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METAPSICOLOGIA FREUDIANA
Psicanalista Bruno Augusto das Chagas
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
• Observando que vários conceitos base da 
Teoria Psicanalítica abarca os seguintes 
tópicos: ICS, recalcamento, pulsão, 
transferência e outros, percebemos que 
na leitura do Projeto estes conceitos ali já 
se encontram insinuados.
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
 
 
 
• Inicio de todas as concepções de Freud 
nasceram no Projeto.
• Visão pré-ID, finalizando somente 20anos 
depois.
• Antecipação do ego estrutural em o Ego e o ID 
(1923)
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
• O termo METAPSICOLOGIA, foi empregado 
pela primeira vez por Freud em uma carta 
enviada a FLIESS “tenho me ocupado 
continuamente com a psicologia – na verdade, 
com a metapsicologia...”
• A construção da psicanálise avançou por 
acréscimos e revisões, a partir de uma 
concepção apenas esboçada.
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
 
 
 
FREUD jamais construiu um sistema 
acabado, perfeitamente coerente, sem 
falhas, sem fendas, sem hesitações, sem 
a mínima contradição. E se existe essa 
lacuna imediatamente cuidamos para 
preencher e tamponá-las, para que 
recupere sua inteireza.
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
A afasia é, num sentido mais lato, um distúrbio da 
memória e num sentido estrito, uma perturbação 
da linguagem. Existem assim duas manifestações 
de afasias a sensorial e a motora; na 1ª a perda 
da compreensão da linguagem, embora seja 
mantida a capacidade da pessoa de se servir da 
linguagem articulada, na segunda, a pessoa perde 
a capacidade de pronunciar as palavras, embora 
mantenha a compreensão do que as pessoas 
dizem.
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
 
 
 
Então a partir das concepções propostas 
por Wernicke, Lichtheim e Meyert, Freud 
faz a distinção rígida e lógica entre o 
normal e o patológico dizendo que a 
parafasias (Distúrbio de linguagem, que 
consiste na troca e na deformação de 
palavras.) observamos em algumas 
pessoas normais quando efeito de 
cansaço ou sob efeito de estados 
emocionais intensos.
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
Assim encontramos aqui uma antecipação da 
teoria sobre o ato falho, o chiste e o lapso 
(1901) como exemplos vivos de condensação 
e de deslocamento operados pela linguagem.
assim o texto de Freud é um texto 
neurológico, mas dá lugar a questões que 
ultrapassam em muito as da neurologia da 
época, apontando para algo que não é mais 
da neurologia, nem da lingüística mas sim da 
PSICANÁLISE.
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
 
 
 
Assim em suas pesquisas Freud deixa claro que o 
aparelho da linguagem (futuro aparelho psíquico) 
não está pronto no ato do nascimento do 
individuo humano, mas que é algo que se 
constrói, “peça por peça” pela aprendizagem.
O surpreendente é que essa construção não se 
faz, por sua vez, sem uma relação com um Outro, 
não propriamente numa relação com o mundo, 
mas numa relação com um outro aparelho de 
linguagem, que nos introduz no registro da troca 
simbólica. 
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
No capitulo VI de Afasias, Freud nos mostra é 
que a ordem da aprendizagem da linguagem e 
a ordem de entrada em cena das partes do 
aparelho constituem uma lei de formação do 
próprio aparelho.
“Para a psicologia, a palavra é a unidade de 
base da função de linguagem, que se 
evidencia ser uma representação complexa, 
composta de elementos acústicos, visuais e 
cinestésicos”
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
 
 
 
• Assim são mencionados 4 
componentes da representação-
palavra:
• A imagem acústica.
• A imagem visual da letra.
• A imagem motora da linguagem.
• A imagem motora da escrita.
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
 
 
 
• A representação-palavra apresenta-se como um 
complexo representativo fechado, ao passo que a 
representação-objeto se apresenta como um 
complexo aberto. A representação-palavra não 
está ligada à representação-objeto por todas as 
suas partes constituintes, mas apenas pela 
imagem acústica. Entre as varias associações de 
objeto, são as visuais que representam o objeto, 
da mesma forma que a imagem acústica 
representa a palavra. As ligações da imagem 
acústica da palavra com as demais associações de 
objeto, não são aqui indicadas. Freud. 
Afasias,p.127
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
Este esquema apresentado por Freud ele o faz 
para tentar separar ao máximo o aspecto 
psicológico do neurológico, mas não há 
esquema psicológico sem o esquema 
neurológico.
Ele não esta recusando o neurológico, mas o 
anatômico entendido como localizações 
elementares.
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
 
 
 
Assim Freud postula que as associações de objeto 
(que vão formar a representação complexa de 
objeto) indica que o que é representado na 
representação não é um objeto, mas séries 
diferentes de associações.
Pois seg. Freud, cada excitação decorrente das 
impressões produzidas pelo mundo exterior deixa 
no córtex cerebral um inscrição permanente que 
serão armazenadas sem se confundirem umas 
com as outras. São estas excitações armazenadas 
uma após a outra que ele designa de imagem 
mnêmica.
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As imagens mnêmicas
(imagem representativa) 
• São categorizadas em 4 grupos:
• Imagem acústica: A imagem acústica não é o som material, 
puramente físico, mas uma impressão psíquica desse som, a representação 
desse som para nossos sentidos. 
• Imagem cinestésica: Relativo às sensações do corpo. O termo 
cinestésico engloba todos os tipos de sentimento, inclusive os táteis, viscerais 
e emocionais. 
• Imagem leitura
• Imagem escrita
• Assim o conjunto destas imagens mnêmicas 
forma a representação complexa da palavra
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As palavras correspondem a uma 
associação de imagens mnêmicas ou 
representações, sendo que seu 
significado não decorre das 
impressões, mas da articulação da 
imagem acústica com a 
representação-objeto.
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
• Assim, a cada nova etapa do 
desenvolvimento da linguagem, 
formam-se novas conexões que 
englobam tudo o que já foi alcançado até 
então. Resulta que cada etapa consiste 
numa reestruturação global do aparelho 
de linguagem, assim ocorrem-se 
processos associativos que se 
acrescentam, reorganizando-se aos 
adquiridos anteriormente, isto é, se 
"sobre-associam". 
 
 
 
O PROJETO DE 1895 
• Este começou a ser rascunhado por 
Freud no trem que o levava de Berlim a 
Viena a uma visita ao seu amigo Fliess. 
Após ter remetido os rascunhos a Fliess e 
depois de muita hesitação quanto ao 
valor das idéias contidas, Freud decidi-se 
por abandonar o que havia sido 
elaborado. 
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• Durante 42 anos o manuscrito fora ate 
mesmo esquecido por Freud, mas foi 
reavido por Marie Bonaparte, e durante 
todo este período o Projeto permaneceu 
fora do alcance de todos com exceção de 
Fliess. Quando o PROJETO veio ao 
publico já se fazia 10 anos de falecimento 
de Freud e toda sua obra já havia sido 
publicada.
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
 
 
 
Freud tinha a mais profunda 
convicção de que a ciência é a 
produção suprema do homem e a 
única capaz de conduzi-lo ao 
conhecimento. Assim, elaborar uma 
ciência do psiquismo entendida 
como “ciência natural” poderia 
significar pura e simplesmente, 
elaborar uma ciência.
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
2. O NEURÔNIO (N) E 
A QUANTIDADE (Qη)
Em sua breve introdução, Freud coloca as 
duas idéias reitoras do Projeto:
1) “Conceber o que diferencia a atividadedo repouso como uma Q submetida à lei 
geral do movimento”;
2) “Supor como partículas materiais os 
neurônios” 
 
 
 
• Essa idéia não é totalmente freudiana 
pois 4 anos antes, W. Waldeyer já havia 
apontado o neurônio como suporte 
material e unidade fundamental do 
sistema nervoso, e a idéia de uma 
energia que circulava pelo SN, a novidade 
está em como Freud articula essas duas 
idéias no Projeto.
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
• O Neurônio é concebido como suporte e o 
elemento constituinte do aparato psíquico. 
Cada neurônio é uma unidade separada, 
sendo que todos os neurônios são iguais, 
não havendo diferença de natureza entre 
eles. A diferença que Freud vai estabelecer 
entre os neurônios φ, Ψ, ω não é uma 
diferença de natureza, mas sim uma 
diferença estrutural. Não se trata em si de 
neurônios mas de SISTEMAS DE NEURÔNIOS.
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
 
 
 
• Histologicamente, o neurônio é concebido por 
Freud como dotado de um núcleo com uma 
via de entrada e duas de saída. Essas 
bifurcações se ramificam em novas 
bifurcações, constituindo a trama complexa 
dos neurônios. Os neurônios são condutores 
de energia, sendo que dependendo do 
sistema por eles formado, são também 
capazes de armazenar energia.
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• Este aparelho neuronal apresentado por 
Freud no Projeto deve ser entendido 
como um modelo expli-cativo, não tendo 
necessariamente uma correspondência 
exata com o SN tal como entendido pela 
Neurologia, assim é um trabalho teórico 
de natureza fundamentalmente 
HIPOTÉTICA.
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
 
 
 
• Sendo assim, o Projeto não é, 
portanto, uma tentativa de 
explicação do funcionamento do 
aparelho psíquico em bases 
anatômicas, mas, ao contrario, 
implica uma recusa da anatomia e da 
neurologia da época, e a 
conseqüente elaboração de uma 
“METAPSICOLOGIA”
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• Então (Q) é a quantidade de energia que 
circula pelos neurônios, capaz de 
deslocamento e descarga. No projeto Freud 
fala sem diferenciação sobre (Q) e (Qη), o que 
gera alguma confusão, então postularemos 
assim:
• (Q) : indicando uma quantidade externa
• (Qη) :como sendo de ordem psíquica, mas 
tarde por comentadores é o equivalente a 
pulsão. 
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
 
 
 
3. Quantidade e Intensidade
• Partindo dos casos de histeria e de neurose 
obsessiva, Freud levanta a hipótese de uma 
proporcionalidade entre a intensidade dos 
traumas e a intensidade dos sintomas por eles 
produzidos, essa concepção dia Freud “deriva 
diretamente de observações patológicas -
clínicas, em particular aquelas que se referem 
a representações hiperintensas, como na 
histeria e na neurose obsessiva.
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• Mas de 40 anos depois em 
“Análise Terminável e 
Interminável” (1937), Freud ainda 
aponta o fator quantitativo como 
decisivo para a teoria 
psicanalítica. 
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
 
 
 
• Aqui observaremos Freud propor o Principio 
da Constância, onde se diz respeito à 
regulação da intensidade e não a conservação 
da quantidade de excitação. Assim 
observamos a hipótese de uma 
proporcionalidade entre a intensidade dos 
traumas e a intensidade dos sintomas por eles 
produzidos. (colocar movimento pulsional?)
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
• Todos os dispositivos de natureza 
biológica têm limite de eficiência e 
falham quando um limite é ultrapassado. 
Esta falha se manifesta em fenômenos 
quase patológicos – que poderiam ser 
descritos como protótipos normais do 
patológico.
• ESB. VOL.1 PAG 358.
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
 
 
 
IMPORTANTE
• O Termo quantidade aplica-se a algo que é 
efetivamente medido ou que é mensurável, 
embora não seja atualmente expresso por um 
numero, opõe-se à qualidade, que se refere aos 
aspectos sensíveis da percepção.
• O termo Intensidade, por sua vez, é a propriedade 
de algo que esta sujeito a aumento ou diminuição e 
que apesar de implicar a quantidade, não é 
redutível a ela. 
• Em certos casos, a intensidade é considerada como 
expressão qualitativa de uma quantidade.
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4. O Principio da 
Inércia Neurônica 
• Esta é uma formulação especifica do Projeto, 
não mais reaparecendo nos textos 
metapsicológicos posteriores. Segundo este 
principio, “os neurônios tendem a se livrar da 
quantidade (Q)”. Essa descarga representa a 
função primordial do SN, sendo que ela soma-
se uma com a outra segundo o qual o sistema 
neurônico procura não apenas livrar-se de Q, 
mas de conservar aquelas vias de escoamento 
que o possibilitam manter afastado das fontes 
de excitação.
 
 
 
• Então além da descarga, há 
também a fuga do estímulo. O 
que Freud chama de função 
neurônica primária. 
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
• No entanto o principio da inércia não atua 
isoladamente, ele atua por outro modo, cuja 
característica principal é evitar o livre 
escoamento de energia. Isto ocorre porque o 
SN recebe não apenas estímulos de natureza 
exterior, mas também estímulos de ordem 
endógena (provenientes do próprio corpo).
• Esses estímulos são os que criam as grandes 
necessidades, tais como a fome, a respiração e 
a sexualidade e agressividade.
(FREUD VOL. I,PAG 348)
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
 
 
 
• Ao contrário dos estímulos externos que 
podem ser evitados, os estímulos internos não 
oferecem possibilidade de fuga. Eles só 
desaparecem ou diminuem sua intensidade 
após a realização da ação especifica. E se o Sn 
em função do principio da Inércia neurônica, 
descarregasse toda a quantidade de energia 
de que fosse investido, ele não disporia de 
energia de reserva para realizar as exigências 
endógenas. 
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
• Sendo assim ele é obrigado a tolerar um 
acumulo de Q para essa finalidade, assim 
o sistema neurônico busca manter 
constante o fluxo energético. 
• Somente em 1920 em “Além do Princípio 
do Prazer” que Freud vai enunciar de 
forma explicita um Princípio de 
Constância
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
 
 
 
• No Projeto a quase uma identificação do 
Principio de inércia com o Principio do 
Prazer: “Como já temos conhecimento de 
uma tendência de vida psíquica a evitar o 
desprazer, somos tentados a identificá-la 
com a tendência primaria à inércia”
• O desprazer é tido como o aumento do 
estimulo, enquanto que o prazer resulta 
de sua diminuição.
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• O Princípio da Inércia e o Princípio de 
Constância estão relacionados a uma 
das distinções mais fundamentais 
que Freud faz no Projeto: a distinção 
entre os Processos Primários e os 
Processos Secundários, que veremos 
mais a frente.
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
 
 
5. O Investimento (BESETZUNG)*
(CATEXIA NA ESB)
• A noção de investimento faz sua 
aparição nos textos freudianos nos 
estudos sobre a histeria, publicado 
no mesmo ano que era redigido o 
projeto.
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
• Freud utiliza o termo para designar uma 
representação cujo afeto não foi descarregado. 
Um ano antes em “AS NEUROPSICOSES DE 
DEFESA”, Freud já havia afirmado que “nas 
funções psíquicas cabe distinguir algo (quota de 
afeto, soma de excitação) que tem todas as 
propriedades de uma quantidade – embora não 
tenhamos meio de medi-la - ; algo que é capaz de 
aumento, diminuição, deslocamento e descarga, 
e que se difunde pelas marcas mnêmicas das 
representações como faria uma carga elétrica 
pela superfície dos corpos”.BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
 
 
 
• Mas foi no projeto que o termo adquiriu 
importância de conceito fundamental. Da 
combinação da teoria da quantidade (Q) 
com o quadro dos neurônios, “obtém-se 
a representação de um neurônio (N) 
investido [besetzt], que está cheio de 
determinada (Qη) e que outras vezes 
pode estar vazio”
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
• O investimento consiste, portanto, no fato de a 
energia psíquica (Qη) estar ligada a um neurônio 
ou grupo de neurônios, ou a uma representação 
ou grupo de representações.
• Para que um neurônio (ou grupo de neurônios) 
possa estar cheio de (Qη), é necessário que algo 
oponha resistência à descarga total; e Freud 
localiza essa resistência nos contatos entre os 
neurônios (sinapses), contatos estes que 
funcionariam como barreiras contra a descarga, 
permitindo que o neurônio seja ocupado pela 
(Qη). Esta é a hipótese das BARREIRAS DE 
CONTATO.
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• Um dos efeitos do recalcamento consiste 
precisamente numa retirada do 
INVESTIMENTO ENERGÉTICO. De fato, 
essa concepção nos fornece uma idéia do 
investimento como uma carga que se 
coloca ou se retira de alguma coisa, no 
nosso caso, de uma representação, no 
entanto, a Besetzung, tal como descrita 
no Projeto, é muito mais sutil do que 
pode parecer a uma rápida leitura.
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6. AS BARREIRAS DE CONTATO
• Esta hipótese é fundamental para a explicação 
de uma das funções mais importantes do 
aparelho neuronal concebido por Freud: a 
memória. 
• Sem a capacidade de armazenar informações, 
o aparelho seria reduzido a um mero 
condutor, algo semelhante a um fio que 
conduz energia elétrica mas que é incapaz de 
armazená-la.
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
 
 
 
• Sem a memória, o aparelho sequer seria um 
“aparelho”, isto é, algo composto de partes 
distintas, limites definidos e de um principio 
de funcionamento que não fosse o da mera 
descarga. No entanto, não devemos confundir 
essa “memória neuronal” com a memória tal 
como é entendida pela psicologia. Não se 
trata da memória consciente, mas da 
capacidade do tecido nervoso de ser alterado 
de forma permanente, contrariamente a uma 
matéria que permitisse a passagem da energia 
e retornasse ao seu estado anterior. 
• Trata-se de distinguir entre os (N) permeáveis 
(condutores mas não retentores de Qη) e 
impermeáveis (retentores de Qη), sendo que 
a permeabilidade ou impermeabilidade 
decorrem da resistência nas barreiras de 
contato.( Vol. 1 pag.352 ESB)
• Se a resistência na barreira de contato for de 
magnitude maior do que a magnitude de Qη, 
teremos neurônios impermeáveis, retentores 
de Qη.
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
 
 
 
• Mais ainda, enquanto os neurônios 
impermeáveis servem a memória, os 
neurônios permeáveis servem a percepção.
• Segundo Freud, os mesmos neurônios não 
podem servir à memória e a percepção. Isto 
porque para que o processo perceptivo possa 
se dar com fluidez que lhe é própria, é 
necessário que ele encontre sempre uma 
estrutura que permaneça inalterada a cada 
nova percepção... Podemos exemplificar...
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
• Essa estrutura às lentes de um óculos. Se cada 
coisa percebida as lentes do óculos 
mantivessem um registro, em pouco tempo 
não conseguíramos perceber mais nada; é 
necessário pois, que elas se mantenham 
permanentemente transparentes. As lentes 
dos óculos não podem ter memória.
• De forma análoga, o sistema de neurônios 
perceptivos tem que ser diferente dos sistema 
dos neurônios portadores de memória.
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• Assim Freud denomina os primeiros 
neurônios de φ e os segundos de 
neurônios Ψ:
• A distinção fundamental entre os dois 
sistemas de neurônios reside em que as 
barreiras de contato em φ permanecem 
inalteradas após a passagem de Qη, 
enquanto que as barreiras de contato em 
Ψ são alteradas com a passagem de Qη e 
que esta alteração é permanente.
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
Freud: ESB vol.1 pag. 352
O argumento é o seguinte:
Esses neurônios ficam permanentemente alterados 
pela passagem de uma excitação. Se 
introduzirmos a teoria das barreiras de contacto: 
as barreiras de contacto deles ficam em estado 
permanentemente alterado. E como o 
conhecimento psico[lógico] demonstra a 
existência de algo assim como um re-aprender 
baseado na memória, essa alteração deve 
consistir em tornar as barreiras de contacto mais 
capazes de condução, menos impermeáveis e 
assim, mais semelhantes às do sistema Ф.
Seria uma noção das estruturas egóicas?
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7. BAHNUNG
(Facilitação ou Trilhamento) 
• Banhung não propriamente no sentido de 
uma estrada, de algo preexistente ao nosso 
caminhar, mas sim no sentido de uma trilha 
que vamos abrindo com o próprio caminhar.
• Se numa floresta abrirmos uma trilha, ela se 
torna facilitadora de nosso percurso; e se 
percorrermos a floresta em varias direções, 
cada trilha aberta se torna uma via 
privilegiada nos percursos futuros.
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• Mas se cada trilha é facilitadora de 
um percurso, ela o é à condição de 
excluir outros percursos. Se na 
segunda vez eu tenho a percorrer a 
trilha anteriormente aberta, isto 
implica uma seleção com relação a 
outros percursos novos ou já 
existentes.
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• Um Trilhamento é uma trama de caminhos 
facilitadores em certas direções e 
dificultadores em outras.
• Esse Trilhamento ou essa trama de 
facilitações/dificultações é passível de um 
reordenamento , pois de tempos em tempos 
as marcas mnêmicas sofrem um 
reordenamento segundo novos nexos/ 
experiências.
• Então temos que o sistema Ψ não é apenas a 
quantidade (Q), mas a quantidade mais a 
Bahnung.
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• O que caracteriza a memória é precisamente o 
fato de que a diminuição das resistências 
oferecidas por certas barreiras de contato 
“facilitam” o percurso em determinadas direções 
e não em outras, o que dá lugar à repetição dos 
percursos facilitados.
• Freud “Se a facilitação fosse igual em toda as 
partes, não se explicaria a predileção por uma 
caminho”, ou ainda “a memória está constituída 
pelas diferenças dentro da facilitações entre os 
neurônios Ψ.” 
(ESB. VOL.1 PAG.352).
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• Se por um lado a BAHNUNG constitui a 
memória neurônica, por outro, está a 
serviço da função primária ( descarga ). 
Essa descarga não é total porque o 
sistema dos neurônios, premiado pela 
necessidade vital, é obrigado a suportar 
um acúmulo de Qη para poder executar 
uma ação especifica.
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8. O sistema ω e a consciência. 
• Até este ponto demonstramos o sistema 
φ que tem por características a 
permeabilidade, sendo constituído de 
neurônios que apenas conduzem a 
energia proveniente de fonte exógena, e 
sendo regido pelo P. da Inércia 
neurônica, tende a se livras de toda Q 
circulante.
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• O sistema Ψ tem a capacidade de armazenar 
energia, tanto de fonte endógena com as de 
fontes recebidas via φ, essa capacidade de 
armazenar possibilita a memória, associação, 
pensamentos, etc.
• Porém estes processos são ICS, e aqui Freud se 
depara com um problema delicado para a 
Psicanálise a CS, objeto por excelência da 
especulação filosófica de Descartes.
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• Se os sistemas φ e Ψ dão conta da quantidade 
e são processos ICS, onde se dariaa qualidade 
(característica essencial da CS) ?
• A qualidade é outra coisa. Não é redutível à 
quantidade e diz respeito aos aspectos 
sensíveis da percepção. Uma cor, um som, 
uma textura, quente/frio, são qualidades. E 
mais as qualidades se apresentam como 
séries, como semelhanças e diferenças, com 
síntese das impressões elementares.
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM
 
 
 
Mas de onde então surge a 
qualidade?
• Existe um terceiro grupo de neurônios[ o 
sistema ω ] que é excitado junto com a 
percepção. E cujos estados de excitação 
produzem as diversas qualidades – ou 
seja, são sensações conscientes.
• Em uma carta datada de jan. de 1896 
(carta 39) Freud explica a Fliess 3 
maneiras de os neurônios afetarem uns 
aos outros:
1 – transferindo quantidade de um para outro
2- transferindo quantidade de um para outro
3 – exercendo um efeito excitante uns sobre os 
outros.
OS neurônios Ψ transferem para os neurônios ω
sua qualidade (e não quantidade), enquanto 
que os neurônios ω não transferem para os 
neurônios Ψ nem qualidade, nem quantidade, 
mas apenas excita Ψ, isto é, indica para Ψ as 
vias a serem tomadas pela energia livre Ψ.
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• Embora o sistema da consciência seja 
concebido por Freud como um sistema a 
parte, ele mantém com os outros dois 
relações necessárias. Ele é alimentado 
por φ e é ele que por sua vez fornece a Ψ
as informações que vão constituir a 
prova de realidade para este último.
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Os Signos de qualidade 
(Qualiätszeichen)
• O que o sistema ω de neurônios fornece ao 
sistema Ψ ?
• A resposta de Freud é inequívoca: ω fornece a Ψ
signos de qualidade ou signos de realidade.
• Freud sabia da dificuldade com que a ciência da 
época se defrontava com o problema da 
qualidade. Para as ciências naturais como para a 
psicologia, o mundo externo reduz-se a matéria e 
movimento, e ambos são por elas tratados como 
quantidades, entanto o que a consciência nos 
fornece são qualidades.
 
 
 
• Uma das funções do ego em Ψ é inibir a descarga 
quando da ausência do objeto real. Para isto, 
seria necessário que o ego estivesse de posse das 
informações sobre o mundo externo 
provenientes da percepção. Como o ego e as 
percepções pertencem a sistemas diferentes (o 
ego ao sistema Ψ e as percepções ao sistema φ), 
é necessário estabelecer-se um mecanismo que 
articule um ao outro, para que o ego possa 
distinguir a representação-percepção da 
representação lembrança.
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A noção de Período
• Freud diz que a descarga em ω ao ser captada 
por Ψ funciona como um sinal de algo 
externo. Neste sentido, a descarga seria um 
índice ou sinal de uma realidade externa. 
Assim a resposta de ω se faz em função não 
de uma certa quantidade ( Q ou Qη), mas de 
um período, isto é, da temporalidade, esta 
que não é redutível à quantidade.
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Prazer e Desprazer
• Vimos que a consciência é responsável pelas 
qualidades sensíveis e que é ela que fornece 
ao sistema Ψ os signos de qualidade. Mas 
além disso a consciência é também quem 
fornece as sensações de prazer e desprazer, 
sendo esta distinção uma das mais 
fundamentais para a compreensão do 
funcionamento do aparato psíquico.
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• Na 1ª tentativa de esclarecer a questão, Freud 
afirma que o “desprazer estaria ligado a uma 
elevação do nível de Qη ou a um acréscimo 
quantitativo de pressão” ou melhor “seria a 
sensação ω frente a um acréscimo de Qη em 
Ψ”
• Já vimos que com o P. da Inércia Neurônica ou 
com o principio da Constância, o aparato 
psíquico funciona no sentido de reduzir a zero 
a soma de excitação, ou pelo menos mantê-la 
no nível mais baixo possível. 
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• Entre ω e o mundo exterior há não apenas os 
órgãos dos sentidos, mas todo o sistema Ψ
que Freud concebe com um sistema 
intermediário, sistema moderador, com a 
função de filtragem, de amortecimento. É esse 
sistema Ψ que vai tornar possível o equilíbrio 
do aparato psiquico. Assim a excitação 
decorrente do mundo exterior está em φ e 
não em ω. O sistema ω é responsavel pela 
percepção, não é a sede das excitações 
provenientes do mundo exterior.
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O Funcionamento do Aparato
• O aparato psíquico é constituído pelos 
sistemas φ, Ψ e ω é estimulado a partir de 
duas fontes:
• 1- Mundo exterior
• 2- O interior do próprio corpo.
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• O Sistema Ψ núcleo mais o sistema φ são 
responsáveis pela atividade reflexa; enquanto 
que o sistema Ψ pallium mais o sistema ω vão 
responder pelos processos psíquicos em geral 
(percepção, memória, pensamento, 
associação, desejo, prova de realidade, etc.). O 
sistema Ψ pallium é a sede dos processos 
psíquicos primários, assim como da função 
neurônica secundária (ação especifica) que ele 
tem em comum com o Ψ núcleo.
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IMPORTANTE
• “Nenhuma descarga pode produzir resultado 
aliviante, visto que o estimulo endógeno continua 
a ser recebido e se restabelece a tensão em Ѱ. 
Nesse caso, o estimulo só é passível de ser 
abolido por meio de uma intervenção que 
suspenda provisoriamente a descarga de Qη no 
interior do corpo; e uma intervenção dessa 
ordem requer a alteração no mundo externo 
(fornecimento de víveres, aproximação do objeto 
sexual), que, como ação especifica, só pode ser 
promovida de determinadas maneiras”.
Freud, ESB. Vol. I Pag.370.
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• “O organismo humano é a principio, incapaz 
de promover essa ação especifica. Ela se 
efetua por ajuda alheia, quando a atenção de 
uma pessoa experiente é voltada para um 
estado infantil por descarga através da via de 
alteração interna. Essa via de descarga 
adquire, assim, a importantíssima função 
secundaria da comunicação, e o desamparo 
inicial dos seres humanos é a fonte primordial 
de todos os motivos morais.”
• Freud, ESB. Vol. I Pag.370
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Dor e Vivência de Dor
(Schmerzerlebins)
• Como Salienta Derrida, “de certo modo, não 
há Trilhamento [Bahnung] sem um começo de 
dor.”
• Num organismo vivo, os dispositivos 
biológicos tem por função proteger a vida dos 
investimentos perigosos, no entanto, a ação 
destes mecanismos tem seus limites de 
eficácia, alem dos quais eles fracassam e 
sobrevêm a dor, no limite, a morte.
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• A dor consiste, portanto, na irrupção 
de grandes Q em Ψ. o sistema 
nervoso dispõe de dois mecanismos 
destinados a neutralizar a recepção 
de Qη: descarga e fuga (esta última 
no que se refere aos estímulos 
externos, já que não há fuga possível 
para os estímulos endógenos.
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• No caso da dor, os neurônios Ψ
tornam-se tão permeáveis quanto os 
neurônios φ, não sendo as barreiras 
de contato suficientemente 
resistentes para impedir a passagem 
da Qη.
• Em termos do funcionamento do 
aparto, a dor produz em Ψ: 
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1- um aumento de tensão que é sentido como 
desprazer por ω.
2- uma tendência à descarga
3- uma bahnung entre a tendência à descarga e 
uma imagem-lembrança do objeto que 
provoca a dor.
Portanto além da quantidade, a dor possui 
também uma qualidade que é dado pelo 
sentimento de desprazer em ω.
Freud, ESB. Vol. I Pag.372
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• Se a imagem do objeto hostilfor 
reinvestida[catexizada] ( em decorrência 
de novas percepções, por exemplo), o 
efeito deste investimento não será 
novamente dor, mas um afeto 
acompanhado de desprazer. O termo 
afeto esta sendo empregado aqui para 
designar a reprodução de uma vivência 
de dor, o que implica desprazer e não 
dor.
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• Não há Bahnung sem um começo de dor, 
como não há organização psíquica sem um 
começo de dor. Mas ao mesmo tempo, a dor é 
o que desorganiza o aparelho psíquico, 
provocando uma perturbação tal que 
suspende, enquanto ela durar, as 
diferenciações estabelecidas.
• Vimos que Freud define a dor como a irrupção 
de grandes Q em Ψ, e que apesar dos sistema 
de neurônios possuírem dispositivos 
protetores, essa invasão pode ocorrer devido 
à intensidade da Q.
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Afeto e Desejo
• Os desejos e os afetos dão lugar a dois 
mecanismos básicos do aparelho 
psíquico:
1 – a atração de desejo primária, atração 
para o objeto desejado e por sua imagem 
mnêmica
2 – defesa primária ou recalque, uma 
aversão a manter investida a imagem 
mnêmica hostil.
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Processo Primário e Secundário 
• Quando se da a experiência de satisfação, três 
coisas acontecem no interior do sistema Ψ:
1- é operada uma descarga 
2- produz-se investimento de um grupo de 
neurônios correspondente à percepção do 
objeto que produziu a satisfação
3- chegam ao Ψ pallium informações sobre a 
descarga que se segue a ação específica.
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• A partir daí estabelece-se uma facilitação 
[bahnung] entre esses investimentos e os 
neurônios do Ψ núcleo, a satisfação está, 
a partir de então, ligada tanto a imagem 
do objeto como a imagem do movimento 
de descarga . Quando reaparece o estado 
de necessidade, ambas as imagens são 
reinvestidas ou reativadas.
• Freud, ESB. Vol. I, pág. 377.
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• Aquilo que essa reativação vai produzir é idêntico 
à percepção original do objeto, sua imagem, só 
que agora o objeto está ausente.
• O que vai ser produzido, portanto,não é a 
percepção do objeto, mas a alucinação do objeto, 
seguindo-se a ela a descarga. O resultado 
evidente é o desapontamento e o desprazer. Daí 
a necessidade de se distinguir entre imagem-
percepção e imagem-lembrança.
Esta é a função do princípio de realidade.
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• O princípio de prazer não pode atender a essa 
exigência, já que regula o equilíbrio interno do 
aparelho mas não pode ter uma finalidade 
adaptativa, pois não dispõe de um sistema 
percepção-consciência, não sendo portanto 
capaz de distinguir o objeto real do objeto 
alucinado.
• Para tanto, é necessário um princípio de 
correção que confira ao aparelho psíquico 
uma eficiência mínima, eficiência esta que 
será dada pelo princípio da realidade.
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• Assim Freud denomina os processos 
psíquicos primários, como o 
investimento-desejo que conduz à 
alucinação e ao desprazer resultante, e 
denomina processos psíquicos 
secundários aqueles possibilitados por 
um bom investimento do eu e que 
inibem os primeiros
• Mas ambos são ICS.
• Freud, ESB. Vol. I, pág. 379.
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• Memória e Juízo 
• Pensamento e Realidade ( o objetivo de 
todos os processos do pensamento é o 
estabelecimento de um estado de 
identidade)
• Memórias de Lembrança.
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A interpretação dos sonhos
A pessoa fecha os olhos e alucina; torna a abri-los e 
pensa com palavras. 
Freud, ESB. Vol. I, pag. 391.
 
 
 
• Durante o sono há uma queda de 
carga endógena, que torna supérfula 
a função secundaria, no sono então 
o individuo se encontra no estado 
ideal de inércia, livre de sua reserva 
de Qη.
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• Quando Freud em 1891 escreve sobre as 
afasias, sua intenção era nos mostrar um 
aparelho de linguagem, então ele não 
concebe um aparelho em que o individuo já 
traga com ele ao nascer, pronto e acabado. 
• O aparelho da linguagem (sprachapparat) 
forma-se aos poucos, elemento por elemento, 
na relação com outro aparelho de linguagem, 
e é apenas por referencia a esse outro que ele 
funciona.
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• Importante que se entenda esse “outro” 
como sendo outro aparelho de 
linguagem e não como sendo o mundo. 
O mundo não é capaz, por si só, de 
produzir um aparelho de linguagem. É 
apenas no seio de uma pluralidade de 
aparelhos de linguagem que um novo 
aparelho poderá surgir.
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• Neste aparelho, as palavras (ou 
representações-palavra) adquirem seu 
significado pela relação que a imagem 
acústica do complexo representação-
palavra mantém com a imagem visual do 
complexo formado pelas associações de 
objeto. E, aqui, Freud inova em termos 
de teoria da percepção. O que se 
contrapõe à palavra não é o objeto.
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• A representação-objeto não esta ali 
pronta, à espera da representação-
palavra para que se produza significado. 
A percepção não oferece objetos com os 
quais as palavras vão se articular para 
obter seu significado. Portanto o que 
fornece ao objeto seu significado, q a 
fortiori sua unidade, não é a coisa 
externa, mas a articulação das 
associações de objeto com a palavra.
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• A linguagem não consiste somente em 
associações entre elementos mas por 
associações entre associações o que 
Freud denomina como superassociação 
que é uma intricada trama de caminhos 
associativos.
• E são esses caminhos que iremos 
desvendar no interpretar dos sonhos, 
segundo o conteúdo manifesto e o 
latente.
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Conteúdo Manifesto e 
Pensamentos Latente
• A tese de Freud é de que o primeiro registro (o 
consciente) é um substituto do segundo 
registro (o Inconsciente), do qual o sonhador 
detém em saber que não lhe é acessível de 
forma imediata. Aquilo que o sonhador tem 
acesso é ao conteúdo manifesto, isto é o 
sonho sonhado e recordado por ele ao 
despertar. Este é o substituto distorcido de 
algo inteiramente distinto e inconsciente que 
são os pensamentos latentes.
• Os pensamentos latentes são a matéria prima de 
que são feitos os sonhos manifestos, mas é 
apenas a partir destes últimos que podemos 
chegar ao conteúdo latente.
• O processo onde os pensamentos latentes são 
transformados em manifestos é denominado por 
Freud de TRABALHO DO SONHO (traumarbeit) e 
o trabalho oposto em se chegar nos pensamentos 
latentes através dos manifesto se chama 
TABALHO DE INTERPRETAÇAO ( Deutungsarbeit).
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Os pensamentos latentes
Os pensamentos latentes, dos quais o 
conteúdo manifesto é uma expressão 
deformada, são pensamentos que em nada 
distinguem dos pensamentos que se 
processam em nível consciente. Seriam 
portanto perfeitamente inteligíveis caso se 
tornassem conscientes. Por que então, esse 
trabalho de deformação a que são 
submetidos?
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• E porque alguns elementos dos sonhos são sem 
nenhum sentido aparente e completamente 
desconectados dos demais elementos do sonho?
São precisamente essa ausência de sentido e esse 
caráter desconexo que se constituem como 
índices da distorção a que foram submetidos os 
pensamentos latentes, e são estes os elementos 
que interessam mais intensamente á tarefa de 
interpretação. 
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM• Quanto mais um elemento do sonho 
é desinteressante e quanto mais o 
sonhador se recusa a fornecer 
associações deste elemento, mais ele 
se torna significante para o trabalho 
de decifração, posto que são 
precisamente eles que poderão 
conduzir ao desejo ICS e à solução do 
sonho.
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• Freud se refere ao conteúdo manifesto e os 
pensamentos latentes como sendo diferentes 
modos de expressão, compreendendo signos 
e leis de articulação distintas; uma diferença 
de linguagens, portanto, e não uma diferença 
como a que existe entre 2 línguas, onde há 
uma gramática que se mantém constante, 
com um código em comum viabilizando a 
tradução. 
• Ao passo que nos sonhos cada sonhador cria a 
sua própria gramática.
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• Posto que o conteúdo onírico pode ter 
significados diferentes em diferentes pessoas 
ou na mesma pessoa em diferentes 
momentos.
• O interessante é que lidamos com dois textos 
(não feitos com palavras mas com imagens, 
mas que são estruturados como uma 
linguagem) diferentes, os manifestos e os 
latentes. Outra idéia de Freud é que um seria 
o original e o outro sua tradução.
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Censura e Resistência 
• A verdade do desejo ICS não se oferece 
docilmente ao interprete, e isto é devido 
a resistência que o eu sonhador oferece a 
pura e simples expressão do material ICS. 
Quanto maior a resistência, maior o 
indício da proximidade entre o substituto 
manifesto e o desejo ICS.
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• A censura ( Zensur )é concebida por Freud 
como uma função que se exerce na fronteira 
em sistemas (ICS e PCS), opera na passagem 
de um sistema para outro mais elevado.
• Citar Lacan “a censura é a lei como 
incompreendida”
• E a resistência (Widerstand ) designa tudo 
aquilo que no trabalho analítico se opõe a 
interpretação, ou seg. Freud “tudo aquilo que 
perturba a continuação do trabalho analítico é 
uma resistência”
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• Se os pensamentos latentes 
(inconscientes) fossem inteligíveis 
para a consciência, não haveria 
problema quanto a virem à luz na 
sua forma original. É para não 
serem identificados que eles são 
deformados.
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O TRABALHO DO 
SONHO
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Condensação ( Verdichtung)
e Deslocamento ( Verschiebung).
• A condensação designa o mecanismo 
pelo qual o conteúdo manifesto do 
sonho aparece como uma versão 
abreviada dos pensamentos latentes. 
Sendo o conteúdo manifesto sempre 
menor que o latente.
• A condensação opera de três maneiras:
 
 
 
Condensação 
1. Omitindo determinados elementos dos 
pensamentos latentes.
2. Permitindo que apenas um fragmento 
do conteúdo latente apareça no sonho 
manifesto;
3. Combinando vários elementos do 
conteúdo latente que possuem algo em 
comum num único elemento do 
conteúdo manifesto.
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• O mecanismo de condensação esta 
presente também nos chistes, nos lapsos, 
nos esquecimentos das palavras, etc.
• O segundo mecanismo do trabalho do 
sonho é o deslocamento, que também é 
efeito da censura onírica, e opera 
basicamente de 2 maneiras:
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Deslocamento
1. Pela substituição de um elemento latente por 
outro mais remoto que funcione em relação 
ao primeiro como simples alusão.
2. Mudando o acento de um elemento 
importante para outros sem importância.
Assim aquilo que é essencial nos 
pensamentos latentes não desempenha 
nenhum papel importante ou mesmo sequer 
aparece no conteúdo manifesto
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A FIGURAÇÃO
• O sonho é um escrita, uma escrita 
psíquica que não é feita de palavras mas 
de imagens, o que implica a possibilidade 
dos pensamentos latentes serem 
expressos sob forma de uma encenação.
• O eu portanto percebe imagens, e 
somente imagens que ele reconhece.
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• “Imaginemos, por exemplo, que alguém 
nos pede para substituir as frases de um 
editorial político ou de uma defesa 
perante um tribunal por uma série de 
desenhos; com isso compreendemos 
facilmente as modificações que o 
trabalho do sonho precisa fazer para 
captar a representabilidade do conteúdo 
do sonho” (p.92)
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• É importante lembrarmos a afirmação de 
Freud segundo o qual o trabalho do 
sonho não pensa, não é uma atividade 
criadora, mas apenas transformadora do 
conteúdo latente que são os 
pensamentos do sonho.
• E para Freud o sonho que traz juízos e 
argumentações lógicas são apenas a 
repetição de um modelo procedente dos 
pensamentos oníricos latentes.
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• O que está em jogo na consideração à 
figurabilidade é a seleção de 
pensamentos capazes de serem 
expressos em imagens, o que tem como 
conseqüência um sacrifício das relações 
lógicas que são pura e simplesmente 
eliminadas ou que são substituídas por 
relações entre imagens que procuram 
traduzir, à sua maneira, essas reações 
lógicas.
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Elaboração Secundária 
(SEKUNDARE BEARBEITUNG)
• Consiste na modificação imposta ao sonho de 
uma história coerente e compreensível. A 
finalidade da elaboração secundaria é fazer com 
que o sonho perca sua aparência de absurdidade, 
aproximando-o do pensamento diurno (realizado 
pelo CS).
• Em 1923, em um artigo intitulado “Psicanálise”, 
Freud afirma que a elaboração secundaria não faz 
parte do trabalho do sonho, posto que ela toma 
como matéria-prima não os pensamentos 
latentes, mas o material já elaborado pelos 
mecanismos do trabalho do sonho.
 
 
 
• Como resultado dessa operação de ligação, o 
sonho perdeu seu aspecto absurdo e 
incoerente assemelhando-se ao pensamento 
da vigília. O sentido que o sonho adquire por 
efeito dessa elaboração secundária é, no 
entanto, enganoso; na verdade, está bastante 
afastado do verdadeiro significado do sonho. 
Mas muitas vezes ela se faz de forma parcial e 
outras vezes fracassa, continuando o 
conteúdo onírico um aglomerado de imagens 
sem sentido aparente.
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Da imagem à palavra
• A proposta freudiana, com a interpretação dos 
sonhos é de operar a passagem do relato 
fornecido, pelo sonhador, das imagens do seu 
sonho ao texto a ser interpretado. Não é o 
relato como um todo, que é submetido à 
interpretação, mas o texto desse relato. 
• E a interpretação constituirá em desmanchar 
o tecido do texto para chegar ao enunciado do 
desejo.
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• A imagem para Freud, mais do que 
desveladora, é encobridora da verdade do 
desejo. E ela constitui como ponto de partida 
empírico da psicanálise ( a importância 
visual do histérico).
• As imagens do sonho, não tem o valor de 
imagens, isto é, não se propõem como 
imagens das coisas, pois as imagens formam 
as associações de objeto que vão constituir a 
representação- objeto.
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• É a partir desse modo de conceber as 
imagens que podemos dizer que a 
máxima lacaniana “ o ICS é 
estruturado como uma linguagem”, 
pode ser aplicada a Freud desde seus 
textos iniciais.
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Sobredeterminação 
(Überdeterminierung)
• Designa o fato de uma formação do ICS, seja 
um sonho, um sintoma ou um ato falho, ter 
uma multiplicidade de fatores determinantes.
• A Sobredeterminação atinge tanto o sonho 
como um todo, como seus elementosisoladamente. Num único sonho reúnem-se 
várias realizações de desejo, sendo que um 
sentido encobre outros numa série que a 
rigor, não tem primeiro termo.
• Essa questão nos remete a 
superinterpretação, diz respeito a uma 
segunda interpretação que se sobrepõe à 
primeira, e que tem como resultado um 
outro significado do sonho (ou sintoma), 
distinto daquele que foi obtido com a 
interpretação anterior.
• Por isso um sonho nunca é analisado em 
sua totalidade.
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• Como decorrência, a própria noção 
de superinterpretação se amplia, 
passando a abarcar tanto a 
sobreposição das significações 
quanto o aumento do material 
resultante de novas associações, o 
que faz com que o trabalho de 
interpretação se estenda para além 
dos limites inicialmente supostos.
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SOBRE O 
SIMBOLISMO
 
 
 
• Ao descrever agem, a função da 
linguagem, Émile Benveniste, dizia que 
ela reproduz a realidade, sendo o termo 
“reproduz” conotado como: produzir 
novamente. Pela linguagem, a realidade 
é produzida novamente, a cada fala as 
coisas e acontecimentos são recriados, 
pois não há pensamento sem linguagem.
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• É graças a linguagem que o homem 
consegue simbolizar, entendo este como 
a capacidade que ele possui de 
estabelecer uma relação entre o real e o 
signo( não representa a totalidade do 
objeto,mas seus aspectos), este último 
entendido como um representante do 
real, relação esta que será de 
significação.
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Em relação ao seu objeto, o signo 
pode ser:
1. Índice ou sinal: é um signo que possui uma 
conexão física (um efeito) com o objeto que 
indica (a fumaça como índice de fogo, o dedo 
apontando para um objeto)
2. Ícone: é um signo que remete para o seu 
objeto em virtude da semelhança 
(a fotografia e o fotografado)
3. Símbolo: é um signo arbitrário (que pertence 
ao universo de sentido) cuja ligação com o 
objeto é estabelecida por uma lei.
• A primeira menção de símbolo de Freud 
foi em 1894 em “as neuropsicoses de 
defesa”.
• E Freud distingue duas formas de 
interpretar o símbolo:
• Uma que faz o uso das associações 
fornecidas pelo paciente e outra que se 
exerce diretamente aos símbolos.
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• Na décima das “Conferências de 
Introdução a Psicanálise. Freud enumera 
alguns símbolos dentre os quais os mais 
usados com relação a este campo: a 
CASA como símbolo da pessoa humana, 
os irmãos simbolizados por animais 
pequenos, a água como símbolo do 
nascimento, a morte por viagens e 
partidas...etc...
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Para o órgão sexual masculino 
Freud aponta os seguintes símbolos:
• Bengala, guarda-chuva, poste, arvore, faca, 
punhal, rifle, revolver, torneira, chafariz, 
caneta, balão, avião, repteis e peixes, alem de 
chapéus, sobretudo e capas....
• Do órgão sexual feminino: buracos, armários, 
fogão, cofres, bolsas, barcos, igrejas, porta e 
portões, madeira, caramujos, conchas, frutas 
em geral, jóias , tesouro e outras....
 
 
 
O surgimento do 
aparelho Psíquico
• Em uma carta redigida a Fliess de 9 de 
fevereiro de 1898, Freud declara que a 
única idéia sensata que encontrou foi de 
Gustav Fechner que diz “o cenário dos 
sonhos é outro que o da vida de 
representações da vigília”
• E Freud comenta “ O que nos é 
apresentado nessas palavras é a idéia de 
lugar psíquico”
 
 
 
O DESEJO FORMADOR 
DO SONHO
• Dos lugares psíquicos estipulados por Freud 
veremos a origem dos desejos que se realizam 
no sonho:
1. O desejo pode ter sido despertado durante o 
dia e por motivos puramente exteriores não 
ter sido satisfeito; esse desejo admitido mas 
não satisfeito tem sua tramitação adiada para 
a noite. Trata-se, neste caso, de um desejo 
proveniente do PCS.
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2 – ele pode ter sido despertado durante o dia 
mas em razão de um repúdio ter sido 
reprimido. O mecanismo presente neste caso 
não se confunde com o do recalcamento. 
Neste último a instância recalcadora quanto o 
recalcado pertencem ao ICS. Enquanto a 
supressão é um mecanismo do PCS/CS que 
consiste em excluir da consciência atual um 
determinado conteúdo.
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3 – pode ser um desejo que não possua 
nenhuma relação com a vida diurna atual 
e que se torna ativo apenas durante o 
sono. Neste caso, sua providência é o 
ICS, mais específico o ICS recalcado.
A estas 3 fontes Freud ainda acrescenta 
uma quarta, que são moções de desejo 
que surgem durante a noite, estimulados 
por exemplo, pela sede ou pelas 
necessidades sexuais.
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• Não é qualquer desejo, porém, que tem o 
poder de produzir um sonho numa pessoa 
adulta. Um desejo diurno que permaneceu 
insatisfeito pode, quando muito, contribuir 
para o induzimento de um sonho, mas será 
incapaz por si só de produzir um sonho.
• O desejo é indestrutível porque jamais poderá 
ser plenamente satisfeito, e jamais poderá ser 
plenamente satisfeito porque não há um 
objeto específico que o satisfaça, sua 
satisfação será sempre parcial, o que implica o 
seu infindável retorno.
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• Se os desejos produtores dos sonhos são, em 
ultima análise, desejos ICS (pertencentes ao 
sistema ICS), isto não quer dizer que os 
desejos do PCS/CS não participem da 
formação dos sonhos. Seu papel é secundário, 
mas nem por isso sem importância. Os 
desejos PCS/CS não apenas funcionam como 
incitadores do sonho, como possibilitam ainda 
aos desejos ICS uma solução de compromisso, 
tal como acontece com as demais formações 
do ICS.
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OS RESTOS DIURNOS
• Os restos diurnos PCS penetram no 
sonho com extraordinária freqüência, 
aproveitando-se do seu conteúdo para 
conseguir acesso a consciência durante a 
noite. São eles que, conseguindo 
dominar o conteúdo do sonho, forçam-
no a dar prosseguimento ao trabalho 
diurno.
 
 
 
OS SONHOS PENOSOS
• Se em última instância o 
sonho é a realização de 
um desejo, como explicar 
a existência de sonhos 
desagradáveis, sonhos 
que provocam angústia e 
que podem levar ao 
despertar por serem 
intoleráveis para o 
sonhador ?
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• No caso dos sonhos o caráter 
desagradável recai sobre o conteúdo 
manifesto.
• Temos que considerar que o trabalho do 
sonho nem sempre obtém sucesso, e 
pode ocorrer que parte do afeto ligado 
aos pensamentos oníricos latentes fique 
excedente no sonho manifesto, 
provocando o sentimento de desagrado.
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• Diferentemente dos pensamentos oníricos 
aflitivos, que são facilmente transformáveis 
pela elaboração onírica, os afetos são 
altamente resistentes a qualquer 
transformação, podendo permanecer 
inalterados no sonho manifesto.
• Quando afirmamos que o sonho é a realização 
de desejos e que a realização de um desejo 
deve provocar prazer, não fica esclarecido o 
seguinte:
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A quem o sonho 
deve proporcionar 
prazer???
 
 
• Ao sonhador é a resposta mais comum, porém 
é o mesmo sonhador que deseja, repudia e 
censura seus desejos. A qual o sujeito o sonho 
deve agradar???
• Ao que deseja ou ao que censura ???
• Todo sonho tem sua produção iniciada na 
primeira instância(ICS) e a segunda (PCS-CS) 
funciona de um modo apenas defensivo, não 
criativo.
BRUNO CHAGAS – WWW.INSTITUTOARIOS.COM• Outro tipo de sonho desprazeroso são os 
sonhos de punição. Apesar de desagradáveis, 
correspondem também a realização de 
desejos: o desejo do sonhador de se punir por 
ter um desejo proibido (ICS).
• “ o mecanismo da formação do sonho torna-
se em geral mais transparente se a oposição 
entre consciente e inconsciente é substituída 
pela oposição entre o eu e recalcado” 
somente 25 anos depois que Freud surge com 
a terminologia supereu.
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Narcisismo 
A referência ao mito de Narciso, que 
evoca amor dirigido a própria imagem, 
poderia levar a crer que o tal amor seria 
inteiramente independente das pulsões 
sexuais tal como Freud as evidenciou. 
pois bem, no campo da psicanálise, o 
conceito de narcisismo representa, ao 
contrário, um modo particular de 
relação com a sexualidade.
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O conceito de narcisismo em Freud
Foi em 1899, que Paul Nacke introduziu pela 
primeira vez o termo "narcisismo " no campo 
da psiquiatria e, designou com esse termo um 
estado de amor por si mesmo que constituía 
uma nova categoria de perversão. Nessa época 
Freud estava formulando a questão sobre “a 
escolha da neurose”, mas foi preciso esperar 
até 1910 para que Freud em relação aos 
desvios de alguns de seus discípulos, fosse 
levado a precisar sua posição a respeito do 
narcisismo. 
Narcisismo 
• O narcisismo seria também um 
complemento libidinal do egoísmo 
do instinto de autopreservação, que, 
em certa medida, pode 
justificavelmente ser atribuído a toda 
criatura viva. 
• Freud, ESB, Vol.XIV, pag. 81.
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• O foi em 1911 em seu estudo sobre a psicose 
de presidente Scheber, postulou pela 
primeira vez o narcisismo como um estágio 
normal da evolução da libido "libido como 
energia sexual que parte do corpo e investe 
os objetos ".
• “A libido afastada do mundo externo é 
dirigida para o ego e assim dá margem a uma 
atitude que pode ser denominada de 
narcisismo.” Freud, ESB, Vol.XIV, pag. 82.
O primeiro modo de satisfação da libido seria 
o auto-erotismo, isto é, o prazer que o órgão 
retira de si mesmo, as pulsões parciais 
procuram, cada qual por si mantém, sua 
satisfação no próprio curso. Esse é o tipo de 
satisfação que, para Freud, caracteriza com o 
narcisismo primário, enquanto um EU como 
tal ainda não se constituiu. Os objetos entanto 
investidos pelas pulsões são as próprias partes 
do corpo.
O narcisismo primário e narcisismo 
secundários
 
 
 
• “As primeiras satisfações sexuais auto-eróticas 
são experimentadas em relação com funções 
vitais que servem á finalidade de 
autopreservação. Os instintos sexuais estão, de 
inicio, ligados à satisfação dos instintos do ego; 
somente depois é que eles se tornam 
independentes destes, e mesmo então 
encontramos indicação dessa vinculação original 
no fato de que os primeiros objetos sexuais de 
uma criança são as pessoas que se preocupam 
com sua alimentação, cuidados e proteção: isto é, 
no primeiro caso, sua mãe ou quem quer que a 
substitua.” Freud, ESB, Vol.XIV, pag. 94.
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Em 1914, Freud colocou em relevo a posição 
dos pais na constituição do narcisismo 
primário: " a pressão dos pais pelo filho 
equivale a seu narcisismo recém-nascido “, 
cria-se uma “revivência”ou “reprodução” do 
narcisismo dos pais, que atribuem ao filho 
todas as perfeições e projetam nele todos os 
sonhos a que eles tiveram que renunciar, 
garantindo a imortalidade de seu Eu. O 
narcisismo primário representa, de certa 
forma, uma espécie de onipotência que se 
cria no encontro entre o narcisismo nascente 
do bebê no narcisismo remanescente dos 
pais.
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“ Descobrimos, de modo especialmente claro, 
em pessoas cujo desenvolvimento libidinal 
sofreu alguma perturbação, tais como 
pervertidos e homossexuais, que em sua 
escolha ulterior dos objetos amorosos eles 
adotaram como modelo não sua mãe mas 
seus próprios eus. Procuram inequivocamente 
a si mesmas como objeto amoroso, e exibem 
um tipo de escolha objetal que deve ser 
chamado de narcisista.” 
Freud, ESB, Vol.XIV, pag. 94.
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Em para “Introduzir o Narcisismo” Freud 
distingue dois tipos de escolha de objeto:
O tipo narcisista (narzissmustypus), onde ela 
toma por si mesmo como objeto de amor.
Ama-se:
• O que ela própria é (isto é, a si mesmo)
• O que ela própria foi 
• O que ela própria gostaria de ser,
• Alguém que foi parte dela mesma.
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E o tipo analítico (Anlehnungstypus), 
onde a criança escolhe como objeto 
sexual as pessoas encarregada de sua 
alimentação, cuidados e proteção, em 
geral mãe ou substitutos.
Segundo o tipo analítico:
• A mulher que alimenta.
• O homem que protege.
• Freud, ESB, Vol.XIV, pag. 97
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Situemos agora o narcisismo secundário, 
que corresponde ao narcisismo do Eu, é 
necessário que se produza um retorno 
dos investimentos dos objetos 
transformando em investimento do eu, 
para que isso constitua o narcisismo 
secundário. A passagem para o 
narcisismo secundário pressupõe, 
portanto, dois movimentos, que 
podemos acompanhar no esquema .
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• A. Segundo Freud pelo o sujeito encontra num 
objeto suas pulsões sexuais parciais " que até 
esse momento, funcionavam segundo a 
modalidade auto-erótica ", a libido investe o 
objeto, já que a primazia das zonas genitais 
ainda não foi instaurada.
• B. Posteriormente, esses investimentos 
retornam para o eu. A libido toma então o eu 
como objeto amado.
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Porque a criança sai do narcisismo 
primário ? A criança sai dele quando seu 
eu se vê confrontado com ideal com o 
qual tem de se comparar, ideal este que 
se formou fora dela e que lhe é imposto 
de fora.
através das exigências que se traduzem 
simbolicamente através da linguagem. A 
mãe fala com ela, mas também se dirige 
a outras pessoas
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• . A assim a criança percebe que ela também 
deseja fora dele e que ele não é tudo para ela: 
essa é a ferida infligia ao narcisismo primário 
da criança. A partir daí o objeto consistirá em 
fazer-se amar pelo outro, em agradá-lo para 
reconquistar seu amor, mas isso só pode ser 
feito através da satisfação de certas 
exigências, as do ideal do eu, conceito que 
designa, em Freud, as representações 
culturais e sociais, os imperativos éticos tal 
como são transmitidos pelos pais.
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Para Freud, o desenvolvimento do Eu consiste em 
distanciar -se do narcisismo primário. Na 
realidade, o eu " aspira intensamente " a 
reencontrá-lo, e para isso para recuperar o amor 
e a perfeição narcísica, passa pela mediação do 
ideal do eu. O que fica permitido é o imediatismo 
do amor. Mas o elemento mais importante que 
vêm perturbar o narcisismo primário não é outra 
coisa senão o " complexo de castração ". É 
através dele que se opera o reconhecimento de 
uma incompletude que desperta o desejo de 
recuperar a perfeição narcísica.
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• O desenvolvimento do ego consiste num 
afastamento do narcisismo primário e dá 
margem a uma vigorosa tentativa de 
recuperação desse estado. Esse 
afastamento é ocasionado pelo 
deslocamento da libido em direção a um 
ideal do ego imposto de fora, sendo a 
satisfação provocada pela realização 
desse ideal.
• Freud, ESB, Vol.XIV, pag.106.
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• Como tudo que ocorre no âmbito da libido, aqui 
também o homem mostrou-se incapaz de 
renunciar a satisfação de que gozou uma vez. Não 
quer privar-se da perfeição narcisista de sua 
infância, e que quando ao crescer não pode 
mantê-la por sentir-se perturbado pelas 
admoestações de terceiros e pelo despertar-se de 
seu próprio juízo, procura recuperá-la na forma 
do ideal do eu. O que projeta diante de si como 
seu ideal é o substituto do narcisismo perdido da 
infância, na qual ele foi seu próprio ideal. 
• Freud,ESB, Vol.XIV, pag. 100,101.
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Imagem do eu e objeto sexual
Voltemos as colocações de Freud sobre a escolha de 
objeto de amor entre os homossexuais: ele se tornam 
seu próprio objeto sexual, ou seja partindo do 
narcisismo procuram adolescentes que se pareçam 
com eles e a quem querem amar como sua mãe os 
amou. Amar a si mesmo através de um semelhante é 
aquilo que Freud chama " escolha objetal narcísica ".no 
homossexualismo a imagem representa o que a mãe 
deseja, ao amar essa imagem, ele toma a si como 
objeto sexual. O narcisismo é então entendido como 
um investimento na própria imagem de si sobre a 
forma de um falo, no tocante a essa relação da imagem 
do eu com a imagem do objeto as proposições para 
freudiana se esclarecem graças a teoria da 
identificação
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Narcisismo e Identificação
Freud concebeu a identificação narcísica em 
1917, a partir do estudo do luto e da 
melancolia: o eu se identifica com a imagem 
de um objeto desejado e perdido. A 
identificação do eu com a imagem total do 
objeto representa uma regressão há um modo 
arcaico de identificação, no qual o eu se 
encontram numa relação de incorporação 
com o objeto.
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Em 1920 Freud esclareceu sobretudo que " o 
narcisismo do ego é o narcisismo secundário, 
retirado dos objetos ", e afirmou que " a libido 
que aflui para o ego pelas identificações constitui 
seu narcisismo secundário ". O eu resulta, pois, 
da " sedimentação dos investimentos de objeto 
os abandonados ", contém, de certa maneira, a 
“história de suas escolhas objetais”. Nessa 
medida, podemos considerar que o eu resulta de 
uma série de traços do objeto que se inscrevem 
inconscientemente: o EU assume os traços do 
objeto.
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Podemos assim fazer uma representação 
do eu como uma cebola formada por 
diferentes camadas de identificação com 
um outro. No final das contas o narcisismo 
secundário se define como um 
investimento libidinal (sexual) da imagem 
do eu, sendo essa imagem construída pelas 
identificações do eu com as imagens dos 
objetos.
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Neuroses narcísicas e
estases da libido
Como destaca-se daí que o neurótico mantém 
uma relação erótica com os objetos por 
intermédio das fantasias, ao passo que, nos casos 
de demência precoce e esquizofrenia (afecções 
que os de Freud denomina de neurose 
narcísicas), os sujeitos realmente retiraram sua 
libido das pessoas e do mundo exterior. Essas 
duas enfermidades narcísicas. Produz-se uma 
retirada da libido com a qual o objeto estava 
investido. Por isso o EU acumula toda a libido, 
que ali se estagna, e objeto se separa dele. o 
corte do objeto é o relatado a uma suspensão da 
circulação da libido.
 
 
 
O neurótico abandona igualmente sua 
relação com a realidade, mais sua libido 
permanece ligada, na fantasia, a certas partes 
do objeto: " ele substituiu os objetos reais 
para objetos imaginários de sua lembrança, ou 
então misturar uns com os outros. “Nesse 
mesmo artigo de 1914, Freud descreve outras 
formas de estases da libido, que representam 
outras vias que permitem abordar a questão 
do narcisismo: trata-se da doença orgânica e 
da hipocondria.
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• Da doença orgânica, o doente retira 
rigorosamente todo seu interesse libidinal do 
mundo externo e de objetos de amor, 
enquanto há uma reversão da libido para o 
seu eu, a libido não circula mas quando tal 
superinvestimento narcísico é exercido no 
“representante psíquico do local doloroso do 
corpo”. E Freud mostra que a libido e o 
interesse do eu são aqui impossíveis de 
diferenciar.
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A modificação da libido revela-se totalmente 
semelhante no caso da hipocondria, hoje, com 
efeito, não é determinante que a doença seja 
real ou imaginária. Hipocondríaco investe 
uma zona de seu corpo, que assume o valor 
de órgão sexual em estado de excitação; 
sendo a erogeniedade na propriedade geral 
de todos os órgãos, qualquer parte do corpo 
pode ser investidas como um órgão genital 
dolorosamente sensível. 
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• E, também neste caso, a libido para 
de circular. Assim Freud descreve 
duas configurações em que o 
narcisismo é como que fixado, sem 
que o corte com o objeto seja total, 
elas produzem um " redobramento 
narcísico" que susta o movimento no 
desejo.
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Narcisismo e Transferência
Freud designava o “redobramento narcísico” 
como um impasse, e, a propósito do amor 
transferencial, observou que a fixação 
amorosa do paciente na pessoa do analista 
tornava o trabalho analítico muito difícil. Com 
efeito, a libido encaixa-se então numa 
formação em que o objeto é tratado como o 
eu.
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• No entanto, o impulso da libido para o analista 
representa um movimento essencial para a 
transferência; é preciso que subsistam no 
paciente as “forças motoras que favorecem o 
trabalho e a mudança”. Dito de outra maneira, o 
amor, que comporta sempre uma parcela de 
narcisismo, constitui um movimento necessário à 
instauração da transferência, sob a condição de 
não cristalizar uma relação de “multidão de dois”. 
As imagens narcisicamente investidas não devem 
deter o movimento da libido, mas apenas 
canalizá-lo.
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Pulsão 
 
 
 
PULSÃO
Em As Pulsões e suas vicissitudes (1915), 
Freud formula sobre a passagem do
psíquico para o somático. Ele define a pulsão 
como um conceito “situado na fronteira
entre o mental e o somático” ou ainda, como 
“o representante psíquico dos estímulos
que se originam dentro do organismo e 
alcançam a mente”. 
Freud,ESB, Vol.XIV, pag. 118.
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Freud nos diz que a pulsão é composta por seus
representantes: afeto e idéia. No seu artigo O 
inconsciente, o autor nos revela que “uma
pulsão nunca pode tornar-se objeto da 
consciência – só a idéia [Vorstellung] que a 
representa”. Ele chega a dizer que mesmo no 
inconsciente a pulsão só pode ser representada 
por uma idéia. Freud utilizava a palavra pulsão na 
acepção de uma espécie de organizador
biológico, em torno do qual os estímulos 
endógenos circulam.
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Estes estímulos, ao chegarem à psique, se 
transformam em imagens-representações 
carregadas de afeto, as quais são os 
representantes pulsionais, e que se fixarão na 
memória. Junto a estímulos exógenos 
formarão os complexos de idéias que 
compõem o psiquismo. Podemos dizer que a 
natureza da pulsão é tanto psíquica, pois só 
podemos conhecê-la através de seus 
representantes, quanto física, já que sua fonte 
é o corpo.
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• Em 1905 na elaboração da teoria pulsional, Freud 
descreve a estreita relação existente entre a 
pulsão sexual e certas funções corporais. 
Introduzindoum termo fundamental para a 
compreensão do conceito de pulsão, o termo que 
aqui nos referimos é o ‘apóio’. Quando nos fala 
da noção de apóio, Freud é muito direto. Ele está 
se referindo ao apóio da pulsão sobre o instinto. 
As pulsões sexuais, que só secundariamente se 
tornam independentes, apóiam-se nas funções 
vitais que lhes fornecem uma fonte orgânica, uma 
direção e um objeto.
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“O que caracteriza a noção de apoio é o 
fato das pulsões sexuais estarem ligadas, 
em sua origem, às pulsões de auto-
conservação” . Por exemplo, ao mamar o 
bebê tem a satisfação de ingerir o 
alimento, porém a excitação dos lábios e 
da língua provoca um outro tipo de 
satisfação. Essa segunda satisfação é de 
natureza sexual. 
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• A função corporal fornece a sua fonte ou 
zona erógena; indica-lhe imediatamente um 
objeto, que é o seio, causando um prazer 
que não é redutível à pura e simples 
satisfação da fome. Desta forma, a 
necessidade de satisfação sexual irá se 
separar da necessidade de nutrir-se. Esta 
noção de apóio nos leva a pensar a fonte da 
pulsão como um fator biológico. A pulsão é 
um desvio do instinto, um desvio de uma 
função biológica do organismo.
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Ao montar o conceito de 
pulsão, Freud utiliza quatro 
termos: alvo, objeto,pressão e 
fonte.
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PRESSÃO (DRANG)
“Por pressão (Drang) entende-se seu fator motor, 
a soma de força ou medida de trabalho que ela 
representa”Pag. 127, então esta pressão pode ser 
entendida como uma quantidade de descarga 
que tende à excitação. Este é um termo universal, 
porém,sozinho não define a pulsão. O próprio 
Freud faz distinção entre as excitações internas, a 
primeira seria a pressão de necessidade, como 
fome e sede, por exemplo, já a segunda seria a 
pressão da pulsão. Enquanto a primeira possuía 
uma força momentânea, a segunda é constante.
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• Uma pulsão, por outro lado, 
jamais atua como uma força que 
imprime um impacto 
momentâneo, mas sempre como 
um impacto constante.
• Freud,ESB, Vol.XIV, pag. 124.
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• Este fator nos revela um aspecto muito 
importante da pressão. Não se trata 
apenas de um fator motor (no sentido de 
provocar movimento), mas sim de um 
processo de transformação complexo. 
Sua função é de transformar a energia 
acumulada, transformação esta que 
implica uma codificação, ou seja, a uma 
exigência feita ao aparato anímico.
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Existe um fator motor, pois o objetivo da 
descarga é o alívio da tensão e esta tende 
a caminhos motores. Mas, o que esta 
sendo levado em conta não é o 
organismo e sua finalidade adaptativa, e 
sim o aparelho psíquico, cuja regulação 
ocorre através do princípio do prazer e 
pelo princípio da realidade, através de 
representação. Assim, pressão pulsional
será definida no âmbito do aparato 
psíquico.
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ALVO ou FINALIDADE (ZIEL)
“A finalidade da pulsão é sempre 
satisfação, que só pode ser alcançada 
eliminando-se o estado de estimulação 
da fonte da pulsão” Pag.128. Este alvo é 
invariável. Apenas o que pode mudar é o 
percurso até ele. Neste ponto, surge uma 
pergunta: se a força é constante, como 
cancelar a estimulação? Quando a 
satisfação é alcançada? 
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• Então, o alvo da pulsão nunca é 
alcançado pela própria natureza da 
pulsão, e a satisfação passa a ser sempre 
parcial. Visto isso, o recalque, a 
sublimação, o sintoma, o sonho e outros 
destinos da pulsão provocam também 
satisfação. Frente a esta impossibilidade 
da pulsão, estamos sempre procurando 
um objeto que possa satisfazer a pulsão.
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OBJETO ( OBJEKT)
“O objeto de um instinto é a coisa em relação 
à qual ou através da qual o instinto pode 
atingir sua finalidade.”;Pag.128. A pulsão 
necessita de um objeto para que possa obter 
satisfação, mesmo que parcial. Este objeto 
não é específico e nem qualquer um, mas sim 
um objeto que possui a capacidade de 
satisfazer a pulsão. Esta aptidão está ligada à 
história do sujeito, às suas fantasias e seus 
desejos. 
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• O conceito de objeto, elaborado por 
Freud, não se trata de algo do mundo 
que nos é oferecido à percepção, mas 
sim representações-objeto que são 
formadas a partir da associação entre 
imagens sensoriais e palavras. Assim 
pode-se dizer que o objeto, concebido 
por Freud, é o efeito da incidência da 
palavra sobre as sensações provenientes 
dos estímulos externos.
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FONTE (QUELLE)
A fonte da pulsão é corporal e não psíquica. 
Então, podemos dizer que a pulsão tem sua 
origem no corpo. “É um processo somático que 
ocorre num órgão ou parte do corpo e cuja 
excitação é representada na vida mental pela 
pulsão”Pag. 128. Neste mesmo artigo, Freud nos 
diz que devemos considerar a pulsão como um 
estímulo para o psíquico. Este ponto nos remete 
à discussão feita acerca da diferença entre a 
pulsão e o representante ideativo, por meio do 
qual tomamos conhecimento da pulsão. 
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Pulsão e suas Vicissitudes:
• Uma pulsão pode passar pelas seguintes 
vicissitudes:
• REVERSÃO AO SEU OPOSTO:
• Encontram-se exemplos do primeiro processo 
nos dois pares de opostos: sadismo-
masoquismo e escopofilia-exibicionismo. A 
reversão afeta apenas as finalidades dos 
instintos. A finalidade ativa(torturar, olhar), é 
substituída pela finalidade passiva (ser 
torturado, ser olhado)
• Freud,ESB, Vol.XIV, pag. 132.
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RETORNO EM DIREÇÃO AO PRÓPRIO 
EU DO INDIVÍDUO
• Se torna plausível pela reflexão de que o 
masoquismo é, na realidade, o sadismo 
que retorna em direção ao próprio ego 
do individuo, e de que o exibicionismo 
abrange o olhar para o seu próprio 
corpo. A essência do processo é, assim, a 
mudança do objeto, ao passo que a 
finalidade permanece inalterada.
• Freud,ESB, Vol.XIV, pag. 132.
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Recalque 
• "Verdrängung" é um dos conceitos de maior 
importância quando nos referimos à 
metapsicologia freudiana. Podemos encontrar 
em seu trabalho sobre "A História do 
Movimento Psicanalítico", a afirmação onde o 
próprio Freud declara que "O Recalcamento é 
o pilar fundamental sobre o qual descansa o 
edifício da psicanálise". 
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• O termo em alemão não se encontra livre de 
problemas terminológicos no que se refere à 
sua tradução. Por exemplo, em francês, o 
termo utilizado é "refoulement"; em inglês: 
"repression"; em espanhol: "represión" e, em 
português, encontramos três referências à 
tradução do termo, a saber: "repressão", 
"recalque" e "recalcamento".
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• “...Para a pulsão, a fuga não tem 
qualquer valia, pois o ego não pode 
escapar de si próprio. ... O Recalque é 
uma etapa preliminar da condenação, 
algo entre a fuga e a condenação; trata-
se de um conceito que não poderia ter 
sido formulado antes da época dos 
estudos psicanalíticos.”
• Freud,ESB, Vol.XIV, pag. 132
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A "Verdrängung" está presente desde os 
primeiros escritos de Freud, mas quando se 
defronta com o fenômeno clínico da resistência é 
que realmente o conceito de recalcamento 
começa efetivamente a se delinear. A resistência 
foi interpretada

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