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MODULO 3

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MODULO 3: A complexidade da atuação do conselheiro
1. Exercício prático de algumas possibilidades de melhoria da atuação dos Conselhos
Na construção do curso, priorizamos a experiências dos conselheiros que de modo muito colaborativo nos disponibilizou uma série de dados e informações coletadas sobre a atuação dos conselhos e principais desafios, dificuldades e conquistas. Da análise desses dados, foram levantados os principais pontos de dificuldade dos Conselhos e estabelecemos propostas de melhoria para esses pontos a partir de entrevistas com membros dos conselhos e utilização de casos de sucesso. Afinal, devemos aprender uns com os outros, numa rede de cooperação e aprimoramento dos direitos e garantias para as pessoas com deficiência!
1.1. Articulação entre os conselhos
A articulação entre os conselhos é fundamental para a construção e execução de políticas e na defesa dos direitos. Políticas fragmentadas e desarticuladas podem atingir apenas alguns grupos e entidades.
            Da interlocução com os conselheiros, uma das maiores reclamações é a falta de articulação entre o CONADE e os Conselhos Estaduais e Municipais. A extensão geográfica de nosso país, juntamente com problemas relacionados a falta de recursos financeiros podem ser empecilhos para esta articulação.
            No entanto, algumas ações como a criação da Comissão de Articulação de Conselhos – CAC pode significar um passo importante. Esta Comissão tem elaborado estudos e levantamentos de dados justamente para entender um pouco mais a realidade de cada conselho estadual e municipal.
            Outras formas de articulação acontecem a partir dos “Encontros de Conselhos” e das “Conferências Nacionais” que permitem o encontro e a troca de experiência entre os conselheiros. A programação e o texto orientador dos eventos são encaminhados de modo prévio, justamente para otimizar o encontro.
Para maiores informações ver: http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/conade/iv-conferencia-nacional
1.2. Fundos para a Política da Pessoa com Deficiência
Sem recurso não há como fazer política! Essa é uma frase recorrente dos conselheiros e agentes envolvidos no trabalho dos Conselhos. Isso é uma realidade difícil e que precisa ser melhorada.
Algumas questões que se colocam é:
- Seria possível o estabelecimento de um Fundo Nacional para a Política da Pessoa com Deficiência?
            A resposta é afirmativa, devendo para isso ser aprovado Projeto de Lei que tramita na Câmara dos Deputados (PL 222/15 – autoria do deputado Felipe Bornier) instituindo o FUNPED - Fundo de Financiamento das Políticas Públicas de Apoio à Pessoa com Deficiência. O objetivo do fundo é assegurar recursos para a promoção da acessibilidade, da autonomia, da inclusão e da participação social da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida. Entre as fontes do fundo, estão previstos recursos provenientes de multas e indenizações decorrentes da aplicação da Lei 7.853/89, que trata do apoio às pessoas com deficiência; dotações orçamentárias; doações de pessoas físicas e jurídicas; e contribuições de governos e organizações internacionais. Outros projetos desta natureza podem ser apresentados ao Poder Legislativo a partir da atuação dos Conselhos.
- Seria possível a proposição de um Projeto de Lei para inclusão de um artigo na LBI que autorize abatimentos no imposto de renda para doação aos fundos de conselhos legalmente constituído à semelhança das doações ao CEDCA?
            A resposta também é positiva. O Fundo para a Infância e Adolescência – FIA foi estabelecido conforme previsto na lei federal 4320/64, art. 71, sendo "produto de receitas especificadas que, por lei, se vinculam à realização de determinados objetivos ou serviços, facultada à adoção de normas peculiares de aplicação". O FIA sustenta-se legalmente no art. 88, inciso IV do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA e Art. 14 da Lei Estadual 5.336/92, com a nova redação dada a Lei Estadual 5.812/96 que institui o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente - CEDCA/AL e no Decreto 36.865/96 que regulamenta o FIA/AL.
O FIA é um Fundo Público que tem como objetivo financiar projetos que atuem na garantia da promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente. Os recursos são aplicados exclusivamente nesta área com monitoramento do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente - CEDCA. Os contribuintes podem destinar até 3% do imposto devido ao Fundo durante o preenchimento da Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda.
Para maiores informações ver: http://www.desenvolvimentosocial.pr.gov.br/pagina-
1.3. Acesso ao mercado de trabalho
 	O acesso da pessoa com deficiência ao mercado de trabalho é fundamental para a efetivação do processo de inclusão destas pessoas na sociedade. Existem várias medidas que poderiam reforçar as políticas de acesso ao mercado de trabalho, mas considera-se importante a verificação dos pontos mais importantes que as pessoas com deficiência consideram em uma vaga de emprego:
A partir da análise da realidade do mercado para as pessoas com deficiência, Ana Silvia Marcatto Begalli desenvolveu sua dissertação de mestrado, que se transformou em livro, e apresenta palestra muito clara que vale muito a pena ser compartilhada.
Existem projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional como o PLS 587/2011, de autoria da senadora Lídice da Mata (PSB-BA), que cria o Fundo Nacional de Apoio à Pessoa com Deficiência e prevê a criação de um cadastro de instituições de formação e capacitação das pessoas com deficiência. De acordo com o projeto, terão prioridade de financiamento treinamentos dirigidos aos setores do mercado de trabalho com dificuldades de cumprir cotas de contratação de pessoas com deficiência. Este projeto fornecerá as pessoas com deficiência maior apoio para qualificação e melhor participação no mercado de trabalho.
            A Associação Nacional dos Membros do Ministério Público de Defesa dos Direitos dos Idosos e Pessoas com Deficiência (AMPID) desenvolveu um “Guia para empresas sobre os direitos das pessoas com deficiência” que traz muitas ações para orientar as empresas a respeitarem e apoiarem os direitos das pessoas com deficiência, além de se beneficiarem a partir da inclusão. Acessível em: http://www.ampid.org.br/v1/wp-content/uploads/2018/01/Guia-para-Empresas-sobre-os-Direitos-das-Pessoas-com-Defici%C3%AAncia.pdf
1.4. Divulgação e sensibilização para o trabalho dos Conselhos
	Os conselhos precisam do apoio da sociedade e do poder público para o cumprimento de sua função pública e efetivo controle social. Questões que se colocam em relação a este tópico são:
 
Como sensibilizar os gestores municipais quanto a necessidade de criação dos conselhos para a pessoa com deficiência?
Como sensibilizar a sociedade civil, principalmente representantes de pessoas com deficiência?
Seria possível criar um decreto ou Lei obrigando todas as prefeituras a criar uma Coordenadoria, Superintendência ou Secretaria para a proteção dos direitos das pessoas com deficiência? Isso seria essencial para a execução das políticas públicas para o segmento.
 
        Existem várias ações já realizadas por alguns conselhos que apresentam resultados nesse sentido. A maioria dos conselhos aproveita datas comemorativas como a da semana da pessoa com deficiência para realizar atividades de divulgação e sensibilização da comunidade e do poder público. O Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência de Divinópolis realizou uma série de atividades para sensibilizar a população sobre a inclusão das pessoas com deficiência na sociedade. Segue um vídeo que demonstra a ação:
1.5. Interação com órgãos e entidades
A função pública dos Conselhos é o controle social e não o atendimento a demandas individuais. Isso é um esclarecimento que reforça ainda mais a necessidade de interação destas entidades com outros órgãos como Ministério Público, Defensoria Pública e Tribunal de Contas.Da interação com os Conselhos, algumas dúvidas aparecem como:
Como aumentar o diálogo com as instâncias legislativas?
Como buscar um assessoramento jurídico para a tomada de decisões do Conselho?
Como reforçar o envolvimento do poder judiciário e do Ministério Público nas articulações com a comunidade para a garantia de direitos das pessoas com deficiência?
        Uma excelente forma de articulação pode acontecer a partir das associações como a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público de Defesa dos Direitos dos Idosos e Pessoas com Deficiência – AMPID que tem atuação em âmbito nacional desde o ano de 2004 e contribui para o diálogo social e a promoção dos interesses dos idosos e pessoas com deficiência. No Conselho Nacional do Ministério Público, os conselhos possuem assento a partir desta associação. No dia a dia, a interações ocorrem quando os Conselhos buscam o MP para consultas ou recepção de denúncias. Geralmente são bastante receptivos e agem sobre a demanda apresentada.
        Um vídeo apresentado pelo Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP esclarece alguns pontos de fortalecimento dessa interação sendo bastante esclarecedor.
Maiores informações ver o site da AMPID: http://www.ampid.org.br/
2. Conselhos que fizeram acontecer!
Vamos analisar alguns conselhos municipais e estaduais que são ótimos exemplos de gente que faz! Mesmo com muitas dificuldades e desafios, esses conselhos apresentam resultados positivos da atuação de seus membros. A melhoria das práticas dos conselhos pode passar pelo aprendizado com as experiências dos demais!
2.1. Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CONSEP) - Campo Grande/MS
Isenção de ICMS para PCD (Gestão 2015/2017)
         Os cidadãos com deficiências físicas ou doenças graves que têm direito a descontos sobre alguns impostos na compra de um veículo zero quilômetro, garantido pela Lei nº 9.989, de 24 de fevereiro de 1995, também tem descontos no pagamento do Imposto Sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Por força de lei, os portadores de deficiência são dispensados do pagamento do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) – o que traz uma redução no valor inicial do veículo; da isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS); do Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativo a títulos mobiliários (IOF); e do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
 
Maiores informações ver: http://www.sedhast.ms.gov.br/banners-dos-conselhos/consep-conselho-da-pessoa-portadora-de-deficiencia/
2.2. Conselho estadual de direitos da pessoa com deficiências (COEDE) - Boa Vista/RR
Lei de criação do fundo estadual.
Reformulação da lei do Conselho .
Lei da redução da carga horária para pessoa servidor com deficiência.
Criação do Banco de dados.
Sede própria do Conselho.
Seminários sobre o direito da pessoa com deficiência.
 
Maiores informações: https://www.mprr.mp.br/nodes/nodes/view/type:noticias/slug:coede-conselheiros-dos-direitos-das-pessoas-com-deficiencia-sao-eleitos-
2.3. Conselho Municipal de Defesa dos direitos da Pessoa com deficiência (CMDDPD) – Petrópolis/RJ
Conselho itinerante e criação do fundo para o Conselho
O Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência está localizado em uma rede integrada por outros conselhos - Casa dos Conselhos - permitindo maior integração e articulação.
Maiores informações: http://www.petropolis.rj.gov.br/ccm/index.php/conselhos/cmddpd-conselho-municipal-de-defesa-dos-direitos-da-pessoa-com-deficiencia.html
2.4. Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CMDPD) - Porto Velho/RO
●     Projeto Conselhos em Ação e a Caminhada do dia 21 de Setembro
O Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência (CMDPD) realizou ato comemorativo referente ao Dia Nacional da Pessoa com Deficiência em Porto Velho. Várias entidades e instituições que trabalham com deficientes participaram do ato, que teve por objetivo conscientizar a população sobre a realidade das pessoas que vivem nessa condição.
 
Maiores informações: https://semasf.portovelho.ro.gov.br/artigo/20249/cmdpd
2.5. Conselho Estadual para Política de Integração da Pessoa com Deficiência (CEPDE) - Rio de Janeiro/RJ
●     Saúde da Pessoa com deficiência: Situação dos CER, das Oficinas ortopédicas; acompanhamento da situação das crianças com Microcefalia e outras Síndromes Congênitas, Síndromes Raras e Síndrome Pós Pólio;
●     Acessibilidade: Acompanhamentos dos diversos Modais no Estado; acompanhamento de Legislações sobre a temática, agendas propositivas quanto à mobilidade urbana;
●     Educação:  acompanhamento das políticas de educação especial dos municípios quanto a inclusão de alunos com deficiências, acompanhamento de familiares  que apresentam dúvidas e denúncias;
●     Abrigos: Implantação de comissão especial para acompanhamentos dos abrigos em parceria com órgãos governamentais não governamentais e o Human Rigths Watch;
●     Legislação: Acompanhamento de projetos de Lei que tratam sobre a questão da Pessoa com Deficiência com emissão de pareceres;
●     Descentralização: Promover por meio de encontros locais a formação de frentes de discussão regionais com Conselhos Municipais já implantados estimulando a criação de novos conselhos.
 
Maiores informações: http://www.rj.gov.br/web/guest/exibeConteudo?article-id=288254
3. Contatos dos principais órgãos de defesa dos direitos da pessoa com deficiência em nível federal, estadual e distrital.
Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência
Setor Comercial Sul B - Quadra 09 - Lote C
Edifício Parque Cidade Corporate - Torre A - 8° andar
CEP: 70.308-200 - Brasília/DF - Brasil
Fone: (61) 2027-3219/2027-3245
E-mail: conade@mdh.gov.br
Um mapa completo dos Conselhos no Brasil está disponível em: http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/conade/conselhos-no-brasil

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