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2a SÉRIE ENSINO MÉDIO Volume 2 EDUCAÇÃO FÍSICA Linguagens CADERNO DO PROFESSOR MATERIAL DE APOIO AO CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO CADERNO DO PROFESSOR EDUCAÇÃO FÍSICA ENSINO MÉDIO 2a SÉRIE VOLUME 2 Nova edição 2014-2017 GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA EDUCAÇÃO São Paulo Governo do Estado de São Paulo Governador Geraldo Alckmin Vice-Governador Guilherme Afif Domingos Secretário da Educação Herman Voorwald Secretária-Adjunta Cleide Bauab Eid Bochixio Chefe de Gabinete Fernando Padula Novaes Subsecretária de Articulação Regional Rosania Morales Morroni Coordenadora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP Silvia Andrade da Cunha Galletta Coordenadora de Gestão da Educação Básica Maria Elizabete da Costa Coordenadora de Gestão de Recursos Humanos Cleide Bauab Eid Bochixio Coordenadora de Informação, Monitoramento e Avaliação Educacional Ione Cristina Ribeiro de Assunção Coordenadora de Infraestrutura e Serviços Escolares Dione Whitehurst Di Pietro Coordenadora de Orçamento e Finanças Claudia Chiaroni Afuso Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE Barjas Negri Senhoras e senhores docentes, A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colabo- radores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abor- dagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação — Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb. Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orien- tações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias, dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia- ção constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico. Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história. Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo. Bom trabalho! Herman Voorwald Secretário da Educação do Estado de São Paulo Os materiais de apoio à implementação do Currículo do Estado de São Paulo são oferecidos a gestores, professores e alunos da rede estadual de ensino desde 2008, quando foram originalmente editados os Cadernos do Professor. Desde então, novos materiais foram publicados, entre os quais os Cadernos do Aluno, elaborados pela primeira vez em 2009. Na nova edição 2014-2017, os Cadernos do Professor e do Aluno foram reestruturados para atender às sugestões e demandas dos professo- res da rede estadual de ensino paulista, de modo a ampliar as conexões entre as orientações ofe- recidas aos docentes e o conjunto de atividades propostas aos estudantes. Agora organizados em dois volumes semestrais para cada série/ ano do Ensino Fundamental – Anos Finais e série do Ensino Médio, esses materiais foram re- vistos de modo a ampliar a autonomia docente no planejamento do trabalho com os conteúdos e habilidades propostos no Currículo Oficial de São Paulo e contribuir ainda mais com as ações em sala de aula, oferecendo novas orien- tações para o desenvolvimento das Situações de Aprendizagem. Para tanto, as diversas equipes curricula- res da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica (CGEB) da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo reorganizaram os Cader- nos do Professor, tendo em vista as seguintes finalidades: f incorporar todas as atividades presentes nos Cadernos do Aluno, considerando também os textos e imagens, sempre que possível na mesma ordem; f orientar possibilidades de extrapolação dos conteúdos oferecidos nos Cadernos do Aluno, inclusive com sugestão de novas ati- vidades; f apresentar as respostas ou expectativas de aprendizagem para cada atividade pre- sente nos Cadernos do Aluno – gabarito que, nas demais edições, esteve disponível somente na internet. Esse processo de compatibilização buscou respeitar as características e especificidades de cada disciplina, a fim de preservar a identidade de cada área do saber e o movimento metodo- lógico proposto. Assim, além de reproduzir as atividades conforme aparecem nos Cadernos do Aluno, algumas disciplinas optaram por des- crever a atividade e apresentar orientações mais detalhadas para sua aplicação, como também in- cluir o ícone ou o nome da seção no Caderno do Professor (uma estratégia editorial para facilitar a identificação da orientação de cada atividade). A incorporação das respostas também res- peitou a natureza de cada disciplina. Por isso, elas podem tanto ser apresentadas diretamente após as atividades reproduzidas nos Cadernos do Professor quanto ao final dos Cadernos, no Gabarito. Quando incluídas junto das ativida- des, elas aparecem destacadas. A NOVA EDIÇÃO Leitura e análise Lição de casa Pesquisa em grupo Pesquisa de campo Aprendendo a aprender Roteiro de experimentação Pesquisa individual Apreciação Você aprendeu? O que penso sobre arte? Ação expressiva ! ? Situated learning Homework Learn to learn Além dessas alterações, os Cadernos do Professor e do Aluno também foram anali- sados pelas equipes curriculares da CGEB com o objetivo de atualizar dados, exemplos, situações e imagens em todas as disciplinas, possibilitando que os conteúdos do Currículo continuem a ser abordados de maneira próxi- ma ao cotidiano dos alunos e às necessidades de aprendizagem colocadas pelo mundo con- temporâneo. Para saber mais Para começo de conversa Seções e ícones Orientação sobre os conteúdos do volume 8 Tema 1 – Esporte – Tchoukball 10 Situação de Aprendizagem 1 – O tchoukball se parece com alguma coisa? 14 Situação de Aprendizagem 2 – Para jogar tem de passar e se deslocar 16 Atividade Avaliadora 22 Proposta de Situações de Recuperação 23 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão dotema 23 Tema 2 – Corpo, saúde e beleza – Fatores de risco à saúde e doenças hipocinéticas 25 Situação de Aprendizagem 3 – Avaliando riscos 29 Atividade Avaliadora 39 Proposta de Situações de Recuperação 42 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 43 Tema 3 – Mídias – A transformação do esporte em espetáculo televisivo 44 Situação de Aprendizagem 4 – Qual é a diferença? 46 Situação de Aprendizagem 5 – Do que se fala? 49 Atividade Avaliadora 52 Proposta de Situações de Recuperação 52 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 52 Tema 4 – Ginástica – Ginástica alternativa 54 Situação de Aprendizagem 6 – Ginástica alternativa: processo histórico e princípios 56 Situação de Aprendizagem 7 – Vivências 59 SUMÁRIO Atividade Avaliadora 62 Proposta de Situações de Recuperação 64 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 64 Tema 5 – Corpo, saúde e beleza – Exercício físico e prática esportiva em níveis e condições adequados 66 Situação de Aprendizagem 8 – “Eu me machuquei” – Lesões na prática de esportes e exercícios físicos 71 Situação de Aprendizagem 9 – Preparação adequada à prática de exercícios/ esportes 75 Atividade Avaliadora 80 Proposta de Situações de Recuperação 81 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 81 Tema 6 – Contemporaneidade – Corpo, Cultura de Movimento e pessoas com deficiência 83 Situação de Aprendizagem 10 – Compreendendo e vivenciando o goalball 83 Atividade Avaliadora 90 Proposta de Situações de Recuperação 90 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 92 Quadro de conteúdos do Ensino Médio 94 8 ORIENTAÇÃO SOBRE OS CONTEÚDOS DO VOLUME Professor, este Caderno foi elaborado para servir de apoio ao seu trabalho pedagógico co- tidiano com a 2a série do Ensino Médio. Os te- mas deste volume são enfocados com base na concepção teórica da disciplina, já explicitada anteriormente, fundamentada nos conceitos de Cultura de Movimento e Se-Movimentar. Assim, pretende-se que as Situações de Aprendizagem aqui sugeridas para os temas Esporte, Corpo, saúde e beleza, Mídias, Gi- nástica e Contemporaneidade possibilitem aos alunos confrontarem suas experiências de Se-Movimentar com importantes questões do mundo contemporâneo, gerando conteúdos mais próximos de suas vidas cotidianas. Espe- ra-se, desse modo, contribuir para a constru- ção de uma autonomia crítica e autocrítica no âmbito da Cultura de Movimento. Há ainda a expectativa de que o enfoque adotado para o desenvolvimento dos temas deste Caderno seja compatível com as intencionalidades do proje- to político-pedagógico de cada escola. Neste volume da 2a série, o tema Esporte abordará uma modalidade ainda não conhe- cida dos alunos, o tchoukball, com a intenção de enfatizar os princípios técnico-táticos das modalidades esportivas coletivas e aplicá-los em outras modalidades, além de possibilitar aos alunos o conhecimento de uma atividade esportiva nova. É importante destacar que o projeto político-pedagógico da escola poderá optar por outra modalidade. O tema Corpo, saúde e beleza enfatiza os fa- tores de risco à saúde e as doenças hipocinéticas, com o objetivo de levar os alunos a identificar em seus próprios hábitos de vida os fatores de risco para as doenças hipocinéticas, capacitando-os a intervir nesses hábitos, de modo a valorizar a prática de atividades físicas/exercícios. Também serão abordados aspectos relativos à influência que o meio ambiente (físico, econômico, socio- cultural etc.) exerce sobre níveis e condições de prática do exercício físico em geral e do espor- te em particular, destacando possíveis lesões que decorram de práticas em níveis e condições inadequadas. Pretende-se que os alunos identifi- quem os fatores que predispõem ao surgimento ou agravo de lesões, bem como compreendam que os cuidados relacionados à preparação, ne- cessários à prática de exercícios/esportes, podem atuar como fatores preventivos. O terceiro tema será abordado a partir do processo de transformação do esporte em es- petáculo televisivo, mostrando como as mídias apropriam-se e trabalham com as informações esportivas. Pretende-se que os alunos sejam capazes de identificar, discriminar e criticar os significados/sentidos no discurso das mídias sobre o esporte, bem como cotejá-los com suas próprias experiências do Se-Movimentar. No tema Ginástica, sugere-se o trabalho com a ginástica alternativa e pretende-se que os alu- nos percebam os princípios e efeitos da ginástica não convencional. Para tanto, serão abordadas manifestações e representações ligadas ao pro- cesso histórico de alguns métodos de cuidados corporais, de caráter ao mesmo tempo pedagó- gico, terapêutico, artístico, lúdico e agônico. O conceito básico é o de que a percepção do mo- vimento, e, portanto, a percepção do corpo, está associada ao autoconhecimento, por ser o corpo portador de memória, capacidade de adaptação e consciência. As Situações de Aprendizagem sugeridas para o tema Ginástica alternativa bus- cam possibilitar que os alunos diversifiquem, sistematizem e aprofundem suas experiências do Se-Movimentar no âmbito da ginástica, permi- tindo-lhes estabelecer novas significações. No tema Contemporaneidade, será abor- dada a questão das pessoas com deficiências 9 Educação Física – 2a série – Volume 2 (física, auditiva, visual e intelectual), para que os alunos percebam que o jogo e o esporte podem ser praticados por pessoas com deficiência, me- diante algumas adaptações. Sugere-se o goalball como exemplo de uma modalidade esportiva elaborada para deficientes visuais (pessoas cegas ou com baixa acuidade visual). A partir dessa modalidade, pretende-se que os alunos sejam capazes de reconhecer possibilidades de adap- tação para pessoas com deficiência em outros elementos da Cultura de Movimento. As estratégias escolhidas – que incluem a realização de gestos/movimentos como a busca de informações, o debate, o relato das próprias percepções, projeção de vídeos etc. – possibilitam aos alunos a reflexão com base no confronto de suas próprias experiências de Se-Movimentar com a sistematização e o aprofundamento dos conhecimentos no âmbi- to da Cultura de Movimento. Os procedimentos propostos para a avaliação caminham na direção de uma avaliação integra- da ao processo de ensino e aprendizagem, sem estabelecer procedimentos isolados e formais. As Atividades Avaliadoras devem favorecer a geração, por parte dos alunos, de informações ou indícios, qualitativos e quantitativos, verbais e não verbais, que serão interpretados pelo pro- fessor, nos termos das competências e habilida- des que se pretende desenvolver em cada tema/ conteúdo. Privilegia-se a proposição de Situa- ções de Aprendizagem que favoreçam a aplica- ção dos conhecimentos em situações reais e a elaboração de textos-síntese relacionados aos temas abordados. São também priorizados os questionamentos dirigidos aos alunos ao longo das aulas, para que se verifique a compreensão dos conteúdos e a aquisição das competências e habilidades propostas. A quadra é o tradicional espaço da aula de Educação Física, mas algumas Situações de Aprendizagem aqui sugeridas poderão ser desenvolvidas no espaço convencional da sala de aula, no pátio externo, na biblioteca, na sala de informática ou de vídeo, bem como em espaços da comunidade local, desde que compatíveis com as atividades programadas. Algumas etapas também podem ser realizadaspelos alunos como atividade extra-aula (pes- quisas, produção de textos etc.). As orientações e sugestões a seguir têm por objetivo oferecer-lhe subsídios para o de- senvolvimento dos temas apresentados. Não pretendem apresentar as Situações de Apren- dizagem como as únicas a serem realizadas, nem restringir sua criatividade, como profes- sor, para outras atividades ou para variações de abordagem dos mesmos temas. Nesse mesmo sentido, o Caderno do Aluno é mais um instrumento para servir de apoio ao seu trabalho e ao aprendizado dos alunos. Elaborado a partir do Caderno do Professor, esse material adicional não tem a pretensão de restringir ou limitar as possibilidades do seu fazer pedagógico. De acordo com o projeto político-pedagógi- co da escola e do planejamento do componente curricular, é possível que os temas nele elencados, selecionados entre os propostos no Caderno do Professor, não coincidam com as atividades que vêm sendo desenvolvidas na escola. Neste caso, a expectativa é subsidiar o seu trabalho para que as competências e habilidades propostas, tanto no Caderno do Professor quanto no Caderno do Aluno, sejam alcançadas. Para otimizar o tempo pedagogicamente necessário para a aula, o Caderno do Aluno apresenta as Situações de Aprendizagem de caráter teórico, também propostas no Cader- no do Professor, como sugestões de pesqui- sa e atividades de lição de casa. Além disso, traz, em todos os volumes, dicas sobre nu- trição e postura, a fim de contribuir para a construção da autonomia dos alunos, um dos princípios do Currículo da disciplina. Isto posto, professor, bom trabalho! 10 Como visto em outros Cadernos de outras séries/anos, esta proposta discute o esporte coletivo com base nos conceitos de Claude Bayer, que descreve seis princípios operacio- nais (três de ataque e três de defesa) comuns a todas as modalidades coletivas, sendo eles estruturados a partir de algumas invariantes, tais como a bola, o espaço de jogo, os adver- sários, os companheiros, o alvo e as regras. Conforme desenvolvido nas outras séries/ anos, no esporte coletivo a técnica e a tática são vistas como partes de um mesmo processo, in- dissociáveis na dinâmica do jogo, uma vez que os modos de fazer (técnica) dependem das ra- zões para o fazer (tática). A técnica não existe sem a tática e vice-versa. O que deve ser feito em determinada situação de jogo é demandado pe- las exigências da situação. Nessa concepção, praticar melhor uma determinada modalidade esportiva coletiva não implica somente acertar o alvo ou fazer mais pontos, mas realizar, de forma coletiva, ações que levem a um jogo mais inteligente do ponto de vista tático. Como neste Currículo não se pretende restringir as experiências dos alunos às qua- tro modalidades tradicionais da Educação Física escolar (futsal, handebol, basquetebol e voleibol), sugerimos, neste volume, uma modalidade esportiva coletiva desconhecida por boa parte deles: o tchoukball. Ressalta- mos que a presença da modalidade coletiva tchoukball é uma opção entre outras modali- dades entendidas como alternativas. Portan- to, se o professor e os alunos desejarem, esta pode ser substituída. A intenção em desenvolver uma modalida- de ainda desconhecida por parte dos alunos é a de estimulá-los a transferir para o tchoukball TEMA 1 – ESPORTE – TCHOUKBALL os conhecimentos aprendidos em outras mo- dalidades. Se os alunos conseguirem realizar essa transferência, espera-se que sejam capa- zes, nesse momento, de praticá-lo de modo mais estruturado em relação às séries/anos an- teriores, tendo superado as fases de jogo anár- quico e descentrado (GARGANTA, 1995). A intenção é permitir aos alunos dessa série uma compreensão técnico-tática cada vez me- lhor sobre o esporte coletivo, praticando-o de forma estruturada e elaborada. As Situações de Aprendizagem apresenta- das a seguir dão alguns exemplos de interven- ção. Inicialmente, são sugeridas atividades com grupos reduzidos, a fim de otimizar as ações, tanto de defesa como de ataque, estimulando nos alunos o contato com a bola e a comuni- cação com os colegas. Após a prática dos jo- gos com equipes reduzidas, serão realizados jogos com equipes completas, momento em que poderão ser vivenciadas algumas situações experimentadas anteriormente. Em todas as atividades, é importante trabalhar com varia- ções de sua estrutura, em termos de utilização de diferentes materiais, número de participan- tes, alteração de regras etc. O tchoukball surgiu de reflexões e pesquisas do doutor Hermann Brandt, um médico suí- ço nascido em Genebra. No início da década de 1960, Brandt cuidou de muitos atletas que se lesionavam na prática de esportes, e essas lesões eram, em sua maioria, provenientes de agressões dos adversários – o que é comum em modalidades de contato. Segundo Brandt, os esportes não deveriam produzir campeões, mas contribuir para a construção de uma “so- ciedade humana digna”. Para isso, ele criou esse esporte, que seria uma mistura de pelo- ta basca (esporte popular no País Basco, na Espanha, mas praticamente desconhecido no Brasil), handebol e voleibol. 11 Educação Física – 2a série – Volume 2 O nome da modalidade faz alusão ao som produzido pelo contato da bola com o quadro de remissão (objeto usado como meio para atingir o alvo, que, no tchoukball, é qualquer parte do campo de jogo). Esse Ao criar esse novo esporte a partir de ou- tros já existentes, Brandt diferenciou-o dos esportes mais conhecidos por quebrar alguns paradigmas. Primeiro, por não permitir o con- tato físico entre os jogadores sem estabelecer uma divisão do território de ataque e defesa, como acontece no voleibol, em que a rede faz a separação entre os adversários. Aqui, as duas equipes podem ocupar o mesmo espa- ço na quadra. Aliado a isso, está o segundo ponto diferencial: como não há contato físico, não é permitido interceptar ou roubar a bola do adversário. Só se recupera a bola em três situações: por consequência do erro de passe, da marcação de ponto ou de uma defesa após o arremesso, ao final de um ataque do adver- sário. A defesa sempre consiste em tentar re- quadro é parecido com uma pequena cama elástica virada para a quadra. Pela ausên- cia de contato físico entre os participan- tes, essa modalidade é conhecida como o “esporte da paz”. © P au lo L ei te Figura 1 – Quadro de remissão. cuperar a bola (rebote) após um arremesso da equipe adversária. Outra diferença das demais modalidades es- portivas coletivas é que os dois quadros de re- missão não representam o alvo a ser acertado. Porém, para que um ponto seja concretizado a partir de um arremesso (há outras formas de se conquistar um ponto que serão apresentadas adiante), é preciso que a bola toque no quadro. Dessa forma, acertar o quadro funciona como um meio para se conseguir os pontos. O alvo passa a ser a quadra toda, pois se pode arre- messar em qualquer um dos dois quadros dis- poníveis. Como não há divisão de espaços de ataque e defesa, a equipe precisa estar atenta e muito bem distribuída pela quadra, além de 12 20 m 40 m Quadro de remissão Zona proibida R = 3 m Figura 2 – Terreno de 40 m × 20 m em que acontece o jogo (quadra oficial). Destacamos as principais regras oficiais: f o jogo acontece em um terreno de 40 m × 20 m (quadra oficial); f a bola utilizada é a de handebol; f ao todo são nove jogadores em cada equipe; f para acertar o alvo (a quadra), é neces- sário arremessar a bola em qualquer um dos dois quadros de remissão (quadros de 1 m × 1 m, inclinados a 55°) dispostos na parte central da linha de fundo; f o arremesso não pode ser feito por trás do quadro (fora da quadra); f não há uma quadra ou um alvo específicoa defender ou a atacar, pois os dois quadros podem ser utilizados por ambas as equipes; f em frente a cada quadro, há uma área frontal, ou zona proibida, em forma de se- micírculo, com três metros de raio; f o jogador nunca pode invadir a área fron- tal com a bola ao finalizar, ao pegar o re- bote, ao passar ou a recepcionar; depois de arremessá-la, caso o faça a partir de um salto, poderá entrar na área proibida, des- de que sem a posse da bola; f a duração do jogo para os homens é de três tempos de 15 minutos cada um; para as mulheres e equipes mistas, de três tem- pos de 12 minutos cada um. Os pontos: o simples fato de atingir o quadro não é suficiente para marcar pontos, pois ele fun- ciona apenas como um meio para obter a pon- tuação. Para conquistar algum ponto a partir do arremesso, a bola deve tocar o quadro e cair em alguma parte da quadra (menos na área que fica em frente aos quadros, a zona proibida). Um jo- gador concede pontos à equipe adversária se: f não acertar o quadro após o arremesso; f após a finalização, a bola cair fora da qua- dra de jogo; f após a finalização, a bola acertar o seu corpo; f antes ou depois de arremessar, a bola cair dentro da área (zona proibida). Se, após o arremesso, a bola for recuperada pela equipe adversária, o jogo continuará nor- malmente. Após a concretização de um ponto, a equipe adversária deverá repor a bola atrás da linha de fundo. Os passes: somente passes aéreos são per- mitidos, e ninguém pode interceptar um passe. © C on ex ão E di to ri al realizar uma movimentação constante em fun- ção dos passes da equipe adversária, pois, para recuperar a bola, é preciso estar em boas con- dições para pegar o rebote. 13 Educação Física – 2a série – Volume 2 Cada equipe pode passar a bola, no máximo, três vezes (como no voleibol), porém, sempre que a bola for recolocada em jogo ou recu- perada a partir de uma defesa da equipe que foi atacada (pegar o rebote provocado após a bola bater no quadro), o primeiro passe não é contado. O jogador de posse da bola só pode dar três passes (como no handebol) an- tes de passá-la ou arremessá-la ao alvo, mas sem quicá-la. As faltas: sempre que houver alguma vio- lação das regras, as faltas deverão ser cobra- das no local onde aconteceram ou onde a bola caiu. Ao repor a bola depois de alguma infração, o jogador não poderá arremessá-la diretamente no quadro, ou seja, é necessário executar, no mínimo, um passe antes da fina- lização. Se a bola tocar na borda do quadro após um arremesso, o ponto não será com- putado. Esse caso representará uma falta, e o jogo será reiniciado pela equipe adversária a partir do local onde a bola houver caído. Portanto, um jogador comete falta quando: f desloca-se driblando com a bola no chão ou no ar; f efetua o quarto passe; f de posse da bola, sai da quadra ou entra na zona proibida; f intercepta a bola (involuntariamente ou não) após um passe da equipe adversária; f deixa a bola cair no chão no momento de um passe ou recepção; f é tocado pela bola abaixo do nível da cin- tura (membros inferiores); f pega a bola após a finalização de sua equipe; f impede o deslocamento do adversário (se- gurando, agarrando, obstruindo a passa- gem etc.). É importante ressaltar que é possível adap- tar as regras e os materiais, de acordo com as características dos alunos, o local da prática e o material disponível. A bola pode ser adapta- da (diferentes tamanhos e pesos), assim como o número de jogadores (não precisa ser o mes- mo do oficial) ou o tamanho da quadra (que pode ser aumentado ou reduzido). A duração do jogo e o número de tempos também podem ser modificados. O material mais difícil de adaptar é o quadro, pois ele necessita de uma superfí- cie que faça a bola ser impulsionada para longe. Uma alternativa viável é improvisar um minitramp que funcione como quadro, lembrando que ele precisa ter uma inclina- ção para que a bola seja projetada para a quadra. A construção de um quadro alter- nativo é interessante, podendo ser feito de madeira. Visualize um pequeno gol de fu- tebol (conhecido como caixote) no qual a parte que sustenta a rede seria coberta por uma chapa de madeira (a parte quadricula- da representada na figura). Também pode ser feito somente de uma chapa de madeira, que ficaria encostada à parede, não sendo necessária uma estrutura para sustentá-la. A área que fica em frente ao quadro pode ser a área do futsal ou ser adaptada com uma fita ou giz que permita sua visualização. 1 m 1 m Figura 3 – Quadro de remissão. © C on ex ão E di to ri al 14 Esta Situação de Aprendizagem pretende desenvolver entre os alunos um entendimento da dinâmica do tchoukball, a partir de algu- mas ações que já são do conhecimento deles. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 O TCHOUKBALL SE PARECE COM ALGUMA COISA? Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 1 Etapa 1 – As particularidades do jogo A fim de que os alunos entendam a dinâ- mica do tchoukball, procure trabalhar algumas especificidades da modalidade, como a presença de passes somente aéreos, o limite de troca de passes e a ausência de contato com o adversário. Para isso, é importante propiciar que os alunos revivam algumas experiências com outros es- portes, para que possam fazer a transferência de conhecimentos para o tchoukball. Pode-se aproveitar a ideia da “ponte aérea” presente no basquetebol e no handebol. Inicialmente, pode- -se pedir aos alunos que façam passes, recebendo a bola no ar e arremessando-a de volta ao colega antes de aterrissar. Depois, eles podem receber os passes e tentar arremessar à cesta ou ao gol antes de aterrissar. Pode-se limitar o número de passes antes da conclusão. Também é importan- te desenvolver a atividade com e sem a presença do adversário. Tente aproximar gradativamente atividades realizadas ao contexto do jogo de tchoukball. Sempre que houver um conflito de regras e/ ou dificuldades para o entendimento do jogo, auxilie os alunos na resolução dos problemas. Conteúdo e temas: a dinâmica geral do tchoukball. Competências e habilidades: transferir informações de outras atividades e/ou esportes para a prática do tchoukball; compreender a dinâmica básica do tchoukball. Sugestão de recursos: bolas de basquetebol e handebol, minitramp ou quadros alternativos de madeira. Professor, solicite que os alunos analisem as imagens e respondam às questões apresentadas na seção “Para começo de conversa”, no Caderno do Aluno. Finalizações em jogo de tchoukball. Você já ouviu falar em tchoukball ? Já teve a oportunidade de praticar esse jogo? Neste Caderno, vamos conhecer esse jogo criado na década de 1960 por um médico F ot os : © P au lo L ei te 15 Educação Física – 2a série – Volume 2 suíço, nascido em Genebra, chamado Hermann Brandt. Você sabe por que um médico resolveu criar um jogo? Durante sua vida profissional, Brandt de- monstrou especial interesse pela medicina es- portiva. Constatou que os traumas de atletas com lesões, na maioria das vezes, resultavam de agressões, comuns nas modalidades esportivas coletivas de contato. O tchoukball surgiu, então, como um espor- te sem contato físico, tornando-se conhecido como “esporte da paz”. Nenhum ato de pertur- bação ou obstrução do adversário é permitido no jogo, tanto no ataque como na defesa. Vamos ver se você consegue responder a al- gumas perguntas sobre o tchoukball. Analise as imagens anteriores e responda: 1. A finalização no jogo de tchoukball é pa- recida com a de qual esporte que você conhece? ( X ) Handebol. ( ) Basquetebol. ( ) Voleibol. 2. O alvo, objetivo da finalização no tchoukball, é: ( )o gol. ( X ) a quadra. ( ) a cesta. 3. O jogo de tchoukball é praticado: ( ) apenas por homens. ( ) apenas por mulheres. ( X ) por homens e mulheres. Etapa 2 – Agora sim, entendi a lógica geral desse jogo! Neste momento, altere o tamanho da qua- dra (aumentando-o ou reduzindo-o), para que os alunos percebam alguns fatores que interfe- rem na estrutura e na dinâmica desse esporte. A seguir, auxilie os alunos a identificar e ex- plicitar as dificuldades encontradas, estabele- cendo algumas regras para uma nova vivência do jogo. Após algum tempo, os alunos pode- rão inferir, entre as regras sugeridas, quais são as mais coerentes e adequadas para propiciar maior dinamismo e melhoria da qualidade técnica e tática do jogo, definindo normas em relação ao espaço, ao tempo, ao número de participantes, às características do implemento (bola), ao número de infrações etc. Essas nor- mas serão registradas e definidas como o códi- go a ser respeitado por todos. Professor, faça uma reflexão com os alunos sobre as questões pre- sentes na seção “Pesquisa indivi- dual”, no Caderno do Aluno. Por dentro do tchoukball O tchoukball é um esporte que vem con- quistando cada vez mais adeptos no Brasil e no mundo por não permitir o contato físico entre os praticantes e possibilitar adaptações. Em 1971, foi criada a Federação Internacio- nal de Tchoukball, que coordena a promoção e a difusão do esporte. No Brasil, a divulgação da modalidade esportiva ocorreu a partir de 1987 com a presença, em congressos e eventos, do então presidente da Federação Internacio- nal de Educação Física, Sir John Andrews. Em São Paulo, a difusão do esporte come- çou na década de 1990 com Océlio Antônio Ferreira, que, ao voltar da Europa, passou a divulgá-lo. Que tal pesquisar um pouco sobre o tchoukball, para entendê-lo melhor, e assim praticá-lo com seus amigos da escola e do bairro? Você pode pesquisar em sites, revis- tas ou entrevistar pessoas que conheçam a modalidade. 16 A intenção nesta Situação de Aprendi- zagem é construir o jogo de tchoukball por meio dos níveis de relação até o jogo propria- mente dito, a fim de que os alunos conheçam e identifiquem os principais aspectos dessa modalidade. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 PARA JOGAR TEM DE PASSAR E SE DESLOCAR Quando você concluir sua pesquisa, discu- ta com seus colegas as seguintes questões: 1. O tchoukball é praticado com que tipo de bola? Bola de handebol. 2. Quantos jogadores compõem cada equipe? 9 em quadra e 3 reservas. 3. Quantos tempos são jogados e qual a dura- ção de cada tempo? – Masculino: 3 tempos de 15 minutos cada um, com 5 minu- tos de intervalo entre um tempo e outro. – Feminino: 3 tempos de 12 minutos cada um, com 5 minutos de intervalo entre um tempo e outro. Isso vale também para times mistos e times infantis. 4. Qual é o tamanho da quadra? A área recomendada de jogo é um retângulo de 40 m x 20 m, com duas áreas proibidas. Pode-se jogar o tchoukball também em áreas de 30 m x 15 m ou de 20 m x 12 m. 5. Onde ficam os quadros de remissão? Os dois quadros de remissão (cada um com 1 m x 1 m e 55o de inclinação) são colocados no centro da linha de fundo da área (um de cada lado), equidistantes das linhas laterais (conforme ilus- tração da questão seguinte). Professor: relembramos que no jogo de tchoukball o alvo é a quadra, sem contar a zona proibida, e que os quadros de remissão servem para rebater a bola para o jogo. 6. Qual o tamanho do raio da área restrita (em vermelho) da quadra? A área tem 3 m de raio. É claro que você, seus colegas e amigos po- dem fazer ajustes para jogar em áreas livres próximas à sua casa, assim como fazem com o futebol e/ou outras modalidades esportivas. 40 m 20 m Quadro de remissão © H ud so n C al as an s Quadra de tchoukball. 17 Educação Física – 2a série – Volume 2 Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 2 Etapa 1 – Eu-bola A princípio, podem ser utilizadas bolas de diferentes tamanhos e pesos e, posterior- mente, podem ser realizadas vivências com bolas de handebol. Proponha atividades de condução, de recepção e de passes, sem se preocupar com as regras do tchoukball. O im- portante é que os alunos percebam a necessi- dade de dominar a bola de diferentes formas, fazendo várias ações. Essas situações de do- mínio de bola podem ser realizadas no início de várias aulas, servindo também como pre- paração para outras vivências. Etapa 2 – Eu-bola-colega(s) Neste momento, a intenção é o controle coletivo da bola, com um colega (duplas) e com grupos maiores (trios, quartetos, quinte- tos). A preocupação aqui ainda não deve ser a consecução do ponto, mas a movimenta- ção coletiva do grupo, lembrando que a bola não poderá ser quicada ou conduzida como no handebol ou no basquetebol. O aluno de posse da bola poderá, no máximo, movimen- tar-se com três passadas, como no handebol. Várias atividades podem ser feitas com esse objetivo: troca de passes em duplas ou em trios, troca de passes com distâncias varia- das, troca de passes sem que a bola toque o solo, deslocamentos em duplas ou em trios Conteúdo e temas: princípios técnico-táticos do tchoukball. Competências e habilidades: identificar e aplicar em situações-problema os princípios técnico-táticos do tchoukball; analisar as diferentes possibilidades de espaço e número de participantes na organização do tchoukball; valorizar as diversas possibilidades dos sistemas de jogo e táticas como fator importante para a prática do tchoukball. Sugestão de recursos: bolas de diferentes tamanhos, pesos, bolas de basquetebol e handebol, arcos, minitramp ou quadro alternativo de madeira. trocando passes, troca de passes em grupo uti- lizando mais de uma bola, lançamentos etc. Professor, solicite aos alunos que analisem a imagem e respondam às atividades presentes na seção “Li- ção de casa”, no Caderno do Aluno. Ainda sobre o tchoukball O tchoukball é um jogo que se assemelha a outros esportes, como o handebol e o volei- bol, mas ele tem também muitos diferenciais interessantes. Vejamos alguns: as duas equipes podem circular pela quadra toda e atacar nos dois quadros de remissão; cada equipe tem no máximo três passes para arremessar no qua- dro de remissão; não pode haver contato fí- sico; não é permitido interceptar ou roubar a bola do adversário. Como são convertidos os pontos? Quais situações constituem faltas? Descobrir isso será sua tarefa de casa. Responda às ques- tões a seguir com base nas vivências das au- las de Educação Física ou pesquise em sites que forneçam informações sobre as regras do jogo. 1. Analise a imagem a seguir e assinale qual das situações indica o que deve acontecer com a bola no seu retorno para que o ar- remesso se transforme em ponto para a equipe do ataque. Pode haver mais de uma alternativa correta. 18 A bola deve: ( X ) tocar a área de jogo, antes que um de- fensor a recupere. ( ) não atingir o quadro de remissão. ( ) cair dentro da área proibida (semicír- culo) ou fora do campo. ( X ) tocar as pernas de um defensor. ( ) retornar sobre o próprio atacante. ( X ) tocar em um defensor sem que este consiga controlá-la, permitindo assim que ela caia no chão. 2. Com base na imagem, analise as três situa- ções de jogo e assinale a alternativa que in- dica o procedimento que deve ser adotado em cada caso. a) A equipe azul arremessou a bola, que ba- teu no quadro e retornou para a quadra, mas a equipe amarela não a recuperou. I) Foi ponto, e a equipe azul deve reini- ciar o jogo, posicionando-se atrás da linha de fundo. II) Foi ponto, e a equipe amarela deve reiniciar o jogo, posicionando-se na linha central da quadra. III) Foiponto, e a equipe amarela deve reiniciar o jogo, posicionando-se atrás da linha de fundo. © P au lo L ei te Jogo de tchoukball. b) Um parceiro da equipe azul recupera a bola no seu retorno, após o arremesso contra o quadro de remissão. I) A equipe amarela faz o contra-ataque. II) Foi falta, e a equipe amarela cobra a falta no local onde ela ocorreu. III) Foi falta, e a equipe amarela cobra a falta com lateral. c) Um jogador da equipe amarela reinicia o jogo arremessando a bola para um companheiro que está próximo dele e do quadro de remissão do último ar- remesso. Ao receber a bola, o jogador faz um tiro diretamente para o quadro, acertando-o. A bola vai ao chão sem re- cuperação da equipe azul. I) Não valeu o ponto. Foi falta, porque o jogador não tinha passado a linha central antes do arremesso. Reposi- ção da bola pela equipe azul, no lo- cal onde a bola caiu. II) Ponto da equipe amarela. Reposição de bola pela equipe azul, atrás da li- nha de fundo. III) Não valeu o ponto. Foi falta, porque não foram feitos três passes. Repo- sição de bola pela equipe azul, na la- teral da quadra. 19 Educação Física – 2a série – Volume 2 Etapa 3 – Eu-bola-colega(s)-alvo Nesta etapa, a intenção é praticar o arre- messo em direção ao quadro de remissão, para que se atinja o alvo: a quadra. Agora várias atividades de controle de bola podem ser uti- lizadas, associadas à finalização em direção ao quadro. Embora nesse nível de relação ainda não seja dada ênfase à marcação por parte dos jogadores adversários, já é possível a estrutura- ção de situações de ataque com finalização. Al- guns exemplos possíveis nesse nível de relação: f um aluno arremessando ao quadro, após receber a bola a partir de um passe curto ou de um passe longo; f dois, três ou mais alunos em deslocamento trocando passes e arremessando ao quadro; f a mesma atividade com um número de passes predefinido para o grupo antes do arremesso (por exemplo: de acordo com a regra, a equipe deve efetuar três passes antes de finalizar; porém, para trabalhar o deslocamento do aluno que está sem a bola, o professor pode au- mentar ou reduzir o número de passes permitido pela regra); f as mesmas atividades anteriores, porém finalizando a partir de locais predefinidos (por exemplo: passar a bola para o com- panheiro que se encontra em melhor con- dição de arremesso ao quadro, do outro lado da quadra, nas laterais etc.); f dois alunos em deslocamento passando a um pivô, que distribui a bola para um dos dois finalizar. Etapa 4 – Eu-bola-colega(s)-adversário(s) Neste nível de relação, propositadamente não será enfatizada a presença de alvo, a fim de estimular os alunos a vivenciarem situações de controle de bola (individual e coletivamente). Embora no tchoukball a presença do adversá- rio não funcione a partir da relação de con- fronto direto, os exemplos a seguir permitirão o contato com ele. Pretende-se valorizar a linha de passe, e, nesse sentido, a presença do adver- sário faz que os alunos tomem decisões mais rapidamente. O importante é que os alunos, na defesa, desenvolvam ações cooperativas de cobertura para segurar (defender) a bola após o toque desta no quadro e, no ataque, criem Figura 4 – Arremesso. © P au lo L ei te 20 linhas de passe para gerar mais opções de jogo. Pode ser variada a composição de grupos, des- de a formação de duplas até a formação de gru- pos maiores. Também pode haver desequilíbrio entre o número de atacantes e defensores, ora priorizando o ataque (situação de dois contra um ou de três contra dois), ora priorizando a defesa (situação de dois contra três ou de três contra quatro). Exemplos: f em equipe, os alunos praticam o “pas- sa 10”. O objetivo é levar o objeto esco- lhido (bola, frisbee etc.) até um espaço delimitado, com um número definido de passes (dez). O aluno que está com a bola não pode se deslocar. Ressalte a necessidade de deslocamento dos alunos que estão sem a bola. Assim, ela pode ser interceptada durante um passe, mas nunca roubada diretamente da mão do adversário. Embora essa não seja uma característica do tchoukball, ela se tor- na necessária para trabalhar a linha de passe. Em nenhum passe a bola pode to- car o solo; se isso acontecer, a posse de bola será da outra equipe. Portanto, só se recupera a bola ao interceptá-la se o adversário cometer um erro de passe ou se o adversário marcar um ponto; f duas equipes de quatro alunos cada uma, em um espaço delimitado (peque- no), disputam uma bola, com o objetivo de criar linhas de deslocamento a partir da troca de passes. Cada vez que uma equipe alcançar cinco passes consecuti- vos, marca-se um ponto para a equipe. Quem está com a bola só pode execu- tar três passadas antes de tocá-la para um companheiro. O adversário só pode roubar a bola durante a execução de um passe. Pode-se dificultar as ações a partir de uma alteração na regra, impedindo o retorno do passe ao mesmo jogador que o efetuou ou o deslocamento do jogador que está com a posse da bola. Etapa 5 – Eu-bola-colega(s)-adversário(s)- -alvo Esta etapa é similar à anterior; porém, agora há o alvo a ser alcançado pela equipe atacante e protegido pela equipe defenso- ra. Esse nível de relação reproduz o jogo completo, com ações coletivas de ataque e de defesa. Porém, podem-se desencadear situações com outros alvos, a fim de esti- mular as ações de ataque e de defesa fora da situação normal e fazer que os alunos atentem para as ações cooperativas nos dois casos. Pode-se delimitar espaços de circulação tanto para o ataque como para a defesa. É possível também impedir que os alunos arremessem de longa distância, para estimular as ações de todos. Outra sugestão é que as tentativas de marcação de ponto só possam ser feitas se a bola cruzar o outro lado da quadra. Exemplos: f divididos em dois trios dispostos no cen- tro da quadra, os alunos deverão, ao seu sinal, correr até a linha lateral e tocá-la com a mão. Aquele que voltar mais rá- pido pegará a bola e iniciará o ataque ao alvo. A equipe que está sem a bola deverá organizar sua defesa. Aqui, a redução do campo de jogo é importante para esta- belecer a rápida resolução de problemas. Essa mesma atividade pode ser feita com diferentes composições; f como no tchoukball, pode-se atacar qualquer um dos dois quadros disponí- veis, e não há somente uma metade da quadra para ser defendida; é importan- te trabalhar com os alunos a atividade dos “quadros móveis”, em que as equi- pes podem caminhar com seu quadro a fim de que a equipe adversária não o alcance; f treinar situação de ataque e de defesa dian- te do alvo, com diferentes composições (2 m × 1 m, 2 m × 2 m, 3 m × 2 m, 2 m × 3 m). 21 Educação Física – 2a série – Volume 2 Etapa 6 – Jogos reduzidos Nesta etapa, são realizados jogos reduzidos de tchoukball em meia quadra, partindo das composições 3 m × 3 m, 4 m × 3 m, 3 m × 4 m, 4 m × 4 m etc. Os jogos reduzidos são excelentes oportunidades para os alunos compreenderem as demandas táticas e as exigências técnicas do jogo, uma vez que ocorrem em situações simplificadas, porém muito próximas da situação real de jogo. Procure interromper o jogo sempre que necessário, alertando os alunos para seu posicionamento e o de seus companheiros e adversários, bem como en- fatizando as regras do tchoukball. Neste momento, deve-se também mostrar aos alunos variações táti- cas de posicionamento de defesa e de ataque. Professor, para que os alunos conheçam sobre o tchoukball de areia, solicite a leitura do texto na seção “Você sabia?”, no Caderno do Aluno. © P au lo L ei te Figura 5 – Ataque e posicionamentoda defesa. Você sabia? Tchoukball de areia Essa versão do tchoukball foi criada no início da década de 1990, no Brasil, expandindo-se pos- teriormente pelo resto do mundo. O campo do tchoukball de areia tem de 11 a 13 metros de largura por 21 a 23 metros de comprimento. A partida é realizada com cinco jogadores em cada equipe, com dois reservas, e a recomendação é de três tempos de 12 minutos cada um para adultos. As regras são semelhantes às do tchoukball de quadra, determinadas pela Federação Internacional de Tchoukball. © P au lo L ei te Jogo de tchoukball de praia. 22 Etapa 7 – O jogo de tchoukball Após a realização de várias situações re- duzidas, chegou a hora de trabalhar com o jogo propriamente dito. O jogo formal de tchoukball necessita de algumas regras básicas, mas nada impede que estas sejam adaptadas de acordo com as necessidades. Preocupe-se com a distribuição dos alunos em quadra, com o posicionamento defensivo para recupe- rar a bola após um arremesso do adversário etc. Ressalte a importância da linha de pas- se para que o jogo se consolide efetivamente. Caso considere necessário, interrompa o jogo a fim de orientar o posicionamento dos alu- nos, explicar os sistemas de jogo e problemati- zar as possibilidades de cada jogada. Professor, solicite aos alu- nos que assinalem com V ou F na atividade presente na seção “Você aprendeu?”, no Caderno do Aluno. Assinale cada informação com V (verda- deira) ou F (falsa): a) O tchoukball é conhecido como “es- porte da paz”, por se tratar de uma modalidade na qual são proibidos o contato físico e as atitudes antiespor- tivas. ( V ) b) O jogo de quadra tem duração de três tempos de 15 minutos cada um, en- quanto o tchoukball de areia tem du- ração de dois tempos de 12 minutos cada um. ( F ) c) Para marcar ponto, a equipe deve acer- tar o quadro; além disso, a bola deve retornar para a quadra, tocar o campo de jogo, sem que o defensor a pegue, tocar as pernas do defensor ou tocar o defensor sem que este possa controlá- -la, deixando-a cair no chão. ( V ) d) Após o reinício do jogo, o primeiro arremesso pode ser feito em qualquer quadro, desde que a bola tenha cruza- do a linha central. ( V ) e) O tchoukball nasceu no Brasil na dé- cada de 1960, criado por um médico suíço preocupado com o alto índice de lesões em atletas de esportes cole- tivos. ( F ) ATIVIDADE AVALIADORA Proponha situações encontradas no tchoukball, apresentando-as como pro- blemas a serem discutidos, vivenciados e solucionados pelos alunos, por escrito ou mediante demonstração na quadra. Com isso, será possível avaliar, primeiro, a capa- cidade dos alunos em pensar taticamente o tchoukball. Mais do que a execução perfeita das ações específicas do jogo ou a verificação se a ação proposta culminou na consecução do ponto, valorize e avalie a compreensão dos alunos da situação de jogo proposta, das iniciativas para solucio ná-la e das sugestões dadas. Alguns exemplos: f Qual a melhor estratégia para uma equipe de tchoukball realizar uma si- tuação de ataque quando o adversário tem menos jogadores para proteger o quadro? f Qual a melhor estratégia para uma equipe de tchoukball, em vantagem numérica de jogadores, realizar uma situação de defesa? 23 Educação Física – 2a série – Volume 2 f Como uma equipe de tchoukball deveria se comportar, faltando pouco tempo para o término da partida, se estivesse perden- do o jogo? f Em quais aspectos o espaço físico é fator importante para garantir a organização do tchoukball? Como ocupá-lo melhor? PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO Durante o percurso pelas várias etapas das Si- tuações de Aprendizagem, alguns alunos podem não apreender os conteúdos nem desenvolver as habilidades da forma esperada. É necessário, professor, que outras Situações de Aprendizagem sejam propostas, permitindo ao aluno revisitar, de outra maneira, o processo. Tais estratégias po- dem ser desenvolvidas durante as aulas ou em ou- tros momentos, individualmente ou em pequenos grupos, envolvendo todos os alunos ou apenas aqueles que apresentaram dificuldades. Um exemplo possível seria descrever para eles situações reais de partidas de tchoukball, colo- cando-os na condição de árbitros e pedindo sua opinião. Essa situa ção pode ser operacionaliza- da em forma de gincana, em que os vários gru- pos devem responder, atribuindo-se pontos para as respostas certas. O objetivo é que os alunos relembrem as regras do tchoukball. Essas si- tuações podem ser vivenciadas e discutidas em grupos. f Vocês alterariam alguma regra do tchoukball? Qual? Por quê? Discuta com os alunos as respostas apre- sentadas e dê as orientações necessárias, garantindo que eles atentem para a organi- zação tática coletiva do tchoukball. Livros BAYER, Claude. O ensino dos desportos co- lectivos. Lisboa: Dinalivros, 1994. Discute o processo de ensino dos esportes coletivos, apresentando os princípios operacionais co- muns às modalidades esportivas. GARGANTA, Júlio. Para uma teoria dos jo- gos desportivos colectivos. In: OLIVEIRA, José; GRAÇA, Amândio. O ensino dos jogos desportivos. 2. ed. Porto: Universidade do Por- to, 1995. Propõe uma discussão sobre o proces- so de ensino-aprendizagem das modalidades esportivas coletivas. Artigos DAOLIO, Jocimar. Jogos esportivos cole- tivos: dos princípios operacionais aos ges- tos técnicos – modelo pendular a partir das ideias de Claude Bayer. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, São Caetano do Sul, v. 10, n. 4, 2002. p. 99-103. Disponível RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA 24 em: <http://portalrevistas.ucb.br/index.php/ RBCM/article/view/478/503>. Acesso em: 12 nov. 2013. O artigo apresenta uma discussão sobre a aplicação dos pressupostos de Clau- de Bayer para o ensino do esporte coletivo. GIGLIO, Sérgio Settani. Tchoukball: que es- porte é esse? Cadernos de Formação RBCE, v. 2, n. 1, jan. 2011, p. 56-68. Disponível em: <http://www.rbceonline.org.br/revista/index. php/cadernos/article/view/1208/614>. Acesso em: 6 mar. 2014. O artigo apresenta reflexões e possibilidades para o ensino do tchoukball, subsidiado pela perspectiva de “esporte cole- tivo” proposta no Currículo da rede pública estadual paulista. SILVA, Thatiana Aguiar Freire; ROSE JR., Dante de. Iniciação nas modalidades es- portivas coletivas: a importância da dimen- são tática. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, São Paulo, ano 4, n. 4, 2005. p. 71-93. Disponível em: <http://www. mackenzie.br/fileadmin/Graduacao/CCBS/ Cursos/Educacao_Fisica/REMEFE -4-4- 2005/art5_edfis4n4.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2013. O artigo discute a iniciação esportiva nas modalidades esportivas coletivas, valo- rizando a dimensão tática. Sites Atlas do esporte no Brasil. Disponível em: <http://www.atlasesportebrasil.org.br/ textos/85.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2013. Federação Internacional de Tchoukball (FITB). Disponível em: <http://www.tchoukball.org>. Acesso em: 12 nov. 2013. Regras do tchoukball. Disponível em: <http:// sites.amarillasinternet.com/tchoukball/o_jogo_e_ as_regras.html>. Acesso em: 12 nov. 2013. Tchoukball Difusão Brasil. Disponível em: <http://www.tchoukball.amawebs.com>. Acesso em: 12 nov. 2013. Esses sites oferecem algumas informações técnico-táticas e históricas sobre o tchoukball, além de informações sobre competições e ou- tros assuntos. O professor também pode en- contrar demonstrações de jogo em sites que disponibilizam vídeos na internet. 25 Educação Física – 2a série – Volume 2 Em uma abordagem mais moderna, a saúde é compreendida como uma condição humana com dimensões física, social e psicológica, carac- terizadapor um continuum com polos positivo e negativo associados aos aumentos na morbidade e/ou mortalidade das populações. Segundo dados do Ministério da Saúde (2006), as doenças do aparelho circulatório representam a principal causa de mortes para ambos os sexos em todas as regiões do Brasil (com exceção da Norte). Em segundo lugar, nas estatísticas, estão as mortes associadas a causas externas (especial- mente acidentes e homicídios), entre os homens, e as neoplasias (câncer), entre as mulheres. Conhecendo-se as principais causas de mor- talidade, é importante identificar os fatores de risco ligados a elas. Conceituados como hábi- tos ou características pessoais que predispõem ao desenvolvimento de patologias, os fatores de risco podem ser divididos em não modifi- cáveis (hereditariedade, sexo, envelhecimento e etnia) e modificáveis (fumo, álcool, drogas, se- dentarismo, estresse e alimentação). Como são controlados pela manutenção ou pela mudan- ça dos hábitos diários, os fatores modificáveis podem ser alvo de campanhas educacionais e de saúde que incentivem a adoção de um estilo de vida saudável. As doenças do aparelho circulatório (doen- ças cardiovasculares) afetam tanto o coração – como na doença arterial coronariana e no infarto –, quanto os vasos sanguíneos, como na aterosclerose, no acidente vascular cere- TEMA 2 – CORPO, SAÚDE E BELEZA – FATORES DE RISCO À SAÚDE E DOENÇAS HIPOCINÉTICAS Figura 6 – Caminhar. © C ov er Sp ot /A la m y/ G lo w I m ag es 26 bral (AVC) ou encefálico (AVE) e na doença vascular periférica. Histórico familiar, gênero e envelhecimento destacam-se como os prin- cipais fatores de risco não modificáveis dessas doenças. O tabagismo, o sedentarismo, a dieta inadequada e os altos níveis de estresse são os principais fatores modificáveis. Além desses, doenças como diabetes e obesidade são fato- res que contribuem para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, muitas vezes por estarem associadas a baixos níveis de atividade física e dietas inadequadas (ricas em gorduras). Mais importante do que estabelecer quais fa- tores são mais relevantes no comprometimento cardiovascular é entender como eles contribuem para o problema e estabelecer os cuidados que devem ser tomados para preveni-lo. Quanto aos fatores não modificáveis, é im- portante que se investigue o histórico familiar. A existência de casos de doenças ou de proble- mas cardiovasculares na família faz que uma atenção maior seja dedicada aos fatores de ris- co modificáveis à medida que a idade avança, especialmente entre os homens. O tabagismo, associado a uma alimenta- ção/dieta desequilibrada que favoreça um nível elevado de colesterol sanguíneo, especialmen- te da lipoproteína de baixa densidade (LDL), além de níveis corporais baixos das vitaminas A, E e C, pode ocasionar lesão na parede das artérias e favorecer o surgimento da ateroscle- rose (placa de gordura na camada interna das artérias), condição altamente associada ao desenvolvimento das doenças cardiovascula- res. Portanto, redução do tabagismo e melhor qualidade na composição da dieta, em parti- cular no que se refere à ingestão de gordura e de vitaminas, exerceriam efeito protetor sobre o surgimento e o agravamento das doenças cardiovasculares. O sedentarismo talvez seja o fator de risco mais prevalente, o que está presente no maior número de casos. Nas pessoas com hábitos se- dentários, a aptidão cardiovascular diminui, so- brecarregando o aparelho circulatório durante a realização de atividades físicas. Em contrapar- tida, o exercício regular aumenta a resistência aeróbia, que promove adaptações nas artérias coronarianas (como aumento de seu diâmetro e diminuição de sua rigidez) e no coração, uma vez que o músculo cardíaco se fortalece. Essas alterações protegem contra distúrbios cardiovas- culares. Além disso, pessoas ativas comumente mantêm os outros fatores de risco sob controle (tabagismo, alimentação e estresse). O estresse, por sua vez, diz respeito à maneira pela qual o organismo reage a qualquer estímulo, podendo ser positivo (“eustresse”, quando rela- cionado a estímulos que promovem adaptações positivas ao organismo, como a atividade física moderada) ou negativo (“distresse”, quando as- sociado a estímulos prejudiciais ao organismo, como a dor). É difícil delimitar a participação do nível de estresse no risco de doenças cardio- vasculares, visto que sob situações estressantes muitos indivíduos adotam hábitos pouco saudá- veis (comem, fumam e bebem exageradamente, utilizam drogas, exercitam-se menos etc.). Sabe-se, porém, que há forte relação entre maiores níveis de estresse e cardiopatias em indivíduos que apre- sentam padrões de comportamento associados a ansiedade, agressividade, hostilidade, exigência e competitividade. Para esses indivíduos, tais riscos só poderão ser minimizados se houver mudança na forma de responder às situações de estresse, o que requer alteração de seu estilo de vida. Ao relacionarmos exercícios físicos com es- tresse, percebemos que as características da ati- vidade geram consequências distintas. Quando o exercício envolve atividade física intensa, prolongada ou repetida, sem um intervalo ade- quado entre as sessões, o organismo é exposto a uma condição de estresse crônico, favorecen- do o desenvolvimento de doenças. Em contra- partida, atividades físicas moderadas e/ou de cunho recreativo, praticadas com regularidade, 27 Educação Física – 2a série – Volume 2 permitem ao organismo recuperar-se adequa- damente entre uma sessão e outra, têm efeito tranquilizante associado à sensação de bem- -estar, além de reações bioquímicas provocadas pelas endorfinas, que podem ajudar a reduzir os níveis de estresse. A adoção de um estilo de vida fisicamente ativo é um fator importante para a manutenção de um bom estado de saúde. Porém, algumas condutas inadequadas ou prejudiciais à saúde podem estar atreladas à prática de exercícios físicos. Por exemplo: a ilusão de obter resulta- dos melhores com maior rapidez compromete os benefícios pretendidos com a atividade físi- ca regular; dietas diversas, voltadas principal- mente para a redução de peso corporal, e uso de suplementos alimentares, esteroides anabo- lizantes e outras formas de doping, adotados para potencializar os efeitos do treinamento físico e obter maior rendimento atlético, são igualmente comprometedores. Doenças hipocinéticas: obesidade, hipertensão e outras Conforme ressaltado, o sedentarismo é um dos fatores de risco de maior prevalência (nú- mero total de casos) na gênese de patologias que afetam negativamente a saúde, como obe- sidade, diabetes e hipertensão, referidas como doenças hipocinéticas, o que sugere a adoção de um estilo de vida fisicamente mais ativo como fator de prevenção e promoção/manu- tenção de um bom estado de saúde. Manter-se fisicamente ativo implica maior envolvimento com a atividade física, que pode ser definida como qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética, que gera um gasto energético superior ao que se despende em repouso. Engloba, portanto, as atividades da vida diária, como tomar banho, vestir-se e comer, as tarefas domésticas, as atividades profissionais, o deslocamento e as atividades de lazer, incluindo exercícios físicos, dança etc. Para que a atividade física possa promover e manter benefícios à saúde, é necessário que se induzam adaptações positivas sobre o estado de aptidão física. Essas adaptações são feitas, sobre- tudo, pela prática de exercícios físicos, definidos como toda atividade física planejada, estruturada e repetitiva que tem por objetivo a melhoria e a manutenção da aptidão física. De acordo com Nahas (2013), considera-sesedentário o indivíduo que, no somatório das atividades físicas, apresenta um gasto energético semanal inferior a 500 kcal. Já o indivíduo que acu- mula um gasto energético semanal de pelo menos 1 000 kcal é considerado moderadamente ativo. Níveis moderados de atividade física podem reduzir de forma significativa o risco de doen- ças hipocinéticas (obesidade, hipertensão e ou- tras). Portanto, identificar o perfil de atividade física de cada indivíduo e sua relação com o atual estado de saúde pode ser uma importan- te estratégia para a promoção de um estilo de vida fisicamente mais ativo e saudável. Níveis de atividade física e obesidade Atualmente, o aumento excessivo de peso de- vido ao acúmulo de gordura nas reservas corpo- Figura 7 – Pedalar. © J oh n P. K el ly /T he I m ag e B an k/ G et ty I m ag es 28 rais (obesidade) está associado principalmente à combinação de baixos níveis de atividade física com a alta ingestão calórica ou, especificamen- te, com a alta ingestão de gordura. Ao longo do processo de envelhecimento, é comum observar o aumento da gordura corporal em razão do se- dentarismo progressivo. Ex-atletas também esta- riam propensos ao aumento da gordura corporal em virtude da redução do gasto calórico decor- rente da diminuição do nível de atividade física sem a correta adequação na ingestão calórica. A evidente associação entre sedentarismo, alimentação inadequada e maior incidência e prevalência de obesidade torna necessária uma rotina fisicamente mais ativa, paralela a hábitos nutricionais adequados. Dessa forma, é possível prevenir e controlar o aumento do peso corporal e suas consequências negativas para a saúde, que causam maior risco de morbidade. Participar de programas de exercícios físi- cos facilita o ajuste entre o gasto energético decorrente das atividades físicas e a ingestão calórica, o que é fundamental no controle da obesidade. Para a elaboração de um programa de exercícios adequado, devem-se considerar as características individuais, como disponi- bilidade de tempo e preferência motivacional por modalidades diversas (aeróbias e anaeró- bias), a fim de serem definidas a intensidade e a duração das atividades. Níveis de atividade física e diabetes O diabetes mellitus é uma doença endócri- no-metabólica caracterizada por altos níveis glicêmicos, decorrentes da ausência ou da bai- xa quantidade de insulina no sangue e/ou da inefi ciência na ação da insulina. Atualmente, é uma das patologias mais prevalentes em todo o mundo, associada a altas taxas de morbida- de e mortalidade. Quando o controle metabó- lico não é satisfatório, surgem complicações agudas e crônicas que provocam impactos econômico e social. Baixos níveis de atividade física podem contribuir indiretamente para o surgimento de quadros de diabetes associados ao maior acúmulo de gordura corporal e consequente aumento de peso. Mas, quando se pensa no diabetes, combater o sedentarismo é essencial para controlar a doença. O exercício físico, associado ou não a dietas especiais e ao uso de fármacos, como insulina e outros hipogli- cemiantes, desempenha importante papel no controle da glicemia (taxa de açúcar no san- gue), pois melhora os mecanismos de capta- ção de glicose pelos órgãos, como o fígado e os músculos. Logo, um diabético fisicamente menos ativo pode encontrar maior dificulda- de em controlar seus níveis glicêmicos, o que pode agravar a doença e facilitar o apareci- mento de complicações agudas ou crônicas, como problemas renais, oculares e vasculares. Níveis de atividade física e hipertensão A hipertensão tem como característica o au- mento da pressão sanguínea acima dos níveis considerados normais para cada faixa etária, gênero e estilo de vida. A pressão elevada provo- ca sobrecarga hemodinâmica, estimulando uma carga adicional no trabalho cardíaco e danos nas paredes internas dos vasos, especialmen- te nas artérias. Entre adultos, considera-se um indivíduo hipertenso quando sua pressão san- guínea constantemente atinge valores sistólicos acima de 140 mmHg ou valores diastólicos su- periores a 90 mmHg. A hipertensão pode provo- car diversas complicações vasculares, cardíacas, renais e cerebrais. Comparados a pessoas com pressão arterial normal, os hipertensos correm um risco sete vezes maior de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) e três vezes maior de ter infarto do miocárdio. Uma das consequências do baixo nível de atividade física é uma menor capacidade car- diovascular, o que pode sobrecarregar o sis- tema cardiocirculatório. Associados a fatores genéticos e nutricionais, o aumento de peso e 29 Educação Física – 2a série – Volume 2 o nível elevado de estresse podem predispor ao desenvolvimento da hipertensão. Em con- traposição, alguns estudos têm demonstrado que a prática regular de exercícios de baixa a moderada intensidade e de longa duração age positivamente sobre a pressão sanguínea, dimi- nuindo o risco de ocorrência de hipertensão. A Educação Física escolar tem papel fun- damental na geração de hábitos que levem os Possibilidades interdisciplinares Professor, o tema Corpo, saúde e beleza – Fatores de risco à saúde e doenças hipocinéticas poderá ser desenvolvido de modo integrado com outras disciplinas, como Biologia e Geografia, uma vez que envolvem conteúdos relacionados a indicadores socioeconômicos e a taxas de mortalidade/morbidade. Converse com os professores responsáveis por essas disciplinas em sua escola. Essa iniciativa facilitará a compreensão dos conteúdos pelos alunos de forma mais global e integrada. Figura 8 – Alongar. alunos a adquirir um estilo de vida mais ativo e saudável. Ao se tornarem conscientes dos problemas causados por uma vida sedentária, eles podem incluir a atividade física em suas vidas. A discussão desse tema no ambiente de aula pode contribuir também para que os alu- nos sejam mais críticos em relação aos apelos das mídias quanto à ingestão de substâncias que provocam ganho de massa muscular ou redução de peso. © T ed L ev in e/ C us p/ C or bi s/ L at in st oc k O objetivo desta Situação de Aprendi- zagem é o de estimular os alunos a realizar uma autoavaliação de seus hábitos de vida quanto aos fatores de risco que predispõem a doenças hipocinéticas. A princípio, eles farão um diagnóstico pessoal sobre as condições de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e hipocinéticas. Posterior- mente, realizarão uma discussão sobre pos- síveis estratégias e mudanças em seus hábitos de vida para minimizar os fatores de risco, com destaque para a importância da prática de atividades físicas e de exercícios regulares adequados a cada um. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 AVALIANDO RISCOS 30 Conteúdo e temas: fatores de risco à saúde e doenças hipocinéticas; atividade física, sedentarismo e estado de saúde; fatores de risco associados à prática de exercícios físicos: dietas e suplementos alimen- tares, esteroides anabolizantes e doping. Competências e habilidades: identificar e reconhecer em seus próprios hábitos de vida os fatores de risco para as doenças hipocinéticas; identificar a relação entre baixos níveis de atividade física e doenças hipo- cinéticas; identificar os riscos à saúde relacionados a dietas, consumo de suplementos alimentares, uso de esteroides anabolizantes e outras formas de doping, em associação à prática de exercícios físicos; construir argumentação consistente e coerente na autoavaliação dos próprios hábitos de vida. Sugestão de recursos: balança antropométrica, fita métrica. Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 3 Etapa 1 – Histórico familiar Após explicar o que são doenças cardio- vasculares ehipocinéticas, oriente os alunos na aplicação de um questionário junto a seus familiares (pais, avós e tios), cujo objetivo é identificar se há, no histórico familiar, pato- logias que se encaixem nas duas categorias dessas doenças. O questionário deverá inda- gar sobre os seguintes problemas de saúde: diabetes, obesidade, colesterol elevado, pres- são alta, acidente vascular cerebral (AVC), cardiopatias e outros problemas circulató- rios. Os problemas relatados devem ser re- gistrados, informando quais membros da família os apresentam ou já os apresentaram. Professor, faça uma reflexão com os alunos sobre as questões apre- sentadas na seção “Para começo de conversa”, no Caderno do Aluno. Você já ouviu falar dos efeitos nocivos da má alimentação e do sedentarismo? No ranking de mortalidade, as doenças cardio- vasculares, para ambos os sexos, aparecem em primeiro lugar, seguidas de acidentes e homi- cídios, para homens, e câncer, para mulheres. As doenças apresentam fatores de risco, ou seja, você está mais propenso a desenvolvê-las quanto mais desses fatores agrega. Há fatores de risco modificáveis (fumo, drogas, sedenta- rismo, alimentação, álcool e estresse) e não modificáveis (hereditariedade, envelhecimen- to, sexo e etnia). Você já conhece os benefícios do exercício físico para o controle da obesida- de. Neste Caderno, vai saber um pouco mais sobre os benefícios do exercício físico para o controle da hipertensão arterial, do diabetes mellitus e dos níveis elevados de colesterol, uma vez que essas doenças têm maior preva- lência sobre sedentários e, por isso, são cha- madas de doenças hipocinéticas. © J oh n B av os i/S P L /L at in st oc k Coração, veias e artérias. 31 Educação Física – 2a série – Volume 2 Antes, verifique se você conhece o assunto que vamos tratar. Discuta com seus colegas as seguintes questões: 1. Você conhece pessoas com alguma dessas doenças? Resposta pessoal. 2. Que tipo de hábitos alimentares e de ativi- dade física essas pessoas adotam? Infere-se que sejam sedentárias e que adotem hábitos ali- mentares inadequados. 3. O hipertenso, o diabético e/ou alguém com taxas elevadas de colesterol devem evitar que tipo de alimento? Sal, açúcar e gordura animal, respectivamente. 4. Quais práticas podem ser adotadas para a promoção de saúde dessas pessoas? Exercício físico e controle alimentar. Etapa 2 – Alerta vermelho Solicite aos alunos que façam uma auto- avaliação dos fatores de risco modificáveis relacionados às doenças cardiovasculares e hipocinéticas a que estão expostos em suas vidas cotidianas: fumo, álcool, drogas, seden- tarismo, estresse e alimentação. Para identi- ficar os fatores de risco, algumas questões podem ser feitas aos alunos: se fumam ou consomem álcool e com que frequência; qual o número de refeições diárias; se apresentam ansiedade e/ou irritabilidade constante; se costumam fazer exercícios regularmente etc. Solicite aos alunos, após os devidos escla- recimentos e orientações, que preencham o “Questionário de atividades físicas habi- tuais” (cf. NAHAS, 2013), de modo a obter informações sobre quão fisicamente ativos eles se encontram. Professor, solicite aos alunos que circulem os pontos corresponden- tes a cada atividade respondida com SIM na seção “Pesquisa indi- vidual”, no Caderno do Aluno. Alerta vermelho Na tabela a seguir você encontrará, na coluna da esquerda, afirmações sobre ativi- dades diárias, e, na coluna da direita, os pon- tos correspondentes a cada atividade. Quais atividades fazem parte da sua vida diária? Para cada afirmação confirmada, assinale os pontos correspondentes na coluna da direita. Some os pontos e registre-os na linha abaixo da tabela, na página seguinte. O seu nível de atividade depende da soma total dos pontos. Recomenda-se que as pessoas procurem con- quistar entre 12 e 20 pontos (moderadamente ativo) para estarem em uma faixa satisfatória de atividade física. Após completar a tabela, você encontrará um espaço para indicar sua classificação. 32 Atividades ocupacionais diárias Pontos 1. Eu geralmente vou e volto do trabalho (ou escola) caminhando ou de bicicleta (ao menos 800 metros cada percurso) 3 2. Eu geralmente uso as escadas ao invés do elevador 1 3. Minhas atividades diárias podem ser descritas como: a) Passo a maior parte do tempo sentado e, quando muito, caminho distâncias curtas 0 b) Na maior parte do dia realizo atividades físicas moderadas, como caminhar rápido ou executar tarefas manuais 4 c) Diariamente realizo atividades físicas intensas (trabalho pesado) 9 Atividades de lazer Pontos 4. Meu lazer inclui atividades físicas leves, como passear de bicicleta ou caminhar (duas ou mais vezes por semana) 2 5. Ao menos uma vez por semana participo de algum tipo de dança 2 6. Quando sob tensão, faço exercícios para relaxar 1 7. Ao menos duas vezes por semana faço ginástica localizada 3 8. Participo de aulas de ioga ou tai-chi-chuan regularmente 2 9. Faço musculação duas ou mais vezes por semana 4 10. Jogo tênis, basquete, futebol ou outro esporte recreacional, 30 minutos ou mais por jogo: a) uma vez por semana 2 b) duas vezes por semana 4 c) três ou mais vezes por semana 7 11. Participo de exercícios aeróbicos fortes (correr, pedalar, remar ou nadar) 20 minutos ou mais por sessão: a) uma vez por semana 3 b) duas vezes por semana 6 c) três ou mais vezes por semana 10 Questionário de Atividades Físicas Habituais1 Total de pontos: ___________________________ . 1 Desenvolvido originalmente por Russel R. Pate (University of South Carolina, EUA). Traduzido e modificado por Markus Vinícius Nahas (NuPAF/UFSC) para uso educacional, servindo como estimativa do nível de atividade física habitual de adolescentes e adultos jovens. Essa versão do instrumento mostrou-se prática e fidedigna entre adolescentes e universitários. A soma dos pontos é uma unidade arbitrária. Fonte: NAHAS, Markus Vinícius. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 6. ed. Londrina: Midiograf, 2013. p. 55. 33 Educação Física – 2a série – Volume 2 Agora confira a sua classificação. Se o re- sultado estiver entre: 0 e 5 pontos, sua classificação é: inativo. 6 e 11 pontos, sua classificação é: pouco ativo. 12 e 20 pontos, sua classificação é: modera- damente ativo. 21 ou mais pontos, sua classificação é: muito ativo. Se você alcançou menos de 12 pontos, o que pode fazer para reverter essa situação? Discuta com seus colegas e registre aqui algu- mas ideias. Esta atividade de caráter diagnóstico destina-se a obter a classificação do nível de atividade física do aluno. Observação: a seguir, no item “Você sabia?”, você encontrará informações sobre os níveis de ati- vidade física e sua relação com hipertensão arterial, colesterol e diabetes mellitus. Professor, faça uma reflexão com os alunos sobre as considerações apresenta- das na seção “Você sabia?”, no Caderno do Aluno. Você sabia? Hipertensão arterial Dizemos que uma pessoa é hipertensa quando sua pressão arterial está acima de 140 mmHg × 90 mmHg (milímetros de mercúrio). Mas atenção! Essa referência é para pessoas com idade superior a 18 anos e deve se repetir por, pelo menos, três vezes consecu- tivas. Fumo, álcool, café, estresse e drogas podem ocasionar elevações da pressão arterial. A maioria das pessoas nem sabe que é hipertensa; por isso, fique atento se alguém que você conhece apresentar os seguintes sintomas: forte dor de cabeça, tontura, visão turva, dor no peito, ansiedade e sensação de mal-estar, pois essa pessoa pode estar sofrendo uma crise hipertensiva. Negros, obesos e idosos são considerados grupos de risco para hipertensão
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