inclusivo-não inclusivo 
A inclusividade ou a não-inclusividade descreve a maneira como os membros de 
um grupo incluem ou não as pessoas. E isso fazem colocando seus corpos, 
braços ou pernas em determinadas posições. Os braços e as pernas dos 
integrantes do grupo são empregados inconscientemente para proteger o grupo 
da intrusão. 
De orientação frente a frente ou paralela 
A segunda categoria supõe que duas pessoas podem se relacionar do ponto de 
vista da postura, enfrentando-se, sentando-se uma ao lado da outra ou, talvez, 
voltados para uma terceira pessoa. A disposição frente a frente é habitual nas 
relações professor-aluno e médico-paciente nas quais se transmitem emoções ou 
informação. As disposições paralelas se dão, por exemplo, entre dois ou mais 
alunos que estão prestando atenção na exposição de um professor. Os arranjos 
de disposição paralelos, quando adotados livremente, indicam que provavelmente 
essas pessoas estão em uma situação neutra, pelo menos nesse momento. 
A maneira como um casal se coloca numa reunião social também diz muito de sua 
relação. 
De congruência-incongruência 
Esta categoria se refere à capacidade dos membros de um grupo de imitarem uns 
aos outros. Quando um grupo se encontra em congruência, as posições de seus 
corpos são copiadas entre si, em certos casos como imagens em um espelho. 
É interessante observar que quando um membro de um grupo congruente muda 
de posição, todos o fazem com ele. Em geral, a congruência de posição de um 
grupo indica que todos os membros se encontram de acordo. Se o grupo tem dois 
pontos de vista, os defensores de cada opinião adotarão posições distintas; cada 
subgrupo será congruente entre si, porém não congruente com o outro. O líder em 
qualquer reunião social ou familiar escolhe muitas vezes a posição do grupo e 
todos o seguem invariavelmente. 
As partes do corpo e a linguagem corporal 
As diferentes partes do corpo comunicam permanentemente o estado de ânimo, a 
personalidade e a atitude das pessoas. Por exemplo, a pessoa dominante planta 
solidamente os pés no chão, adota uma postura firme e às vezes usa táticas 
impositivas, o que expressa o controle e a responsabilidade sobre seus assuntos. 
Por outro lado, o uso de movimentos corporais excessivos sem significação real 
está associado a personalidades imaturas. 
A seguir, apresentamos uma breve revisão do que expressam diferentes partes do 
corpo, como as mãos ou o rosto e aspectos associados, tais como o vestuário e o 
tempo. 
As mãos 
As mãos desempenham um papel muito importante nas comunicações. Seu 
movimento está estritamente associado às emoções. Quando uma pessoa deseja 
enfatizar ou dar intensidade às suas palavras, os movimentos de suas mãos são 
mais amplos e deliberados. 
Tenha presente que: 
• Nos países latinos, toda declaração vai acompanhada de amplos movimentos 
dos braços e das mãos, ao contrário dos países saxões, onde as pessoas fazem 
movimentos mais limitados. 
• Se observarmos um rapaz que espera sua namorada, percebemos se está 
ansioso, angustiado, temeroso ou seguro pela maneira como se move, cruza ou 
aproxima as mãos de seu corpo. Seus movimentos podem até deixar transparecer 
o queespera desse encontro. 
Os movimentos das mãos também são mais freqüentes quando uma pessoa tem 
dificuldade de expressar verbalmente suas idéias ou quando lhe é trabalhoso 
fazer-se compreender. Por isso, quanto maior for sua necessidade de se fazer 
entender, maior intensidade dará à expressão das mãos e gesticulará mais 
amplamente. 
Pode-se insinuar o interesse ou a preocupação com um assunto tocando o 
antebraço da outra pessoa. Além disso, por meio de um aperto de mãos em uma 
determinada situação, é possível revelar e captar os mais diversos sentimentos de 
força ou fraqueza, atitudes de superioridade ou inferioridade, entusiasmo ou frieza, 
interesse ou desinteresse, segurança ou insegurança, temor ou ansiedade. 
Lembre-se que: 
• Ao expressar pêsames, é freqüente fazê-lo com um caloroso aperto de 
mãos e um abraço suave. Desta maneira transmite-se o pesar de um modo 
mais natural e eficaz do que com palavras. 
• A saudação que se segue ao contato visual é uma demonstração de 
domínio. Quando se estende a mão com firmeza e intensidade, a pessoa 
expressa que possui a força e a amabilidade suficientes para manter o 
controle da situação. Ao contrário, quando se estabelece um contato fraco, 
sugere-se uma personalidade que procura manter distância, reservar seu 
espaço social e que está encerrada em si mesma. 
Os olhos 
De todas as partes do corpo humano usadas para transmitir informação, os olhos 
são a mais importante para refletir os matizes mais sutis. O primeiro contato que 
geralmente fazemos com as pessoas é através dos olhos; muitas vezes basta um 
olhar para iniciar uma relação ou terminá-la, escolher ou rejeitar algo ou alguém. 
Os músculos dos olhos são maravilhosamente sutis, razão pela qual cada olhar é 
minuciosamente distinto do outro; informa-nos sobre o que acontece dentro da 
pessoa que olha. Além disso, a intenção de se comunicar por meio do olhar é 
mais reveladora quando se faz inconscientemente. 
Existem diferentes formas de se trocar olhares, que variam de acordo com o lugar 
onde ocorre o encontro. Às vezes empregamos a técnica de olhar-e-desviar-o-
olhar quando encontramos pessoas famosas. Queremos assegurar-lhes que 
respeitamos sua intimidade. O mesmo ocorre com as pessoas portadoras de 
deficiência ou inválidas a quem olhamos brevemente e desviamos o olhar antes 
que possa ser considerado um olhar fixo. É a técnica que empregamos em 
qualquer circunstância à qual não estamos acostumados, na qual um olhar fixo 
tornar-se-ia incômodo. 
Existe uma medida sutil do tempo empregado ao falar, escutar, olhar e desviar o 
olhar. A maior parte das pessoas desvia o olhar imediatamente antes ou depois de 
haver dito uma em cada quatro frases. Alguns o fazem no início ou na metade da 
frase. Ao terminar de falar, a metade das pessoas olha seu interlocutor. Desviar o 
olhar durante uma conversação pode ser um meio de ocultar algo. Devemos 
recordar que o contexto determina o significado dos olhares. 
O contato visual também pode modificar uma relação. Sentimos a importância do 
olhar quando alguém se nega a nos olhar nos olhos e não conseguimos perceber 
se lhe interessamos ou se lhe importa mais a mensagem que desejamos 
transmitir-lhe. 
Tenha presente que: 
• Se alguém nos olha e o surpreendemos olhando-nos sentimo-nos 
incômodos e temos consciência de que algo está errado. Nesse caso, 
também, sentimo-nos perturbados e incomodados. 
• O distanciamento do olhar está associado à intenção de ocultar a 
intensidade de uma emoção ou de um sentimento. 
• Às vezes, a ausência de contato visual dá a impressão de isolamento. 
• Um forte desagrado se comunica evitando-se ver — deliberadamente — os 
olhos da outra pessoa ou olhando-a de modo intenso e duro. 
O rosto 
A expressão facial evidencia diferenças importantes no significado da mensagem. 
Se desejamos enviar uma mensagem calorosa ou positiva, a apoiamos com um 
sorriso amável. Se, ao contrário, se trata de uma mensagem séria, mostramos 
uma expressão grave, solene ou circunspecta. 
Com os movimentos da face também podemos manifestar as emoções mais 
profundas ou superficiais. Se há algo que nos contraria, refletimos esse 
sentimento com uma expressão dura ou irada. A felicidade se expressa com uma 
mudança gestual e com uma mobilidade suave dos músculos faciais. A raiva se 
manifesta com os músculos tensos e rígidos. 
Este aspecto da linguagem corporal é muito importante uma vez que, com o rosto, 
revelamos pensamentos, sentimentos, emoções, atitudes para com pessoas, 
idéias ou fatos. Além disso, muitas pessoas nos interpretam ou nos julgam em 
decorrência dessas expressões. 
O rosto apresenta uma tremenda variedade de expressões. Se nos abstrairmos 
um pouco e considerarmos a cabeça, além do rosto, origina-se outra série de 
movimentos. Abaixamos, giramos a cabeça ou a fazemos saltar; todos esses 
movimentos são significativos. No entanto, têm significados distintos quando se 
encontram combinados com diferentes expressões faciais e em diversas situações 
culturais. Saber que as pessoas levantam as sobrancelhas ou abaixam as 
pálpebras para expressar uma emoção é um fato da observação prática. 
As pernas 
Para atribuir um significado ao modo de cruzar as pernas e os braços, primeiro é 
preciso levar em conta a condição fisiológica do corpo. Há uma forte tendência de 
se atribuir uma série de significados ao sentido em que cruzamos os braços. 
Ao que parece, foi possível estabelecer que cruzar os braços é, às vezes, um 
gesto defensivo, um sinal de que não se aceita o ponto de vista de outra pessoa, 
de insegurança ou de desejo de se defender. Estas e outras interpretações são 
válidas, porém quando chegamos ao sentido do cruzar dos braços, esquerda 
sobre direita ou vice-versa, o terreno é menos certo. 
O significado de cruzar os braços também tem sua peculiaridade, uma vez que o 
modo de fazê-lo é um traço genético, inato, bem como o é usar a mão direita ou 
esquerda para escrever. 
Os preconceitos 
No trato social cotidiano manifesta-se a seletividade perceptiva em um grande 
número de atitudes. Uma das situações características é a percepção dos 
aspectos negativos das pessoas por quem sentimos aversão, enquanto que 
percebemos os aspectos favoráveis das pessoas que despertam nossa simpatia. 
Essa atitude de percepção também se manifesta claramente nos preconceitos. As 
pessoas que pré-julgam determinados grupos sociais só observam aquelas 
manifestações que concordam com sua visão distorcida e eliminam tudo aquilo 
que vai contra tal percepção. 
A linguagem corporal tem uma grande importância nessa percepção seletiva, uma 
vez que todos os atos que uma pessoa faz diante de nossos olhos serão 
modificados pela opinião que tenhamos formado sobre ela, mesmo sem a 
conhecer. 
Os objetos e o vestuário 
Os objetos que uma pessoa usa ou que a rodeiam dizem muito sobre ela. A 
escolha da roupa e dos acessórios informa sobre as preferências, o modo de ser, 
as atividades e o status de quem os porta. Além disso, a interpretação dessa 
seleção também revela aspectos da personalidade de quem a percebe. 
A maneira como manipulamos objetos ao nos comunicarmos se converte em 
mensagens corporais, como brincar com uma lapiseira, o cabo do telefone, o 
saleiro, um anel, etc. Por meio desse jogo pode-se manifestar nervosismo, 
desagrado, falta de interesse, ansiedade ou outras emoções. 
Daí a necessidade de se administrar a imagem conforme a personalidade de cada 
um e a conveniência de que as mensagens enviadas a pessoas ou a grupo de 
pessoas sejam positivas para que a resposta que se obtém delas seja igualmente 
eficaz. 
O tempo 
O tempo é outro elemento com o qual as pessoas se comunicam sem palavras. O 
emprego do tempo revela interesses, hábitos e motivações, e diz muito sobre o 
domínio da pessoa diante de determinadas situações.Se alguém sempre chega cedo ao trabalho, manifesta interesse, responsabilidade 
e companheirismo; se é do tipo de pessoa que rotineiramente chega tarde, revela 
irresponsabilidade, maus hábitos, falta de respeito aos companheiros, pouco 
desejo de superação pessoal ou super-valorização pessoal. 
Se no trabalho é adequado o tempo que a pessoa dedica para explicar um trâmite 
ou procedimento, para dar explicações a um colega ou novas instruções a um 
subordinado, isso manifesta a maneira de ser, a boa relação e a atitude que 
pretende essa pessoa. Por outro lado, fazer as coisas com pressa e querer 
terminar o quanto antes, revela pouco interesse e um certo egoísmo. Por isso, o 
emprego desinteressado do tempo é sempre admirado por todos. 
Diversos gestos e sua possível interpretação [1] 
Gesto Interpretação 
Mulheres 
Brincar com o cabelo Paquera 
Brincar com um colar ou corrente Paquera 
Brincar com o brinco ou tocar o lóbulo auricular Paquera 
Balançar o quadril e o tórax Paquera 
Pôr a mão no quadril Paquera 
Cruzar as pernas Defesa 
Colocar o tornozelo no joelho oposto Independência 
Homens 
Arrumar a gravata Paquera 
Subir as meias Paquera 
Tocar o lóbulo Paquera 
Arrumar o cinto Demonstração clara de virilidade 
Ambos 
Brincar com o botão (da camisa ou da blusa) Paquera 
Sustentar o olhar Interesse ou curiosidade insistente 
Mostrar as palmas das mãos Solicitar confiança 
Tampar a boca ao falar Insegurança no que se está dizendo; mentira 
Mãos na cintura Provocação ou desafio 
Olhos para cima e à direita Imaginação 
Olhos para baixo e à esquerda Buscar recordações 
Evasão/ desvio do olhar ao falar Não querer demonstrar sentimentos ou estar 
mentindo 
 
1 É importante esclarecer que cada gesto sempre deve ser interpretado no contexto particular em que se 
encontra a pessoa. Pode acontecer que o significado seja diferente do mencionado aqui. Todos os sinais 
corporais devem ser somados para se obter um total correto, de modo que se possa interpretar a linguagem 
corporal integralmente 
Diversos gestos e sua possível interpretação [1] 
Gesto Interpretação 
Aperto forte de mãos Querer mostrar domínio 
Aperto fraco de mãos Insegurança ou medo 
Rigidez no corpo Rigidez na personalidade ou dificuldade em 
mostrar emoções 
Ombros inclinados para frente Peso emocional 
Inclinar a cabeça ao escutar Atenção 
Braços em barreira: 
Diante do corpo 
Nas costas 
 
Calma ou reserva 
Medo ou insegurança 
Balançar-se diante de um grupo Ansiedade ou insegurança 
Sobrancelhas erguidas Arrogância ou incredulidade 
Gestos amplos com os braços Segurança em si mesmo ou generosidade 
Lábios: 
Fechados em tensão 
Apertados 
Sendo mordidos 
 
Postura de disposição 
Decisão, agressão ou concentração 
Nervosismo, reflexão ou hesitação 
Deslocamento da cabeça para frente Agressão 
 
Recomendações 
Algumas recomendações sobre a linguagem corporal podem ser de grande 
utilidade em seus processos de comunicação. Preste atenção a elas e boa sorte! 
a. A saudação: um bom ponto de partida 
Convém ter uma atitude corporal de abertura. Uma vez que este é o primeiro sinal 
de contato, é importante estar consciente de como se encontra o corpo. Uma 
forma de abertura imediata consiste em apontar o peito para o da pessoa a quem 
se está conhecendo ou que se tem interesse em abordar (chamada atitude de 
coração a coração). 
Em segundo lugar vem o contato visual. Seja o primeiro a oferecê-lo com um olhar 
direto nos olhos (contato real). Seja também o primeiro a sorrir. Assim, ganha-se a 
atenção da pessoa. 
A saudação verbal é o passo seguinte; deve ser de acordo com a formalidade em 
que se encontra a pessoa (oi, olá, boa tarde) e também dependerá dos costumes 
locais. 
Para finalizar a primeira aproximação, é necessário apresentar-se; em seguida 
vem a sincronização com a linguagem corporal do interlocutor, que é o último 
passo para se propiciar uma conexão imediata. 
b. Evite piscar constantemente, uma vez que isso denota vacilação e 
insegurança. 
c. Em todo momento procure fazer com que seu olhar seja direto e estabeleça 
contato visual com seus interlocutores; isso revela sinceridade e decisão. 
d. Não morda os lábios nem os molhe com a língua, uma vez que esses são 
sinais de timidez, insegurança, hesitação e indecisão. 
e. Mantenha a boca sempre fechada e ambos lábios unidos enquanto escuta seu 
interlocutor. Isso demonstra calma e segurança em si mesmo. A boca aberta e 
a mandíbula caída sugerem nervosismo, pressa, assombro e surpresa. 
f. Mantenha sempre uma posição apropriada e evite os movimentos constantes e 
abruptos; estes denotam intranqüilidade, nervosismo, temor e falta de controle. 
g. Mantenha-se atento, porém impassível, enquanto os outros lhe falam. Evite 
fazer movimentos com seu corpo diante de uma frase que lhe provoque 
surpresa ou com a qual não esteja de acordo. Faça saber sua opinião no 
momento oportuno, não antes. 
h. Controle o movimento de suas mãos e mantenha-as visíveis. 
i. Sua voz deve ter um tom moderado, sem hesitações. Uma voz vacilante 
transmite insegurança e timidez. Geralmente revela que a pessoa não domina 
o assunto de que está falando ou que seus conceitos não são firmes nem 
definidos. Se você abaixa o tom de sua voz premeditadamente para obrigar o 
público a prestar atenção, está manipulando e demonstrando superioridade. 
j. Ao falar, mantenha sempre o controle de si mesmo, ainda que se veja 
envolvido em uma discussão intensa. 
k. Se deseja ganhar a confiança dos ouvintes que tem diante de si, não permita 
que um objeto se interponha entre vocês, por exemplo, uma escrivaninha. 
l. Procure integrar-se a seus ouvintes e adequar seu vestuário às características 
sociais e econômicas dos que te cercam (por exemplo, se vai a uma 
comunidade pobre, não deve se apresentar com roupa formal). 
m. Informe-se sobre as características culturais da comunidade onde vai se 
apresentar para evitar situações incômodas (por exemplo, se é um homem, 
deve conhecer o tratamento adequado para com as mulheres casadas). 
n. Procure não cruzar os braços na frente do corpo, uma vez que é uma atitude 
de franca defesa ou rejeição. 
o. Não cubra sua boca com as mãos enquanto fala; isso denota que não se está 
dizendo a verdade ou que há insegurança de sua parte. 
p. Procure ter uma postura descontraída. 
 
Referências bibliográficas 
(1) Davis F. La comunicación no verbal. Madrid: Alianza Editorial. 1987. 
(2) Fast J. El lenguaje del cuerpo. Barcelona: Kairós. 1994. 
(3) Kristus M. El lenguaje secreto de su cuerpo ¿Qué revela? Panamá: 
América. 1990. 
(4) Swanson RM. Los mensajes secretos del cuerpo. México, DF: Leo. 1994. 
(5) Brulard M. Gestos para seducir. El lenguaje del cuerpo para la seducción y 
el amor. Madrid: EDAF. 1996. 
(6) Rebel. G. El lenguaje corporal. Madrid: EDAF. 1995. 
(7) Boothman, N. How to make people like you in 90 seconds or less. New 
York: Workman Publishing. 2000.

Continue navegando