Buscar

O Absolutismo na Europa

Prévia do material em texto

Absolutismo
O ESTADO ABSOLUTISTA
 Objetivo:
 Mostrar como e onde surgiu o absolutismo. Qual foi seu efeito na sociedade da época. Quem foram os teóricos que deram apoio a essa nova visão política, que marcou o fim da idade média e o começo da idade moderna.
 O QUE FOI O ESTADO  ABSOLUTISTA?
 No continente europeu surgiu a partir do século XI, no período da Baixa Idade Média, pela aliança entre reis e burgueses e a necessidade socioeconômico e política da época. Uma espécie de centralização do poder. Começou na idade média e tomou forma na idade moderna.Para uma definição mais exata pode-se classificar o absolutismo como uma forma de governo autoritário, que está nas mãos de uma pessoa ou um grupo social. Estes tem o poder absoluto sobre o estado. Com essa idéia em mente não é de admirar os abusos que foram cometidos pelos governantes.O absolutismo seria a expressão política do mercantilismo.Para tudo isso acontecer, foi necessário a ajuda dos pensadores dos que idealizaram essa forma de governo.
 TEÓRICOS DO ABSOLUTISMO
 As mudanças culturais através do Renascimento, na sociedade, ajudaram a reestruturar a visão política da Europa. Sem a interferência da igreja, muitas teorias surgiram para justificar o estado absolutista.A idade moderna rompeu com muitas idéias medievais. Veja agora alguns teóricos de destaque:
 Nicolau Maquiavel (1469-1527)Foi membro do governo dos Médices, de Florença. Em suas obras ele expressa suaindignação por ver a Itália devastada pela divisão em repúblicas rivais. A solução seria a união nacional por um interesse comum.No século XVI, publicou o texto O Príncipe, dedicado ao príncipe Lourenço de Médicis. Nesta obra ele comenta sobre as artes de conquistar e manter o poder. Foi publicado em 1513. algumas de suas recomendações eram que para governar é preciso a astúcia, sutileza e um bom exército. Por citar Moisés , um personagem bíblico, ele insinuou a ligação de Deus com a posição dos reis. Com se os reis fossem representantes de Deus aqui na terra.Para Maquiavel, a necessidade de ter um estado forte justifica qualquer atitude.
Thomas Hobbes(1588-1619)Este foi o teórico que melhor definiu a ideologia absolutista. Sua obra foi o livro Leviatã, onde mostra sua idéia de um estado poderoso e dominante. Este é necessário para manter a ordem do governo, sem ela os homens viveriam em constantes guerras. Como se o monarca fosse o protetor da lei e da ordem.Para Hobbes, o estado absoluto surgiu em função do avanço da sociedade. Que antes era primitiva, sem leis, cada um por si. Mas depois que a razão e a autoconservação entram na sociedade,surgiu a necessidade da união para a criação de um estado forte. Neste estado há uma espécie de contrato ou acordo, onde cada cidadão concederia seus direitos à um soberano.Para Hobbes, a autoridade do estado tem de ser absoluta para proteger os cidadãos da violência e do caos. O soberano podegovernar com autoridade, pois esta foi concedida pelo povo.
Jacques Bossuet(1627-1704)Bossuet defendeu fortemente a teoria do direito divino dos reis. Cuidou da educação do filho do rei francês Luis XIV. Suas obras foram Memórias para educação do Delfim e  Política.Para Bossuet a autoridade real é sagrada. O rei age como ministro de Deus na terra, logo uma rebelião contra o rei seria o mesmo que rebelasse contra Deus.Sua influência foi forte na dinastia francesa dos Bourbon.
 Jean Bodin ( 1530- 1596)Sua obra foi A República, este defendia a idéia da soberania não-partilhada, ou seja, o rei pode governar sem a interferência, ou restrição de alguém, pois ele teria o poder de legislar sem a permissão de outros.
 Hugo Grotius(1530-1596)Sua obra foi  Do direito da paz e da Guerra. Embora comente sobre direito internacional, aparece com mesmas idéias dos outros teóricos: a defesa de um governo despótico, com poder ilimitado para assim não haver o caos político na sociedade.Agora os resultados de tantas ideologias foram vistas em alguns países.
 O ABSOLUTISMO NA FRANÇA
A centralização política da França vem desde a guerra dos Cem Anos ( 1337-1453). O absolutismo francês teve seu auge na dinastia dos Bourbons.
Durante o século XVI, ainda na dinastia Volois, havia conflitos internos, tanto políticos como religiosos. O conflito maior ficava a estrutura político-econômica do governo. Pois os burgueses, que eram a fonte do governo,adotaram o calvinismo como religião enquanto o estado tinha forte influência católica.No governo de Carlos IX (1560-1574) a luta de católicos e Huguenotes ( calvinistas franceses) foi forte.sem confronto a nobreza católica e os burgueses mercantilistas calvinistas. O auge dessa luta foi em 24 de agosto de 1572,  A Noite de São Bartolomeu, onde houve o massacre de mais de 3 mil huguenotes, incluindo mulheres e crianças. Isto provocou instabilidade política e colocou o trono francês em risco. Por isso Henrique III, filho de Catarina de Médici, aliou-se a Henrique Bourbon, líder dos Huguenotes e o fez seu herdeiro político. Nesse tempo o católico Henrique Guise disputou a liderança com Henrique III, essas disputas ficaram conhecidas como a Guerra dos três Henriques. O final foi: Henrique de Guise morreu, Henrique Bourbon saiu vitorioso e tornou-se herdeiro de Henrique III.
 DINASTIA BOURBON
Com a morte de Henrique III em 1589, Henrique Bourbon assumiu poder com o nome de Henrique IV. Mas este por ser protestante enfrentou forte oposição. Os conflitos armados foram tantos, que Henrique viu-se obrigado a fugir de Paris. Para poder ser de fato rei dos franceses, Henrique abandona o protestantismo e assim é coroado rei. Este novo rei fortaleceu o absolutismo, por implantar uma política econômica mercantilista. Assinou em 1598 o  Edito de Nantes, que concedia liberdade de religião aos protestantes. Com isso o rei refez a aliança comos burgueses.O sucessor de Henrique IV foi Luis XIII (1610-1643). Em seu reinado destaca-se a figura de seu primeiro ministro o Cardeal Richelieu ( 1624- 1642), que ampliou os poderes absolutos do rei e lançou a França na disputa pelo comércio internacional e a posse de colônias. Também cassou os direitos dos que eram opositores do rei. Abriu caminho para os burgueses terem acesso a cargos na administração pública, mesmo sob a proteção de edito de nantes, ele perseguiu protestantes. Richelieu levou a França intervir na Guerra dos trinta anos. Pois neste conflito visava a disputa à hegemonia política européia. O apogeu do absolutismo francês foi com o rei Luis XIV (1643-1715), chamado também de “Rei sol”,devido suas grandes realizações. Por ter assumido o trono ainda jovem, teve como ministro outro cardeal, Mazarino. Este aplicou uma política centralizadora, eliminou as frondas,ou seja, as associações de nobres e burgueses, que eram contra o absolutismo e os tributos impostos ao povos para repor os prejuízos aos cofres reais por causa do apoio à guerra dos trinta anos.
 Após a morte do Cardeal, o ministério das finanças foi para Jean Baptiste Colbert, que fez a base para o mercantilismo francês. Este promoveu o desenvolvimento da manufatura, navegação e das conquistas territoriais na Ásia e América. Na época de Luís XIV, foi um período de cultura na França e berço de pensadores e artistas. Infelizmente em 1685, Luis XIVreformulou sua política religiosa e revoga o Edito de Nantes. Esta atitude fez com que muitos huguenotes, boa parte burgueses, fugissem da perseguição religiosa. Isto arruinou a economia mercantil e abriu caminho para as críticas ao regime absolutista. O poder francês na Europa começou a cair nos reinados de Luis  XV e Luis XVI. Porque a corte fazia gastos excessivos, os impostos eram muitos sobre os burgueses e a população além das derrotas militares.
 A França entrou em duas guerras. A primeira  foi a Guerra dos Sete anos(1756-1763), onde a França enfrentou a Inglaterra disputando o mercado europeu e áreas para colônias. Mas perdeu dois territórios , o Canadá e a Índia. A segunda foi a guerra de independência dos Estados Unidos (1776-1781), o apoio nesta guerra, causou dificuldades econômicasa França. Com todos esses fatores, foram surgindo motivos e condições para a Revolução Francesa de 1789 que daria fim ao Regime francês.
 
O ABSOLUTISMO NA INGLATERRA
 O poder real na Inglaterra começou no século XVI, com a dinastia Tudor.
 Henrique VIII ( 1509-1547), segundo rei da série, impôs-se sobre a nobreza enfraquecida, unificou o país e chocou-se com o Papado. Este choque parecia simples e fútil. Na verdade o rei queria separar-se de sua esposa , Catarina de Aragão, para casar-se com outra, Ana Bolena. Mas com a proibição do Papa, Henrique rompeu com a igreja e fundou a igreja anglicana. Esse conflito serviu como pretexto paraque o rei confiscasse os bens da igreja, que foram redistribuídos  ou vendidos para os nobres. Por volta de 1570 a indústria de lã e a escavação das minas de carvão cresceram. O comércio internacional também aumentou e serviu de estímulo para a construção naval. Com o avanço da pirataria legitimada pelo estado (os corsários), cada império colonial teve seus lucros.
Os mercadores aventureiros e a companhia inglesa das índias orientais, dinamizou a expansão comercial, principalmente de tráfico de pessoas para as colônias. A burguesia mercantil das cidades portuárias, principalmente Londres, ganhou importância na câmara dos Comuns. Os trabalhadores conquistaram o estatuto dos artesões, de 1563, que regulamentava suas atividades e a Leis dos Pobres, que cobrava impostos obrigatório sobre as pessoas das comunidades para sustentar os necessitados.
 
O ESTADO LIBERAL
Características principais• Emerge no séc. XVIII, como reação da burguesia ao Absolutismo• Principais valores: individualismo, liberdade e propriedade privada • Contra concentração de poderes pelo Estado 
Segundo os ideais liberais, não caberia ao Estado intervir nas relações entreindivíduos, mas manter a segurança paraque todos pudessem desenvolver suas atividades. É IMPORTANTE ENTENDER QUE, PARA OS LIBERAIS, O ESTADO TINHA QUE GARANTIR O DIREITO À PROPRIEDADE PRIVADA E ASSEGURAR AS LIBERDADES , PARA QUE TODOS PUDESSEM DESENVOLVER SUAS ATIVIDADESECONÔMICAS 
4. Fundamento básico: soberania popular Exemplo: A constituição Brasileira, no artigo 1°: “ todo poder emana do povo que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição” 
5. Karl Marx - filósofo, historiador, economista e cientista social (Século 19)"O Governo do Estado moderno é apenas um comitê para gerir os negócios comuns de toda a burguesia" Livro: Karl Marx (Manifesto do Partido Comunista) 
6. ATIVIDADEFaça uma breve pesquisa,procurando analisar comoas ideias do Estado liberal (liberalismo) estão presentes ainda hoje na formação dos Estados nacionais . 
     O Estado Liberal – também definido como uma espécie de terceiro desdobramento do Estado Moderno – tem três fases históricas mais ou menos determinadas. A primeira fase remonta à Revolução Gloriosa de 1688, na Inglaterra. Neste primeiro momento, o que se reivindicava mais especialmente eram os direitos individuais. Logo em seguida, com a chegada da Primeira Revolução Industrial, em 1750, o próprio capitalismo conhece um salto – agora em direção à fase industrial. Este desenvolvimento industrial – em sua fase embrionária, limitada à indústria têxtil inglesa - também propiciou ou estimulou tanto a Revolução Americana, de 1776, quanto a famosa Revolução Francesa de 1789 – esta mais burguesa do que a americana.
            A segunda fase se inicia com a Segunda Revolução Industrial, a partir de 1850. Como se sabe,este é o grande salto tecnológico, político e econômico no interior do próprio capitalismo. A partir de então, o capitalismo industrial não conhecerá mais limites jurídicos, geográficos, políticos ou morais. Esta fase perdurou até as primeiras décadas do século XX ou meados do século, por volta dos anos 50-60, quando entra em cena o Estado do Bem-Estar Social –limitado à experiência européia. Já a terceira fase, a mais recente do Estado Liberal é esta em que nos encontramos e que resultou da mistura do neoliberalismo com a globalização. Hoje, em oposição aos modelos anteriores, os Estados nacionais procuram desmantelar a rede de direitos que foi construída ao longo do século XX. Da mesma forma, a soberania construída a duras penas com a formação de uma referência nacional (também diz-se identidade nacional) entra em colapso. 
            Mas, enfim, o que trouxe de novo o Estado Liberal?
            Nas fases iniciais, o Estado Liberal tinha como marca a proposta da liberdade, num sentido bem preciso da liberdade, pois a luta pelas liberdades individuais não passava da defesa das liberdades individuais na vigência das ordens econômicas. Isto é, a chamada liberdade negativa (só fazer o que a lei não proíbe) punia veementemente a crítica à estrutura social que nascia com a ordem capitalista [01]. As fases iniciais do Estado Liberal correspondiam ao implemento econômico do capitalismo e os direitos individuais não passavam deincremento desse processo de crescimento econômico. É como se dissesse que não havia liberdade fora da área econômica, por exemplo, não havia liberdade para questionar a propriedade privada.
A Organização do Estado Fascista
A partir de 1926, o Estado italiano era fascista, com todo o poder concentrado no Dose, chefe do governo e do Partido Nacional Fascista. Mussolini era assistido pelo Grande Conselho Fascista, composto pelos principais chefes fascistas, órgão encarregado de coordenar toda a atividade do regime e nomear o chefe do governo. O rei servia apenas para assinar alguns papéis e manter a tradição. Criou-se o Estado totalitário, em que os membros do partido ocupavam todos os cargos estatais. O chefe todo-poderoso era a encarnação do Estado, a quem todos deveriam servir e venerar. O partido era o grande instrumento do Estado totalitário, que visava controlar a atividade e o pensamento de todos os indivíduos. Os membros do partido controlavam a ordem pública e toda a administração. Crianças, adolescentes e adultos foram organizados em movimentos onde se difundia a ideologia fascista. Aos professores era imposto que trabalhassem vestindo camisas negras e jurassem fidelidade ao regime. O rádio, o cinema, o teatro e todas as atividades culturais eram obrigadas a difundir o culto de Mussolini, do Estado, da pátria e do fascismo.
As oposições  liberal, socialista, comunista e católica  foram praticamente neutralizadas nointerior do país; entretanto, eram bastante ativas no exterior, onde participavam de manifestações e denunciavam o terror do regime italiano. Na Itália, apenas o Partido Comunista procurava infiltrar militantes nas organizações populares fascistas. Mas, enquanto o regime foi forte, a ação da oposição não surtiu efeito. Apenas com o avanço dos aliados, durante a Segunda Guerra, e as primeiras derrotas fascistas, foi que a oposição, organizando a resistência italiana, contribuiu para apressar seu fim. O fascismo queria eliminar a luta de classes e para isso criou organizações econômicas chamadas Corpo- rações  formadas de patrões e empregados de um mesmo setor, a fim de disciplinar o trabalho e a produção. A grande burguesia opunha-se à criação dessas organizações mistas, pois temia perder o poder em suas fábricas para os sindicalistas fascistas. Por isso, em 1927, foi elaborada a Carta do Trabalho, regulando as relações trabalhistas no país e garantindo a representação separada de patrões e empregados. Embora reconhecesse que o trabalhador era um colaborador ativo da empresa, esse documento definia que a direção e a responsabilidade por ela continuavam sendo do empresário.
A crise econômica de 1929 jogou a Itália no caos e o fascismo começou a perder sua mística popular. Era necessário fazer algo grandioso. Então, em 1934, Mussolini criou 22 Corporações, em que patrões e funcionários dos sindicatos fascistas atuavam juntos.Havia também um terço de representantes do Estado para somar seu voto ao dos patrões. Com esse mecanismo, Mussolini dava a impressão de ter aproximado patrões e empregados.Porém, como os sindicatos eram controlados pelo Partido Nacional Fascista e o Estado tinha participação nessas Corporações, o resultado foi um controle maior dos fascistas sobre a produção, o trabalho e a economia de modo geral. Mussolini queria uma Itália superpovoada e forte, capaz, como ele dizia. De ocupar seu grande destino no mundo”. Para atingir seus objetivos políticos, foi implantado um dirigismo estatal na economia.
O Estado empenhou-se num ambicioso programa de modernização, buscando a auto-suficiência econômica: drenagem de pântanos e irrigação de terras, desenvolvimento de indústrias e de hidrelétricas, melhorias das ferrovias foram algumas das medidas desse plano estatal. Mas, apesar desses esforços de industrialização, a Itália continuava subdesenvolvida, com uma agricultura pouco produtiva, uma renda per capita baixa e extremamente dependente da importação de fertilizantes, carvão, petróleo, borracha e cobre. Além disso, o Estado destinava 10% da renda nacional aos gastos militares, deixando pouco capital disponível para os investi mentos necessários ao bem-estar da população.
Esse desenvolvimento industrial era financiado pelo Estado italiano, por meio de bônus, que seriam pagos a longo prazo e com capitais guardados nos bancos, os quais,a partir de 1936, foram transformados em empréstimos compulsórios ao governo. Outra forma de obter recursospara a modernização foi aumentar os impostos. Enquanto os resultados dessa política não apareciam, o povo assistia ao aumento do custo de vida e convivia com crises freqüentes de abastecimento, provocadas pelo racionamento de produtos. O grande capital, entretanto, alcança vai lucros cada vez maiores.
O Estado do Bem-estar
também é conhecido por sua denominação em inglês, Welfare State. Os termos servem basicamente para designar o Estado assistencial que garante padrões mínimos de educação, saúde, habitação, renda e seguridade social a todos os cidadãos.
É preciso esclarecer, no entanto, que todos estes tipos de serviços assistenciais são de caráter público e reconhecidos como direitos sociais. A partir dessa premissa, pode-se afirmar que o que distingue o Estado do Bem-estar de outros tipos de Estado assistencial não é tanto a intervenção estatal na economia e nas condições sociais com o objetivo de melhorar os padrões de qualidade de vida da população, mas o fato dos serviços prestados serem considerados direitos dos cidadãos.
Antecedentes históricos
Em diferentes épocas e períodos históricos, é possível identificar vários tipos de políticas assistenciais promovidas por inúmeros Estados. No transcurso do século 18, por exemplo, países como Áustria, Rússia, Prússia e Espanha colocaram em prática uma sériede importantes políticas assistenciais. Porém, esses países desenvolveram ações desse tipo nos marcos da estrutura de poder não-democrático.
Os países citados acima ainda apresentavam uma estrutura social tradicional baseada na reconhecida divisão entre súditos e governantes. As políticas assistenciais desenvolvidas por esses países se situavam no campo da justiça material, ou seja, eram consideradas pelos súditos como dádivas ou prebendas ofertadas pelo governante. É possível traçarmos um paralelo da situação descrita acima com as políticas assistenciais criadas no âmbito do governo ditatorial de Getúlio Vargas (1930-1945), que ficou conhecido por extensos segmentos das populações pobres como o "pai dos pobres".
Origens do Estado do Bem-estar
O Estado do Bem-estar, tal como foi definido, surgiu após a Segunda Guerra Mundial. Seu desenvolvimento está intimamente relacionado ao processo de industrialização e os problemas sociais gerados a partir dele. A Grã-Bretanha foi o país que se destacou na construção do Estado de Bem-estar com a aprovação, em 1942, de uma série de providências nas áreas da saúde e escolarização. Nas décadas seguintes, outros países seguiriam essa direção.
Ocorreu também uma vertiginosa ampliação dos serviços assistenciais públicos, abarcando as áreas de renda, habitação e previdência social, entre outras. Paralelamente à prestação de serviços sociais, o Estado do Bem-estar passou a intervirfortemente na área econômica, de modo a regulamentar praticamente todas as atividades produtivas a fim de assegurar a geração de riquezas materiais junto com a diminuição das desigualdades sociais.
Capitalismo e democracia
Com base nessas considerações, é possível afirmarmos, portanto, que numa perspectiva mais ampla as origens do Estado do Bem-estar estão vinculadas à crescente tensão e conflitos sociais gerados pela economia capitalista de caráter "liberal", que propugnava a não-intervenção do Estado nas atividades produtivas.
As crises econômicas mundiais presenciadas nas primeiras décadas do século 20 (da qual a crise de 1929 é o caso mais conhecido) provaram que a economia capitalista livre de qualquer controle ou regulamentação estatal gerava profundas desigualdades sociais. Essas desigualdades provocavam tensões e conflitos, capazes de ameaçar a estabilidade política.
Direitos sociais
Os direitos sociais surgem, por sua vez, para assegurar que as desigualdades de classe social não comprometam o exercício pleno dos direitos civis e políticos. Assim, o reformismo do Estado do Bem-estar tornou possível compatibilizar capitalismo e democracia. No âmbito do Estado do Bem-estar, o conflito de classes não desapareceu, mas se institucionalizou. A extensão dos direitos políticos e o sufrágio universal possibilitaram canalizar os conflitos de classe para as instituições políticas, transformando demandas sociais em direitos.O grau e a extensão do intervencionismo estatal na economia e a oferta de serviços sociais variou enormemente de país para país. Os países industrializados do Primeiro Mundo construíram Estados de Bem-estar mais extensos do que os países de economia socialista e os países subdesenvolvidos. Porém, entre os países de Primeiro Mundo também há variações. Certamente, o Estado de Bem-estar francês é mais extenso do que o inglês; e este último é mais extenso do que o americano.
Auge do Estado do Bem-estar
O modelo de Estado do Bem-estar que emergiu na segunda metade do século 20 na Europa Ocidental e se estendeu para outras regiões e países chegou ao auge na década de 1960. No transcurso dos anos 70, porém, esse modelo de Estado entrou em crise.
Uma tese amplamente comprovada é a correlação que existe entre o crescimento econômico e a extensão das ofertas de serviços sociais à população. Com base nessa tese, torna-se irrelevante o fato de a economia ser socialista ou capitalista e se o regime é democrático ou ditatorial, pois as estruturas do Estado de Bem-estar estão relacionadas ao grau de desenvolvimento econômico de um determinado país.
Crise
A crise do Estado de Bem-estar é um tema complexo para o qual não há consenso entre os estudiosos. Nos países industrializados ocidentais, os primeiros sinais da crise do Welfare State estão relacionados à crise fiscal provocada pela dificuldade cada vez maior de harmonizar os gastospúblicos com o crescimento da economia capitalista. Nessas condições, ocorre a desunião entre "capital e trabalho". As grandes organizações e empresas capitalistas e as massas trabalhadoras já não se entendem e entram em conflito na tentativa de assegurar seus próprios interesses.
Na Grã-Bretanha, a eleição da primeira-ministra Margareth Thatcher (do Partido Conservador; que governou de 1979 a 1990) representou o marco histórico do desmonte gradual do Estado de Bem-estar inglês a partir da política de privatização das empresas públicas. Outros países adotaram a mesma política.
E o Brasil?
O Brasil nunca chegou a estruturar um Estado de Bem-estar semelhante aos dos países de Primeiro Mundo. Não obstante, o grau de intervenção estatal na economia nacional teve início na Era Vargas (1930-1945) e chegou ao auge durante o período da ditadura militar (1964-1985). Paradoxalmente, os mais beneficiados com os gastos públicos em infra-estrutura (nas áreas de telecomunicações,energia elétrica, auto-estradas etc) e construção de grandes empresas públicas foram, justamente, os empresários brasileiros e estrangeiros.
Na década de 1970, porém, setores mais influentes da classe empresarial começaram a dirigir críticas ao intervencionismo estatal. Na época, a palavra mais usada pelos empresários paulistas em sua campanha contra o intervencionismo estatal na economia era "desestatização". Quando ocorreu a transição para a democracia,os partidos políticos de esquerda e os movimentos populares acreditavam que tinha chegado o momento do Estado brasileiro saldar a imensa dívida social diante das profundas desigualdades sociais e pobreza extrema reinantes no país. Não obstante, todos estes anseios foram frustrados.
Os governos democráticos que se sucederam a partir de 1985 adotaram inúmeras políticas, chamadas de neoliberais, cujos desdobramentos mais evidentes foram as privatizações de inúmeras empresas estatais. Atualmente, o debate em torno da reforma da previdência social é o centro da política de desmonte (ou reestruturação, como preferem os políticos de direita) do Estado do Bem-estar brasileiro
O ESTADO NEOLIBERAL
O que dizer dos defensores neoliberais, qual o discurso deles agora. Anteriormente o caminho da civilidade, da prosperidade, do desenvolvimento econômico e social era a venda das estatais, ou seja, o enxugamento do estado através das privatizações. Estatais vendidas eram sinônimo de economia forte, pois o livre marcado traria mais emprego e melhor distribuição de renda.
Como defender esses discursos de tamanha hegemonia no planeta, hegemonia essa que está preste a se afundar, devido ao gigantesco fracasso do "cassino global" que virou o nosso planeta.
O modelo neoliberal violentou o estado. Desestruturou a maquina publica - passando para a sociedade civil a responsabilidade pela manutenção das políticas universais e agora pedesocorro suplica ao mesmo estado para que assuma a divida que eles criaram, ou seja, nós população planetária temos que pagar uma divida que enriqueceu centenas de agiotas e ainda ficamos calados, pois a força que ainda temos de reação é simplesmente para manutenção dos empregos.
Para finalizar devo dizer que nós militantes sociais, devemos sim propor um levante global e dizer um basta a tudo isso e para que isso aconteça, devemos nos mobilizar, primeiramente dizendo um grande NÃO aos governos que estão novamente doando dinheiro publico para essas grandes corporações. Esse levante tem que ser social - empregadores e empregados, estamos no mesmo barco, quem produz através do seu trabalho não tem outra saída a não ser dar as mãos e juntos caminharmos na direção de uma nova ordem planetária.
 
Neoliberalismo é uma redefinição do liberalismo clássico, influenciado pelas teorias econômicas neoclássicas, e é entendido como um produto do liberalismo econômico clássico. O neoliberalismo pode ser uma corrente de pensamento e uma ideologia, ou seja uma forma de ver e julgar o mundo social ou um movimento intelectual organizado, que realiza reuniões, conferências e congressos.
Na política, neoliberalismo é um conjunto de idéias políticas e econômicas capitalistas que defende a não participação do estado na economia, onde deve haver total liberdade de comércio, para garantir o crescimento econômico e o desenvolvimento social de umpaís.
O neoliberalismo defende a pouca intervenção do governo no mercado de trabalho, a política de privatização de empresas estatais, a livre circulação de capitais internacionais e ênfase na globalização, a abertura da economia para a entrada de multinacionais, a adoção de medidas contra o protecionismo econômico, a diminuição dos impostos e tributos excessivos e etc.
O neoliberalismo é bastante criticado pois muitos acreditam que a economia neoliberal só beneficia as grandes potências econômicas e as empresas multinacionais, que países pobres ou em processo de desenvolvimento acabam sofrendo com os resultados de uma política neoliberal, causando o desemprego, baixos salários, aumento das diferenças sociais e dependência do capital internacional.
Neoliberalismo no Brasil
No Brasil, o Neoliberalismo começou a ser seguido de uma forma aberta nos dois governos consecutivos do presidente Fernando Henrique Cardoso. Neste caso, seguir o neoliberalismo foi sinônimo de privatização de várias empresas do Estado. O dinheiro conseguido com essas privatizações foi na sua maioria utilizado para manter a cotação do Real (uma nova moeda na altura) ao nível do dólar. As medidas neoliberalistas originaram falências e desemprego.
Havia o argumento que as empresas estatais não era produtivas, e que ao privatizá-las, os seus serviços melhorariam. No entanto, a venda dessas empresas para grupos econômicos ou investidores particulares, não foitraduzida em um benefício proporcional. Além disso, algumas das empresas privatizadas eram altamente lucrativas e competitivas, desqualificando o argumento inicial que justificaria a sua venda.
A estratégia de privatização encorajada por ideais neoliberais não foi seguida por todos os países. Ao contrário do Brasil, a China e Índia (países que têm mostrado um crescimento enorme nas últimas décadas) adotaram tais medidas de forma restrita e gradativa. Nesses países, o investimento de grupos econômicos foram feitos em parceria com empresas nacionais.
Um dos principais problemas do processo de privatização de empresas estatais brasileiras é que o dinheiro conseguido deveria ter sido utilizado para diminuir a dívida pública. No entanto, tal não foi possível porque uma política de juros altos (para segurar a inflação e cativar investimentos estrangeiros) resultou em um aumento da dívida para valores superiores aos anteriores à "onda" de privatizações.
Neoliberalismo e globalização
Os conceitos de neoliberalismo e globalização estão ligados porque o neoliberalismo surgiu graças à globalização, e mais concretamente à globalização da economia. Depois da Segunda Guerra Mundial, o aumento do consumo e o avanço da tecnologia da produção lideraram a sociedade para o consumismo. Essa sociedade consumista fomentou a globalização da economia, para que os capitais, serviços e produtos pudessem fluir para todo o mundo, um claropensamento neoliberal. Desta forma, o neoliberalismo abriu a liberdade econômica ordenada pelo mercado, sendo que em algumas ocasiões o Estado tem que intervir em algumas negociações para evitar desquilíbrios financeiros. Apesar disso, a doutrina neoliberal visa que a economia e política atuem de forma independente uma da outra, e por isso não aprecia quando há uma intervenção política na economia.
Neoliberalismo e educaçãoO neoliberalismo vê a educação de forma específica, e estes são alguns itens fulcrais na área da educação: qualidade total, modernização da escola, adequação do ensino à competitividade do mercado internacional, nova vocacionalização, incorporação das técnicas e linguagens da informática e da comunicação, abertura da universidade aos financiamentos empresariais, pesquisas práticas, utilitárias, produtividade.É importante que de acordo com a vertente neoliberal, a educação não é incluída no campo social e político, passando a ser integrada no mercado. Assim, alguns dos problemas econômicos, sociais, culturais e políticos abordados pela educação são muitas vezes transformados em problemas administrativos e técnicos. Uma escola modelo deve conseguir competir no mercado. O aluno passa a ser um mero consumidor do ensino, enquanto o professor fica conhecido como um funcionário treinado para capacitar os seus alunos a se integrarem no mercado de trabalho.
TRABALHO
DE
SOCIOLOGIA
LETICIA EDUARDA DE OLIVEIRA

Continue navegando