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Literatura Comparada
WEBCONFERÊNCIA I
PROFESSOR(A): Érika Costa
UNIDADE I
Introdução à Literatura Comparada
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Reconhecer a comparação enquanto procedimento de organização da 
cultura.
Identificar as características dos estudos literários comparados.
Relacionar a expressão “literatura comparada” com “estudos 
culturais”.
Definir o que é literatura comparada, suas origens e seus principais 
objetos de estudo
Identificar os critérios para uma análise comparativa.
Literatura comparada: primeiras noções
Literatura Comparada é o ramo da Teoria da Literária que estuda, através de
comparação das literaturas de diferentes áreas linguísticas, assim como de
diferentes mídias e tipos de arte.
A expressão “Literatura Comparada” surge no século XIX e usa-se da comparação
de estruturas com finalidade de extrair leis gerais da literatura. Mas apenas nos
primeiros decênios do século XX, ela ganha estatura de disciplina reconhecida,
tornando-se objeto de ensino regular nas grandes universidades europeias e norte-
americanas e dotando-se de bibliografia específica e público especializado.
Literatura comparada: primeiras noções
Comparar é tentar entender através de uma confrontação o que há de particular
em cada obra, assim como a especificidade nacional e linguística de uma
literatura dentro de um contexto geral a que pertencem.
É um estudo de semelhanças, analogias, parentescos e intertextualidades. Para
o comparativista, as análises intertextuais são apenas um passo, dessa forma,
ao lermos um texto, lermos por meio dele, o gênero a que pertence, suas
características, sua cultura e os textos que o autor leu.
Algumas características dos estudos literários comparados
O exame da situação histórica e social em que um texto foi publicado.
A relação de um texto com escritos de outra autoria.
A averiguação da recepção desses escritos em relação a outras épocas que não o contexto 
de sua produção.
Comparação: uma palavra, muitos sentidos 
[...] é descobrir que o “Outro” pode ser o “Mesmo” ou que o “Outro” pode ser 
“Eumesmo”, ou simplesmente o “Outro”; é valer-se da oportunidade de olhar 
longe para ver de perto como o Outro fala, do que o Outro fala, o que o Outro 
pensa, onde o Outro vive, como vive; é, enfim, estabelecer comparações –
atitude normal do ser humano. O exercício do comparativismo “colabora para o 
entendimento do outro” (CARVALHAL, 1997, P. 8).
A noção de transversalidade
Fundamentos teóricos da Literatura comparada 
Três escolas de pensamento teórico que fundamentam a Literatura Comparada:
A francesa, a norte-americana e a soviética 
NEOCRÍTICA DOS EUA
Fundamentos teóricos da Literatura comparada 
https://www.google.com.br/search?q=Paul+Van+Tieghem&rlz=1C1NHXL_pt-
BRBR713BR713&espv=2&biw=1366&bih=662&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiux66R16vSAhXH4iYKHUDuDn4Q_AUICCgD#tbm=isch&q=Paul+Van+Tieghem+foto+dele+da+escola+francesa&*&imgdii=vBBkg3
am1gx5OM:&imgrc=-l_u2h8NL
Fundamentos teóricos da Literatura comparada 
Paul Van Tieghem foi o precursor da “escola francesa”, cuja metodologia baseia-
se em três elementos: o emissor (ponto de partida da passagem de influência), o
receptor (ponto de chegada) e o transmissor (intermediário entre o emissor e o
receptor). Essa tendência mostrou-se muito contextualista uma vez que sua
preocupação primordial não é a estrutura interna do texto, e sim o contexto que o
envolve.
O objeto de estudo era o autor e tudo o que estivesse relacionado com ele.
Fundamentos teóricos da Literatura comparada 
A escola norte-americana – René Wellek – Esse autor rompeu com o comparatismo tradicional. A proposta
era ter como ponto de partida uma leitura atenta dos textos, sem levar em conta somente fatores externos a
eles.
Condena o binarismo – a prática tradicional de só tomar dois autores ou duas tradições literárias de cada
vez.
A escola soviética – a renovação dos estudos da Literatura Comparada
Infinitas possibilidades para uma avaliação a favor ou contra determinada obra.
O leitor e o pesquisador, deve considerar qual é o principal objetivo para a leitura de um determinado texto e
ao que esse texto será comparado.
Princípios e teorias na prática 
A tríade autor-obra-público traça um panorama da Literatura
Comparada. O importante papel dessa tríade na configuração de um
Sistema Literário que envolve meio social, história, produção e
formação.
Objetos de análise da literatura comparada
Teoria centradas no autor
Teorias centradas no contexto-
*Evolução literária
*Gêneros literários
*Influências externas ( política, cultura, filosófica, social, entre
outras.
*Literariedade
*Narrativa
*Períodos literários
No texto literário não se trata só de
comunicar; trata-se, acima de tudo, de
significar(quanto maior a sua capacidade de
significação, mais literário ele será e,
portanto, maior sua literariedade).
A Literatura Comparada e a teoria literária
“Teoria da Literatura” de René Wellek e Austin Warren.
Publicação em 1949.
O conceito de “casualidade mecânica” – envolve o biografismo,
o psicologismo, a história e a sociologia
*Privilegia a análise do texto literário sem enfocar as relações
entre autores e obras.
* A análise centrada no texto e não em dados exteriores.
(Carvalhal, 2010)
Tânia Carvalhal
https://www.google.com.br/search?q=escola+norte-americana+René+wellek&rlz=1C1NHXL_pt-BRBR713BR713&espv=2&biw=1366&bih=662&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKE
"A Ponte" de 
Franz Kafka
Literatura Comparada e outras artes
Comparações e características
Indícios
Influências
Diferenças
Afinidades naturais
Condicionamentos de épocas e gêneros
As principais abordagens dos estudos comparatistas
Comparatismo e historiografia literária;
Estudos de gêneros;
Estudos de literatura de diferentes línguas
Comparatismo e estudos culturais;
Comparatismo e teoria Literária;
Comparatismo e tradução;
Comparatismo e mídias;
Estudos de diálogos entre diferentes artes ou campos de saber.
Literatura Comparada
WEBCONFERÊNCIA I
PROFESSOR(A): NOME DO PROFESSOR
UNIDADE II
CONCEITOS DE ORIGINALIDADE, GENIALIDADE E AUTORIA NOS DIVERSOS 
PERÍODOS LITERÁRIOS
Profª ÉRIKA COSTA
Avaliar as possibilidades e os limites do conceito de originalidade
Analisar a noção de autoria e vozes literárias
Desenvolver uma leitura crítica do conceito de genialidade
Diferenciar entre os gêneros conto e crônica
Analisar a origem e as particularidades do romance 
Objetivos de Aprendizagem
Originalidade – Autoria – Genialidade 
Originalidade - inovação; qualidade do que nunca foi dito, feito, pensado; característica do que
é completamente original, novo: falta originalidade nas propostas de
governo.[Figurado] Criatividade; capacidade criativa; maneira de se expressar ou de agir
completamente independente e particular: a originalidade de Picasso é incomparável.
Na literatura
O original ligado à origem, por outro lado, é algo que “abre caminho”, é o que pode ser
chamado de “precursor” Balakian vê no poeta no poeta Apollinaire esse tipo de originalidade.
Isso não quer dizer, portanto, que tenha feito algo totalmente novo, mas que marcou a história
literária, como se criasse, depois de si, uma nova tradição.
.
Originalidade – Autoria – Genialidade 
O autor inova, se torna original, quando propõe uma leitura diferentes das que o 
antecederam e assim revitaliza a tradição (Carvalhal, 2010).
Autoria – DISCUSSÃO LANÇADA por Foucault, por Bakhtin e por Roland Barthes.
Tanto Barthes quanto Bakhtin distinguem o sujeito que escreve uma obra (escritor) do que 
tem posição ou função de autor dentro da obra. O corpo que escreve, para Barthes 
(2004),é do escritor. O corpo da obra pode ser, por outro lado, o próprio texto. Os 
movimentos do corpo do texto, entretanto, sugerem uma figuração, um personagem, e 
não necessariamente a representação de algo exterior à obra.
VOZES LITERÁRIAS 
Gérard Genette (1980) organiza os narradores em tipos, classificados de acordo com os
“ponto de vista”
a) Narrativa onisciente ( narrador –personagem) narrador sabe mais do que os
personagens;
b) Personagem narrador ( narrador-personagem) em que o narrador diz apenas o que um
personagem sabe. Essa é a narrativa com “ponto de vista” :
c) E um terceiro tipo ( narrador – personagem) , em que o narrador diz menos do que um
personagem sabe. Essa é uma narrativa objetiva.
VOZES LITERÁRIAS 
Os níveis de narrativa de acordo com Gérard Genette (1980) podem ser:
extradiegético (primeiro nível) “fora da história” como um autor que narra.
Diegético ou intradiegético ( “dentro da narrativa”, como personagem)
Metadiegêtico ( narrativa de segundo nível – uma narrativa contada dentro da primeira narrativa).
Narrador no romance “Memórias Póstumas de Brás Cubas” de Machado 
de Assis
"Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em
primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo
nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou
propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a
segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua
morte, não a pôs no introito, mas no cabo: a diferença radical entre este livro e o Pentateuco."
(Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas).
Originalidade – Autoria – Genialidade 
Genialidade – a ideia vem do Romantismo do
século XIX. Eles acreditavam que a obra literária é
criação singular de um gênio.
Espécies de gêneros textuais que serão comparados: conto, crônica e 
romance
O gênero Conto
* simples narrativa
* pouco extenso, conciso (enxuto)
* única unidade dramática = um só conflito
* Objetividade de ação- tempo - espaço
Espécies de gêneros textuais que serão comparados: conto, crônica e 
romance
O gênero Crônica
*teve origem nos jornais
*um fato cotidiano é visto a partir de um olhar particular do cronista
*O cronista pode analisar o desempenho dos atletas, o andamento
da partida, o falar da torcida, dos sentimentos e sensações vividas
pelas pessoas que assistem ao jogo.
Espécies de gêneros textuais que serão comparados: conto, crônica e 
romance
A abordagem por períodos, movimentos
A Literatura Comparada e o cosmopolitismo
Os ideais cosmopolitas do século XIX
envolvem os conceitos de “evolução”,
de “continuidade”, “ de derivação”
e de “nação”.
Com o Romantismo ganha mais
força, pela busca do exótico e pelo
interesse em diferentes literaturas.
Literatura comparada e a historiografia literária
A partir de um estudo historiográfico e dos gêneros literários, pode-se
observar que a comparação ou relação entre as artes fez surgir gêneros
mistos, como a poesia épica, o romance e a biografia ficcionalizada, como
aponta Coutinho (2006).
Definições de períodos e movimentos 
Influências, semelhanças e diferenças estruturais entre obras literárias
A literatura nasce da própria literatura e podemos considerar que cada nova obra é uma
continuação de obras anteriores, dos gêneros e temas já existentes.
As estruturas textuais: gênero, forma, tema, argumento, personagem – ponto de partida para as
análises mais amplas.
Os principais Gêneros Literários
https://www.google.com.br/search?q=os+principais+gêneros+literários
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Estilo de época X Estilo Individual
Estilo de época – contém características semelhantes às
determinadas épocas.
Estilo Individual – está relacionado com o aspecto formal de um
conjunto de obras de um autor, levando-se em conta o tratamento
que se dá a língua como meio de expressão.
A intertextualidade
“Intertexto” é a presença de vestígios, partes, influências ou mesmo
recorte de um texto A em um texto B.
Existem varias formas de uso do intertexto: na escrita, no cinema, na
literatura, nas artes plásticas etc.
A finalidade da intertextualidade é usar o texto origem para fazer, recriar
ou remodelar um outro texto novo.

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