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CENTRO PAULA SOUZA ETEC JOSÉ MARTIMIANO DA SILVA Técnico em Design de Interiores Caroline Iara Puga Jonathan Junio Santiago da Silva ERGONOMIA Caracterização de Ambientes Residenciais RIBEIRÃO PRETO 2019 Caroline Iara Puga Jonathan Junio Santiago da Silva ERGONOMIA Caracterização de Ambientes Residenciais Trabalho apresentado à disciplina Ergonomia do Curso Técnico em Design de Interiores da ETEC José Martimiano da Silva, orientado pelo Prof. Cesar Ricardo Danezi e Joseane Aparecida Ipolito, entregue em 08 de março de 2019. Ribeirão Preto 2019 RESUMO Este trabalho tem como objetivo realizar uma abordagem em relação aos estudos de ergonomia com foco nos espaços interiores residenciais, padrões referenciais básicos de projetos. Visa identificar as interferências da configuração espacial dos ambientes no bem-estar do usuário a partir de uma análise ergonômica. Além de um levantamento teórico dos temas mencionados até então, um dos principais objetivos é demonstrar de maneira sistêmica a importância e relação da ergonomia, com o processo de criação, estabelecendo referenciais espaciais de ambientes. A intenção é demonstrar sua importância e seu beneficio na elaboração do projeto, defendendo a ideia de relacionar os dados básicos da antropométrica às necessidades específicas do designer e do arquiteto. As verificações realizadas sobre este objeto contempla como a ergonomia é essencial na concepção do projeto eficaz. Desta maneira, os resultados indicam extrema importância e relevância do uso apropriado da ergonomia nos ambientes, onde, os reais beneficiários finais serão os usuários. Palavras-chave: Ergonomia. Arquitetura. Ambientes. Residência. ABSTRACT This work aims to carry out an approach to ergonomics studies focusing on residential interior spaces, basic reference standards projects. Aims to identify the interference of the spatial configuration of the environments in the well-being of the user from an ergonomic analysis. In addition to a theoretical survey of the themes mentioned so far, one of the main goals is to demonstrate systemically the importance and relationship of ergonomics, with the process of creating, establishing benchmarks of spatial environments. The intention is to demonstrate your importance and your benefit in drawing up the project, defending the idea of relating the basic anthropometric data to the specific needs of the designer and architect. The checks performed on this object includes as ergonomics is essential in the design of effective design. In this way, the results indicate extreme importance and relevance of the proper use of ergonomics in environments where the real beneficiaries will be the end users. Keywords: Ergonomics. Architecture. Environments. Residence. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Movimento sem obstrução ........................................................................ 10 Figura 2 - Movimentos: abaixar, sentar no chão, abrir gavetas. ................................ 11 Figura 3 - Sofás / Usuários do sexo masculino ......................................................... 19 Figura 4 - Sofás / Usuários do sexo feminino ............................................................ 20 Figura 5 - Área de estar em canto / Adultos, sexo masculino e feminino. ................. 20 Figura 6 - Área de estar em canto com circulação .................................................... 21 Figura 7 - Espaços livres em áreas de estar ............................................................. 22 Figura 8 - Relação entre espaços livres nas áreas de estar ..................................... 22 Figura 9 - Cadeira reclinável com apoio para os pés para homens e mulheres ........ 23 Figura 10 - Estante e armário, alcance masculino e feminino. .................................. 23 Figura 11 - Bar suspenso, alcance masculino e feminino. ........................................ 24 Figura 12 - Zona individual ótima e mínima............................................................... 25 Figura 13 - Largura ótima e mínima da mesa ............................................................ 26 Figura 14 - Mesa retangular, comprimento e largura mínimos / seis lugares. ........... 26 Figura 15 - Mesa retangular / comprimento e largura ótima seis lugares .................. 27 Figura 16 - Café da manhã / Mesa de cozinha / Quatro lugares ............................... 28 Figura 17 - Mesa redonda de cozinha / Quatro lugares 91,4 cm de diâmetro ........... 28 Figura 18 - Mesa redonda / Quatro lugares 121,9 cm de diâmetro / disposição mínima ...................................................................................................................... 29 Figura 19 - Mesa redonda / Oito lugares 182,9 cm de diâmetro / zona individual mínima ...................................................................................................................... 30 Figura 20 - Espaço necessário entre mesa e aparador ............................................. 30 Figura 21 - Espaço livre mínimo para cadeira / Sem circulação ................................ 31 Figura 22 - Espaço livre mínimo atrás da cadeira ..................................................... 31 Figura 23 - Largura mínima para área de refeição .................................................... 32 Figura 24 - Espaço livre mínimo atrás de cadeira afastada da mesa ........................ 33 Figura 25 - Camas de solteiro e de casal .................................................................. 34 Figura 26 - Quartos / Vista e ângulos de visibilidade ................................................ 35 Figura 27 - Duas camas de solteiro / Espaços livres e dimensões ........................... 35 Figura 28 - Cama de solteiro / Espaços livres e dimensões ...................................... 36 Figura 29 - Espaço mínimo escrivaninha .................................................................. 37 Figura 30 - Dimensões para escrivaninha ................................................................. 37 Figura 31 - Espaço livre cama e cômoda .................................................................. 38 Figura 32 - Beliches para adultos / Elevação frontal ................................................. 38 Figura 33 - Beliche para adultos / Elevação lateral ................................................... 39 Figura 34 - Beliche para crianças / Elevação lateral ................................................. 39 Figura 35 - Guarda-Roupa masculino e feminino ...................................................... 40 Figura 36 - Quarto de vestir....................................................................................... 40 Figura 37 - Bancadas apoiadas em armários / Espaços livres .................................. 41 Figura 38 - Comparações entre alcances em armários altos .................................... 42 Figura 39 - Bancado e balcão ................................................................................... 42 Figura 40 - Centro de mistura e preparo ................................................................... 43 Figura 41 - Área da pia .............................................................................................. 43 Figura 42 - Área da pia .............................................................................................. 44 Figura 43 - Geladeiras / Localização típicas............................................................. 44 Figura 44 - Geladeiras / Localização proposta .......................................................... 45 Figura 45 - Área de forno e fogão ............................................................................. 45 Figura 46 - Área de forno e fogão ............................................................................. 46 Figura 47 - Lavatórios / Análises antropométricas masculinas ................................. 47 Figura 48 - Lavatórios / Análises antropométricas femininas e infantis ..................... 48 Figura 49 - Vaso sanitário ......................................................................................... 48 Figura 50 - Distâncias mínimas para Box .................................................................. 49 Figura 51 - Box / Espaços livres e alcances .............................................................. 49 Figura 52 - Chuveiro / Banheira ................................................................................ 50 Figura 53 - Banheira / Indivíduo reclinado e relaxado ............................................... 50 Figura 54 - Banheira simples ou dupla ...................................................................... 51 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 9 2 POR DENTRO DO ESPAÇO HABITAVÉL ........................................................ 12 2.1 O espaço habitável....................................................................................... 13 2.2 O reflexo nos seus moradores ..................................................................... 14 2.3 Danos causados quando não atendem necessidades ................................. 15 3 A ERGONOMIA COMO FERRAMENTA DE APOIO À ARQUITETURA ........... 16 3.1 Relação entre arquitetura e ergonomia ........................................................ 16 3.2 Aplicação da Ergonomia na Arquitetura ....................................................... 17 4 ESPAÇOS INTERIORES, PADRÕES REFERENCIAIS BÁSICOS DE PROJETO RESIDENCIAL. ....................................................................................... 18 4.1 Áreas de estar .............................................................................................. 19 4.2 Áreas de refeições ....................................................................................... 25 4.3 Dormitórios ................................................................................................... 34 4.4 Cozinhas ...................................................................................................... 41 4.5 Banheiros ..................................................................................................... 47 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 52 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 53 9 1 INTRODUÇÃO Há muito tempo se tem estudado a questão humana para espaços com funções diversificadas. A cada dia a adequação dos espaços vem se aprimorando, com isso surge à preocupação com a satisfação do usuário, o que é levado em conta não só a arquitetura, mas a ergonomia dos ambientes. A ergonomia objetiva modificar os sistemas de trabalho para adequar à atividade nele existente, às características, habilidades e limitações das pessoas com vista ao seu desempenho eficiente, confortável e seguro, porém, seus estudos são iniciais e, em consequência, também sua aplicabilidade nos projetos. Esse quadro pode mudar com a valorização desse conceito e dos profissionais da área que se preocupam com o bem-estar físico, emocional e psicológico das pessoas. Sendo assim, devido à amplitude do tema Ergonomia, este trabalho abordará a análise de alguns conceitos físicos e ambientais e bem como as peculiaridades das condições ergonômicas, com o intuito de melhorar o desempenho e bem-estar das pessoas nos ambientes residenciais. Segundo a professora Vera Helena Moro Bins Ely, do Programa de Pós- Gradução em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina, (...) a Ergonomia é uma disciplina científica que estuda as interações dos indivíduos com outros elementos do sistema – máquina, equipamentos, ambientes – fazendo aplicações de teoria, princípios e métodos de projeto, com o objetivo de melhorar o bem-estar humano e a eficácia das atividades desempenhadas. (BINS-ELY) A definição descrita acima conceitua bem a função da ergonomia: melhorar o bem-estar humano. Quando relacionada ao design de interiores, que está comprometido em desenvolver espaços que se adaptem às necessidades do homem, o estudo da ergonomia se faz elemento indispensável a fim de que o projeto final tenha qualidade não apenas estética, mas também funcional, atendendo de maneira satisfatória às expectativas de espacialidade, vivência, habitação e organização de seus usuários. 10 (...) vemos negligenciadas as exigências espaciais para a plena realização das tarefas. Dimensão e forma do espaço, dos equipamentos e mobiliários; fluxos de circulação e layout do mobiliário; conforto ambiental (térmico, lumínico, acústico), entre outros, devem responder as necessidades dos usuários para a execução das atividades com o máximo de conforto e segurança. (BINS-ELY) Segundo Círico (2001), “ao envolver-se a arquitetura com as contribuições da ergonomia, atribuí-se ao projeto relações antropométricas e aspectos ergonômicos que permitem alcançar uma melhor satisfação das necessidades do usuário” (CÍRICO, 2001, p. 39). Esta ciência possibilita a solução de diversos problemas relacionados à segurança, saúde, conforto e adequação dos ambientes, produzindo assim uma maior eficiência no trabalho realizado em determinado lugar. Nesta pesquisa temos o foco na configuração espacial da residência em sua relação com o bem-estar do usuário, e por isso os conceitos da ergonomia foram utilizados a fim de garantir padrões referenciais de projeto. Para avaliarmos ergonomicamente um ambiente, precisamos de um rigor dimensional, e isso nos é dado através da pesquisa bibliográfica. Em seu livro Projetando Espaços – Design de Interiores, Gurgel (2007) esboça alguns movimentos do corpo humano de acordo com as atividades a serem realizadas. A autora estabelece medidas mínimas para que as pessoas possam desempenhar suas tarefas sem comprometer o espaço ao seu redor. Figura 1 - Movimento sem obstrução (GURGEL, 2007, p. 130) 11 Figura 2 - Movimentos: abaixar, sentar no chão, abrir gavetas. (GURGEL, 2007, p. 131) É fato que a ergonomia relaciona-se também com as alturas necessárias para se desenvolver certas tarefas, como lavar roupas e louças, alcançar um produto numa prateleira alta, posicionar a televisão na linha de visão, tiver mesa e cadeira na altura adequada para sentar-se. 12 2 POR DENTRO DO ESPAÇO HABITAVÉL Desde os primórdios da civilização, até os dias de hoje, podemos constatar que boa parte do que foi construído pelo Homem foi, e ainda é projetado por profissionais ou especialistas que procuram atender as tendências e necessidades de habitação de sua época. De acordo com o conhecimento e a tecnologia de que dispunham, estes profissionais proporcionaram também grandes e monumentais obras que marcaram as diferentes épocas da história da humanidade, cujas obras foram executadas com cunho religioso ou político, e ainda que tenham sido projetadas por profissionaisextremamente competentes, os objetivos delas não era apenas o de promover o habitat humano, mas também, cultuar crenças ou demonstrar a capacidade de conhecimento e tecnologia de um determinado povo. Exemplos famosos destas obras são encontrados na história da civilização, na pré-história onde o homem cultua o sol, até as grandes obras contemporâneas, cada período, cada civilização com sua Arquitetura, com suas contribuições para a evolução da humanidade. Nas diversas partes do mundo, as construções, quando destinadas à moradia, eram e ainda hoje são voltadas para atender determinas culturas, e os materiais empregados, provém do meio ambiente próximo, e os condicionantes físicos, econômicos e climáticos, contribuem para determinar o estilo da construção. Entre estes condicionantes, o econômico, acabou por gerar uma banalidade do espaço. Le Corbusier (apud Guimaraens e Cavalcanti, 1979, p. 26), ao formular que “a casa é uma maquina de morar” não poderia imaginar até onde se estenderia a deformação da indústria de construção moderna. Basicamente ignorando na maior parte das vezes a base emocional e criativa da Arquitetura, a especulação imobiliária optou pelo predomínio do fator econômico, ao construir um maior número de unidades pelo menor preço, mesmo que esta equação implique em uma decadência da qualidade de vida dos moradores (Guimaraens e Cavalcante, op. Cit). A evolução humana trouxe novas técnicas de projetar e construir, e esta mesma evolução também transformou os hábitos dos seres humanos, bem como impôs novas necessidades e costumes. 13 2.1 O espaço habitável Podemos dizer que são vários os espaços construídos pelo e para o homem, um espaço cultural, um espaço de lazer ou mesmo um espaço de trabalho, são exemplos de espaços construídos, e embora todos eles sejam habitáveis, é no espaço destinado à moradia dos seres humanos que vamos encontrar onde o usuário apropria o espaço, transforma-o como as suas necessidades, buscando encontrar sua identidade, fazendo prevalecer o seu direito à privacidade e ao convívio familiar. O espaço de trabalho, muito importante para a realização humana, onde consagramos todos os dias, as horas mais belas de sol, e isso durante os grandes anos de maturidade e vigo: dos quinze aos cinquenta e cinco anos (Le Corbusier, 1964), dá lugar, neste estudo, ao espaço habitável, onde o usuário convive e se relaciona com os mais próximos da família, onde passa em torno dois terços de sua vida, e embora possa executar neste espaço, inúmeras tarefas, a maioria delas está voltada para o lazer e repouso. Para melhor compreendermos o termo habitável, encontramos a citação de Heidegger (apud Malard, 1993, p. 360) onde “habitar é cuidar, portanto é um processo sem fim de construir, arranjar, arrumar, modificar, cuidar e embelezar os lugares”. Nesse processo, o homem se apropria dos espaços humanizando-os, modificando-os para dotá-los de sua própria natureza. Humanizar espaços significa torná-los adequados ao uso dos humanos; torná-los apropriados e apropriáveis. Apropriação envolve a interação recíproca usuário/espaço, na qual o usuário age no sentido de moldar os lugares segundo suas necessidades e desejos (Malard op. Cit). 14 2.2 O reflexo nos seus moradores É na habitação, um conjunto de espaços, onde encontramos grandes reflexos nos seus usuários. Estes reflexos são frutos do convívio entre moradores de diferentes faixas etárias que habitam o mesmo espaço, até a contínua evolução das necessidades destes usuários, quer seja esta evolução imposta pela sociedade, meio ambiente, ou ainda pela evolução humana ou tecnológica. Na variação das diferentes faixas etárias, observamos o rápido crescimento das crianças, desenvolvendo uma tendência de relacionamento social, necessitando mais espaços para estudo e lazer, depois encontramos a faixa etária dos adolescentes, que ao atingirem a fase adulta, procuram o seu próprio espaço habitacional, quer para conquistar independência, quer constituindo nova família, o que inevitavelmente gera vazios na habitação de origem. A seguir, encontramos a faixa etária dos pais, alguns transformando algum espaço da habitação em escritório, e por fim, a faixa etária dos idosos que, na aposentadoria, acabam confiscando espaços para ginástica ou nova atividade com cunho de terapia ocupacional. Com imposições oriundas do meio ambiente, temos o crescimento urbano, que pode alterar o entorno, que por construções de grande porte, criando barreiras na insolação e ventilação, até as ocasionadas pelas alterações no sistema viário, com aumento significativo de tráfego, com o aumento da poluição sonora. Nas imposições oferecidas pela tecnologia, temos a constante evolução dos equipamentos de áudio e vídeo, transformando salas em verdadeiros cinemas domésticos, ou ainda nos recursos oferecidos pelo micro ondas ou lava-louças. A própria facilidade e propagação do computador pessoal, a internet, as televisões por assinatura têm transformado as necessidades humanas, promovendo mudanças no estilo de vida, e por consequência, exigindo o remanejamento para criação de novos espaços dentro da habitação. 15 2.3 Danos causados quando não atendem necessidades Para aperfeiçoar do estado de uso de cada ambiente, é preciso levar em considerações os seguintes aspectos: a. As áreas de circulação devem estar claramente destacadas das áreas funcionais. b. As aberturas de portas devem ser locadas de forma a não dificultar e impedir o uso adequado de cada ambiente. c. As aberturas, principalmente de janelas, devem estar locadas de tal forma que permita distribuir o mobiliário sem dificultar o acesso a elas. De forma geral, as necessidades de espaço que usuário gera, varia conforme evolui sua vida. Quando o usuário não tem atendido alguma de suas necessidades de espaço, podem ocorrer danos à saúde física causada por falta de conforto, onde o corpo não consegue o necessário repouso, ou ainda por acidentes domésticos causados pelo conflito na distribuição dos moveis em espaços diminuídos. 16 3 A ERGONOMIA COMO FERRAMENTA DE APOIO À ARQUITETURA A ergonomia se relaciona com a arquitetura, como se pretende demonstrar nesse trabalho, é que a arquitetura, utilizando os conceitos da ergonomia, agrega informações que irão contribuir para um melhor resultado nos projetos. Tanto se tratando da concepção e realização de construções industriais, comerciais e administrativas, quanto de locais de habitação, se o profissional pretende realizar uma construção adaptada às atividades humanas que aí serão exercidas, ele deve recorrer aos conhecimentos da ergonomia, cujas contribuições abrangem essencialmente os espaços de trabalho e o meio ambiente físico (Laville, 1977). 3.1 Relação entre arquitetura e ergonomia Em uma das relações com a Arquitetura, sugere-se que intervenções ergonômicas sejam enriquecidas por um tipo de analise que considere o objeto arquitetônico como um fator que envolve e interage com o homem, compondo, juntamente com outros fatores a situação real na quais determinadas atividades são desenvolvidas. (Almeida, 1997). “Numa pequena abordagem da concepção ergonômica segundo dois pontos de vista; fatores humanos e atividade, onde no primeiro temos as características e limites dos usuários, e no segundo temos a análise da atividade, podemos aplicar as relações antropométricas para definir, por exemplo, as dimensões de uma cabine, e as relações perceptivas para definir a mesa de comando” (Montmollin, 1995, p. 75). No espaço habitável, as relações antropométricaspoderão determinar, entre outras, as dimensões da sala de jantar, com as distâncias necessárias que comportaram a mesa, as cadeiras, o espaço necessário para que se afaste a cadeira da mesa para alguém sentar, e ainda a passagem entre esta cadeira com este alguém sentado, e a parede para que outra pessoa possa circular. Da mesma forma, estas relações antropométricas poderão ser aplicadas a todos os espaços que compõem um imóvel residencial. 17 3.2 Aplicação da Ergonomia na Arquitetura Por esta íntima relação com a arquitetura deve-se aplicar a ergonomia já na fase do projeto onde se ordena o espaço. Desta forma, pode-se induzir ao processo de projeto de arquitetura, qualidade não apenas na confecção do projeto propriamente dito, mas também na usabilidade do imóvel gerado por este projeto com respeito às considerações ergonômicas. A aplicação da ergonomia ao projeto do produto faz-se com frequência nos aspectos relacionados ao uso do produto. Pode-se assim, dizer que a ergonomia do produto é em geral a ergonomia para o usuário (Menezes, 1993). Ao considerar-se o produto nesta definição de Menezes, como o resultado do que foi criado pelo projeto arquitetônico, ter-se à o espaço a ser utilizado pelo homem, que quando o utiliza para sua habitação, pode-se defini-lo de espaço habitável. Então, a arquitetura e a ergonomia deste espaço habitável, também é a arquitetura e a ergonomia para o usuário. 18 4 ESPAÇOS INTERIORES, PADRÕES REFERENCIAIS BÁSICOS DE PROJETO RESIDENCIAL. Considerando os exemplos encontrados em nosso país, vários são os espaços que compõem uma habitação, desde a mais simples, composta de um quarto, um banheiro, uma sala e uma cozinha, com um tanque de lavar roupa do lado de fora, até as mais complexas, com várias suítes, salas de cinema, bibliotecas, escritórios, bar, áreas de serviço com dependências para empregados, amplas garagens, áreas de lazer, varandas, piscinas e muitos outros espaços que agregam conceitos e valores para a habitação. Alguns destes espaços não atendem diretamente ao princípio de habitar, como a garagem que abriga o automóvel, ou a piscina que atende também ao lazer, e que mesmo sendo dispensáveis, contribuem com a qualidade e conforto das habitações. Outro fator que faz crescer a qualidade das habitações está relacionado às dimensões dos espaços, onde esta qualidade encontra seu ponto crítico nas reduzidas dimensões das habitações. Neste caos torna-se necessário aperfeiçoar a utilização destes espaços para melhorar a qualidade dos imóveis. Como exemplo pode-se observar a utilização dos espaços superiores à cabeça, ou ainda, utilizar um mesmo espaço para mais de uma função. A seguir, apresentam-se os espaços habitacionais mais comuns, com as dimensões humanas e o espaço em termos das funções mais importantes a serem atendidas. 19 4.1 Áreas de estar As várias atividades e mobiliários, geralmente associados com espaços de estar, resultam em muitos níveis de interface entre o usuário e os componentes físicos do espaço. O mais óbvio é a interface entre o usuário e cadeiras ou sofás. A circulação em volta dos assentos deve acomodar a largura corporal máxima; a colocação de uma mesa de centro, próxima às cadeiras, deve atender às dimensões humanas de alcance; a altura de um quadro deve ser determinada em relação à altura dos olhos. Pode-se observar nas figuras 3 e 4 a relação entre dimensões masculinas e femininas em um sofá, de modo a determinar quanto espaço se necessita. Nesse caso, as medidas antropométricas de maior interesse são largura máxima e comprimento. Figura 3 - Sofás / Usuários do sexo masculino (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 134). 20 Figura 4 - Sofás / Usuários do sexo feminino (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 134). Essas informações devem ser utilizadas de apoio na execução de projetos preliminares de espaços de estar. Em locais onde o uso é misto, devem ser utilizadas as maiores dimensões. A figura 5 examina a relação das dimensões em relação a poltronas, de modo a determinar o espaço que se necessita. Figura 5 - Área de estar em canto / Adultos, sexo masculino e feminino. (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 135). 21 Já a figura 6 sugere espaços para uma circulação confortável em relação a áreas de estar em cantos. A medida antropométrica mais importante é a largura e, uma vez que a necessidade de espaço livre está envolvida, devem ser utilizados os dados relativos às pessoas de maiores dimensões. Figura 6 - Área de estar em canto com circulação (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 135). As figuras 7 e 8 trabalham com os espaços livres mais importantes em áreas de estar. A figura 7 se baseia em uma disposição entre a parte frontal do assento e a mesa de centro, este espaço limitado pode ocasionar algum contato corporal ou um desvio lateral do corpo para acesso local. Do ponto de vista antropométrico ele atende o alcance corporal do indivíduo, permitindo que a pessoa sentada tenha acesso à mesinha sem levantar-se do assento. 22 Figura 7 - Espaços livres em áreas de estar (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 136). Já a figura 8 ilustra uma disposição que permitiria uma circulação tranquila com o corpo voltado à frente. No entanto, o espaço livre indicado para permitir esta circulação impediria o indivíduo, ou pelo menos a maioria deles, de alcançar a mesa de centro quando sentado. Figura 8 - Relação entre espaços livres nas áreas de estar (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 136). Dada a possibilidade de escolha entre circulação livre em frente ao assento e acomodação do alcance do indivíduo sentado, recomenda-se o menor espaço livre. 23 A figura 9 sugere um espaço livre para uma cadeira reclinável, incluindo banqueta de apoio para os pés. A medida mais importante na definição deste espaço é o comprimento nádega-perna do usuário. Deve-se observar ainda que a altura do apoio para os pés está em função da altura do assento e deverá ser mais baixa que a altura da cadeira. Figura 9 - Cadeira reclinável com apoio para os pés para homens e mulheres (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 136). As figuras de 10 e 11 ilustram a relação entre as dimensões humanas e o acesso a locais altos e baixos, em áreas de estar. Figura 10 - Estante e armário, alcance masculino e feminino. (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 137). 24 A configuração do mobiliário abordado não pretende ser uma ilustração realista de qualquer elemento ou móvel, mas sim uma representação geral daquilo encontrado nas residências. Figura 11 - Bar suspenso, alcance masculino e feminino. (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 137). 25 4.2 Áreas de refeições Analisando o relacionamento entre as dimensões humanas e os espaços de alimentação, os dados que mais interessam são os espaços livres em volta da mesa e o número de pessoas que ela acomoda. O espaço livre entre a borda da mesa e qualquer elemento de obstrução física, deve pelo menos considerar dois fatores: o espaço ocupado pela cadeira e a largura de uma pessoa ao circular. Para determinar o tamanho da mesa, recomenda-se sua visualização formada por duas zonas, individual ótima e mínima. A zona individual ótima de acesso à mesa pode ser visualizada como um retângulo de 76,2 x 45, 7 centímetros, e a zona mínima de 61 por 40,6 centímetros. A zona de acesso comum representa o espaço da mesa para acomodar pratos de servir, elementos decorativos, etc. Podemos observar essa disposição na figura 12 ilustra.Figura 12 - Zona individual ótima e mínima (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 140). As figuras 13 e 14 ilustram dimensões de mesas em termos de valores mínimos e ótimos de zona individual. A figura 13 ilustra as áreas individuais dispostas ao redor do canto de uma mesa. 26 Figura 13 - Largura ótima e mínima da mesa (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 141). Já a figura 14 ilustra uma mesa para seis pessoas com base nas áreas mínimas. Deve--se observar que a área da sala também influencia as dimensões da mesa. Figura 14 - Mesa retangular, comprimento e largura mínimos / seis lugares. (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 141). 27 Na figura 15 aplica a zona individual de área ótima em uma mesa retangular formal para seis pessoas. Figura 15 - Mesa retangular / comprimento e largura ótima seis lugares (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 142). A figura 16 mostra uma mesa quadrada para quatro pessoas. Embora a largura e a profundidade das zonas individuais de acesso à mesa sejam as mesmas de mesas retangulares, sua configuração angular reduz a área de forma significativa. 28 Figura 16 - Café da manhã / Mesa de cozinha / Quatro lugares (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 142). A figura 17 ilustra uma mesa redonda para quatro pessoas, com diâmetro de 91,4 centímetros, e os espaços necessários ao seu redor. Observa-se que os locais individuais e os respectivos espaços são bastante restritos e a zona de acesso comum é pequena demais para acomodar qualquer serviço. Figura 17 - Mesa redonda de cozinha / Quatro lugares 91,4 cm de diâmetro (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 143). 29 Na figura 18 a mesa de 121,9 centímetros de diâmetro funciona de forma adequada para quatro pessoas. A zona individual de refeição é suficiente para acomodar os acessórios usuais e ainda os cotovelos. Embora a zona central de acesso comum seja restrita, ela propicia muito mais espaço que a mesa da figura 17. Figura 18 - Mesa redonda / Quatro lugares 121,9 cm de diâmetro / disposição mínima (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 143). A figura 19 mostra uma mesa redonda de 182,9 centímetros de diâmetro, para oito pessoas sentadas, com base na zona individual mínima. Embora a profundidade efetiva dessa zona seja menor do que aquela da disposição ótima, a zona de acesso comum é maior. 30 Figura 19 - Mesa redonda / Oito lugares 182,9 cm de diâmetro / zona individual mínima (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 145). Na figura 20 ilustra o espaço livre sugerido para acesso de cadeira de rodas à mesa de jantar e o espaço exigido por uma pessoa em pé, arrumando ou preparando a comida a ser servida. Figura 20 - Espaço necessário entre mesa e aparador (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 145). 31 A relação da cadeira com a mesa de refeições é outro aspecto muito importante a ser analisado. A figura 21 essa relação, que se refere às diversas posições da cadeira durante uma refeição e os espaços livres envolvidos. A altura da cadeira deve permitir que os pés ficassem bem apoiados no chão. Figura 21 - Espaço livre mínimo para cadeira / Sem circulação (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 146). Na figura 22 indica que para haver- espaço livre suficiente para a passagem de um indivíduo, a mesa deve estar a cerca de 121,9 a 152,4 centímetros da obstrução. Figura 22 - Espaço livre mínimo atrás da cadeira (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 146). 32 A altura adequada de luminária pendente sobre uma mesa de refeições deve ser definida com base nas dimensões humanas de modo a não impedir a obstrução visual. A figura 23 mostra a relação da luminária e a mesa com duas pessoas, uma mais alta que a outra. A solução ideal é que a altura da luminária seja regulada de acordo com preferências pessoais, a informação no desenho é útil para fixação de parâmetros iniciais de altura como base para uma proposta preliminar de projeto. Figura 23 - Largura mínima para área de refeição (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 147). A figura 24 mostra informações adicionais de espaços livres e sugere uma distância mínima de 152,4 centímetros entre a mesa e a parede, para permitir a circulação confortável de uma pessoa, estando à cadeira a uma distância razoável da mesa. 33 Figura 24 - Espaço livre mínimo atrás de cadeira afastada da mesa (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 147). 34 4.3 Dormitórios Embora o relacionamento entre a cama e as dimensões humanas sejam nestes espaços o mais óbvio, não se podem ignorar alguns elementos nas considerações antropométricas, como se há espaço suficiente em volta da cama, espaço livre adequado para circulação, etc. A figura 25 ilustra variações de camas de casal e de solteiro. As figuras não devem ser entendidas literalmente, pois pretendem simplesmente permitir uma avaliação do espaço requerido pelo ser humano em relação à cama. Os espaços livres indicados até as bordas da cama também pretendem dar uma ideia da relação entre camas existentes e a dimensão corporal. Figura 25 - Camas de solteiro e de casal (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 150). A relação entre as linhas de visibilidade e o peitoril é essencial se a garantia de visuais para o exterior for um dos objetivos do projeto. A figura 26 mostra a 35 relação entre a altura dos olhos de um indivíduo sentado, de pé e deitado em relação a alturas variadas de peitoris. Figura 26 - Quartos / Vista e ângulos de visibilidade (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 150). A figura 27 ilustra os espaços de circulação sugeridos entre camas de solteiro, recomenda-se um mínimo de 91,4 centímetros. Figura 27 - Duas camas de solteiro / Espaços livres e dimensões (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 151). 36 Como indicado na figura 28, um espaço de 116,8 a 157,5 centímetros deve ser suficiente para acomodar o usuário quando de joelhos, além da projeção de uma gaveta aberta. Se for necessário deixar espaço para circulação, este deve em cerca de 76,2 centímetros. Figura 28 - Cama de solteiro / Espaços livres e dimensões (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 151). As figuras 29 e 30 trabalham com espaços exigidos em relação a escrivaninhas e penteadeiras. A figura 29 mostra o espaço mínimo sugerido entre a escrivaninha e a cama ou outra obstrução, que seria de 61 a 71,1 centímetros, desde que não exista necessidade de circulação. Para acomodar tanto a circulação quanto as atividades desta escrivaninha ou penteadeira, necessita-se de um espaço entre 106,7 a 116,8 centímetros. 37 Figura 29 - Espaço mínimo escrivaninha (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 153). A figura 30 mostra o espaço vertical entre a superfície da cadeira e a parte inferior da mesa e o piso, bem como a distância do topo da mesa até o piso. Figura 30 - Dimensões para escrivaninha (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 153). Já a figura 31 mostra o espaço necessário entre uma cômoda e a cama. 38 Figura 31 - Espaço livre cama e cômoda (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 153). Beliches são uma forma de economizar espaço, sobretudo onde o número ou tamanho dos quartos é limitado. Embora existam vários tipos de beliche no mercado, em muitos casos é necessário um projeto especial, em função do espaço interno do quarto. A figura 32 mostra o espaço vertical necessário para acomodar um adulto. Figura 32 - Beliches para adultos / Elevação frontal (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 154). 39A figura 33 mostra que é necessário um espaço livre horizontal de 116,8 a 157,5 centímetros, para um acesso confortável ao gaveteiro da cama inferior. Figura 33 - Beliche para adultos / Elevação lateral (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 154). Na figura 34 mostra o espaço livre vertical necessário para crianças. A medida antropométrica crítica a ser analisada é a altura quando sentado. A altura da cama superior deve ser estabelecida como o mínimo necessário para acomodar a altura de uma criança sentada na cama inferior, de modo que o uso da escada seja apenas o necessário. Figura 34 - Beliche para crianças / Elevação lateral (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 155). 40 A figura 35 mostra o espaço vertical necessário em guarda-roupas masculinos ou femininos. Sempre que possível, as prateleiras devem ser colocadas ao alcance do usuário. Qualquer prateleira muito alta deve ser usada, sobretudo para objetos de uso eventual. O espaço livre entre a prateleira e o cabideiro deveria permitir um manuseio confortável dos cabides. Já na figura 36 pode se observar a disposição de closets. Figura 35 - Guarda-Roupa masculino e feminino (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 156). Figura 36 - Quarto de vestir (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 156). 41 4.4 Cozinhas A altura de uma bancada de trabalho de cozinha, os espaços livres adequados para circulação entre armários ou eletrodomésticos, o acesso a armários altos e a visibilidade adequada estão entre as principais reflexões de um projeto de cozinha. Tudo deverá atender às dimensões do usuário para maio conforto e bem- estar. A figura 37 ilustra alguns dos espaços horizontais básicos exigidos em uma cozinha. Figura 37 - Bancadas apoiadas em armários / Espaços livres (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 158). Já a figura 38 lida com distâncias verticais. As prateleiras do armário superior devem sempre estar dentro do alcance do usuário 42 Figura 38 - Comparações entre alcances em armários altos (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 158). Na figura 39 mostra algumas das mais importantes distâncias horizontais e verticais em um balcão utilizado para café da manhã. Para um espaçamento confortável entre as pessoas deve-se garantir uma distância de 76,2 centímetros, além disso, a altura do balcão em geral é de 91,4 centímetros e exige que os banquinhos tenham apoios para os pés. Figura 39 - Bancado e balcão (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 159). 43 A figura 40 mostra uma bancada de trabalho com o usuário em pé, no qual o perímetro externo é defino pela medida de alcance frontal do usuário. A área crítica da bancada, constitui a área de trabalho imediata diretamente em frente o usuário de fácil e confortável acesso, com pouco ou nenhum movimento lateral dos braços. A superfície de trabalho na bancada é limitada somente pela capacidade de alcance do usuário. Figura 40 - Centro de mistura e preparo (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 159). Na figura 41 mostra as distâncias horizontais envolvidas nas proximidades de uma lavadora de louça. Já a figura 42 mostra um corte na mesma área. Figura 41 - Área da pia (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 160). 44 Figura 42 - Área da pia (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 160). As figuras 43 e 44 tratam principalmente das dimensões verticais de geladeiras na cozinha. Figura 43 - Geladeiras / Localização típicas (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 161). 45 Figura 44 - Geladeiras / Localização proposta (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 161). Já as figuras 45 e 46 ilustram os espaços livres relativos às atividades de forno e fogão. A figura 45 indica uma distância mínima entre eletrodomésticos, estas medidas antropométricas são exemplificadas na figura 46. Figura 45 - Área de forno e fogão (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 162). 46 Figura 46 - Área de forno e fogão (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 162). 47 4.5 Banheiros São nos espaços dos banheiros, onde mais se deve considerar a relação das dimensões humanas com as tarefas e os equipamentos. Como exemplo, temos que arquitetos, construtores e usuários devem se preocupar com a altura do piso ao lavatório. O arquiteto que especifica esta altura no seu projeto ou caderno de especificações, baseado em relações antropométricas, está incorporando legitimidade ao projeto. Os arquitetos devem observar a antropométrica como valiosa ferramenta de auxilio nos projetos onde a relação usuário e objetos são mais diretos como é o caso dos espaços dos banheiros. Na figura 47 aborda, principalmente, alguns dos pontos mais críticos da antropométrica masculina, onde se sugere um lavatório da ordem de 94 a 109,2 centímetros de altura para acomodar a maior parte dos usuários. Além disso, para definir a localização exata dos espelhos acima dos lavatórios, deve-se levar em conta a altura dos olhos. Figura 47 - Lavatórios / Análises antropométricas masculinas (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 165). Já a figura 48 explora as análises antropométricas relativas a mulheres e crianças. Em função da grande variedade nas dimensões corporais dentro de uma 48 mesma família, há que se ter bom senso para definição da melhor altura do lavatório. Figura 48 - Lavatórios / Análises antropométricas femininas e infantis (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 165). Na figura 49 sugere uma zona de atividade entre a frente do vaso até a obstrução mais próxima, de pelo menos 61 centímetros. Os acessórios em frente ou ao lado do usuário devem estar dentro de sua capacidade de alcance e devem ser levadas em conta, as medidas de alcance lateral de braço e frontal, na localização antropométrica desses intens. O desenho do ilustra, de forma similar, algumas das exigências antropométricas sugeridas para uma instalação típica. Figura 49 - Vaso sanitário (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 166). 49 Quanto ao do Box de chuveiro, o tamanho pode variar dependendo do nível de conforto desejado, embora a segurança seja outro fator muito importante a ser analisado. Vale observar que o ponto de fixação do chuveiro sempre deve ficar dentro da medida de alcance de um adulto. Figura 50 - Distâncias mínimas para Box (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 167). Em locais onde o Box é utilizado também por crianças, sugere se um chuveiro adaptável de modo a colocá-lo ao alcance da criança, conforme figura 51. Figura 51 - Box / Espaços livres e alcances (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 167). 50 A figura 52 ilustra algumas das distâncias mínimas necessárias para uma combinação chuveiro/banheira. As dimensões relativas ao chuveiro são similares àquelas indicadas anteriormente. As torneiras da banheira de-vem estar ao alcance do usuário em posição sentada. Figura 52 - Chuveiro / Banheira (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 168). Na figura 53 ilustra o usuário permanecer relaxado por longos períodos, o comprimento da superfície inferior da banheira deve ser semelhante ao comprimento usuário de maneira que permita que os pés fiquem apoiados contra a parede da banheira e atuem como freios, impedindo o corpo de escorregar sob a água. Figura 53 - Banheira / Indivíduo reclinado e relaxado (PANERO e ZELNIK, 2008, p. 168). 51 Já a figura 54 indica que uma banheira de 101,6 a 111,8 centímetros de largura pode acomo-dar duas pessoas ao mesmo tempo. Figura 54 - Banheira simples ou dupla (PANEROe ZELNIK, 2008, p. 168). 52 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante dos dados expostos, conclui-se que a ergonomia é ferramenta fundamental para o design de interiores e arquitetura, e pode trabalhar desde a formalização das ideias a conceituação do trabalho, para o conforto ambiental e funcionalidade do layout. É necessário pensar em absolutamente em tudo, para que a demanda do corpo de cada usuário seja respeitada e que aproveite do conforto, da praticidade, da usabilidade, da funcionalidade e da estética do ambiente. Em um espaço é preciso tirar proveito dos seus pontos fortes e tentar anular ou amenizar os pontos fracos. O mercado atual necessita dessas adequações e utilização de padrões para garantir a segurança dos seus usuários. Nesses termos, o conhecimento dos conceitos e padrões básicos da Ergonomia e da Antropometria tornam-se muito importantes na elaboração do projeto. Um projeto bem desenvolvido tira vantagens das capacidades humanas, considera limitações e amplifica os resultados. Portanto, as práticas e conhecimentos ergonômicos possibilitam que o trabalho seja bem dimensionado, otimizando sua eficácia ao mesmo tempo em que permite que as pessoas desenvolvam suas atividades em condições mais favoráveis à sua saúde e à prevenção. A linha de raciocínio que deve manter-se bem clara em relação aos processos ergonômicos é de que é o ser humano que deve adaptar-se ao ambiente construído, mas o ambiente que precisa adaptar-se às condições de cada ser humano. Espera-se com este trabalho ter contribuído, ainda que de forma singela, aos estudos na área da habitação, fornecendo ferramentas que permitam aos designers e arquitetos avaliarem os espaços e analisá-los criticamente a fim de obterem u bom resultado. Além dos conhecimentos técnicos, a análise crítica quanto à produção habitacional também se faz necessária. É preciso sempre trazer ao centro das discussões o interior residencial, não só quantitativamente, mas também qualitativamente, observando o programa de necessidades que de fato satisfaz a família e atende de maneira adequada os padrões de conforto mínimo. Esta pesquisa está longe de ser concluída, pretendendo-se apenas ser o pontapé inicial para referencias ergonômicas em projetos residenciais, uma vez que a área em questão necessita de estudos mais profundos e relevantes. 53 REFERÊNCIAS ABERGO. O que é ergonomia: Associação Brasileira de Ergonomia. Disponível em: <http://www.abergo.org.br/internas.php?pg=o_que_e_ergonomia>. Acesso em: 02 mar. 2019. BINS-ELY, V. H. M. Fundamentos da Ergonomia e da Psicologia Ambiental. Florianópolis: Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo. CÍRICO, L. A. Por dentro do espaço habitável: uma avaliação ergonômica de apartamentos e seus reflexos nos usuários. Dissertação de Mestrado. Florianópolis: Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, 2001. GURGEL, M. Projetando espaços: guia de arquitetura de interiores para áreas residenciais. 5ª. ed. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2002. GURGEL, M. Projetando Espaços: design de interiores. 4ª. ed. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2007. NEUFERT, P. Arte de projetar em arquitetura. Tradução de Benelisa Franco. 17ª. ed. Barcelona: Gustavo Gili, 2004. PRONK, E. Dimensionamento em arquitetura. 7ª. ed. João Pessoa: Editora Universitária UFPB, 2003. 56 p. SZÜCS, C. P. et al. Habitação Social: uma visão projetual. IV Colóquio de Pesquisas em Habitação. Belo Horizonte: [s.n.]. 2007. PANERO, Julius; ZELNIK, Martin. Dimensionamento humano para espaços interiores: Um livro de consulta e referência para projetos. Barcelona: Gustavo Gili, 2008. 320 p. (4ª impressão). Tradução de Anita Regina Di Marco.
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