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GRA0472 ERGONOMIA E ACESSIBILIDADE - UNIDADE 3

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ERGONOMIA EERGONOMIA E 
ACESSIBILIDADEACESSIBILIDADE
Me. Thais Kawamoto Amarães
I N I C I A R
introdução
Introdução
Iniciamos esta unidade destacando que o papel do arquiteto, do engenheiro civil e do
designer é criar espaços adequados ao ser humano. Para melhor adequar os
ambientes às condições �siológicas e motoras do homem, nas últimas décadas
ampliou-se a preocupação com a documentação de dados antropométricos, o que
consolidou a ergonomia como campo de estudo.
Esta discussão é extremamente signi�cativa, porém é importante lembrarmos que
não basta estudar e analisar dados de tabelas, é necessário também
compreendermos como aplicá-los em projetos. Nesse sentido, iremos direcionar os
estudos à aplicação direta de conceitos importantes. Para isso, iremos analisar tanto
a criação de espaços residenciais, quanto ambientes de uso comercial, como clínicas,
lojas e escritórios.
A ergonomia é amplamente associada ao ambiente de trabalho e está ligada aos
modos de produção. No entanto, é um erro pensarmos que ela pode bene�ciar o ser
humano apenas em tais atividades. No projeto de residências, é possível prevermos
soluções para adequar todos os cômodos às dimensões humanas, tornando os
espaços mais confortáveis e seguros. Tendo isso em mente, iremos agora analisar o
projeto de dois ambientes, os espaços de jantar e os dormitórios.
Espaços de Jantar
Para o projeto de áreas de refeições, segundo Panero e Zelnik (2002), empregaremos
como dados antropométricos:
Altura dos olhos, sentado;
Espaço livre para as coxas;
Altura do joelho;
Altura do sulco poplíteo;
Comprimento nádega-joelho;
Alcance frontal de apreensão;
Profundidade corporal máxima;
Largura corporal máxima.
Através da análise destes dados, é possível dimensionar, corretamente, as áreas
destinadas às refeições, considerando os espaços, circulações e serviços. Para o
Ergonomia EspaçosErgonomia Espaços
Residenciais IResidenciais I
projeto de tais ambientes, o projetista deve compreender a interface entre corpo
humano e mesa durante a realização da refeição.
Para execução de tal tarefa, é necessário prever um espaço livre ao redor da mesa,
que não deve apresentar obstáculos em suas proximidades. Além de garantir o
acesso livre até a mesa, é importante lembrar que o espaço ocupado pela cadeira
pode variar.
Quando uma pessoa está realizando a refeição, a cadeira se encontra mais próxima à
mesa. Assim que ela �naliza a tarefa, essa distância aumenta, permitindo que o
usuário adote uma posição mais confortável para manter uma conversa informal. Por
�m, para que a pessoa se levante e deixe a mesa, a cadeira �ca ainda mais afastada
(PANERO; ZELNIK, 2002).
O espaço mantido entre os ocupantes é determinado pelo posicionamento das
cadeiras. Este não deve ser nem muito próximo, pois di�culta o acesso à mesa e torna
desconfortável a realização da refeição, e nem muito distante, pois neste caso
restringe a interação entre os usuários.
Além dos dados antropométricos, para o projeto de mesas de refeições, é necessário
considerarmos as dimensões dos objetos que estarão sobre ela, tais como pratos,
copos e bebidas servidas. As superfícies de refeições devem prever as zonas
individuais, que são as áreas diretamente à frente de cada ocupante, e a zona de
acesso comum, que corresponde à área útil ao centro da mesa, permitindo que todos
os ocupantes tenham acesso à refeição que está sendo servida (PANERO; ZELNIK,
2002).
Vejamos, na Figura 3.1 e na Tabela 3.1, as dimensões mínimas e ótimas para a zona
individual.
Tabela 3.1 – Dimensões zona individual ótima e mínima 
Fonte: Adaptada de Panero e Zelnik (2002, p.140).
No entanto, é importante lembrarmos que as mesas podem admitir diversas
dimensões e formatos. Desta forma, uma vez estabelecida a quantidade de pessoas
que se deseja acomodar, o projetista deve realizar os testes e avaliações com base
nos parâmetros mínimos e ideais de zona individual, conforme o apresentado.
Figura 3.1 – Dimensões zona individual ótima e mínima 
Fonte: Adaptada de Panero e Zelnik (2002, p. 140).
Dado antropométrico Dimensão em cm
A 68,6
B 45,7
C 22,9
D 76,2
E 53,3
F 40,6
G 12,7
H 61,0
24 Largura corporal máxima
A relação cadeira-mesa é outro aspecto ao qual o projetista deve estar atento. A
altura da cadeira deve permitir que o usuário apoie os pés no chão e a distância entre
ela e a mesa precisa ser o su�ciente para acomodar as coxas de modo confortável,
sem obstrução.
Na Figura 3.2 e na  Tabela 3.2, é possível observarmos as dimensões mínimas para o
posicionamento de mesa e cadeira em uma área de refeições.
Figura 3.2 – Dimensões mínimas para o posicionamento de mesa e cadeira 
Fonte: Adaptada de Panero e Zelnik (2002, p. 146).
Tabela 3.2 – Dimensões mínimas para o posicionamento de mesa e cadeira 
Fonte: Adaptada de Panero e Zelnik (2002, p.146).
Para a adição de elementos decorativos, como por exemplo, luminária do tipo
pendente, é necessário prever uma altura de instalação que não prejudique a linha de
visão do usuário. Segundo Panero e Zelnik (2002), o ideal é que o elemento suspenso
esteja entre 76,2 cm a 68,6 cm da superfície da mesa.
Dormitórios
Os dormitórios são espaços de múltiplo uso, onde uma pessoa pode estudar, escutar
música, ler e descansar. Em nossos estudos, iremos focar o quarto como um espaço
Dado antropométrico Dimensão em cm
A 76,2 – 91,4
B 45,7 – 61,0
C 40,6 – 43,2
D 19,1
E 73,7 – 76,2
F 121,9 – 152,4
6 Altura dos olhos, sentado
12 Espaço livre para as coxas
13 Altura do joelho
14 Altura do sulco poplíteo
16 Comprimento nádega-joelho
24 Largura corporal máxima
para dormir. Além das dimensões básicas dos objetos como a cama, o guarda-roupa
e a cômoda, precisamos nos preocupar com o espaço ao redor de tal mobiliário.
A área em volta da cama é o su�ciente para que uma pessoa consiga acessá-la? A
área livre em torno da cômoda é o bastante para que o usuário consiga abrir as
gavetas? Tais pontos devem ser considerados para o projeto de um dormitório.
Segundo Panero e Zelnik (2002), para atender à atividade de sono, bem como
circulações, guarda-roupas, penteadeiras, escrivaninhas e relações visuais
estabelecidas, são considerados dados antropométricos como:
Estatura;
Altura dos olhos;
Altura, sentado ereto;
Altura dos olhos, sentado;
Espaço livre para as coxas;
Altura do joelho;
Altura do sulco poplíteo;
Comprimento nádega-joelho;
Profundidade corporal máxima;
Largura corporal máxima.
Atualmente existem diversos tamanhos de camas comercializadas. A escolha do
tamanho ideal irá variar, conforme o per�l do cliente e área disponibilizada para o
móvel. Entre as opções mais tradicionais comercialmente, podemos apontar:
Cama de solteiro: 188 cm (altura) x 88 cm (largura).
Cama de solteiro king: 205 cm (altura) x 100 cm (largura).
Cama de casal: 188 cm (altura) x 138 cm (largura).
Cama Queen size: 198 cm (altura) x 158 cm (largura).
Cama king size: 193 cm (altura) x 203 cm (largura).
O espaço livre ao redor da cama, tanto de solteiro quanto de casal, deve ser o
su�ciente para permitir o acesso à cama, além da limpeza e arrumação, como por
exemplo, colocar o lençol.
Ao posicionarmos cômodas ou guarda-roupas, a distância entre o móvel e a linha da
cama ou qualquer outro obstáculo deve ser o su�ciente para que o usuário abra
portas e gavetas. Desse modo, Panero e Zelnik (2002) indicam que a zona de atividade
deve apresentar entre 106,7 cm e 121,9 cm. Isso signi�ca que devemos manter esta
distância livre entre a cômoda (ou guarda-roupa) em seu sentido de abertura e
qualquer obstáculo.
O projeto de guarda-roupas e closets leva em consideração o tamanho dos objetos
armazenados e o alcance do usuário. Para um máximo aproveitamento, recomenda-
se que nas prateleiras mais distantes sejam alocados os objetos de menor uso.
Homens e mulheres apresentam alturas distintas e, normalmente, a altura de alcance
máximo é inferior para as mulheres. O dimensionamento de armários e prateleiras
leva em consideração o percentil 5, desta forma, o projeto atende tanto às pessoasde
menor estatura quanto as de maior altura.
Para o projeto de uma área de refeições e de um dormitório, além dos parâmetros
básicos elencados, devemos estar atentos às áreas de circulação. As dimensões
mínimas devem ser seguidas para, desta forma, assegurar acessibilidade ao usuário.
Neste sentido, precisamos esboçar sua proposta, analisar �uxos e veri�car se a
proposta atende a tais parâmetros, antes mesmo de passar para a etapa de projeto
executivo e detalhamentos.
atividadeAtividade
A área de refeições é um dos ambientes nos quais o projetista deve veri�car as condições de
ergonomia. Considerando a interface entre cadeira, mesa e usuário, assinale a alternativa
correta.
a) A cadeira é afastada para permitir o acesso do usuário à mesa.
b) A cadeira adota uma posição �xa, desta forma, a distância entre ela e a mesa não
se altera.
c) A mesa adota uma posição �xa, desta forma, a distância entre ela e a cadeira não
se altera.
d) A distância entre cadeiras não in�uencia no acesso do usuário à mesa.
e) Cadeiras �xas ao piso são as soluções mais ergonômicas para a área de refeições.
A ergonomia nos ambientes residenciais garante o conforto e principalmente
segurança aos usuários. Por este motivo, não são apenas as áreas sociais, como a sala
de estar e áreas de refeições, que demandam a atenção do projetista com relação a
esse aspecto. Ambientes de apoio, como cozinha, área de serviço e sanitários, devem
atender a requisitos mínimos para que o seu projeto seja adequado ao uso.
Cozinhas
A cozinha é um ambiente projetado priorizando a sua funcionalidade. Independente
das dimensões gerais do local, o layout deve ser pensado de modo compatível com os
�uxos estabelecidos para a realização das atividades. Segundo Panero e Zelnik (2002),
para atender às necessidades de dispensa, preparo, refeição, pia, geladeira e forno de
uma cozinha, são considerados dados antropométricos como:
Estatura;
Altura dos olhos;
Altura dos cotovelos;
Altura, sentado ereto;
Altura dos olhos, sentado;
Espaço livre para as coxas;
Comprimento nádega-joelho;
Alcance vertical de apreensão;
Alcance frontal de apreensão;
Ergonomia EspaçosErgonomia Espaços
Residenciais IIResidenciais II
Profundidade corporal máxima;
Largura corporal máxima.
Quando comparamos o tamanho das cozinhas de décadas atrás e as de hoje, iremos
notar que há uma visível redução da área total de tais ambientes. Esta tendência de
cozinhas cada vez mais compactas exige ainda mais cuidados na hora do projeto.
Cabe ao projetista conciliar todas as funções e equipamentos de uma cozinha, de
modo ergonômico e funcional.
Para o projeto deste ambiente, iremos considerar as interfaces entre os usuários e as
bancadas, armários e equipamentos, assim como as áreas de circulação. As bancadas
devem prever uma altura confortável para a realização das tarefas. De modo geral,
esta altura é padronizada em 91,4 cm acima do piso (PANERO;ZELNIK, 2002). Já ao
criarmos armários, é necessário avaliarmos se as prateleiras são acessíveis ao
usuário, tanto prateleiras muito altas quanto muito baixas são de difícil acesso.
Vejamos, na Figura 3.3 e na Tabela 3.3, as distâncias horizontais e verticais mínimas
para uma cozinha.
Figura 3.3– Distâncias horizontais e verticais mínimas para uma cozinha 
Fonte: Adaptada de Panero e Zelnik (2002, p. 158).
Tabela 3.3 – Distâncias horizontais e verticais mínimas para uma cozinha 
Fonte: Adaptada de Panero e Zelnik (2002, p.158).
Dado antropométrico Dimensão em cm
A 152,4 – 167,6
B 121,9
C 61,0 – 76,2
D 91,4
E 121,9
F 30,5 – 33,0
G 193,0
H 182,9
I 149,9
J 64,8
K 61,0 – 66,0
L 38,1
M 45,7
N 88,9 – 91,4
O 175,3
2 Altura dos olhos
23 Profundidade corporal máxima
24 Largura corporal máxima
Outro ponto importante a ser considerado no projeto de cozinhas é a projeção dos
eletrodomésticos. O tamanho dos equipamentos, como geladeira, fogão, forno e lava-
louças, deve ser avaliado e inserido em escala nos nossos desenhos de estudo
preliminar. Atualmente é possível encontrar disponível no mercado geladeiras, por
exemplo, de diversas dimensões. É essencial identi�car o espaço ocupado por cada
um dos eletrodomésticos que será posicionado na proposta.
Para a realização do ato de cozinhar, iremos trabalhar com o dimensionamento de
quatro principais setores: centro de mistura e preparo, pia, geladeira e fogão.
Segundo Panero e Zelnik (2002), o centro de mistura e preparo corresponde à
bancada de trabalho da qual o perímetro é determinado pelo alcance frontal do
usuário. Para este móvel, recomenda-se a profundidade de 45,7 cm, que corresponde
ao dado antropométrico do percentil 5 do sexo feminino.
Para o projeto da área da pia consideramos tanto as dimensões mínimas de zona de
trabalho quanto as zonas de circulação.
Vejamos, na Figura 3.4 e na Tabela 3.4, as dimensões para área da pia. 
Figura 3.4 – Dimensões para área da pia 
Fonte: Adaptada de Panero e Zelnik (2002, p. 160).
Tabela 3.4 – Dimensões para área da pia 
Fonte: Adaptada de Panero e Zelnik (2002, p.160).
Para o projeto da área de geladeira, é necessário considerarmos, além do espaço
mínimo para sua abertura, uma dimensão su�ciente para que o usuário possa se
abaixar, alcançando assim os alimentos localizados na região inferior. Panero e Zelnik
(2002) apontam que para isso é necessário reservarmos ao menos 91,4 cm,
assegurando uma zona de trabalho confortável ao usuário. Já ao analisarmos os
espaços livres relativos às áreas de forno e fogão, iremos nos deparar com relações
um pouco mais complexas.
Vejamos a Figura 3.5 e a Tabela 3.5, em que apontamos as dimensões para área de
forno e fogão. 
Dado antropométrico Dimensão em cm
A 177,8 – 193,0
B 101,6
C 76,2 – 91,4
D 45,7
E 61,0
F 71,1 – 106,7
G 45,7
24 Largura corporal máxima
Tabela 3.5 – Dimensões para área de forno e fogão 
Fonte: Adaptada de Panero e Zelnik (2002, p.162).
As cozinhas podem admitir diversos layouts, porém é importante sempre avaliar se a
distribuição proposta atende às necessidades do usuário. Uma cozinha em L, por
exemplo, pode ser mais adequada para uma família; enquanto para outra, uma
cozinha corredor seria mais conveniente.
Figura 3.5 – Dimensões para área de forno e fogão 
Fonte: Adaptadas de Panero e Zelnik (2002, p. 162).
Dado antropométrico Dimensão em cm
A 121,9
B 101,6
C 38,1
D 53,3 – 76,2
E 2,5 – 7,6
F 38,1
G 49,5 – 116,8
H 30,5
Áreas de Serviço
A área de serviço residencial pode assumir diversas con�gurações. Enquanto em
casas esta região costuma apresentar uma ampla dimensão, em apartamentos a área
de serviço muitas vezes é agregada à área da cozinha. Da mesma forma como o
projeto de cozinha, iremos avaliar a interface entre o usuário e os equipamentos e
bancadas com as quais ele irá trabalhar a �m de executar as atividades.
As bancadas e prateleiras devem ser projetadas da mesma forma que as da cozinha,
respeitando sempre o alcance máximo do usuário. Equipamentos, como tanque e
máquinas de lavar, variam suas dimensões conforme o modelo. Para nós, enquanto
projetistas, é importante considerarmos a área mínima para a zona de trabalho
nestes equipamentos, que deve corresponder a 70 cm. O varal, quando suspenso,
também precisa apresentar altura de alcance compatível com o usuário.
Sanitários
Os sanitários são exemplos clássicos que comprovam que não são apenas ambientes
de grandes dimensões que demandam atenção para a criação de um projeto
ergonômico. Seja na criação de um banheiro de uso público ou em um de uso
privativo, como o que acontece nas residências, este ambiente deve ser projetado
considerando as dimensões humanas.
Segundo Panero e Zelnik (2002), para projetarmos lavatório, vaso sanitário, bidê,
chuveiro, banheira e circulações de um sanitário, iremos considerar dados
antropométricos como:
Estatura;
Altura dos olhos;
Altura dos cotovelos;
Largura do quadril;
Comprimento nádega-joelho;
Comprimento nádega-calcanhar;
Altura de alcance vertical, sentado;
Alcance vertical de apreensão;
Alcance lateral do braço;
Alcance frontal de apreensão;Profundidade corporal máxima;
Largura corporal máxima.
A bancada da pia e a altura do lavatório são os pontos mais críticos para o projeto
ergonômico de um sanitário. Indivíduos de alturas distintas irão demandar diferentes
alturas �nais de lavatório. Por convenção, utilizamos lavatórios com altura �nal a 90
cm do piso. Este ponto demanda muita atenção do projetista, pois esta altura refere-
se à superfície superior do lavatório. O modelo de cuba adotado, de sobrepor, de
coluna, de semi-encaixe, deve ser avaliado para que sua instalação seja feita
corretamente.
Para a área de banho, o box do chuveiro deve ser dimensionado conforme o nível de
conforto desejado e a área disponível. Recomenda-se que esta região tenha no
mínimo 90 cm por 90 cm. Panero e Zelnik (2002) apontam que um box com
comprimento de 137,2 cm e largura equivalente a 91,4 cm é o su�ciente para um
banho confortável e seguro, permitindo, inclusive, a utilização de um banco de 30 cm.
A posição de instalação de mecanismos, como papeleira, saboneteira, porta-toalha e
misturador do chuveiro, deve ser compatível com a estatura do usuário assim como a
sua capacidade de alcance.
A seguir, apresentamos uma Tabela 3.6 com as alturas indicadas para a instalação de
tais componentes, considerando a sua distância em relação ao piso. 
Tabela 3.6 – Dimensões para instalação de acessórios 
Fonte: Elaborada pela autora.
Vasos sanitários e bidês apresentam dimensões �xas determinadas pelo seu
respectivo modelo. Ao posicionarmos tais peças no projeto de um sanitário, é
necessário prever uma distância mínima livre de 61 cm sem obstruções. Embora o
banheiro seja um ambiente de pequena área e que apresente uso individual,
dimensões mínimas de circulação devem ser respeitadas. 
atividadeAtividade
O projeto ergonômico de uma cozinha implica em cuidados com o dimensionamento de
cada uma das estações de trabalho. Para a área de forno e fogão é necessário respeitar uma
distância mínima de zona de trabalho do fogão equivalente a:
a) 101,6 cm
b) 20 cm
c) 50 cm
d) 180 cm
e) 120 cm
Trabalhar conceitos de ergonomia em lojas re�ete diretamente no bem-estar do
vendedor e do cliente. O projeto de interiores, por meio do estudo de �uxos e layouts,
assim como a criação de mobiliário adequado, in�uencia o modo como o cliente se
relaciona com o ponto de venda.
Outro benefício percebido, ao considerarmos as dimensões humanas no projeto de
uma loja, é a possibilidade de direcionar as ações de Visual Merchandising. A partir
dos dados antropométricos, é viável posicionar tais ações de modo a obter as
melhores respostas por parte do consumidor. A seguir, analisaremos como os
parâmetros de antropometria e ergonomia impactam na criação de lojas.
Fluxos e Layouts
Existem diversos tipos de layouts que são utilizados com freqüência em pontos de
venda. Segundo Malhotra (2013), quatro tipologias são as mais empregadas, o layout:
Loja de balcão é aquele no qual os produtos são disponibilizados ao cliente
pelo balcão de atendimento; seu uso é indicado para a comercialização de
produtos controlados, como remédios, ou em situações em que se deseja
diminuir o risco de furto, como por exemplo, lojas de jóias.
Trajeto obrigatório, como o próprio nome sugere, indica caminhos que o
cliente deve seguir. Desta forma, o varejista pode selecionar quais produtos
deseja que o consumidor tenha contato. Na prática, este tipo de layout reduz
Ergonomia de EspaçosErgonomia de Espaços
Comerciais - LojasComerciais - Lojas
a liberdade do consumidor, o que pode ser desestimulante para algumas
pessoas. Por este motivo, caso o layout de trajeto obrigatório seja adotado,
recomenda-se a criação de “atalhos”, como rotas alternativas ao cliente mais
apressado (MALHOTRA, 2013).
Em grade, que trabalha criando séries de corredores a partir de um padrão
repetitivo, gerando linhas e colunas. Embora não seja um layout
esteticamente atraente, esta solução permite a criação de setores na loja,
tornando o processo de compra mais ágil.
Livre é aquele em que expositores e prateleiras são dispostos na loja de
maneira livre, estimulando, assim, a experiência de compra do consumidor.
Apesar de empregar o termo “livre”, a autora ressalta que neste tipo de
layout os expositores não são dispostos arbitrariamente pelo espaço. É
necessário estabelecermos critérios para que a composição do layout seja
e�caz para o processo de compra e venda.
O tipo de layout, o tamanho da loja e o tipo de consumidor irão determinar os �uxos
realizados. Isso signi�ca que, em uma loja de roupas femininas, por exemplo, o �uxo
será diferente daquele realizado em uma loja de sapatos masculinos. Embora cada
loja tenha sua particularidade, existem alguns padrões gerais na circulação dos
consumidores.
O primeiro destes padrões é com relação à zona de transição, que corresponde à
área, imediatamente, após a entrada da loja. Esta região é o local onde o consumidor
sai de um meio (rua ou corredor de shopping) e entra em um novo ambiente. Para
saiba mais
Saiba mais
O Visual Merchandising trabalha o Ponto de Venda
para estimular o consumo e atrair a atenção do
potencial cliente. Para saber mais sobre as
relações entre vitrines e o processo de vendas,
sugerimos a leitura do artigo “Visual
Merchandising: a vitrine e a sua in�uência no
comportamento do consumidor”.
ACESSAR
https://revistas.ufpi.br/index.php/gecont/article/view/5668
isso, a pessoa leva certo tempo até conseguir se orientar neste novo local, por isso o
nome zona de transição. Isso signi�ca que a capacidade de processamento de
informações contidas nesta região é bastante limitada, uma vez que a pessoa ainda
está se adaptando à loja (MALHOTRA, 2013).
Outro aspecto a observarmos no projeto de pontos de venda é a tendência que o ser
humano tem para andar em sentido anti-horário. Embora ainda não exista uma razão
evidente para esta preferência, este padrão foi percebido em diversos estudos de
consumo. Da mesma forma, foi notado que os consumidores evitam corredores
estreitos, dando preferência às circulações mais amplas (MALHOTRA, 2013).
Segundo Panero e Zelnik (2002), as circulações principais devem apresentar largura
mínima equivalente a 167,6 cm, livres de obstáculos. Desta forma, permitimos a
passagem de um maior �uxo de clientes, atendendo inclusive a pessoas em cadeira
de roda. É importante destacar que esta largura mínima não inclui as zonas de
atividade, que correspondem à área de atendimento ao cliente posicionado em um
balcão. Para a assistência ao cliente em pé, utilizamos a distância de 45,7 cm,
enquanto que para o atendimento de clientes sentados consideramos entre 66,0 cm
e 76,2 cm.
Considerando o dimensionamento de circulações secundárias, Panero e Zelnik (2002)
indicam que o valor mínimo entre elementos de obstrução, como por exemplo, uma
estante e a parede, deve ser de 129,5 cm, valor que permite a livre circulação dos
clientes, inclusive em cadeira de rodas.
Balcões
Para o projeto de balcões de lojas, iremos dividi-los em dois tipos: balcão de caixa e
balcão de atendimento. Esta divisão é necessária, uma vez que cada um destes
móveis tem funções distintas e, consequentemente, irão empregar dimensões
antropométricas diferentes.
O balcão de caixa, normalmente, apresenta duas alturas, uma para o cliente, que está
em pé, e outra para o vendedor, que �ca sentado. O dimensionamento da zona de
trabalho para o operador do caixa deve ser o su�ciente para acomodar os produtos
que ele está registrando, além dos equipamentos necessários, como tela e teclado do
computador, sacolas, entre outros. O projeto de um balcão de caixa é bastante
semelhante ao balcão de atendimento de escritórios e consultórios, que iremos
abordar no próximo tópico.
Já os balcões de atendimento de loja, que são aqueles sobre os quais o vendedor
coloca o produto que vai apresentar ao cliente, admitem uma única altura.
Usualmente o espaço abaixo de tais balcões é utilizado como mostruário ou estoque,
otimizando a área disponível.
Vejamos, na Figura 3.6 e na Tabela 3.7, as principaisdimensões para o projeto da área
de vendas. 
Tabela 3.7 – Dimensões para áreas de vendas 
Fonte: Adaptada de Panero e Zelnik (2002, p. 201).
Figura 3.6 – Dimensões para área de vendas 
Fonte: Adaptada de Panero e Zelnik (2002, p. 201).
Dado antropométrico Dimensão em cm
E 213,4 – 284,5
F 45,7
G 45,7 – 61,0
H 76,2 – 121,9
I 45,7 – 55,9
J 88,9 – 96,5
Os balcões de atendimento podem assumir outras con�gurações, conforme o tipo de
produto. Para a venda de joias, por exemplo, é possível criarmos balcões baixos nos
quais o cliente é atendido sentado, enquanto prova as peças selecionadas. Para o
projeto de balcões nos quais o cliente se encontra sentado, o procedimento é
semelhante ao do cliente em pé, apenas iremos considerar outros dados
antropométricos, como altura do joelho, comprimento nádega-joelho e altura dos
olhos, sentado.
Vitrines
As vitrines são o cartão de visitas de uma loja, é por meio delas que o consumidor
tem o primeiro contato com os produtos do ponto de venda. A profundidade da
vitrine deve ser o su�ciente para acomodar os manequins, expositores e
equipamentos de Visual Merchandising e, ainda, permitir que o vendedor entre na
área para organizar sua apresentação. A altura na qual o produto é exposto varia
conforme a sua dimensão e os ângulos da visão humana.
Para alcançar a altura ideal de exposição de um produto na vitrine, podemos utilizar
manequins e displays como nichos, balcões e mesas. O recomendado é que o
produto nunca esteja diretamente no chão, mas sempre sobre uma superfície de
apoio.
Expositores
No interior da loja, é possível trabalhar com uma grande variedade de modelos de
expositores, inclusive mesclando mais de uma opção. Os expositores mais comuns
são os do tipo: cremalheira, slatwall, painel de malha, arara �xa com cabides e o
expositor personalizado.
Para a disposição do produto no expositor, também devemos considerar as relações
visuais estabelecidas. A mercadoria não pode ser exposta nem muito alta e nem
muito baixa.
Vejamos, na Figura 3.7 e na Tabela 3.8, a seguir, as relações visuais para a exposição
de um produto. 
Tabela 3.8– Relações visuais- exposição produto. 
Fonte: Adaptada de Panero e Zelnik (2002, p.198).
Móveis, como araras e prateleiras, funcionam tanto como expositor quanto local de
armazenamento de produtos. Devido a esta dupla função, o dimensionamento de tais
mobiliários deve atender tanto às medidas de alcance quanto às relações visuais. O
tato, além da visão, é um dos sentidos aos quais o consumidor recorre para a sua
tomada de decisões. Por isso, os produtos devem ser tangíveis e de fácil acesso ao
cliente. É importante também prevermos uma área livre mínima de 129,5 cm para
assegurar a circulação de clientes, enquanto uma pessoa seleciona um produto na
prateleira (PANERO;ZELNIK, 2002).
Provadores
Os provadores correspondem às regiões do projeto comercial que, normalmente, são
negligenciadas. Erroneamente, muitos varejistas acreditam que esta área não ajuda
na conversão de vendas e, por este motivo, criam provadores subdimensionados e
em localizações menos “nobres”.
Figura 3.7 – Relações visuais- exposição produto 
Fonte: Adaptada de Panero e Zelnik (2002, p. 198).
Dado antropométrico Dimensão em cm
T 121,9
U 91,4
X 213,4
Um provador deve apresentar dimensões compatíveis com as diversas posições
adotadas por uma pessoa, enquanto ela experimenta as peças de roupas.
Provavelmente, você já deve ter passado pela experiência de trocar de roupa em um
provador apertado. Este tipo de situação é bastante incômodo e in�uencia na tomada
de decisão do consumidor.
Além do espaço mínimo para a troca de roupas, um provador bem projetado deve
prever a criação de móveis de apoio, como prateleiras e bancos, para facilitar a
organização dos itens provados assim como acomodar os itens pessoais do cliente,
como bolsa e carteira.
O acesso para a região dos provadores deve ser feito por meio de uma circulação que
atenda às dimensões mínimas de passagem de uma pessoa. Ao menos uma das
cabines de provadores da loja deve ser acessível à pessoa em cadeira de rodas,
portanto a circulação até o provador também deve ser compatível com a passagem
de uma cadeira de rodas, respeitando a largura mínima de 90 cm livre de obstáculos
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015). 
atividadeAtividade
A análise do plano de visão ajuda o projetista, em conjunto com o varejista, a posicionar os
produtos de modo estratégico para a sua comercialização. Neste contexto, os dados
antropométricos dão assistência para o projeto de expositores de mercadorias, pois:
a) Informam ao projetista qual a área de visão do cliente a partir de distâncias
variadas.
b) Informam ao projetista qual o per�l do cliente.
c) Informam ao projetista qual o alcance máximo do cliente.
d) Informam ao projetista qual a zona de atividade de um cliente em pé e sentado.
e) Informam ao projetista qual o objetivo do negócio e como alcançar estes objetivos.
Ambientes comerciais não se restringem apenas às lojas e shoppings. Espaços
destinados à prestação de serviços, como clínicas e escritórios, também se
con�guram como ambientes comerciais. Iremos, agora, analisar como a ergonomia
in�uencia tais locais.
Clínicas
Espaços assistenciais à saúde apresentam diversas especi�cidades que devem ser
contempladas no momento do projeto. A disposição do mobiliário, assim como o seu
dimensionamento, deve considerar o uso do espaço e a dinâmica estabelecida com
vistas à realização das atividades previstas para o local.
Para a maioria das pessoas, a permanência em ambientes médicos é estressante e
traz grande desgaste físico e emocional. Por meio da ergonomia, iremos buscar
transmitir conforto aos pacientes e seus acompanhantes.
Ergonomia de EspaçosErgonomia de Espaços
Comerciais – Clínicas eComerciais – Clínicas e
EscritóriosEscritórios
flit
Salas de Atendimento Médico
Clínicas e consultórios apresentam variados graus de complexidade de projeto, que
são determinados pelo tipo de procedimento realizado no local. Além de atendermos
parâmetros de ergonomia, o projeto de ambientes assistenciais de saúde deve
responder às normas e legislações vigentes.
Para o dimensionamento de salas de atendimento médico, precisamos criar mesas e
balcões com alturas compatíveis com as dimensões corpóreas do usuário, assim
como a distância de alcance do usuário de menor dimensão.
Segundo Panero e Zelnik (2002), os balcões devem apresentar altura de 91,4 cm para
atender de modo e�ciente tanto pessoas de maiores quanto menores dimensões. Em
situações em que existem balcões com profundidade de 61 cm, a altura máxima para
alcance do usuário em pé é de 182,9 cm a partir do piso. Para usuários de menor
altura, recomenda-se, neste caso, criar balcões com menor profundidade, adotando o
valor 45,7 cm.
Em conseqüência da grande variedade de tipos de procedimentos médicos
realizados, cada situação deve ser analisada de modo particular. As interfaces entre o
usuário e mesas, balcões, assentos e todos os equipamentos utilizados devem ser
avaliadas caso a caso.
É necessário, ainda, prever as zonas de atividade e de circulação conforme a natureza
do atendimento realizado.
reflita
Re�ita
Nas últimas décadas, a discussão sobre a humanização de ambientes
hospitalares se tornou crescente. Estes espaços passaram a ser
valorizados e o projeto de interiores de clínicas e hospitais
atualmente se preocupa com qualidades estéticas e efeitos
psicológicos do ambiente em seus usuários. Você acredita que,
enquanto projetista, é possível trazer tais qualidades ao ambiente
projetado? Como estas con�gurações podem melhorar o bem-estar
do paciente?
Vejamos, na Figura 3.8 e na Tabela 3.9, as dimensões de alcance e espaço livre para
atendimento.
Tabela 3.9 – Dimensões sala de atendimento médico 
Fonte: Adaptada de Panero e Zelnik (2002, p. 235).
É importante destacar que, caso o procedimento realizado exija equipamentos, eles
devem ser inseridos no projeto para que possamos avaliar a distância de alcance e a
Figura 3.8 –Dimensões sala de atendimento médico 
Fonte: Adaptada de Panero e Zelnik (2002, p. 235).
Dado antropométrico Dimensão em cm
A 76,2
B 61,0
C 45,7
D 76,2 – 91,4
E 86,4 – 96,5
3 Altura do cotovelo
21 Alcance lateral do braço
24 Largura corporal máxima
zona de atividade.
Salas de Atendimento Odontológico
Ao projetarmos uma sala de atendimento odontológico, iremos notar que a grande
maioria dos equipamentos apresenta sistemas de regulagem. Esta possibilidade de
personalizar a interface entre usuário e equipamento é extremamente importante,
uma vez que a atividade realizada oferece riscos ao pro�ssional.
Você já reparou que é comum dentistas se queixarem de dores nos ombros e nos
braços? Isso ocorre por causa das posturas de trabalho assimétricas, da realização de
tarefas repetitivas e da longa duração das atividades. A sala de atendimento
odontológico deve, então, ser projetada de modo a minimizar tais desconfortos ao
pro�ssional.
Os equipamentos especí�cos do consultório, como banco do dentista e cadeira do
paciente, não são projetados pelo designer ou arquiteto. Este mobiliário da clínica
apresenta as possibilidades de con�guração de interface pelo próprio usuário e,
portanto, não demandam nossa atenção.
As relações analisadas para o projeto de uma sala de atendimento odontológico são
aquelas estabelecidas entre o usuário e os balcões e os espaços livres para a
circulação do dentista ao redor da cadeira do paciente.
Vejamos, na Figura 3.9 e na Tabela 3.10, as dimensões de alcance e espaço livre para
atendimento odontológico.
Figura 3.9 – Dimensões sala de atendimento odontológico 
Fonte: Adaptada de Panero e Zelnik (2002, p. 238).
Tabela 3.10 – Dimensões sala de atendimento odontológico 
Fonte: Adaptada de Panero e Zelnik (2002, p. 238).
O projeto de balcões em consultórios odontológicos emprega as mesmas dimensões
antropométricas utilizadas para a criação de balcões em clínicas de atendimento
médico. O acesso do dentista ao paciente, aos equipamentos utilizados e às bancadas
deve ser priorizado no layout desta sala.
Áreas Hospitalares
As áreas hospitalares podem ser divididas basicamente em dois setores: o posto de
enfermagem e o quarto do paciente. O projeto do posto de enfermagem consiste em
um balcão de atendimento, no qual o enfermeiro presta assistência aos pacientes e
seus acompanhantes/visitantes. O dimensionamento deste posto de trabalho, é
Dado antropométrico Dimensão em cm
A 264,2 – 299,7
B 45,7 – 55,9
C 45,7 – 61,0
D 172,7 – 182,9
E 167,6 – 213,4
F 50,8 – 66,0
G 91,4 – 116,8
H 40,6 – 45,7
I 5,1 – 10,2
1 Estatura
16 Comprimento nádega-joelho
24 Largura corporal máxima
bastante semelhante ao projeto de balcões de atendimento de escritórios, que
iremos analisar mais adiante.
O layout dos quartos dos pacientes deve prever área livre para manobras em cadeira
de rodas, além de garantir espaço livre para a passagem de macas. Ao redor do leito
do paciente, é recomendável manter uma distância livre entre 72,4 cm e 76,2 cm,
permitindo o acesso de médicos e enfermeiros, além da utilização de eventuais
equipamentos (PANERO; ZELNIK, 2002).
Em áreas hospitalares, o emprego de conceitos ergonômicos tem como objetivo
proporcionar segurança e bem-estar tanto para pacientes quanto para seus
familiares e também para toda a equipe de pro�ssionais envolvida no tratamento.
Escritórios
Quando tratamos de ergonomia, uma das primeiras aplicações que nos vêm em
mente é o ambiente corporativo. Em escritórios, é muito comum os funcionários
passarem horas sentados na mesma posição. O projeto de interiores para uma
empresa precisa, então, adequar o espaço às condições físicas e motoras do ser
humano para reduzir os impactos negativos que a jornada de longas horas diárias
causa no colaborador.
A ergonomia, quando inserida no cenário corporativo, melhora a qualidade de vida e
bem-estar de funcionários e clientes, além de aumentar a produtividade da equipe.
Embora os ajustes para alcançar tais parâmetros ergonômicos possam representar
um custo inicial relativamente alto, ele é totalmente justi�cado pelos benefícios a
longo prazo.
Áreas de Recepção
A área de recepção é um dos primeiros pontos de contato do cliente com o escritório,
além de se con�gurar como um local de espera.  Por esse motivo, o projetista deve
estar atento à imagem que este ambiente transmite, que deve estar alinhada à
proposta da empresa.
Do ponto de vista ergonômico, iremos trabalhar três principais áreas de interesse: a
interface entre cadeira e visitante, a mesa de recepção e o posicionamento da
identidade visual do escritório.
Existem diversos modelos de assentos para recepção, o projetista pode optar desde
cadeiras simples do tipo longarina até poltronas mais elaboradas. Independente do
modelo adotado, é importante que os assentos sejam compatíveis com as dimensões
corpóreas. A profundidade do assento deve levar em consideração o comprimento
nádega-sulco poplíteo, enquanto a largura mínima precisa respeitar o dado
antropométrico da largura do quadril (PANERO; ZELNIK, 2002).
Para determinar o layout da organização dos assentos na recepção, iremos veri�car
os �uxos e circulações necessários para que o visitante realize seus deslocamentos
livres de obstáculos.
Com relação ao projeto da mesa de recepção, é necessário lembrarmos da dupla
função do assento. Ele irá atuar tanto como estação de trabalho para o recepcionista,
que opera sentado, quanto local de atendimento ao cliente, que estará em pé. Por
este motivo, o balcão de atendimento apresenta dois principais níveis, um mais baixo,
para superfície de trabalho, e um mais alto, para atendimento.
Vejamos, na Figura 3.10 e na Tabela 3.11, as dimensões ideais para altura de um
balcão.
Figura 3.10 – Dimensões balcão 
Fonte: Adaptada de Panero e Zelnik (2002, p. 189).
Tabela 3.11 – Dimensões balcão 
Fonte: Adaptada de Panero e Zelnik (2002, p.189).
Dado antropométrico Dimensão em cm
A 101,6 – 121,9
B 61,0
C 45,7
D 55,9 – 76,2
E 198,1
F 61,0 – 68,6
G 91,4 – 99,1
H 20,3 – 22,9
I 5,1 – 10,2
J 10,2
K 111,8 – 121,9
L 86,4
1 Estatura
2 Altura dos olhos
6 Altura dos olhos, sentado
12 Espaço para as coxas
16 Comprimento nádega-joelho
23 Profundidade corporal máxima
A comunicação visual da empresa é o conjunto de elementos visuais, ou seja, signos
não verbais, através dos quais o escritório irá “conversar” com o cliente. Para que ela
transmita sua mensagem de forma e�ciente, além dos cuidados no momento de sua
elaboração, é necessário que ela esteja localizada de modo estratégico. Um painel ou
placa de identi�cação criativo, porém mal posicionado, não gera o impacto esperado.
Para uma instalação e�caz dos elementos de comunicação visual da empresa, iremos
analisar as relações visuais estabelecidas pelo visitante, considerando os dados
antropométricos da altura dos olhos tanto com a pessoa em pé quanto sentada.
Os ambientes corporativos são locais de grande dinamismo. Portanto, ao projetarmos
a recepção de um escritório, precisamos representar a marca de modo apropriado,
além de permitir possíveis recon�gurações do espaço, caso necessário.
Salas de Reunião
O projeto de uma sala de reuniões leva em conta a interface entre usuário e cadeira,
e usuário e mesa. Os dados antropométricos para o dimensionamento deste
ambiente são os mesmos empregados para o projeto de áreas de refeições. Na sala
de jantar, a zona de trabalho da mesa é ocupada por pratos e talheres, já nas salas de
reunião, esta área será preenchida por papéis, documentos e materiais de escritório.
Os dados antropométricos de comprimento nádega-joelho e profundidade corporal
máxima determinam o espaço ocupado por uma cadeira. Segundo Panero e Zelnik
(2002), recomenda-se utilizar largura entre 50,8 cm e 61 cm, e profundidade entre
45,7 cm e 61 cm.
As mesas de reunião variam o seu formato conforme o tipo de uso esperado. Mesas
quadradas e redondas são as mais usuais, no entanto, mesas com con�guração em U
ou mesas organizadas em �leiras também são utilizadas para reuniõesque
demandam apresentação. Em todas estas con�gurações de mesas, é necessário
prever a zona de circulação para que os funcionários consigam acessar seus lugares à
mesa.
Ao contrário do que ocorre no projeto de espaços de refeições, as salas de reunião
demandam um cuidado especial no que diz respeito às linhas de visão. O
posicionamento das cadeiras deve ser feito de modo a assegurar que todos os
ocupantes tenham livre visão da apresentação.
Vejamos, na Tabela 3.19, a análise das linhas de visibilidade.
A qualidade dos móveis da sala de reuniões deve atender a sua expectativa de uso,
garantindo, assim, resistência, durabilidade e segurança aos usuários. Para a
realização das atividades de reunião, móveis como a mesa podem demandar
especi�cidades, como por exemplo, saída para cabos e apoios para equipamentos.
Escritórios Coletivos
Segundo Hessel (1985), existem três principais tipos de layouts adotados nos
ambientes corporativos; quais sejam:
Layout do tipo corredor, que se con�gura como salas fechadas organizadas
linearmente. Cada uma destas salas acomoda uma equipe ou setor da
empresa, aumentando as relações estabelecidas entre os indivíduos da
mesma equipe. Como aspecto negativo deste tipo de organização, podemos
apontar o elevado custo de implantação e o espaço perdido com circulações
e divisórias.
Layout de espaço aberto, que trabalha em situação oposta à do layout
corredor. Neste caso, todas as mesas são organizadas em um único
ambiente, sem nenhuma divisória. Esta con�guração privilegia a
comunicação, mas também, por este motivo, ela não é indicada em locais
em que as tarefas realizadas demandem silêncio e elevado grau de
concentração.
Layout panorâmico, que é uma mescla das duas situações anteriores.
Nesta opção, são criados compartimentos parciais, através de divisórias à
meia altura, que não vão até o teto. Desta forma, temos privacidade e
redução de ruídos, sem o comprometimento da comunicação entre setores.
Para um projeto ergonômico, iremos analisar a interface entre o usuário sentado e a
estação de trabalho. A estação de trabalho básica varia conforme o tipo de trabalho
realizado. A zona de execução de tarefa deve ter dimensões su�cientes para
acomodar todos os equipamentos necessários; as cadeiras devem permitir ajustes
para que o usuário consiga con�gurá-la de acordo com suas dimensões.
Vejamos, na Figura 3.11 e na Tabela 3.12, a seguir, as dimensões para o projeto de
uma estação de trabalho.
Figura 3.11 – Dimensões estação de trabalho 
Fonte: Adaptada de Panero e Zelnik (2002, p. 176).
Dado antropométrico Dimensão em cm
A 228,6 -  320,0
B 76,2 – 91,4
C 76,2 – 121,9
D 15,2 – 30,5
E 152,4 – 182,9
F 76,2 – 106,7
G 35,6 – 45,7
H 40,6 – 50,8
I 45,7 – 55,9
J 45,7 – 61,0
K 15,2 – 61,0
L 152,4 – 213,4
24 Largura corporal máxima
Tabela 3.12 – Dimensões estação de trabalho 
Fonte: Adaptada de Panero e Zelnik (2002, p.176).
Os espaços de circulação de escritórios devem apresentar distância mínima
equivalente à largura corporal máxima do usuário de maior dimensão. Para a área de
arquivos e armários, é necessário prever uma dimensão livre su�ciente para a
realização da operação de abrir a gaveta. Nesta situação, consideramos a soma das
dimensões de zona de trabalho/circulação e gaveta aberta (PANERO; ZELNIK, 2002).
A altura de prateleiras e gavetas de arquivos leva em consideração o alcance do
usuário de menor dimensão sentado e em pé, respectivamente. Panero e Zelnik
(2002) indicam que a altura �nal máxima para prateleiras na estação de trabalho deve
ser 116,8 cm acima da superfície de trabalho. Já para o projeto de arquivos do tipo
gaveteiro, recomenda-se altura �nal entre 137,2 cm e 147,3 cm.
Para o projeto de escritórios com layout panorâmico, precisamos veri�car também a
altura das divisórias a serem instaladas. Os dados antropométricos avaliados para
este projeto são a altura dos olhos da pessoa em pé e sentada. O nível de privacidade
desejado irá determinar a altura �nal da divisória. Em nossa proposta, desejamos que
os funcionários tenham contato visual quando sentados ou não? Este tipo de questão
deve ser respondida em conjunto com os gerentes e responsáveis por cada setor da
empresa.
atividadeAtividade
O projeto de ambientes corporativos é uma das áreas que se bene�cia dos dados
antropométricos para a criação de espaços ergonômicos. Uma das dimensões muito
empregadas neste processo é a altura dos olhos da pessoa sentada. A partir do discutido,
assinale a alternativa que apresente quais elementos consideram este parâmetro
antropométrico em seu projeto.
a) Instalação de comunicação visual, divisórias de ambientes, telas de projeção.
b) Instalação de comunicação visual, mesa de trabalho, armário de arquivo.
c) Armário de arquivo, divisórias de ambientes, telas de projeção.
d) Balcão de atendimento, mesa de trabalho, prateleira.
e) Armário de arquivo, mesa de trabalho, balcão de atendimento.
indicações
Material
Complementar
LIVRO
Projetando Espaços: Guia de Arquitetura de
Interiores para Áreas Comerciais.
Editora: Senac
Autora: Miriam Gurgel.  
ISBN: 9 7885396031 012
Comentário: Ambientes comerciais apresentam
especi�cidades que não existem quando projetamos obras
residenciais. A forma como o usuário se apropria de tais
espaços também é distinto. Neste contexto, tanto o
pro�ssional quanto o cliente do lugar projetado devem ser
contemplados enquanto usuários. Por este motivo, é
extremamente importante que, enquanto projetistas,
possamos identi�car quais são as particularidades destes
projetos. Na leitura indicada, a autora nos convida a
aprofundar nossos conhecimentos sobre a dinâmica espacial
de áreas comerciais assim como os principais condicionantes
de projeto.
FILME
Steve Jobs
Ano: 2015
Comentário: O �lme, adaptado de uma biogra�a, conta a
história do grande executivo da Apple, Steve Jobs. Dividida
em três principais momentos, a obra apresenta fragmentos
em �ashback e passagem em tempo real. Embora este �lme
não seja direcionado à arquitetura, a rica ambientação de
cenários nos ilustra como eram os interiores dos ambientes
corporativos nas décadas de 1980 e 1990.
T R A I L E R
conclusão
Conclusão
Nesta unidade, tivemos a oportunidade de estudar sobre a antropometria e a
ergonomia, que são campos de estudo que atuam de forma diretamente ligada ao
projeto de espaços, móveis e produtos.
No entanto, para a sua correta aplicação, é necessário compreender quais os dados
são empregados para o dimensionamento e a criação de cada uma das interfaces do
projeto. Espaços comerciais e residenciais apresentam dinâmicas distintas, o que
consequentemente gera demandas variadas.
Neste contexto, exploramos a multiplicidade de ambientes com os quais iremos nos
deparar durante a vida pro�ssional. Desta forma, compreendemos como transferir os
conceitos teóricos debatidos previamente, assim como os dados obtidos em tabelas
antropométricas, ao projeto de espaços.
referências
Referências
Bibliográ�cas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: acessibilidade a
edi�cações, mobiliários, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: ABNT,
2015.
HESSEL, José Ribeiro. Organização e métodos. Porto Alegre: DC Luzzato, 1985.
MALHOTRA, Naresh. Design de loja e Merchandising Visual. 1. ed. São Paulo:
Saraiva, 2013.
PANERO, Julius; ZELNIK, Martin. Dimensionamento humano para espaços
interiores: um livro de consulta e referência para projetos. São Paulo: Gustavo Gili,
2002.
IMPRIMIR

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