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Ciências Humanas e suas Tecnologias VÉSPERA ENEM fariasbrito.com.br @fariasbrito canalfariasbrito@fariasbrito colegiofariasbrito NÚCLEO ALDEOTA (85) 3486.9000 NÚCLEO CENTRAL (85) 3464.7788 (85) 3064.2850 NÚCLEO SUL (85) 3260.6164 NÚCLEO EUSÉBIO (88) 3677.8000 NÚCLEO SOBRAL CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS Professor Dawison Sampaio ............................................................................................................................ 5 Professor D’Laías ............................................................................................................................................. 8 Professor Hermano Melo ............................................................................................................................... 13 Professor Nilton Sousa ................................................................................................................................... 19 Professor João Saraiva ................................................................................................................................... 26 Professor Pedro Israel .................................................................................................................................... 34 Professor Adriano Bezerra ............................................................................................................................. 42 Professor Alexandre Lima .............................................................................................................................. 47 Sumário M ó d u lo d e V é s p e ra E n e m 2 0 2 0 MÓDULO DE VÉSPERA ENEM 2020 5 029.438 - 152038/20 1. (UEL) Como parte do acervo do Museu do Louvre, as obras Estátua Equestre e Espada Joiosa expressam o período de Carlos Magno, na alta Idade Média europeia (séculos VIII-IX). Sobre as características da dinastia carolíngia, assinale a alternativa correta. a) Carlos Magno criou a Escola Palatina reunindo estudiosos de várias áreas e de diferentes regiões da Europa. b) Sob o domínio dos carolíngios ocorreu uma separação entre o poder temporal e o poder espiritual. c) O poder central do rei carolíngio se fortaleceu perante o enfraquecimento do poder local dos senhores feudais. d) O Tribunal do Santo Ofício regulava de forma hegemônica os conflitos entre os senhores feudais carolíngios. e) Carlos Magno manteve um período de paz permanente em seus domínios territoriais. 2. (UPE-SSA 1) Por dupla graça de Maomé e Carlos Magno, pela criação efêmera, mas plena de significado histórico e humano, de um império cristão no interior das terras entre o Loire e o Reno, ao mesmo tempo romano e cristão. PIRENNE, Henri. Maomé e Carlos Magno. Lisboa: Asa, 1992, p. 123. Adaptado. Esse trecho é um resumo da tese clássica do historiador Henri Pirenne sobre a formação da Europa. Após sua leitura, infere-se que o autor a) opõe duas figuras históricas, Maomé e Carlos Magno, identificando duas civilizações opostas em seus valores e suas crenças, e, nessa oposição, estaria a gênese da Europa. b) propõe uma civilização europeia, fundada nos princípios de unidade entre as duas mais importantes religiões monoteístas que se fundiram na gênese da Europa. c) compõe as duas vertentes civilizacionais, o Cristianismo e o Islam, e o findado Império Romano, destruído pelos bárbaros, como gênese da Europa. d) impõe como limites intransponíveis a fronteira entre os rios Loire e Reno, mantendo, assim, o espaço que Roma havia ocupado e, portanto, salientando a importância da Antiguidade para a gênese da Europa. e) expõe dois projetos conflitantes de imperialismo, o Carolíngio e o Islamita, e afirma que, no calor dessa disputa, se deu a gênese da Europa. 3. (FGV) Por volta do final do século XVI, teve início uma transformação profunda no gênero de vida das classes privilegiadas. Os castelos deixaram de ser fortalezas e se tornaram residências de lazer no campo. Seus fossos foram cobertos e suas torres transformaram-se em ornamentos. As famílias ricas tinham, além disso, solares na cidade, onde passavam uma parte do ano. Os divertimentos tornaram-se menos guerreiros, o torneio foi substituído pelo carrossel, exercício de habilidades a cavalo, vindo da Itália. O jogo de combate transformou-se na esgrima com espada, de origem italiana, modificada na França. SEIGNOBOS, Charles. Histoire sincère de la nation française, 1982. Adaptado. As transformações assinaladas pelo texto sugerem a) a extinção das famílias nobres medievais com a ascensão social da burguesia de comerciantes e industriais. b) a pacificação das disputas entre Estados como resultado da evolução cultural da sociedade europeia. c) a passagem do poder político descentralizado para a centralização política do absolutismo monárquico. d) a dissolução da hierarquização social com base no nascimento face ao advento da sociedade de classes. e) a democratização do uso das terras produtivas com a abolição da exploração da mão de obra servil. 4. (UPE-SSA 2) Na Europa ocidental, a burguesia surge entre os séculos X e XI, sob a forma mercantil, isto é, composta por comerciantes, cambistas e emprestadores de dinheiro, sendo aumentada logo em seguida com a participação dos artesãos urbanos. Durante muito tempo, o poder político esteve nas mãos da nobreza, dos grandes senhores de terras, o que não impediu o crescimento e enriquecimento da burguesia. Com a formação das monarquias absolutistas, unificando territórios, mercados, leis, moedas e tributos, o poder político se concentrou nos reis. Bastante enriquecida, uma parte da burguesia começou a comprar terras, conquistar títulos de nobreza e, inclusive, a assumir cargos nos governos. MIGLIOLI, Jorge. Dominação burguesa nas sociedades modernas. Disponível em: https://www.ifch.unicamp.br/criticamarxista/ arquivos_biblioteca/artigo205Artigo1.pdf. Adaptado. Para conquistar o domínio sobre os demais membros da sociedade, o grupo descrito no texto se utiliza de diversos instrumentos, tendo-se como principal a) a divisão de riquezas. b) a utilização dos militares. c) a abertura do mercado nacional. d) o controle dos meios de produção. e) o fechamento do comércio ao mercado externo. Texto para questão 5. O Ocidente havia conhecido somente três modos de acesso ao poder: o nascimento, o mais importante, a riqueza, muito secundário até o século XIII salvo na Roma Antiga, o sorteio, de alcance limitado entre os cidadãos das cidades gregas da Antiguidade. Jacques Le Goff. Os intelectuais na Idade Média, 1985. Adaptado. CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS PROFESSOR DAWISON SAMPAIO HISTÓRIA MÓDULO DE VÉSPERA ENEM 2020 6 029.438 - 152038/20 5. (Famerp) O excerto sustenta que o acesso ao poder por meio da riqueza era secundário na Europa Ocidental até o século XIII, quando a) as monarquias nacionais sobrepuseram-se aos direitos da nobreza senhorial sobre os seus feudos. b) o esfacelamento do poder imperial romano transferiu as funções de defesa militar para os burgueses das cidades. c) os reis absolutistas constituíram seus exércitos com recursos de impostos arrecadados de banqueiros e comerciantes. d) as atividades comerciais e artesanais produziram novos grupos sociais no interior das cidades medievais. e) a fragmentação econômica do continente europeu foi substituída por um só padrão monetário. 6. (Unesp) Os mosteiros eram em primeiro lugar casas, cada uma abrigando sua “família”, e as mais perfeitas, com efeito, as mais bem ordenadas: de um lado, desde o século IX, os mais abundantes recursosconvergiam para a instituição monástica, levando-a aos postos avançados do progresso cultural; do outro, tudo ali se encontrava organizado em função de um projeto de perfeição, nítido, bem estabelecido, rigorosamente medido. DUBY, Georges. “A vida privada nas casas aristocráticas da França feudal”. História da vida privada, vol. 2, 1992. Adaptado. A caracterização do mosteiro medieval como uma “casa”, um “posto avançado do progresso cultural” e um “projeto de perfeição” pode ser explicada pela disposição monástica de a) valorizar a vida privada, participar ativamente da vida política e combater o mal. b) recuperar a experiência histórica e pessoal do Salvador durante sua estada no mundo dos vivos. c) recolher-se a uma comunidade fechada para orar, estudar e combater a desordem do mundo. d) identificar-se com as condições de privação por que passavam as famílias pobres, celebrar a tradição escolástica e agir de forma ética. e) reconhecer a humanidade como solidária e unida num esforço de salvação da alma dos fiéis e dos infiéis. 7. (Uefs) No Mediterrâneo, “os cristãos não conseguem fazer flutuar sequer uma tábua”. Afirmativa de Ibn Khaldun, historiador muçulmano (1332-1406), autor da História dos Árabes e dos Berberes. AQUINO, Rubim S. L. de ET AL. História das sociedades: das comunidades primitivas às sociedades medievais. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, v. 1, 1980, p. 343. A análise do historiador árabe do século XIV diz respeito a) à parceria estabelecida entre muçulmanos e judeus para o estabelecimento do monopólio no comércio marítimo mediterrâneo. b) à autossuficiência da economia feudal europeia na Baixa Idade Média, o que desestimulava o acesso às rotas marítimas comerciais do Mediterrâneo. c) ao controle da navegação comercial no contexto do mar Mediterrâneo, estabelecido pelos árabes, excluindo os reinos europeus da circulação comercial. d) ao atraso no conhecimento da navegação comercial pelos reinos europeus, especialmente os localizados na península itálica. e) à ausência de portos marítimos no sul da Europa, o que dificultava a ancoragem de embarcações nas atividades comerciais. 8. (Udesc) Leia o texto a seguir: “Todo poder vem de Deus. Os governantes, pois, agem como ministros de Deus e seus representantes na terra. Consequentemente, o trono real não é o trono de um homem, mas o trono do próprio Deus. Resulta de tudo isso que a pessoa do rei é sagrada, e que atacá-lo de qualquer maneira é sacrilégio. (...) O poder real é absoluto. O príncipe não precisa dar contas de seus atos a ninguém.” Jaques-Bénigne Bossuet, 1627-1704. Assinale a alternativa que apresenta a forma de governo à qual o trecho se refere. a) Democracia representativa. b) Monarquia constitucional. c) Absolutismo monárquico. d) República monarquista. e) Monarquia populista religiosa. 9. (FGV-RJ) Soberania popular, igualdade civil, igualdade perante a lei – as palavras hoje são ditas com tanta facilidade que somos incapazes de imaginar seu caráter explosivo em 1789. Não conseguimos nos imaginar num mundo mental como o do Antigo Regime... DARNTON, Robert. O beijo de Lamourette. Mídia, cultura e revolução. Trad., São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 30. As sociedades europeias do chamado Antigo Regime baseavam-se a) no princípio da igualdade social e econômica e no direito divino de seus monarcas. b) na ordenação social hierárquica e em concepções filosóficas ligadas a religiões. c) na perspectiva da desigualdade social e em doutrinas religiosas democráticas. d) na liberdade de expressão religiosa e no sentimento nacionalista. e) na efetivação da igualdade jurídica e na mentalidade clerical. 10. (Famerp) A base comum das ideias mercantilistas consiste na atuação de dois novos fatores: os Estados modernos nacionais, ou seja, as monarquias absolutas, e os efeitos de toda ordem provocados pelas grandes navegações e descobrimentos sobre a vida das sociedades europeias. FALCON, Francisco. Mercantilismo e transição, 1986. Adaptado. Os dois fatores mencionados no texto expressam-se, respectivamente, a) no intervencionismo econômico dos Estados modernos e no aumento dos metais nobres entesourados. b) na redução significativa do comércio interno europeu e na colonização da América e da África. c) no desenvolvimento de teorias voltadas à defesa do livre comércio e na política de degredo de encarcerados. d) na difusão das ideias sociais libertárias e no aperfeiçoamento dos instrumentos e das técnicas de navegação. e) no controle político burguês dos Estados modernos e no surgimento de órgãos regradores do comércio internacional. MÓDULO DE VÉSPERA ENEM 2020 7 029.438 - 152038/20 11. (FGV) Leia trechos do Manifesto dos camponeses, documento de 1525. (...) nos sejam dados poder e autoridade, para que cada comunidade possa eleger o seu pastor e, da mesma forma, possa demiti-lo, caso se porte indevidamente. (...) somos prejudicados ainda pelos nossos senhores, que se apoderaram de todas as florestas. Se o pobre precisa de lenha ou madeira tem que pagar o dobro por ela. (...) preocupam-nos os serviços que somos obrigados a prestar e que aumentam dia a dia (...) Antologia humanística alemã, apud Marques e outros. História moderna através de textos, 2010. A partir do documento, é correto afirmar que, no território da atual Alemanha, a) os movimentos camponeses foram liderados por Lutero contra a exploração feita pelos nobres que, de forma ilegal, apropriavam-se das florestas e reprimiam violentamente os movimentos trabalhistas. b) os movimentos dos trabalhadores em favor das mudanças propostas por Lutero baseavam-se na solidariedade entre os homens e em contraposição ao individualismo tão característico da Idade Média. c) a liderança dos movimentos camponeses defendeu a exploração dos trabalhadores, na Alemanha, apoiada por Lutero, e, juntos, receberam proteção dos nobres locais contra a perseguição feita pela Igreja Católica. d) as revoltas camponesas irromperam exigindo reformas sociais e religiosas que prejudicariam parte da nobreza apoiada por Lutero, o qual se colocou abertamente contra os movimentos. e) as experiências dos camponeses contra os nobres, apoiados por Lutero, restringiram-se aos aspectos religiosos, isto é, de domínio da Igreja Católica, pois a cooperação entre os trabalhadores e os proprietários marcava a sociedade alemã. 12. (G1-CPS) Quando na mesma pessoa, ou no mesmo órgão de governo, o poder Legislativo está unido ao poder Executivo, não existe liberdade […] E também não existe liberdade se o poder Judiciário (poder de julgar) não estiver separado do poder Legislativo (poder de fazer as leis) e do poder Executivo (poder de executar, de por em prática as leis.) Montesquieu, O espírito das leis, 1748. In: FREITAS, G. de; 900 textos e documentos de História. Lisboa: Plátano, 1978, v. III, p.24. Político, filósofo e escritor, o Barão de Montesquieu (1689–1755) se notabilizou por sua teoria sobre a separação dos poderes, que organiza o funcionamento de muitos dos Estados modernos até a atualidade. Ao formular sua teoria, Montesquieu criticou o regime absolutista e defendeu a divisão do governo em três poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário – como forma de a) garantir a centralização do poder monárquico e a vontade absoluta dos reis, bem como defender os interesses das classes dominantes. b) desestabilizar o governo e enfraquecer o Judiciário, bem como garantir a impunidade dos crimes cometidos pelos mais pobres. c) evitar a concentração de poder e os abusos dos governantes, bem como proteger as liberdades individuais dos cidadãos. d) estabilizar o governo e fortalecer o Executivo, bem como liberar as camadas subalternas da cobrança deimpostos. e) fortalecer o povo e eliminar os governos, bem como eliminar as formas de punição consideradas abusivas. 13. (UPF) “A Revolução Francesa consigna-se desta maneira um lugar excepcional da história do mundo contemporâneo. Revolução burguesa clássica, ela constitui, para a abolição do regime senhorial e da feudalidade, o ponto de partida da sociedade capitalista e da democracia liberal na história da França”. SOBOUL, Albert. A Revolução Francesa. São Paulo: DIFEL, 1985, p. 122. A grande Revolução Francesa, como outras revoluções burguesas do século XVIII, refletiu as ideias dos filósofos iluministas. Dentre as características a seguir relacionadas, assinale a alternativa que apresenta a base do Iluminismo. a) A defesa da doutrina de que a soberania do Estado absolutista garantiria os direitos individuais e eliminaria os resquícios feudais ainda existentes. b) A proposição da criação de monopólios estatais e a manutenção da balança de comércio favorável, para assegurar o direito de propriedade. c) A crítica ao mercantilismo, à limitação ao direito à propriedade privada, ao absolutismo e à desigualdade de direitos e deveres entre os indivíduos. d) A crença na prática do entesouramento como meio adequado para eliminar as desigualdades sociais e garantir as liberdades individuais. e) A defesa da igualdade de direitos e liberdades individuais, proporcionada pela influência da Igreja Católica sobre a sociedade, por intermédio da educação. 14. (ESPM) Em 1646, em plena guerra civil, um grupo de democratas em Londres afirmou que a soberania do Parlamento e sua resistência ao rei só poderiam se justificar teoricamente se essa soberania derivasse do povo. Assim, se o povo era soberano, então o Parlamento teria de se fazer representante do povo. O mais pobre dos indivíduos tem tanto direito de votar quanto o mais rico e o mais importante deles. HILL, Christopher. O Século das Revoluções. O texto, que trata de uma revolução e de um grupo político nela interveniente, refere-se: a) à Revolução Ludita e ao grupo dos destruidores de máquinas. b) à Revolução Gloriosa e ao grupo dos cartistas. c) à Revolução Gloriosa e ao grupo dos cavaleiros. d) à Revolução Puritana e ao grupo dos diggers ou escavadores. e) à Revolução Puritana e ao grupo dos levellers ou niveladores. MÓDULO DE VÉSPERA ENEM 2020 8 029.438 - 152038/20 15. (FGV-RJ) A Reforma, a despeito de sua hostilidade à magia, estimulara o espírito de profecia. A abolição dos intermediários entre o homem e a divindade, bem como a ênfase na consciência individual, deixavam Deus falar diretamente a seus eleitos. Era obrigação destes tornar conhecida a Sua mensagem. E Deus não fazia acepção de pessoas: preferia falar a John Knox do que à sua rainha, Maria Stuart da Escócia. O próprio Knox agradeceu a Deus ter-lhe dado o dom de profetizar, que assim estabelecia que ele era um homem de boa-fé. Na Inglaterra, as décadas revolucionárias deram ampla difusão ao que praticamente constituía uma profissão nova – a do profeta, quer na qualidade de intérprete dos astros, ou dos mitos populares tradicionais, ou, ainda, da Bíblia. HILL, Christopher, O mundo de ponta-cabeça. Ideias radicais durante a Revolução Inglesa de 1640. Trad. Renato Janine Ribeiro. São Paulo: Companhia das Letras, 1987, p. 103. O texto se refere ao ambiente político e religioso da Inglaterra no século XVII. A esse respeito é correto afirmar: a) A insatisfação popular na Inglaterra era decorrente da perspectiva protestante de manter os sacerdotes como intermediários entre Deus e os homens. b) Os revolucionários basearam-se em princípios estritamente racionais e científicos, em uma nítida ruptura com as crenças e o profetismo da época. c) Apesar de todas as disputas religiosas dos séculos XVI e XVII, os monarcas ingleses mantiveram-se neutros, o que permitiu a preservação da monarquia. d) Para os revolucionários ingleses, Deus considerava apenas os parlamentares como pessoas aptas a transmitir a doutrina e indicar os caminhos da salvação. e) A movimentação revolucionária esteve vinculada aos conflitos religiosos decorrentes da chamada Reforma Protestante iniciada no século XVI. TC – 1 1. (Enem-PPL) No contexto da polis grega, as leis comuns nasciam de uma convenção entre cidadãos, definida pelo confronto de suas opiniões em um verdadeiro espaço público, a ágora, confronto esse que concedia a essas convenções a qualidade de instituições públicas. MAGDALENO, F. S. A territorialidade da representação política: vínculos territoriais de compromisso dos deputados fluminenses. São Paulo: Annablume, 2010. No texto, está relatado um exemplo de exercício da cidadania associado ao seguinte modelo de prática democrática: a) Direta. b) Sindical. c) Socialista. d) Corporativista. e) Representativa. 2. (G1-CPS) O termo cidadania teve sua origem no modo de vida das antigas cidades de Grécia e Roma. Leia atentamente o texto a seguir que traz uma das interpretações sobre a cidadania na Antiguidade. Se quisermos definir os cidadãos dos tempos antigos por seu atributo mais essencial, é necessário dizer-se que cidadão é o homem que pratica a religião da cidade. É o que honra os mesmos deuses da cidade. O estrangeiro, pelo contrário, é aquele a quem os deuses da cidade não protegem, e que não tem nem mesmo o direito de invocá-los. As leis da cidade não existiam para ele. COULANGES, Fustel de. A cidade Antiga. Disponível em: http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/ cidadeantiga.pdf, p.302-303. Acesso em: 24.jan.2012. Adaptado. De acordo com a interpretação de Coulanges, é correto afirmar que o conceito de cidadania da Antiguidade greco-romana era a) estabelecido de acordo com critérios monoteístas, pois havia crença em um único Deus. b) baseado no princípio de que todos os habitantes da cidade tinham os mesmos direitos. c) definido por critérios de nobreza, já que os reis determinavam quem eram os cidadãos. d) relacionado à prática religiosa de cada cidade, por isso a cidadania era vetada aos estrangeiros. e) aplicado, por meio de uma Constituição, a todos os que haviam nascido em território greco-romano. 3. (Uerj) RACISMO ABALA IMAGEM DA NORUEGA OSLO – Terra perfeita, próspera e justa, classificada no ano passado pelo Relatório de Desenvolvimento Humano da ONU como o melhor lugar para se viver em todo o mundo, a Noruega está vendo seu universo de certezas e tranquilidade abalado pelo julgamento, iniciado há poucos dias, de neonazistas acusados de matar um negro. O caso de Benjamin Hermansen, um afro-norueguês de 15 anos esfaqueado até a morte por rapazes brancos, tem levado o país a questionar sua autoimagem. Nos últimos meses, a Escandinávia tem debatido intensamente imigração e raça, com algumas consequências políticas. Na Dinamarca, um partido antiimigração saiu-se bem nas eleições de novembro. Na Noruega, as eleições de setembro encerraram 80 anos de dominação do Partido Trabalhista e levaram a uma coalizão apoiada pelo Partido Progressista, que é contra a imigração. A morte de Benjamin, filho de uma norueguesa com um ganense, esquentou o debate. MUNDOS – Imigração e tensão racial não são coisas novas na Escandinávia. Estrangeiros têm vindo para aqui, atraídos por generosas leis de asilo e sistemas abrangentes de previdência social. Mas muitos países só agora se veem às voltas com o fato de que se tornaram sociedades mistas, com o surgimento de uma segunda geração constituída pelos filhos dos imigrantes. PROFESSOR D’LAÍAS MÓDULO DE VÉSPERA ENEM 2020 9 029.438 - 152038/20 Hoje, Oslo tem dois mundos. Na Oslo ocidental, há umfervilhar de compristas, algumas com macios casacos de peles, e restaurantes cheios de famílias consumindo especialidades como costelas de cordeiro. Na parte oriental, ruas sujas e sombrias veem passar alguns dos 130 mil imigrantes, asilados e outros estrangeiros que aqui vivem. COWELL, Alan. Jornal do Brasil, 04/01/02. O crescimento recente da extrema-direita em vários países da Europa Ocidental pode ser associado, em termos políticos, à: a) diminuição da imigração europeia do Leste, a partir dos anos oitenta. b) crise das social-democracias no continente, a partir da década de noventa. c) maior demanda por força de trabalho nos países industrializados, a partir da década de oitenta. d) afirmação de políticas de integração social nas regiões de emigração, a partir dos anos noventa. 4. (Uefs) Mais recentemente, um grupo com 25.000 integrantes reuniu-se no Facebook em torno da sigla QLC Secret para ofender famosos e não famosos. A primeira vítima foi a atriz Taís Araújo, alvo de comentários racistas. No processo, que corre sob segredo de Justiça, uma juíza da 23ª Vara Criminal do Rio determinou ao Facebook que fornecesse informações detalhadas da quadrilha e removesse a página. A empresa entregou alguns dados cadastrais, e só. A página continua no ar. A multa, de 6 de novembro, não foi paga: são milhões de reais por dia. RITTO, Cecília; LEITÃO, Leslie. Silêncio de treze horas. Veja. São Paulo: Abril, ed. 2457, ano 48, n. 51, 23 dez. 2015, p. 92. O conteúdo racista aludido no texto expressa uma face da chamada “democracia racial” brasileira, historicamente responsável pela a) negação da existência de comportamentos racistas na sociedade e na dificuldade de reprimi-los, malgrado a existência de legislação claramente contrária. b) rápida repressão aos ataques racistas, punidos severamente com a prisão sem fiança e a condenação sumária do acusado. c) ineficácia das ações contra os comportamentos racistas, em vista da ausência de denúncia aos órgãos responsáveis pelas próprias vítimas. d) falta de uma legislação clara e objetiva que especifique o caráter criminoso dos ataques e das ofensas racistas. e) inexistência de restrições racistas nas relações entre as diferentes classes sociais brasileiras. 5. (Famema) Nosso atual modelo de Estado é fruto da Revolução Francesa, que, fascinada pela democracia grega, considerava que os atenienses criaram o princípio do Estado legal – um governo fundado em leis discutidas, planejadas, emendadas e obedecidas por cidadãos livres – e a ideia de que o Estado representa uma comunidade de cidadãos livres. Ao afirmarem que o governo era algo que as pessoas criavam para satisfazer as necessidades humanas, os atenienses consideravam seus governantes homens que haviam demonstrado capacidade para dirigir o Estado, e não deuses ou sacerdotes. CAMPOS, Flavio de; MIRANDA, Renan G. A escrita da História, 2005. De acordo com o excerto e seus conhecimentos, é correto afirmar que a) a concepção moderna de democracia deriva da Revolução Francesa e da Atenas antiga, embora nesta a cidadania estivesse limitada à minoria da população. b) a democracia ateniense, por fundamentar-se na comunidade de homens livres, não era compatível com a existência de trabalho escravo. c) a Revolução Francesa ampliou o conceito de democracia grega, ao tornar cidadãos todos os habitantes da comunidade, inclusive as mulheres e os estrangeiros. d) os gregos desenvolveram a noção de lei como uma emanação dos deuses, à qual os homens deveriam obedecer após discussão em assembleia. e) os atenienses vinculavam a política à religião e, por isso, seu Estado nacional dependia da razão divina e limitava a expressão política dos cidadãos. 6. (UFMG) “Nós pensamos que fosse um mendigo...” Essa frase foi atribuída aos adolescentes que, em Brasília, queimaram vivo o índio Galdino, que dormia em um abrigo de ônibus. Esse fato, ocorrido em 1997, pode ser associado a) ao conflito interétnico que tem caracterizado a luta pela posse e distribuição das terras das reservas indígenas. b) à política de eliminação das diferenças e das desigualdades sociais, através do extermínio dos pobres. c) ao surgimento de grupos organizados de extrema direita que veem os índios e os pobres como responsáveis pela crise do desemprego. d) ao descaso e à violência com que as minorias e os pobres têm sido historicamente tratados no Brasil. 7. (UFPI) Leia, com atenção, a seguinte afirmação. “O neoliberalismo reinterpreta o processo histórico de cada país: os vilões do atraso econômico passam a ser os sindicatos e junto com eles, as conquistas sociais...” Emir Sader Tal afirmação se configura diretamente como uma: a) crítica à inexpressiva conscientização política dos sindicatos. b) defesa dos ideais da direita, na elaboração e preservação de políticas públicas. c) reação à política neoliberal, que menospreza as reivindicações dos sindicatos. d) ampliação do conceito de cidadania social a toda população brasileira. e) resultante do acordo estabelecido entre os países ricos e os menos favorecidos. MÓDULO DE VÉSPERA ENEM 2020 10 029.438 - 152038/20 8. (Enem-2ª aplicação) ZIRALDO. 20 anos de prontidão, 1984. In: LEMOS, R. (Org.) Uma História do Brasil através da caricature 1840-2001. Rio de Janeiro: Letras e Expressões, 2001. A imagem está relacionada à situação social dos negros no Brasil após a abolição da escravidão, em 13 de maio de 1888, e é reflexo de a) uma lei que ratificou a libertação dos escravos impedindo a difusão do preconceito e da discriminação aos libertos. b) um ato da Princesa Isabel, que resultou no fim de mais de três séculos de escravidão e possibilitou uma vida digna aos negros. c) uma lei que libertou os escravos, mas sem viabilizar a inserção destes na sociedade e seu acesso a direitos sociais básicos. d) um movimento que se desenvolveu no Brasil e que garantiu condições de acesso de forma igualitária aos negros no mercado de trabalho. e) um processo que, apesar de lento e gradual, garantiu a cidadania aos ex-escravos, na medida em que pôs fim à hedionda instituição da escravidão. 9. (Udesc) Uma das grandes reivindicações da sociedade democrática contemporânea, no Brasil, é a construção de uma noção de cidadania efetivamente inclusiva, que garanta direitos civis, igualdade e justiça para todos. Assinale a alternativa que melhor contempla a noção de cidadania, no Brasil contemporâneo. a) O conceito de cidadania implementado no Brasil é tributário apenas daquele cunhado na França, durante a Revolução de 1789. O primeiro registro escrito que o utilizou foi a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, segundo a qual “os homens nascem livres e iguais em direitos.”. b) As reivindicações a respeito da cidadania nos dias atuais não podem ser relacionadas aos processos políticos anteriores, como a Abolição da Escravatura, a Proclamação da República ou o Golpe Militar de 1964. c) A ideia de cidadania implementada no Brasil pode ser compreendida exclusivamente pelas particularidades do processo de construção deste país como nação, independentemente de processos políticos ou sociais que envolvam o Brasil a outros espaços. d) A ideia de cidadania implementada no Brasil pode ser compreendida apenas se forem observadas, entre outras questões, as particularidades do processo de construção do Brasil como nação. e) A noção de cidadania reivindicada pelos movimentos sociais é uma concepção endógena, advinda da organização dos grupos indígenas que habitavam o território brasileiro antes da chegada dos europeus. 10. (Unirio) “A existência de um texto constitucional é um dos critérios pelos quais se podereconhecer o liberalismo de uma sociedade política (...) Em segundo lugar, essas constituições tendem, todas, a limitar o poder. Trata-se mesmo de sua razão de ser. Todas têm em comum o fato de traçarem as fronteiras, de determinarem os limites de sua ação. O liberalismo define-se por sua oposição à noção de absolutismo (...) (...) o liberalismo é a expressão, isto é, o álibi, a máscara dos interesses de uma classe.” REMOND, René. “Introdução à história de nosso tempo: o século XIX (1815-1914)”. São Paulo, Cultrix, 1976, p.40 e p.30 Utilizando os fragmentos anteriores, podemos afirmar que o liberalismo, no século XIX, significou a: a) adequação ao regime monárquico e a promoção da burguesia. b) oposição ao mercantilismo e à burguesia. c) defesa do absolutismo e a oposição ao clero. d) defesa do enriquecimento e da aliança com a Igreja. e) defesa do voto universal e da sociedade aristocrática. TC – 2 1. (Fuvest) Assolado pela miséria, superpopulação e pelos flagelos mortíferos da fome e das guerras civis, a situação de praticamente todo o continente africano é, neste momento de sua história, catastrófica. Este quadro trágico decorre: a) de fatores conjunturais que nada têm a ver com a herança do neocolonialismo, uma vez que a dominação colonial europeia se encerrou logo após a Segunda Guerra Mundial. b) exclusivamente de um fator estrutural, posterior ao colonialismo europeu, mas interno ao continente, que é o tribalismo, que impede sua modernização. c) da inserção da maioria dos países africanos na economia mundial como fornecedores de matérias- primas cujos preços têm baixado continuamente. d) exclusivamente de um fator estrutural, externo ao continente, a espoliação imposta e mantida pelo Ocidente que bloqueia a sua autodeterminação. e) da herança combinada de tribalismo e colonialismo, que redundou na formação de micro-nacionalismos incapazes de reconstruir antigas formas de associação, bem como de construir novas. MÓDULO DE VÉSPERA ENEM 2020 11 029.438 - 152038/20 2. (UFJF-Pism) Analise a imagem e o trecho abaixo. Disponível em: http://twixar.me/wMG3. Acesso em: 10 out. 2018. Tradução: Escrito na porta: “Conselho de Direitos Humanos da ONU – Vou embora! Tenho coisas mais importantes para fazer! Escrito na gaiola: “Crianças imigrantes”. “Se no Natal passado eu afirmasse que o principal candidato a presidente do país mais poderoso do mundo tivesse dito, abertamente, que concordava com a venda de armas, com campos de concentração, com proibições extrajudiciais e com direitos de sangue, a menos que você fosse um sócio atuante da Internacional dos Teóricos da Conspiração, você provavelmente teria dado uma gargalhada na minha cara. E, no entanto, aqui estamos nós, precisamente nesta realidade. E não se trata apenas de Donald Trump. […] Como todo momento decisivo, é um teste, que avalia o melhor de nós: se as sociedades civilizadas podem, de fato, continuar civilizadas, no sentido mais essencial dessa expressão – ou se corremos o risco de mergulhar, outra vez, em uma era de extremismos, guerra mundial e genocídio. Isso lhe parece um exagero? Então?, torne a ler o primeiro parágrafo deste ensaio e pergunte a si próprio se esperava que um possível presidente norte-americano defendesse campos de concentração… apenas um ano atrás.” HAQUE, Umair. Observatório de Imprensa. Disponível em: https://bit.ly/1QCp7VP. Acesso em: 10 out. 2018. Sobre os extremismos e sua relação com a produção de sujeitos desterritorializados na atualidade, afirmar que: a) A construção do muro na fronteira com o México é uma ação única no mundo, não encontrando equivalente em outros países. b) A popularidade do governo Trump é maior nos países de língua hispânica, o que explica o aumento de latino-americanos imigrando em busca do “sonho americano”. c) Ao contrário da atual política estadunidense, a União Europeia tem se situado na vanguarda humanitária, ao acolher refugiados de diferentes origens. d) Os direitos humanos determinam a atual política estadunidense para a imigração e orientam as ações de acolhimento dos imigrantes em território americano. e) A política de tolerância zero do governo Trump está criando isolacionismo e constrangimentos diplomáticos junto às Nações Unidas. 3. (UFRGS) Leia o trecho abaixo, sobre os Estados Unidos na contemporaneidade. O percentual de detenções ligadas a drogas que resultaram em condenações à prisão (em vez de dispensas, serviços comunitários ou liberdade assistida) quadriplicou, resultando num boom de construção de prisões nunca antes visto. Em duas décadas, entre 1980 e 2000, o número de pessoas encarceradas nas prisões nos Estados Unidos saltou de mais ou menos 300 mil para 2 milhões. ALEXANDER, Michelle. A nova segregação. São Paulo: Boitempo, 2017 p. 111. O trecho faz menção a um processo ainda em curso na sociedade norte-americana. Assinale a alternativa que indica esse processo. a) O crescimento na utilização de penas alternativas à prisão de pessoas condenadas por porte e uso de drogas. b) O encarceramento massivo, especialmente de afro- americanos, associado à Guerra às Drogas iniciada ainda na década de 1970. c) O boom de construção de prisões como um instrumento de fomento ao crescimento econômico no país. d) O aumento no número de pessoas presas devido ao crescimento dos atentados terroristas em solo norte- americano, nas últimas duas décadas. e) A diminuição constante no número de indivíduos presos desde, pelo menos, a década de 1980. 4. (Udesc) “Ao contrário do historiador contemporâneo ao fascismo (...) não podemos tratar o fascismo como um movimento morto, pertencente a história e sem qualquer papel político contemporâneo. Encontramo-nos, desta forma, numa situação insólita: sabemos qual a prática e as consequências do fascismo e sabemos, ainda, que não é um fenômeno puramente histórico, aprisionado no passado. Assim, torna-se impossível escrever sobre o fascismo histórico sem ter em mente o neofascismo e suas possibilidades.” FILHO, Daniel Araao Reis. O século XX. Assinale a alternativa que se refere corretamente ao trecho acima. a) O fascismo é um fenômeno puramente histórico e datado, restrito às experiências totalitárias da primeira metade do século XX. b) O fascismo, além de fenômeno histórico, faz-se presente na sociedade contemporânea pelas práticas que podem ser identificadas como neofascismo. c) O fascismo e o neofascismo são fenômenos históricos que, por tratar de passado e presente, não podem ser escritos. d) No que diz respeito à escrita da história do fascismo, a situação dos historiadores contemporâneos ao fascismo é idêntica à situação dos historiadores atuais. e) O fascismo, como fenômeno histórico, não possui relação alguma com a contemporaneidade. MÓDULO DE VÉSPERA ENEM 2020 12 029.438 - 152038/20 5. (G1-CFTMG) O antigo Elevado Castelo Branco, uma das principais construções viárias da região central de Belo Horizonte, sem nome há mais de um ano, enfim vai ser rebatizado. Ganhará o nome de uma militante na luta contra a ditadura. Às vésperas do aniversário de 50 anos do golpe militar, os vereadores aprovaram a proposta que muda o nome do viaduto para Dona Helena Greco, primeira vereadora eleita na capital mineira. MACIEL, Alice. Viaduto que homenageava ditador ganhará nome de uma militante na luta contra a ditadura. Estado de Minas, Belo Horizonte, 26 mar. 2014. Disponível em: http://www.em.com.br/app/noticia/politica/ 2014/03/26/interna_politica,511900/viaduto-que-homenageava- ditador-ganhara-nome-de-uma-militante-na-luta-contra-a- ditadura.shtml. Acesso em: 10 set. 2017. A mudança no nome dessa importantevia de Belo Horizonte, ocorrida no ano de 2014, justifica-se na medida em que o(a) a) povo brasileiro reconheceu avanços democráticos ainda vinculados à história oficial da Ditadura Civil- Militar. b) ex-vereadora Helena Greco foi considerada como a melhor imagem da memória produzida durante a Ditadura Civil-Militar. c) sociedade compreendeu que a memória de valores democráticos deve se sobrepor à memória oficial da Ditadura Civil-Militar. d) ex-presidente Castelo Branco foi condenado pela Comissão da Verdade como um dos responsáveis pelos crimes cometidos durante a Ditadura Civil- Militar. 6. (Enem/Libras) Pedaços grandes e pequenos do Muro de Berlim encontram-se hoje em todos os continentes. A Fundação Federal para Superação da Ditadura encontrou frações do Muro em cento e quarenta e seis lugares em todo o mundo. Deve existir mais metros do Muro nos EUA que em Berlim. SIBUM, H. O Muro de Berlim. DE Magazin Deutschland, n. 3, 2014. O interesse em adquirir partes dessa edificação histórica foi resultado da a) valorização artística da obra. b) dimensão política do símbolo. c) supressão violenta da memória coletiva. d) capacidade turística do monumento histórico. e) fragilidade política reunificada alemã. 7. (UEL) Leia o texto a seguir, que remete ao debate sobre questões de gênero. A violência contra a mulher acontece cotidianamente e nem sempre ganha destaque na imprensa, afirmou a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire [...]. “Quando surgem casos, principalmente com pessoas famosas, que chegam aos jornais, é que a sociedade efetivamente se dá conta de que aquilo acontece cotidianamente e não sai nos jornais. As mulheres são violentadas, são subjugadas cotidianamente [...]”, afirmou a ministra. [...] “Eliza morreu porque contrariou um homem que achou que lhe deveria impor um castigo. Ela morreu como morrem tantas outras quando rompem relacionamentos violentos”, disse a ministra. “Violência contra as mulheres é diária”, diz ministra, Agência Brasil, Brasília, 11 jul. 2010. Com base no texto e nos conhecimentos socioantropológicos sobre o tema, é correto afirmar: a) Questões de gênero são definidas a partir da classe social, razão pela qual são mais presentes nas camadas populares do que entre as elites. b) As identidades sociais masculina e feminina são configuradas a partir de características biológicas imutáveis presentes em cada um. c) As diferenças de gênero são determinadas no terreno econômico, daí o fato de serem produto da sociedade capitalista. d) As experiências socialistas do século XX demonstram que nelas as questões de gênero são resolvidas de modo a estabelecer a igualdade real entre homens e mulheres. e) As relações de gênero são construídas socialmente e favorecem, nas condições históricas atuais, a dominação masculina. 8. (Unicentro) Harriet Martineau (1802-1876) nasceu na Inglaterra, foi autora de mais de 50 livros e tem sido chamada a “primeira socióloga mulher”. Entre tantos feitos, foi original ao dirigir um olhar social à vida cotidiana e ao introduzir a Sociologia na Grã-Bretanha, com a tradução do livro fundador da disciplina, a “Filosofia Positiva”, de Augusto Comte. No entanto, quando se fala sobre os fundadores da Sociologia, não é comum se ouvir falar em Harriet. Com base nessas informações, sobre as relações de gênero e o mundo do trabalho, é correto afirmar: a) A exclusão da mulher no campo do trabalho é explicada apenas por conjunturas econômicas. b) A história de Martineau se explica por uma alta divisão social do trabalho porque antecede a Revolução Industrial. c) O caso de Harriet exemplifica como a existência de gênero pode alcançar a discriminação sexual no trabalho. d) A relação de gênero é norteada pelas diferenças biológicas e justifica as desigualdades e a exclusão social da mulher. e) A dificuldade encontrada pelas mulheres no mundo do trabalho reflete a sua inferioridade nesse campo social, diferente da esfera doméstica. 9. (UEL) As reflexões liberais tenderam a acentuar, até o século XIX, a compreensão de que o Estado era a expressão da Razão. Nessa forma de compreensão liberal, é correto afirmar que o Estado a) deveria intervir na economia, uma vez que a liberdade de negociar reconduziria a sociedade ao princípio do “homem como lobo do homem”, destacado por Rousseau. b) atingiria seu maior grau de eficiência se comandado pelas classes industriais, em detrimento das demais frações que compõem a burguesia, isto é, proprietários de terra e comerciantes. c) seria a instância a partir da qual as desigualdades formais entre os indivíduos se transformariam em igualdade real entre os homens. d) tenderia a desaparecer, na medida em que o sistema produtivo dividisse as riquezas produzidas pelas classes sociais, como expressão da Razão. e) representaria os interesses do conjunto da sociedade, pairando, portanto, acima das classes sociais e de suas demandas específicas. MÓDULO DE VÉSPERA ENEM 2020 13 029.438 - 152038/20 10. (Enem-PPL) “Não à liberdade para os inimigos da liberdade”, dizia Saint-Just. Isso significa dizer: não à tolerância para os intolerantes. HÉRITIER, F. O eu, o outro e a tolerância. In: HÉRITIER, F.; CHANGEUX, J. P. (orgs.). Uma ética para quantos? São Paulo: Edusc, 1999 (fragmento). A contemporaneidade abriga conflitos éticos e políticos, dos quais o racismo, a discriminação sexual e a intolerância religiosa são exemplos históricos. Com base no texto, qual é a principal contribuição da Ética para a estruturação política da sociedade contemporânea? a) Revisar as leis e o sistema político como mecanismo de adequação às novas demandas éticas. b) Propor modelos de conduta fundados na justiça, na liberdade e na diversidade humana. c) Criar novas leis éticas com a finalidade de punir os sujeitos racistas e intolerantes. d) Instaurar um programa de reeducação ética fundado na prevenção da violência e na restrição da liberdade. e) Instituir princípios éticos que correspondam ao interesse de cada grupo social. TC – 1 1. (Unesp) Na colônia, a justiça era exercida por toda uma gama de funcionários a serviço do rei. A violência, a coerção e a arbitrariedade foram suas principais características. [...] Nas regiões em que a presença da Coroa era mais distante, os grandes proprietários de terras exerciam considerável autoridade administrativa e judicial. No sertão, os potentados impunham seus interesses à população livre. LOPEZ, Adriana; Mota, Carlos Guilherme. História do Brasil: uma interpretação, 2008. Ao analisar o aparato judiciário no Brasil Colonial, o texto a) identifica a isonomia e a impessoalidade na administração da justiça e seu embasamento no direito romano. b) explicita a burocratização do sistema jurídico nacional e reconhece sua eficácia no controle interno. c) indica o descompasso entre as determinações da Coroa portuguesa e os interesses pessoais dos governadores- gerais. d) distingue o sistema oficial da dinâmica local e atesta o prevalecimento de ações autoritárias em ambas. e) diferencia as funções do Poder Judiciário e do Poder Executivo e caracteriza a ação autônoma e independente de ambos. 2. (Fuvest) Eu por vezes tenho dito a V. A. aquilo que me parecia acerca dos negócios da França, e isto por ver por conjecturas e aparências grandes aquilo que podia suceder dos pontos mais aparentes, que consigo traziam muito prejuízo ao estado e aumento dos senhorios de V. A. E tudo se encerrava em vós, Senhor, trabalhardes com modos honestos de fazer que esta gente não houvesse de entrar nem possuir coisa de vossas navegações, pelo grandíssimo dano que daí se podia seguir. LEITE, Serafim. Cartas dos primeiros jesuítas do Brasil, 1954. O trechoanterior foi extraído de uma carta dirigida pelo padre jesuíta Diogo de Gouveia ao Rei de Portugal D. João III, escrita em Paris, em 17/02/1538. Seu conteúdo mostra a) a persistência dos ataques franceses contra a América, que Portugal vinha tentando colonizar de modo efetivo desde a adoção do sistema de capitanias hereditárias. b) os primórdios da aliança que logo se estabeleceria entre as Coroas de Portugal e da França e que visava a combater as pretensões expansionistas da Espanha na América. c) a preocupação dos jesuítas portugueses com a expansão de jesuítas franceses, que, no Brasil, vinham exercendo grande influência sobre as populações nativas. d) o projeto de expansão territorial português na Europa, o qual, na época da carta, visava à dominação de territórios franceses tanto na Europa quanto na América. e) a manifestação de um conflito entre a recém-criada ordem jesuíta e a Coroa portuguesa em torno do combate à pirataria francesa. 3. (FGV) Encontro, teoricamente inexplicável, de dois fenômenos que deveriam em princípio repelir-se um ao outro: o Mercantilismo e a Ilustração. Entretanto, ali estavam eles juntos, articulados, durante todo o período pombalino. FALCON, F. J. C. A época pombalina. São Paulo: Ática, 1982, p. 483. Entre as medidas implementadas durante o período em que o Marquês de Pombal foi o principal ministro do rei português D. José I, é correto apontar: a) A anistia aos mineradores da colônia que possuíam débitos tributários com a metrópole portuguesa. b) A implementação de medidas liberalizantes e a extinção das companhias de comércio monopolistas. c) O estabelecimento do Diretório dos Índios, que significou uma tentativa de enfraquecer o poder dos jesuítas. d) A intensificação das perseguições aos judeus e cristãos-novos bem como o fortalecimento do Tribunal do Santo Ofício. e) O fortalecimento da nobreza e do clero em detrimento dos setores financeiros e mercantis da sociedade portuguesa. 4. (Enem) Art. 90. As nomeações dos deputados e senadores para a Assembleia Geral, e dos membros dos Conselhos Gerais das províncias, serão feitas por eleições, elegendo a massa dos cidadãos ativos em assembleias paroquiais, os eleitores de província, e estes, os representantes da nação e província. Art. 92. São excluídos de votar nas assembleias paroquiais: I. Os menores de vinte e cinco anos, nos quais se não compreendem os casados, os oficiais militares, que forem maiores de vinte e um anos, os bacharéis formados e os clérigos de ordens sacras. II. Os filhos de famílias, que estiverem na companhia de seus pais, salvo se servirem a ofícios públicos. PROFESSOR HERMANO MELO MÓDULO DE VÉSPERA ENEM 2020 14 029.438 - 152038/20 III. Os criados de servir, em cuja classe não entram os guarda-livros, e primeiros caixeiros das casas de comércio, os criados da Casa Imperial, que não forem de galão branco, e os administradores das fazendas rurais e fábricas. IV. Os religiosos e quaisquer que vivam em comunidade claustral. V. Os que não tiverem de renda líquida anual cem mil réis por bens de raiz, indústria, comércio, ou emprego. BRASIL. Constituição de 1824. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 4 abr. 2015 Adaptado. De acordo com os artigos do dispositivo legal apresentado, o sistema eleitoral instituído no início do Império é marcado pelo(a) a) representação popular e sigilo individual. b) voto indireto e perfil censitário. c) liberdade pública e abertura política. d) ética partidária e supervisão estatal. e) caráter liberal e sistema parlamentar 5. (Enem) O instituto popular, de acordo com o exame da razão, fez da figura do alferes Xavier o principal dos Inconfidentes, e colocou os seus parceiros a meia ração de glória. Merecem, decerto, a nossa estima aqueles outros; eram patriotas. Mas o que se ofereceu a carregar com os pecadores de Israel, o que chorou de alegria quando viu comutada a pena de morte dos seus companheiros, pena que só ia ser executada nele, o enforcado, o esquartejado, o decapitado, esse tem de receber o prêmio na proporção do martírio, e ganhar por todos, visto que pagou por todos. ASSIS, M. Gazeta de Notícias, n. 114, 24 abr. 1892. No processo de transição para a República, a narrativa machadiana sobre a Inconfidência Mineira associa a) redenção cristã e cultura cívica. b) veneração aos santos e radicalismo militar. c) apologia aos protestantes e culto ufanista. d) tradição messiânica e tendência regionalista. e) representação eclesiástica e dogmatismo ideológico. 6. (Enem) Rodrigo havia sido indicado pela oposição para fiscal duma das mesas eleitorais. Pôs o revólver na cintura, uma caixa de balas no bolso e encaminhou-se para seu posto. A chamada dos eleitores começou às sete da manhã. Plantados junto da porta, os capangas do Trindade ofereciam cédulas com o nome dos candidatos oficiais a todos os eleitores que entravam. Estes, em sua quase totalidade, tomavam docilmente dos papeluchos e depositavam-nos na urna, depois de assinar a autêntica. Os que se recusavam a isso tinham seus nomes acintosamente anotados. VERISSIMO. E. O tempo e o vento. São Paulo: Globo, 2003. Adaptado. Erico Veríssimo tematiza em obra ficcional o seguinte aspecto característico da vida política durante a Primeira República: a) Identificação forçada de homens analfabetos. b) Monitoramento legal dos pleitos legislativos. c) Repressão explícita ao exercício de direito. d) Propaganda direcionada à população do campo. e) Cerceamento policial dos operários sindicalizados. 7. (Famema) O período mais produtivo da Época de Ouro da MPB coincide, basicamente, com o Estado Novo (1937-1945), implantado por Getúlio Vargas. Não é uma simples coincidência. Em 1937, Vargas criou o Ince (Instituto Nacional de Cinema Educativo), o SNT (Serviço Nacional de Teatro) e o INL (Instituto Nacional do Livro). De outro lado, Vargas também operava, com mão de ferro, o famigerado DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda). José Arbex Jr. e Maria Helena V. Senise. Cinco séculos de Brasil, 1998. Adaptado. Durante o Estado Novo, a) a postura crítica na música contrastava com a simplicidade das outras áreas da cultura, que se submetiam ao governo. b) a criação de instituições culturais prejudicava intelectuais e artistas, que intensificavam sua oposição ao governo. c) a política econômica do governo privilegiava a industrialização, o que deixava a cultura sem verbas suficientes. d) a produção cultural reforçava o nacionalismo exaltado pelo governo, que cerceava a liberdade de expressão. e) o projeto do governo baseava-se em medidas elitistas, o que limitava as manifestações culturais populares. 8. (Enem) A democracia que eles pretendem é a democracia dos privilégios, a democracia da intolerância e do ódio. A democracia que eles querem é para liquidar com a Petrobras, é a democracia dos monopólios, nacionais e internacionais, a democracia que pudesse lutar contra o povo. Ainda ontem eu afirmava que a democracia jamais poderia ser ameaçada pelo povo, quando o povo livremente vem para as praças – as praças que são do povo. Para as ruas – que são do povo. Disponível em: www.revistadehistoria.com.br/secao/artigosldiscurso- de-joao-goulart-no-comicio-da-central. Acesso em: 29 out. 2015. Em um momento de radicalização política, a retórica no discurso do presidente João Goulart, proferido no comício da Central do Brasil, buscava justificar a necessidade de a) conter a abertura econômica para conseguir a adesão das elites. b) impedir a ingerência externa para garantir a conservação de direitos. c) regulamentar os meios de comunicação para coibir os partidos de oposição.d) aprovar os projetos reformistas para atender a mobilização de setores trabalhistas. e) incrementar o processo de desestatização para diminuir a pressão da opinião pública. MÓDULO DE VÉSPERA ENEM 2020 15 029.438 - 152038/20 9. (Famema) Analise a charge de Luiz Gê, publicada na Folha de S. Paulo em 1981. (Ah, como era boa a ditadura…, 2015.) O processo de abertura política iniciou-se no governo do general Geisel e prosseguiu no de Figueiredo. A charge revela que esse processo a) apoiava a liberdade de expressão e de imprensa. b) associava medidas democráticas a outras autoritárias. c) articulava os sindicatos como base de apoio ao governo. d) unificava diferentes correntes ideológicas e partidárias. e) relacionava o nacionalismo ao intervencionismo estatal. 10. (Fuvest) Depois de 20 anos na escola Não é difícil aprender Todas as manhas do seu jogo sujo Não é assim que tem que ser Vamos fazer nosso dever de casa E aí então vocês vão ver Suas crianças derrubando reis Fazer comédia no cinema com as suas leis Somos os filhos da revolução Somos burgueses sem religião Somos o futuro da nação Geração Coca‐Cola. Dado Villa‐Lobos e Renato Russo, Geração Coca‐Cola, 1984. Esses versos a) remetem ao período da Campanha das Diretas Já e apresentam esperanças em relação à implantação de um regime democrático no Brasil. b) revelam a indignação e rebeldia da juventude com os rumos da chamada Nova República, especialmente contra o Colégio Eleitoral e o bipartidarismo. c) propõem um repúdio por parte da juventude brasileira em relação às questões políticas e comportamentais durante a transição democrática. d) oferecem uma visão positiva acerca do período militar no Brasil e demonstram ceticismo com respeito à transição democrática. e) reforçam a capacidade de mobilização e reivindicação da juventude pela liberdade de expressão e criação de novas universidades públicas. 11. (Unioeste) Observe o desenho a seguir. DUKE, 16 nov. 2015. Disponível em: https://www.otempo.com.br/cidades/tragedia-de- bento-rodrigues-e-retratada-em-charges-1.1174565. Acesso em: 15 jul. 2019. A charge acima aponta uma leitura feita sobre a relação produzida entre a empresa mineradora e as comunidades atingidas em Mariana-MG, em 2015. Naquele momento, houve o rompimento da barragem Fundão e a lama de rejeitos atingiu o Rio Doce, atravessando várias cidades e, posteriormente, chegando ao mar. Sobre a ocupação histórica em Minas Gerais e o papel expressivo da atividade mineradora na região é correto afirmar que: a) Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes, foi considerado um dos principais defensores de trabalhadores livres e escravizados no auge da mineração no século XVIII. Por essa razão, foi condenado e morto como mártir da revolta colonial. b) historicamente, a exploração de minérios foi vista como uma atividade econômica desinteressante. A baixa ocupação dessa região já no século XVIII aponta esse desestímulo, uma vez que não foi lucrativo nem para a Coroa portuguesa nem para os que investiram nas minas e viviam dessa atividade. c) podemos destacar que a presença de exploração de minérios pelo território brasileiro é realizada em constante diálogo com os interesses da população que vive na região onde se propõe a barragem – ribeirinhos, comunidades indígenas etc. d) a exploração de minérios exige avaliação de riscos e danos à população e ao meio ambiente. Entretanto, parte das análises produzidas posteriormente às tragédias de Mariana e Brumadinho apontaram a necessidade de rever o uso e, inclusive, desativar barragens de minério em atividade. e) os desastres com barragens de minérios desaceleraram o interesse pela exploração dessa atividade no país. No momento, o intuito é expandir o uso dos recursos naturais para as comunidades nativas, além da expansão da produção agroecológica e familiar. MÓDULO DE VÉSPERA ENEM 2020 16 029.438 - 152038/20 TC – 2 1. (Unesp) Os diários, as memórias e as crônicas de viagens escritas por marinheiros, comerciantes, militares, missionários e exploradores, ao lado das cartas náuticas, seriam as principais fontes de conhecimento e representação da África dos séculos XV ao XVIII. A barbárie dos costumes, o paganismo e a violência cotidiana foram atribuídos aos africanos ao mesmo tempo em que se justificava a sua escravização no Novo Mundo. A desumanização de suas práticas serviria como justificativa compensatória para a coisificação dos negros e para o uso de sua força de trabalho nas plantations da América. CLARO, Regina. Olhar a África, 2012. Adaptado. As “plantations da América”, citadas no texto, correspondem a a) um esforço de coordenação da colonização ao redor do Atlântico, com a aplicação de modelos econômicos idênticos nas colônias ibéricas da América e da costa africana. b) uma estratégia de valorização, na colonização da América e na África, das atividades agrícolas baseadas em mão de obra escrava, com a consequente eliminação de toda forma de artesanato e de comércio local. c) um modelo de organização da produção agrícola caracterizado pelo predomínio de grandes propriedades monocultoras, que utilizavam trabalho escravo e destinavam a maior parte de sua produção ao mercado externo. d) uma forma de organização da produção agrícola, implantada nas colônias africanas a partir do sucesso da experiência de povoamento das colônias inglesas na América do Norte. e) uma política de utilização sistemática de mão de obra de origem africana na pecuária, substituindo o trabalho dos indígenas, que não se adaptavam ao sedentarismo e à escravidão. 2. (Unesp) Em meados do século o negócio dos metais não ocuparia senão o terço, ou bem menos, da população. O grosso dessa gente compõe-se de mercadores de tenda aberta, oficiais dos mais variados ofícios, boticários, prestamistas, estalajadeiros, taberneiros, advogados, médicos, cirurgiões-barbeiros, burocratas, clérigos, mestres-escolas, tropeiros, soldados da milícia paga. Sem falar nos escravos, cujo total, segundo os documentos da época, ascendia a mais de cem mil. A necessidade de abastecer-se toda essa gente provocava a formação de grandes currais; a própria lavoura ganhava alento novo. HOLANDA, Sérgio Buarque de. “Metais e pedras preciosas”. História geral da civilização brasileira, vol. 2, 1960. Adaptado. De acordo com o excerto, é correto concluir que a extração de metais preciosos em Minas Gerais no século XVIII a) impediu o domínio do governo metropolitano nas áreas de extração e favoreceu a independência colonial. b) bloqueou a possibilidade de ascensão social na colônia e forçou a alta dos preços dos instrumentos de mineração. c) provocou um processo de urbanização e articulou a economia colonial em torno da mineração. d) extinguiu a economia colonial agroexportadora e incorporou a população litorânea economicamente ativa. e) restringiu a divisão da sociedade em senhores e Escravos e limitou a diversidade cultural da colônia. 3. (Unesp) Com a vinda da Corte, pela primeira vez, desde o início da colonização, configuravam-se nos trópicos portugueses preocupações próprias de uma colônia de povoamento e não apenas de exploração ou feitoria comercial, pois que no Rio teriam que viver e, para sobreviver, explorar “os enormes recursos naturais” e as potencialidades do Império nascente, tendo em vista o fomento do bem-estar da própria população local. DIAS, Maria Odila Leite da Silva. A interiorização da metrópole e outros estudos, 2005. A vinda da Corte portuguesa para o Brasil, ocorrida em 1808 e citada no texto, foi provocada, sobretudo, a) pelo fim da ocupação francesa em Portugal e peloprojeto, defendido pelos liberais portugueses, de iniciar a gradual descolonização do Brasil. b) pela pressão comercial espanhola e pela disposição, do príncipe regente, de impedir a expansão e o sucesso dos movimentos emancipacionistas na colônia. c) pelo interesse de expandir as fronteiras da colônia, avançando sobre terras da América Espanhola, para assegurar o pleno domínio continental do Brasil. d) pela invasão francesa em Portugal e pela proximidade e aliança do governo português com a política da Inglaterra. e) pela intenção de expandir, para a América, o projeto de união ibérica, reunindo, sob a mesma administração colonial, as colônias espanholas e o Brasil. 4. (ESPM) A antinomia centralização-descentralização foi um dos principais temas presentes nos debates parlamentares. Para alguns a proposta de descentralização era a única capaz de salvar o país da desagregação. Acreditavam que, com a concessão de maior liberdade de ação, as províncias continuariam ligadas ao império. Para outros, era justamente essa maior autonomia que poderia levar a ruptura definitiva. Apesar da oposição dos dois argumentos, o objetivo de ambos os grupos era o mesmo: preservar a unidade nacional. (...) Em 12 de maio de 1840, depois de prolongados debates parlamentares foi aprovada a Lei Interpretativa do Ato Adicional de 1834. Sonia Guarita do Amaral – organizadora. O Brasil como Império. MÓDULO DE VÉSPERA ENEM 2020 17 029.438 - 152038/20 A Lei Interpretativa do Ato Adicional deve ser relacionada com: a) a extinção da Regência Trina e a criação da Regência Uma. b) a abolição do Conselho de Estado, principal órgão de assessoria do imperador. c) a criação das Assembleias Legislativas Provinciais, com deputados eleitos que possuíam um relativo poder deliberativo. d) a criação da Guarda Nacional, subordinada ao Ministério da Justiça e, em grande parte, controlada pelos senhores de terras e de escravos. e) diminuição dos poderes das Assembleias Legislativas Provinciais, assegurando o retorno da centralização dos poderes 5. (FGV-RJ) A Lei de Terras de 1850, por exemplo, que fora apresentada pela primeira vez em 1843, visava organizar o país para o fim eventual do trabalho escravo – tendo sido votada poucos dias após a interrupção do tráfico. SCHWARCZ, L.M;. STARLING, H.M., Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 274. Acerca da Lei de Terras e do processo político e social a ela associado é correto afirmar: a) O fim do tráfico significou, na prática, o fim da escravidão no território brasileiro. b) A Lei de Terras impedia a livre ocupação agrária por homens livres pobres no Brasil. c) A Lei de Terras e o fim do tráfico permitiram a constituição de pequenas e médias propriedades no Brasil. d) A Lei de Terras no Brasil teve as mesmas implicações que a Homestead Act, promulgada nos Estados Unidos em 1862. e) A Lei de Terras previa a distribuição de terras não ocupadas a ex-escravos que se dispusessem a cultivá-las. 6. (Enem) Os seus líderes terminaram presos e assassinados. A “marujada” rebelde foi inteiramente expulsa da esquadra. Num sentido histórico, porém, eles foram vitoriosos. A “chibata” e outros castigos físicos infamantes nunca mais foram oficialmente utilizados; a partir de então, os marinheiros – agora respeitados – teriam suas condições de vida melhoradas significativamente. Sem dúvida fizeram avançar a História. MAESTRI, M. 1910: A revolta dos marinheiros – uma saga negra. São Paulo: Global, 1982. A eclosão desse conflito foi resultado da tensão acumulada na Marinha do Brasil pelo(a) a) engajamento de civis analfabetos após a emergência de guerras externas. b) insatisfação de militares positivistas após a consolidação da política dos governadores. c) rebaixamento de comandantes veteranos após a repressão a insurreições milenaristas. d) sublevação das classes populares do campo após a instituição do alistamento obrigatório. e) manutenção da mentalidade escravocrata da oficialidade após a queda do regime imperial. 7. (FGV) A imagem retrata um episódio de 1943, na cidade de Natal: a presença do presidente do Brasil, Getúlio Vargas, e do presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt. NEILSON, Raymond, Segunda visita de Roosevelt ao Brasil, In: TOTA, Antonio Pedro. O imperialismo sedutor, 2000. Tal episódio faz parte de um contexto mais amplo, representado pela Política de Boa Vizinhança, que se constituiu em uma a) forte mobilização dos governos dos Estados Unidos e do Brasil no sentido de uma inédita colaboração econômica, materializada na oferta estadunidense de tecnologia para a recente indústria automobilística brasileira e a remessa de aço para as indústrias dos Estados Unidos. b) ação conjunta do governo e de grandes empresários norte-americanos para auferir grandes lucros no Brasil e na América Latina por meio de investimentos diretos em equipamentos urbanos, especialmente o transporte público e a produção e distribuição de energia. c) nova postura diplomática e comercial dos Estados Unidos para a América Latina, especialmente para a Argentina, o Brasil e o México, que articulavam um bloco político-econômico com o intuito de estabelecer relações mais efetivas com a Inglaterra e a França. d) reordenação radical da política externa brasileira, que passou a ser pautada pelo pragmatismo econômico, no qual o governo Vargas procurava as melhores condições para garantir o desenvolvimento da indústria de base, alternando aproximações entre os Estados Unidos e a Inglaterra. e) prática diplomática estadunidense para a América Latina, que abandonou o intervencionismo, optando pela negociação diplomática e o auxílio econômico e militar, como o empréstimo para a construção de uma siderúrgica no Brasil, a fim de limitar a influência europeia na região. MÓDULO DE VÉSPERA ENEM 2020 18 029.438 - 152038/20 8. (Enem) O Cruzeiro, década de 1960. Disponível em: www.memoriaviva.com.br. Acesso em: 28 fev. 2012. Adaptado. No anúncio, há referências a algumas das transformações ocorridas no Brasil nos anos 1950 e 1960. No entanto, tais referências omitem transformações que impactaram segmentos da população, como a a) exaltação da tradição colonial. b) redução da influência estrangeira. c) ampliação da imigração internacional. d) intensificação da desigualdade regional. e) desconcentração da produção industrial. 9. (Uema) O Governo de Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), o terceiro General-Presidente do regime que chegou ao poder por meio do Golpe Militar de 31/3/1964, foi profundamente marcado tanto pelo auge da repressão política quanto pelos elevados níveis de crescimento que ficaram conhecidos como ― “Milagre Econômico”. Tomando como referência essa informação, analise a charge abaixo. Disponível em: http://jornalggn.com.br/video/o-papo-grande-de- delfin-netto. Acesso em: 30 maio. 2014. A crítica a um dos desdobramentos do chamado – “Milagre Econômico” refere-se à (ao) a) concentração de renda. b) aumento do êxodo rural. c) crescimento dos níveis salariais. d) redução dos níveis de desemprego. e) elevação da dívida externa brasileira. 10. (Enem) Batizado por Tancredo Neves de “Nova República”, o período que marca o reencontro do Brasil com os governos civis e a democracia ainda não completou seu quinto ano e já viveu dias de grande comoção. Começou com a tragédia de Tancredo, seguiu pela euforia do Plano Cruzado, conheceu as depressões da inflação e das ameaças da hiperinflação e desembocou na movimentação que antecede as primeiras eleições diretas para presidente em 29 anos. O álbum dos presidentes: a história vista pelo JB.Jornal do Brasil. 15 nov. 1989. O período descrito apresenta continuidades e rupturas em relação à conjuntura histórica anterior. Uma dessas continuidades consistiu na a) representação do Legislativo com a fórmula do bipartidarismo. b) detenção de lideranças populares por crimes de subversão. c) presença de políticos com trajetórias no regime autoritário. d) prorrogação das restrições advindas dos atos institucionais. e) estabilidade da economia com o congelamento anual de preços. 11. (UPE) Observe a imagem a seguir. Disponível em: http://hhenkels.blogspot.com.br/2013_06_01_archive.html. Há uma grande comparação tanto por parte da imprensa como dos meios de comunicação em relação aos movimentos sociais durante o Regime Civil-Militar no Brasil do século passado e os atuais que, de início, foram chamados de ‘movimento passe livre’. Assinale a alternativa que apresenta os principais fatores políticos que concorreram para a eclosão desses movimentos. a) Ascensão da nova classe média que reivindicava reformas nos marcos regulatórios. b) Baixa produtividade em detrimento a um alto nível de inovações tecnológicas. c) Efetivação da reforma de alguns marcos jurídicos, a exemplo de rodovias e aeroportos. d) Instabilidade das instituições e crise da representação no âmbito da política. e) Ampliação dos recursos nos investimentos básicos de energia e telecomunicações, por exemplo. MÓDULO DE VÉSPERA ENEM 2020 19 029.438 - 152038/20 1. (Enem-PPL) No aniversário do primeiro decênio da Marcha sobre Roma, em outubro de 1932, Mussolini irá inaugurar sua Via dell Impero; a nova Vida Sacra do Fascismo, ornada com estátuas de César, Augusto, Trajano, servirá ao culto do antigo e à glória do Império Romano e de espaço comemorativo do ufanismo italiano. Às sombras do passado recriado ergue-se a nova Roma, que pode vangloriar-se e celebrar seus imperadores e homens fortes; seus grandes poetas e apólogos como Horácio e Virgílio. SILVA, G. História antiga e usos do passado: um estudo de apropriações da Antiguidade sob o regime de Vichy. São Paulo: Annablume, 2007. Adaptado. A retomada da Antiguidade clássica pela perspectiva do patrimônio cultural foi realizada com o objetivo de a) afirmar o ideário cristão para reconquistar a grandeza perdida. b) utilizar os vestígios restaurados para justificar o regime político. c) difundir os saberes ancestrais para moralizar os costumes sociais. d) refazer o urbanismo clássico para favorecer a participação política. e) recompor a organização republicana para fortalecer a administração estatal. 2. (Enem-PPL) A eugenia, tal como originalmente concebida, era a aplicação de “boas práticas de melhoramento” ao aprimoramento da espécie humana. Francis Galton foi o primeiro a sugerir com destaque o valor da reprodução humana controlada, considerando-a produtora do aperfeiçoamento da espécie. ROSE, M. O espectro de Darwin. Rio de Janeiro: Ziai, 2000. Adaptado. Um resultado da aplicação dessa teoria, disseminada a partir da segunda metade do século XIX, foi o(a) a) aprovação de medidas de inclusão social. b) adoção de crianças com diferentes características físicas. c) estabelecimento de legislação que combatia as divisões sociais. d) prisão e esterilização de pessoas com características consideradas inferiores. e) desenvolvimento de próteses que possibilitavam a reabilitação de pessoas deficientes. 3. (Enem) O fim da Guerra Fria e da bipolaridade, entre as décadas de 1980 e 1990, gerou expectativas de que seria instaurada uma ordem internacional marcada pela redução de conflitos e pela multipolaridade. O panorama estratégico do mundo pós-Guerra Fria apresenta a) o aumento de conflitos internos associados ao nacionalismo, às disputas étnicas, ao extremismo religioso e ao fortalecimento de ameaças como o terrorismo, o tráfico de drogas e o crime organizado. b) o fim da corrida armamentista e a redução dos gastos militares das grandes potências, o que se traduziu em maior estabilidade nos continentes europeu e asiático, que tinham sido palco da Guerra Fria. c) o desengajamento das grandes potências, pois as intervenções militares em regiões assoladas por conflitos passaram a ser realizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), com maior envolvimento de países emergentes. d) a plena vigência do Tratado de Não Proliferação, que afastou a possibilidade de um conflito nuclear como ameaça global, devido à crescente consciência política internacional acerca desse perigo. e) a condição dos EUA como única superpotência, mas que se submetem às decisões da ONU no que concerne às ações militares. 4. (Enem-PPL) Quanto aos campos de batalha, os nomes de ilhas melanésias e assentamentos nos desertos norte- africanos, na Birmânia e nas Filipinas tornaram-se tão conhecidos dos leitores de jornais e radiouvintes quanto os nomes de batalhas no Ártico e no Cáucaso, na Normandia, em Stalingrado e em Kursk. A Segunda Guerra Mundial foi uma aula de geografia. HOBSBAWM, E. Era dos extremos – o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Cia. das Letras, 1997. Adaptado. Um dos principais acontecimentos do século XX, a Segunda Grande Guerra (1939-1945) foi interpretada no texto como uma aula de geografia porque a) teve-se ciência de lugares outrora ignorados. b) foram modificadas fronteiras e relações interestatais. c) utilizaram mapas estratégicos os exércitos nela envolvidos. d) tratou-se de um acontecimento que afetou a economia global. e) tornou o continente europeu o centro das relações internacionais. 5. (Enem-PPL) A Guerra Fria foi, acima de tudo, um produto da heterogeneidade no sistema internacional – para repetir, da heterogeneidade da organização interna e da prática internacional – e somente poderia ser encerrada pela obtenção de uma nova homogeneidade. O resultado disto foi que, enquanto os dois sistemas distintos existiram, o conflito da Guerra Fria estava destinado a continuar: a Guerra Fria não poderia terminar com o compromisso ou a convergência, mas somente com a prevalência de um destes sistemas sobre o outro. HALLIDAY, F. Repensando as relações internacionais. Porto Alegre: EdUFRGS, 1999. A caracterização da Guerra Fria apresentada pelo texto implica interpretá-la como um(a) a) esforço de homogeneização do sistema internacional negociado entre Estados Unidos e União Soviética. b) guerra, visando o estabelecimento de um renovado sistema social, híbrido de socialismo e capitalismo. c) conflito intersistêmico em que países capitalistas e socialistas competiriam até o fim pelo poder de influência em escala mundial. d) compromisso capitalista de transformar as sociedades homogêneas dos países socialistas em democracias liberais. e) enfrentamento bélico entre capitalismo e socialismo pela homogeneização social de suas respectivas áreas de influência política. PROFESSOR NILTON SOUSA MÓDULO DE VÉSPERA ENEM 2020 20 029.438 - 152038/20 6. (Enem) SATRAPI. M. Persépolis. São Paulo: Cia. das Letras, 2007. Adaptado. A memória recuperada pela autora apresenta a relação entre a) conflito trabalhista e engajamento sindical. b) organização familiar e proteção à infância. c) centralização econômica e pregação religiosa. d) estrutura educacional e desigualdade de renda. e) transformação política e modificação de costumes. 7. (Enem) A participação da África na Segunda Guerra Mundial deve ser apreciada sob a ótica da escolha entre vários demônios. O seu engajamento não foi um processo de colaboração com o imperialismo, mas uma luta contra uma forma de hegemonia ainda mais perigosa. MAZRUI, A. “Procurai primeiramente o reino do político...” In: MAZRUI, A., WONDJI, C. (Org.). Historia
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