Buscar

UNIDADE 4 TRANSTORNOS PSICOLOGICOS E PSICOSOCIAIS NO TRABALHO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

O Ambiente e as 
Doenças do Trabalho
Transtornos Psicológicos e Psicossociais no Trabalho
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Esp. Uerley Magalhães Franchi
Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
5
Transtornos Psicológicos e Psicossociais 
no Trabalho 
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• Introdução ao Tema
• Leitura Obrigatória
• Material Complementar Fonte: iStock/Getty Im
ages
 · Compreender as relações entre saúde mental e trabalho nos diferentes ramos de 
atividade, relacionando com os conceitos de estresse descritos por diversos autores.
Normalmente com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o último 
momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado 
ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá 
escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e 
determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões de 
materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e auxiliarão 
o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de 
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de 
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca 
de ideias e aprendizagem.
6
Unidade: Transtornos Psicológicos e Psicossociais no Trabalho
Introdução ao Tema
A satisfação no ambiente de trabalho é cada dia mais estudada. Tal interesse se deve à 
influência que essa exerce sobre o trabalhador, o que pode afetar a sua saúde física e mental, 
além de atitudes, comportamentos, repercutindo na vida pessoal e familiar do indivíduo e 
também na sua atuação dentro das organizações.
Estudos sobre satisfação no trabalho são identificados desde a década de 1930 e a cada 
dia mais publicações têm despertado o interesse dos profissionais e pesquisadores de todas as 
áreas (CURA, 1994; LOCKE, 1976; PÉREZ-RAMOS, 1980; ZALEWSKA, 1999a, 1999b).
Não é acertado o conceito nem as teorias dos modelos de satisfação no trabalho devido 
à grande diferenciação de seus sentidos e definições, ocorrendo dificuldades e até falhas 
metodológicas nos estudos sobre o tema (CURA, 1994; PÉREZ-RAMOS, 1980).
Apesar de relevante, a relação entre satisfação no trabalho e saúde é insuficiente para 
pesquisa (MARTINEZ, 2002), de modo que o conhecimento sobre como se configuram os 
resultados das relações de satisfação em saúde são importantes, pois auxiliam no estabelecimento 
de um consenso ou consolidação das teorias de satisfação no trabalho e também para que 
este conhecimento seja utilizado na concepção de implementação e avaliação de medidas 
preventivas, promovendo a tradução em saúde do trabalhador.
O ambiente psicossocial no trabalho abrange a organização e as relações de trabalho. Os fatores 
psicossociais se referem à interação entre meio ambiente do trabalho e conteúdo do trabalho, 
condições organizacionais, habilidades do trabalhador, desempenho e satisfação no trabalho.
7
Leitura Obrigatória
Saúde Mental e Trabalho
O trabalho tornou-se um importante componente na patogenia, no entendimento de 
como se desencadeiam e evoluem os distúrbios psíquicos. As análises desenvolvidas pela 
organização do trabalho formam um embasamento de conclusão de várias pesquisas que 
avaliam determinados riscos mentais no trabalho.
• Demência: através do caráter adquirido, que reúne perturbações da memória, do 
pensamento, compreensão, cálculo, capacidade de aprender, pela exposição ao 
manganês, CO, H2S e sulfeto de carbono.
• Delirium: são perturbações da consciência e distúrbios psicomotores, são ocasionados 
pela exposição ao brometo de metila e sulfeto de carbono.
• Transtorno cognitivo leve: caracteriza-se pela alteração na memória, capacidade de 
concentração de tarefas, além de se registrar períodos curtos de fadiga mental. Está 
associado à exposição ao brometo de metila, chumbo, mercúrios e seus compostos, 
entre outros.
• Transtorno orgânico de personalidade: tem-se alteração da personalidade do 
comportamento, é decorrente de um transtorno residual concomitante, é uma doença, 
lesão ou disfunção cerebral, está associado à exposição a brometo de metila, chumbo, 
manganês, sulfeto de carbono, entre outros.
• Alcoolismo crônico relacionado com o trabalho: com a ingestão de álcool de forma 
contínua e periódica, é verificada a perturbação, o que acarreta distorções de pensamento 
e notadamente a negação. O trabalho é considerado como capaz de influenciar no 
desenvolvimento do quadro e nas suas manifestações, vinculado aos problemas individuais, 
como emprego, desemprego e condições de trabalho.
• Transtorno não orgânico do sono: percebe-se a falta de sincronia entre o ciclo do 
sono-vigília do indivíduo e o ciclo sono-vigília desejada, o que resulta em insônia ou 
hipersonia, as quais associadas à mudança de planos de trabalho ou em viagens que 
envolvam fusos horários.
A tensão emocional crônica decorrente do contato direto ou excessivo com outras pessoas, 
em situações que envolvam tensão emocional e extrema atenção, causa ao trabalhador a 
sensação de estar “acabado”, essa sensação é conhecida como síndrome de burnout ou 
síndrome do esgotamento profissional. Nesse cenário o trabalhador acaba se envolvendo 
afetivamente, o que causa o desgaste e, em determinado momento, faz com que desista da 
vida, perda a energia ou deflagre a mudança comportamental, ou seja, faz com que perda o 
sentido de sua relação com o trabalho, onde qualquer esforço tem um sentido inútil.
8
Unidade: Transtornos Psicológicos e Psicossociais no Trabalho
Afeta profissionais da área de serviços: cuidadores, ou os que estão em contato direto 
com outros usuários, trabalhadores da educação, saúde, policiais, assistentes sociais e agentes 
penitenciários.
A síndrome de burnout está ligada a diversas atitudes e condutas negativas, em relação aos 
usuários, clientes, organizações e trabalho, acarretando prejuízos nas práticas emocionais, 
tanto para o trabalhador, quanto para a organização. É verificado que o estresse acaba 
interferindo na vida do indivíduo de modo indireto e também na relação com trabalho, onde 
essa síndrome está associada ao ritmo desenvolvido que, muitas vezes, é penoso, gerando 
dificuldades físicas e mentais.
Satisfação no Trabalho
Satisfação no trabalho pode ser definida de diferentes maneiras, conforme o referencial 
teórico adotado, mas frequentemente é conceituada como sinônimo de motivação, como 
atitude de estado emocional positivo, enquanto outros consideram satisfação e insatisfação 
como fenômenos opostos.
Os termos motivação e satisfação são confundidos e causam falhas na formulação das 
hipóteses e na utilização de instrumentos de pesquisa especial destinados a relacionar a 
satisfação de trabalho com produtividade (PÉREZ-RAMOS, 1980).
Segundo Steuer (1989), a diferença entre motivação e satisfação se dá por: motivação 
como tida pela tensão gerada por uma necessidade e satisfação expressa pela sensação de 
atender à necessidade.
A satisfação no ambiente de trabalho é um estado emocional agradável que resulta da 
avaliação entre a atuação no trabalho e o resultado da percepção da pessoa como esse a satisfaz, 
permitindo, assim, valores importantes de satisfação no trabalho (LOCKE, 1969, 1976).
Dois aspectos são considerados para satisfação no trabalho: o primeiro é um componente 
cognitivo que diz respeito a como o indivíduo pensa e suas opiniões sobre o trabalho; o 
segundo é um componente afetivo emocional, no que diz respeito a como a pessoa se senteem relação ao trabalho, sugerindo que a sua satisfação no trabalho está ligada parcialmente ao 
que o indivíduo pensa e parcialmente ao que o indivíduo sente (WRIGTH; CROPANZANO, 
2000; ZALEWSKA, 1999a).
Segundo Locke (1969), para que haja insatisfação no trabalho deve haver o fenômeno 
extinto da facção do trabalho, mas seu grau oposto semântico, assim não existe um limite 
superior de sua satisfação absoluta enquanto o limite inferior funde-se de forma indiscutível na 
satisfação (FRASER, 1983, p. 56).
Conforme as necessidades mais básicas são supridas, surgem posteriormente necessidades 
de níveis seguintes até se chegar às mais elevadas. Não há uma hierarquia para as necessidades, 
sendo que as mais elevadas podem surgir antes das mais básicas e serem completamente 
satisfeitas, pois há citação de níveis independentes (MASLOW, 1970). Através do modelo 
de Maslow, pode-se compreender e explicar o comportamento das pessoas nas situações de 
trabalho, em especial nos termos de satisfação, enfatizando a tendência humana de progredir 
e ultrapassar os níveis da escala hierárquica de necessidades (PÉREZ-RAMOS, 1980, p. 49).
9
Entende-se com essa teoria que o trabalho tem papel importante para os indivíduos, de 
modo que os aspectos psicossociais do trabalho venham a favorecer ou dificultar a satisfação 
das necessidades humanas.
Psicopatologia e Psicodinâmica do Trabalho
Psicopatologia e psicodinâmica do trabalho são subáreas do conhecimento, as quais baseadas 
na teoria psicanalítica. Desenvolveram-se de forma mais sistematizada a partir de 1970, na 
França. A divisão de tarefas em módulos dá sentido e interesse do trabalho ao indivíduo, 
enquanto que a divisão dos homens em módulos está ligada às relações entre pessoas e 
afetividade. Assim, a organização do trabalho afeta o funcionamento psíquico (DEJOURS; 
ABDOUCHELI, 1994).
Torna-se perigoso o aparelho psíquico quando se opõe à livre atividade, quando a liberdade 
para organização do trabalho é limitada, não respeitando os desejos do trabalhador, o que 
gera um aumento da carga psíquica e abre espaço para o sofrimento no trabalho. A carga 
mental tida pelo sofrimento no trabalho se refere aos elementos afetivos, compreendendo o 
fenômeno de ordem neurofisiológica e psicológica (DEJOURS, 1994).
O bem-estar é uma matéria de carga psíquica decorrente da existência de um sentido 
atribuído no trabalho que é executado onde o trabalho é livremente escolhido e organizado, 
podendo assim oferecer uma descarga da carga psíquica e se tornar um trabalho equilibrante, 
estruturante. Seja mesmo trabalho, não permite uma descarga de energia psíquica que é 
acumulada, acaba por se tornar uma fonte de tensão entre trazer o que gera uma carga psíquica 
e fadiga e o que consequentemente gera patologia (DEJOURS, 1994). Em contrapartida, o 
trabalho que permite o alívio da carga psíquica se torna um instrumento de equilíbrio e fonte 
de prazer para o trabalhador, caso contrário, torna-se fonte de patologia. 
A insatisfação no trabalho está ligada diretamente ao sofrimento do trabalhador e relacionada 
ao conteúdo da tarefa (DEJOURS, 1987). Essa insatisfação é decorrente de sentimentos 
pela obrigatoriedade de realizar uma tarefa que o trabalhador julgue desinteressante e sem 
significado, por desconhecer o que acaba parecendo representar para a empresa aspectos 
como responsabilidade, riscos ou conhecimentos necessários.
Riscos Psicossociais
Em um ambiente de trabalho cada vez mais complexo, os riscos psicossociais são cada 
vez mais comuns, os quais apresentam consequências negativas que não são evidentes se 
comparadas às doenças ou aos acidentes de trabalho. Por serem considerados irrelevantes, 
manifestam-se de diversas formas dentro das organizações: problemas com absentismo, 
rotatividade de pessoal, falta de qualidade ou estresse, que acabam acarretando em custos 
para a empresa e trabalhador.
Os fatores psicossociais podem ser definidos como “[...] aquelas características das condições 
de trabalho e, sobretudo, da sua organização que afetam a saúde das pessoas através de 
mecanismos psicológicos e fisiológicos a que também chamamos de stress” – definição do 
método istas21.
10
Unidade: Transtornos Psicológicos e Psicossociais no Trabalho
Mais ou menos, todos temos um conceito intuitivo do que seja o estresse: uma resposta do 
organismo frente a uma situação que exige algum tipo de resposta, traduzindo-se em colocar 
o próprio organismo em situação de alerta para poder atuar. Esse processo é normal e tem 
permitido ao homem sobreviver até os nossos dias. Face a uma situação de ameaça, todo o 
corpo se prepara para fugir ou lutar e, quando a ameaça desaparece, o organismo volta ao 
seu estado normal.
O estresse como risco aparece quando a situação de alerta se prolonga no tempo, impedindo 
o organismo de relaxar e, portanto, ficando em um estado contínuo de tensão. Essa situação 
mantida no tempo pode dar lugar a todo tipo de alterações no organismo.
Assim, o estresse no trabalho poderia ser definido como “[...] o conjunto de reações 
emocionais, cognitivas, fisiológicas e do comportamento a certos aspectos adversos ou nocivos 
do conteúdo, da organização ou do ambiente de trabalho” – definição do método istas21. Dito 
de outra forma, é um estado caracterizado por altos níveis de excitação e de angústia, com a 
frequente sensação de não poder fazer frente à situação.
Saúde é um “[...] estado de equilíbrio físico, psíquico e social [...]” – definição da 
Organização Mundial de Saúde (OMS). Os fatores psicossociais devem ser considerados 
para evitar consequências negativas à saúde do trabalhador, promovendo bem-estar e 
satisfação no trabalho.
Influência da Satisfação Dentro das Organizações
A satisfação no trabalho é apontada como exercício de influências sobre o trabalhador, que 
podem se manifestar sobre sua saúde, qualidade de vida e comportamento, com consequências 
aos indivíduos e organizações.
Satisfação no trabalho é associada à saúde do trabalhador, onde indivíduos mais satisfeitos 
com suas funções apresentam melhor qualidade de saúde e menor ocorrência de doenças, tanto 
no que se refere à saúde física, como mental (LOCKE, 1976; ROCHA, 1996; ZALEWSKA, 
1999a, 1999b). A satisfação no trabalho também é apontada como um fator associado à 
longevidade (FRASER, 1983; LOCKE, 1976; BRASIL, 1999). Tal questão será discutida no 
item Relações entre satisfação no trabalho e saúde do trabalhador.
A satisfação no trabalho influencia a satisfação com a vida por meio da generalização das 
emoções do trabalho à vida fora do trabalho e de atitudes decorrentes, que também podem 
afetar, especificamente, as relações sociofamiliares (LOCKE, 1976). Segundo Zalewska 
(1999a, 1999b), satisfação global no trabalho é um dos principais componentes da satisfação 
geral com a vida, ou de uma avaliação de bem-estar subjetivo.
O nível de satisfação no trabalho afeta o comportamento, sob forma de absentismo, 
rotatividade, queda da produtividade, greves, acidentes de trabalho, dependência de álcool 
ou drogas (LOCKE, 1976; PÉREZ-RAMOS, 1980; ZALEWSKA, 1999a, 1999b). Existe um 
amplo espectro de tendências de ações que se pode desenvolver em resposta às emoções, 
mas essas tendências não são necessariamente seguidas por alguma ação. A forma como 
um indivíduo reagirá em resposta à emoção depende de seus valores, crenças, dificuldades 
e oportunidades oferecidas na situação e da forma como o aspecto é percebido, se como 
benéfico ou prejudicial (LOCKE, 1976).
11
Os efeitos comportamentais consequentes a essas ações ou tendências de ações manifestam-
se de várias maneiras, algumas das quais:
• Ausências:  o trabalhador pode procurar formas de evitar a situação que provoca 
insatisfação; uma dessas formas é manter-se afastado do trabalho por meio de faltas, 
rotatividade, atrasos ou pausas prolongadas e/ou não autorizadas.A ausência psicológica 
ocorre quando o trabalhador se torna passivo e desinteressado de seu trabalho (HENNE; 
LOCKE, 1985; LOCKE, 1976, 1984).
• Produtividade:  há controvérsia sobre as associações entre satisfação no trabalho e 
produtividade e sobre se a insatisfação leva à queda de produtividade ou vice-versa, ou 
ainda se existem elementos que podem afetar tanto a satisfação como a produtividade 
(HENNE; LOCKE, 1985; LOCKE, 1976). Baixa produtividade e qualidade insatisfatória 
do trabalho são respostas possíveis à insatisfação no trabalho, mas que certamente não 
ocorrem em todos os empregados insatisfeitos. A insatisfação também pode ter efeitos 
sobre a produtividade por meio de ausentísmo, rotatividade, greves (LOCKE, 1984).
• Protestos e greves: a insatisfação com a situação de trabalho pode dar origem a tentativas 
para modificar essa situação sob forma de protestos ou greves (HENNE; LOCKE, 1985; 
LOCKE, 1984).
• Satisfação com a vida: há efeitos sobre a satisfação com a vida decorrentes das alternativas 
de enfrentamento e ação face à insatisfação no trabalho (HENNE; LOCKE, 1985; LOCKE, 
1976). Como o trabalho é um componente da vida, pode afetar a atitude perante à vida 
como um todo, porém, a forma como isso ocorre não é a mesma para todos e dependerá 
da importância do trabalho na hierarquia de valores do indivíduo e do grupo.
Relações entre Satisfação no Trabalho e Saúde do Trabalhador
Qual a importância de ainda se pesquisar satisfação no trabalho e saúde do trabalhador? 
Tentar-se-á resumir as considerações sobre os principais autores selecionados e enfatizar 
o papel da satisfação no trabalho como elemento importante da prevenção de doenças e 
promoção da saúde.
Autores como Henne e Locke (1985), Locke (1976), Peterson e Dunnagan (1998), Rocha 
(1996) e Zalewska (1996) relatam a ocorrência de melhor qualidade de saúde física em 
indivíduos satisfeitos, bem como maior risco à ocorrência de problemas de saúde, tais como 
fadiga, dificuldade respiratória, dor de cabeça, problemas digestivos e dores musculares, em 
indivíduos insatisfeitos.
Henne e Locke (1985) e Locke (1976), em revisão de estudos sobre satisfação no trabalho, 
identificaram associações entre nível de satisfação e agravos físicos – fadiga, dificuldade 
respiratória, dor de cabeça, perda de apetite, aumento do colesterol, doença cardíaca 
aterosclerótica – e longevidade, onde indivíduos mais satisfeitos apresentaram menor incidência 
de problemas de saúde e maior longevidade.
Henne e Locke (1985) consideram que há plausibilidade nesses resultados, uma vez que 
satisfação é um estado emocional e que as emoções implicam em respostas físicas involuntárias, 
12
Unidade: Transtornos Psicológicos e Psicossociais no Trabalho
onde o nível de satisfação – estado emocional – pode atuar como fonte de estresse, agindo 
sobre o trabalhador de forma a provocar reações orgânicas involuntárias. Alertam, porém, que 
esses resultados devem ser considerados com cuidado, pois podem ser interpretados de outras 
maneiras: o nível de satisfação no trabalho pode ser devido ao estresse – e não à sua causa –, 
ou ainda, o nível de satisfação no trabalho e o estado de saúde podem ser influenciados por 
algum outro fator em comum.
Seria igualmente razoável considerar que condições físicas são covariáveis e não 
consequências do nível de satisfação no trabalho e que a associação entre saúde física e 
satisfação no trabalho pode ser difícil de ser estabelecida (HENNE; LOCKE, 1985).
Martinez (2002) observou ausência de associação entre satisfação no trabalho e saúde 
física para empregados administrativos de uma empresa de autogestão em saúde e 
previdência privada. Uma explicação para justificar essa divergência com a literatura citada é 
a possibilidade de ocorrência do “efeito do trabalhador sadio”, em que haveria uma seleção 
progressiva de pessoas com a exclusão, pela demissão, daquelas em piores condições de 
saúde, permanecendo os profissionais com a saúde mais preservada. Considera-se ainda que 
outros fatores relacionados ao trabalho, como ritmo ou carga de trabalho, exerceriam maior 
impacto sobre a saúde do que a satisfação no trabalho. Além disso, características e condições 
preexistentes, da saúde individual, poderiam interferir nessa associação.
Tais observações evidenciam a complexidade dessas relações, que podem correr em via de 
mão dupla e sofrer influência de outros fatores, relacionados ou não ao trabalho.
A satisfação no trabalho é um dos principais componentes para a satisfação geral com a 
vida e uma estimativa subjetiva de bem-estar (ZALEWSKA, 1999a, 1999b). Assim, satisfação 
no trabalho também é importante para a saúde mental do indivíduo na medida em que aquela 
pode ter uma extensão de seu efeito para a vida particular e, ao contrário, caso ocorra a 
insatisfação no trabalho, será acompanhada de desapontamento, sentimento que permeará a 
vida do indivíduo, afetando seu comportamento fora do trabalho (CODA, 1986). A associação 
entre saúde mental e satisfação no trabalho é assinalada em diversos estudos, dos quais se 
destacam aqui:
Martinez (2002), estudando as relações entre satisfação no trabalho e saúde do trabalhador 
em empregados administrativos de uma empresa de autogestão em saúde e previdência 
privada no Estado de São Paulo, identificou a satisfação no trabalho correlacionada a cada um 
dos aspectos da saúde mental estudados e que essa correlação foi independente de variáveis 
sociodemográficas. Porém, apesar da alta significância estatística, satisfação no trabalho teve 
reduzido poder em explicar a variabilidade dos aspectos da saúde mental. Outros fatores não 
contemplados na análise poderiam também interferir na saúde mental.
Takeda e colaboradores (2002), estudando as associações entre fatores relacionados ao 
trabalho e saúde mental em assistentes sociais de repartições da Previdência Social no Japão, 
identificaram a satisfação no trabalho apresentando forte associação negativa ao esgotamento 
– burnout – e depressão.
Ramirez e colaboradores (1996), estudando os efeitos do estresse e da satisfação no trabalho 
sobre a saúde mental de médicos especialistas de hospitais do Reino Unido, identificaram que 
satisfação no trabalho estava inversamente associada à exaustão emocional, despersonalização 
e morbidade psiquiátrica – depressão, perda de confiança, distúrbio do sono e outros sintomas. 
13
Identificaram também o efeito protetor da satisfação no trabalho sobre a saúde mental. Os 
aspectos do trabalho que apresentam maior contribuição para a satisfação no trabalho foram 
relações interpessoais satisfatórias, valorização e posição profissional, estímulo intelectual, 
recursos e gerenciamento adequados. Os autores consideraram os achados relevantes por 
indicarem que a satisfação no trabalho protege a saúde contra o estresse.
Rocha (1996), ao estudar a relação saúde-trabalho de analistas de sistema no Estado de São 
Paulo, identificou a satisfação no trabalho como um fator protetor da saúde, como aspecto 
de diminuição na frequência de sintomas do “estado nervoso”, distúrbios neurovegetativos, 
alterações do hábito alimentar e problemas digestivos. Nesse estudo, a satisfação no trabalho 
também apareceu associada negativamente à procura de consulta médica e como fator de 
redução da interferência negativa do trabalho na vida familiar e pessoal. Os fatores que 
apareceram associados à satisfação no trabalho foram: aprendizado constante, controle sobre 
o processo de trabalho, sentimento de “ser um artista produzindo uma obra” – possibilidade 
de criação – e percepção de desafio na resolução de problemas.
Atualmente, o discurso manifesto encontrado nos folhetins que tratam das relações do 
trabalho parece demonstrar insistente preocupação com a melhoria da qualidade de vida 
dos que trabalham. Todavia, encontra-se uma política mundial de ajuste de custos queleva 
governos e empresas a minguarem as conquistas sociais alcançadas no último século pela 
classe trabalhadora.
Embora não exista uma definição consensual sobre a expressão Qualidade de Vida no 
Trabalho (QVT), o termo é utilizado com diferentes conteúdos e significados em relação à 
sua origem. Segundo Trist (1981), concerne a uma conferência internacional sediada em 
Arden House, em 1972, cujo tema principal versava sobre os sistemas sociotécnicos. Não 
obstante, já no final da década de 1950, quando o capital norte-americano promoveu uma 
recessão para organizar o seu parque industrial, observou-se certa preocupação com esse 
assunto nos países que ditavam a política do capitalismo. Não teria, portanto, o “movimento” 
de QVT sua verdadeira origem nas consequências sociais da primeira retração econômica 
significativa após a Segunda Guerra Mundial nos Estados Unidos? É o que parece, ainda que 
tais mazelas só possam ser conhecidas e sentidas em sua real magnitude na crise do modelo 
de desenvolvimento fordista dos anos 1960 e 1970.
O que se constata é que a qualidade de vida do trabalhador, especialmente dos que vivem no 
Terceiro Mundo, vem-se degradando dia após dia. Doenças até então inexistentes ou restritas 
a certos nichos empresariais, como as Lesões por Esforço Repetitivo (LER) ou Distúrbios 
Osteomusculares (Dort), tornaram-se comuns a todos e espalharam-se como doenças 
infectocontagiosas, tornando milhares de profissionais impossibilitados para o trabalho.
As LER ou Dort relacionados ao trabalho são nomenclaturas utilizadas para designar 
inúmeras doenças, entre as quais tenossinovites e tendinites, ou seja, inflamações que se 
manifestam nos tendões e nas bainhas nervosas que os recobrem; são afecções que podem 
acometer músculos, tendões, nervos e ligamentos de forma isolada ou associada, com ou sem 
a degeneração de tecidos, e que podem ocasionar a invalidez permanente.
Em geral, não são facilmente diagnosticados, o que prejudica o processo de tratamento e 
afetam, sobretudo, trabalhadores do sexo feminino, das mais variadas atividades, com maior 
incidência entre os dezoito e trinta e cinco anos de idade. Parece até que, pelo encolhimento 
14
Unidade: Transtornos Psicológicos e Psicossociais no Trabalho
do mercado de trabalho, as lutas dos trabalhadores restringem-se apenas à sobrevivência, 
assim como o quadro histórico encontrado no início do século passado, em que a luta era para 
não morrer, não importando o preço que teria de ser pago, vivendo em um Estado apenas 
emergencial. No entanto, se a qualidade de vida do trabalhador é vista, pelo menos, como 
uma política de relações públicas, ou como uma meta quase recorrente, deve-se perguntar o 
que no trabalho pode ser apontado como fonte específica de nocividade para a vida mental. 
A trama em que essa questão está envolta é quase evidente: a luta pela sobrevivência leva a 
uma jornada excessiva de trabalho, de modo que as condições em que o trabalho se realiza 
repercutem diretamente na fisiologia do corpo.
O rompimento de vínculos de relações fundamentais para manutenção e fortalecimento 
da subjetividade humana atua de forma que pode desencadear o assédio moral, o qual é 
atualmente compreendido como a exposição dos trabalhadores a situações humilhantes e 
constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho; e passam a ser 
mais desestabilizadoras. As relações com o passar do tempo, tornam-se mais desumanas e 
antiéticas, onde é identificada a predominância dos desmandos, medos e competitividade 
descomedida. A qualidade total sem qualidade de vida não é integral, mas parcial.
O trabalho como regulador social é fundamental para a subjetividade humana e essa 
condição mantém a vida do sujeito; quando a produtividade exclui o sujeito podem ocorrer 
as seguintes situações: reatualização e disseminação das práticas agressivas nas relações 
entre os pares, gerando indiferença ao sofrimento do outro e naturalização dos desmandos 
administrativos; pouca disposição psíquica para enfrentar as humilhações; fragmentação dos 
laços afetivos; aumento do individualismo e instauração do pacto do silêncio coletivo; sensação 
de inutilidade, acompanhada de progressiva deterioração identitária; falta de prazer; demissão 
forçada; sensação de esvaziamento.
As condições laborais, bem como as relações diretas entre os trabalhadores, influenciam 
diretamente a qualidade de vida. Esta, portanto, torna-se, nessa perspectiva, estratégica para 
a sobrevivência e desenvolvimento futuros das organizações.
Como a produção estimula o consumo e, ao mesmo tempo, inventa o sujeito para o 
qual se destina, deve, então, esse sujeito, receber os impactos diretos da organização do 
trabalho. Resta, então, deduzir que, em grande parte, o sofrimento mental do trabalhador é 
consequência direta dessa organização, isto é, da divisão do trabalho, do conteúdo da tarefa, 
do sistema hierárquico, das modalidades de comando, das relações de poder etc.; de todo um 
aparato que modula a percepção, o controle dos impulsos, as possibilidades de apreensão e a 
reflexão do que produz e que também se consome nas tarefas que executa.
A partir da segunda metade do século XX a relação entre saúde/doença mental e trabalho 
se consolidou no campo científico no âmbito da Psicologia aplicada à área do trabalho. Em 
1956 consta a publicação do artigo A neurose das telefonistas, por Le Guillant, como um 
divisor importante no desenvolvimento dos estudos no campo da saúde/doença mental em 
seus vínculos com o trabalho, surgindo depois a expressão psicopatologia do trabalho.
Das pesquisas realizadas nessa área resultou a inclusão de enfermidades psicossomáticas, 
psicológicas e psíquicas no âmbito das doenças ocupacionais. Além do ciclo originado da 
relação homem-máquina, os pesquisadores reconheceram que diversos outros fatores no meio 
ambiente do trabalho podem afetar a saúde mental, tais como: relações interpessoais e coletivas 
15
inerentes à própria organização do trabalho, ambiente físico – ruído, iluminação, temperatura, 
intoxicação, disposição do espaço físico –, forma do exercício do poder de comando na escala 
hierárquica e demais circunstâncias gerais e referentes à própria manutenção do emprego. 
Nessa trajetória, na inserção da Psicologia no campo da saúde do trabalhador, entre várias 
possibilidades, abriu-se espaço para estudos acerca do estabelecimento do nexo causal entre o 
trabalho e o adoecimento mental.
A moderna vertente da Psicologia aplicada ao mundo do trabalho centraliza o conceito de 
saúde do trabalhador em uma abordagem multiprofissional, abrangendo o entendimento de 
que é possível trabalhar sem o acometimento de doenças decorrentes do trabalho, dependendo 
da forma e condições de organização do trabalho, enfim, do meio ambiente do trabalho.
Segundo estudos na área da Psicopatologia do trabalho, a depressão atinge todas as etnias, 
idades e profissões, tanto os profissionais que trabalham diretamente com o contato humano, 
como aqueles que têm atribuições rotineiras extremamente operacionais e mecânicas. A 
vinculação entre o trabalho e o adoecimento psíquico apresenta visibilidade crescente devido ao 
número elevado de casos de depressão e suicídio entre a população rural, números associados 
ao uso indiscriminado de agrotóxicos e crescente de transtornos mentais entre trabalhadores 
que vivenciaram processos de reestruturação produtiva nos seus locais de trabalho, conforme 
dados do Ministério da Saúde (BRASIL, 2001).
Segundo estatísticas da Previdência Social, os transtornos mentais ocupam a terceira posição 
entre as causas de concessão de benefícios previdenciários. O levantamento dos dados aponta 
os ramos de atividade que apresentam mais casos de afastamento por transtornos mentais: 
extração de petróleo, atividades imobiliárias, transporte aéreo, captação, tratamento e 
distribuição deágua e fabricação de produtos têxteis, levando à conclusão de que, dependendo 
da ocupação, os riscos aumentam. Somam-se ainda as frequentes vítimas de assaltos no local 
de trabalho; bancários e comerciantes também figuram entre as categorias mais afetadas pelos 
distúrbios mentais, além dos profissionais do ensino e policiais.
Depressão e Meio Ambiente do Trabalho
Relevante se mostra, diante de tal cenário, o exame das repercussões jurídicas da depressão 
no ambiente do trabalho por se tratar de questão relativa à saúde do trabalhador, um direito 
absolutamente indisponível. A saúde do trabalhador é um direito constitucionalmente garantido, 
amparado por normas gerais e especiais de proteção, importando, diante desse quadro, 
averiguar se no meio ambiente do trabalho o profissional está ou não submetido a agressões 
psíquicas que podem desencadear e/ou agravar um quadro depressivo.
Segundo a literatura médica, a depressão é decorrente de um distúrbio emocional que 
ocasiona alterações no ponto de vista do indivíduo sobre a realidade, onde o principal sintoma 
é o transtorno do humor. Normalmente, a pessoa deprimida tem a falta de esperança e 
vitalidade constantes na sua vida. Seus sintomas podem ser a insegurança, o isolamento social 
e familiar, a apatia, a desmotivação, ou seja, a perda de interesse e prazer por coisas que antes 
gostava, com o agravante de que podem também ocorrer perda de memória, do apetite e da 
concentração, além de insônia. Ainda segundo a PhD em Medicina e saúde ocupacional e 
coordenadora do Laboratório de Saúde do Trabalhador de Ciências da Saúde da Universidade 
de Brasília (UnB), Anadergh Barbosa Branco, a depressão pode surgir de vários fatores, 
16
Unidade: Transtornos Psicológicos e Psicossociais no Trabalho
afirmando que percebemos claramente que a depressão e também outras doenças de cunho 
afetivo são multifatoriais.
Quando o trabalhador ultrapassa seus limites dentro do ambiente de trabalho, acaba 
sofrendo com situações de estresse que, se não tratadas, tornam-se crises de esquizofrenia. O 
estresse é o maior causador das doenças osteomusculares e a depressão pode evoluir desse, 
mesmo que não se possa afirmar o trabalho como causa exclusiva de um quadro depressivo, 
pois existem vários fatores que interferem no desencadear de um quadro de depressão, tais 
como os fatores genéticos, biológicos e psicossociais, dependendo das condições, o trabalho 
contribui decisivamente para o desencadeamento ou agravamento da doença.
Neste momento é importante distinguir tristeza e depressão. Segundo a pesquisadora, a 
tristeza muitas vezes vem acompanhada de sintomas típicos da depressão como insônia e 
falta de apetite, mas que podem ser superados mais facilmente; já na pessoa deprimida, tais 
sintomas vêm acompanhados de desânimo, falta de vitalidade e de vontade, que acabam 
causando prejuízos no trabalho, no contato familiar e social.
O Nexo Causal entre Depressão e Trabalho
A palavra trabalho vem do latim tripalium, referindo-se a um instrumento de tortura para 
punições dos indivíduos que eram submetidos ao trabalho forçado em consequência da perda 
do direito à liberdade. Na antiga visão religiosa, o trabalho era considerado castigo, no qual o 
homem teria que trabalhar para, com o seu suor, conseguir meios para a sua sobrevivência. 
A isso, associou-se a concepção cultural-familiar que imprimiu ao trabalho uma conotação 
pessoal, variando entre obrigação e prazer, na medida em que torna possível a concretização 
de sonhos e projetos pessoais.
Ao longo do tempo, percebe-se, com efeito, que o homem vem buscando dar sentido ao 
trabalho como um valor fundamental na sua formação como pessoa, contribuindo, assim, 
para o desenvolvimento de uma nação. O ato de trabalhar ganhou valor como elemento de 
inclusão social e de definição da própria identidade como pessoa. Sob o enfoque da Psicologia, 
o trabalho provoca diferentes níveis de motivação e satisfação e, dependendo da forma e meio 
no qual o trabalhador executa suas atribuições dentro do contexto organizacional a que está 
inserido, o trabalho pode levar a um quadro de enfermidade. Ou seja, o mesmo trabalho que 
motiva e concretiza realizações pessoais e sociais, em contrapartida, implica também desgaste 
físico e/ou mental, com reflexos diretos na qualidade de vida.
Em 1952, Paul Sivadon, integrante do movimento da Psiquiatria Social, que emergiu 
na França no período posterior à Segunda Guerra Mundial, pesquisando sobre o potencial 
terapêutico do trabalho como um recurso no tratamento de portadores de distúrbios mentais 
graves, deparou-se com evidências de que, dependendo de sua forma de organização, o 
trabalho poderia torna-se potencialmente patogênico. No entanto, concluiu que os transtornos 
mentais desencadeados no meio ambiente do trabalho seriam decorrentes, sobretudo, das 
vulnerabilidades pessoais, principalmente as de ordem orgânica.
Foi Louis Le Guillant, outro membro do movimento da Psiquiatria Social, quem apontou 
elementos mais concretos para a vinculação da relação entre transtornos mentais e trabalho 
mediante estudos sobre os impactos das condições de vida e de trabalho sobre o psiquismo, 
17
embora reconhecesse a dificuldade de demonstrar decisivamente a existência de nexo de 
causalidade entre trabalho e o adoecimento psíquico. De acordo com a professora adjunta 
do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), doutora 
Maria Elizabeth Antunes Lima, a polêmica em torno do nexo causal ganhou força em 1980 
com a publicação do livro Travail – usure mentale, de C. Dejours, lançado no Brasil em 
1987 sob o título A loucura do trabalho – estudo de Psicopatologia do trabalho, no qual 
o autor defendeu a tese de que a doença mental tinha origem essencialmente psicogênica, 
admitindo, no entanto, contrariamente à sua tese central, que o trabalho poderia favorecer 
as descompensações psiconeuróticas. Analisando a obra de Dejours, a professora chama a 
atenção para o fato de que o autor admitiu a existência de uma descompensação mental que 
teria nexo causal com o trabalho. Trata-se da síndrome subjetiva pós-traumática, reconhecida 
também como Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), que atinge milhares de 
trabalhadores acidentados.
Dessa forma, pode-se dizer que a polêmica travada em torno do nexo causal saúde/doença 
mental e trabalho decorre principalmente das diferentes concepções a respeito da gênese da 
doença mental: alguns estudiosos acham que essa advém, sobretudo, de fatores orgânicos; outros 
entendem que a doença mental tem origem exclusivamente psicogênica; e existem aqueles que 
compreendem o transtorno mental como um fenômeno multidimensional, resultante de um 
somatório de fatores biopsicossociais. Vinculado ao Departamento de Psicologia da UFMG, 
o Núcleo de Estudos sobre Saúde Mental e Trabalho, criado pela mencionada professora 
Maria Elizabeth Antunes Lima, realizou pesquisas sobre condições de saúde nos contextos do 
trabalho, visando diagnosticar e prevenir problemas nessa área, cujos resultados levaram ao 
entendimento de que certas condições adversas de trabalho podem favorecer o aparecimento 
de transtornos mentais.
Assédio Moral e Sexual no trabalho
O assédio moral diz respeito a condutas manifestadas através de palavras, atos, gestos, 
comportamentos de forma abusiva, que humilham, constrangem ou desqualificam uma pessoa 
ou um grupo. Ações como essas atingem a dignidade e a saúde física e mental do trabalhador, 
afetando-o em sua vida profissional e pessoal. O tempo e a duração do assédio moral são de 
extrema importância, uma vez que não se trata de uma violência pontual. O assédio moral 
pode se dar em ações diárias, semanais ou mensais. Em alguns casos ocorre de maneira tênue, 
dissimulada, o que não deixa a ação claramente aberta e, devido ao seu poder altamente 
destrutivo, causa sérios danosà pessoa assediada, pois abala as suas estruturas emocionais.
No ambiente de trabalho essas práticas são evidentes nas relações hierárquicas autoritárias 
como a predominância das ações negativas, relações desumanas e antiéticas normalmente de 
longa duração, onde o chefe se dirige a um ou mais subordinados na modalidade ascendente, o 
que desestabiliza o assediado. Nem todo conflito é caracterizado como assédio, exemplo disso 
são as divergências existentes entre chefe e subordinado, a princípio, isso não se configura 
como assédio moral. O assédio moral é a degradação das condições de trabalho que, quando 
são alteradas de forma proposital, são seguidas de variadas ações:
• Retirar a autonomia do trabalhador; 
• Criticar injusta ou exageradamente o trabalho realizado; 
18
Unidade: Transtornos Psicológicos e Psicossociais no Trabalho
• Modificar o trabalho executado;
• Atribuir tarefas que não são proporcionais à competência do trabalhador;
• Instruir de modo a dificultar ou impossibilitar a execução;
• Não orientar corretamente para a realização das tarefas;
• Impedir o acesso aos meios de trabalho necessários – computador, telefone, mesa etc.; 
• Coagir com a finalidade da não execução dos direitos trabalhistas – férias, licenças, 
prêmios etc.;
• Delegar tarefas perigosas que não estão previstas no contrato de trabalho e para as quais 
o trabalhador não foi devidamente treinado; 
• Danificar o local de trabalho ou os seus pertences;
• Induzir o trabalhador ao erro na execução de suas tarefas; 
• Restringir o desenvolvimento profissional.
Por meio do isolamento e recusa de comunicação, verificam-se as seguintes ações:
• Interrupção constante do trabalhador durante a execução de suas tarefas; 
• O chefe e a equipe de trabalho não dialogam com o trabalhador; 
• Evitam qualquer tipo de contato;
• Separam o trabalhador dos demais membros da equipe;
• Ignoram sua presença na equipe;
• Proibição aos colegas de trabalho de se comunicarem entre si.
Algumas atitudes nas ações hierárquicas atentam contra a dignidade do trabalhador: 
• Utilizar insinuações desdenhosas para desqualificar o trabalhador; 
• Fazer gestos de desprezo diante do trabalhador, tais como suspiros, olhares desdenhosos etc.; 
• Desacreditar o trabalhador diante de colegas, superiores ou subordinados; 
• Espalhar rumores a respeito do trabalhador, atribuindo-lhe problemas psicológicos;
• Expor e criticar a vida privada do trabalhador;
• Zombar de atributos físicos ou da origem socioeconômica e regional; 
• Desmerecer crenças religiosas ou convicções políticas;
• Atribuir tarefas humilhantes;
• Ofender o profissional usando termos obscenos e/ou degradantes; 
• Não levar em consideração os problemas de saúde ou as recomendações médicas.
Nas relações de trabalho se caracterizam como assédio moral atitudes que promovam a 
violência verbal, física e/ou sexual:
• Ameaçar e/ou agredir o trabalhador verbal e/ou fisicamente;
• Gritar, xingar, imitar ou apelidar o trabalhador;
• Fazer com que circulem boatos maldosos e calúnias sobre a vida particular e hábitos 
pessoais; 
• Fazer críticas ou brincadeiras sobre particularidades físicas, emocionais e/ou sexuais do 
trabalhador em público;
19
• Seguir e espionar;
• Produzir qualquer tipo de dano material aos bens – automóveis, imóveis, objetos de uso 
pessoal;
• Insinuar atividades sexuais com gestos ou propostas.
O assédio moral é praticado de várias formas:
• Assédio vertical: é praticado dos níveis mais altos para os mais baixos da hierarquia. 
Esse tipo de assédio constrange, humilha e destrata o subordinado. É mais comum em 
hierarquias rígidas com poder coercitivo.
• Assédio horizontal: assédio promovido entre colegas de trabalho, onde é verificada 
a discriminação da equipe com um colega. O assédio se inicia em tom cômico e de 
brincadeira, transformando-se posteriormente em assédio moral.
• Assédio ascendente: embora ocorra com menor incidência, este tipo de assédio é sofrido 
normalmente pelo chefe, onde o grupo não aceita a nova chefia. Assim, os subordinados 
adotam ações com a finalidade de sabotá-lo, negando o fornecimento de informações, 
burlando atividades e atitudes hostis para atingir os chefes.
Assédio sexual é defi nido como toda tentativa, por parte de superior hierárquico ou quem 
obtenha poder hierárquico sobre o subordinado, visando à obtenção de favores sexuais 
através de condutas reprováveis, indesejáveis e rejeitáveis, como forma de ameaçar e 
como condição para a continuidade no emprego. Caracteriza-se também por quaisquer 
outras manifestações agressivas de índole sexual com objetivo de prejudicar a atividade 
laboral por parte de qualquer pessoa que integre a equipe de trabalho, independente do 
uso do poder hierárquico.
Tipos de Assédio Sexual
Assédio sexual por chantagem: quando um superior hierárquico exige que um subordinado 
preste atividade sexual, a fim de que seja mantida a sua condição de emprego/função, ou que 
obtenha benefícios nas relações de trabalho. Este tipo de assédio é relacionado diretamente 
ao abuso de poder.
Assédio sexual por intimidação: caracteriza-se por insinuações sexuais inoportunas, 
solicitações da mesma índole verbais ou físicas, que prejudica a atuação do trabalhador, 
ocasionando uma situação ofensiva, hostil, de intimidação e abuso no local de trabalho. Neste 
caso o poder é irrelevante, sendo que este tipo de assédio pode ser praticado por um colega 
de trabalho que está em uma mesma posição hierárquica.
O assédio sexual é acompanhado também de humilhações, insultos e intimidações. É 
importante reiterar que em todos os casos esse assédio se configura por apresentar característica 
sexual. O assédio sexual pode ocorrer entre pessoas de diferentes orientações sexuais, etnias, 
classes ou entre gerações. O assédio moral, portanto, é diferente do assédio sexual, que já é 
crime e tipificado na legislação com pena de detenção para o agressor.
20
Unidade: Transtornos Psicológicos e Psicossociais no Trabalho
Efeitos do Assédio Moral
• Para os trabalhadores: pode ter sérias consequências para a saúde dos trabalhadores. 
Alterações comportamentais, problemas psicossomáticos e psicopatológicos podem 
afetar a vida de quem sofre a violência. O impacto da violência na vida do trabalhador 
depende de fatores como intensidade e duração do assédio.
O assédio moral no trabalho pode afetar também a autoestima, a vida social e familiar dos 
trabalhadores, como por exemplo: o descumprimento de obrigações sociais, isolamento social e 
distanciamento familiar, ocasionando, assim, problemas que ultrapassam o ambiente de trabalho.
• Para a instituição: pode trazer consequências não apenas para o trabalhador, mas 
também para a organização como um todo, seja em decorrência de prejuízos financeiros 
ou administrativos gerados pelo clima organizacional.
• Para a sociedade: as consequências do assédio moral não se restringem ao trabalhador 
e à organização na qual trabalha. Pelo contrário, repercutem também nas demais esferas 
da vida e da sociedade, atingindo a todos que direta e indiretamente estiverem envolvidos 
com o trabalhador.
Conceito de Estresse
O conceito de estresse é usado com diferentes conotações. A introdução do termo ocorreu 
em 1936 por meio de Selye (1956), quem caracterizou a natureza do estresse como uma 
“síndrome de adaptação geral”, constituída de três fases:
1 - Reação de alarme;
2 - Adaptação; e
3 - Exaustão.
Nessa formulação encontra-se implícita a inespecificidade das demandas ambientais e a 
importância da intensidade e duração da pressão como relacionadas à resposta do organismo. 
Para Selye (1956) a palavra estresse designava todos os efeitos não específicos de fatores que 
podem agir sobre o corpo. Tais agentes são chamados estressores, dada a sua capacidade de 
produzir estresse. O mesmo autor aponta para a dificuldadede se definir o estresse, adotando 
ao final de sua publicação: “[...] o estresse é o estado manifestado por uma síndrome específica 
que consiste de todas as mudanças induzidas de maneira não específica num sistema biológico”.
As teorias do estresse desenvolveram-se a partir de reações agudas em situações de ameaça 
à sobrevivência biológica. As pesquisas de Selye baseavam-se em animais. Com a Segunda 
Guerra Mundial, iniciaram-se experiências sobre o estresse humano. 
A partir de 1960, os estudos começaram a abordar os “mecanismos de luta” utilizados 
pelos indivíduos em “situações incontroláveis” derivadas de “catástrofes” da vida – separação 
de casais, morte de familiares, perda de emprego etc. 
Cassel (1974) comenta as diferentes conotações atribuídas à palavra estresse, reconhecendo 
a importância do conceito para a compreensão dos nexos entre fatores sociais e doenças, mas 
21
critica a visão unidimensional dos processos psicossociais. Propõe então que tais processos 
sejam analisados em sua dimensão bidimensional – uma categoria estressora e outra protetora 
ou benéfica. Assim, surge a noção dos “apoios sociais” como fatores psicossociais que 
protegem os indivíduos em situações estressoras.
Em relação às pesquisas sobre estresse, destacam-se duas equipes escandinavas coordenadas 
por Marianne Frankenhaeuser e Lennart Levi que, com seus estudos, analisaram o processo 
neuroendocrinológico e as repercussões sobre a saúde em associação com o trabalho – work-
stress. Os estudos enfatizam o papel dos fatores psicossociais e das emoções nos centros nervosos.
O estímulo do ambiente é recebido pelo cérebro via os sentidos. As demandas cerebrais 
são processadas no córtex cerebral e a reação é determinada pelo eixo hipotálamo, hipófise e 
glândulas suprarrenais. Os estímulos são recebidos pelo tálamo, o qual, através de neurônios 
monoaminérgicos e de neurotransmissores – como noradrenalina, dopamina e serotonina –, 
envia as informações recebidas aos núcleos hipotalâmicos. O hipotálamo regula importantes 
funções, como a temperatura do corpo, o balanço hídrico e a alimentação. CRF é o hormônio 
que regula a liberação, pela glândula pituitária, do hormônio ACTH – adrenocorticotropic 
hormon –, que estimula a produção de mineralocorticoides e glicocorticoides pelo córtex 
da suprarrenal. Os mineralocorticoides são sintetizados na zona glomerulosa do córtex da 
glândula. Exemplo de mineralocorticoide é a aldosterona, que altera o metabolismo dos órgãos 
com inibição da função digestiva, renal e sexual e aumento da função cardíaca. Os hormônios 
glicocorticoides, produzidos na zona fasciculada do córtex da suprarrenal, têm a função de 
mobilizar as energias de que o organismo dispõe. Entre os glicocorticoides, destacam-se a 
cortisona e o cortisol – ou hidrocortisona. O cortisol é distribuído para os tecidos do corpo via 
sangue e afeta o metabolismo dos carboidratos, lipídeos e proteínas em todos os tecidos do 
corpo, elevando a concentração de glicose.
Os glicocorticoides intensificam a urgência urinária, reforçam o poder de contratilidade do 
miocárdio, promovem a vasoconstrição e aumentam a formação de ansiotensinógenos. No 
estômago, aumentam a produção de suco gástrico. No cérebro, quando em alta concentração, 
os glicocorticoides podem causar distúrbios cognitivos e emocionais. No sangue, ocorre um 
aumento acentuado da produção de plaquetas e alteração do estado imunológico do organismo. 
A ativação do lóbulo posterior da hipófise resulta na liberação de ADH – anti-diuretic 
hormon –, responsável pelo aumento da permeabilidade da membrana celular renal e 
da oxitocina, que provoca contração da musculatura uterina. A partir do hipotálamo, é 
também ativado o sistema nervoso simpático, que estimula a medula da suprarrenal. O 
sistema nervoso simpático é ativado nos momentos de perigo e prepara o corpo para a 
luta ou fuga. A medula suprarrenal transforma os estímulos do sistema nervoso simpático, 
produzindo adrenalina e noradrenalina, transportadas via sangue para diferentes partes do 
organismo. A noradrenalina é também emitida nas terminações do nervo simpático. A 
adrenalina é responsável pelo maior suprimento de sangue para o coração, músculos e 
cérebro, inibindo o suprimento sanguíneo para outros órgãos, como o aparelho digestivo. 
A adrenalina também dilata as coronárias, elevando a frequência cardíaca. A noradrenalina 
provoca vasoconstrição, aumentando a pressão arterial.
Analisando-se as atitudes neuroendocrinológicas do organismo, observa-se que foram 
desenvolvidas para reações de “luta” com uma resposta física. Nesse sentido, Frankenhaeuser 
(1989) afirma que “[...] nosso corpo está mais bem acomodado para a idade da pedra que 
22
Unidade: Transtornos Psicológicos e Psicossociais no Trabalho
para a moderna sociedade, onde as demandas são mais psicológicas que físicas e a reação de 
estresse algumas vezes é mais prejudicial que boa”.
Essa visão neuroendocrinológica do estresse foi complementada pela teoria cognitiva de 
Lazarus e Folkman (1984). Esses autores, analisando as diferentes respostas dos indivíduos a 
uma mesma situação estressante, enfatizam as funções cognitivas e afetivas do indivíduo na 
percepção e interpretação da situação, afirmando que cada tipo de reação emocional depende 
de um processo particular de avaliação cognitiva.
O Ambiente de Trabalho e o Estresse
O estresse é um dos maiores problemas da atualidade. Esse fato é decorrente da 
competitividade existente dentro das empresas que se tornam cada vez mais maiores, uma vez 
que as empresas ficam obrigadas a se adaptarem às novas tendências para garantir espaço 
no mercado, tal pressão é repassada diretamente aos colaboradores através do aumento das 
cobranças. Essas mudanças fizeram com que os profissionais em posições mais altas tivessem 
estendidas as suas cargas horárias, as quais duram, em média, 65 horas semanais. Tais fatores 
contribuem significativamente para o aumento do estresse, fazendo com que o trabalhador 
fique enfermo e seja reduzida sua estimativa de vida.
O estresse não prejudica somente o trabalhador, mas a organização como um todo. No 
Brasil, 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) é despendido com gastos relacionados ao estresse 
no trabalho. Segundo pesquisas, 70% dos trabalhadores brasileiros se encontram em um 
quadro de estresse, o que não é diferente em outros países.
O ambiente de trabalho se modificou devido ao avanço das tecnologias, esse avanço foi maior 
do que a capacidade que o trabalhador teve em se adaptar, fazendo com que os profissionais 
atuem sob pressão, não apenas no ambiente de trabalho, mas com a vida em geral.
Na vida moderna se misturam o estresse do trabalho e da vida cotidiana, onde as pessoas, 
além de suas responsabilidades habituais ocupacionais: competitividades exigidas pela empresa 
e necessidade de aprendizado, comportamentos que se tornaram constantes, estão sujeitas às 
regras da vida em sociedade, tais como: segurança, manutenção da família etc. Esses fatores 
superam os limites de adaptação, o que leva ao estresse.
Os desgastes vividos pelos trabalhadores nos ambientes e nas relações de trabalho são 
determinantes para o surgimento das doenças. Os agentes que causam o estresse têm 
potencial tão grande quanto os microrganismos que causam o desencadeamento de doenças.
 Tanto o operário como o executivo podem apresentar alterações diante dos  agentes 
estressores psicossociais.
O desgaste emocional existente nas relações entre os trabalhadores e o trabalho determina os 
transtornos relacionados ao estresse, tais como depressões, pânico, doenças psicossomáticas 
etc. O trabalhador com estresse ocupacional não atende à demanda do trabalho e está sujeito 
à irritação e depressão.
Um dos agravantes do estresse no trabalho é a limitação que a sociedade submete as pessoas 
quanto às manifestações de suas angústias,frustrações e emoções. Devido às normas e regras 
sociais as pessoas são obrigadas a lidar com situações politicamente corretas, apresentando 
23
um comportamento emocional ou motor diferente dos reais sentimentos. Diante de ações 
do quotidiano, como o desentendimento entre colegas, sobrecarga de trabalho, prazo para 
a execução das tarefas e insatisfação salarial, há ansiedade significativa ou reação de alarme. 
Um ambiente ocupacional desorganizado coloca em risco a capacidade e o rendimento do 
trabalhador, quadro esse que se agrava quando não há a clareza nas regras, normas e tarefas 
que cada trabalhador deve desempenhar, e também através dos ambientes insalubres e devido 
à falta de ferramentas adequadas.
Fatores relacionados ao serviço também contribuem para a pessoa manter-se estressada, 
como é o caso da sensação de insegurança no emprego, insuficiência profissional, pressão 
para comprovação de eficiência ou, até mesmo, a impressão continuada de se estar cometendo 
erros profissionais. Isso tudo sem contar os fatores internos que a pessoa traz consigo para o 
emprego, tais como seus conflitos, frustrações, desavenças conjugais etc.
O extremo oposto, ou seja, ter uma vida sem motivações, projetos, mudanças na ocupação 
ao longo de muitos anos, perspectivas de crescimento profissional, assim como passar por 
período de desocupação no emprego também pode provocar o mesmo desenlace de síndrome 
de burnout. Os mesmos sintomas podem surgir em ambos os casos, ou seja, falta de autoestima, 
irritabilidade, nervosismo, insônia e crise de ansiedade, entre outros.
Sobrecarga
A sobrecarga de agentes estressores também pode ser considerada um fator importante 
para a eclosão do estresse patológico no trabalho. A sobrecarga de estímulos estressores é 
um estado no qual as exigências do ambiente excedem nossa capacidade de adaptação. Os 
quatro fatores principais que contribuem para a demanda excessiva de agentes estressores no 
trabalho são:
1 - Urgência de tempo;
2 - Responsabilidade excessiva;
3 - Falta de apoio; e
4 - Expectativas excessivas de nós mesmos e daqueles que nos cercam.
Falta de Estímulos
A falta de estímulos também pode resultar em estresse patológico e doença. O risco de 
ataques cardíacos, por exemplo, é significativamente maior nos dois primeiros anos após a 
aposentadoria. Nesses casos, a condição associada ao estresse costuma ser o tédio, a sensação 
de nulidade e/ou solidão, portanto, a falta ou escassez de solicitações também proporciona 
situações estressoras.
Às vezes, ao final do dia, sentimos nosso corpo exausto, mas, apesar disso, experimentamos 
uma agradável sensação de bem-estar. Em geral, uma atividade pode se tornar muito gratificante 
quando possui um significado especial ou quando nos desperta grande interesse.
No trabalho, as atividades medíocres, destituídas de significação ou aquelas onde não temos 
noção do porquê fazemos isso ou aquilo, podem ser extremamente estressantes. As tarefas 
24
Unidade: Transtornos Psicológicos e Psicossociais no Trabalho
altamente repetitivas ou desinteressantes também podem produzir estresse. Essas situações 
de carência de solicitações ou a sensação de falta de significado para as coisas que fazemos 
costumam também causar estresse em crianças e idosos.
Ruído
O ruído excessivo pode causar estresse pela estimulação do sistema nervoso simpático, 
provocando irritabilidade e diminuindo o poder de concentração. Dessa forma, o ruído pode 
ter um efeito físico e/ou psicológico, ambos capazes de desencadear a reação de estresse. Tal 
fator estressante pode produzir alterações em funções fisiológicas essenciais, como é o caso 
do sistema cardiovascular.
O ruído também pode influenciar outros hormônios, como a testosterona, por exemplo 
e, dessa forma, pode ter efeitos prolongados sobre o organismo, considerando que as 
alterações hormonais são sempre de efeito mais longo. Experiências com pilotos de 
aeronaves na Argentina demonstraram que, ao ficarem expostos aos ruídos de alta 
intensidade das turbinas aéreas, sua produção de testosterona reduziu-se pela metade. 
Além disso, foi relatada uma forte correlação entre a perda de audição devida a ruídos e a 
concentração plasmática de magnésio.
Alterações do Sono
O contínuo atraso do sono pelos horários de trabalho, viagens e variações do ritmo das 
atividades sociais, facilitados pelo uso da luz elétrica e atrações noturnas, pode levar à insônia 
e, consequentemente, ao estresse. Na síndrome de fusos horários das viagens internacionais, 
recomenda-se não tomar decisão importante ou não competir antes da readaptação fisiológica.
Os operários que fazem turnos ou têm trabalho noturno, geralmente possuem um sono de 
má qualidade no período diurno. Isso se dá em decorrência dos conflitos sociais – coisas que 
fazemos de dia e coisas que fazemos à noite – e do excesso de ruído diurno. Essa má qualidade 
do sono acaba por aumentar a sonolência no período de trabalho – seja noturno ou diurno 
–, muitas vezes responsável por acidentes, desinteresse, ansiedade, irritabilidade, perda da 
eficiência e estresse.
Falta de Perspectivas
A esperança, perspectiva ou expectativa otimista é uma das motivações que mais aliviam as 
tensões do cotidiano. Saber – ou achar – que amanhã será melhor que hoje, ou o outro mês 
melhor, ou o ano que virá será bem melhor etc., são sentimentos que aliviam e minimizam a 
ansiedade e a frustração do cotidiano.
Está claro que na falta de boas perspectivas ou – o que é pior – na presença de perspectivas 
pessimistas, a pessoa ficará totalmente à mercê dos efeitos ansiosos do cotidiano, sem esperanças 
de recompensas agradáveis. Há ambientes de trabalho onde o futuro se mostra continuamente 
sombrio. É completamente falso acreditar que funcionários temerosos produzem mais. O 
medo é motivo para a ação durante um breve período de tempo – veja a fisiologia do estresse 
–, mas logo sobrevêm o estado de esgotamento com efeitos imprevisíveis.
25
Mudanças Constantes
Este assunto merece considerações mais amplas. As necessidades de mudanças podem ser 
comparadas a um ciclo vicioso; o momento presente está quase sempre exigindo mudanças, 
essas mudanças acabam trazendo novos problemas. Por sua vez, esses problemas despertam 
novas soluções, as quais passam a exigir novas mudanças e assim por diante.
Mudanças Determinadas pela Empresa
Esses tipos de mudanças podem ser determinados por uma nova chefia ou devido à nova 
orientação geral da empresa, seja por causa de alguma fusão ou aquisição da organização. 
Normalmente, esse tipo de mudança pode gerar muita insegurança, inicialmente.
Até agora associamos sempre o estresse à adaptação e, diante das mudanças, o que mais 
se solicita das pessoas é a adaptação, portanto, é o momento onde o estresse acontece. 
Pessoas que têm dificuldades de adaptação estão propícias a sofrerem mais com o estresse e 
ansiedade. A pessoa sujeita a situações de ansiedade e estresse devido a mudanças, deve se 
conscientizar que mesmo com todas as transformações, sua posição profissional se manterá 
a mesma e também os seus conhecimentos, os quais poderão ser utilizados em uma nova 
situação de forma mais adequada. É fundamental que o trabalhador não se deixe dominar por 
questões emocionais.
Mudanças Decorrentes de Novas Tecnologias
A tecnologia normalmente está em contínua substituição por sistemas mais modernos. 
Pessoas são emocionalmente solicitadas para se adaptarem às mudanças. Assim, o estresse 
se torna variável conforme a disposição pessoal de cada pessoa e o tipo da nova tecnologia 
a ser utilizada.
Pela  disposição pessoal, sofrerão mais as pessoas com  instabilidade afetiva, com traços 
marcantes de ansiedade ou previamente estressadas.
Por meio de pesquisa entre trabalhadores de uma refinaria de petróleo e de uma central 
telefônica, ambas submetidas às mudançastecnológicas radicais, verificou-se que na refinaria, 
apesar de as mudanças para automação serem profundas, como o sistema de craqueamento 
do petróleo é sempre o mesmo, a incidência de estresse foi mínima entre os funcionários, 
inclusive entre os mais antigos. Na telefônica a situação foi muito diferente. O novo sistema 
não tinha nenhuma analogia ao anterior, de modo que os funcionários mais antigos tiveram 
que ser transferidos ou demitidos. Isso mostra que as exigências para adaptação ao novo 
exercem profundo impacto sobre a ansiedade – e estresse, consequentemente – das pessoas.
Mudanças Por Conta do Mercado
As constantes exigências do mercado sempre são levadas a sério pelas empresas e, 
frequentemente, determinam mudanças de procedimentos no trabalho. Os ansiosos tendem 
mais para o estresse devido, principalmente, à ansiedade antecipatória, ou seja, à ansiedade que 
aparece muito antes de quaisquer resultados das mudanças. Embora o bom senso recomende 
26
Unidade: Transtornos Psicológicos e Psicossociais no Trabalho
que as pessoas devam estar continuamente atentas aos resultados dessas mudanças, sofrer 
antecipadamente não resolve problemas, não facilita a adaptação e pode determinar atitudes 
precipitadas e danosas.
Mudanças Autoimpostas
São as exigências que fazemos de si. Em Psiquiatria, o mais sadio é que estejamos sempre 
inconformados e sempre adaptados. Significa que, através do inconformismo, estamos sempre 
buscando fazer com que o amanhã seja melhor que o hoje. Entretanto, é indispensável que a 
pessoa se mantenha adaptada às circunstâncias atuais, mesmo que sejam adversas.
Sadio seria reclamar do trânsito, quando este está ruim, a fim de podermos buscar opções 
que melhorem nossa vida em relação a esse aspecto da vida urbana – mudar itinerários, horários 
etc. –, outra coisa é estarmos padecendo de hipertensão, úlcera, ansiedade ou enxaqueca por 
causa desse trânsito ruim. Eis a diferença.
O próprio inconformismo humano exige uma reciclagem constante, ou seja, mudanças 
continuadas e necessidades de adaptação a essas mudanças. Encarar a mudança sob uma 
perspectiva de crescimento e adequação pode ajudar nossa adaptação; considerá-la uma 
tarefa tediosa, inútil e humilhante para “quem já sabe tanto”, favorece o descontentamento, a 
ansiedade e, consequentemente, o estresse.
Ergonomia
O conforto humano em seu trabalho deve ser sempre considerado, em se tratando de 
estresse. Como sempre enfatizado, não se deve privilegiar apenas as razões emocionais em 
relação ao estresse por este ser uma alteração global do organismo – e não apenas emocional.
Aqui deve ser considerado o conforto térmico, acústico, as horas trabalhadas ininterruptamente, 
a exigência física, postural ou senso perceptivo e outros elementos associados ao desempenho 
profissional. Ambientes hostis, em termos de temperatura, umidade do ar e contato com 
agentes agressivos à saúde fazem parte da exigência física a que alguns trabalhadores estão 
submetidos. Daí a enorme importância do assessoramento técnico da Medicina do trabalho, a 
fim de prevenir estados de esgotamento.
Atividades que exigem posições antifisiológicas, repetitividade de exercícios danosos e 
permanência exagerada em atitudes cansativas fazem parte das exigências posturais a que são 
submetidas às pessoas durante o trabalho. Ademais, são sinais e sintomas do estresse:
• Sentimentos: ansiedade – geral e até ataques de pânico –, medo, preocupação, 
irritabilidade, instabilidade, depressão; 
• Pensamentos: baixa autoestima, inabilidade para concentrar-se, preocupações com o 
futuro, eventuais falhas ou tarefas a realizar, esquecimento;
• Comportamentos: gaguejar e outras dificuldades de discurso, chorar sem razão aparente, 
agir impulsivamente, sobressaltar-se, rir nervosamente, ranger os dentes, aumentar o fumo 
e o consumo de drogas em geral, perder o apetite ou comer demais, não conseguir relaxar; 
27
• Fisiológicos: transpiração, aumento dos batimentos cardíacos, tremor, tiques nervosos, 
secura da boca e garganta, cansaço fácil, urinar frequentemente, insônia, diarreia, 
indigestão, vômitos, cefaleias, tensão pré-menstrual, cervicalgia ou lombalgia, dificuldades 
para respirar, tonturas, perda de interesse pelo sexo, maior susceptibilidade a doenças.
Em um programa de prevenção ao estresse é importante que se reconheçam os sintomas 
e quais as reações mais comuns que se apresentam diante de estressores. Além disso, é 
fundamental perceber as fontes atuais de estresse nas situações de trabalho e na vida pessoal.
28
Unidade: Transtornos Psicológicos e Psicossociais no Trabalho
Material Complementar
Leituras:
As consequências do assédio moral no ambiente de trabalho
AVILA, R. P. de. 2008. Dissertação (Mestrado em Direito) - Universidade de Caxias do 
Sul, Caxias do Sul, RS, 2008.
Disponível em: http://goo.gl/rIY8UE
Assédio moral e sexual no trabalho
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Subcomissão de Gênero. Comissão de 
Ética. Brasília, DF, 2010.
Disponível em: http://goo.gl/Ouguvq
Revista de Administração de Empresas
FREITAS, M. E. de. Assédio moral e assédio sexual: faces do poder perverso nas 
organizações. São Paulo, v. 41, n. 2, p. 8-19, abr./jun. 2001.
Disponível em: http://goo.gl/rdoOWh
Assédio moral e sexual nas relações de trabalho: os factores que potenciam o 
assédio moral e sexual nas relações de trabalho e as atitudes das pessoas perante tal 
fenómeno – caso Enapor
PINA, B. M. de. 2010. Monografia (Graduação) - Universidade Jean Piaget de Cabo 
Verde, Cidade da Praia, Santiago, Cabo Verde, 2010.
Disponível em: http://goo.gl/raun4z
Assédio moral no ambiente de trabalho
TARCITANO, J. S. de C.; GUIMARÃES, C. D. 2004. Trabalho de Conclusão de Curso 
(Graduação em Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos) - Centro de Educação 
Tecnológica Estácio de Sá de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG, 2004.
Disponível em: http://goo.gl/nMtmxK
29
Referências
BRASIL. Emenda. Constituição da República Federativa do Brasil: Texto consolidado 
até a Emenda Constitucional nº 23 de 02 de setembro de 1999.
BRASIL. Ministério da Saúde. Doenças relacionadas ao trabalho - manual procedimento 
para os serviços de saúde. Brasília, 2001
CAMELO, S. H. H.; ANGERAMI, E. L. S. Riscos psicossociais relacionados ao trabalho 
das equipes da saúde da família: percepções dos profissionais. Rev. Enferm. Uerj, Rio de 
Janeiro, v. 15, n. 4, p. 502-507, out./dez. 2007. Disponível em: <http://www.facenf.uerj.
br/v15n4/v15n4a04.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2016.
CASSEL, J. Psychosocial process and stress: Theoretical formulation. Int. J. Health 
Serv. v.4, n.3, p. 471-82, 1974.
CODA R. Satisfação no trabalho e características das políticas de recursos 
humanos para executivos. São Paulo 1986 [ Tese de Doutorado- Faculdade de Economia 
e Administração da Cidade de São Paulo.].
CURA MLAD. Satisfação Profissional do Enfermeiro. Ribeirão Preto 1994. [ Dissertação 
de Mestrado- Escola de Enfermagem de Ribeirão preto da Cidade de São Paulo].
DEJOURS, C. A carga psíquica do trabalho. In: BETIOL, M. I. S. (coord.) Psicodinâmica 
do trabalho: contribuições da Escola Dejouriana à análise da relação prazer, so¬frimento e 
trabalho. 3ed. São Paulo: Atlas, 1994. p. 21-32.
________. A loucura do trabalho: estudo de psicologia do trabalho. Trad de AI Paraguay e 
LL. Ferreira. 2] Edição São Paulo: Cortez e Oboré: 1987. Que sofrimento?
FRANKENHAEUSER, M . Stress healt, job satisfaction. Swedish Work Environment 
Fund. Stockcholm, Sweden, 1989, 19 p.
FRASER, T. M. Work, fatigue, and ergonomics. In: INTRODUCTION to industrial 
ergonomics: a textbook for students and managers. Toronto: Wall and Emerson, 1996.
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Assédio moral e sexual no trabalho: prevenção e 
enfrentamento na Fiocruz. 2014. Disponível em: <http://www.asfoc.fiocruz.br/portal/sites/
default/files/2cartilha_assedio_moral_e_sexual.pdf>.Acesso em: 10 abr. 2016.
HENNE, D.; & LOCKE, E. Job dissatisfaction: what are the consequences? International 
Journal of Psychology. v. 20, p. 221-240, 1985.
LAZARUS, R. S., & Folkman, S. (1984). Stress, appraisal, and coping. New York: Springer
30
Unidade: Transtornos Psicológicos e Psicossociais no Trabalho
LEVI, Lennart. Sociedade, Stress e Doença – Investimentos para a saúde e desenvolvimento: 
causas, mecanismos, conseqüências, prevenção e promoção. III Congresso de Stress da ISMA 
– BR (International Stress Management Associaation) e V Fórum Internacional de Qualidade 
de Vida no Trabalho. Porto Alegre, 2003.
LOCKE, E. A. (1976). The nature and causes of job satisfaction. In M. D. Dunnette 
(Ed.), Handbook of industrial and organizational psychology (pp. 1297-1349). Chicago: 
Rand McNally.
________. (1984). Job satisfaction. In M. Gruneberg & T. Wall (Eds), Social psychology and 
organizational behaviour (pp. 93-117). New York: John Wiley & Sons.
________. What is job satisfaction? Organizational Behaviour Human Performance. v. 4, 
n. 4, , 1969.
MACHADO NETO, J. G. Abordagem multidisciplinar da segurança no trabalho com 
agrotóxicos e as condições de campo. Revista Cipa, v. 22, n. 263, [20--?]. 
MARTINEZ, M. C. As relações entre a sa tisfação com aspectos psicossociais no 
trabalho e a saúde do trabalhador. 2002. Dissertação (Mestrado em Saúde Ambiental) 
- Programa de Pós-Graduação do Departamento de Saúde Ambiental, Faculdade de Saúde 
Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo.
________.; PARAGUAY, A. I. B. B. Satisfação e saúde no trabalho – aspectos conceituais 
e metodológicos. Cad. Psicol. Soc. Trab., São Paulo, v. 6, dez. 2003. Disponível em: <http://
pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-37172003000200005>. 
Acesso em: 10 abr. 2016.
MASLOW AH. Motivation and personality. 2 ed. New York: Haper & How; 1970. A 
theory of human motivation; pg 35-58
MELO JUNIOR, A. da S. O ambiente e as doenças do trabalho. out. 2011.
ODDONE, I. Ambiente de trabalho – a luta dos trabalhadores pela saúde. [S.l.]: Hucitec, 1986.
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Guía sobre seguridad y salud en 
el uso de productos agroquímicos. Ginebra: Oficina Internacional del Trabajo, 1993.
PERES-RAMOS J. Motivação no Trabalho: Abordagens Teóricas. 1990 [ Psicologia Usp; 
1(2) 127-140.]
________. Satisfação no trabalho: metas e Tendências. Assis; 1980 [ Tese de livre docência 
– Instituto de Psicologia de Assis da Universidade Estadual Julio de Mesquita Filho]
PETERSON, M.; & DUNNAGAN, T. Analysis of a worksite health promotion program’s 
impact on job satisfaction. Journal Occupational Environ. Medicine. v. 40, n. 11, 
p. 973-979, 1998
31
RAMIRES, A. J. et al. Mental health of hospital consultants: the effects of stress and 
satisfaction at work. The Lancet. v. 347, n. 9003, p. 724-728, 1996.
ROCHA LE. Estresse Ocupacional em profissionais de processamento de dados: 
condições de trabalho e repercussões na vida e saúde dos analistas de sistemas. São Paulo 
1996. [ Tese de Doutorado – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.].
SELYE, H. Stress: a tensão da vida. São Paulo, 1956.Editora Ibrasa. 
STEUER RS. Satisfação no Trabalho, conflito e ambiguidade de papeis: estudo 
junto as enfermeiras de Maternidade Escola do Município de São Paulo. São Paulo 1989. 
[Dissertação de Mestrado- Faculdade de Saúde Pública da Universidade e São Paulo].
TAKEDA, F., Yokoyama, E., Miyake, T. & Ohida, T. (2002). Mental health and job factors 
in social workers at social welfare offices. Journal of Occupational Health, 44, 385-390
TRIST, E. The evolution of socio-technical systems. Ontario-Toronto: Quality of Working 
Life Centre, 1981. 
WRIGHT, T. A.; & CROPANZANO, R. Psychological well-being and job satisfaction 
as predictors of job performance. Journal of Occupational Health Psychology. v. 5, n. 1, 
p. 84-94, 2000
ZALEWSKA, A. M. Achievement and social relations values as conditions of the 
importance of work aspects and job satisfaction. Int. Occup. Saf. Ergon. v. 5, n. 3, p. 
395-416, 1999.
32
Unidade: Transtornos Psicológicos e Psicossociais no Trabalho
Anotações

Continue navegando