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CAMPO MAGNÉTICO Aula 8 O magnetismo é um dos fenômenos mais antigos de interação a distância. Este fenômeno foi observado inicialmente pelos gregos, romanos e chineses. Estes observaram que o óxido de ferro magnético (conhecido como magnetita) tinham a propriedade de atrair materiais que continham ferro. Observaram também que um pedaço de ferro em contato com a magnetita adquiria a mesma propriedade da magnetita. No século XI os árabes começaram a utilizar o magnetismo na navegação com uma bússola que era feita de uma agulha de magnetita flutuando num prato com água (que foi inventada pelos chineses no século III ac). Magnetita: óxido de ferro - Fe3O4 Introdução Bússola chinesa Imãs ou Magnetita Imã natural - Magnetita Os materiais magnéticos são classificados em duros e moles, estes últimos também referidos como macios ou doces. Os magnetos duros, também chamados imãs, são aqueles "permanentes" - o que significa que exigem um forte campo externo para levar sua magnetização a zero. Já os magnetos moles (macios ou doces) possuem um magnetismo facilmente reversível. Noção de campo magnético - Eletromagnetismo Os físicos introduziram a noção de campo magnético para descrever a interação entre dois imãs. Linhas de força magnéticas O imã tem um campo magnético natural no seu interior e no seu entorno. Vetor Campo magnético H (A/m) Ampére /metro Vetor Densidade de fluxo magnético B (T) Tesla µ0 permeabilidade magnética do vácuo (H/m) (Henry/metro) = 4.pi.10^(-7) H/m 1.1. A pedra – magnetita ou imã Uma pedra que atrai os clipes: chamada de magnetita, que é um mineral de ferro imantado pelo campo magnético da Terra. 1.2. Polos Os polos idênticos se repelem, os polos diferentes se atraem. 2. 1. Linhas de força magnética As linhas de força magnéticas sempre saem do Polo Norte e entram no Polo Sul quando são externas a um imã. No interior do imã as linhas de força magnéticas saem do Polo Sul e entram no Polo Norte. Experiências com imãs e limalhas de ferro. Neste caso observa-se as linhas de força que mostram a direção do campo magnético. Cada pedacinho de limalha de ferro torna-se um pequeno magneto pois fica magnetizado pelo imã. 2. 2. O vetor densidade de fluxo magnético B [T] O vetor Força Magnética Fm [N - Newton] é tangente as linhas de forças magnéticas. O vetor Campo Magnético H [A/m – Ampére/metro] é tangente as linhas de forças magnéticas. O vetor Densidade de Fluxo Magnético B [T - Tesla] também é tangente as linhas de forças magnética. 2. 3. O campo magnético Por convenção, o campo magnético externo a um imã sai do polo norte e entra no polo sul. Num ponto do espaço nunca tem um campo magnético mas sim a resultante (soma vetorial) de vários campos magnéticos geradas por várias fontes de campos magnéticos e inclusive o campo magnético da Terra. As linhas de forças magnéticas nunca se cruzam. O módulo do vetor densidade de fluxo magnético é medido com um teslametro. 2. 3. O campo magnético Dois imãs extremamente forte feitos de misturas de ferro, neodímio e boro. 2. 4. Dipolos magnéticos As substâncias ferromagnéticas (que têm propriedades magnéticas – ferro), têm vários domínios magnéticos microscópicos. Cada domínio tem dipolos magnéticos paralelos. Os domínio são pequenos imãs visíveis no microscópio. Quando este material é colocado perto de um campo magnético a maioria destes domínios se orientam na direção deste campo magnético externo. 2. 5. Magnetismo terrestre O campo magnético dentro da Terra é semelhante um tubo inclinado em relação aos polos norte e sul geográficos. O campo magnético externo da Terra se extende acima da atmosfera – é chamada de magnetosfera. Campo magnético terrestre 3.1. A descoberta de Oersted Experiência de Oersted. (a) quando não passa corrente no fio a agulha da bússola aponta para o norte geográfico da Terra. (b) quando passa corrente contínua no fio a agulha do imã se movimenta. Experiência de Oersted Campo magnético gerado pelas correntes elétricas Oersted observou que a passagem de uma corrente elétrica num fio condutor colocado perto de uma bússola magnetizava a agulha da bússola e esta desvia-se. Logo concluiu que a corrente elétrica gerava um campo magnético. As leis do eletromagnetismo formuladas por Ampère, Biot e Savart e outros permitem calcular o campo magnético gerado por uma corrente elétrica. Exemplo: campo magnético gerado pela passagem de uma corrente numa solenóide é semelhante a um imã. I I S N 3.2. Corrente e campo magnético Regra da mão direita. 3.3. Teorema ou Lei de Ampére A circulação do vetor densidade magnética ao longo de uma linha fechada (integral de linha em qualquer percurso fechado) é igual a permeabilidade magnética multiplicada pela soma algébrica de todas as correntes dos condutores que estão dentro desta linha fechada. Campo magnético gerado por um fio retilíneo condutor B = μ0 I 2 π r r I Onde: B – densidade de fluxo magnético (T) Tesla; I – corrente em (A); r - distância do fio em (m); µ0 – permeabilidade magnética do vácuo (F/m). O inverso da lei de Ampére não acontece na magnetostática. Regra da mão direita B = μ0 I 2 π rr 3.4. Uma espira Campo magnético gerado pela corrente circulando numa espira. Para uma espira com corrente I de raio « R » B = μ0 I 2R Se N espiras: B = μ 0 N I 2R Para 1 espira: x y z R I B⃗ Visualização do campo magnético Campo magnético gerado por uma corrente passando numa espira circular. 3.5. N espiras No centro de uma espira de raio R e com corrente I, o módulo do vetor densidade de fluxo magnético: B = (μ0I)/(2R) [T] O módulo do vetor densidade de fluxo magnético no centro de N espiras de raio R e corrente I: B = N.(μ0I)/(2R) [T] O módulo do vetor densidade de fluxo magnético dentro da solenoide de comprimento l, N espiras e corrente I: B = μ0.N.I/l [N] Campo magnético gerado pela passagem de corrente numa solenóide B = μ0 N L I Visualização do campo magnético 3.6. Propriedades magnéticas da matéria Alguns materiais se magnetizam quando colocados pertos de um campo magnético. Tornam-se materiais imantados ou magnetizados. A – O Diamagnetismo A maioria dos materiais são diamagnéticos. Estes materiais são ligeiramente repelidos na presença de campos magnéticos fortes. Ex.: Água, Carbono, Prata, Cobre B – O Paramagnetismo N S Certos materiais que contêm metais do tipo: Fe, Ni, Co … são paramagnéticos. Estes materiais são atraídos pelos imãs. Ex.: Oxigênio, Alumínio S N C – O Ferromagnetismo Alguns metais (Fe, Ni, Co, terras raras… e as suas ligas) são fortemente atraídos pelos imãs. Estes materiais permanecem imantados após a retirada do campo magnético do imã. D – Os Supercondutores Ex: Pb, Nb Alguns metais a baixíssimas temperaturas são supercondutores. Tornam-se materiais diamagnéticos perfeitos que excluem completamente o campo magnético. Pb a 4K Coupe exclusion des lignes de champ magnétique 3.7. Campo magnético total de um material: B = µ0 [ H + M ] Onde: µ0 permeabilidade do vácuo (H/m) (Henry/metro) B vetor densidade de fluxo magnético (T) (Tesla) H campo magnético (A/m) (Ampère por metro) M campo de magnetização do material (ou polarização magnética) (A/m) M = χm H χm = susceptibilidade magnética. Estudo quantitativo da magnetização do material I I S N M H Percebe-se queum baixo campo de magnetização M é proporcional ao campo magnético H gerado pela corrente I na solenóide. M e H medidos em Ampère por metro (A/m) M = Magnetização, momentos magnéticos por unidade de volume (A/m) Diamagnetismo Xm < 0 , da ordem de -10-6 Supercondutor Χm = -1 B = 0 Paramagnetismo Χm > 0, ≈ da ordem de 10-4 à 10-2 Ferromagnetismo Χm > 0, da ordem de ≈ 10000 Ex : permalloy (20%Fe-80%Ni) Origem atômica das propriedades magnéticas da matéria. Paul Langevin foi o primeiro cientista que observou em certos átomos um pequeno momento intrínseco (que chamou de magneton). Hoje já se conhece as estruturas dos átomos e observa-se que cada elétron tem um momento magnético intrínseco chamado de SPIN (diminutos vórtices). Camadas eletrônicas SPIN Exemplo : NaCl (sal de cozinha) é composto de íons Na+ e Cl- , estes dois íons têm na camada eletrônica externa 8 elétrons cujo o momento magnético total é nulo. Logo não são paramagnéticos e sim diamagnéticos. O diamagnetismo depende do movimento orbital dos elétrons. O paramagnetismo e o ferromagnetismo ocorrem devido a quantidade de spins dos elétrons associados ou não por pares. Os elétrons têm tendência de associarem-se por pares de spins opostos. Neste caso o momento magnético total é nulo e a propriedade magnética é neutralizada. Na+ Cl- Camadas eletrônicas SPIN Origem atômica das propriedades magnéticas da matéria. Exemplos de densidade de fluxo magnético: Superfície da Terra 10-4 T Imã pequeno 10-2 T Ressonância magnética 2-3 T A densidade de fluxo magnético (B) se mede em Tesla (T) Para uma partícula carregada ter uma força magnética: a) a carga tem que estar em movimento; b) a velocidade da carga deve ter uma direção perpendicular a direção da força magnética. A direção da força magnética é sempre perpendicular ao vetor da velocidade e do campo magnético. 3.8. A força magnética 39 Quando as cargas estão em « movimentos extremamentes rápidos », deve se levar em conta os efeitos da relatividade (relatividade ou interdependência das distâncias e do tempo, da massa aparente e da energia). As consequências das cargas geradoras em movimento, é que exercem sobre uma carga de prova, que também passa a estar em movimento, uma outra força devido ao campo magnético. O campo que age nesta carga de prova passa a introduzir uma força chamada de força de Lorentz. Esta força é composta da força eletrostática mais uma parcela referente ao vetor densidade de fluxo magnético (muitas vezes chamado de campo magnético em algumas bibliografias) B. A teoria mostra que tem uma relação entre E e c.B (c – velocidade da luz no vácuo) ou seja entre as amplitudes dos campos elétrico e magnético associado a velocidade da luz (a interação de B é mais atenuada que a interação de E). = q ( E + )v BF força colinear a E força perpendicular a v e B F O R Ç A D E L O R E N T Z F = Fe + Fm 40 As consequências das cargas geradoras em movimento, é que exercem sobre uma carga de prova, que também passa a estar em movimento, uma outra força devido ao campo magnético. Força de LORENTZ = Força elétrica Fe + Força Magnética Fm = q ( E + )v BF força colinear a E força perpendicular a v e B F O R Ç A D E L O R E N T Z F = Fe + Fm Força elétrica no mesmo plano da carga de prova. Força magnética no plano perpendicular ao plano da carga de prova em movimento e do vetor densidade de fluxo magnético. Força magnética e regra da mão direita (sentido convencional da corrente) sinF qvB θ= onde θ é o ângulo entre v e B Módulo da Força Magnética Observação: Se a carga é negativa após obter a direção e sentido da força pela regra da mão direita inverta o sentido da força. [N] Força magnética sobre cargas em movimento r = m v q B Pela lei de Newton aplicada a movimento circular uniforme: F = m. a [N] onde a = v²/r [m/s²] Força magnética num fio condutor com corrente I Corrente no sentido não convencional Corrente convencional = cargas do menos para o mais - neste caso regra mão direita Força numa espira com corrente i (princípio do motor eletromagnético) A – área no interior da espira (m²) b - lado maior da espira (m) F = I.b.B (N) 3.9. CAMPO MAGNÉTICO - APLICAÇÃO Ressonância Magnética Densidade de Fluxo Magnético – 2 T a 3 T Simule no site:http://phet.colorado.edu/en/simulation/mri Simulador em Java: Ressonância Magnética Densidade de Fluxo Magnético – 2 T a 3 T APLICAÇÃO: levitação magnética Os estudos do trem chamado Maglev (MAGnetic LEVitation train) iniciaram em 1960. Estes trens: * flutuam devido ao campo magnético; * são movimentados pelas forças geradas pelos campos magnéticos; * são ultra rápidos (velocidades → 550 km/h); * utilizam uma quantidade de energia mínima; * são mais econômicos; Mas * o custo de fabricação é bastante elevado. • Este meio de transporte ainda estão sendo pesquisados pois são trens que atigem altíssimas velocidades sem nenhuma força de atrito. Trem de levitação magnética com eletroimãs Em 2003 os chineses inauguraram o trem comercial de alta velocidade chamado de Maglev. Este trem foi fabricado por uma empresa alemã e faz a conexão do centro da cidade de Xangai ao aeroporto. Percorre 30 km em 7 minutos. Railway Technical Research Institute O princípio de propulsão do Maglev Polo sul magnético Polo norte magnético Polo sul magnético Polo norte magnético Princípio do Maglev Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47 Slide 48 Slide 49 Slide 50
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