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2015-02-20 1 Tripanossomíase americana Doença de Chagas INTRODUÇÃO Antropozoonose Trypanosoma cruzi Doença de Chagas Tripanossomíase Americana Barbeiro América Latina Trypanosoma cruzi INTRODUÇÃO Carlos Chagas – 1907 (Fonte: www.fiocruz.br/chagas; www.vertentes.com.br). Diretor do Instituto, Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, entre outros pesquisadores de Manguinhos. HISTÓRICO (Fonte: www.fiocruz.br/chagas; www.vertentes.com.br). Estação da Estrada de Ferro Central do Brasil Lassance, Minas Gerais. HISTÓRICO Carlos Chagas entre outros cientistas e chagásicos em Lassance - Minas Gerais Berenice, primeiro caso descrito por Carlos Chagas (Fonte: www.fiocruz.br/chagas; www.vertentes.com.br). HISTÓRICO 2015-02-20 2 HISTÓRICO O vetor O agente etiológico A patologia A “tripla descoberta” EPIDEMIOLOGIA • Cerca de 12 a 14 milhões de pessoas infectadas na América Latina • Sul dos EUA até a Argentina • Não existe Doença de Chagas fora do continente americano (Dias, 2007) EPIDEMIOLOGIA • Endêmica nas Américas: Zona rural de América Latina até o sul dos EUA, Alto grau de adaptação dos vetores às condições de habitação humana na zona rural, Estimativa de 16 milhões de pessoas infectadas, Resultando em 45.000 mortes/ano. É a causa mais importante de cardiopatia. Tanto quanto 70% das pessoas contaminadas podem permanecer assintomáticas. Crianças de até 10 anos constituem a maioria dos pacientes na fase aguda da doença. EPIDEMIOLOGIA • Situação do Brasil •Estados Mais Acometidos •Nordeste •Mato Grosso •Minas Gerais •Goiás •Rio Grande do Sul •8 milhões de pessoas •4ª causa de morte no país EPIDEMIOLOGIA Ciclo Silvestre EPIDEMIOLOGIA Ciclo Doméstico 2015-02-20 3 EPIDEMIOLOGIA Modificação do ambiente silvestre natural Habitações precárias Adaptação e colonização dos triatomíneos Habitações humanas VETOR PanstrongylusTriatoma Rhodnius Classificação: Filo: Arthropoda Classe: Insecta Sub-classe: Pterygota Ordem: Hemiptera Família: Reduviidae Sub Família: Triatominae Triatomíneos – percevejos hematófagos Gêneros de maior interesse médico: VETOR Ordem de importância no Brasil: Triatoma infestans Panstrongylus megistus Triatoma braziliensis Triatoma pseudomaculata Triatoma sordida Rhodnius neglectus Triatoma dimidiata 2015-02-20 4 Triatoma infestans Triatoma sordida Triatoma pseudomaculata Triatoma braziliensis Panstrongylus megistus Rhodnius neglectus VETOR Barbeiro, chupão, fincão, bicudo (BRA) Vinchuca ou chinche (Am. Latina) Kissing bug e cone-nosed bug (EUA) Grandes – 1 a 4 cm Hematófagos obrigatórios Média de vida: 2 anos Ovo – Ninfa (1 a 5) – Adulto VETOR Condições para que um triatomíneo seja um bom transmissor de Chagas: Adaptação à habitação humana; Alto grau de antropofilia; Curto espaço de tempo entre a hematofagia e a defecação; Larga distribuição geográfica. VETOR Ambientes Silvestres Ninhos de gambás Tocas de tatu Galinheiros Casas de Pau-a- pique • Filo: Sarcomastigophora • Subfilo: Mastigophora • Ordem: Kinetoplastida • Família:Trypanosomatidae • Gênero:Trypanosoma • Espécie:Trypanosoma cruzi CLASSIFICAÇÃO Tripanosoma cruzi Amastigota Epimastigota Tripomastigota Formas evolutivas do Trypanosoma cruzi MORFOLOGIA Porção anterior Porção posterior 2015-02-20 5 Formas evolutivas do Trypanosoma cruzi MORFOLOGIA Hospedeiro Vertebrado Amastigota: intracelular(macrófagos, fibroblastos, cél. epiteliais) Tripomastigota: extracelular Hospedeiro Invertebrado Epimastigota Tripomastigota metacíclico MORFOLOGIA Formas amastigotas intracelulares do Trypanosoma cruzi Músculo cardíaco de camundongo infectado com T. cruzi. Formas amastigotas Amastigotas: intracelular Hospedeiro Vertebrado Fonte: www.fiocruz.br/chagas Tripomastigotas: extracelular Formas tripomastigotas Sanguíneas Tripomastigota de Trypanosoma cruzi. 2 5 Região anterior Região posterior 12 3 4 Hospedeiro Vertebrado Fonte: www.fiocruz.br/chagas Formas epimastigotas do Trypanosoma cruzi Região posterior Hospedeiro Invertebrado Epimastigotas: intestino do inseto Região anterior Região posterior (Fonte: www.fiocruz.br/chagas) Hospedeiro Invertebrado Tripomastigotas metacíclicos: reto (Fonte: www.fiocruz.br/chagas) 2015-02-20 6 CICLO BIOLÓGICO (Fonte: www.fiocruz.br/chagas) TRASMISSÃO Inseto Vetor •Ocorre geralmente à noite, durante a alimentação dos insetos •Excretas do vetor (fezes ou urina) •Penetração de tripomastigotas metacíclicos • Hematofagismo • Importância epidemiológica TRASMISSÃO Transfusão Sanguínea • Segunda via mais importante • Maior controle do sangue e hemoderivados • Efetiva atuação da vigilância sanitária • Não existe TS isenta de risco • T. cruzi permanece viável a 4 graus por 18 dias e até 250 dias em temperatura ambiente. TRASMISSÃO Transmissão Congênita • Transplacentária • Em qualquer fase da doença • Em qualquer época da gestação • Momento do parto • Fatores pouco conhecidos • Varia de 1 a 4% no Brasil (Fonte: www.fiocruz.br/chagas) 2015-02-20 7 Formas amastigotas na placenta (400x) (Fonte: www.fcfrp.usp.br/dactb/Parasitologia) Transmissão Congênita: TRASMISSÃO TRASMISSÃO Transmissão Oral • Ingestão de alimentos (triatomíneos) • Resistem à acidez do suco gástrico • Santa Catarina (2005-07) cana de açúcar • Pará (2006-07) açaí (Fonte: www.fiocruz.br/chagas) TRASMISSÃO Aleitamento materno • Poucos casos descritos na literatura • Casos suspeitos de fissura mamilar • Descartar a transmissão transplacentária. • Não constitui empecilho (Fonte: www.fiocruz.br/chagas) TRASMISSÃO Acidentes laboratoriais • Contato com culturas de T. cruzi • Exposição às fezes infectadas de triatomíneos • Sangue de paciente ou animal (Herwaldt, 2001) TRASMISSÃO Transplante de órgãos •Transplante Renal (35%) •Adquirido relevância (grave) • Drogas imunosupressoras • Sorologia em candidatos a doadores • Transplantes com sorologia positiva (Fonte: www.fiocruz.br/chagas) TRASMISSÃO Transmissão sexual • Homem susceptível com mulher infectada em período menstrual • Eliminação de T. cruzi no esperma de homens infectados (Fonte: Manual Prático de Subsídio à Notificação Obrigatória/SINAN, 2004) 2015-02-20 8 DOENÇA DE CHAGAS Mecanismos patogênicos básicos Mediadores da inflamação Restos celulares Parasitos sem diferenciação Resposta inflamatória Lesões celulares Fibrose PATOGENIA Fase Aguda Resposta inflamatória focal Infiltração fugaz de leucócitos polimorfonucleares Alta parasitemia Fase Crônica Reações imunológicas Fenômenos degenerativos Fibrose Monócitos e linfócitos predominam nos exsudatos inflamatórios PATOGENIA Baixa parasitemia PATOGENIA Fatores que condicionam maior virulência: Idade: mais jovem mais susceptível Influencia Hormonal: Cortisona e Hidrocortisona Deficiências Nutricionais: Vitaminas e Proteínas Período de Incubação: Quando há sintomas na fase aguda: 5 a 14 dias após a picada do barbeiro. Via transfusional: varia de 30 a 40 dias. ASPECTOS CLÍNICOS Fase Aguda: sintomática ou assintomática • Primeira infância: morte (10%) • Manifestações locais: 4 a 10 dias após a picada • Regredindo em um ou dois meses • Aparecem em 50% dos casos agudos Sintomática • Penetra na pele (chagomade inoculação) Sintomática • Inflamação aguda local • Epiderme a hipoderme • Linfadenite – satélite • Cutâneo - linfonodal C. de inoculação no antebraço FASE AGUDA 2015-02-20 9 • Penetra na conjuntiva (sinal de Romanã) Sintomática (Rey, 2001) • Edema unilateral bipalpebral • Congestão conjuntival • Linfadenite – satélite • Conjuntivo-linfonodal FASE AGUDA FASE AGUDA Manifestações gerais: • Febre – intensidade variável (37 a 38° C) • Edema local e generalizado (membros inferiores) • Hepatomegalia • Esplenomegalia • Perturbações neurológicas • Insuficiência cardíaca FASE CRÔNICA • Positividade de exames sorológicos • Ausência de sintomas e/ou sinais • Eletrocardiograma normal • Coração, esôfago e cólon radiologicamente normais Assintomática FASE CRÔNICA • Forma Cardíaca • Forma Digestiva (esôfago ou cólon) • Forma Cardiodigestiva ou Mista Sintomática Após permanecerem assintomáticos por vários anos FASE CRÔNICA Cardiopatia Chagásica Crônica Insuficiência cardíaca congestiva (ICC): • Substituição por áreas de fibrose • Interrupção de fibras e fascículos Diminuição da massa muscular CARDIOPATIA CHAGÁSICA CRÔNICA 2015-02-20 10 FASE CRÔNICA Destruição do SNA simpático e parassimpático Sistema autônomo regulador das contrações cardíacas Perturbações na formação e condução do estímulo cardíaco Arritmias FASE CRÔNICA Aneurisma de ponta Outro fator responsável pela arritmia Lesão pobreza de células musculares e conseqüente herniação do endocárdio FASE CRÔNICA Alterações morfológicas e funcionais Mecanismos de compensação insuficientes Insuficiência Cardíaca Congestiva Retardamento da circulação e hipóxia Fenômenos tromboembólicos FASE CRÔNICA Coração. Processo: Hipertrofia do miocárdio. Doença de Chagas. FASE CRÔNICA Forma Digestiva • Inflamação: miosite, ganglionite • Plexo mioentérico movimentos gastrintestinais • Plexo submucoso controla a secreção gastrintestinal Plexo submucoso (Meissner) Plexo mioentérico (Auerbach) Forma Digestiva FASE CRÔNICA • Alteração do tônus muscular • Motilidade • Discinesia = involuntários • Dilatações = megas • Megaesôfago e Megacólon 2015-02-20 11 FORMA DIGESTIVA Imagem radiológica de megaesôfago conforme a evolução da afecção Atividade motora mínima Cortes transversais de diferentes graus de megaesôfago Megaesôfago FORMA DIGESTIVA Megaesôfago • Disfagia • Odinofagia • Dor retroesternal • Regurgitação • Pirose • Soluço • Tosse • Sialose FORMA DIGESTIVA Megacólon Dilatação dos cólons (sigmóide e reto) Intensa dilatação de todo o cólon, desde o ceco até o reto FORMA DIGESTIVA Megacólon • Constipação intestinal • Obstrução / Perfuração intestinal • Peritonite • Desnutrição DIAGNÓSTICO CLÍNICO • Origem do paciente • Sinal de porta • Sintomas gerais • Febre Fase Aguda • Alterações cardíacas • ICC confirmada ECG • Digestivas /esôfago • Reveladas pelo RX Fase Crônica DIAGNÓSTICO LABORATORIAL FASE AGUDA Alta parasitemia FASE CRÔNICA Baixa parasitemia Pesquisa do protozoário Técnicas imunológicas Técnicas imunológicas 2015-02-20 12 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Exames Parasitológico - Método direto • Exame de sangue a fresco • Exame em gota espessa • Esfregaço sanguíneo corado pelo giemsa • Xenodiagnóstico (indireto) •Hemocultura (indireto) DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Xenodiagnóstico Esfregaço sanguíneo Presença de Trypanossoma cruzi em esfregaço sanguíneo. Presença de Trypanossoma cruzi em esfregaço sanguíneo. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL • ELISA (Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay) • Imunofluorescência indireta – IFI • Hemaglutinação indireta - HAI Exames Imunológicos: método indireto FASE AGUDA - IgM FASE CRÔNICA - IgG DIAGNÓSTICO LABORATORIAL ELISA IFI HAI 2015-02-20 13 TRATAMENTO Objetiva suprimir a parasitemia Efeitos patogênicos Indicado na Fase Aguda da doença F. Crônica tratamento apenas sintomático TRATAMENTO Esquema terapêutico: Benzonidazol – 5 a 7mg/kg/dia Duas tomadas diárias Até 90 dias Possui efeito apenas contra as formas sangüíneas TRATAMENTO Efeitos colaterais: • Cefaléia • Tonturas • Anorexia • Perda de peso • Dermatites • Depleção da série vermelha TRATAMENTO Nifurtimox – retirado do mercado Efeitos colaterais Possui efeito contra as formas sangüíneas Parcialmente contra as teciduais PROGNÓSTICO Moderado a grave Multifatorial 30 a 40% - forma cardíaca óbito por ICC 10% - forma digestiva Infecções agudas na infância são freqüentemente fatais, particularmente quando o SNC é envolvido. PROFILAXIA Melhoria das condições de vida dos camponeses Combate ao barbeiro Controle do doador de sangue Controle da transmissão congênita Combate a destruição da fauna e da flora 2015-02-20 14 Combate ao barbeiro Doença de Chagas Curiosidades • Múmia da América do Sul: – Cardiomegalia por Doença de Chagas
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