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São Paulo – 2013
1ª- edição
HISTÓRIA
Conexão
Roberto Catelli Junior
Bacharel e licenciado em História pela Pontifícia Universidade 
de São Paulo. Mestre em História pela Universidade de São 
Paulo. Professor de História da rede particular de ensino do 
estado de São Paulo. Assessor para organização de currículos 
e formador de professores na rede pública de ensino.
MANUAL DO
PROFESSOR
VOLUME 1
ENSINO MÉDIO
HISTÓRIA
1a- série
 Editores: Arnaldo Saraiva e Joaquim Saraiva
 Projeto gráfico e capa: Flávio Nigro
 Pesquisa iconográfica: Cláudio Perez
 Coordenação digital: Flávio Nigro e Nelson Quaresma
 Colaboração: Maria Soledad Más Gandini, Renata Pereira Lima Aspis e Roberto Giansanti
 Produção editorial: Maps World Produções Gráficas Ltda
 Direção: Maurício Barreto
 Direção editorial: Antonio Nicolau Youssef
 Gerência editorial: Carmen Olivieri
 Coordenação de produção: Larissa Prado
 Edição de arte: Jorge Okura
 Editoração eletrônica: Alexandre Tallarico, Flávio Akatuka, Francisco Lavorini, Juliana Cristina Silva, 
Veridiana Freitas, Vivian Trevizan e Wendel de Freitas
 Edição de texto: Ana Cristina Mendes Perfetti
 Revisão: Adriano Camargo Monteiro, Fabiana Camargo Pellegrini, 
Juliana Biggi e Luicy Caetano
 Pesquisa iconográfica: Elaine Bueno e Luiz Fernando Botter
 Cartografia: Maps World (Alexandre Bueno e Catherine A. Scotton)
 Conteúdos digitais: Esfera Digital
 Fotos da capa: Tablet – Photodisc; Escrita cuneiforme – Yale Babylonian Collection
2013
Editora AJS Ltda. – Todos os direitos reservados
Endereço: R. Xavantes, 719, sl. 632
Brás – São Paulo – SP
CEP: 03027-000
Telefone: (011) 2081-4677
E-mail: editora@editoraajs.com.br
Título original: Conexão História
© Editora AJS Ltda, 2013
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
 Catelli Junior, Roberto
 Conexão história : volume 1 : ensino médio : 
 1º série / Roberto Catelli Junior. -- 1. ed. -- 
 São Paulo : Editora AJS, 2013.
 Bibliografia.
 "Suplementado pelo manual do professor"
 1. História (Ensino médio) I. Título.
13-06552 CDD-907
 Índices para catálogo sistemático:
 1. História : Ensino médio 907
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
 Catelli Junior, Roberto
 Conexão história : volume 1 : ensino médio : 
 1º série / Roberto Catelli Junior. -- 1. ed. -- 
 São Paulo : Editora AJS, 2013.
 Bibliografia.
 "Suplementado pelo manual do professor"
 1. História (Ensino médio) I. Título.
13-06552 CDD-907
 Índices para catálogo sistemático:
 1. História : Ensino médio 907
ISBN: 978-85-62482-99-1 (Aluno)
ISBN: 978-85-8319-000-4 (Professor)
Muitas gerações se fizeram as mesmas perguntas ao estudar História: Para que serve? Por que tenho 
de saber o que aconteceu na Revolução Francesa ou no Brasil colonial? Essas perguntas ainda persistem. 
Talvez você já tenha se perguntado isso.
A História, vista em si, talvez não pareça servir para nada. Ela só tem sentido quando lhe atribuímos 
um significado. E quanto mais questionarmos e refletirmos sobre os acontecimentos da história, mais 
poderemos refletir sobre a realidade que nos cerca e a vida que vivemos.
Quando estudo História com a única finalidade de memorizar fatos do passado para obter um resul-
tado satisfatório em uma avaliação, dificilmente ela terá algum sentido. Seria o mesmo que ouvir uma 
canção da qual não gosto repetidas vezes apenas para decorar sua letra e sequência melódica.
Para mim, autor desta obra e professor, estudar História significa, principalmente, estimular a reflexão, 
exercitar o espírito crítico e promover descobertas. Preciso sempre fazer perguntas: Em que a Revolução 
Francesa, por exemplo, se relaciona com o mundo em que vivo? Que ideias foram produzidas pelo ser huma-
no daquela época (século XVIII)? O que é diferente dos dias atuais? O que pensavam os revolucionários? 
Que sociedade eles queriam construir? Preciso ainda ser crítico o suficiente para saber identificar as dife-
rentes posições dos autores que têm interpretações contrárias. Por que concordo com um e discordo do 
outro? É preciso saber contextualizar o assunto em um duplo sentido: compreender os eventos históricos 
conforme a época em que se vivia, além de buscar construir as relações com o presente.
Estudar História pode ser também um profundo mergulho nas experiências vividas pelos seres huma-
nos, ao longo do tempo, nas mais diferentes dimensões: cultural, econômica, política e social. Podemos 
entrar em contato com modos de vida muito diversos do que conhecemos na atualidade e refletir sobre o 
significado daquelas experiências para o presente e para o futuro.
O que se estuda na História? Certamente não são apenas os grandes eventos políticos e econômicos, 
ainda que esses estabeleçam marcos para a humanidade. Podemos estudar a vida cultural, a condição 
feminina, a religiosidade, a música, o pensamento científico, as atividades esportivas, enfim, tudo aquilo 
que se refere à experiência de homens e mulheres em sociedade.
Nesse mergulho nas várias dimensões da vida humana não podemos nos limitar aos conhecimentos de 
História. Será necessário recorrer às Artes, às Ciências, à Filosofia, à Geografia e à Sociologia, pois sabemos 
que a vida humana não está compartimentada em conhecimentos disciplinares. Ao contrário, para com-
preender a sua história é preciso recorrer a todas as suas dimensões, formando uma rede de conhecimentos. 
Para estudar história precisamos acessar uma grande rede de conhecimentos para discutir a experi-
ência humana ao longo de milhares de anos. Muitos desses conhecimentos, por sua vez, podem, hoje, ser 
obtidos por meio da rede mundial de computadores e da variedade de linguagens disponíveis. É possível 
recorrer a internet, vídeos, cinema, televisão, rádio, enfim, a variadas fontes de informação que também 
contribuem para a construção do conhecimento histórico na escola.
Ao estudar História, cabe ainda perguntar quais fontes podemos utilizar. Os documentos escritos, os 
objetos da cultura material, as imagens, as histórias em quadrinhos, as obras literárias, as propagandas, 
as canções, os depoimentos gravados, ou seja, todo registro ou vestígio da vida humana pode ser fonte 
para o estudo da História.
Desejo que este material didático o auxilie a construir um sentido para seus estudos, embora isso não 
dependa apenas de um livro ou do professor. Estes podem apenas favorecer e despertar a sua curiosida-
de. Essa é minha intenção primeira com esta obra. A partir daí, e das informações disponíveis, recomendo 
o mais fundamental: faça perguntas, busque relações e atribua um significado para tudo. “Fazer sentido” 
também quer dizer “fazer sentir”: é preciso que esse processo nos desperte para algo. Caso contrário, 
tanto a História quanto a música, o futebol, a praia, o(a) namorado(a), os amigos, a família, o mundo, 
enfim, ficam incompletos e insuficientes.
O autor
APRESENTAÇÃO
CONHEÇA SEU LIVRO
PESQUISA
Orientações para organização de pesquisa 
sobre algum tema relevante para uma melhor 
compreensão dos conceitos, fatos históricos ou 
situações em estudo no capítulo.
CONTEXTO
Núcleo de desenvolvimento do conteúdo 
didático do livro, que contém informações tex-
tuais, cartográficas, visuais e esquemáticas.
LINHA DO TEMPO
Eventos e fatos históricos relativos ao tema 
do capítulo em desenvolvimento, organizados 
cronologicamente.
 NA INTERNET
Sugestão de links destinados ao detalhamen-
to e aprofundamento de assuntos estudados.
TRABALHANDOCOM DADOS
Apresentação de coleções de dados e infor-
mações, geralmente organizadas em tabelas, 
para suscitar discussões e dimensionamentos 
de fatos históricos e econômicos.
ROTEIRO DE TRABALHO
Proposta de atividades ordenadas a partir 
de algumas das seções com conteúdos previa-
mente fixados.
VESTIBULANDO
Apresentação de testes e questões exigidas 
em vestibulares e no Enem.
RELEITURA
Apresentação das ideias e conceitos estu-
dados no capítulo em linguagem distinta do 
texto didático como, por exemplo, letras de 
música, obras de arte ou publicações.
 PARA LER, ASSISTIR E NAVEGAR
Sugestões de livros, filmes e sites que con-
têm mais e diversificadas informações sobre os 
temas estudados.
INTERDISCIPLINARIDADE
Apresenta relações entre os diversos con-
ceitos históricos estudados e outras disciplinas 
ou matérias com as quais o aluno tem contato.
DOCUMENTOS
Aqui são apresentados artigos, transcrições 
e informações que, quando discutidas, con-
solidam a aprendizagem e a significação dos 
conceitos estudados.
PONTO DE VISTA
Detalhamento ou confrontação de diferen-
tes pontos de vista sobre o assunto em estudo.
Relação dos objetos digitais 
de aprendizagem apresentados 
no livro.
Infográfico de fatos históricos 
organizados de forma contínua 
e cronológica
Conjunto de referências cruzadas 
de temas relevantes estudados ao 
longo dos livros da coleção.
UNIDADE 1 Viver nas cidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
CAPÍTULO 1 O cotidiano das cidades contemporâneas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
CONTEXTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Centralização, mercado e política . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 As cidades brasileiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
CAPÍTULO 2 Cidades da Antiguidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
CONTEXTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
A constituição e o significado das 
cidades da Antiguidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Mesopotâmia e Egitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Cidades gregas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Atenas e Esparta: guerra e conquista . . . . . . . . . . . . . . . . 37
A conquista: Alexandre, o Grande . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Roma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
CAPÍTULO 3 Os muros, os feudos e o cristianismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
CONTEXTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
Decadência do Império Romano 
e formação da Europa medieval . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
Um Império na Idade Média . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
O feudalismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
A expansão do comércio 
e o crescimento das cidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
A cidade dentro e fora dos muros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
A crise do feudalismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
CAPÍTULO 4 A reconstrução do espaço 
na sociedade capitalista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
CONTEXTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
A burguesia e o capitalismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
A nova cidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
O Renascimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
O tempo das fábricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
UNIDADE 2 Dominação, resistência e conflito cultural . . . . . . . .110
CAPÍTULO 5 Conquistas espanholas e portuguesas na América . . . . . 112
CONTEXTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
Conquistas espanholas e 
portuguesas na América . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
Religiosidade e comércio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
A expansão marítima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
O Império Português . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126
Na América espanhola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
Os primeiros anos da dominação 
colonial no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130
SUMÁRIO
SUMÁRIO
CAPÍTULO 6 A prática colonizadora na América portuguesa . . . . . . . . 143
CONTEXTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 146
Os povos indígenas da América . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 146
Hans Staden e a antropofagia: 
o conflito cultural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151
Os jesuítas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152
O barroco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155
Os bandeirantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157
O sistema colonial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159
Outras atividades econômicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167
CAPÍTULO 7 As práticas colonizadoras espanholas e britânicas . .177
CONTEXTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179
Das culturas pré-colombianas à dominação 
colonial espanhola na América. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179
O Império Asteca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 182
O Império Inca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 184
A colonização inglesa na América . . . . . . . . . . . . . . . . . . 186
O imperialismo inglês na Ásia e na África . . . . . . . 189
CAPÍTULO 8 Viajantes e naturalistas no Brasil: 
a visão do outro mundo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 202
CONTEXTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203
Os registros sobre a natureza brasileira . . . . . . . . . . 203
Procurando a “ordem” na natureza . . . . . . . . . . . . . . . . . 206
Os viajantes naturalistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 207
Descobrindo um mundo novo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 209
CAPÍTULO 9 Diferentes formas de escravidão 
em diversos tempos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 218
CONTEXTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 220
A escravidão na Antiguidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 220
A escravidão na América: o tráfico de 
escravos e a escravização de populações 
africanas e indígenas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 222
A trajetória da escravidão africana 
no Brasil até a abolição. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 225
A escravidão africana em outras 
regiões da América . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 228
O escravo como mercadoria-objeto . . . . . . . . . . . . . . . . 230
A resistência escrava . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 231
CAPÍTULO 10 A escravidão ainda existe? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 249
CONTEXTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 250
Referências bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 260
Gabarito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 264
 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 250
 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 260
 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 264 Co
le
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ar
CONTEÚDO DIGITAL
G Espaços urbanos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
G Vestígios arqueológicos brasileiros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147
G Barroco brasileiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 156
G Objetos e edificações pré-colombianas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179
G Imagens de viajantes estrangeiros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 202
G Escravos e trabalhores estrangeiros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 252
G Escravidão na Antiguidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 220
G Cidades brasileiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
G Construções romanas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
G Iluminura medievais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .77
G Imagens do Renascimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .94
G Victor Meirelles . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133
V Atenas – Acrópole . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .53
V Galileu Galilei . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
V Tumba de Tutancâmon . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33
V Machu Picchu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 177
V Mahatma Gandhi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193
I Primeiras cidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
I Ocupação territorial brasileira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
I Maquete de Roma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
I Mapa dos povos indígenas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148
I Diego Rivera . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200
I Comunidades quilombolas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 235
I Escravidão na atualidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 252
I Império Romano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
I “O nascimento de Vênus”, de Botticelli . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
I Desembarque de Cabral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
I Planisfério de Waldsmuller . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136
I Peter Brueghel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 à 259
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UNIDADE 1
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C onforme o censo demográfico 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 84,3% da população brasileira vivia nas cidades; em 2000, esse percentual era de 81,2%. Isso quer dizer que, no ano 2000, 137 670 
088 brasileiros viviam nas cidades, enquanto em 2010 esse número chegava a mais 
de 160 milhões. Além disso, 775 municípios brasileiros possuíam mais de 90% de sua 
população vivendo em áreas urbanas.
Em um passado não tão distante, entretanto, a situação era bastante diferente. 
Em 1940, apenas 31,4% dos brasileiros viviam em cidades; somente em 1970 a popu-
lação urbana ultrapassou a rural. Dessa forma, só podemos falar na predominância 
da vida urbana no Brasil há poucas décadas, pois durante mais de quatrocentos anos 
predominou a vida agrícola.
Outro fenômeno importante a ser observado é o crescimento acelerado da popula-
ção brasileira. Estima-se que em 1550, no início da colonização do Brasil, havia cerca 
de 15 mil habitantes europeus e 5 milhões de indígenas. Em 1700, seriam 300 mil habi-
tantes no total, já tendo sido exterminados muitos povos indígenas. Em 1872, a popu-
lação passou para quase 10 milhões de habitantes; em 1900, era quase o dobro – mais 
de 17 milhões –, e, em 1920, atingia cerca de 30 milhões de habitantes. Em 1960, essa 
população já havia duplicado – mais de 70 milhões de habitantes –, o que se repetiu 
em 1991, chegando a mais de 145 milhões de habitantes. Em 2000, conforme o censo 
demográfico, o Brasil tinha quase 170 milhões de brasileiros, e, em 2010, mais de 190 
milhões de habitantes. O Censo Demográfico IBGE 2010 indica também que existiam 
230 povos indígenas somando 896.917 pessoas, ou seja, 0,47% da população do país.
O cientista norte-americano Carl Sagan, em seu livro Bilhões e bilhões, de 1998, 
considera que, se as populações continuarem a crescer de forma exponencial, como 
vem ocorrendo nos últimos séculos, a população mundial poderá dobrar a cada qua-
renta anos, tornando pouco provável que nosso planeta possa garantir condições 
de sobrevivência a todos (veja o gráfico a seguir). No caso do Brasil, no século XX, 
a população aumentou quase nove vezes, dobrando a cada trinta ou quarenta anos. 
O cotidiano nas cidades 
contemporâneas
CAPÍTULO 1
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C onforme o censo demográfico 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 84,3% da população brasileira vivia nas cidades; 
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Caso continuemos nesse ritmo, seremos cerca 
de 300 milhões de brasileiros no ano 2040 e cerca 
de 600 milhões no ano 2080, com, provavelmente, 
mais de 90% dessa população vivendo nas cida-
des. Como seria, assim, nossa vida urbana?
É importante lembrar que as cidades foram 
constituídas historicamente como o lugar do 
comércio, do mercado, dos negócios, do encon-
tro de pessoas, dos eventos artísticos, das 
fábricas, dos bancos ou, ainda, das multidões. E, 
hoje, esse modelo corresponde às expectativas 
de seus habitantes? Como são nossas cidades 
atuais? O que nos preocupa nelas? O que nos 
atrai? O que nos repele? O que elas nos propor-
cionam? O que falta nelas? O que podemos fazer 
para torná-las mais humanizadas? O que ocorre-
rá se não cuidarmos do excessivo crescimento 
das cidades? Qual o papel do poder público? 
Essas e muitas outras perguntas nos colocam 
diante de problemas para os quais a História 
poderá nos ajudar a refletir e a criar soluções.
Este gráfico foi criado por Carl Sagan para mostrar a evolução 
do crescimento da população da Terra. Ele destaca o excessi-
vo crescimento populacional nos últimos séculos. Conforme 
o cientista, se não chegarmos ao Crescimento Populacional 
Zero (Zero Population Growth’s – ZPG) e não eliminarmos a 
pobreza, dificilmente o planeta suportará esse crescimento.
Vista da cidade de Florianópolis do mirante, a partir do Morro da Cruz, mostrando a ponte Governador Colombo Salles, uma das 
pontes que ligam a Ilha de Santa Catarina ao continente. Florianópolis-SC, 2010.
CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO MUNDIAL
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Este gráfico foi criado por Carl Sagan para mostrar a evolução 
do crescimento da população da Terra. Ele destaca o excessi-
vo crescimento populacional nos últimos séculos. Conforme 
o cientista, se não chegarmos ao Crescimento Populacional 
Zero (Zero Population Growth’s – ZPG) e não eliminarmos a 
CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO MUNDIAL
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Para começar a estudar o tema sobre a vida urbana, vamos realizar uma pesquisa acerca da cidade em que vivemos. Caso você more no campo, pode focar, em seu trabalho, a cidade mais próxima ou, ainda, a que melhor conhece. Antes de começar o trabalho de pesquisa, 
leia atentamente as instruções a seguir.
1. Objetivos do trabalho
Propomos que você realize uma pesquisa com o objetivo de descobrir o grau de satisfação dos 
moradores com a cidade, identificando os problemas e as possíveis soluções para eles.
2. Levantamento estatístico da cidade, procurando coletar alguns itens
• população – homens e mulheres;
• área;
• densidade demográfica;
• percentual de população urbana e rural;
• escolaridade;
• mortalidade infantil;
• renda familiar;
• outros indicadores que possam contribuir para a criação de um quadro sobre as condições de 
vida no local.
Para realizar essa pesquisa, você pode recorrer à prefeitura local ou consultar os dados do 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que é responsável pela realização do censo 
demográfico, na internet (www.ibge.gov.br).
Após a montagem desse quadro, pesquise em livros, revistas e enciclopédias informações 
sobre a história da cidade, seus problemas sociais e suas características específicas. Com base 
nas informações obtidas, organize um painel sobre ela. Lembre-se sempre de consultar mais 
de uma fonte.
3. Formulação de perguntas que poderão ajudar na realização de algumas entrevistas
Quem entrevistar na cidade? Moradores antigos e jovens, autoridades, pessoas com diferentes 
ocupações, pessoas envolvidas com problemas sociais ou em atividades econômicas significativas, 
associações de bairro, partidos políticos, organizações não governamentais (ONGs), enfim, é inte-
ressante entrevistar pessoas de diferentes segmentos sociais.
Não conseguiremos, especialmente nas grandes cidades, construir uma opinião que seja pre-
dominante ou conclusiva sobre os diversos aspectos que podem ser abordados, pois não será 
possível colher uma quantidade suficiente de depoimentos que nos garantam isso. O que devemos 
e podemos fazer é colher a opinião de um grupo restrito, ou seja, vamos sempre nos referir a um 
assunto conforme a opinião de um pequeno grupo que vive na cidade, e não de acordo com a 
opinião da cidade como um todo.
4. Conclusão e síntese da pesquisa
Produza um texto que contenha os resultados obtidos em todas as fases do trabalho e suas con-
clusões, incluindo, é claro, as possíveis soluções para os problemas levantados. Podem ser feitos 
cartazes ou, ainda, painéis que serão expostos e discutidoscom a comunidade. Para imaginar solu-
ções, pode-se recorrer à experiência de outros municípios em relação aos problemas analisados. P
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APESQUISA
Para começar a estudar o tema sobre a vida urbana, vamos realizar uma pesquisa acerca da cidade em que vivemos. Caso você more no campo, pode focar, em seu trabalho, a cidade mais próxima ou, ainda, a que melhor conhece. Antes de começar o trabalho de pesquisa, 
leia atentamente as instruções a seguir.
1. Objetivos do trabalho
Propomos que você realize uma pesquisa com o objetivo de descobrir o grau de satisfação dos 
moradores com a cidade, identificando os problemas e as possíveis soluções para eles.
2. Levantamento estatístico da cidade, procurando coletar alguns itens
• população – homens e mulheres;
• área;
• densidade demográfica;
• percentual de população urbana e rural;
• escolaridade;
• mortalidade infantil;
• renda familiar;
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Para a realização de seu trabalho, relacione os principais pontos que você descobriu sobre sua 
cidade e seu modo de vida.
Leia a seguir algumas orientações para realizar suas pesquisas ao longo do curso.
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Como fazer uma pesquisa
O verbo “pesquisar” significa investigar, ou seja, procurar informações sobre algo que 
se deseja saber. Mas, além desses significados, inclui também o verbo “indagar”, que é 
sinônimo de perguntar. A ligação entre esses verbos não é apenas linguística, pois o ato de 
pesquisar não implica somente investigar, ler livros e consultar fontes diversas; antes disso, 
é preciso saber elaborar perguntas.
Quando se faz uma pesquisa, não basta buscar um livro ou uma enciclopédia e xerocar 
as páginas que tratam do tema. Da mesma forma, também não é válido simplesmente 
imprimir páginas da internet. Tudo depende das perguntas que você formulou e das res-
postas a que inicialmente espera chegar. Na realidade, o livro consultado expressa somente 
o resultado de uma pesquisa empreendida pelo autor, ou seja, trata-se de sua opinião, que 
se construiu com base nas perguntas que formulou, no material de pesquisa que investigou 
e em sua capacidade de sintetizar tudo isso em um texto escrito.
Pode-se dizer, então, que em uma pesquisa está sempre registrada a marca pessoal do pes-
quisador, sua subjetividade, ou, ainda, sua “visão de mundo”. Quando copiamos um texto ou 
reproduzimos o texto de alguém, não estamos mais do que atestando nossa incapacidade de 
produzir ideias próprias e aceitando como verdade única as ideias de outra pessoa.
Investigar não significa colecionar fatos, mas construir um conhecimento com base em um 
método de trabalho. Pesquisar significa partir de uma ideia, de uma pergunta, que será neces-
sariamente transformada ao final do percurso investigatório.
A formulação de perguntas
Considerando um tema selecionado, deve-se primeiro formular as perguntas pertinentes 
ao cumprimento de seu objetivo. Quando sentimos que não somos capazes de formulá-las, 
certamente ainda nos faltam conhecimentos mínimos sobre o tema. Nesse caso é necessário, 
antes de mais nada, procurar algumas informações básicas em obras de referência, jornais, 
revistas, fotografias etc. Daí para a frente é possível sair à procura de fontes que forneçam as 
primeiras respostas. Formular uma pergunta significa criar um problema que nossa pesquisa 
poderá resolver. Podemos também lançar uma hipótese que será testada. Em síntese, pode-
mos fazer perguntas genéricas – por exemplo, qual a causa da crise econômica de determina-
do país – ou testar hipóteses – como a de que a causa da crise econômica estaria relacionada 
com o crescimento da inflação. É possível fazer perguntas que relacionem diferentes temas, 
como a crise econômica e o empobrecimento da vida cultural, entre outros.
As fontes de pesquisa
• Pesquisa bibliográfica
Para começar uma pesquisa, ou quando se conhece muito pouco sobre um tema, é sempre 
recomendável realizar inicialmente uma pesquisa bibliográfica, ou seja, recorrer a livros de 
referência sobre o tema e conhecer o que outras pessoas já pesquisaram. As bibliotecas são, 
em geral, o local consagrado para tal tarefa. Também a internet pode ser utilizada para buscar 
referências, consultar bibliotecas ou sites que tragam informações sobre o assunto.
É fundamental que se consulte sempre mais de um livro sobre o mesmo tema, pois cada um 
deles expressa uma interpretação e pode conter diferentes informações. Além disso, deve-se 
procurar saber quem é o autor, o que ele pensa sobre o tema, quando o material foi feito e 
Para a realização de seu trabalho, relacione os principais pontos que você descobriu sobre sua 
Leia a seguir algumas orientações para realizar suas pesquisas ao longo do curso.
O verbo “pesquisar” significa investigar, ou seja, procurar informações sobre algo que 
se deseja saber. Mas, além desses significados, inclui também o verbo “indagar”, que é 
sinônimo de perguntar. A ligação entre esses verbos não é apenas linguística, pois o ato de 
pesquisar não implica somente investigar, ler livros e consultar fontes diversas; antes disso, 
Quando se faz uma pesquisa, não basta buscar um livro ou uma enciclopédia e xerocar 
as páginas que tratam do tema. Da mesma forma, também não é válido simplesmente 
imprimir páginas da internet. Tudo depende das perguntas que você formulou e das res-
postas a que inicialmente espera chegar. Na realidade, o livro consultado expressa somente 
o resultado de uma pesquisa empreendida pelo autor, ou seja, trata-se de sua opinião, que 
se construiu com base nas perguntas que formulou, no material de pesquisa que investigou 
e em sua capacidade de sintetizar tudo isso em um texto escrito.
Pode-se dizer, então, que em uma pesquisa está sempre registrada a marca pessoal do pes-
quisador, sua subjetividade, ou, ainda, sua “visão de mundo”. Quando copiamos um texto ou 
reproduzimos o texto de alguém, não estamos mais do que atestando nossa incapacidade de 
produzir ideias próprias e aceitando como verdade única as ideias de outra pessoa.
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quais outros trabalhos realizou. Com essas informações, podemos começar a compreender as 
intenções do trabalho do autor. Por exemplo, saber que ele escreveu seu livro na época em que 
uma guerra estava acontecendo em seu país pode ajudar a entender algumas de suas ideias.
A internet também é uma fonte de pesquisa válida e muito preciosa nos dias atuais, embora 
sempre devamos buscar a maior diversidade possível de fontes.
Quando sabemos pouco sobre um tema ou precisamos de mais dados, podemos recorrer a 
sites que nos forneçam mais pistas sobre o assunto. Mas é preciso cuidado, pois há sites que não 
explicitam as fontes nem a autoria das informações veiculadas. Isso os torna bem pouco confiáveis. 
Ao fazer pesquisas na internet, consulte sempre mais de um site, comparando as informa-
ções obtidas e confirmando os dados disponíveis. Verifique também a fonte da informação, 
pois serão mais confiáveis aquelas que fornecidas por instituições especializadas no tema. 
• Pesquisa de campo
Ao fazer uma pesquisa pode ser necessário entrevistar pessoas, visitar lugares,instituições, 
consultar documentos, buscar novos dados, enfim, pode ser necessário realizar um trabalho de 
campo. Para isso, alguns cuidados devem ser tomados, como: organizar o material necessário 
para o trabalho (para cada tipo de pesquisa será necessário um material diferente); não esque-
cer o equipamento para gravar uma entrevista; utilizar um guia de ruas ao procurar endereços 
desconhecidos. Entretanto, será indispensável o emprego de uma prancheta, papel e caneta 
para fazer as anotações.
• Síntese
Após o trabalho de pesquisa, é necessário começar a preparar a síntese. Se as perguntas 
formuladas inicialmente e também aquelas que surgiram no decorrer da investigação foram res-
pondidas, você provavelmente já está em condições de elaborar seu próprio trabalho de síntese.
A síntese pode ser feita de diversas formas: texto escrito, apresentação oral (seminário), 
cartazes, enfim, é necessário encontrar a maneira adequada para apresentar os resultados da 
pesquisa e as conclusões a que se chegou. É essencial, contudo, que a síntese esteja fundamen-
tada em argumentos construídos com base na pesquisa realizada em diferentes etapas. Caso 
seja feita a opção pelo texto escrito, pode-se produzir um texto dissertativo, não se esquecendo 
de incluir, no final do trabalho, uma bibliografia e as fontes de pesquisa utilizadas. Podem ser 
usados, ainda, recursos de informática, como os programas de construção de slides para apre-
sentações, a fim de organizar as informações e as conclusões a serem discutidas com os colegas.
CONTEXTO
Centralização, mercado e política
As cidades constituíram-se historicamente 
como o espaço das trocas, das relações comer-
ciais, da vida política e cultural. Sobretudo na 
Antiguidade, as cidades surgiram como forma 
de sedentarização do ser humano, quer dizer, 
ele deixou de ser nômade, vivendo da caça e da 
coleta, para se fixar em um território no qual 
passou a viver da agricultura e da criação de ani-
mais. Primeiramente elas eram aldeias nas quais 
homens e mulheres passaram a ter moradia fixa; 
depois se formaram organizações sociais mais 
complexas com divisão social do trabalho e poder 
centralizado, geralmente relacionado a rituais 
religiosos. Surgiu assim a ideia de centro, de um 
espaço que materializa as relações de poder e se 
diferencia do restante da sociedade.
Não é tarefa simples definir qual foi a primeira 
cidade. Além disso, não é fundamental saber exa-
tamente qual foi a primeira. Mas é possível afirmar 
que estão entre as primeiras aquelas localizadas 
quais outros trabalhos realizou. Com essas informações, podemos começar a compreender as 
intenções do trabalho do autor. Por exemplo, saber que ele escreveu seu livro na época em que 
uma guerra estava acontecendo em seu país pode ajudar a entender algumas de suas ideias.
A internet também é uma fonte de pesquisa válida e muito preciosa nos dias atuais, embora 
sempre devamos buscar a maior diversidade possível de fontes.
Quando sabemos pouco sobre um tema ou precisamos de mais dados, podemos recorrer a 
sites que nos forneçam mais pistas sobre o assunto. Mas é preciso cuidado, pois há 
explicitam as fontes nem a autoria das informações veiculadas. Isso os torna bem pouco confiáveis. 
Ao fazer pesquisas na internet, consulte sempre mais de um 
ções obtidas e confirmando os dados disponíveis. Verifique também a fonte da informação, 
pois serão mais confiáveis aquelas que fornecidas por instituições especializadas no tema. 
• Pesquisa de campo
Ao fazer uma pesquisa pode ser necessário entrevistar pessoas, visitar lugares, instituições, 
consultar documentos, buscar novos dados, enfim, pode ser necessário realizar um trabalho de 
campo. Para isso, alguns cuidados devem ser tomados, como: organizar o material necessário 
para o trabalho (para cada tipo de pesquisa será necessário um material diferente); não esque-
cer o equipamento para gravar uma entrevista; utilizar um guia de ruas ao procurar endereços 
desconhecidos. Entretanto, será indispensável o emprego de uma prancheta, papel e caneta 
para fazer as anotações.
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Ruínas da cidade de 
Ur, no atual Iraque 
(foto de 2009).
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Esta pintura, de 1963, realizada pelo mexicano Luis Covarrubias [1919-1987], reconstitui artisticamente o Lago Texcoco e a cidade 
asteca de Tenochtitlán. Pintura sobre parede, Museu Nacional de Antropologia, Cidade do México (sem dimensões).
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na região do Oriente Próximo, especialmente as 
cidades de Ur, Uruk e Susa, localizadas nas 
proximidades dos rios Tigre e Eufrates (observe 
a localização dessas cidades no mapa da página 
18). Uruk tornou-se, por volta de 3500 a.C., uma 
das cidades mais importantes da Mesopotâmia, 
sendo governada por um sacerdote e chefe militar.
Na América pré-colombiana, podemos fazer 
referência à cidade de Teotihuacán, que já existia 
desde 100 d.C., aproximadamente, chegando a ter 
quase 100 mil habitantes no século V. Merece ser 
mencionada também, embora tenha sido funda-
da em 1325, a cidade de Tenochtitlán, capital do 
Império Asteca e um importante centro comercial. 
Com a conquista colonial europeia, foi construída 
sobre ela a atual Cidade do México. Os maias, por 
sua vez, viviam em quarteirões apertados e usu-
fruíam coletivamente do espaço público, dispondo 
de grandes pátios e centros cerimoniais. Observe 
as fotos abaixo e o mapa da página seguinte.
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na região do Oriente Próximo, especialmente as 
, localizadas nas 
 (observe 
a localização dessas cidades no mapa da página 
18). Uruk tornou-se, por volta de 3500 a.C., uma 
das cidades mais importantes da Mesopotâmia, 
sendo governada por um sacerdote e chefe militar.
Na América pré-colombiana, podemos fazer 
referência à cidade de Teotihuacán, que já existia 
desde 100 d.C., aproximadamente, chegando a ter 
quase 100 mil habitantes no século V. Merece ser 
mencionada também, embora tenha sido funda-
da em 1325, a cidade de Tenochtitlán, capital do 
Império Asteca e um importante centro comercial. 
Com a conquista colonial europeia, foi construída 
sobre ela a atual Cidade do México. Os maias, por 
sua vez, viviam em quarteirões apertados e usu-
fruíam coletivamente do espaço público, dispondo 
de grandes pátios e centros cerimoniais. Observe 
as fotos abaixo e o mapa da página seguinte.
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Viver na cidade é viver coletivamente, é estar 
em constante troca; daí a cidade ser considerada 
um espaço de negociação política. No processo 
de constituição histórica das cidades, o domínio 
sobre o território depende também das relações 
políticas. Esse ambiente de trocas estimula a prá-
tica da escrita, que auxilia as relações comerciais, 
documenta as relações de poder, inventaria as 
posses, organiza as relações de trabalho, cons-
truindo uma memória.
Como espaço do mercado, as cidades relacio-
nam-se desde o início com a produção de exceden-
te, ou seja, aquela parte da produção que vai além 
das necessidades de sobrevivência. Se o campo é 
o lugar da produção,a cidade torna-se o espaço da 
troca dos excedentes. Na cidade viviam os artesãos, 
os comerciantes, os trabalhadores especializados, 
os governantes, os chefes religiosos, os militares, 
enquanto no campo viviam os produtores agrícolas. 
Trata-se de um processo de divisão social do traba-
lho. Alguns produtores foram se especializando na 
produção de determinados itens a fim de vendê-los 
para o mercado. Muitas vezes, regiões inteiras são 
especializadas na produção de um tipo de cerâmica 
ou de um único produto agrícola.
Certamente as cidades modernas se tornaram 
muito mais complexas, abrigando milhões de pes-
soas e uma enorme diversidade de atividades. No 
entanto, elas não deixam de ser, ainda, o espaço 
coletivo de trocas econômicas, políticas e culturais. 
No caso das metrópoles, nem sempre o centro está 
claramente definido, mas há vários ícones (sím-
bolos) das relações de poder: edifícios suntuosos, 
espaços reservados aos que governam, catedrais, 
periferias geográficas e econômicas cada vez mais 
distantes dos centros de poder. Além disso, nesses 
grandes centros urbanos, há apelos de consumo de 
todo tipo, um corre-corre de pessoas e um emara-
nhado de ruas e carros que parecem nos dizer que 
as trocas são, até hoje, sua alma.
As cidades brasileiras
Até fins do século XIX, produtores rurais do 
Rio de Janeiro e de São Paulo orgulhavam-se em 
dizer que o Brasil vinha cumprindo sua vocação 
AS PRIMEIRAS CIDADES
Com base em ALBUQUERQUE, Manoel Mauricio de. et al. Atlas Histórico Escolar. 
Rio de Janeiro: FAE, 1991. p. 53-84.
Viver na cidade é viver coletivamente, é estar bolos) das relações de poder: edifícios suntuosos, 
AS PRIMEIRAS CIDADES
Com base em ALBUQUERQUE, Manoel Mauricio de. et al. 
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agrícola. Em contraposição a eles, os industriais 
que iam surgindo clamavam por modernidade.
Os primeiros quatro séculos da história bra-
sileira foram marcados pela preponderância da 
vida agrícola, quer dizer, os centros urbanos eram 
somente pequenos entrepostos comerciais e cen-
tros de vida administrativa. Afora os períodos de 
festas, a maior parte das cidades brasileiras tinha 
pouca vida.
Os povos que ocupavam o território brasileiro 
antes da chegada de Cabral, em 1500, tinham dife-
rentes línguas, tradições e modos de viver. Alguns 
eram nômades, vivendo da caça e da coleta. 
Outros praticavam a agricultura e possuíam gran-
des edificações. Com a conquista lusitana dessa 
parte do globo, iniciou-se o processo de extermí-
nio e escravização dos indígenas, além da intro-
dução de trabalhadores africanos escravizados. 
Iniciou-se também a produção de cana-de-açúcar 
no Nordeste da colônia da América portuguesa. 
Grandes áreas de floresta foram devastadas, e 
muita madeira foi queimada a fim de alimentar os 
fornos para a produção do açúcar. A população 
escravizada das plantações vivia nas senzalas, o 
senhor de engenho na casa-grande, o padre tam-
bém vivia nas dependências do engenho e a popu-
lação livre pobre dependia dos favores do senhor 
para sobreviver. Em suma, a maioria das pessoas 
habitava no campo.
Salvador, a primeira capital brasileira, tornou-
-se centro administrativo, e Recife o mais impor-
tante entreposto comercial do período. Com a 
descoberta de ouro em Minas Gerais, em fins do 
século XVII, um novo tipo de concentração urbana 
surgiu. A região das Minas foi isolada para evitar 
o contrabando, e um enorme contingente humano 
transferiu-se para lá em busca do precioso metal. 
Contudo não era uma vida concentrada no campo, 
surgindo assim a cidade de Vila Rica (atual Ouro 
Preto), com suas suntuosas construções, vida cul-
tural e grande diversidade populacional.
No século XIX, a cafeicultura fez surgir novos 
centros de poder, tornando São Paulo econo-
micamente próspera de maneira muito rápida, 
seguindo a tradição agrícola. E foi nessa mesma 
cidade que começaram os investimentos indus-
triais. Aos poucos, o escravo foi substituído pelo 
imigrante, e o crescimento populacional tornou-
-se explosivo. São Paulo e Rio de Janeiro não só 
se tornaram as mais ricas e poderosas cidades 
brasileiras, como também fizeram de tudo para, 
cada vez mais, se parecer com as capitais euro-
peias, especialmente Paris. Reformas urbanas 
foram realizadas, a população pobre foi joga-
da para a periferia; tudo que representasse o 
desenvolvimento foi valorizado: pontes, viadu-
tos, carros, fábricas, cinemas. Esse era, enfim, 
o sentido do progresso.
Várias dessas cidades continuaram a cres-
cer vertiginosamente ao longo do século XX, e 
os temas desenvolvimento e modernidade foram 
o carro-chefe dos discursos políticos. Algumas 
delas, como São Paulo, chegaram a ser recons-
truídas várias vezes em nome do progresso. 
Entretanto, nessas cidades brasileiras também 
se acumularam problemas de todo tipo: desi-
gualdade social, miséria nas regiões periféricas, 
degradação do meio ambiente, poluição, trânsito, 
violência urbana e desemprego. No século XXI, a 
concentração urbana continua se ampliando, e os 
problemas urbanos permanecem. 
PALLIÈRE, Amaud Julien 
(atribuição). Vista de Vila 
Rica, cerca de 1820. Óleo so-
bre tela, 37,0 cm 97,0 cm. 
O quadro mostra Vila Rica 
após a decadência da ati-
vidade aurífera. Em 1823, a 
cidade foi elevada à catego-
ria de capital da província 
de Minas Gerais, sendo de-
nominada, então, Imperial 
Cidade de Ouro Preto.
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agrícola. Em contraposição a eles, os industriais 
Os primeiros quatro séculos da história bra-
sileira foram marcados pela preponderância da 
vida agrícola, quer dizer, os centros urbanos eram 
somente pequenos entrepostos comerciais e cen-
tros de vida administrativa. Afora os períodos de 
festas, a maior parte das cidades brasileiras tinha 
Os povos que ocupavam o território brasileiro 
antes da chegada de Cabral, em 1500, tinham dife-
rentes línguas, tradições e modos de viver. Alguns 
eram nômades, vivendo da caça e da coleta. 
Outros praticavam a agricultura e possuíam gran-
des edificações. Com a conquista lusitana dessa 
parte do globo, iniciou-se o processo de extermí-
nio e escravização dos indígenas, além da intro-
dução de trabalhadores africanos escravizados. 
Iniciou-se também a produção de cana-de-açúcar 
no Nordeste da colônia da América portuguesa. 
Grandes áreas de floresta foram devastadas, e 
muita madeira foi queimada a fim de alimentar os 
fornos para a produção do açúcar. A população 
transferiu-se para lá em busca do precioso metal. 
Contudo não era uma vida concentrada no campo, 
surgindo assim a cidade de Vila Rica (atual Ouro 
Preto), com suas suntuosas construções, vida cul-
tural e grande diversidade populacional.
No século XIX, a cafeicultura fez surgir novos 
centros de poder, tornando São Paulo econo-
micamente próspera de maneira muito rápida, 
seguindo a tradição agrícola. E foi nessa mesma 
cidade que começaram os investimentos indus-
triais. Aos poucos, o escravo foi substituído pelo 
imigrante, e o crescimento populacional tornou-
-se explosivo. São Paulo e Rio de Janeiro não só 
se tornaram as mais ricas e poderosas cidades 
brasileiras, como também fizeram de tudo para, 
cada vez mais, se parecer com as capitais euro-
peias, especialmente Paris. Reformas urbanas 
foram realizadas, a população pobre foi joga-
da para a periferia; tudo que representasse o 
desenvolvimento foi valorizado: pontes, viadu-
tos, carros, fábricas, cinemas. Esse era, enfim, 
o sentido do progresso.
Várias dessas cidades continuaram a cres-
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1. Pesquisem as razões econômico-sociais e espaciais que contribuem para o crescimento de 
cidades brasileiras como as mencionadas. Considere os acontecimentos a seguir, ocorridos no 
período compreendido entre 1970 e anos iniciais do século XXI:
• instalação de centros de pesquisa e desenvolvimento científico-tecnológico voltados ao 
setor agropecuário, visando à implementação de atividades agropecuárias modernas para 
exportação ou ao abastecimento de setores estratégicos (soja, milho, cana, gado bovino, 
setor avícola etc.);
• expansão da produção de petróleo no país, notadamente a partir do desenvolvimento de tec-
nologias de exploração em águas profundas, na plataforma continental brasileira;
• descentralização de atividades industriais, com o deslocamento de indústrias e setores de 
diferentes ramos dos tradicionais centros da produção fabril (como o ABC paulista) para 
outras cidades e regiões. Entre essas indústrias e setores estão montadoras de automó-
veis, indústrias têxteis e de calçados, empresas de tecnologias de ponta, como informática 
e telecomunicações;
• desenvolvimento de setores relacionados aos serviços modernos urbanos e ao turismo, como 
os de publicidade, marketing, comunicação, educação, saúde, cultura, lazer e entretenimento.
2. Localizem uma cidade média para um estudo de caso. Em um mapa, localizem a cidade escolhida 
e analisem a posição desse núcleo urbano em relação à região metropolitana mais próxima ou 
de maior influência sobre ele.
3. Associe o crescimento da cidade aos processos e transformações apresentados antes.
4. Com base nos resultados da pesquisa e nas conclusões sobre a cidade, elaborem um texto regis-
trando as descobertas do grupo. Pode-se também organizar uma apresentação feita em meio 
digital (infográfico, linha do tempo ilustrada, power point, vídeo etc.), destacando as principais 
conclusões na forma de itens e discutindo os resultados com a classe.
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INTERDISCIPLINARIDADE
A emergência das cidades médias no Brasil: uma Geografia
Ao longo do século XX, assistimos ao processo de crescimento das cidades e da formação de grandes cidades no Brasil. Na segunda metade deste século, tornaram-se significati-vas também as chamadas cidades médias. Vamos investigar as razões desse crescimento.
O que cidades brasileiras como Itajubá (MG), Dourados (MS), Macaé (RJ), Jataí (GO), Igarassu
(PE), Caxias do Sul (RS), Juazeiro do Norte (CE) e Crato (CE) têm em comum? Todas elas são cida-
des de porte médio, com população abaixo de 500 mil habitantes. Caxias do Sul, por exemplo, é uma 
cidade industrial com 435 mil habitantes, segundo dados do Censo 2010 do IBGE. Itajubá, por sua vez, 
registrou 90 mil habitantes naquele ano. Outro dado em comum é que elas vêm apresentando expres-
sivo crescimento econômico nos últimos anos. Estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada 
(Ipea) e do IBGE revelaram que estes núcleos urbanos estão entre os de maior crescimento do PIB per 
capita no país, com um ritmo muitas vezes mais acelerado do que o das metrópoles. 
Entre as cidades de expressivo crescimento estão também as capitais de alguns estados, como 
Manaus (AM), Belém (PA) e Fortaleza (CE), além de Florianópolis (SC), um destino de moradia de 
brasileiros de renda média, e Feira de Santana (BA), que já ultrapassou os 550 mil habitantes.
Com base nessas primeiras informações, organizem-se em pequenos grupos e façam o que se 
pede a seguir. Observem como o processo histórico de crescimento das cidades se relaciona com o 
estudo da Geografia.
ROTEIRO DE TRABALHO
INTERDISCIPLINARIDADE
A emergência das cidades médias no Brasil: uma Geografia
Ao longo do século XX, assistimos ao processo de crescimento das cidades e da formação de grandes cidades no Brasil. Na segunda metade deste século, tornaram-se significati-vas também as chamadas cidades médias. Vamos investigar as razões desse crescimento.
O que cidades brasileiras como Itajubá (MG), Dourados (MS), Macaé (RJ), Jataí (GO), Igarassu
(PE), Caxias do Sul (RS), Juazeiro do Norte (CE) e Crato (CE) têm em comum? Todas elas são cida-
des de porte médio, com população abaixo de 500 mil habitantes. Caxias do Sul, por exemplo, é uma 
cidade industrial com 435 mil habitantes, segundo dados do Censo 2010 do IBGE. Itajubá, por sua vez, 
registrou 90 mil habitantes naquele ano. Outro dado em comum é que elas vêm apresentando expres-
sivo crescimento econômico nos últimos anos. Estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada 
(Ipea) e do IBGE revelaram que estes núcleos urbanos estão entre os de maior crescimento do PIB per 
capita no país, com um ritmo muitas vezes mais acelerado do que o das metrópoles. 
Entre as cidades de expressivo crescimento estão também as capitais de alguns estados, como 
Manaus (AM), Belém (PA) e Fortaleza (CE), além de Florianópolis (SC), um destino de moradia de 
brasileiros de renda média, e Feira de Santana (BA), que já ultrapassou os 550 mil habitantes.
Com base nessas primeiras informações, organizem-se em pequenos grupos e façam o que se 
pede a seguir. Observem como o processo histórico de crescimento das cidades se relaciona com o 
estudo da Geografia.
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A PONTO DE VISTA
Belo Horizonte
Paulo Mendes Campos
Como diz Machado de Assis, antecipando uma melancolia proustiana, as cidades mudam mais depressa que os homens. Belo Horizonte é hoje, para mim, uma cidade soterrada. Em um prazo de vinte anos eliminaram a minha cidade e edificaram uma cidade estranha. Para 
quem continuou morando lá, essa amputação pode ter sido lenta e quase indolor; para mim, foi uma 
cirurgia de urgência, feita a prestações, sem a inconsciência do anestésico.
Enterraram a minha cidade e muito de mim com ela. Em nome do progresso municipal, enterraram 
a minha cidade. Enterraram as minhas casas, as casas que, por um motivo qualquer, eu olhava de um 
jeito diferente; enterraram os pisos de pedra das minhas ruas; enterraram os meus bares; enterraram as 
moças bonitas de meu tempo; os meus bondes; as minhas livrarias; os bancos de praça onde descan-
sei; enterraram-me vivo na cidade morta. Por cima de nós construíram casas modernas, arranha-céus, 
agências bancárias envidraçadas; pintaram tudo de novo, deceparam as árvores, demoliram, mudaram 
fachadas, acrescentaram varandas, disfarçaram de novas muitas casas velhas, transformaram os jardins, 
mexeram por toda parte com uma sanha obstinada; como se tivessem de fato o propósito de desorien-
tar-me, de destruir tudo que me estendesse uma ponte entre o que sou e o que fui. Ai, Belo Horizonte!
Feliz ou infelizmente, ainda não conseguiram soterrar de todo a minha cidade. Vou andando pela cida-
de nova, pela cidade desconhecida, pela cidade que não me quer e eu não entendo, quando de repente, 
Avenida Afonso Pena, Belo Horizonte, à esquerda, em 1954, e, à direita, em 2009. Ao fundo, vê-se a Serra do Curral.
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VOCABULÁRIO 
Melancolia proustiana: referência a Marcel Proust (1871-1922), escritor francês que escreveu Em busca do 
tempo perdido, obra em vários volumes que explora a experiência existencial, a dor e o sofrimento.
PONTO DE VISTA
omo diz Machado de Assis, antecipando uma melancolia proustianamelancolia proustiana, as cidades mudam , as cidades mudam 
mais depressa que os homens. Belo Horizonteé hoje, para mim, uma cidade soterrada. Em mais depressa que os homens. Belo Horizonte é hoje, para mim, uma cidade soterrada. Em 
um prazo de vinte anos eliminaram a minha cidade e edificaram uma cidade estranha. Para um prazo de vinte anos eliminaram a minha cidade e edificaram uma cidade estranha. Para 
quem continuou morando lá, essa amputação pode ter sido lenta e quase indolor; para mim, foi uma quem continuou morando lá, essa amputação pode ter sido lenta e quase indolor; para mim, foi uma 
cirurgia de urgência, feita a prestações, sem a inconsciência do anestésico.
Enterraram a minha cidade e muito de mim com ela. Em nome do progresso municipal, enterraram Enterraram a minha cidade e muito de mim com ela. Em nome do progresso municipal, enterraram 
a minha cidade. Enterraram as minhas casas, as casas que, por um motivo qualquer, eu olhava de um a minha cidade. Enterraram as minhas casas, as casas que, por um motivo qualquer, eu olhava de um 
jeito diferente; enterraram os pisos de pedra das minhas ruas; enterraram os meus bares; enterraram as jeito diferente; enterraram os pisos de pedra das minhas ruas; enterraram os meus bares; enterraram as 
moças bonitas de meu tempo; os meus bondes; as minhas livrarias; os bancos de praça onde descan-moças bonitas de meu tempo; os meus bondes; as minhas livrarias; os bancos de praça onde descan-
sei; enterraram-me vivo na cidade morta. Por cima de nós construíram casas modernas, arranha-céus, sei; enterraram-me vivo na cidade morta. Por cima de nós construíram casas modernas, arranha-céus, 
agências bancárias envidraçadas; pintaram tudo de novo, deceparam as árvores, demoliram, mudaram agências bancárias envidraçadas; pintaram tudo de novo, deceparam as árvores, demoliram, mudaram 
fachadas, acrescentaram varandas, disfarçaram de novas muitas casas velhas, transformaram os jardins, fachadas, acrescentaram varandas, disfarçaram de novas muitas casas velhas, transformaram os jardins, 
mexeram por toda parte com uma sanha obstinada; como se tivessem de fato o propósito de desorien-mexeram por toda parte com uma sanha obstinada; como se tivessem de fato o propósito de desorien-
tar-me, de destruir tudo que me estendesse uma ponte entre o que sou e o que fui. Ai, Belo Horizonte!tar-me, de destruir tudo que me estendesse uma ponte entre o que sou e o que fui. Ai, Belo Horizonte!
Feliz ou infelizmente, ainda não conseguiram soterrar de todo a minha cidade. Vou andando pela cida-Feliz ou infelizmente, ainda não conseguiram soterrar de todo a minha cidade. Vou andando pela cida-
de nova, pela cidade desconhecida, pela cidade que não me quer e eu não entendo, quando de repente, de nova, pela cidade desconhecida, pela cidade que não me quer e eu não entendo, quando de repente, 
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1. Faça um levantamento das transformações ocorridas em Belo Horizonte narradas pelo autor no texto.
2. O que pode expressar o termo “amputação”, citado no primeiro parágrafo, ao se referir às trans-
formações ocorridas na cidade, e qual seu significado para o autor?
3. Com base no texto, que relações podem ser estabelecidas entre a cidade e a construção da memó-
ria? Por que as transformações do espaço urbano se mostraram tão dolorosas para o autor?
4. Nas imagens acima, observamos as mudanças ocorridas em um mesmo local da cidade. 
a) O que aparentemente mudou? 
b) Tomando por base os elementos presentes nas imagens, procure explicar o significado dessas mudanças.
5. Já ocorreram mudanças no local onde você vive? Em caso afirmativo, responda:
a) Elas têm para você o mesmo significado que para Paulo Mendes Campos? Explique.
b) Descreva o local em que ocorreram essas mudanças: 
• Como era? 
• O que mudou? 
c) A mudança foi necessária ou poderia ser evitada? Justifique.
d) Na sua pesquisa sobre a cidade em que vive, apareceu alguma indicação dessas mudanças? 
Explique.
Paulo Mendes Campos nasceu em 1922, em Belo Horizonte (MG), filho de um médico e escritor. Estudou Direito, Veterinária 
e Odontologia, mas não completou nenhum dos cursos. Iniciando-se na vida literária, dirigiu o suplemento literário da Folha de 
Minas. Indo morar no Rio de Janeiro, trabalhou nos jornais Correio da Manhã e Diário Carioca. Foi cronista da revista Manchete. 
Era também tradutor das línguas inglesa e francesa. Entre suas obras estão: A palavra escrita, poesia (1951), Testamento do Brasil, 
poesia (1956), O domingo azul do mar, poemas (1958), Antologia brasileira de humorismo (1965), O cego de Ipanema, crônicas 
(1960), Hora do recreio, crônicas (1967), O anjo bêbado, crônicas (1969). Faleceu no Rio de Janeiro em 1991.
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entre dois prédios hostis, esquecida por enquanto das autoridades e dos zangões do lucro imobiliário, 
surge, intacta e doce, a casa de Maria. Dói também a casa de Maria, mas é uma dor que conheço, uma 
dor íntima e amiga. Não digo nada a ninguém, disfarço o espanto da minha descoberta, para não chamar 
a atenção dos empreiteiros de demolições. Ah, se eles, os empreiteiros, soubessem! Se eles soubessem 
que aqui e ali repontam traços emocionantes da minha Belo Horizonte em ruínas! Se eles soubessem que 
aqui e ali vou encontrando os passadiços que me permitem cruzar o abismo do tempo! Eles viriam com 
as suas picaretas, com suas marretas estúpidas, com as suas ideias de progresso; eles derrubariam sem dó 
as minhas últimas paredes, arrancariam os meus últimos portões, os marcos das janelas que me impres-
sionavam, as escadas de mármore por onde descia Suzana, as grades do colégio, as árvores e as pedras 
que ficaram, eles iriam aos alicerces para removê-los, para que não restasse nada, para que eu ficasse para 
sempre sem cidade natal, sem passado, sem música.
Assim vou eu por Belo Horizonte: mancando. Uma perna bate com dureza no piso do presente; a 
outra vai procurando um apoio difícil nas pedras antigas. E à noite, no fim da caminhada, quando me 
deito, vou repondo de novo tudo no lugar: as árvores copadas da Avenida, 
os bares simpáticos da Rua da Bahia, as rosas da Praça da Liberdade, 
as lojas tradicionais, as casas com jardins na frente e quintais no fundo. 
Chegou a minha vez de demolir. Derrubo tudo que eles edificaram e vou 
reconstruindo devagar a cidade antiga. Às pessoas velhas devolvo de novo 
a mocidade; às pessoas mortas devolvo o sopro da vida. Aí telefono para 
o Hélio, para o Otto, para o Fernando; e vamos para a Praça da Liberdade 
puxar angústia, isto é, descer ao fundo escuro do poço, onde se acham as 
máscaras abomináveis da solidão, do amor e da morte.
CAMPOS, Paulo Mendes. Brasil brasileiro: crônicas do país, das cidades e do povo. 
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000. p. 77-8.
Paulo Mendes Campos.
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entre dois prédios hostis, esquecida por enquanto das autoridades e dos zangões do lucro imobiliário, 
surge, intacta e doce, a casa de Maria. Dói também a casa de Maria, mas é uma dor que conheço, uma 
dor íntima e amiga. Não digo nada a ninguém, disfarço o espanto da minha descoberta, para não chamar 
a atenção dos empreiteiros de demolições. Ah, se eles, os empreiteiros, soubessem! Se eles soubessem 
que aqui e ali repontam traços emocionantes da minha Belo Horizonte em ruínas! Se eles soubessem que 
aqui e ali vou encontrando os passadiços que me permitem cruzar o abismo do tempo! Eles viriam com 
as suas picaretas, com suas marretas estúpidas, com as suas ideias de progresso; eles derrubariam sem dó 
as minhas últimas paredes, arrancariam os meus últimos portões, os marcos das janelas que me impres-
sionavam, as escadas de mármore por onde desciaSuzana, as grades do colégio, as árvores e as pedras 
que ficaram, eles iriam aos alicerces para removê-los, para que não restasse nada, para que eu ficasse para 
sempre sem cidade natal, sem passado, sem música.
Assim vou eu por Belo Horizonte: mancando. Uma perna bate com dureza no piso do presente; a 
outra vai procurando um apoio difícil nas pedras antigas. E à noite, no fim da caminhada, quando me 
deito, vou repondo de novo tudo no lugar: as árvores copadas da Avenida, 
os bares simpáticos da Rua da Bahia, as rosas da Praça da Liberdade, 
as lojas tradicionais, as casas com jardins na frente e quintais no fundo. 
Chegou a minha vez de demolir. Derrubo tudo que eles edificaram e vou 
reconstruindo devagar a cidade antiga. Às pessoas velhas devolvo de novo 
a mocidade; às pessoas mortas devolvo o sopro da vida. Aí telefono para 
o Hélio, para o Otto, para o Fernando; e vamos para a Praça da Liberdade 
puxar angústia, isto é, descer ao fundo escuro do poço, onde se acham as 
máscaras abomináveis da solidão, do amor e da morte.
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INTERDISCIPLINARIDADE
Cidades e qualidade de vida
À medida que a população do planeta foi aumentando, as cidades tornaram-se não só centros de emprego para as pessoas, mas também ímãs para microrganismos, que nelas encon-traram um grande número de oportunidades de propagação. Quanto mais seres humanos 
por quilômetro quadrado, mais facilmente um microrganismo passa de um hospedeiro para outro, 
já que as pessoas contribuem para sua transmissão de muitas formas: quando se tocam ou respiram 
umas próximas das outras, ao preparar alimentos, ao despejar esgoto em águas que serão utilizadas 
para consumo, ao viajar para lugares distantes transportando os microrganismos, ao produzir imen-
sas quantidades de resíduos que podem servir de alimento para agentes transmissores, como insetos 
e roedores, ao represar cursos de água, criando locais apropriados para a reprodução de insetos 
transmissores, entre outros. Portanto, a questão da saúde nas cidades merece atenção, já que a alta 
densidade demográfica amplia surtos de doenças contagiosas de pequena proporção, tornando tais 
ambientes pouco seguros para os seres humanos.
O crescimento desordenado e a formação de bolsões de pobreza nas grandes cidades brasileiras levam uma parte da 
população a construir suas moradias em locais onde a infraestrutura não garante condições adequadas para evitar 
doenças, por exemplo. Na foto, criança caminha sobre uma pinguela para atravessar água parada em meio ao lixo em 
um bairro do Rio de Janeiro, em 2007.
A tarefa de tornar as cidades saudáveis, e não um paraíso para os agentes causadores de doenças, 
depende do investimento de grandes somas de dinheiro, empecilho decisivo para os países pobres 
e em desenvolvimento, em que cidades com alta densidade demográfica muitas vezes se mostram 
incapazes de atender às necessidades de grande parte de sua população.
VOCABULÁRIO 
Microrganismo: designação comum a diversos seres vivos unicelulares, tais como vírus, bactérias, protozoá-
rios e fungos, visíveis apenas com o uso de microscópio.
Hospedeiro: ser vivo que abriga outro no interior de seu organismo ou em sua superfície.
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medida que a população do planeta foi aumentando, as cidades tornaram-se não só centros medida que a população do planeta foi aumentando, as cidades tornaram-se não só centros 
de emprego para as pessoas, mas também ímãs para microrganismosmicrorganismos, que nelas encon-, que nelas encon-
traram um grande número de oportunidades de propagação. Quanto mais seres humanos traram um grande número de oportunidades de propagação. Quanto mais seres humanos 
por quilômetro quadrado, mais facilmente um microrganismo passa de um hospedeirohospedeirohospedeirohospedeirohospedeiro para outro, 
já que as pessoas contribuem para sua transmissão de muitas formas: quando se tocam ou respiram já que as pessoas contribuem para sua transmissão de muitas formas: quando se tocam ou respiram 
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para consumo, ao viajar para lugares distantes transportando os microrganismos, ao produzir imen-para consumo, ao viajar para lugares distantes transportando os microrganismos, ao produzir imen-
sas quantidades de resíduos que podem servir de alimento para agentes transmissores, como insetos sas quantidades de resíduos que podem servir de alimento para agentes transmissores, como insetos 
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ambientes pouco seguros para os seres humanos.
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No Brasil, dadas a extensão territorial e as diferenças econômicas e sociais regionais, há imen-
sas variações locais no que diz respeito à qualidade de vida nas cidades. Nesta atividade, você 
deverá analisar alguns problemas gerados pela aglomeração de pessoas nos centros urbanos. Para 
isso, faça um levantamento das manchetes de jornal publicadas no período de uma semana que se 
relacionam direta ou indiretamente à saúde de sua cidade. Se você não mora em uma cidade, use 
os dados referentes à cidade mais próxima ou àquela a que você vai com maior frequência. Procure 
organizar as manchetes em grupos distintos de problemas, por exemplo: aqueles ligados à habita-
ção, ao saneamento básico, à nutrição etc. Depois discuta com seus colegas as questões a seguir.
1. Quando uma cidade pode ser considerada saudável?
2. Que políticas e serviços públicos são necessários nessa comunidade para sanar os problemas 
existentes?
3. Que atitude você poderia tomar para contribuir com a resolução desses problemas?
ROTEIRO DE TRABALHO
A Declaração dos Direitos Humanos, assinada em 1948 pelos países-membros da Organização 
das Nações Unidas (ONU), afirma em seu artigo 25: “Todo homem tem direito a um padrão de 
vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar”. Nesse contexto, a saúde é entendida 
como um direito do ser humano, cabendo ao Estado proporcionar as condições necessárias para 
garantir a qualidade de vida compatível com as necessidades e a dignidade humanas. 
O conceito de saúde implícito nesse princípio é bastante amplo. Na definição da Organização 
Mundial da Saúde (OMS), é “o estado de completo bem-estar físico, mental e social, não signi-
ficando apenas ausência de doenças”. Assim, para que haja saúde não basta encarar a questão das 
doenças isoladamente: é necessário procurar ver o que se encontra além do organismo doente. É 
fundamental a existência de uma complexa infraestrutura que garanta, entre

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