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RESUMÃO EMPRESARIAL (1)

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RESUMÃO EMPRESARIAL – TEORIA DA EMPRESA E SOCIETÁRIO 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
Antes do Código Comercial de 1850 havia grande lista de atos de comércio e o comerciante era assim 
definido se praticasse esses atos de comércio. O Código Comercial de 1850 foi complementado pelo 
regulamento 737, também de 1850. O CCom de 1850 foi revogado? Foi parcialmente revogado pelo CC 02, 
mas ele ainda vale em relação aos contratos marítimos. Ele não vale mais em relação aos atos de comércio, 
comerciante, sociedade, mas vale em relação aos contratos marítimos. Vamos falar o tempo todo no CC, 
até porque contratos marítimos não caem na prova. 
Do século XX até os nossos dias começamos a perceber outra movimentação. Em 1942 temos o CC Italiano 
e temos em 2002 temos o CC brasileiro. O século XX trouxe para nós o período em que o comerciante é 
agora chamado de empresário. Trouxe o período do direito em que não mais ele é definido pelos atos de 
comércio, mas sim se ele realiza ou não uma atividade empresarial. No século XIX o comerciante é definido 
a partir da atividade que exercia, mas agora ele é definido por uma idéia da atividade empresarial. 
Antes do CC 02 já tínhamos na doutrina o nome direito empresarial, pela influência do direito italiano. A 
palavra empresa surge antes do CC. 
Manual de Direito comercial do Fábio Ulhôa. Outro livro é o resumo da Elisabete Vido, para questões de 
primeira fase, coleção Elementos do Direito. 
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TEORIA DA EMPRESA – Aqui começa o edital. 
Quem primeiro falou de empresa foi Alberto Asquini e diz que não vamos encontrar no CC uma definição 
de empresa, pois empresa só é compreendida e entendida a partir de alguns aspectos e alguns pontos de 
vista. Esse esclarecimento feito por Alberto Asquini é chamado de teoria poliédrica da empresa. 
I – TEORIA POLIÉDRICA DA EMPRESA 
A teoria poliédrica de Alberto Asquini diz que a empresa pode ser conhecida sob quatro pontos de vista, ou 
quatro aspectos importantes. Esses aspectos são: 
1 – ASPECTO FUNCIONAL: Empresa pode ser entendida sob aspecto funcional. A empresa pode ser 
compreendida pela atividade exercida pelo empresário ou pela sociedade empresarial. 
2 – ASPECTO SUBJETIVO: Empresa pode ser entendida pelo aspecto subjetivo. Analisar a pessoa que exerce 
a atividade empresarial. Essa pessoa pode ser empresário individual ou a sociedade empresária. 
3 – ASPECTO OBJETIVO ou PATRIMONIAL: Figura do estabelecimento comercial. 
4 – ASPECTO CORPORATIVO: Empresa pode e deve ser compreendida a partir da sua relação com as 
pessoas. Tanto a relação do dono do negócio com funcionários, como relação do funcionário com sua 
“freguesia”. 
No Brasil Valdírio Bugarelli compilou essa teoria e disse que para entender empresa vamos precisar do (i) 
aspecto funcional (atividade empresarial), (ii) da pessoa do empresário e da (iii) sociedade empresarial e 
sob o ponto de vista do estabelecimento comercial. Difere da teoria do Asquini, pois diz que a relação 
social, o aspecto corporativo faz parte do estabelecimento comercial, está inserido no patrimônio do 
empresário. 
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A teoria da empresa é subjetiva, leva em consideração quem desempenha a atividade se empresário ou 
não. 
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ATIVIDADE EMPRESARIAL, EMPRESÁRIO E ESTABELECIMENTO COMERCIAL 
I – ATIVIDADE EMPRESARIAL 
É definida no Artigo 966 CC: “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica 
organizada para produção ou a circulação de bens ou de serviços”. Fala do empresário individual. 
Artigo 982 CC: “Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o 
exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais”. Conceitua 
sociedade empresária dizendo que é aquela exercida por empresário individual. Logo, os três elementos 
que compõem a noção de empresário individual também compõem a noção de sociedade empresária 
(profissionalismo, fim econômico e organização da atividade). 
1 - CARACTERÍSTICAS DA ATIVIDADE EMPRESARIAL SÃO 
A - Atividade Que Tem Objetivo Lucrativo: já excluímos, portanto, associações, fundações, organizações 
religiosas e partidos políticos. Não existe empresa sem fins lucrativos tecnicamente. 
B - Atividade Realizada Com Habitualidade, Profissionalismo. 
C - Atividade Organizada: É o elemento preponderante para maioria da doutrina. Essa organização é a 
preocupação que tem o dono do negócio em gerir vários elementos. Ele tem que saber qual é a mão de 
obra, matéria prima, como faz com a mão de obra, exercer atividade em determinado endereço e horário. 
A composição de todos esses elementos gera resultados e sucesso da atividade. Na gravação da Receba foi 
dito que atividade organizada é sinônimo de impessoalidade, os donos não desempenham pessoalmente a 
atividade. Colaboradores exercem atividades e não os donos, os donos gerem a sociedade e a organizam, 
mas não exercem todas as atividades. Se os donos exercessem pessoalmente as atividades eles seriam 
autônomos, profissionais liberais e, portanto, teriam uma sociedade simples e não uma sociedade 
empresária. Por isso o Artigo 966, § único CC fala que “Não se considera empresário quem exerce profissão 
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou 
colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa”. Porque o chão de fábrica, 
o maquinário do profissional intelectual é a cabeça dele, então quando ele atrai para si o fim precípuo da 
atividade ele acaba exercendo a atividade com pessoalidade. Mas a profissão intelectual pode ser 
considerada empresária se constituir elemento de empresa, ou seja, se o profissional não exercer 
pessoalmente a atividade e sim manipular a atividade através de terceiros. 
Ex: Médico que tem consultório pequeno com secretária não é empresário, mas sim profissional liberal, 
autônomo. Dois médicos que dividem um pequeno consultório com secretária constituem sociedade 
simples, não empresária. Dois médicos que exploram hospital com 157 médicos, 89 enfermeiros, segurança 
e atendentes terceirizados aí essa sociedade é empresária, pois eles manipulam medicina como fator de 
produção e não mais exercem sua intelectualidade na medicina. Estão empresariando a medicina. A 
atividade que, em princípio, presume-se não empresária, acaba sendo empresária. 
Assim como engenheiros sócios de construtora exercem atividade empresária. A exceção é a advocacia, 
pois o estatuto da OAB proíbe o exercício da advocacia em caráter de mercancia, logo, não importa o 
tamanho do escritório, a sociedade formada nunca será considerada empresária por vedação legal. Logo 
essa sociedade de advogados jamais vai poder falir, pois é atividade não empresária e só pode falir 
atividade empresária. 
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A atividade empresarial para circulação de bens, produção (logo, toda indústria é considerada atividade 
empresarial) ou prestação de serviços. O problema dessa definição é que passamos a achar que tudo é 
empresa. Na prática quase tudo é empresa mesmo, escola, hospital, banco, padaria, indústria, são todos 
empresa. Mas legislador deixou claro quais atividades não são empresariais. Quais atividades ele quer 
expressamente diferenciar das atividades empresariais. 
2 – ATIVIDADES NÃO EMPRESARIAIS 
São descritas no Artigo 966, § único CC e no Artigo 982, § único CC. 
Artigo 966, § único CC: “Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza 
científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da 
profissão constituirelemento de empresa”. 
Artigo 982, § único CC: “Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; 
e, simples, a cooperativa”. 
Logo, não são atividades empresariais as prestadas por 
A - Profissional Liberal e Profissional Intelectual: A idéia é a pessoa que presta serviços de caráter direto, 
como médico que atende paciente no consultório. Relação com o paciente é pessoal e isso que faz com que 
atividade não seja empresária. Mas se esse médico monta uma clínica o médico não está mais preocupado 
com seu paciente e atendimento, está preocupado também com essa relação empresarial para que tudo 
isso dê certo e no final esse serviço seja prestado com lucro. Se o médico quiser que essa clínica seja uma 
empresa ele vai fazer o registro na junta comercial. Mas se ele não quiser que seja uma empresa, ele vai 
buscar essa atividade registrando no cartório de registro civil de pessoa jurídica. Normalmente profissionais 
liberais quando se associam constituem sociedade chamada sociedade simples. 
Quando falamos em sociedade simples, essa é uma sociedade não empresarial. Não existe mais sociedade 
civil e sociedade comercial. O que existe hoje é sociedade empresarial e sociedade simples. Cooperativa é 
sociedade simples. 
B – Cooperativa: Cooperativa não é direito comercial, mas vamos tratar. 
C – Atividade Rural que não tenha optado instituição como empresária: A regra é inscrição tem efeito 
meramente declaratório da empresariedade e não constitutivo. O fato de não ser inscrito não significa que 
não exerça atividade empresária, é o caso das sociedades empresárias não personificadas. Mas no caso do 
rural é tudo inverso, pois nos Artigos 971 e 984 CC o legislador diz que aquele que tem como principal 
profissão a atividade rural pode realizar inscrição como empresária na junta comercial no local de sua sede. 
Regra geral é que inscrição é obrigatória, mas para o rural ela é facultativa. Isso porque esses artigos falam 
que o empresário individual rural ou sociedade rural, que tenham como principal profissão a empresa rural, 
podem realizar a inscrição. Se o rural optar pela inscrição ele fica equiparado ao empresário, que tem 
inscrição obrigatória, mas se ele não optar pela inscrição ele não é considerado empresário, mesmo que a 
atividade rural dele tenha todo o elemento de empresa. No caso do rural ele só é considerado empresário 
quando opta pela inscrição. Se ele nunca optar pela inscrição não importa quão organizado ele é, ele não é 
considerado empresário ou sociedade empresária para fins legais e consequentemente não está sujeita a 
falência. Logo, apenas para o rural a inscrição tem efeito constitutivo e não declaratório. 
Artigo 971 CC: “O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as 
formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de 
Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os 
efeitos, ao empresário sujeito a registro”. 
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Artigo 984 CC: “A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário rural e seja 
constituída, ou transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade empresária, pode, com as 
formalidades do art. 968, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da sua sede, caso 
em que, depois de inscrita, ficará equiparada, para todos os efeitos, à sociedade empresária”. 
A principal diferença entre atividade empresarial para não empresarial no concurso é aplicação da lei de 
falência e de recuperação de empresas. Quem for considerado empresário, quem exerce atividade 
empresarial, se sujeita a lei de falências e recuperação de empresas. Se a atividade for não empresarial 
vamos trabalhar com a insolvência civil, com as formas de cobrança trazidas pelo CPC. Essa informação já 
caiu várias vezes na prova, perguntando, por exemplo, se alguém que é profissional liberal, se uma 
cooperativa tem direito a recuperação judicial. Só empresário e sociedade empresária pode sofrer falência 
e tem direito à recuperação judicial, Artigo 1º da Lei 11.101/05. Essa lei se aplica apenas para quem exerce 
atividade empresária. 
 
II – EMPRESÁRIO 
Pessoa que exerce atividade empresarial. Alberto Asquini chamava de perfil subjetivo. A atividade 
empresarial pode ser exercida individualmente pelo empresário individual ou pela sociedade empresária. 
Os sócios de uma sociedade empresária não são empresários, podem ser chamados de empreendedores de 
investidores, mas não de empresário. Empresário é somente a pessoa física que exerce atividade em nome 
próprio, empresário individual. É essa pessoa que vamos estudar, o empresário individual. 
1 – REQUISITOS PARA ALGUÉM SER EMPRESÁRIO, EXERCER ATIVIDADE EMPRESARIAL 
A – Capacidade: Artigo 5º, 972 e 974, todos do CC. A partir de 18 anos a pessoa já é capaz para exercer 
atividade empresarial. Se tiver entre 16 e 18 anos é relativamente capaz, podendo se tornar capaz pela (i) 
emancipação, que pode acontecer por ato de algum dos pais ou por ato judicial. Não é necessário os dois, é 
um ou outro, ou ato dos pais ou judicial. Além da emancipação o relativamente capaz também adquire 
capacidade se exerce alguma (ii) atividade com economia própria dinheiro para abrir próprio negócio. (iii) 
Pela colação de grau em curso superior. (iv) Pelo casamento. (v) Por prestar serviço público. 
O incapaz, logo, o menor de 16 anos ou entre 16 e 18 anos que não estiverem inseridos nas situações do 
Artigo 5º CC, podem ser empresários? Na regra não. Mas existe a possibilidade do Artigo 974 CC. Diz que o 
incapaz pode exercer atividade empresarial se recebeu essa empresa como objeto de herança, ou por 
incapacidade superveniente (era capaz, mas ficou louco ou teve AVC), pode continuar exercendo a empresa 
sendo representado ou assistido, dependendo da incapacidade. Nessas situações de incapacidade 
superveniente ou herança é preciso autorização judicial, que vai ocorrer dentro do processo de inventário 
ou arrolamento ou no processo de perdição, respectivamente. 
O patrimônio do incapaz responde pelas obrigações sociais? Quando falamos em empresário individual é 
ele com seu patrimônio único que responde pelas dívidas sociais. Mas e se ele for incapaz? Artigo 974, § 2º 
CC diz que essa responsabilidade patrimonial do incapaz. O patrimônio que fizer parte do acervo da 
empresa é que vai responder pelas obrigações sociais, os bens deixados na herança, como carro e casa, não 
respondem pelas obrigações sociais. Na própria autorização judicial ficam arrolados os bens que 
respondem pelas obrigações sociais e quais bens estarão preservados. 
Incapaz pode ser sócio? Artigo 974 CC não está direcionado ao sócio, mas sim ao empresário individual. 
Logo, o Artigo 974 CC é fundamentação para o incapaz ser empresário individual e não para poder ser 
sócio. A fundamentação para o incapaz poder ser sócio é construção doutrinária, não está na lei. Doutrina 
majoritária entende que incapaz não pode ser sócio de sociedade em que ele tenha seus bens disponíveis 
para pagamento de dívidas da sociedade (Artigo 1.024 CC). Só pode ser sócio em sociedade onde seus bens 
estejam protegidos, pela idéia do sistema protetivo dos bens dos incapazes. Logo incapaz pode ser sócio na 
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Ltda. (seja ela sociedade simples ou empresária) e na S.A (como acionista), pois na Ltda. e na S.A., em regra 
não há responsabilidade dos sócios. No caso das Ltda. não se aplica o Artigo 1.024 CC, mas sim o Artigo 
1.052 CC. Na sociedade limitada a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas. O 
menor também não pode ser administrador, pois o administrador de qualquer sociedade responde com 
seus bens sociais, Artigo 1.016 CC. Logo, para doutrina majoritária o menor só pode ser sócio se for numa 
espécie societária que proteja seus bens (que eletenha responsabilidade limitada) e desde que não seja 
administrador. 
B – Não pode ter impedimento: Os impedimentos podem estar em leis especiais, CF, leis orgânicas, etc. A 
primeira classe de pessoas impedidas de realizar atividades empresariais são os (i) servidores públicos. O 
servidor público é impedido de ser empresário, mas pode ser sócio de sociedade limitada, por exemplo, ou 
acionista. Não pode exercer sua atividade de forma individual, mas pode ser sócio e acionista. Não pode ser 
controlador, administrador, gerente, mas pode participar de sociedade. O que não é ser empresário 
individual. O servidor público não pode ser sócio ostensivo da sociedade em conta de participação, só pode 
ser sócio oculto. Sócio ostensivo é o que aparece para terceiros e o que responde ilimitadamente. Também 
são impedidos os (ii) alguns agentes políticos. Senador, Deputado, Artigo 54, II, CF. Diplomata, pessoas que 
recebem dinheiro público para exercer determinada atividade. Mesma razão dos servidores. (iii) Falido, 
mas quando tem suas obrigações extintas deixa ser impedido e pode voltar a exercer atividade empresarial, 
só fica impedido se tiver sido condenado por crime falimentar. (iv) Exercício simultâneo da medicina e da 
farmácia ou de um laboratório, está no Código de Ética médica, Artigo 98. (v) Impedimento da Sociedade 
conjugal, é o mais importante e é novo no CC, Artigo 977. 
É proibida constituição de sociedade entre marido e mulher se eles são casados sob o regime de comunhão 
universal ou de separação obrigatória. A proibição não é ampla, só existe nessas duas obrigações. Isso 
ocorre na comunhão universal porque apesar de haver duas pessoas há um único patrimônio que se 
comunica e mesmo que haja desconsideração ainda vamos encontrar um único patrimônio e isso fere o 
interesse dos credores. Isso ocorre na separação obrigatória porque, embora sejam duas pessoas e dois 
patrimônios, os frutos dessa empresa se comunicam. É proibição não por causa do direito empresarial, mas 
para proteger direitos de herdeiros. Ex: Tiozinho velho casa com jovem e monta loja com esposa, mas 
quando essa empresa tiver lucros e for haver retirada de pro labore, tanto lucro quanto o pro labore é fruto 
desse patrimônio que se comunicou. Então na verdade a mulher consegue perceber frutos que só foram 
possíveis pelo investimento do patrimônio do tiozinho. Antes do CC a sociedade conjugal era permitida e 
antes 90% das Ltda. eram constituídas por marido e mulher. 
Antes os contadores orientavam o seu Manoel da mercearia a arranjar um sócio para constituir sociedade, 
pois se ele abrisse sozinho ele seria enquadrado na categoria de empresário individual (que é o que 
estamos estudando) e responderia com o próprio patrimônio pelas obrigações da sociedade. Aí seu Manoel 
chamava a esposa que era casada com ele sob regime de comunhão universal. Por causa do CC ele vai ter 
que alterar o regime de bens? Não, as sociedades que foram constituídas antes do CC 02 eram lícitas, ato 
jurídico perfeito, mas a partir do CC existe essa proibição. 
E se essas pessoas todas impedidas realizarem atividade empresarial, elas vão responder pelas obrigações 
sociais, Artigo 973 CC. 
Na CF existem algumas restrições, como exploração de petróleo é de responsabilidade da União, Artigo 176 
e 177 CF. Restrição para estrangeiro que não pode explorar empresa de comunicação. Isso não são 
impedimentos, são apenas restrições para atividade empresarial. 
C – Uma das obrigações do empresário individual é providenciar o registro da atividade na Junta 
Comercial: O fato do empresário não ser registrado não significa que ele não seja empresário. Ambulante é 
considerado empresário, mesmo que não esteja registrado, pois tem finalidade lucrativa, mão de obra e 
organização. Como não é registrado é empresário irregular. Se ele for irregular ele sofre falência, mas não 
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tem o benefício da recuperação de empresas. A ausência de registro não descaracteriza a condição de 
empresário. 
Lei 8.934/94, fala do registro de empresas e atividades afins. Essa lei criou o sistema nacional de registro de 
empresas mercantis. Esse sistema organizou dois órgãos que já existiam, o Departamento Nacional de 
Registro Comercial – DNRC e a Junta Comercial. O DNRC é órgão ligado ao Ministério de Desenvolvimento, 
Indústria e Comércio Exterior. Este órgão, DNRC, tem atuação federal, atua em todo país. Mas esse órgão 
não lida diretamente com o empresário. Ele é órgão que normatiza e fiscaliza a atividade da Junta 
Comercial. Ele não excuta nenhuma atividade, portanto, o empresário nunca será registrado no DNRC. 
DNRC não tem contato com empresário, mas sim com a Junta Comercial. A Junta Comercial existe uma em 
cada unidade da federação, atuação da junta comercial é estadual. Quando empresa abre filial ou franquia 
em outro Estado diferente da sede, ela registra essa filial no Estado e pega esse registro e protocola no 
Estado da sede. 
Junta Comercial tem três atividades, a primeira é de (i) arquivamento, que tem haver com registro. Junta 
Comercial faz (ii) autenticação de atos e certidões e (iii) faz matrícula. Algumas atividades que não são 
empresariais, para que o profissional exerça essa atividade, ele precisa ser matriculado na Junta Comercial, 
como leiloeiro, intérprete, tradutor, administrador de armazém geral. Para prova o que interesse é 
somente o primeiro ato de arquivamento. 
Para que o empresário providencie o registro ele pega uma série de documentos, atos constitutivos e leva 
para Junta. Se o técnico da Junta falar que o documento está perfeito é determinado o arquivamento. 
Quando acontece o arquivamento a empresa está registrada. Quando técnico fala que há algum vício 
sanável (ausência de documento) o empresário tem trinta dias para complementar o vício sanável. Mas se 
o vício for insanável (normalmente erro na redação) o técnico da Junta Comercial indefere o pedido de 
registro. No momento que foi obtido o registro ocorre o nascimento da personalidade jurídica, para as 
sociedades empresariais, mas não para o empresário individual. 
Se empresa tem personalidade jurídica é porque ela foi registrada. Mas se ela não tem personalidade 
jurídica ela não foi registrada, não é personificada. Mas o empresário individual quando se registra, 
também nasce personalidade jurídica para ele? Não, pois ele exerce atividade dele em nome próprio. 
Personalidade é para sociedade empresarial. Empresário individual não precisa da ficção jurídica da 
personalidade jurídica. Mesmo que empresário individual tenha CNPJ, e tem, isso não quer dizer que ele 
tenha personalidade jurídica. Logo, empresário individual sempre vai ser parte legítima para constar no 
pólo passivo da RT, não é preciso colocar a empresa no pólo passivo, pois ele é a empresa, ele é o 
empresário e é o patrimônio pessoal dele que responde. 
O empresário individual, assim como a sociedade empresarial precisa ser registrado na Junta Comercial. 
Quando se registra uma empresa na Junta nasce a personalidade jurídica para a sociedade empresária. Mas 
para o empresário individual, quando ele se registra não nasce personalidade jurídica, pois ele exerce 
atividade empresarial em nome próprio, por isso que o patrimônio dele pessoa física responde pelas 
obrigações sociais. 
Empresário irregular sofre falência? Sim, mas é uma falência fraudulenta, pois simples ausência do registro 
e dos livros já é considerada crime falimentar. 
 
III – ESTABELECIMENTO COMERCIAL 
Patrimônio avendal, ou avienda. Patrimônio pelo qual se exercia essa atividade empresarial. 
Estabelecimento integra o patrimônio da sociedade. 
1 - CONCEITO 
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O conceito de estabelecimento está no Artigo 1.142 CC. Estabelecimento é a soma dos bens materiais e dos 
bens imateriais. Esses bens materiais também existem e tem valor econômico. Bens imateriais são, por 
exemplo, a proximidade de casa, trabalho, deonde estou. Isso juridicamente é chamado de ponto 
comercial. Título do estabelecimento (nome da placa) é bem imaterial, não confundir com nome fantasia. 
Também tem valor econômico o nome empresarial, o nome que se registra da Junta, só existe o nome 
empresarial se for registrado na Junta, enquanto não for registrado não tem proteção. Também tem valor 
econômico a questão do atendimento, isso não tem termo jurídico, mas compõe a organização da 
empresa. 
O que compõe o estabelecimento são os bens materiais e imateriais. Clientela não compõe os bens da 
empresa, pois clientela é atributo. Esses bens materiais e imateriais são reunidos para o exercício da 
atividade empresarial e isso é o estabelecimento comercial. 
2 – ATRIBUTOS DO ESTABELECIMENTO COMERCIAL 
Eles têm valor econômico, mas não fazem parte da definição de estabelecimento comercial. 
A – Aviamento: Estamos falando do aviamento (fundo de comércio), sobre valor que tem um 
estabelecimento comercial. Aviamento é a capacidade de uma empresa de gerar lucros. Não existe na lei 
uma proteção direta do aviamento, mas quando falamos da proteção do ponto comercial também 
incluímos o aviamento. 
B – Clientela: Conjunto de pessoas que de forma permanente consome produtos e serviços de 
determinada empresa. Não podemos confundir clientela com freguesia, freguês e cliente são diferentes. 
Freguesia são pessoas que consomem produto ou serviço, mas em virtude do território. Vou na padaria 
porque moro perto, sou freguesa. Clientela é conjunto de pessoa que freqüentam lugar não por causa do 
território, mas por causa do jeito de atender, etc. Logo, clientela não faz parte da definição de 
estabelecimento, mas compõe o estabelecimento como atributo, como adjetivo do estabelecimento, 
agrega valor a ele. 
C – Trespasse: Posso vender o estabelecimento comercial inteiro? Sim. A alienação do estabelecimento 
comercial inteiro é chamada de “trespasse”. Trespasse é a alienação do estabelecimento comercial. É 
possível dar o estabelecimento inteiro em usufruto, em arrendamento. Quando é feito o trespasse, como 
faço para que a negociação seja eficaz perante terceiros? Se o contrato é feito no papel de pão ele vale 
entre as partes, mas para fazer efeitos perante terceiros é necessária a (i) Averbação do contrato social do 
trespasse na Junta Comercial. Nesse momento já pago para que a Junta Comercial faça a (ii) divulgação 
através da publicação no DO do Estado, Artigo 1.144 CC. Além da averbação é preciso (iii) Providenciar a 
notificação de credores. Essa notificação só é importante se estiver escrito na minha prova que o alienante 
não tem bens suficientes para saldar as dívidas que ele deixa na empresa. Quando ele vende a empresa é 
certo que está deixando também uma série de obrigações. A lei pede que nós verifiquemos se a pessoa que 
vendeu tem ou não bens suficientes. Se ele tiver bens não é preciso a notificação, Artigo 1.145 CC. Se for 
preciso a notificação os credores têm trinta dias para se manifestar. 
Se cair na prova que houve notificação de credores, mas o alienante não tem dinheiro suficiente para 
saldar as dívidas. O negócio é eficaz ou ineficaz? Eficaz, porque houve a notificação. Se cair que não houve 
notificação de credores, mas alienante tem dinheiro suficiente par saldar a dívida. O negócio é eficaz ou 
ineficaz? Eficaz, porque só era necessária essa notificação de credores quando alienante não tem bens. Se 
cair que não houve notificação e alienante também não tem dinheiro: o negócio é ineficaz. Uso o termo 
ineficaz e não o termo nulo ou anulável porque Artigo 129 lei de falências diz que alguns atos praticados 
pelo empresário podem ser considerados ineficazes na massa falida, depois da declaração da falência. Um 
desses atos que estão lá é o trespasse (alienação do estabelecimento) que ocorreu sem notificação dos 
credores e sem que o alienante tivesse bens suficientes. Se os credores não concordarem com alienação é 
cabível a ação pauliana, visando anular o negócio e evitar a fraude contra credores. Também é cabível o 
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pedido de falência pelos credores se não houver o consentimento deles na alienação do estabelecimento, 
artigo 94, III, “c”, LF. 
Artigo 1.145 CC: “Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da 
alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, 
de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação”. Essa notificação pode ser judicial ou 
extrajudicial. Ou alienante paga a todos os credores ou ele depende do consentimento dos credores para o 
trespasse. Se ele tiver bens suficientes não precisa nem pagar antecipado e nem precisa da notificação de 
credores. 
O credor que soube da alienação, mas não concordou com ela, pois o alienante não tem bens suficientes 
para saldar as dívidas, ele pode pedir a falência da empresa, por atos de falência. 
De quem é a responsabilidade pelas dívidas contraídas antes do trespasse? Artigo 1.146 CC O adquirente 
assume o passivo, em regra, desde que as dívidas estejam contabilizadas. As dívidas podem estar 
contabilizadas nos livros comerciais ou nos contratos de trespasse. Mas na nossa prova devemos incluir 
também além das dívidas contabilizadas, as dívidas trabalhistas (Artigo 448 CLT) e fiscais (Artigo 133 CTN), 
mesmo que não contabilizadas. Em relação as dívidas fiscais o adquirente pode responder isoladamente (se 
o adquirente não continuar exercendo atividade econômica) ou subsidiariamente (se o alienante continuar 
explorando o mesmo ramo de atividade). Artigo 448 CLT diz que qualquer mudança na estrutura da 
empresa não altera o contrato de trabalho. 
O alienante no momento em que vende o estabelecimento continua responsável? Artigo 1.146 CC diz que 
o alienante responde solidariamente ao adquirente por um ano contado da publicação do trespasse do DO. 
O prazo de dois anos é para venda de ações e quotas da empresa. Esse prazo de um ano inclui as dívidas 
vencidas e vincendas nesse ano. 
D – Cláusula de não restabelecimento: Artigo 1.147 CC: “Não havendo autorização expressa, o alienante 
do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à 
transferência”. Se houver omissão no contrato de trespasse, o alienante não pode explorar a mesma 
atividade pelo prazo de cinco anos. Mas o contrato de trespasse pode limitar e ampliar esse prazo e 
especificar a região. O § único do mesmo artigo fala que no caso de arrendamento ou usufruto a proibição 
do Artigo persiste durante o prazo do contrato. 
E – Proteção ao Ponto Comercial: Artigo 51 e 52 da Lei 8.245/91. Isso só tem sentido quando o ponto 
comercial não é próprio, mas sim locado. O instituto da ação renovatória permite que o locatário, quando 
tem dúvidas se vai ocorrer ou não a renovação do contrato de locação, ajuíze essa ação. Essa ação tem dois 
objetivos, permitir a renovação compulsória e mesmo que a renovação compulsória não seja concedida, 
algumas vezes, ele tenha direito à indenização. 
Os requisitos da inicial da renovatória são: demonstração do contrato de locação escrito, com prazo 
determinado. Mas se no final desse prazo determinado não houver renovação do contrato ele se prorroga 
automaticamente em prazo indeterminado. Se isso acontecer o locatário não tem mais direito à ação 
renovatória. Precisa provar que está no mesmo imóvel há cinco anos. Nos três últimos anos tem que provar 
que explora o meso ramo de atividade. Esses requisitos são cumulativos. 
O momento para ingressar com ação renovatória são os primeiros seis meses do último ano do contrato. 
Esse prazo é decadencial. Se não for observado o prazo não há direito à ação renovatória, nem a 
indenização. 
Quem tem legitimidade ativa para ajuizar essa ação? O locatário. Mas e se o locatário vendeu o 
estabelecimento comercial, se ele fizer o trespasse? O adquirente, o que comprou,pode ajuizar ação 
renovatória, desde que continue no mesmo ramo de atividade. Esse sucessor pode ter surgido pelo 
trespasse ou pela herança. Nos dois casos é parte legítima para renovatória, desde que continue no mesmo 
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ramo de atividade. Se o imóvel foi objeto de sublocação apenas o sublocatário total, permitido no contrato, 
pode ajuizar ação renovatória. 
Retomada do imóvel: ela ia dar no início da aula 2.1, mas a gravação começou meia hora atrasada. 
Pergunta de aula: de acordo com o que foi dito, uma das possibilidades de retomada do imóvel pelo 
locador e a melhor proposta de terceiro, sendo necessário o pagamento de indenização. Como se justifica a 
indenização se o contrato já estava para se extinguir? A indenização é prevista no Artigo 52, § 3º da Lei de 
locações. Apesar do contrato de locação estar para se extinguir o locatário desenvolver o fundo de 
comércio e essa clientela, aviamento, precisam ser ressarcidos e por causa disso vai haver obrigação de 
indenizar. Não é indenização pro descumprimento do contrato, é indenização para que não ocorra prejuízo 
do inquilino. 
Pergunta de aula: A atividade desenvolvida pelo locatório não pode ser a mesma da que o novo locador vai 
usar nem do que o dono vai usar em caso de não haver novo contrato de locação. Locador tem pedido de 
retomada negado se for para desenvolver mesma atividade. 
..................................................................................................................................................... 
 
SOCIEDADES 
I – QUADRO GERAL DAS SOCIEDADES NO CÓDIGO CIVIL 
Antes do CC tínhamos as sociedades comerciais, sociedades civis, etc., que não existe mais. Hoje com a 
teoria da empresa e o abandono da idéia só de comércio, surge o direito empresarial. 
1 – SOCIEDADES PERSONIFICADAS E NÃO PERSONIFICADAS 
A primeira grande divisão que o CC faz é entre as sociedades personificadas e as sociedades não 
personificadas. 
A – Sociedade Personificada: Uma sociedade é personificada quando ela tem personalidade jurídica, 
quando foi registrada. As sociedades personificadas são divididas em (i) sociedades simples e (ii) sociedades 
empresariais. 
A personalidade da sociedade simples nasce com o registro da Sociedade Simples no Cartório de Registro 
Civil de pessoas jurídicas. As sociedades simples são usadas para as atividades não empresariais, como 
atividades exercidas por profissionais liberais, autônomos, cooperativas (a mais importante das sociedades 
simples da nossa prova). 
A personalidade da sociedade empresarial nasce com o registro da empresa na Junta Comercial. Sociedades 
empresariais são para atividades tipicamente empresariais, é a regra. A sociedade empresária é usada para 
o exercício profissional de atividade econômica organizada. Com exceção das sociedades dos profissionais 
liberais e das cooperativas, o resto é sociedade empresarial. Exemplo: sociedade em nome coletivo, em 
comandita simples, sociedades limitadas e sociedades anônimas. Só a S.A. é uma sociedade puramente 
empresarial, porque as outras são formas de responsabilidade que podem ser usadas na sociedade 
empresarial ou na sociedade simples. Posso ter uma sociedade limitada simples ou limitada empresarial, 
pois “limitada” é a forma de responsabilidade. Posso ter uma sociedade por comandita simples ou por 
comandita empresarial, pois comandita é outra forma de responsabilidade. Sociedade nome coletivo 
simples ou empresarial. 
B – Sociedade Não Personificada: A sociedade não personificada é a que não tem personalidade jurídica 
porque ela não foi registrada. As sociedades não personificadas são dividas em (i) sociedade comum e (ii) 
sociedade em conta de participação. Se na questão da prova há informação de que a sociedade foi 
registrada ela não pode ser nem sociedade comum nem em conta de participação. 
10 
 
A atividade empresarial somente pode ser exercida ou por empresário individual ou por sociedade 
empresária. As sociedades empresariais são as registradas que exercem atividade empresária. As 
sociedades simples são as registradas que não exercem atividade empresária (profissionais liberais, 
cooperativas). As sociedades empresárias e simples têm como semelhança serem registradas (são 
personificadas) e como distinção exercer ou não atividade empresária. As sociedades não personificadas 
são as sem registro, que exercem atividade empresária, podem ser sociedades comuns ou sociedades em 
conta de participação. Isso porque o registro não é meramente declaratório da condição de empresário e 
não constitutivo. 
Questão TRT 3 MG – 2009: “Quais são os tipos de sociedades empresariais previstos no novo Código Civil 
de 2002? Admitindo-se ao menor emancipado o exercício da atividade empresarial aos 16 anos, pode ele 
tomar parte nestes tipos de sociedade? Pode o menor não emancipado adquirir a condição de sócio nestas 
sociedades? Fundamentar, sempre”. 
 
II – SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS 
1 – SOCIEDADE COMUM ou EM COMUM 
Artigos 986 a 990 CC. Posso ter estudado na faculdade como sociedade de fato ou irregular. É sociedade 
empresária que ainda não foi registrada. Logo, todas as sociedades antes do registro são sociedades 
comuns. Isso só não se aplica para as Sociedades Anônimas, pois elas antes do registro são chamadas de 
sociedades anônimas em organização. Essa sociedade anônima em organização não é regulada pelas regras 
da sociedade comum, é regulada pela própria lei de S.A. 
Artigo 986 CC: “Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade, exceto por ações em 
organização, pelo disposto neste capítulo, observadas subsidiariamente no que com ele forem compatíveis, 
as normas da sociedade simples”. 
Nas sociedades comuns, como não são registradas, não existe personalidade jurídica. Se não existe 
personalidade jurídica não existe proteção para o patrimônio dos sócios. Os sócios respondem de forma 
solidária e ilimitadamente. Respondem com patrimônio social deles pelas obrigações sociais. Credor não 
precisa acionar primeiro a PJ para depois acionar os sócios, ele aciona os sócios diretamente, pois a PJ não 
existe. 
Essa sociedade comum pode sofrer falência, mas a falência vai ser fraudulenta, pois não é registrada e essa 
sociedade não tem direito à recuperação de empresas. Obs: A Sociedade empresária sem registro 
(irregular) pode sofrer falência, mas não pode pedir falência de outro nem pode ter recuperação judicial 
deferida. 
A sociedade comum tem nome empresarial? Não. Nome empresarial só é protegido no momento em que a 
empresa é registrada na junta comercial. 
2 – SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO 
Artigos 991 a 996 CC. A idéia do legislador é que essas pessoas se unem para determinada atividade, elas 
não tem pretensão de permanecerem juntas para sempre, como, por exemplo, particular quer vender um 
carro e leva na concessionária que ganha comissão com essa venda. Não há necessidade de haver registro 
da junta comercial porque isso é uma espécie de consignação, é só para aquele negócio. O comprador do 
carro que posteriormente deu problema vai reclamar com a concessionária. A sociedade em conta de 
participação é usada para lavar dinheiro. O contrato eventualmente feito entre o particular que quer 
11 
vender o carro e a concessionária até pode ser registrado no cartório de títulos e documentos, mas não na 
junta comercial. 
Como essa sociedade não é registrada na junta, ela não tem personalidade jurídica nem nome empresarial. 
Nessa sociedade em conta de participação há dois tipos de sócios, o sócio ostensivo e o sócio participante 
ou oculto. O sócio ostensivo aparece perante os terceiros e que respondem ilimitadamente, no exemplo, o 
sócio ostensivo é a concessionária. O sócio participante ou oculto é o particular que colocou o carro na 
concessionária, que não aparece e não responde perante terceiros. O sócio participante respondeno 
máximo perante o sócio ostensivo, se houver entre eles um contrato, vide Artigo 991 CC. 
Artigo 991 CC: “Na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do objeto social é exercida 
unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, 
participando os demais dos resultados correspondentes. § único: Obriga-se perante terceiro tão somente o 
sócio ostensivo; e, exclusivamente perante este, o sócio participante, nos termos do contrato social”. A lei 
foi infeliz em falar em contrato social, é um contrato normal. 
Sócio ostensivo pode sofrer falência, mas sócio participante não. A sociedade em conta de participação não 
sofre falência. 
 
III – SOCIEDADES PERSONIFICADAS 
São sociedades que tem personalidade jurídica, que foram registradas. Vamos nos preocupar com as 
sociedades empresariais. 
1 – SOCIEDADE EM NOME COLETIVO 
Cai sempre na prova do MPT. Artigos 1.039 a 1.044 CC. São registradas, tem personalidade jurídica e tem 
nome empresarial. Surgiu originalmente para as sociedades familiares, formada necessariamente por 
pessoas físicas, PJ não pode participar dessa sociedade. Os sócios respondem de forma solidária e ilimitada. 
Na sociedade comum o credor cobra diretamente dos sócios, mas aqui o credor cobra primeiro da PJ e 
quando essa PJ não tiver mais patrimônio ele pode cobrar dos sócios. Aqui há benefício de ordem, vide 
Artigo 1.024 CC, que é aplicável para todas as sociedades registradas. 
O momento em que se tem certeza de que a PJ não tem mais bens é com a declaração da falência e não 
com a desconsideração. 
2 – SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES 
Artigos 1.045 ao 1.051 CC. São registradas, tem personalidade jurídica e tem nome empresarial. Aqui há 
duas categorias de sócios, o sócio comanditário e o sócio comanditado. 
O sócio comanditado necessariamente tem que ser pessoa física. Responde ilimitadamente pelas 
obrigações, pois é ele quem gerencia e administra empresa. Credor cobra primeiro da PJ e quando PJ não 
tem mais bem atinge apenas o sócio comanditado. 
O sócio comanditário pode ser pessoa física ou jurídica. Investe na sociedade com uma parte do seu capital. 
Responde limitadamente à sua participação, às suas quotas. Não pode ser atingido no seu patrimônio 
social. Essa sociedade surgiu na época das grandes navegações. 
Artigo 1.045 CC: “Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas categorias: os 
comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os 
comanditários, obrigados somente pelo valor se sua quota”. 
A sociedade em comandita simples só podem usar firma/razão social, não pode usar denominação. 
12 
3 – SOCIEDADE LIMITADA 
A – Nome Empresarial: Pode aparecer de duas formas, firma/razão social e denominação. 
Firma/Razão Social é identificado quando nome empresarial é composto pelo nome ou sobrenome dos 
sócios. Não é porque tem nome de gente que vai ser firma/razão social, pois se essa pessoa não fizer parte 
do quadro societário o nome empresarial não será firma/razão social. Ex: Hospital Albert Einstein não é 
firma/razão social, pois o Einstein não é sócio. Posso ter o nome de gente como homenagem no nome 
empresarial e não ser firma/razão social, mas sim denominação. 
Já denominação é identificada quando o nome é inventado, quando não tem nada haver o nome dos 
sócios. 
A sociedade limitada pode ter nome empresarial através de firma/razão social ou denominação. A 
sociedade em nome coletivo e a comandita simples só podem usar firma/razão social, não pode usar 
denominação. A S.A. só pode usar denominação, não pode usar firma/denominação. 
Aula 3 foi toda sobre limitada não tenho a gravação, aqui parou a aula 2.2. 
No caso das Ltda. não se aplica o Artigo 1.024 CC, mas sim o Artigo 1.052 CC. Pelo Artigo 1.024 CC os sócios 
respondem pelas dívidas da sociedade de forma subsidiária, caso o capital social da empresa não seja 
suficiente. Mas pelo Artigo 1.052 CC no caso da Ltda. a responsabilidade do sócio é restrita ao valor de suas 
quotas, por isso que todos optam por esse tipo de sociedade e não pelas demais. A exceção é para o 
administrador, pois os administradores que de qualquer sociedade tem responsabilidade solidária, Artigo 
1.016 CC. 
Se integralizado todo capital social surge barreira nos bens dos sócios. 
Questão TRT 6 PE – 2010: ARIMATEIA DE AZEVEDO trabalhou para a empresa VERDES FRUTOS LTDA. entre 
5/7/2002 e 3/6/2004. Em 13/10/2006, propôs reclamação trabalhista contra o exempregador. O 
reclamado, citado validamente por edital, foi revel. Todos os pedidos formulados pelo reclamante foram 
acolhidos. Infrutífera a execução contra a pessoa jurídica, o juiz dirigiu-a contra a pessoa de ANÍBAL 
VENCESLAU, sócio minoritário e que não atuara como administrador da sociedade. ANÍBAL apresentou 
defesa pedindo o reconhecimento de que não teria responsabilidade para com o crédito trabalhista em 
execução, por sua condição de sócio minoritário e que não administrara a sociedade. Aludiu ao art. 50 do 
Código Civil e aos princípios para a desconsideração da pessoa jurídica ali insculpidos. ANÍBAL pediu, por 
outro lado, a pronúncia da prescrição bienal para a reclamação trabalhista (processo ou fase de cognição). 
A prescrição decorreria do inciso VI do art. 475-L do CPC, que teria aplicação subsidiária no processo do 
trabalho por força do art. 769 da CLT. ANÍBAL, nesse ponto, atacou, ainda, o cancelamento da súmula 205 
do Tribunal Superior do Trabalho, uma vez que, por não participar da relação processual desde o processo 
ou fase de conhecimento, não teria tido oportunidade de suscitar a prescrição bienal, em se considerando 
o tempo entre o término do contrato e o ajuizamento da reclamação trabalhista. Por fim, ANÍBAL requereu 
que, caso mantida sua responsabilidade, ela fosse restrita ao tempo em que figurou na sociedade, ou seja, 
relativamente aos créditos trabalhistas devidos ao reclamante no período em que ele compusera o quadro 
societário. Aníbal provou que fora sócio entre 1997 e 30/12/2002, quando fez a transferência de suas 
cotas, com a regular averbação de sua saída no registro exigido por lei. Como você decidiria os pedidos 
formulados por ANÍBAL? 
 
4 – SOCIEDADE POR AÇÕES OU SOCIEDADE ANÔNIMA 
A – CARACTERÍSTICAS: Lei que regulamenta é 6.404/76, foi alterada em 94, 97, 2001, 2004 e 2007. 
13 
- Sempre é sociedade empresarial: As sociedades em nome coletivo, em comandita simples e sociedade 
limitada podem ser ou empresariais ou sociedades simples, dependendo se atividade fosse empresarial ou 
atividade não empresarial. A S.A. não tem escolha, por determinação legal é sempre empresarial. 
- Sempre é uma sociedade de capital: dentro da S.A. não interessam as relações pessoais. A afectio 
societatis não é importante na S.A. O que interesse é o investimento, as pessoas às vezes nem se 
conhecem. A relação entre os acionistas é relação de capital. Por isso não é possível excluir um acionista 
por nenhuma falta grave, pois a relação é de capital. O única coisa que pode fazer com que ele não entre na 
sociedade é o não pagamento das ações. 
- O capital social é dividido por ações: O capital social da Ltda. o sócio não pode entrar com prestação de 
serviços apenas. O capital social da Ltda. é formado por dinheiro ou por bens. Na S.A. também, o capital 
social pode ser composto por dinheiro ou por bens, mas aqui ele é divido em ações. Segue o mesmo 
raciocínio da Ltda., os bens devem ser avaliados, mas na S.A. a avaliação é mais rigorosa, é preciso de 
peritos. 
Ações são parte do capital social da S.A., assim como a quota é parte do capital social da Ltda. Mas ação 
não é sinônimo de quota. Na Ltda. manda mais quem tem mais quotas e na S.A manda mais além de quem 
tem mais ações, mas que tipo de ações. As quotas são todas iguais sob o aspecto de direito,mas a ação 
concede direitos diferentes. Tem acionista que tem direito de voto, tem acionista que tem direito de 
preferência na compra das ações, no recebimento de lucro, etc. 
Na Ltda. o quotista tem que integralizar a quota que subscreveu e ainda ficava preocupado com as quotas 
não integralizadas, pois ele responde solidariamente a tudo que não estivesse integralizado. Na S.A. o sócio 
paga somente o valor da ação, a responsabilidade é apenas pela integralização da ação subscrita. 
A CVM (autarquia federal), preocupada com o mercado de capitais e com a segurança dos investidores, só 
autoriza que S.A. aberta faça negociação de ações na bolsa de valores ou no mercado de balcão. 
Dependendo de onde as ações são negociadas a S.A pode ser aberta (ações e títulos negociadas na bolsa de 
valores ou no mercado de balcão) ou fechada (ações e títulos negociados somente na própria empresa). A 
bolsa se valores é sociedade onde empresas corretoras levam os títulos para serem negociados naquele 
ambiente, não só ações, mas outros títulos também. Na bolsa são negociadas ações e também bens 
fungíveis, como café, por exemplo. Nasdaq é mercado de balcão que tem como ramo de atividade a 
tecnologia da informação. 
Atualmente é preciso, pelo menos, dois acionistas para formar uma S.A. Não é a quantidade de pessoas 
que vai fazer diferença, mas o dinheiro que elas investem. Artigo 251 da Lei da S.A. permite existência de 
S.A. que tenha apenas um acionista. Na Ltda. pode acontecer a sociedade unipessoal, temporariamente, 
por até 180 dias que não é causa de dissolução. Aqui na S.A. é possível sociedade com apenas um acionista 
(subsidiária integral), durante o tempo que for, desde que o (i) único acionista seja uma PJ brasileira e que 
(ii) seja constituída por escritura pública. Essa totalidade de ações seja definida, descrita por uma escritura 
pública. Documento público dizendo que ele adquiriu todo capital social. Essa sociedade é chamada de 
subsidiária integral. Artigo 251 Lei S.A.: “A companhia pode ser constituída mediante escritura pública, 
tendo como único acionista sociedade brasileira”. 
A sociedade anônima não é contratual como a Ltda. é institucional. Os acionistas quando entram para essa 
sociedade aderem ao que já foi estabelecido. 
- O Nome Empresarial: S.A. só pode ter nome empresarial por denominação. Essa denominação deve ser 
seguida pelo termo “S.A.”, “Sociedade Anônima”, “Sociedade Por Ações”, “Companhia”. Esse termo “Cia” 
pode aparecer no início do nome ou no meio, mas não no fim, para não confundir com outras sociedades 
que quando escrevo “e cia” quer dizer aqueles acionistas e outros. 
14 
B – AÇÕES: Ação é parte do capital social, conferem direitos diferentes. Vamos estudar duas classificações 
de ações. A primeira diferencia as ações quanto aos direitos ou a espécie. 
- Classificação quanto aos Direitos ou Espécies: Podem ser ordinárias, preferenciais e de gozo ou fruição. 
As ordinárias dão direito à voto. 
As preferenciais conferem privilégio econômico, benefício de ordem. Quando houver distribuição de lucro, 
primeiro pago a quem tem ação preferencial e só depois pago para quem tem ação ordinária. Isso ocorre 
também na falência, se empresa for liquidada, primeiro recebem quem tem ação preferencial e depois 
quem tem ação ordinária. Além do benefício de ordem existe um benefício quantitativo, previsto no Artigo 
17 da Lei S.A. A S.A. quando redige estatuto social tem que deixar claro qual o privilégio que tem esse 
acionista preferencial. A S.A. precisa escolher pelo menos um privilégio econômico para o acionista 
preferencial, não pode deixar o acionista preferencial só com restrições. Esse privilégio pode ser a 
participação no dividendo fixo, a participação em dividendo mínimo ou o benefício de receber 10% a mais 
do quem tem ação ordinária, se houver lucro. Se passarem três anos consecutivos sem que a preferência 
seja cumprida a conseqüência é a S.A. ter que conceder o direito de voto para esse acionista preferencial. 
Em regra a ação preferencial é emitida sem direito de voto. 
As vezes, em caráter de exceção, a ação preferencial pode conceder um privilégio político, Artigo 18 Lei S.A. 
e Artigo 17, § 7º Lei S.A. Exemplo: Existe uma ação que não está na lei, mas no mercado é chamada de 
golden share, ação de ouro. Nas companhias que são privatizadas o ente público pode permanecer com 
uma ação com direito de veto, essa ação não pode ser vendida no mercado. 
As de gozo ou fruição são usadas para amortização de dívidas. Existem quando as ações ordinárias e 
preferenciais são retiradas do mercado. No mercado só existem dois tipos de ações, ou ordinárias ou 
preferenciais. Mas S.A. pode oferecer um valor para acionista para comprar a ação e guardar na tesouraria. 
Enquanto essa ação estiver na tesouraria ela é chamada de ação de gozo ou fruição. Essas ações são usadas 
para pagar dívidas de títulos ou valores mobiliários, como debêntures, etc. são empréstimos que S.A. faz no 
mercado, mas no texto desse contrato existe a possibilidade de no vencimento a S.A. poder converter essa 
dívida com o pagamento de ações. Na hora que ela tira da tesouraria e devolvem para o mercado as ações 
deixam de ser de gozo ou fruição, voltando a ser ordinárias ou preferenciais, conforme sua origem. 
- Classificação quanto a Forma de Circulação: Artigos 20, 31 e 34 Lei S.A. Podem ser nominativas ou 
escriturais. Hoje não existem mais ações ao portador, nem ações endossáveis. 
As nominativas são as que têm certificado com nome do titular. Circulam mediante registro no livro de 
registro de ações nominativas. 
As escriturais não há emissão de certificado, de papel. Só aparecem porque são relatadas no extrato. 
C – DIREITOS COMUNS A TODOS OS ACIONISTAS: Artigo 109 Lei S.A. (i) Todo acionista tem direito aos 
dividendos, lucro. (ii) Tem direito a participar da fiscalização dos negócios da S.A. (iii) Tem preferência na 
compra das ações/títulos. (iv) Tem direito de retirada (assim como na Ltda.), acionista que não concorda 
com alteração do estatuto social pode se retirar. Quando ele se retira é chamado de acionista dissidente. É 
ressarcido pelo valor patrimonial. 
D – VALORES MOBILIÁRIOS: Quando S.A. precisa aumentar o capital de giro ela pode pedir dinheiro no 
banco ou pode lançar mão de emitir valores mobiliários no mercado de capitais (bolsa de valores e 
mercado de balcão). 
 - Debênture: Artigo 52 e ss Lei S.A. Debênture é contrato de mútuo. Não é título de crédito. Pode ser 
direito creditício, mas não é título de crédito. É contrato de mútuo com vencimento certo. É titulo 
executivo extrajudicial! Essa debênture pode ser emitida com garantias diferentes, pode ser garantia real, 
crédito quirografário. Toda vez que uma S.A. aberta emite debênture é obrigada a indicar alguém, chamado 
15 
de “agente fiduciário”, que tem que ser uma instituição financeira escolhida pela CVM para zelar pelo 
interesse do debenturista. 
- Partes Beneficiárias: Artigos 46 e ss Lei S.A. Consiste na participação dos lucros da empresa. Quando 
alguém compra parte beneficiária só consegue resgatar o título se a empresa tiver lucro naquele exercício. 
O vencimento é eventual, pode num determinado exercício receber ou não receber. Tanto para parte 
beneficiária ou para debênture a empresa pode pagar além de com dinheiro, mas também com ações de 
gozo ou fruição. Se há compra de parte beneficiária de empresa que está lascada, posso nunca receber, 
pois empresa pode nunca mais ter lucro. CVM percebeu que o risco era muito grande e proibiu emissão de 
parte beneficiária por companhia aberta. Tem sido comum algumas companhias fechadas, já que só elas 
podem emitir, distribuir partes beneficiárias para seus empregados como participação nos lucros. Ela 
demonstra o lucro do exercício e dá uma parte beneficiária. Talvez seja a parte beneficiária seja o valor 
mobiliário mais interessantepara nós por causa dessa característica. 
- Bônus de Subscrição: Artigos 65 e ss Lei S.A. Confere o direito de preferência na compra de ações. Antes 
da empresa abrir o capital ela pode vender bônus de subscrição que dá o direito de preferência na compra 
das futuras ações que serão negociadas. 
- Comercial Paper: Não é previsto pela lei de S.A. Está na IN 134 da CVM. É uma nota promissória que a S.A. 
pode vender no mercado. 
E – CONSTITUIÇÃO DE S.A.: Se pessoas que decidem montar S.A. têm capital suficiente para o investimento 
inicial de cobrir o capital social elas montam S.A. pela subscrição particular/constituição simultânea. Mas se 
não há o capital suficiente para investimento inicial e para cobrir o capital social S.A. é montada pela 
subscrição pública/constituição sucessiva. Na subscrição pública convenço gente de fora a entrar na 
empresa. 
Pela Constituição Simultânea: primeiro se providencia a Assembléia de Constituição, quando todos os 
fundadores se reúnem para decidir os detalhes do estatuto. Em segundo lugar a ata da assembléia e o 
estatuto social são levados para Junta Comercial. Só isso. Por isso é chamada de subscrição simultânea e 
particular, pois em uma semana se consegue montar a sociedade. A demora vai ficar por conta da Junta 
Comercial. 
Pela Constituição Sucessiva: primeiro se providencia o valor mínimo de capital social. Os investidores 
iniciais precisam ter pelo menos 10% do capital social, não podem pedir tudo para o mercado. Mas se eu 
quiser montar uma instituição financeira é preciso ter pelo menos 50% do capital social. A existência desse 
dinheiro inicial é provada através de depósito no BB ou em alguma instituição autorizada pela CVM. O 
segundo passo é providenciar a ida à CVM, pois toda vez que o mercado participa a CVM está de olho. A 
CVM concede um prévio registro, quando analisa a documentação e percebe que o negócio é viável. O 
terceiro passo é efetivamente conseguir o dinheiro, é a mais difícil. É preciso a intermediação de uma 
instituição financeira. A corretora que vai vender as minhas ações é a instituição financeira na qual está 
depositado o valor inicial. Essa conta fica bloqueada com o dinheiro do depósito inicial e com o dinheiro da 
venda das ações. Instituição financeira tem seis meses para conseguir a quantia que foi colocada no capital 
social e que a CVM aprovou. Se ela não conseguir volta tudo do zero. Em quarto lugar é feita primeira 
assembléia, a assembléia de constituição. Em quinto lugar levo a ata e o estatuto social para registro na 
Junta Comercial. 
Quando isso cai em prova só cai perguntando sobre itens 1, 2 e 3, pois os itens 4 e 5 são iguais ao da 
constituição particular. 
F – ÓRGÃOS DA S.A.: (i) Assembléia Geral, (ii) Conselho de Administração, (iii) Diretoria e (iv) Conselho 
Fiscal. 
16 
- Assembléia Geral: Artigos 121 e ss Lei S.A. Exerce o pode decisório. As decisões são tomadas na 
Assembléia Geral, em regra pelos acionistas ordinários, que são os que têm direito de voto. As decisões 
podem ser tomadas na AG ordinária ou AG extraordinária. A AG ordinária ocorre nos quatro primeiros 
meses do exercício, o exercício pode ou não coincidir com ano civil. Os temos tratados na AG ordinária são 
apenas os descritos no Artigo 132, assuntos meramente administrativos. A AG extraordinária ocorre a 
qualquer tempo e só trata dos temos residuais não elencados no Artigo 132, como fusão, emissão de 
debêntures, etc. 
Para convocar a AG é muito parecido com a Ltda. mudando somente o quórum e os prazos. Preciso de um 
edital no qual conste assunto, dia, hora, local. Esse edital tem que ser publicado três vezes, em dois 
veículos, DO e jornal de grande circulação. A primeira publicação na Ltda. tem que ser com oito dias de 
antecedência. Já na S.A. aberta a primeira publicação tem que ter quinze dias de antecedência e na S.A. 
fechada a primeira publicação tem que ter oito dias de antecedência. O quorum da Ltda. era de ¾ do 
capital social. Já na S.A. o quórum é de ¼ do capital votante. Se esse quorum não foi preenchido é 
providenciada segunda convocação, assim como na Ltda. 
Essa segunda convocação também precisa de edital publicado três vezes, mas a primeira publicação na 
segunda convocação tem que ter antecedência de oito dias na S.A. aberta e de cinco dias na S.A. fechada. 
Aqui não há quorum específico. 
- Conselho de Administração: Artigos 140 e ss Lei S.A. Fixa as diretrizes da sociedade. Toda questão que 
ainda vai ser resolvida pela AG antes foi analisada pelo Conselho de Administração. Por isso que os 
administradores prestam contas, pois eles vão escolher se um determinado assunto vai ser passado ou não 
para a AG. O Conselho de Administração é composto de no mínimo três pessoas que necessariamente são 
acionistas. O diretor não precisa ser acionista, pode ser alguém que foi contratado para essa função, é 
comum que não seja acionista. 
Nem sempre o Conselho de Administração existe. Ele só é obrigatório em algumas empresas como as 
companhias abertas, nas sociedades de economia mista e nas sociedades de capital autorizado. Na 
companhia fechada o Conselho de Administração é facultativo, depende do que o estatuto social dispuser. 
- Diretoria: Artigos 143 e ss Lei S.A. Tem como função, em regra, cuidar da representação e execução das 
decisões da Assembléia. A diretoria é eleita pelo Conselho de Administração. Diretoria presta contas para o 
órgão que a elegeu, ou seja, para o Conselho de Administração. A diretoria é formada no mínimo de duas 
pessoas, de acordo com estatuto. Podem ser acionistas e não acionistas. 
Esse diretor não acionista tem vínculo empregatício ou não? Ele pode ter sido funcionário e ter sido 
promovido a diretor, ou pode ter sido contratado. Se o diretor foi contratado para Délio Maranhão e Paulo 
Fernando Sales de Toledo esse contrato é de colaboração, não sujeito à CLT, pois esse diretor não tem 
subordinação. Magano fala que essa relação do diretor é submetida a CLT, pois existe sim subordinação ao 
Conselho de Administração. Se o diretor for funcionário promovido aplica-se a súmula 269 TST, que fala o 
contrato de trabalho fica suspenso, se de fato não houver subordinação, não se computando o tempo de 
serviço. 
- Conselho de Fiscal: Artigos e ss Lei S.A. Tem função de fiscalizar os negócios da sociedade. Essa 
fiscalização pode ser feita por três a cinco pessoas, acionistas ou não. O normal é que sejam empresas 
contratadas para auditoria. O Conselho Fiscal tem existência obrigatória, mas o funcionamento do 
Conselho Fiscal só vai acontecer dependendo de convocação da AG. Na Sociedade de Economia Mista, além 
da existência, o funcionamento também é obrigatório, pois tem dinheiro publico investido. 
Começou aula 5 com 15 minutos de atraso. 
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RELAÇÕES SOCIETÁRIAS 
I – MODIFICAÇÃO DA ESTRUTURA DAS SOCIEDADES Essa parte é muito importante 
A – Fusão: Acho que são duas que se fundem e formam uma terceira. Ativo e passivo se fundem e a 
terceira assume esse ativo e passivo. 
B – Incorporação: Acho que é quando uma incorpora a outra e mantém a primeira incorporadora. Primeira 
assume o passivo e ativo da segunda. 
C – Cisão: É total quando empresa é partilhada e não resta nada da original. Na cisão parcial a empresa é 
partilhada, mas uma parte da empresa original é mantida. Na falência pode haver cisão total. Como ficam 
os trabalhadores da empresa cindida, já que eles podem ser direcionados para diversas empresas 
diferentes, cada uma que adquiriu a parte específica cindida? Quando ocorre a cisão isso vai ser negociado. 
Mas como as alterações não prejudicam o contrato de trabalho o trabalhador pode acionar todas as 
empresas que participaram da cisão, mesmo que ele não tenha sido direcionadopara a empresa 
posteriormente saudável e fique na insolvente. 
Pode cair na prova em qual dessas negociações será necessária a participação do CADE – Conselho 
Administrativo de Defesa Econômica, é autarquia federal. O CADE está preocupado em preservar a livre 
concorrência, evitando, por exemplo, o monopólio, o domínio de mercado. Logo o CADE participa toda vez 
que uma negociação puder implicar em domínio de marcado. O CADE não está preocupado com fusão, 
cisão e incorporação, ele só interfere quando houver risco de domínio de mercado. Artigo 54, § 3º da Lei 
8.884/94. Esse artigo fala que o CADE interfere nas negociações em que haja risco de monopólio. Isso 
ocorre se houver domínio de ao menos 20% do mercado, e independentemente desse domínio de 20%, o 
CADE sempre será convocado quando as empresas que participarem dessa negociação tiverem patrimônio 
expressivo, de 400 milhões de reais. Não é em qualquer fusão, cisão ou incorporação, só quando houver 
esse risco. 
Nenhuma dessas negociações pode ser usada como fraude contra credores. Se a negociação foi usada para 
proteger o patrimônio o credor pode pedir a anulação do negócio, em sessenta ou noventa dias, 
dependendo se for S.A. ou Ltda. 
 
II – PARTICIPAÇÕES DE UMA EMPRESA EM OUTRA Essa parte é muito importante 
A – Simples Participação: Artigo 1.100 CC. Empresa “A” participa, compra menos de 10% da empresa “B”. 
Não é como na incorporação onde se compra a totalidade. Isso é importante para relação de consumo. 
B – Sociedades Coligadas ou Filiadas: Empresa “A” participa, compra 10% ou mais da empresa “B”. Mas 
empresa “A” não pode controlar a “B” para ser sociedade coligada/filiada. Artigo 28, § 4º CDC fala que para 
relação de consumo a empresa coligada responde quando for comprovada a culpa. Em regra cada empresa 
tem suas obrigações e elas não se confundem, cada empresa responde pelo seu passivo, mas para relação 
de consumo é diferente conforme artigo 28 CDC. Nas sociedades coligadas elas só respondem uma pela 
outra se houver culpa. 
C – Sociedades Controladas: Artigo 1.098 CC. A sociedade “A” participa da sociedade “B”, só que na 
sociedade controlada a sociedade “A” tem o controle de “B”, tem a maioria das ações com direito a voto, o 
que permite eleger administradores, etc. Artigo 28 CDC diz que nas relações de consumo as sociedades 
controladas respondem sempre subsidiariamente, independentemente de culpa. 
E na relação trabalhista? Artigo 2º, § 2º e 448 CLT. Para relação trabalhista qualquer forma de participação 
resulta em grupo econômico de fato. Logo a responsabilidade dessas empresas em face do trabalhador é 
solidária. Isso é exceção, a regra é que cada empresa tenha ativo e passivo próprio. As exceções são (i) na 
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relação de consumo as coligadas respondem se houver culpa e as controladas respondem sempre 
subsidiariamente e (ii) nas relações de trabalho a responsabilidade é sempre solidária, pois qualquer forma 
de participação resulta em grupo econômico. 
 
III – GRUPO ECONÔMICOS Essa parte é muito importante 
Artigo 266 da lei 6.404/76. O grupo econômico surge a partir de tudo que conversamos acima. Empresa 
tem participação em outra. Em regra a cada empresa mantém o seu passivo e ativo, em regra não há 
solidariedade. Mesmo que ocorra grupo econômico de fato (funciona como simples acionista) ou de direito 
(controle registrado na Junta Comercial). 
A exceção em relação a não haver solidariedade são os seguintes casos: 
A – Infração à Ordem Econômica: Artigo 17 da lei 8.884/94. As empresas que fazem parte do grupo 
respondem solidariamente. 
B – Obrigações Previdenciárias: Artigo 30, IX da lei 8.212/91. As empresas que fazem parte do grupo 
respondem solidariamente. 
C – Obrigações Trabalhistas: Artigo 2º, § 2º CLT. As empresas que fazem parte do grupo respondem 
solidariamente. Isso se aplica para grupos econômicos, sociedades controladas, consórcio. 
D – Relações de Consumo: Artigo 28, § 2º CDC. As empresas que fazem parte do grupo respondem 
subsidiariamente. 
 
IV – CONSÓRCIO 
Lei 6.404/76, Artigo 278. Duas ou mais empresas se unem para realizar uma determinada atividade, realizar 
determinado empreendimento. Mas continuam cada uma com sua personalidade. Várias empresas para 
construir um aeroporto, por exemplo. A regra do consórcio é que há personalidades jurídicas diferentes das 
empresas consorciadas, não há solidariedade. Assim como nos grupos econômicos há exceções: 
A – Relações de Consumo: Artigo 28, § 3º CDC. As empresas que fazem parte do consórcio respondem 
solidariamente. 
B – Obrigações Trabalhistas: Artigo 2º, § 2º CLT. As empresas que fazem parte do consórcio respondem 
solidariamente, para trabalhadores que estão envolvidos naquele empreendimento. 
C – Em relação às Licitações: Artigo 33, V da lei 8.666/93. Se for admitida na licitação a presença do 
consórcio as empresas consorciadas respondem solidariamente. 
 
V – DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 
1 – INTRODUÇÃO 
O princípio da autonomia patrimonial é a regra, Artigo 1.024 CC. Sempre preciso acionar a empresa, para 
quando o tipo societário permitir, atingir o patrimônio dos sócios. Posso atingir o patrimônio dos sócios, 
sem falar em desconsideração, nas sociedades em nome coletivo (sócios respondem ilimitadamente), na 
sociedade em comandita simples (sócio comanditado responde ilimitadamente), na sociedade limitada, se 
os sócios infringirem contrato social e lei, podem responder ilimitadamente, Artigo 1.080 CC. Isso não é 
desconsideração, é regra. 
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A maioria das Sociedades ou são Ltda. ou Anônimas, na prática. O princípio da autonomia patrimonial não é 
absoluto. Dentro da doutrina existem duas teorias: a teoria maior (Fábio Ulhôa) e a teoria menor. 
2 – PELA TEORIA MAIOR 
Para que ocorra desconsideração da personalidade jurídica é necessário demonstrar a fraude, se ficar claro 
que o uso da personalidade jurídica para fraudar credor. O problema é demonstrar a fraude. Isso é 
chamado também de aspecto subjetivo. Desconsideração não quer dizer que a personalidade jurídica é 
nula, mas sim que para aquele caso concreto ela é afastada. Não quer dizer que todos os credores podem ir 
direto aos sócios. A segunda possibilidade para teoria maior é quando houver confusão patrimonial, ou 
seja, quando sociedade paga dívidas dos sócios, bens estão todos em nome da sociedade, inclusive a casa 
dos sócios. A confusão patrimonial presume a fraude, é aspecto objetivo e é mais fácil de ser provada. A 
terceira hipótese é quando houver abuso na personalidade jurídica, também é aspecto objetivo. A 
desconsideração para essa teoria nunca vai ser aplicada somente por que o credor não pagou a dívida, só 
quando ficar demonstrada uma das três hipóteses acima. 
3 – PELA TEORIA MENOR 
Não há alguém de doutrina que defenda essa teoria, ela é construída por decisões jurisprudenciais. Para 
que ocorra a desconsideração basta que ocorra a insolvência da pessoa jurídica e que o credor não tenha 
recebido seu pagamento. Não é qualquer credor, somente os credores não negociais. Por isso que na JT se 
desconsidera a personalidade jurídica pelo simples fato da empresa não ter como pagar. O credor não 
negocial não assume o risco o empreendimento, só o negocial. O credor não negocial tem a teoria da 
desconsideração aplicada independentemente de fraude, de abuso ou de confusão patrimonial. 
Existem dois tipos de credores, o negocial (que quando contrata com empresa tem condições de negociar 
como vai ser o pagamento) e o não negocial (que quando contrata assume a função de credor sem 
argumentar nada, como consumidor e credor trabalhista). 
4 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
Quem primeiro falou sobre desconsideração foi o Artigo 28 caput e § 5º CDC. Os demais § falam de grupo 
societário. A primeira legislação foi de 1990 (CDC) apesar da doutrina já afirmar que era possível para coibir 
abusos.O segundo texto legal a falar sobre isso foi o Artigo 18 da lei 8.884/94, que é a lei que fala sobre a 
infração à ordem econômica. O terceiro texto de lei foi a lei que fala sobre a lesão ao meio ambiente, Artigo 
4º Lei 9.605/98. E por fim o quarta lei foi o Artigo 50 CC/02. 
Para Amador Paes de Almeida, apesar da doutrina indicar como primeira fonte legal a falar sobre 
desconsideração ser o CDC, na verdade a idéia legislativa sobre isso, apesar de não estar com esse nome, a 
idéia de poder atingir o patrimônio dos sócios está na própria CLT, Artigo 2º, § 2º. 
Artigo 50 CC: “Em caso de abuso da personalidade jurídica caracterizada desvio de finalidade (realizar 
atividade diferente do objeto social) ou confusão patrimonial, pode o juiz decidir a requerimento da parte 
ou do MP, quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações e 
obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica”. 
Juiz não pode aplicar a desconsideração de ofício, pelo CC. 
Artigo 28 CDC: “O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade, quando em detrimento 
do consumidor houver abuso de direito, excesso de poder, infração de lei, fato ou ato ilícito ou violação dos 
estatutos e contratos sociais. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, 
encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração. § 5º: Também poderá 
ser desconsiderada a personalidade jurídica sempre que sua personalidade for de alguma forma obstáculo 
ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores”. 
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A segunda frase do caput amplia as possibilidades da teoria menor para o direito do consumidor, pois fala 
em falência e encerramento da atividade de forma irregular, que nada mais é do que sem solver as dívidas, 
mas continua na teoria maior. Já o § 5º valoriza a teoria menor e amplia de forma ampla as possibilidades 
de desconsideração. 
Desconsideração da personalidade jurídica não se confunde com a teoria ultra vires, na qual o 
administrador somente responde por excesso de poder, administrador que violou a lei, o contrato ou o 
estatuto. Já na desconsideração a empresa inteira foi usada para o abuso e ela responde como um todo. 
Desconsideração inversa: Quem move ação como credor não gostaria de cobrar da empresa, ele tem 
obrigação para cobrar do sócio, principalmente na área de família. Só que o sócio diz que não tem 
patrimônio em nome dele, está todo em nome da empresa. Desconsideração inversa é quando o credor de 
prestação de alimentos pode acionar a empresa. Por isso que na falência é possível a pensão alimentícia de 
habilitar na falência, pela desconsideração inversa. A dívida é para com o sócio, mas é possível atingir o 
patrimônio da sociedade. Sócio usa personalidade jurídica para proteger o patrimônio e até para fraudar e 
lesar credores.

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