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Ergonomia Caracterização de Ambientes Residenciais

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Prévia do material em texto

CENTRO PAULA SOUZA 
ETEC JOSÉ MARTIMIANO DA SILVA 
Técnico em Design de Interiores 
 
 
 
 
 
 
Caroline Iara Puga 
Jonathan Junio Santiago da Silva 
 
 
 
 
 
 
ERGONOMIA 
Caracterização de Ambientes Residenciais 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIBEIRÃO PRETO 
2019 
 
 
Caroline Iara Puga 
Jonathan Junio Santiago da Silva 
 
 
 
 
 
 
ERGONOMIA 
Caracterização de Ambientes Residenciais 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado à disciplina 
Ergonomia do Curso Técnico em Design 
de Interiores da ETEC José Martimiano 
da Silva, orientado pelo Prof. Cesar 
Ricardo Danezi e Joseane Aparecida 
Ipolito, entregue em 08 de março de 
2019. 
 
 
 
 
 
 
 
Ribeirão Preto 
2019 
 
 
RESUMO 
 
Este trabalho tem como objetivo realizar uma abordagem em relação aos 
estudos de ergonomia com foco nos espaços interiores residenciais, padrões 
referenciais básicos de projetos. Visa identificar as interferências da configuração 
espacial dos ambientes no bem-estar do usuário a partir de uma análise 
ergonômica. Além de um levantamento teórico dos temas mencionados até então, 
um dos principais objetivos é demonstrar de maneira sistêmica a importância e 
relação da ergonomia, com o processo de criação, estabelecendo referenciais 
espaciais de ambientes. A intenção é demonstrar sua importância e seu beneficio na 
elaboração do projeto, defendendo a ideia de relacionar os dados básicos da 
antropométrica às necessidades específicas do designer e do arquiteto. As 
verificações realizadas sobre este objeto contempla como a ergonomia é essencial 
na concepção do projeto eficaz. Desta maneira, os resultados indicam extrema 
importância e relevância do uso apropriado da ergonomia nos ambientes, onde, os 
reais beneficiários finais serão os usuários. 
 
Palavras-chave: Ergonomia. Arquitetura. Ambientes. Residência. 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This work aims to carry out an approach to ergonomics studies focusing on 
residential interior spaces, basic reference standards projects. Aims to identify the 
interference of the spatial configuration of the environments in the well-being of the 
user from an ergonomic analysis. In addition to a theoretical survey of the themes 
mentioned so far, one of the main goals is to demonstrate systemically the 
importance and relationship of ergonomics, with the process of creating, establishing 
benchmarks of spatial environments. The intention is to demonstrate your importance 
and your benefit in drawing up the project, defending the idea of relating the basic 
anthropometric data to the specific needs of the designer and architect. The checks 
performed on this object includes as ergonomics is essential in the design of effective 
design. In this way, the results indicate extreme importance and relevance of the 
proper use of ergonomics in environments where the real beneficiaries will be the 
end users. 
 
Keywords: Ergonomics. Architecture. Environments. Residence. 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1 - Movimento sem obstrução ........................................................................ 10 
Figura 2 - Movimentos: abaixar, sentar no chão, abrir gavetas. ................................ 11 
Figura 3 - Sofás / Usuários do sexo masculino ......................................................... 19 
Figura 4 - Sofás / Usuários do sexo feminino ............................................................ 20 
Figura 5 - Área de estar em canto / Adultos, sexo masculino e feminino. ................. 20 
Figura 6 - Área de estar em canto com circulação .................................................... 21 
Figura 7 - Espaços livres em áreas de estar ............................................................. 22 
Figura 8 - Relação entre espaços livres nas áreas de estar ..................................... 22 
Figura 9 - Cadeira reclinável com apoio para os pés para homens e mulheres ........ 23 
Figura 10 - Estante e armário, alcance masculino e feminino. .................................. 23 
Figura 11 - Bar suspenso, alcance masculino e feminino. ........................................ 24 
Figura 12 - Zona individual ótima e mínima............................................................... 25 
Figura 13 - Largura ótima e mínima da mesa ............................................................ 26 
Figura 14 - Mesa retangular, comprimento e largura mínimos / seis lugares. ........... 26 
Figura 15 - Mesa retangular / comprimento e largura ótima seis lugares .................. 27 
Figura 16 - Café da manhã / Mesa de cozinha / Quatro lugares ............................... 28 
Figura 17 - Mesa redonda de cozinha / Quatro lugares 91,4 cm de diâmetro ........... 28 
Figura 18 - Mesa redonda / Quatro lugares 121,9 cm de diâmetro / disposição 
mínima ...................................................................................................................... 29 
Figura 19 - Mesa redonda / Oito lugares 182,9 cm de diâmetro / zona individual 
mínima ...................................................................................................................... 30 
Figura 20 - Espaço necessário entre mesa e aparador ............................................. 30 
Figura 21 - Espaço livre mínimo para cadeira / Sem circulação ................................ 31 
Figura 22 - Espaço livre mínimo atrás da cadeira ..................................................... 31 
Figura 23 - Largura mínima para área de refeição .................................................... 32 
 
 
Figura 24 - Espaço livre mínimo atrás de cadeira afastada da mesa ........................ 33 
Figura 25 - Camas de solteiro e de casal .................................................................. 34 
Figura 26 - Quartos / Vista e ângulos de visibilidade ................................................ 35 
Figura 27 - Duas camas de solteiro / Espaços livres e dimensões ........................... 35 
Figura 28 - Cama de solteiro / Espaços livres e dimensões ...................................... 36 
Figura 29 - Espaço mínimo escrivaninha .................................................................. 37 
Figura 30 - Dimensões para escrivaninha ................................................................. 37 
Figura 31 - Espaço livre cama e cômoda .................................................................. 38 
Figura 32 - Beliches para adultos / Elevação frontal ................................................. 38 
Figura 33 - Beliche para adultos / Elevação lateral ................................................... 39 
Figura 34 - Beliche para crianças / Elevação lateral ................................................. 39 
Figura 35 - Guarda-Roupa masculino e feminino ...................................................... 40 
Figura 36 - Quarto de vestir....................................................................................... 40 
Figura 37 - Bancadas apoiadas em armários / Espaços livres .................................. 41 
Figura 38 - Comparações entre alcances em armários altos .................................... 42 
Figura 39 - Bancado e balcão ................................................................................... 42 
Figura 40 - Centro de mistura e preparo ................................................................... 43 
Figura 41 - Área da pia .............................................................................................. 43 
Figura 42 - Área da pia .............................................................................................. 44 
Figura 43 - Geladeiras / Localização típicas............................................................. 44 
Figura 44 - Geladeiras / Localização proposta .......................................................... 45 
Figura 45 - Área de forno e fogão ............................................................................. 45 
Figura 46 - Área de forno e fogão ............................................................................. 46 
Figura 47 - Lavatórios / Análises antropométricas masculinas ................................. 47 
Figura 48 - Lavatórios / Análises antropométricas femininas e infantis ..................... 48 
Figura 49 - Vaso sanitário ......................................................................................... 48 
 
 
Figura 50 - Distâncias mínimas para Box .................................................................. 49 
Figura 51 - Box / Espaços livres e alcances .............................................................. 49 
Figura 52 - Chuveiro / Banheira ................................................................................ 50 
Figura 53 - Banheira / Indivíduo reclinado e relaxado ............................................... 50 
Figura 54 - Banheira simples ou dupla ...................................................................... 51 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 9 
2 POR DENTRO DO ESPAÇO HABITAVÉL ........................................................ 12 
2.1 O espaço habitável....................................................................................... 13 
2.2 O reflexo nos seus moradores ..................................................................... 14 
2.3 Danos causados quando não atendem necessidades ................................. 15 
3 A ERGONOMIA COMO FERRAMENTA DE APOIO À ARQUITETURA ........... 16 
3.1 Relação entre arquitetura e ergonomia ........................................................ 16 
3.2 Aplicação da Ergonomia na Arquitetura ....................................................... 17 
4 ESPAÇOS INTERIORES, PADRÕES REFERENCIAIS BÁSICOS DE 
PROJETO RESIDENCIAL. ....................................................................................... 18 
4.1 Áreas de estar .............................................................................................. 19 
4.2 Áreas de refeições ....................................................................................... 25 
4.3 Dormitórios ................................................................................................... 34 
4.4 Cozinhas ...................................................................................................... 41 
4.5 Banheiros ..................................................................................................... 47 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 52 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 53 
 
 
9 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Há muito tempo se tem estudado a questão humana para espaços com 
funções diversificadas. A cada dia a adequação dos espaços vem se aprimorando, 
com isso surge à preocupação com a satisfação do usuário, o que é levado em 
conta não só a arquitetura, mas a ergonomia dos ambientes. 
A ergonomia objetiva modificar os sistemas de trabalho para adequar à 
atividade nele existente, às características, habilidades e limitações das pessoas 
com vista ao seu desempenho eficiente, confortável e seguro, porém, seus estudos 
são iniciais e, em consequência, também sua aplicabilidade nos projetos. Esse 
quadro pode mudar com a valorização desse conceito e dos profissionais da área 
que se preocupam com o bem-estar físico, emocional e psicológico das pessoas. 
Sendo assim, devido à amplitude do tema Ergonomia, este trabalho abordará 
a análise de alguns conceitos físicos e ambientais e bem como as peculiaridades 
das condições ergonômicas, com o intuito de melhorar o desempenho e bem-estar 
das pessoas nos ambientes residenciais. 
Segundo a professora Vera Helena Moro Bins Ely, do Programa de Pós-
Gradução em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina, 
 
(...) a Ergonomia é uma disciplina científica que estuda as interações 
dos indivíduos com outros elementos do sistema – máquina, 
equipamentos, ambientes – fazendo aplicações de teoria, princípios 
e métodos de projeto, com o objetivo de melhorar o bem-estar 
humano e a eficácia das atividades desempenhadas. (BINS-ELY) 
 
A definição descrita acima conceitua bem a função da ergonomia: melhorar o 
bem-estar humano. Quando relacionada ao design de interiores, que está 
comprometido em desenvolver espaços que se adaptem às necessidades do 
homem, o estudo da ergonomia se faz elemento indispensável a fim de que o projeto 
final tenha qualidade não apenas estética, mas também funcional, atendendo de 
maneira satisfatória às expectativas de espacialidade, vivência, habitação e 
organização de seus usuários. 
 
10 
 
(...) vemos negligenciadas as exigências espaciais para a plena 
realização das tarefas. Dimensão e forma do espaço, dos 
equipamentos e mobiliários; fluxos de circulação e layout do 
mobiliário; conforto ambiental (térmico, lumínico, acústico), entre 
outros, devem responder as necessidades dos usuários para a 
execução das atividades com o máximo de conforto e segurança. 
(BINS-ELY) 
 
Segundo Círico (2001), “ao envolver-se a arquitetura com as contribuições da 
ergonomia, atribuí-se ao projeto relações antropométricas e aspectos ergonômicos 
que permitem alcançar uma melhor satisfação das necessidades do usuário” 
(CÍRICO, 2001, p. 39). 
Esta ciência possibilita a solução de diversos problemas relacionados à 
segurança, saúde, conforto e adequação dos ambientes, produzindo assim uma 
maior eficiência no trabalho realizado em determinado lugar. 
Nesta pesquisa temos o foco na configuração espacial da residência em sua 
relação com o bem-estar do usuário, e por isso os conceitos da ergonomia foram 
utilizados a fim de garantir padrões referenciais de projeto. 
Para avaliarmos ergonomicamente um ambiente, precisamos de um rigor 
dimensional, e isso nos é dado através da pesquisa bibliográfica. Em seu livro 
Projetando Espaços – Design de Interiores, Gurgel (2007) esboça alguns 
movimentos do corpo humano de acordo com as atividades a serem realizadas. A 
autora estabelece medidas mínimas para que as pessoas possam desempenhar 
suas tarefas sem comprometer o espaço ao seu redor. 
 
Figura 1 - Movimento sem obstrução 
 
(GURGEL, 2007, p. 130) 
11 
 
 
Figura 2 - Movimentos: abaixar, sentar no chão, abrir gavetas. 
 
(GURGEL, 2007, p. 131) 
 
É fato que a ergonomia relaciona-se também com as alturas necessárias para 
se desenvolver certas tarefas, como lavar roupas e louças, alcançar um produto 
numa prateleira alta, posicionar a televisão na linha de visão, tiver mesa e cadeira na 
altura adequada para sentar-se. 
12 
 
2 POR DENTRO DO ESPAÇO HABITAVÉL 
 
Desde os primórdios da civilização, até os dias de hoje, podemos constatar 
que boa parte do que foi construído pelo Homem foi, e ainda é projetado por 
profissionais ou especialistas que procuram atender as tendências e necessidades 
de habitação de sua época. De acordo com o conhecimento e a tecnologia de que 
dispunham, estes profissionais proporcionaram também grandes e monumentais 
obras que marcaram as diferentes épocas da história da humanidade, cujas obras 
foram executadas com cunho religioso ou político, e ainda que tenham sido 
projetadas por profissionaisextremamente competentes, os objetivos delas não era 
apenas o de promover o habitat humano, mas também, cultuar crenças ou 
demonstrar a capacidade de conhecimento e tecnologia de um determinado povo. 
Exemplos famosos destas obras são encontrados na história da civilização, 
na pré-história onde o homem cultua o sol, até as grandes obras contemporâneas, 
cada período, cada civilização com sua Arquitetura, com suas contribuições para a 
evolução da humanidade. 
Nas diversas partes do mundo, as construções, quando destinadas à 
moradia, eram e ainda hoje são voltadas para atender determinas culturas, e os 
materiais empregados, provém do meio ambiente próximo, e os condicionantes 
físicos, econômicos e climáticos, contribuem para determinar o estilo da construção. 
Entre estes condicionantes, o econômico, acabou por gerar uma banalidade 
do espaço. Le Corbusier (apud Guimaraens e Cavalcanti, 1979, p. 26), ao formular 
que “a casa é uma maquina de morar” não poderia imaginar até onde se estenderia 
a deformação da indústria de construção moderna. Basicamente ignorando na maior 
parte das vezes a base emocional e criativa da Arquitetura, a especulação 
imobiliária optou pelo predomínio do fator econômico, ao construir um maior número 
de unidades pelo menor preço, mesmo que esta equação implique em uma 
decadência da qualidade de vida dos moradores (Guimaraens e Cavalcante, op. 
Cit). 
A evolução humana trouxe novas técnicas de projetar e construir, e esta 
mesma evolução também transformou os hábitos dos seres humanos, bem como 
impôs novas necessidades e costumes. 
13 
 
2.1 O espaço habitável 
 
Podemos dizer que são vários os espaços construídos pelo e para o homem, 
um espaço cultural, um espaço de lazer ou mesmo um espaço de trabalho, são 
exemplos de espaços construídos, e embora todos eles sejam habitáveis, é no 
espaço destinado à moradia dos seres humanos que vamos encontrar onde o 
usuário apropria o espaço, transforma-o como as suas necessidades, buscando 
encontrar sua identidade, fazendo prevalecer o seu direito à privacidade e ao 
convívio familiar. 
O espaço de trabalho, muito importante para a realização humana, onde 
consagramos todos os dias, as horas mais belas de sol, e isso durante os grandes 
anos de maturidade e vigo: dos quinze aos cinquenta e cinco anos (Le Corbusier, 
1964), dá lugar, neste estudo, ao espaço habitável, onde o usuário convive e se 
relaciona com os mais próximos da família, onde passa em torno dois terços de sua 
vida, e embora possa executar neste espaço, inúmeras tarefas, a maioria delas está 
voltada para o lazer e repouso. 
Para melhor compreendermos o termo habitável, encontramos a citação de 
Heidegger (apud Malard, 1993, p. 360) onde “habitar é cuidar, portanto é um 
processo sem fim de construir, arranjar, arrumar, modificar, cuidar e embelezar os 
lugares”. Nesse processo, o homem se apropria dos espaços humanizando-os, 
modificando-os para dotá-los de sua própria natureza. Humanizar espaços significa 
torná-los adequados ao uso dos humanos; torná-los apropriados e apropriáveis. 
Apropriação envolve a interação recíproca usuário/espaço, na qual o usuário age no 
sentido de moldar os lugares segundo suas necessidades e desejos (Malard op. Cit). 
 
14 
 
2.2 O reflexo nos seus moradores 
 
É na habitação, um conjunto de espaços, onde encontramos grandes reflexos 
nos seus usuários. Estes reflexos são frutos do convívio entre moradores de 
diferentes faixas etárias que habitam o mesmo espaço, até a contínua evolução das 
necessidades destes usuários, quer seja esta evolução imposta pela sociedade, 
meio ambiente, ou ainda pela evolução humana ou tecnológica. 
Na variação das diferentes faixas etárias, observamos o rápido crescimento 
das crianças, desenvolvendo uma tendência de relacionamento social, necessitando 
mais espaços para estudo e lazer, depois encontramos a faixa etária dos 
adolescentes, que ao atingirem a fase adulta, procuram o seu próprio espaço 
habitacional, quer para conquistar independência, quer constituindo nova família, o 
que inevitavelmente gera vazios na habitação de origem. A seguir, encontramos a 
faixa etária dos pais, alguns transformando algum espaço da habitação em 
escritório, e por fim, a faixa etária dos idosos que, na aposentadoria, acabam 
confiscando espaços para ginástica ou nova atividade com cunho de terapia 
ocupacional. 
Com imposições oriundas do meio ambiente, temos o crescimento urbano, 
que pode alterar o entorno, que por construções de grande porte, criando barreiras 
na insolação e ventilação, até as ocasionadas pelas alterações no sistema viário, 
com aumento significativo de tráfego, com o aumento da poluição sonora. 
Nas imposições oferecidas pela tecnologia, temos a constante evolução dos 
equipamentos de áudio e vídeo, transformando salas em verdadeiros cinemas 
domésticos, ou ainda nos recursos oferecidos pelo micro ondas ou lava-louças. A 
própria facilidade e propagação do computador pessoal, a internet, as televisões por 
assinatura têm transformado as necessidades humanas, promovendo mudanças no 
estilo de vida, e por consequência, exigindo o remanejamento para criação de novos 
espaços dentro da habitação. 
 
15 
 
2.3 Danos causados quando não atendem necessidades 
 
Para aperfeiçoar do estado de uso de cada ambiente, é preciso levar em 
considerações os seguintes aspectos: 
a. As áreas de circulação devem estar claramente destacadas das áreas 
funcionais. 
b. As aberturas de portas devem ser locadas de forma a não dificultar e impedir 
o uso adequado de cada ambiente. 
c. As aberturas, principalmente de janelas, devem estar locadas de tal forma 
que permita distribuir o mobiliário sem dificultar o acesso a elas. 
De forma geral, as necessidades de espaço que usuário gera, varia conforme 
evolui sua vida. 
Quando o usuário não tem atendido alguma de suas necessidades de 
espaço, podem ocorrer danos à saúde física causada por falta de conforto, onde o 
corpo não consegue o necessário repouso, ou ainda por acidentes domésticos 
causados pelo conflito na distribuição dos moveis em espaços diminuídos. 
 
16 
 
3 A ERGONOMIA COMO FERRAMENTA DE APOIO À ARQUITETURA 
 
A ergonomia se relaciona com a arquitetura, como se pretende demonstrar 
nesse trabalho, é que a arquitetura, utilizando os conceitos da ergonomia, agrega 
informações que irão contribuir para um melhor resultado nos projetos. 
Tanto se tratando da concepção e realização de construções industriais, 
comerciais e administrativas, quanto de locais de habitação, se o profissional 
pretende realizar uma construção adaptada às atividades humanas que aí serão 
exercidas, ele deve recorrer aos conhecimentos da ergonomia, cujas contribuições 
abrangem essencialmente os espaços de trabalho e o meio ambiente físico (Laville, 
1977). 
 
3.1 Relação entre arquitetura e ergonomia 
 
Em uma das relações com a Arquitetura, sugere-se que intervenções 
ergonômicas sejam enriquecidas por um tipo de analise que considere o objeto 
arquitetônico como um fator que envolve e interage com o homem, compondo, 
juntamente com outros fatores a situação real na quais determinadas atividades são 
desenvolvidas. (Almeida, 1997). 
 
“Numa pequena abordagem da concepção ergonômica segundo dois 
pontos de vista; fatores humanos e atividade, onde no primeiro temos 
as características e limites dos usuários, e no segundo temos a 
análise da atividade, podemos aplicar as relações antropométricas 
para definir, por exemplo, as dimensões de uma cabine, e as 
relações perceptivas para definir a mesa de comando” (Montmollin, 
1995, p. 75). 
 
No espaço habitável, as relações antropométricaspoderão determinar, entre 
outras, as dimensões da sala de jantar, com as distâncias necessárias que 
comportaram a mesa, as cadeiras, o espaço necessário para que se afaste a 
cadeira da mesa para alguém sentar, e ainda a passagem entre esta cadeira com 
este alguém sentado, e a parede para que outra pessoa possa circular. Da mesma 
forma, estas relações antropométricas poderão ser aplicadas a todos os espaços 
que compõem um imóvel residencial. 
 
17 
 
3.2 Aplicação da Ergonomia na Arquitetura 
 
Por esta íntima relação com a arquitetura deve-se aplicar a ergonomia já na 
fase do projeto onde se ordena o espaço. Desta forma, pode-se induzir ao processo 
de projeto de arquitetura, qualidade não apenas na confecção do projeto 
propriamente dito, mas também na usabilidade do imóvel gerado por este projeto 
com respeito às considerações ergonômicas. 
A aplicação da ergonomia ao projeto do produto faz-se com frequência nos 
aspectos relacionados ao uso do produto. Pode-se assim, dizer que a ergonomia do 
produto é em geral a ergonomia para o usuário (Menezes, 1993). Ao considerar-se o 
produto nesta definição de Menezes, como o resultado do que foi criado pelo projeto 
arquitetônico, ter-se à o espaço a ser utilizado pelo homem, que quando o utiliza 
para sua habitação, pode-se defini-lo de espaço habitável. Então, a arquitetura e a 
ergonomia deste espaço habitável, também é a arquitetura e a ergonomia para o 
usuário. 
 
18 
 
4 ESPAÇOS INTERIORES, PADRÕES REFERENCIAIS BÁSICOS DE 
PROJETO RESIDENCIAL. 
 
Considerando os exemplos encontrados em nosso país, vários são os 
espaços que compõem uma habitação, desde a mais simples, composta de um 
quarto, um banheiro, uma sala e uma cozinha, com um tanque de lavar roupa do 
lado de fora, até as mais complexas, com várias suítes, salas de cinema, bibliotecas, 
escritórios, bar, áreas de serviço com dependências para empregados, amplas 
garagens, áreas de lazer, varandas, piscinas e muitos outros espaços que agregam 
conceitos e valores para a habitação. Alguns destes espaços não atendem 
diretamente ao princípio de habitar, como a garagem que abriga o automóvel, ou a 
piscina que atende também ao lazer, e que mesmo sendo dispensáveis, contribuem 
com a qualidade e conforto das habitações. 
Outro fator que faz crescer a qualidade das habitações está relacionado às 
dimensões dos espaços, onde esta qualidade encontra seu ponto crítico nas 
reduzidas dimensões das habitações. Neste caos torna-se necessário aperfeiçoar a 
utilização destes espaços para melhorar a qualidade dos imóveis. Como exemplo 
pode-se observar a utilização dos espaços superiores à cabeça, ou ainda, utilizar um 
mesmo espaço para mais de uma função. A seguir, apresentam-se os espaços 
habitacionais mais comuns, com as dimensões humanas e o espaço em termos das 
funções mais importantes a serem atendidas. 
 
19 
 
4.1 Áreas de estar 
 
As várias atividades e mobiliários, geralmente associados com espaços de 
estar, resultam em muitos níveis de interface entre o usuário e os componentes 
físicos do espaço. O mais óbvio é a interface entre o usuário e cadeiras ou sofás. A 
circulação em volta dos assentos deve acomodar a largura corporal máxima; a 
colocação de uma mesa de centro, próxima às cadeiras, deve atender às dimensões 
humanas de alcance; a altura de um quadro deve ser determinada em relação à 
altura dos olhos. 
Pode-se observar nas figuras 3 e 4 a relação entre dimensões masculinas e 
femininas em um sofá, de modo a determinar quanto espaço se necessita. Nesse 
caso, as medidas antropométricas de maior interesse são largura máxima e 
comprimento. 
 
Figura 3 - Sofás / Usuários do sexo masculino 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 134). 
 
20 
 
Figura 4 - Sofás / Usuários do sexo feminino 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 134). 
 
Essas informações devem ser utilizadas de apoio na execução de projetos 
preliminares de espaços de estar. Em locais onde o uso é misto, devem ser 
utilizadas as maiores dimensões. 
A figura 5 examina a relação das dimensões em relação a poltronas, de modo 
a determinar o espaço que se necessita. 
 
Figura 5 - Área de estar em canto / Adultos, sexo masculino e feminino. 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 135). 
 
21 
 
Já a figura 6 sugere espaços para uma circulação confortável em relação a 
áreas de estar em cantos. A medida antropométrica mais importante é a largura e, 
uma vez que a necessidade de espaço livre está envolvida, devem ser utilizados os 
dados relativos às pessoas de maiores dimensões. 
 
Figura 6 - Área de estar em canto com circulação 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 135). 
 
As figuras 7 e 8 trabalham com os espaços livres mais importantes em áreas 
de estar. A figura 7 se baseia em uma disposição entre a parte frontal do assento e a 
mesa de centro, este espaço limitado pode ocasionar algum contato corporal ou um 
desvio lateral do corpo para acesso local. Do ponto de vista antropométrico ele 
atende o alcance corporal do indivíduo, permitindo que a pessoa sentada tenha 
acesso à mesinha sem levantar-se do assento. 
 
22 
 
Figura 7 - Espaços livres em áreas de estar 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 136). 
 
Já a figura 8 ilustra uma disposição que permitiria uma circulação tranquila 
com o corpo voltado à frente. No entanto, o espaço livre indicado para permitir esta 
circulação impediria o indivíduo, ou pelo menos a maioria deles, de alcançar a mesa 
de centro quando sentado. 
 
Figura 8 - Relação entre espaços livres nas áreas de estar 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 136). 
 
Dada a possibilidade de escolha entre circulação livre em frente ao assento e 
acomodação do alcance do indivíduo sentado, recomenda-se o menor espaço livre. 
23 
 
A figura 9 sugere um espaço livre para uma cadeira reclinável, incluindo 
banqueta de apoio para os pés. A medida mais importante na definição deste 
espaço é o comprimento nádega-perna do usuário. Deve-se observar ainda que a 
altura do apoio para os pés está em função da altura do assento e deverá ser mais 
baixa que a altura da cadeira. 
 
Figura 9 - Cadeira reclinável com apoio para os pés para homens e mulheres 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 136). 
 
As figuras de 10 e 11 ilustram a relação entre as dimensões humanas e o 
acesso a locais altos e baixos, em áreas de estar. 
 
Figura 10 - Estante e armário, alcance masculino e feminino. 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 137). 
24 
 
 
A configuração do mobiliário abordado não pretende ser uma ilustração 
realista de qualquer elemento ou móvel, mas sim uma representação geral daquilo 
encontrado nas residências. 
 
Figura 11 - Bar suspenso, alcance masculino e feminino. 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 137). 
 
25 
 
4.2 Áreas de refeições 
 
Analisando o relacionamento entre as dimensões humanas e os espaços de 
alimentação, os dados que mais interessam são os espaços livres em volta da mesa 
e o número de pessoas que ela acomoda. O espaço livre entre a borda da mesa e 
qualquer elemento de obstrução física, deve pelo menos considerar dois fatores: o 
espaço ocupado pela cadeira e a largura de uma pessoa ao circular. 
Para determinar o tamanho da mesa, recomenda-se sua visualização formada 
por duas zonas, individual ótima e mínima. A zona individual ótima de acesso à 
mesa pode ser visualizada como um retângulo de 76,2 x 45, 7 centímetros, e a zona 
mínima de 61 por 40,6 centímetros. A zona de acesso comum representa o espaço 
da mesa para acomodar pratos de servir, elementos decorativos, etc. Podemos 
observar essa disposição na figura 12 ilustra.Figura 12 - Zona individual ótima e mínima 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 140). 
 
As figuras 13 e 14 ilustram dimensões de mesas em termos de valores 
mínimos e ótimos de zona individual. A figura 13 ilustra as áreas individuais 
dispostas ao redor do canto de uma mesa. 
 
26 
 
Figura 13 - Largura ótima e mínima da mesa 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 141). 
 
Já a figura 14 ilustra uma mesa para seis pessoas com base nas áreas 
mínimas. Deve--se observar que a área da sala também influencia as dimensões da 
mesa. 
 
Figura 14 - Mesa retangular, comprimento e largura mínimos / seis lugares. 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 141). 
27 
 
 
Na figura 15 aplica a zona individual de área ótima em uma mesa retangular 
formal para seis pessoas. 
 
Figura 15 - Mesa retangular / comprimento e largura ótima seis lugares 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 142). 
 
A figura 16 mostra uma mesa quadrada para quatro pessoas. Embora a 
largura e a profundidade das zonas individuais de acesso à mesa sejam as mesmas 
de mesas retangulares, sua configuração angular reduz a área de forma 
significativa. 
 
28 
 
Figura 16 - Café da manhã / Mesa de cozinha / Quatro lugares 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 142). 
 
A figura 17 ilustra uma mesa redonda para quatro pessoas, com diâmetro de 
91,4 centímetros, e os espaços necessários ao seu redor. Observa-se que os locais 
individuais e os respectivos espaços são bastante restritos e a zona de acesso 
comum é pequena demais para acomodar qualquer serviço. 
 
Figura 17 - Mesa redonda de cozinha / Quatro lugares 91,4 cm de diâmetro 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 143). 
 
29 
 
Na figura 18 a mesa de 121,9 centímetros de diâmetro funciona de forma 
adequada para quatro pessoas. A zona individual de refeição é suficiente para 
acomodar os acessórios usuais e ainda os cotovelos. Embora a zona central de 
acesso comum seja restrita, ela propicia muito mais espaço que a mesa da figura 
17. 
 
Figura 18 - Mesa redonda / Quatro lugares 121,9 cm de diâmetro / disposição 
mínima 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 143). 
 
A figura 19 mostra uma mesa redonda de 182,9 centímetros de diâmetro, 
para oito pessoas sentadas, com base na zona individual mínima. Embora a 
profundidade efetiva dessa zona seja menor do que aquela da disposição ótima, a 
zona de acesso comum é maior. 
 
30 
 
Figura 19 - Mesa redonda / Oito lugares 182,9 cm de diâmetro / zona individual 
mínima 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 145). 
 
Na figura 20 ilustra o espaço livre sugerido para acesso de cadeira de rodas à 
mesa de jantar e o espaço exigido por uma pessoa em pé, arrumando ou 
preparando a comida a ser servida. 
 
Figura 20 - Espaço necessário entre mesa e aparador 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 145). 
31 
 
 
A relação da cadeira com a mesa de refeições é outro aspecto muito 
importante a ser analisado. A figura 21 essa relação, que se refere às diversas 
posições da cadeira durante uma refeição e os espaços livres envolvidos. A altura 
da cadeira deve permitir que os pés ficassem bem apoiados no chão. 
 
Figura 21 - Espaço livre mínimo para cadeira / Sem circulação 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 146). 
 
Na figura 22 indica que para haver- espaço livre suficiente para a passagem 
de um indivíduo, a mesa deve estar a cerca de 121,9 a 152,4 centímetros da 
obstrução. 
 
Figura 22 - Espaço livre mínimo atrás da cadeira 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 146). 
32 
 
 
A altura adequada de luminária pendente sobre uma mesa de refeições deve 
ser definida com base nas dimensões humanas de modo a não impedir a obstrução 
visual. A figura 23 mostra a relação da luminária e a mesa com duas pessoas, uma 
mais alta que a outra. A solução ideal é que a altura da luminária seja regulada de 
acordo com preferências pessoais, a informação no desenho é útil para fixação de 
parâmetros iniciais de altura como base para uma proposta preliminar de projeto. 
 
Figura 23 - Largura mínima para área de refeição 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 147). 
 
A figura 24 mostra informações adicionais de espaços livres e sugere uma 
distância mínima de 152,4 centímetros entre a mesa e a parede, para permitir a 
circulação confortável de uma pessoa, estando à cadeira a uma distância razoável 
da mesa. 
 
33 
 
Figura 24 - Espaço livre mínimo atrás de cadeira afastada da mesa 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 147). 
 
34 
 
4.3 Dormitórios 
 
Embora o relacionamento entre a cama e as dimensões humanas sejam 
nestes espaços o mais óbvio, não se podem ignorar alguns elementos nas 
considerações antropométricas, como se há espaço suficiente em volta da cama, 
espaço livre adequado para circulação, etc. 
A figura 25 ilustra variações de camas de casal e de solteiro. As figuras não 
devem ser entendidas literalmente, pois pretendem simplesmente permitir uma 
avaliação do espaço requerido pelo ser humano em relação à cama. Os espaços 
livres indicados até as bordas da cama também pretendem dar uma ideia da relação 
entre camas existentes e a dimensão corporal. 
 
Figura 25 - Camas de solteiro e de casal 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 150). 
 
A relação entre as linhas de visibilidade e o peitoril é essencial se a garantia 
de visuais para o exterior for um dos objetivos do projeto. A figura 26 mostra a 
35 
 
relação entre a altura dos olhos de um indivíduo sentado, de pé e deitado em 
relação a alturas variadas de peitoris. 
 
Figura 26 - Quartos / Vista e ângulos de visibilidade 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 150). 
 
A figura 27 ilustra os espaços de circulação sugeridos entre camas de 
solteiro, recomenda-se um mínimo de 91,4 centímetros. 
 
Figura 27 - Duas camas de solteiro / Espaços livres e dimensões 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 151). 
36 
 
 
Como indicado na figura 28, um espaço de 116,8 a 157,5 centímetros deve 
ser suficiente para acomodar o usuário quando de joelhos, além da projeção de uma 
gaveta aberta. Se for necessário deixar espaço para circulação, este deve em cerca 
de 76,2 centímetros. 
 
Figura 28 - Cama de solteiro / Espaços livres e dimensões 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 151). 
 
As figuras 29 e 30 trabalham com espaços exigidos em relação a 
escrivaninhas e penteadeiras. A figura 29 mostra o espaço mínimo sugerido entre a 
escrivaninha e a cama ou outra obstrução, que seria de 61 a 71,1 centímetros, 
desde que não exista necessidade de circulação. Para acomodar tanto a circulação 
quanto as atividades desta escrivaninha ou penteadeira, necessita-se de um espaço 
entre 106,7 a 116,8 centímetros. 
 
37 
 
Figura 29 - Espaço mínimo escrivaninha 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 153). 
 
A figura 30 mostra o espaço vertical entre a superfície da cadeira e a parte 
inferior da mesa e o piso, bem como a distância do topo da mesa até o piso. 
 
Figura 30 - Dimensões para escrivaninha 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 153). 
 
Já a figura 31 mostra o espaço necessário entre uma cômoda e a cama. 
38 
 
Figura 31 - Espaço livre cama e cômoda 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 153). 
 
Beliches são uma forma de economizar espaço, sobretudo onde o número ou 
tamanho dos quartos é limitado. Embora existam vários tipos de beliche no mercado, 
em muitos casos é necessário um projeto especial, em função do espaço interno do 
quarto. A figura 32 mostra o espaço vertical necessário para acomodar um adulto. 
 
Figura 32 - Beliches para adultos / Elevação frontal 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 154). 
 
39A figura 33 mostra que é necessário um espaço livre horizontal de 116,8 a 
157,5 centímetros, para um acesso confortável ao gaveteiro da cama inferior. 
 
Figura 33 - Beliche para adultos / Elevação lateral 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 154). 
 
Na figura 34 mostra o espaço livre vertical necessário para crianças. A 
medida antropométrica crítica a ser analisada é a altura quando sentado. A altura da 
cama superior deve ser estabelecida como o mínimo necessário para acomodar a 
altura de uma criança sentada na cama inferior, de modo que o uso da escada seja 
apenas o necessário. 
 
Figura 34 - Beliche para crianças / Elevação lateral 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 155). 
40 
 
A figura 35 mostra o espaço vertical necessário em guarda-roupas masculinos 
ou femininos. Sempre que possível, as prateleiras devem ser colocadas ao alcance 
do usuário. Qualquer prateleira muito alta deve ser usada, sobretudo para objetos de 
uso eventual. O espaço livre entre a prateleira e o cabideiro deveria permitir um 
manuseio confortável dos cabides. Já na figura 36 pode se observar a disposição de 
closets. 
 
Figura 35 - Guarda-Roupa masculino e feminino 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 156). 
 
Figura 36 - Quarto de vestir 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 156). 
41 
 
4.4 Cozinhas 
 
A altura de uma bancada de trabalho de cozinha, os espaços livres 
adequados para circulação entre armários ou eletrodomésticos, o acesso a armários 
altos e a visibilidade adequada estão entre as principais reflexões de um projeto de 
cozinha. Tudo deverá atender às dimensões do usuário para maio conforto e bem-
estar. A figura 37 ilustra alguns dos espaços horizontais básicos exigidos em uma 
cozinha. 
 
Figura 37 - Bancadas apoiadas em armários / Espaços livres 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 158). 
 
Já a figura 38 lida com distâncias verticais. As prateleiras do armário superior 
devem sempre estar dentro do alcance do usuário 
 
42 
 
Figura 38 - Comparações entre alcances em armários altos 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 158). 
 
Na figura 39 mostra algumas das mais importantes distâncias horizontais e 
verticais em um balcão utilizado para café da manhã. Para um espaçamento 
confortável entre as pessoas deve-se garantir uma distância de 76,2 centímetros, 
além disso, a altura do balcão em geral é de 91,4 centímetros e exige que os 
banquinhos tenham apoios para os pés. 
 
Figura 39 - Bancado e balcão 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 159). 
43 
 
 
A figura 40 mostra uma bancada de trabalho com o usuário em pé, no qual o 
perímetro externo é defino pela medida de alcance frontal do usuário. A área crítica 
da bancada, constitui a área de trabalho imediata diretamente em frente o usuário de 
fácil e confortável acesso, com pouco ou nenhum movimento lateral dos braços. A 
superfície de trabalho na bancada é limitada somente pela capacidade de alcance 
do usuário. 
 
Figura 40 - Centro de mistura e preparo 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 159). 
 
Na figura 41 mostra as distâncias horizontais envolvidas nas proximidades de 
uma lavadora de louça. Já a figura 42 mostra um corte na mesma área. 
 
Figura 41 - Área da pia 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 160). 
44 
 
 
Figura 42 - Área da pia 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 160). 
 
As figuras 43 e 44 tratam principalmente das dimensões verticais de 
geladeiras na cozinha. 
 
Figura 43 - Geladeiras / Localização típicas 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 161). 
 
45 
 
Figura 44 - Geladeiras / Localização proposta 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 161). 
 
Já as figuras 45 e 46 ilustram os espaços livres relativos às atividades de 
forno e fogão. A figura 45 indica uma distância mínima entre eletrodomésticos, estas 
medidas antropométricas são exemplificadas na figura 46. 
 
Figura 45 - Área de forno e fogão 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 162). 
 
46 
 
Figura 46 - Área de forno e fogão 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 162). 
 
47 
 
4.5 Banheiros 
 
São nos espaços dos banheiros, onde mais se deve considerar a relação das 
dimensões humanas com as tarefas e os equipamentos. Como exemplo, temos que 
arquitetos, construtores e usuários devem se preocupar com a altura do piso ao 
lavatório. O arquiteto que especifica esta altura no seu projeto ou caderno de 
especificações, baseado em relações antropométricas, está incorporando 
legitimidade ao projeto. 
Os arquitetos devem observar a antropométrica como valiosa ferramenta de 
auxilio nos projetos onde a relação usuário e objetos são mais diretos como é o caso 
dos espaços dos banheiros. 
Na figura 47 aborda, principalmente, alguns dos pontos mais críticos da 
antropométrica masculina, onde se sugere um lavatório da ordem de 94 a 109,2 
centímetros de altura para acomodar a maior parte dos usuários. Além disso, para 
definir a localização exata dos espelhos acima dos lavatórios, deve-se levar em 
conta a altura dos olhos. 
 
Figura 47 - Lavatórios / Análises antropométricas masculinas 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 165). 
 
Já a figura 48 explora as análises antropométricas relativas a mulheres e 
crianças. Em função da grande variedade nas dimensões corporais dentro de uma 
48 
 
mesma família, há que se ter bom senso para definição da melhor altura do 
lavatório. 
 
Figura 48 - Lavatórios / Análises antropométricas femininas e infantis 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 165). 
 
Na figura 49 sugere uma zona de atividade entre a frente do vaso até a 
obstrução mais próxima, de pelo menos 61 centímetros. Os acessórios em frente ou 
ao lado do usuário devem estar dentro de sua capacidade de alcance e devem ser 
levadas em conta, as medidas de alcance lateral de braço e frontal, na localização 
antropométrica desses intens. O desenho do ilustra, de forma similar, algumas das 
exigências antropométricas sugeridas para uma instalação típica. 
 
Figura 49 - Vaso sanitário 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 166). 
49 
 
 
Quanto ao do Box de chuveiro, o tamanho pode variar dependendo do nível 
de conforto desejado, embora a segurança seja outro fator muito importante a ser 
analisado. Vale observar que o ponto de fixação do chuveiro sempre deve ficar 
dentro da medida de alcance de um adulto. 
 
Figura 50 - Distâncias mínimas para Box 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 167). 
 
Em locais onde o Box é utilizado também por crianças, sugere se um chuveiro 
adaptável de modo a colocá-lo ao alcance da criança, conforme figura 51. 
 
Figura 51 - Box / Espaços livres e alcances 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 167). 
50 
 
 
A figura 52 ilustra algumas das distâncias mínimas necessárias para uma 
combinação chuveiro/banheira. As dimensões relativas ao chuveiro são similares 
àquelas indicadas anteriormente. As torneiras da banheira de-vem estar ao alcance 
do usuário em posição sentada. 
 
Figura 52 - Chuveiro / Banheira 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 168). 
 
Na figura 53 ilustra o usuário permanecer relaxado por longos períodos, o 
comprimento da superfície inferior da banheira deve ser semelhante ao comprimento 
usuário de maneira que permita que os pés fiquem apoiados contra a parede da 
banheira e atuem como freios, impedindo o corpo de escorregar sob a água. 
 
Figura 53 - Banheira / Indivíduo reclinado e relaxado 
 
(PANERO e ZELNIK, 2008, p. 168). 
51 
 
 
Já a figura 54 indica que uma banheira de 101,6 a 111,8 centímetros de 
largura pode acomo-dar duas pessoas ao mesmo tempo. 
 
Figura 54 - Banheira simples ou dupla 
 
(PANEROe ZELNIK, 2008, p. 168). 
 
52 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Diante dos dados expostos, conclui-se que a ergonomia é ferramenta 
fundamental para o design de interiores e arquitetura, e pode trabalhar desde a 
formalização das ideias a conceituação do trabalho, para o conforto ambiental e 
funcionalidade do layout. É necessário pensar em absolutamente em tudo, para que 
a demanda do corpo de cada usuário seja respeitada e que aproveite do conforto, da 
praticidade, da usabilidade, da funcionalidade e da estética do ambiente. Em um 
espaço é preciso tirar proveito dos seus pontos fortes e tentar anular ou amenizar os 
pontos fracos. O mercado atual necessita dessas adequações e utilização de 
padrões para garantir a segurança dos seus usuários. 
Nesses termos, o conhecimento dos conceitos e padrões básicos da 
Ergonomia e da Antropometria tornam-se muito importantes na elaboração do 
projeto. Um projeto bem desenvolvido tira vantagens das capacidades humanas, 
considera limitações e amplifica os resultados. Portanto, as práticas e 
conhecimentos ergonômicos possibilitam que o trabalho seja bem dimensionado, 
otimizando sua eficácia ao mesmo tempo em que permite que as pessoas 
desenvolvam suas atividades em condições mais favoráveis à sua saúde e à 
prevenção. A linha de raciocínio que deve manter-se bem clara em relação aos 
processos ergonômicos é de que é o ser humano que deve adaptar-se ao ambiente 
construído, mas o ambiente que precisa adaptar-se às condições de cada ser 
humano. 
Espera-se com este trabalho ter contribuído, ainda que de forma singela, aos 
estudos na área da habitação, fornecendo ferramentas que permitam aos designers 
e arquitetos avaliarem os espaços e analisá-los criticamente a fim de obterem u bom 
resultado. 
Além dos conhecimentos técnicos, a análise crítica quanto à produção 
habitacional também se faz necessária. É preciso sempre trazer ao centro das 
discussões o interior residencial, não só quantitativamente, mas também 
qualitativamente, observando o programa de necessidades que de fato satisfaz a 
família e atende de maneira adequada os padrões de conforto mínimo. Esta 
pesquisa está longe de ser concluída, pretendendo-se apenas ser o pontapé inicial 
para referencias ergonômicas em projetos residenciais, uma vez que a área em 
questão necessita de estudos mais profundos e relevantes. 
53 
 
REFERÊNCIAS 
 
ABERGO. O que é ergonomia: Associação Brasileira de Ergonomia. Disponível em: 
<http://www.abergo.org.br/internas.php?pg=o_que_e_ergonomia>. Acesso em: 02 
mar. 2019. 
BINS-ELY, V. H. M. Fundamentos da Ergonomia e da Psicologia Ambiental. 
Florianópolis: Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo. 
CÍRICO, L. A. Por dentro do espaço habitável: uma avaliação ergonômica de 
apartamentos e seus reflexos nos usuários. Dissertação de Mestrado. Florianópolis: 
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, 2001. 
GURGEL, M. Projetando espaços: guia de arquitetura de interiores para áreas 
residenciais. 5ª. ed. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2002. 
GURGEL, M. Projetando Espaços: design de interiores. 4ª. ed. São Paulo: Editora 
Senac São Paulo, 2007. 
NEUFERT, P. Arte de projetar em arquitetura. Tradução de Benelisa Franco. 17ª. 
ed. Barcelona: Gustavo Gili, 2004. 
PRONK, E. Dimensionamento em arquitetura. 7ª. ed. João Pessoa: Editora 
Universitária UFPB, 2003. 56 p. 
SZÜCS, C. P. et al. Habitação Social: uma visão projetual. IV Colóquio de 
Pesquisas em Habitação. Belo Horizonte: [s.n.]. 2007. 
PANERO, Julius; ZELNIK, Martin. Dimensionamento humano para espaços 
interiores: Um livro de consulta e referência para projetos. Barcelona: Gustavo Gili, 
2008. 320 p. (4ª impressão). Tradução de Anita Regina Di Marco.

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