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12200985 lei de responsabilidade fiscal

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PREPARAÇÃO
IMPARÁVEL
rumo ao mpu
NOÇÕES DE AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO
LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
MANUEL PIÑON
Atualmente, exerce o cargo de Auditor-Fiscal da 
Receita Federal do Brasil e é Professor, voltado 
para a área de concursos públicos.
Foi aprovado nos seguintes concursos públicos:
1 – Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil – 
AFRFB 2009/2010;
2 – Analista de Finanças e Controle – AFC (hoje, 
Auditor Federal de Finanças e Controle) da Con-
troladoria-Geral da União – CGU (hoje, Ministé-
rio da Transparência) em 2008; e
3 – Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional – AFTN 
(Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil) 
em 1998.
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Lei de Responsabilidade Fiscal
Prof. Manuel Piñon
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SUMÁRIO
1. Introdução ao Estudo da LRF ....................................................................6
2. Princípios .............................................................................................13
3. Principais Pontos da LRF ........................................................................16
3.1 Equilíbrio das Contas Públicas ...............................................................16
3.2 Efeitos no Planejamento e no Processo Orçamentário ...............................17
3.3 Anexo de Metas Fiscais da LDO .............................................................20
3.4 Anexo de Riscos Fiscais da LDO.............................................................24
3.5 Lei Orçamentária Anual (LOA) ...............................................................26
3.6 Resultado Nominal e Resultado Primário .................................................27
3.7 Execução Orçamentária e Cumprimento de Metas ....................................30
3.8 Receita Pública e Receita Corrente Líquida (RCL) .....................................32
3.9 Renúncia de Receita ............................................................................35
3.10 Geração da Despesa ..........................................................................36
3.11 Despesa Obrigatória de Caráter Continuado ..........................................39
3.12 A Regra de Ouro ...............................................................................43
3.13 Transparência na Gestão Fiscal ............................................................46
3.14 Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO)...........................49
3.15 Relatório de Gestão Fiscal (RGF) ..........................................................51
3.16 Escrituração, Consolidação e Prestação de Contas ..................................53
3.17 Limites de Despesa com Pessoal e Seguridade Social .............................56
3.18 Destinação de Recursos para Setor Privado ...........................................70
3.19 Limites: Dívida, Operações de Crédito, Garantias ...................................72
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Resumo ...................................................................................................92
Questões Comentadas em Aula ................................................................ 102
Questões de Concurso ............................................................................. 111
Gabarito ................................................................................................ 118
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Olá, amigo(a) concurseiro(a)!
O nosso objetivo nesta aula é conhecer os principais pontos da LRF que poderão 
ser cobrados em sua prova.
Abaixo, para descontrair, uma brincadeira comparando indiretamente o grau de 
responsabilidade fiscal de uma prefeitura qualquer antes da LRF com a responsabi-
lidade de um adolescente qualquer com o dinheiro.
Prof. Manuel Piñon
E-mail: manuelpinon@hotmail.com
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1. Introdução ao Estudo da LRF
Vamos começar esta aula com uma perguntinha básica que você deve estar 
“doido(a)” para me fazer:
Professor, finalmente, o que é a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)?
Antes de mais nada, guarde que a LRF é a Lei Complementar de n. 101, que foi 
aprovada em 2000.
A LRF pode ser entendida como sendo um “Código de Boas Condutas 
Fiscais”, buscando estabelecer um novo paradigma para as finanças públicas de 
nosso país. Baseia-se nos princípios da administração pública e tem como 
objetivo a diminuição da dívida pública, a estabilização dos preços, o de-
senvolvimento sustentável, dentre outros, de modo que o orçamento pú-
blico seja, efetivamente, mecanismo de limitação de gastos, de organiza-
ção estatal e de representação dos anseios sociais.
De acordo com a doutrina, o seu objetivo foi a instrumentalização dos princípios 
norteadores da administração pública: legalidade, publicidade, moralidade, impes-
soalidade e eficiência, a partir de um eixo de quatro premissas básicas: planeja-
mento, transparência, controle e responsabilização.
Ainda de acordo com a doutrina, a LRF traz uma mudança de cultura no trato 
da coisa pública, mais especificamente, do dinheiro púbico. Estabelece normas 
orientadoras das finanças públicas no país e rígidas punições aos adminis-
tradores que não mantiverem o equilíbrio de suas contas.
É importante destacar que a LRF sofreu grande influência de ordenamentos 
jurídicos internacionais, contando com o que havia de mais sofisticado até então 
acerca de finanças públicas, especialmente da experiência da Nova Zelândia. 
Veja a tabela-resumo abaixo:
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Experiências
Internacionais
Principais Características
Fundo Monetário 
Internacional 
– Fiscal Transparency
• transparência dos atos que envolvam atividades fiscais 
passadas, presentes e programadas ou futuras;
• reforça o planejamento;
• informações orçamentárias apresentadas periodicamente, 
aumentando a publicidade e a prestação de contas.
Comunidade 
Econômica Europeia 
– Tratado de Maastricht
• critério para verificação da sustentabilidade financeira dos 
estados-membros;
• comprometimento dos membros com metas fiscais e com 
deficits fiscais excessivos;• metas orçamentárias e para o endividamento, monitoradas 
por uma comissão.
Nova Zelândia – Fiscal 
Responsability Act
• o Executivo tem liberdade para orçar e gastar, porém exi-
ge-se forte transparência sobre esses itens;
• redução das dívidas públicas a níveis prudentes;
• alcançar e manter níveis de patrimônio líquido para enfren-
tar possíveis riscos fiscais;
• gerenciamento dos riscos fiscais existentes.
EUA – Budget 
Enforcement Act
• aplicado apenas ao Governo Federal;
• Congresso fixa metas de superavit e os mecanismos de 
controle seguem as regras do Budget Enforcement Act;
• Sequestration: limitação de empenho para garantir limites 
e metas orçamentárias;
• compensação orçamentária: atos que levem ao aumento 
das despesas devem ser compensados com redução de 
outras despesas ou aumento de receitas.
Nota: Fonte: adaptado de Nascimento de Debus (2002, pp. 6-7); Toledo e Rossi 
(2005, pp. 9-14) e Nascimento (2006, pp. 176-177).
A LRF regulamenta parte do art. 163 e todo o contexto do art. 169 da Consti-
tuição Federal, no capítulo relativo às finanças públicas e ainda estabelece normas 
específicas de Contabilidade Pública, conforme previsão em seus artigos 50 e 51.
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1. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Julgue o item subsequente, relativo às finanças 
do setor público.
A aplicação da Lei de Responsabilidade Fiscal colabora com a organização da gestão 
das finanças públicas do setor público brasileiro.
Certo.
É isso mesmo! Vamos ver o início da LRF com grifos nossos:
Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas voltadas 
para a responsabilidade na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da 
Constituição.
§ 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, 
em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das 
contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas 
e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de re-
ceita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas 
consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de 
receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.
Em outras palavras, a LRF regulamenta, especificamente, as regras previstas nos 
artigos 163/169 da CF/1988, estabelecendo normas de finanças públicas vol-
tadas para a responsabilidade na gestão fiscal bem como disciplina outras 
providências.
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Sugiro que, se possível, após o estudo dessa aula, você dê uma lida na LRF1. A 
leitura da “lei seca”, da “letra da lei” é muito cobrada, especialmente no 
caso da LRF, em provas de concurso.
A ideia aqui é comentar os pontos mais importantes da LRF, especialmente os as-
pectos mais cobrados, reproduzindo trechos dessa norma nas resoluções de questões.
Para acertar muitas questões, como veremos, basta saber a sua literalidade, 
sendo indicada a sua revisão nas vésperas da prova.
Bom, tenha logo em mente que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) esta-
belece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na 
gestão fiscal, mediante ações que previnam riscos e corrijam os desvios 
1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp101.htm
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capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, destacando-se o plane-
jamento, o controle, a transparência e a responsabilização, como premis-
sas básicas.
Embora a LRF estabeleça normas de finanças públicas voltadas para a responsabili-
dade na gestão fiscal, seu objetivo não é revogar nem preencher as lacunas da Lei 
n. 4.320/1964, ou seja, a Lei n. 4.320/1964 continua valendo para o ciclo orçamen-
tário, sendo que a LRF aborda apenas alguns aspectos, como quando acrescenta 
funções à LOA e, especialmente, à LDO. Guarde, portanto, que a LRF não cumpre 
a função da vindoura Lei Complementar que disciplinará todo o § 9º do artigo 165 
da CF/1988 e revogará a Lei n. 4.320/1964.
Em verdade, em termos de abrangência, a LRF estabelece normas de finan-
ças públicas, a serem observadas pelos três poderes nas três esferas de 
governo: federal, estadual, distrital e municipal, voltadas para a responsa-
bilidade na gestão fiscal.
No que diz respeito à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, 
estão compreendidos o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os 
Tribunais de Contas, o Poder Judiciário e o Ministério Público; bem como as res-
pectivas Administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e empresas es-
tatais dependentes. Ainda, a Estados entende-se considerado o Distrito Federal; 
e a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas da União, Tribunal de 
Contas do Estado e, quando houver, Tribunal de Contas dos Municípios e Tribunal 
de Contas do Município.
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Repare que a empresa estatal não dependente (ou independente) não faz 
parte do campo de aplicação da LRF, já que é autossustentável, não sofrendo as res-
trições da LRF para concorrer com a iniciativa privada em igualdade de condições.
Nesse contexto, destaca-se que uma empresa controlada é uma sociedade 
cuja maioria do capital social com direito a voto pertence, direta ou indiretamente, a 
ente da Federação e que uma empresa estatal dependente é uma empresa con-
trolada, mas que recebe do ente controlador recursos financeiros para pagamento 
de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no 
último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária.
É importante destacar ainda que responsabilidade na gestão fiscal, por sua 
vez, pressupõe:
•	 ação planejada e transparente;
•	 prevenção de riscos e correção de desvios capazes de afetar o equilíbrio das 
contas públicas;
•	 garantia de equilíbrio nas contas, via cumprimento de metas de resultados 
entre receitas e despesas, com limites e condições para a renúncia de receita 
e a geração de despesas com pessoal, seguridade, dívida, operações de cré-
dito, concessão de garantia e inscrição em restos a pagar.
No que diz respeito ao seu amparo constitucional, a Lei de Responsabilidade 
Fiscal visa a regulamentar a Constituição Federal, no Título “Da Tributação e do 
Orçamento”, cujo Capítulo II estabelece as normasgerais de finanças públicas a 
serem observadas pelos três níveis de governo. Em particular, a LRF vem atender à 
prescrição do artigo 163 da CF de 1988, cuja redação é a seguinte:
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Lei complementar disporá sobre:
I – finanças públicas;
II – dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais en-
tidades controladas pelo poder público;
III – concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV – emissão e resgate de títulos da dívida pública;
V – fiscalização das instituições financeiras;
VI – operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios;
VII – compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguar-
dadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvi-
mento regional.
Além disso, a LRF atende ao artigo 169 da Carta Magna, que determina o es-
tabelecimento de limites para as despesas com pessoal ativo e inativo da União a 
partir de lei complementar.
Um outro dispositivo atendido pela LRF consiste na prescrição do artigo 165, § 
9º, II, da Constituição. De acordo com esse dispositivo, “...cabe à lei complementar 
estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e 
indireta, bem como condições para a instituição e funcionamento de Fundos”.
A Lei de Responsabilidade Fiscal, em seu artigo 19, também se entrelaça com o 
artigo 169 da CF/1988. Confira com grifos nossos:
LRF: “Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a 
despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Fede-
ração, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir 
discriminados (...)”.
CF/1988: “Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Esta-
dos, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabe-
lecidos em lei complementar”.
Finalmente, a partir do seu artigo 68, a LRF vem atender à prescrição do artigo 
250 da Constituição de 1988, assegurando “recursos para o pagamento dos bene-
fícios concedidos pelo regime geral de previdência social, em adição aos recursos 
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de sua arrecadação, a União poderá constituir fundo integrado por bens, direitos e 
ativos de qualquer natureza, mediante lei, que disporá sobre a natureza e adminis-
tração desse fundo”.
2. Princípios
Já sabemos que são quatro as vigas mestras que sustem a LRF em seu audacio-
so projeto de moralizar a gestão pública brasileira:
1) planejamento;
2) transparência;
3) controle; e
4) responsabilização.
O planejamento serve para determinar os objetivos a alcançar e as ações a se-
rem realizadas, compatibilizando-as com os meios disponíveis para a sua execução.
Tenha em mente que o planejamento em questão diz respeito às metas, limi-
tes e condições para renúncia e arrecadação de receitas e geração de des-
pesas, refletidas nas peças orçamentárias, ou seja, no Plano Plurianual (PPA), 
na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e na Lei Orçamentária Anual (LOA).
Nessa pegada, podemos dizer que, em verdade, o planejamento é a base do 
processo de gestão fiscal, já que é por meio dele que se programará a execução do 
orçamento, adequando as ações governamentais ao que fora planejado.
Já a transparência exige que todos os atos de entidades públicas sejam pra-
ticados com publicidade e com ampla prestação de contas em diversos meios e, 
para isso, implica na divulgação irrestrita dos projetos e dos resultados da admi-
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nistração pública. Dessa forma, cria peças e procedimentos, como o anexo de 
metas fiscais, o anexo de riscos fiscais, o relatório resumido da execução 
orçamentária e o relatório de gestão fiscal, como foco também no uso da 
internet para essa divulgação.
No âmbito da transparência, a LRF prevê ainda a participação popular no 
orçamento público, indo além da simples divulgação de dado, buscando dar con-
dições e subsídios à população, por meio de informações claras e objetivas, para 
que a sociedade acompanhe e fiscalize a atividade dos gestores públicos.
Por seu turno, o pilar do controle diz respeito a um efetivo acompanhamento 
da arrecadação e dos gastos públicos, de modo a possibilitar a efetiva correção 
nas condutas gerenciais equivocadas dos administradores, gerenciando o risco por 
meio de ações fiscalizadoras e de imposição de prazos na gestão de políticas e de 
procedimentos, que podem ser de natureza legal, técnica ou de gestão.
É importante destacar que a LRF, no âmbito do controle, estabelece diversos 
mecanismos de correção de desvios, definindo prazos, formas de adequa-
ção e, por último, sanções institucionais, em caso de descumprimento.
Em verdade, a LRF nos traz um Sistema de Controle Institucional múltiplo que 
permite que todos os poderes estejam sujeitos igualmente ao cumprimento de re-
gras e a serem fiscalizados nesse sentido.
Finalmente, no que diz respeito à responsabilização, que é a obrigação de 
prestar contas e responder por suas ações, a LRF imputa sanções administrati-
vas ao agente e ao ente federado, que violar a norma, tais como o impedimento 
de receber transferências voluntárias, a proibição de contratar operações de crédito 
e prestação de garantias.
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Vale destacar que as sanções para condutas como as que citamos estão previs-
tas na Lei n. 10.028/2000, na Lei de Improbidade n. 8.429/1992, dentre outras.
Os princípios específicos da LRF mais relevantes, que devem ser utiliza-
dos na sua interpretação, são:
•	 planejamento ou ação planejada;
•	 transparência na gestão fiscal ou das contas públicas – ação transparente;
•	 equilíbrio das contas públicas (a seguir comentado);
•	 responsabilidade na gestão fiscal ou dos recursos públicos;
•	 cumprimento de metas de resultado;
•	 obediência a limites e condições para realização de operações de crédito, in-
clusive por antecipação de receita orçamentária;
•	 obediência a limites para a dívida consolidada, inclusive para a dívida mobi-
liária;
•	 obediência a limites para despesas com pessoal;
•	 cumprimento de condições para geração de despesas de pessoal;
•	 cumprimento de condições para geração de despesas da seguridade social 
(saúde, previdência e assistênciasocial);
•	 cumprimento de condições para geração de despesas obrigatórias de caráter 
continuado;
•	 cumprimento de condições para renúncia de receita.
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3. Principais Pontos da LRF
A ideia agora é apresentar os principais aspectos da LRF de modo a facilitar o 
seu entendimento quando você for fazer a leitura da lei.
Vamos, sempre que possível, colocando questões sobre os temas e, em cada 
resolução, reproduzindo os trechos da LRF para que você veja a sua aplicação em 
prova e como a banca examinadora do seu concurso gostar de cobrar.
3.1 Equilíbrio das Contas Públicas
Segundo o princípio do equilíbrio orçamentário (lembra dele?), o orçamen-
to sempre estará equilibrado, uma vez que se trata de uma demonstração contábil.
Diferentemente do equilíbrio orçamentário preconizado pelo princípio do equilíbrio, 
a Lei de Responsabilidade Fiscal traz uma nova noção de equilíbrio para as contas 
públicas: o equilíbrio das chamadas “contas primárias”, traduzida no Resultado Pri-
mário equilibrado.
Significa, em outras palavras, que o equilíbrio a ser buscado é o equilíbrio au-
tossustentável, ou seja, aquele que prescinde de operações de crédito e, portan-
to, que não resulta em aumento da dívida pública.
Esta é a verdadeira tradução do slogan “gastar apenas o que se arrecada” ou, 
“pay as you go”, como adotado no orçamento americano.
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Uma leitura equivocada e apressada da LRF poderia dar margem a você pensar 
que, a partir da publicação da LRF, nenhum ente público poderia contratar opera-
ções de crédito, o que não é verdade.
A partir da análise do Capítulo VII da LRF, que trata da dívida e do endivida-
mento público, sabemos que, nos termos da Resolução n. 40 e da Resolução n. 43, 
aprovadas pelo Senado Federal, foram definidos limites para a dívida pública de 
todos os entes nacionais.
3.2 Efeitos no Planejamento e no Processo Orçamentário
PPA - Define as políticas 
públicas consubstancia-
das nos programas, com 
metas e indicadores, pelo 
período de 4 anos.
LDO – Estabelece as 
metas e prioridades da 
administração pública, 
para cada ano e orienta e 
elaboração do Orçamento.
LOA – Disciplina todos 
os programas e ações 
no exercício, provendo 
recursos para a execução 
das ações necessárias ao 
alcance das metas.
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No quadro acima, podemos ver a base legal do processo orçamentário brasileiro 
com destaque para a LRF e para a Lei n. 4.320/1964.
Em relação ao PPA, que deve ser ressaltado pela atuação da LRF, é a confirmação 
da condição do PPA como documento de mais alta hierarquia no sistema de 
planejamento de qualquer ente público, razão pela qual todos os demais planos e 
programas devem subordinar-se às diretrizes, objetivos e metas nele estabelecidos.
2. (CESPE/DPU/CONTADOR/2016) Com relação às disposições constantes na LRF a 
respeito da lei orçamentária anual (LOA), à lei de diretrizes orçamentárias (LDO) e 
ao plano plurianual (PPA), julgue o item subsecutivo.
O PPA deve dispor sobre a forma de utilização e do montante da reserva de 
contingência.
Errado.
Vamos ver o que o artigo 5º da LRF dispõe:
Art. 5º O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano 
plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar:
(...)
III – conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com 
base na receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, 
destinada ao:
a) (VETADO)
b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.
Repare que, apesar de a reserva de contingência estar contida na LOA, o seu mon-
tante e a sua maneira de ser usada estão dispostos na LDO, já que a aprovação da 
LDO é anterior à da LOA.
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Amigo(a), neste ponto, chamo a sua atenção para o fato de que a LRF procura 
aperfeiçoar a sistemática traçada pela norma constitucional, atribuindo novas e 
importantes funções ao orçamento e à LDO.
Nos termos da Lei de Responsabilidade Fiscal, a LDO recebe novas e im-
portantes funções, dentre elas:
•	 dispor sobre o equilíbrio entre receitas e despesas;
•	 estabelecer critérios e formas de limitação de empenho, na ocorrência de 
arrecadação da receita inferior ao esperado, de modo a comprometer as me-
tas de resultado primário e nominal previstas para o exercício;
•	 dispor sobre o controle de custos e avaliação dos resultados dos progra-
mas financiados pelo orçamento;
•	 disciplinar as transferências de recursos a entidades públicas e privadas;
•	 quantificar o resultado primário a ser obtido com vistas à redução do mon-
tante da dívida e das despesas com juros;
• estabelecer limitações à expansão de despesas obrigatórias de caráter 
continuado.
Nesse contexto, é importante destacar que a LRF criou três anexos que deverão 
integrar a LDO: anexo de metas fiscais, anexo de riscos fiscais e anexo dos objetivos 
das políticas monetária, creditícia e cambial, sendo esse último apenas para a União.
Os 2 primeiros anexos são os mais cobrados em prova e serão abordados em 
tópicos específicos adiante. Já o anexo com os objetivos das políticas monetária, 
creditícia e cambial, engloba parâmetros e as projeções para seus principais agre-
gados e variáveis, e, também, as metas de inflação, para o exercício subsequente.
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3. (CESPE/TCE-SC/AUDITOR/2016) De acordo com a Lei de Responsabilidade Fis-
cal e com a Lei de Acesso à Informação, julgue o seguinte item.
Cabe à Lei de Diretrizes Orçamentárias definir limites e condições para a expansão 
das despesas obrigatórias de caráter continuado.
Errado.
É importante informar que, em sua versão original, no inciso III do artigo 4º da LRF, 
a LDO, atendendo ao disposto no § 2º do art. 165 da Constituição, a LDO definiria 
os limites e condições para expansão das despesasde caráter obrigatório e conti-
nuado, entretanto esse inciso foi vetado pelo Presidente da República:
Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da 
Constituição e:
III – (VETADO).
3.3 Anexo de Metas Fiscais da LDO
A Lei de Responsabilidade Fiscal veio fortalecer a LDO, especialmente a 
partir da exigência do Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas 
metas anuais em valores correntes e constantes para um período de três anos. De 
acordo com o artigo 4º, § 2º, da LRF, o anexo de metas fiscais deve conter:
I – avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior;
II – demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálcu-
lo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três 
exercícios anteriores, e evidenciando a consistência delas com as premissas e os obje-
tivos da política econômica nacional;
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III – evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a 
origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;
IV – avaliação da situação financeira e atuarial:
a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo 
de Amparo ao Trabalhador;
b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;
V – demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de 
expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.
Essas metas correspondem às previsões para receitas e despesas, re-
sultado nominal e resultado primário, além do montante da dívida pública 
para o exercício a que se referir à LDO e os dois seguintes.
Nota-se que o legislador imputou ao administrador público um esforço 
maior para a confecção do seu principal instrumento de planejamento.
Além das metas a serem alcançadas, o Anexo de Metas Fiscais deverá apre-
sentar uma avaliação do cumprimento das metas de exercícios anteriores.
Estes resultados pretéritos deverão influenciar na elaboração das novas metas a 
serem alcançadas, ainda segundo a lei, “evidenciando a consistência delas com as 
premissas e os objetivos da política econômica nacional”.
Entenda-se, neste caso, como objetivos atuais da política econômica nacional, o 
equilíbrio fiscal e o controle do endividamento em todos os níveis de governo.
Interessa também ao Anexo de Metas Fiscais apresentar a evolução do patri-
mônio líquido dos entes públicos, com especial cuidado quanto à destinação 
dos recursos originários das privatizações e alienações de ativos em geral.
Amigo(a), chamo a sua atenção ao fato de que as receitas de alienações de 
bens não devem ser somadas ao cálculo da Receita Corrente Líquida, por 
tratar-se de receitas de capital, e, igualmente, não serão elas computadas no 
cálculo do Resultado Primário, por constituírem receitas de caráter eventual.
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O Anexo de Metas Fiscais incluirá, ainda, a avaliação da situação dos fundos 
de caráter previdenciário, utilizados em geral na complementação de aposenta-
dorias, ou simplesmente no pagamento de pensões e serviços médicos utilizados 
pelos servidores e seus dependentes.
No passado, recursos desses fundos eram utilizados com frequência para finali-
dades diversas daquelas previstas em seus estatutos. Busca a LRF, desta forma, 
proteger os regimes próprios de previdência, assegurando a utilização dos 
seus recursos na finalidade específica e garantindo a sua viabilidade eco-
nômico-financeira.
Por último, o Anexo de Metas Fiscais deverá apresentar as estimativas dos 
efeitos de incentivos fiscais ou qualquer tipo de renúncia que importe na perda de 
receitas próprias da União, dos Estados ou dos Municípios.
A apresentação da margem de expansão das despesas de caráter conti-
nuado, definidas nos artigos 16 e 17, torna transparentes os objetivos de 
longo prazo do administrador público, além da herança que uma administração 
poderá deixar para a sucessora.
Certamente que a renúncia fiscal e as despesas de caráter continuado trarão 
impacto sobre a Receita Corrente Líquida e sobre o Resultado Primário, e o admi-
nistrador deverá observar a coerência entre as ações planejadas e os resultados 
pretendidos.
4. (CESPE/TCE-PB/AUDITOR/2018) O anexo de metas fiscais, que integra o projeto 
de LDO, deve dispor sobre
a) as normas relativas ao controle de custos.
b) a avaliação do RGPS.
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c) as exigências para transferências de recursos a entidades privadas.
d) o equilíbrio entre receitas e despesas.
e) os critérios e a forma de limitação de empenho.
Letra b.
Colega, guarde que, de acordo com o artigo 4, § 2˚, da Lei de Responsabilidade Fis-
cal (LRF), o Anexo de Metas Fiscais deve tratar da avaliação da situação financeira, 
da atuarial dos Regimes Geral de Previdência Social (RGPS) e próprio de servido-
res públicos (RPPA) e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), além de outros 
fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial, fora outros assuntos 
presentes nesse dispositivo.
5. (CESPE/STJ/ANALISTA) Julgue a assertiva:
O anexo de metas fiscais, exigido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, deverá inte-
grar o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), estabelecendo em valores 
correntes e constantes a meta para o montante da dívida pública para o exercício 
a que se referir e apara os dois seguintes.
Certo.
Sem dúvida o anexo de metas fiscais, exigido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, 
deverá integrar o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), estabelecendo 
em valores correntes e constantes as metas para o montante da dívida pública para 
o exercício a que se referir e apara os dois seguintes (art. 4º, § 1º da LRF).
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3.4 Anexo de Riscos Fiscais da LDO
O Anexo de Riscos Fiscais, outra inovação da LRF, a constar da LDO, destaca 
aqueles fatos que poderão impactar nos resultados fiscais (contas públi-
cas) estabelecidos para o exercício e informa as providências a serem toma-
das, caso ocorram.
Para exemplificar, cito as sentenças judiciais, que podem a qualquer 
momento gerar uma despesa inesperada, se não houver uma reserva para esse 
tipo de contingência. O reconhecimento de uma despesa potencial corresponderá a 
um novo elemento a seravaliado nas metas propostas no Anexo de Metas Fiscais.
Os riscos fiscais englobam os riscos orçamentários e os riscos da dívida. Os 
Riscos Fiscais Orçamentários estão relacionados à possibilidade de que as receitas 
e despesas projetadas na elaboração do projeto de lei orçamentária anual não ve-
nham a se confirmar durante o exercício financeiro, enquanto os Riscos Fiscais da 
Dívida estão diretamente relacionados às flutuações de variáveis macroeconômicas 
que impactem o endividamento público, tais como taxa básica de juros, variação 
cambial e inflação.
Para a LDO da União, a LRF determina a definição dos objetivos macroeconômi-
cos a serem alcançados, deixando clara a metodologia a ser utilizada.
Para tanto, em anexo específico (além dos demais anexos propostos), serão 
apresentados os parâmetros e as projeções referentes à arrecadação de tributos, 
aos gastos com investimentos, às transferências etc.
Além disso, a União deverá apresentar na sua LDO a previsão de inflação para 
o exercício seguinte.
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Guarde a ideia de que a LRF elegeu a LDO como instrumento mais importante para 
a obtenção do equilíbrio nas contas públicas, a partir de um conjunto de metas que, 
após aprovadas, passam a ser compromisso de governo.
6. (CESPE/DPU/CONTADOR/2016) Com relação às disposições constantes na LRF a 
respeito da lei orçamentária anual (LOA), à lei de diretrizes orçamentárias (LDO) e 
ao plano plurianual (PPA), julgue o item subsecutivo.
Passivos contingentes são despesas que envolvem certo grau de incerteza quanto 
a sua efetiva ocorrência. Nesse sentido, a LDO contém o anexo de riscos fiscais, no 
qual são avaliados os passivos contingentes e outros riscos fiscais.
Certo.
Veja o que o § 3º do artigo 5º da LRF dispõe:
§ 3º A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão ava-
liados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, 
informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem.
Bem, tendo em mente a letra da lei, bastava saber que realmente um passivo 
contingente envolve incerteza, já que, em tese, a discussão a seu respeito ainda 
não acabou.
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3.5 Lei Orçamentária Anual (LOA)
Da mesma forma que na LDO, várias alterações também foram introdu-
zidas, pela LRF, na sistemática de elaboração do orçamento anual.
Dentre as principais, destacam-se:
•	 o demonstrativo da compatibilidade da programação do orçamento 
com as metas da LDO previstas no respectivo Anexo de Metas Fiscais;
•	 a previsão da reserva de contingência, em percentual da receita corrente 
líquida, destinada ao pagamento de restos a pagar e passivos contingentes, 
além de outros imprevistos fiscais;
•	 a LOA deverá apresentar as despesas relativas à dívida pública, mo-
biliária ou contratual e respectivas receitas, sendo o refinanciamento da 
dívida (e suas receitas) demonstrado de forma separada, tanto na LOA como 
nas leis de créditos adicionais.
De acordo com o artigo 5º da LRF, a LOA demonstrará que está compatível e 
adequada ao Anexo de Metas Fiscais, tendo ainda, por acompanhamento, o de-
monstrativo de efeitos sobre as receitas e as despesas decorrentes de anistias, 
isenções, subsídios etc.
Neste caso, a LOA, sendo orientada pela LDO, deve manter os objetivos defini-
dos nesta. É o que se observa, ainda, na reserva de contingência, que a LDO deverá 
prever para o atendimento às despesas previstas no Anexo de Riscos Fiscais.
Ressalte-se ainda que a dívida pública tem um tratamento especial na 
LOA. Outro ponto relevante na execução da LOA é que os pagamentos de senten-
ças judiciais (os famosos precatórios) deverão identificar os respectivos benefi-
ciados, de forma a evidenciar a ordem cronológica da sua ocorrência (visou inibir 
aquelas absurdas furadas de fila).
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Em relação à LOA e aos orçamentos fiscal, da seguridade social e de investimentos, 
merece destaque aqui que, no caso de uma empresa estatal considerada depen-
dente, ela participará do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social. Por outro lado, 
integram o orçamento de investimentos apenas as chamadas empresas estatais 
não dependentes.
3.6 Resultado Nominal e Resultado Primário
Como vimos, o equilíbrio das contas públicas é a espinha dorsal da LRF.
Nesse sentido, já sabemos que a LRF orienta acerca do equilíbrio entre 
receitas e despesas, a limitação de empenho e movimentação financeira, a 
não geração de despesas consideradas não autorizadas, irregulares e lesi-
vas ao patrimônio público e os critérios para criação, expansão ou aperfei-
çoamento de ação governamental que acarrete aumento de despesa.
Os conceitos de resultados nominal e primário da LRF estão estabeleci-
dos em seu artigo 9º.
Resultado primário: é a diferença entre receitas e despesas primárias, delas 
excluídos os juros, receitas financeiras (aplicações), receita de privatizações, en-
cargos e o principal da dívida pública (pagos e recebidos) etc.
As receitas primárias correspondem ao total das receitas orçamentárias, de-
duzidas as operações de crédito, as provenientes de rendimentos de aplicações fi-
nanceiras e retorno de operações de crédito (juros e amortizações), o recebimento 
de recursos oriundos de empréstimos concedidos e as receitas de privatizações.
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As despesas primárias correspondem ao total das despesas orçamentárias, 
deduzidas as despesas com juros e amortização da dívida interna e externa, com 
a aquisição de títulos de capital integralizado e as despesas com concessão de em-
préstimos com retorno garantido.
Resultado nominal: é a diferença entre todas as receitas arrecadadas e 
todas as despesas empenhadas, incluindo os juros e o principal da dívida 
e ainda acrescentando as receitas financeiras.
O Demonstrativo do Resultado Nominal apresenta a apuração do resul-
tado nominal. Esse demonstrativo integra o Relatório Resumido da Execu-
ção Orçamentária e deverá ser publicado até trinta dias após o encerra-
mento de cada bimestre.
O objetivo da apuração do Resultado Nominal é medir a evolução da 
Dívida Fiscal Líquida.
Bem, em relação ao cumprimento de metas de resultado primário ou nominal, 
a LRF orienta a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todosos tributos da 
competência constitucional do ente.
Visando sempre a responsabilização do titular do poder ou órgão no que se refe-
re à gestão dos recursos e do patrimônio públicos, a regra matriz do cumprimento 
de metas de resultado encontra-se nos artigos 14 e 17 da LRF.
O artigo 14 prevê que a concessão ou a ampliação de incentivo ou benefício de 
natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de 
estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua 
vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na Lei de Diretrizes Orçamentá-
rias e ainda a demonstração, pelo proponente, de que a renúncia foi considerada na 
estimativa de receita da Lei Orçamentária e de que não afetará as metas de resul-
tados fiscais previstas no anexo próprio da Lei de Diretrizes Orçamentárias.
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Já o parágrafo 2º do artigo 17 menciona que os atos que criarem ou aumen-
tarem despesa serão acompanhados da comprovação de que a despesa criada ou 
aumentada não afetará as metas de resultados fiscais.
O cumprimento de metas de resultado pode ser alcançado por meio do moni-
toramento constante entre a arrecadação de receitas e o dispêndio de recursos. 
Assim, deve sempre ser verificado, ao final de cada bimestre, se a realização da 
receita comporta a execução das despesas fixadas. Caso contrário, o cumprimento 
das metas de resultado primário e nominal estaria comprometido.
Assim, caso seja verificado, ao final de cada bimestre, que a realização da re-
ceita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário 
ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério 
Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta 
dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os 
critérios fixados pela Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Amigo(a), chamo a sua atenção para o fato de que o cumprimento das metas 
de resultado primário e nominal é demonstrado no Anexo de Metas Fiscais.
Conforme estabelecido na LRF, os Poderes e o Ministério Público promoverão, 
por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limita-
ção de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela Lei 
de Diretrizes Orçamentárias. Pode-se observar que a essência da LRF (em termos 
de resultado) são as metas de resultado primário e nominal.
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3.7 Execução Orçamentária e Cumprimento de Metas
De acordo com o artigo 8º da LRF, até trinta dias após a publicação dos orça-
mentos, nos termos em que dispuser a LDO, o Poder Executivo estabelecerá a pro-
gramação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso.
É importante destacar que, em atendimento ao artigo 8º, parágrafo único da 
LRF, aqueles recursos legalmente vinculados à finalidade específica deverão ser 
utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em 
exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.
No que diz respeito aos precatórios, a LRF em seu artigo 10 dispõe que “a execu-
ção orçamentária e financeira identificará os beneficiários de pagamento de senten-
ças judiciais, por meio de sistema de contabilidade e administração financeira, para 
fins de observância da ordem cronológica determinada no art. 100 da Constituição.
Por sua vez, o artigo 13º da LRF determina que o Poder Executivo deverá, até 
trinta dias após a publicação do orçamento anual, efetuar o desdobramento das 
receitas em metas bimestrais de arrecadação, informando quais medidas serão 
adotadas para o combate à sonegação, na cobrança da dívida ativa e referente aos 
créditos executáveis pela via administrativa.
É relevante destacar a importância dessa medida, uma vez que tais metas bi-
mestrais de receita servirão de parâmetro para a limitação de empenho e 
movimentação financeira.
Falando em limitação de empenho e movimentação financeira, o artigo 9º, 
caput, da LRF dispõe que, se verificado, ao final de um bimestre, que a realização 
da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primá-
rio ou nominal estabelecidas no anexo de metas fiscais, os Poderes e o Ministério 
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Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos 30 dias 
subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os 
critérios fixados pela LDO.
Por seu turno, o artigo 31, § 1º, II, da LRF determina que a limitação de em-
penho também será promovida pelo ente que ultrapassar o limite para a dívida 
consolidada, para que obtenha o resultado primário necessário à recondução da 
dívida ao limite.
Seguindo essa linha de raciocínio, caso aconteça uma frustração da receita es-
timada no orçamento, deverá ser estabelecida limitação de empenho e movimen-
tação financeira, com o objetivo de obter os resultados previstos na LDO e impedir 
assumir compromissos sem respaldo financeiro.
Em função de decisão do STF em sede de ADIN, atualmente, o Poder Executivo 
não pode limitar os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público 
caso estes não promovam a limitação no prazo estabelecido no caput do 
art. 9º, ou seja, existe a limitação de empenho aos Poderes Legislativo, Judiciário e 
Ministério Público, mas ela deve ser efetuada por ato próprio e não pelo executivo.
É importante destacar que a LRF, em seu artigo 9º, § 2º, apresenta despesas 
que não podem sofrer a limitação de empenho, que é o caso das despesas que 
constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destina-
das ao pagamento do serviço da dívida, além daquelas ressalvadas pela LDO.
Ainda sobre esse tema, a LRF, em seu artigo 9º, § 1º, dispõe que, caso ocor-
ra o restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das 
dotações cujos empenhos foram limitados ocorrerá de forma proporcional às 
reduções efetivadas.
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Destaca-se ainda que, de acordo com o artigo 65 da LRF, em situações extre-
mas, como estado de defesa e/ou de sítio, decretado na forma da Constituição, ou 
na ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo Congresso Nacional, no caso 
da União, ou pelas Assembleias Legislativas, na hipótese dos Estados e Municípios, 
enquantoperdurar a situação serão dispensados o atingimento dos resultados fis-
cais e a limitação de empenho prevista no art. 9º dessa norma.
3.8 Receita Pública e Receita Corrente Líquida (RCL)
No âmbito da Receita Pública, a LRF nos diz ser requisito essencial da responsa-
bilidade na gestão fiscal, a instituição, a previsão e a efetiva arrecadação de todos 
os tributos da competência constitucional do ente.
Mas, por outro lado, fica proibida a realização de transferências voluntárias para o 
ente que não observe tal determinação no que se refere aos impostos, ou seja, a 
vedação quanto às transferências voluntárias se refere apenas aos impostos e não 
aos tributos, não alcançando, entretanto, as transferências voluntárias destinadas 
às ações nas áreas de assistência social, saúde e educação.
No que tange às previsões de receitas, a LRF em seu artigo 12 assim dispõe:
Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão 
os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento 
econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstra-
tivo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a 
que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas.
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Registra-se ainda que, de acordo com o artigo 13 da LRF, as receitas previstas 
serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de arrecadação, 
com a especificação, em separado, quando cabível, das medidas de combate à eva-
são e à sonegação, da quantidade e valores de ações ajuizadas para cobrança da 
dívida ativa, bem como da evolução do montante dos créditos tributários passíveis 
de cobrança administrativa.
A Receita Corrente Líquida (RCL) representa o total das receitas correntes, di-
minuídas de algumas receitas estabelecidas pela própria lei.
A RCL constitui parâmetro para quase todos os cálculos relacionados à 
execução orçamentária, elaboração de relatórios e adequação dos poderes e 
órgãos aos limites estabelecidos pela norma, como no cálculo do limite para as 
despesas de pessoal, dívida pública, operações de crédito e concessão de garantia.
Aí, eu sei que você está doido(a) para me perguntar:
Professor, e como se apura a receita corrente líquida?
Meu amigo(a), no caso da União, a receita corrente líquida será apurada 
somando-se as receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze an-
teriores, excluídas as duplicidades (art. 2º, § 3º, da LRF).
Em outras palavras, a RCL corresponde ao somatório das receitas tributárias, de 
contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências 
correntes e outras receitas também correntes, deduzidos:
•	 na União: os valores transferidos aos Estados e Municípios por determinação 
constitucional ou legal, e as contribuições mencionadas na alínea “a” do inciso 
I e no inciso II do art. 195 (relacionadas à seguridade social) e no art. 239 da 
CF/1988 (PIS, PASEP).
•	 nos Estados: as parcelas entregues aos Municípios por determinação cons-
titucional.
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•	 na União, nos Estados e nos Municípios: a contribuição dos servidores 
para o custeio do seu sistema de previdência e assistência social e as recei-
tas provenientes da compensação financeira citada no § 9º do art. 201 da 
CF/1988 (compensação entre os diversos sistemas previdenciários).
•	 no DF, no Amapá e em Roraima: recursos transferidos pela União decor-
rentes da competência da própria União para organizar e manter o Poder Ju-
diciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria 
Pública dos Territórios; organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o 
corpo de bombeiros militar do DF, bem como prestar assistência financeira ao 
DF para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; e, ainda, 
despesas da União com servidores de ex-territórios Amapá e de Roraima.
Destaca-se ainda que devem ser computados no cálculo da receita corrente lí-
quida os valores pagos e recebidos em decorrência da Lei Complementar n. 87/1996 
– Lei Kandir –, e do fundo previsto pelo art. 60 do ADCT – FUNDEB.
É importante indicar também que a RCL será apurada somando-se as receitas 
arrecadadas no mês em referência e nos 11 anteriores, excluídas as duplicidades. 
Assim, a apuração da RCL é feita durante o período de um ano, não necessaria-
mente coincidente com o ano civil e que o mês de referência, ou atual, é o mês 
imediatamente anterior àquele em que a receita corrente líquida estiver sendo 
apurada (art. 6º, parágrafo único, da Portaria STN n. 589/2001). Por exemplo, se 
a RCL estiver sendo apurada em dezembro, o mês de referência será novembro do 
mesmo ano e assim por diante.
Lembre-se que as receitas correntes são, via de regra, aquelas provenientes 
de arrecadações de tributos, contribuições, de aluguéis de prédios públicos, ser-
viços, e de alguma outra atividade estatal, ou seja, são as receitas operacionais 
arrecadadas de forma contínua e “quase” permanentes.
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Dessa maneira, a LRF, por meio do conceito de RCL, separou as receitas disponí-
veis a cada um dos entes daquelas que eles não têm autonomia para gerenciar, de 
modo a evitar que o ente faça cálculos e determine percentuais em cima de receitas 
brutas, que na verdade não estão realmente disponíveis.
3.9 Renúncia de Receita
A concessão indiscriminada dos chamados “incentivos fiscais” (principal arma 
usada na chamada “guerra fiscal”) é prática danosa às finanças de qualquer ente 
público, e deve estar sujeita a regras disciplinadoras.
De acordo com o artigo 14, § 1º, da LRF, a renúncia de receitas compreende 
anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em caráter 
não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique 
redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que corres-
pondam a tratamento diferenciado.
A partir da vigência da LRF, tais iniciativas deverão atender, não só ao 
que dispuser a LDO, mas também aos seguintes requisitos:
•	 estimar o impacto orçamentário financeiro no exercício inicial de sua 
vigência e nos dois seguintes;
•	 demonstrar que a renúncia delas decorrente foi considerada ao se 
estimar a receita do orçamento e que não afetará as metas de resul-
tados fiscais previstas na LDO;
•	 prever medidas de compensação nos três exercícios já referidos, po-
dendo ser por meio de: elevação de alíquota, ampliação da base de 
cálculo ou novos tributos ou contribuições, sendo que nos dois últi-
mos casos o benefício só entrará em vigor após a ocorrênciado au-
mento da receita.
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Estas medidas deverão observar ainda o princípio da anterioridade, nos termos 
do Código Tributário Nacional. Guarde que estão isentos das restrições acima ape-
nas os cancelamentos de débitos em valor inferior aos seus custos de cobrança, 
assim como às alterações das alíquotas dos tributos de natureza extrafiscal (II, IE, 
IPI, IOF).
Ainda a respeito da renúncia de receitas, lembre-se de que, de acordo com ar-
tigo 5º, II, da LRF, o projeto de LOA, elaborado de forma compatível com o PPA e 
com a LDO, será acompanhado do demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as 
receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e be-
nefícios de natureza financeira, tributária e creditícia, bem como das medidas de 
compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de 
caráter continuado.
3.10 Geração da Despesa
Podemos entender geração de despesa como aquele aumento de despesa por 
meio de criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental.
A regra básica da LRF para todo e qualquer aumento de despesa pode 
ser assim traduzida: toda e qualquer despesa que não esteja acompanha-
da de estimativa do impacto orçamentário-financeiro nos três primeiros 
exercícios de sua vigência, da sua adequação orçamentária e financeira 
com a LOA, o PPA e a LDO e, no caso de despesa obrigatória de caráter 
continuado, de suas medidas compensatórias, é considerada não autoriza-
da, irregular e lesiva ao patrimônio público.
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Essa norma é condição prévia, não só para a aquisição de bens, serviços e 
obras, como também para a desapropriação de imóveis urbanos, que, de acordo 
com a Constituição, deverá ser paga em dinheiro.
Chamo a sua atenção para o conceito de despesa obrigatória de caráter 
continuado que é a despesa corrente:
•	 derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo;
•	 geradora de obrigação legal de sua execução por um período superior 
a dois exercícios.
Por conseguinte, a limitação dos gastos com pessoal em percentual da Receita 
Corrente Líquida (RCL) deve-se à necessidade de manter o setor público com os 
recursos necessários à sua manutenção e ao atendimento das demandas sociais.
7. (CESPE/TCE-SC/AUDITOR/2016) Com base na Lei de Responsabilidade Fiscal, 
julgue o item a seguir.
Para licitar serviços, é imperioso que o ordenador de despesas do órgão licitante 
declare que os gastos atrelados ao futuro contrato estarão adequados à lei de orça-
mento e compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.
Certo.
A assertiva está correta e de acordo com os ditames da LRF. Vamos aproveitar essa 
questão para ler o artigo 16 da LRF, marcando em negrito as partes que interessam 
para essa questão:
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Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete 
aumento da despesa será acompanhado de:
I – estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em 
vigor e nos dois subsequentes;
II – declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação or-
çamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o 
plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.
§ 1º Para os fins desta Lei Complementar, considera-se:
I – adequada com a lei orçamentária anual, a despesa objeto de dotação específica e su-
ficiente, ou que esteja abrangida por crédito genérico, de forma que somadas todas as 
despesas da mesma espécie, realizadas e a realizar, previstas no programa de trabalho, 
não sejam ultrapassados os limites estabelecidos para o exercício;
II – compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias, a despesa que 
se conforme com as diretrizes, objetivos, prioridades e metas previstos nesses instru-
mentos e não infrinja qualquer de suas disposições.
§ 2º A estimativa de que trata o inciso I do caput será acompanhada das premissas e 
metodologia de cálculo utilizadas.
§ 3º Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa considerada irrelevante, nos termos 
em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.
§ 4º As normas do caput constituem condição prévia para:
I – empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou execução de obras;
II – desapropriação de imóveis urbanos a que se refere o § 3º do art. 182 da Constituição”.
8. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Com base na Lei de Responsabilidade Fiscal, 
julgue o item a seguir.
A simples prorrogação de despesa criada por prazo determinado não configura au-
mento de despesa pública.
Errado.
A assertiva está em desacordo com os ditames da LRF. Vamos aproveitar essa 
questão para ler o artigo 17 da LRF, marcando em negrito a parte que interessa 
para essa questão:
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Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de 
lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obriga-
ção legal de sua execução por um período superior a dois exercícios.
§ 7º Considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela criada por prazo 
determinado”.
Para a assertiva ficar correta, é só retirar a palavra “não”.
3.11 Despesa Obrigatória de Caráter Continuado
A despesa obrigatória de caráter continuado é a despesa corrente derivada 
de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixe para 
o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois 
exercícios financeiros.
Ao se criar despesa obrigatória de caráter continuado, o poder público deverá 
inserir no ato de sua criação, comprovação de que a despesa criada ou aumenta-
da não afetará as metas de resultados fiscais previstas no Anexo de Metas Fiscais, 
devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados pelo 
aumento permanente de receita ou pela redução permanente de despesa.
Essa comprovação acima mencionada será efetivada mediante demonstração 
das premissas e metodologia de cálculo utilizadas, sem prejuízo da compatibili-
dade da despesa com as demais regras do Plano Plurianual e da Lei de Diretrizes 
Orçamentárias.
Por sua vez, o aumento permanente de receita é o proveniente da elevação 
de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou 
contribuição.O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GEOVA DE FREITAS QUEIROZ - 11955123411, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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A despesa de caráter continuado não poderá ser executada antes da compro-
vação de que esse gasto não afetará as metas de resultados fiscais previstas no 
Anexo de Metas Fiscais.
Observe que já listamos uma série de vedações impostas pela LRF aos Gestores 
Públicos no intuito de torná-los responsáveis! Essa é a ideia da LRF!
A geração de despesa de caráter continuado destinada ao serviço da dívida e 
ao reajustamento de remuneração ou subsídio dos servidores públicos dispensa a 
demonstração da estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em 
que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes.
É importante destacar que, no que diz respeito ao reajustamento de remunera-
ção ou subsídio dos servidores públicos acima excepcionado, estamos falando ape-
nas daquela revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices 
da remuneração dos servidores e do subsídio de membro de poder, de detentor de 
mandato eletivo, de Ministros de Estado e de Secretários Estaduais e Municipais, 
que é uma revisão para apenas manter o poder de compra. Dessa forma, guarde 
que os reajustes para aumentar o poder aquisitivo, como os que ocorrem em per-
centuais acima da inflação do período, devem seguir as regras da LRF.
Chamo a sua atenção ao fato de que também considera-se aumento de despesa 
a prorrogação daquela criada por prazo determinado.
9. (CESPE/PREFEITURA-FORTALEZA/PROCURADOR/2017) A respeito de endivida-
mento e de receita e despesa públicas, julgue o item seguinte.
A previsão de compensação dos efeitos produzidos por atos que impliquem redução 
de receitas e aumento de despesas de duração continuada e que perdurem por mais 
de três anos constitui uma inovação substancial do controle orçamentário na LRF.
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Certo.
Vamos ver o que nos diz o artigo 17 da LRF, que trata das despesas obrigatórias de 
caráter continuado.
Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de 
lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obriga-
ção legal de sua execução por um período superior a dois exercícios.
§ 1º Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata o caput deverão ser 
instruídos com a estimativa prevista no inciso I do art. 16 e demonstrar a origem dos 
recursos para seu custeio.
§ 2º Para efeito do atendimento do § 1º, o ato será acompanhado de comprovação de 
que a despesa criada ou aumentada não afetará as metas de resultados fiscais previstas 
no anexo referido no § 1º do art. 4º, devendo seus efeitos financeiros, nos perío-
dos seguintes, ser compensados pelo aumento permanente de receita ou pela 
redução permanente de despesa.
§ 3º Para efeito do § 2º, considera-se aumento permanente de receita o proveniente da 
elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo 
ou contribuição.
§ 4º A comprovação referida no § 2º, apresentada pelo proponente, conterá as premis-
sas e metodologia de cálculo utilizadas, sem prejuízo do exame de compatibilidade da 
despesa com as demais normas do plano plurianual e da lei de diretrizes orçamentárias.
§ 5º A despesa de que trata este artigo não será executada antes da implementação das 
medidas referidas no § 2º, as quais integrarão o instrumento que a criar ou aumentar.
§ 6º O disposto no § 1º não se aplica às despesas destinadas ao serviço da dívida nem 
ao reajustamento de remuneração de pessoal de que trata o inciso X do art. 37 da 
Constituição.
§ 7º Considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela criada por prazo deter-
minado.
Esta questão também foi boa para vermos a “letra da lei”! Bem, as Despesas Obri-
gatórias de Caráter Continuado são em verdade gastos correntes que duram um 
longo período (superior a 2 exercícios) e são obrigatórias por determinação legal. 
Até aqui, beleza! Mas preste atenção nas medidas de compensação previstas na 
LRF na parte que trata das Despesas Obrigatórias de Caráter Continuado:
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1) aumento permanente de receita; ou
2) redução permanente de despesa.
Tentando pegar os mais afoitos, o CESPE trocou as bolas, escrevendo na assertiva 
a mesma coisa só que de outra forma, ou seja, que “atos que impliquem redução 
de receitas e aumento de despesas de duração continuada” necessitam de 
compensação financeira, e afirma que isso inovou no controle orçamentário, o que 
é a mais pura verdade!
10. (CESPE/TCE-SC/AUDITOR/2016) A respeito da administração da execução or-
çamentária, julgue o item que se segue.
Se determinado órgão público assinar contrato que crie obrigação legal para o ente 
público por período superior a dois exercícios financeiros, os efeitos financeiros da me-
dida poderão ser compensados pela redução permanente da despesa orçamentária.
Certo.
A questão está correta e cobra o conhecimento do artigo 17 da LRF.
Precisamos ter em mente que as medidas de compensação previstas na LRF na 
parte que trata das Despesas Obrigatórias de Caráter Continuado são:
1) aumento permanente de receita; ou
2) redução permanente de despesa.
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3.12 A Regra de Ouro
Segundo o artigo 167, III, da Constituição Federal, “é vedada a realiza-
ção de operações de crédito que excedam as despesas de capital, ressalva-
das as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com fi-
nalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta”.
Esse comando constitucional traz a chamada “regra de ouro”, que pre-
tende dificultar a contratação de empréstimos para financiar gastos correntes, evi-
tando que o ente tome dinheiro emprestado de terceiros para pagar despesas de 
pessoal, juros ou outros gastos de custeio, ou seja, o endividamento público deve 
ser vinculado à realização de investimentos e não à manutenção da máquina admi-
nistrativa e demais serviços.
Veja a literalidade do artigo 12 da LRF que reforça a regra de ouro:
§ 2º O montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser 
superior ao das despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária.
A “regra de ouro”, prevista na CF/1988 para coibir o financiamento, via 
operação de crédito, de despesas correntes, era matéria orçamentária, ou 
seja, o limite das operações de crédito é o montante das despesas de capi-
tal

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