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Aula 03 - Narrativa simples e valorada - Narrativa Jurídica

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NARRATIVA SIMPLES E VALORADA 
NARRATIVA SIMPLES E VALORADA 
NARRATIVA SIMPLES E VALORADA 
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO 
JURÍDICA 
NARRATIVA SIMPLES E VALORADA 
 
OBJETIVOS 
 
Conhecer as principais características da narrativa jurídica; 
 
Distinguir a narrativa simples da valorada; 
 
Identificar alguns modalizadores empregados na linguagem jurídica; 
 
Compreender a relação entre o tipo de narrativa e a peça processual produzida; 
 
Identificar sentidos implícitos e pressupostos nos textos analisados. 
 
Para que os profissionais da área jurídica possam verificar se a parte tem ou não o direito que pleiteia, deverão passar por três grandes etapas, comuns a todas as peças processuais: 
FATO / VALOR / NORMA 
FATO: narração dos fatos juridicamente importantes do caso concreto; 
VALOR: defesa de uma tese, por meio de um texto argumentativo; NORMA: aplicação da lei. 
É o que vemos, por exemplo, nas partes da Petição Inicial: 
1- DOS FATOS : texto narrativo ( relatório); 
2- DO DIREITO ou DOS FUNDAMENTOS: texto argumentativo valorativo 
3- DO PEDIDO: onde se pede a aplicação da norma; 
 
NARRATIVA JURÍDICA 
 
De acordo com o art.282 do CPC, a Petição Inicial deverá ser estruturada da seguinte forma: 
 
Inciso I: o juiz ou tribunal a que é dirigida; 
Inciso II: os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu; 
Inciso III: os fatos e os fundamentos jurídicos do pedido; 
Inciso IV: o pedido, com suas especificações; 
Inciso V: o valor da causa; 
Inciso VI: as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
Inciso VII: o requerimento para a citação do réu. 
 
Já para a sentença, os requisitos exigidos estão previstos no art.456 do CPC. São eles: 
Inciso I: o relatório, que conterá os nomes das partes, a suma do pedido e da resposta do réu, bem como o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo; 
Inciso II: os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; 
Inciso III: o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões que as partes lhe submeteram. 
Constata-se, assim, que há uma regularidade na organização das peças processuais, sendo indispensáveis a NARRATIVA DOS FATOS importantes da lide, a FUNDAMENTAÇÃO de um ponto de vista e a aplicação da norma em forma de PEDIDO/DECISÃO. 
Essa estrutura, como se viu, baseia-se na Teoria Tridimensional do Direito, proposta pelo jurista Miguel Reale, e que se compõe de três dimensões: FATO, VALOR e NORMA. 
 
As peças processuais têm um denominador comum: precisam narrar os fatos importantes do caso concreto, para que se possa analisar o fato gerador do conflito e das circunstâncias em que ocorreu. 
A narrativa jurídica estrutura-se como uma narrativa comum, ou seja, há narrador, personagens, tempo, espaço e enredo.Tudo gira em torno do fato que dá origem ao conflito. 
Assim, a narrativa jurídica poderá ser imparcial ou parcial- simples ou valorada – a depender da peça que se pretende redigir. 
NARRATIVA SIMPLES: 
É uma narrativa sem compromisso de representar qualquer uma das partes. Apresenta os fatos importantes para a compreensão da lide, de forma objetiva e imparcial. 
NARRATIVA VALORADA: 
É marcada pelo compromisso de expor os fatos de acordo com a versão da parte que se representa em juízo. Por isso apresenta o pedido e recorre a modalizadores. 
NARRATIVA JURÍDICA 
NARRATIVA SIMPLES E VALORADA 
NARRATIVA JURÍDICA 
 
Modalizadores são elementos por meio dos quais o locutor manifesta determinada atitude em relação ao conteúdo de seu próprio enunciado. 
O locutor pode transmitir apenas o teor, mas também a sua posição a respeito dele. 
Ex: A CRIANÇA SENTOU NO CANTO DA SALA. 
A CRIANÇA SENTOU NO CANTINHO DA SALA. 
*No exemplo b, fica marcada a valoração do locutor com relação ao espaço. 
 É preciso perceber que a escolha das palavras que usa, a sua posição na frase, a forma como se associa, o uso da pontuação e até a opção de não registrar uma determinada palavra produzem sentidos, e que se deve ter consciência disso, a fim de produzir enunciados que expressam exatamente aquilo que se deseja transmitir. 
 
 
 
Modaliza-se o texto também por meio: 
Da forma como um termo se posiciona em relação aos demais; 
Da associação entre um termo e outro; 
Do uso de recursos estilísticos; 
Da pontuação; 
De ideias implícitas. 
Posição das palavras: 
Ex.: A escolha em posicionar um adjunto adverbial no início do enunciado e outro logo após o conector adversativo objetivam destacar tais ideias, já que a ordem direta orienta que esses termos estejam no fim do período. 
Finalmente, deixou-a ir. Mas, no dia seguinte, como era de se esperar, a autora estava demitida 
 
 
Associação entre um termo e outro: 
Quando associamos o adjetivo vermelho, por exemplo, a olhos, cria-se uma expectativa negativa dos olhos. 
Quando associamos o mesmo adjetivo a morangos criamos uma expectativa positiva. 
“A seriedade do réu, contudo, era apenas hipócrita máscara, atrás da qual se escondia um verdadeiro e imoral sátiro. 
Recursos Estilísticos: 
Por meio de recursos de estilo, aquele que produz o texto deixa impressa sua intenção comunicativa. 
“O réu, porém, inconformado, insistia, prometia, ameaçava, gritava: chegou mesmo, certa vez, a agredir fisicamente a autora” o Pontuação: 
Quando se usa uma pontuação não obrigatória estamos tentando conduzir o interlocutor a interpretar o enunciado da maneira que nos convém. 
Ex.: “Você quer me dizer que a sua secretária é formada em administração? Mas ela é ‘gostosa demais’!” 
 
 
 Ideias implícitas: 
Para decodificarmos o sentido de um texto não basta, apenas, sabermos o sentido dos termos que o constituem. Muitas vezes, para sua compreensão exata, é necessário que levemos em consideração também o que não está escrito, isto é, conheçamos as circunstâncias em que o texto foi redigido, seus antecedentes. A isso damos o nome de PRESSUPOSTO. 
Assim, PRESSUPOSTO é a ideia, a circunstância, o juízo, o fato considerado como antecedente necessário de algo que foi dito ou escrito. Por exemplo: 
Você se curou do resfriado? ( Nesse caso, o pressuposto, o fato antecedente é que a pessoa a quem dirigimos a pergunta estava resfriada.) 
Alguns elementos do texto sugerem esses pressupostos: 
MARCADORES DE PRESSUPOSTOS 1 – ADJETIVO: 
Ex: Ana foi a primeira namorada de José. 
 
 
 
2 – VERBOS QUE INDICAM MUDANÇA OU PERMANÊNCIA : 
EX: Marcos começou a beber. 
Renato continua doente. 
3 – ADVÉRBIOS 
EX: Felizmente a produção agropecuária brasileira está em nossas mãos. 
4- CERTAS CONJUNÇÕES 
EX: Frequentei aquela faculdade, mas aprendi bastante. 
Chamamos IMPLÍCITO a algo que fica subentendido, que é sugerido pelo contexto estabelecido no texto e que depende, para ser explicitado, da capacidade do leitor de resgatar informações evocadas pelo contexto. 
EX: “ Se você pergunta pro seu marido se está linda, e ele responder que te ama de qualquer jeito. Tá na hora de falar com a gente.” 
 
 
 
 
 
O que fica implícito nos quadrinhos abaixo? 
 
 
 
 
 
São diferentes os objetivos de cada operador do direito. Sendo assim, o representante de uma parte envolvida não poderá narrar os fatos de um caso concreto sob o mesmo ponto de vista da parte contrária. 
Por isso, não se pode dizer que todas as narrativas presentes no discurso jurídico são idênticas no formato e objetivo, visto que dependem da intencionalidade de cada um. 
 
 
1- Leia com atenção a parte do texto da Petição Inicial a seguir e reescreva a seção DOS FATOS, tornando-a mais imparcial: 
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ........ VARA DE ......... DE 
........... — SP 
MARIANO DA SILVA, brasileiro, divorciado, operário, portador da carteira de identidade nº 12345678-9 e inscrito no CPF sob o nº 012345678-90, residente e domiciliado na Rua das Flores, nº 01, Vila Mariana, SP, CEP: 22031-015, por meio de seu advogado,domiciliado na Rua das Marrecas nº 02, Centro, SP, CEP: 22364894, vem propor a presente 
Ação de alimentos 
em face de MARIANO DA SILVA JÚNIOR, aqui requerido alimentante, brasileiro, solteiro, maior, bancário, domiciliado na Rua Vinte de Setembro, Centro - SP, CEP: 22364-297, pelos seguintes fatos que passa a expor: 
 
 
Dos fatos 
O alimentado teve, para seu júbilo e regozijo, o nascimento de seu filho, em 22 de abril de 1983, contando, atualmente, com 25 (vinte e cinco) anos de vida (doc. em anexo). 
Os genitores do alimentante permaneceram por quase 22 anos formando uma família feliz, tendo a ele dispensado todos os desvelos e carinho de que um filho é merecedor, até fins de 2005, quando o alimentante já contava com mais de 20 (vinte) anos de bela, serena e pacata convivência com o alimentado, no seio familiar. 
Vale mencionar que o alimentado se separou e constituiu nova família; desde então, vem passando prementes necessidades, razão pela qual pede alimentos, porque, em desditosa data de 08 de janeiro de 2006, sofreu acidente de trânsito, com traumatismo craniano, ocorrendo, daí, terríveis sequelas de epilepsia póstraumática, com parte de quase todo o corpo comprometido, conforme se comprova em todos os documentos anexados. 
 
 
 
Ficou, assim, impossibilitado de trabalhar e tentou junto ao INSS alcançar, sem sucesso, o benefício previdenciário de que tanto necessita. Está, pois, sem qualquer assistência legal ou financeira. 
Em síntese, a situação do alimentado é hoje deveras deplorável, haja vista que carece de forma premente da ajuda de amigos e familiares, visto que seus ganhos se reduziram a zero, pois não pode trabalhar devido à sua doença, e o INSS resiste ao seu pedido de ajuda. 
O autor vive, constantemente, a ingerir medicamentos de alto custo; caso contrário, seu estado poderá levá-lo ao óbito, não tendo, assim, como suportá-lo. 
Ressalta-se, inclusive, que o alimentado não é mais pessoa jovem, mas sim doente, necessitando constantemente de cuidados médico e farmacêutico. 
Para supri-los, vive de Posto a Posto de Saúde, Prefeituras, Prontuário hospitalar, Pronto Socorro etc. a mendigar a gratuidade dos medicamentos necessários à sua mantença em vida; recorre a vizinhos, parentes e amigos que amiúde o socorrem. Hoje, vive na esperança de quaisquer benéficos acontecimentos que possam mudar os rumos de seu destino. 
 
 
Outrossim, a carência, verdadeira indigência de recursos do alimentado, contraposta à franca disponibilidade financeira do alimentante, obriga o último, como filho, a pensionar o genitor, cotejado e provado, para tanto, de forma inquestionável, o liame de parentesco que os une, em linha reta (primeiro grau), na relação descendente - ascendente, bem como o binômio necessidade/possibilidade. 
[...] 
2- Onde se situam os elementos descritivos dessa Petição? 
Exemplifique.

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