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Engenharia de Materiais Aparecido Edilson Morcelli Revisada por Aparecido Edilson Morcelli É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Engenharia de Materiais, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma apre- sentação do conteúdo básico da disciplina. A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis- ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail. Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, bem como acesso a redes de informação e documentação. Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple- mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal. A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar! Unisa Digital ApREsEntAção sUMÁRIo IntRoDUção ................................................................................................................................................5 1 ConCEItos FUnDAMEntAIs ........................................................................................................7 1.1 Classificação dos Materiais ........................................................................................................................................ 10 1.2 Ligação Iônica e a ligação Secundária ou de Van der Waals ........................................................................ 11 1.3 A Estrutura Cristalina ................................................................................................................................................... 12 1.4 Exercícios Resolvidos ................................................................................................................................................... 14 1.5 Resumo do Capítulo .................................................................................................................................................... 16 1.6 Atividades Propostas ................................................................................................................................................... 16 2 EstRUtURAs MEtÁLICAs ............................................................................................................. 17 2.1 Estruturas Cerâmicas ................................................................................................................................................... 18 2.2 Estruturas Poliméricas ................................................................................................................................................. 19 2.3 Estruturas Semicondutoras ...................................................................................................................................... 20 2.4 Exercícios Resolvidos ................................................................................................................................................... 22 2.5 Resumo do Capítulo .................................................................................................................................................... 24 2.6 Atividades Propostas ................................................................................................................................................... 24 3 EstUDo DA REDE CRIstALInA ................................................................................................. 27 3.1 Direções e Planos Cristalográficos ......................................................................................................................... 28 3.2 O Ângulo entre as Direções e os Índices de Miller .......................................................................................... 30 3.3 Difração de Raios X ...................................................................................................................................................... 32 3.4 Microscopia Eletrônica de Transmissão e Varredura ....................................................................................... 33 3.5 Defeitos Pontuais e Difusão no Estado Sólido ................................................................................................... 35 3.6 Diagramas de Fases e o Desenvolvimento de Microestruturas ................................................................. 37 3.7 Exercícios Resolvidos ................................................................................................................................................... 38 3.8 Resumo do Capítulo .................................................................................................................................................... 40 3.9 Atividades Propostas ................................................................................................................................................... 41 4 ConsIDERAçÕEs FInAIs ............................................................................................................... 43 REspostAs CoMEntADAs DAs AtIVIDADEs pRopostAs ..................................... 45 REFERÊnCIAs ............................................................................................................................................. 53 Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 5 IntRoDUção Esta apostila destina-se a você, estudante de graduação para os cursos de Engenharia Ambiental, Engenharia de Produção ou afins, para acompanhamento do conteúdo de Engenharia de Materiais, nos cursos a distância. Com o intuito de simplificar a exposição dos tópicos abordados, procurou-se, através de uma lin- guagem simples, expor o conteúdo de forma sucinta e objetiva, com a dedução de parte das equações expostas no texto. Neste curso, será abordado o estudo dos materiais metálicos, poliméricos e cerâmicos, bem como os materiais compósitos. Você terá a oportunidade de aprimorar os seus conhecimentos no mundo dos materiais, que o cerca no dia a dia. Muitos dos materiais utilizados atualmente em veículos automotores, utensílios domésticos, fazem parte dessa gama enorme de novos materiais e suas aplicações. Você tam- bém vai reconhecer a importância da nanotecnologia na produção de equipamentos em escalas cada vez menores, na ordem de 10-9 do metro, com a mesma eficiência, porém consumindo menor quantida- de de matéria-prima. Para complementar a teoria, são propostas atividades com grau de dificuldade gradativo. Além desta apostila, você terá como materiais de estudo as aulas web, material de apoio e aula ao vivo. Serão utilizadas para avaliação as atividades, podendo ser atribuída uma nota ou não, e a prova presencial. Esperamos que você, aluno(a), tenha facilidade na compreensão do texto apresentado, bem como na realização das atividades propostas. Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 7 ConCEItos FUnDAMEntAIs1 A grande variedade de materiais disponí- veis aos engenheiros pode ser dividida em cinco grandes categorias: metais, cerâmicas e vidros, polímeros, compósitos e semicondutores. As três primeiras categorias podem ser associadas a tipos distintos de ligação atômica. Os compósitos en- volvem combinações de dois ou mais materiais, como, por exemplo, metais e cerâmicas. Você pode observar que os metais, as ce- râmicas e vidros, os polímeros e os compósitos compreendem os materiais estruturais. Ossemi- condutores compreendem uma categoria sepa- rada de materiais eletrônicos, distinta por sua ex- clusiva condutividade elétrica intermediária. Agora, vamos entender as várias proprie- dades desses materiais. Nesse caso, é preciso que você e eu examinemos a estrutura desses mate- riais em escala microscópica ou atômica. Você já deve ter ouvido falar em nanotec- nologia, para a produção de dispositivos cada vez menores. Para eu e você podermos enxergar o mundo microscópico, necessitamos de equipa- mentos de observação. O microscópio eletrônico é um equipamento utilizado atualmente para enxergar os materiais e estudar o seu comporta- mento. Vamos fazer uma análise compreendendo a ductilidade relativa de certas ligas metálicas. A ductilidade da liga metálica está associada à “ar- quitetura” em escala atômica. Você e eu, agora, temos a certeza de que, quando as propriedades dos materiais são com- preendidas, o material apropriado para determi- nada aplicação pode ser processado e seleciona- do. A seleção de materiais é feita em dois níveis: Primeiro nível: existe a competição en- tre as diversas categorias de materiais; Segundo nível: existe a competição dentro da categoria mais apropriada para o material específico ideal. Para ilustrar a você o que eu estou falando, vamos analisar a micrografia obtida da superfície de fratura de um material metálico. Nesse caso, trata-se de um ferro fundido nodular. A microgra- fia foi obtida por Microscopia Eletrônica de Var- redura, comumente conhecida como MEV. Veja a micrografia e seus detalhes da superfície: DicionárioDicionário Ductilidade: deformação permanente anteceden- do a ruptura. Alguns materiais apresentam alta ductilidade. Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 8 Figura 1 – Micrografia obtida por MEV. Você notou pelo contraste que existem re- giões claras, com a existência de alvéolos, indi- cando que a fratura ocorreu por sobrecarga. As esferas em contraste escuro são de carbono ou grafita, indicando a forma de resfriamento do material. Nós vamos falar um pouco mais sobre a análise de materiais nos próximos capítulos. λ hvm =⋅ A imagem é obtida por MEV, através da ima- gem de elétrons secundários. Calma! Eu vou falar mais sobre essa técnica nos próximos capítulos. Você notou que o aumento obtido corres- ponde a 420x. Agora, veja essa mesma superfície de fratura com um aumento de aproximadamen- te 1300x. AtençãoAtenção A imagem obtida por MEV é através da interação do feixe de elétrons com o material. Nessa técnica, é importante perceber que os elétrons se compor- tam como onda. Você viu, em Física I, a dualidade onda-partícula proposta por De Broglie. Fonte: O autor. Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 9 Figura 2 – Micrografia obtida por MEV. Agora, você e eu podemos “adentrar” à su- perfície de fratura e observar com grande profun- didade de foco e resolução a superfície de fratura e as esferas escuras dentro dos alvéolos. Você já tinha imaginado visualizar a superfície de um me- tal e encontrar tantos detalhes? Não! No nosso curso, vamos investigar os mate- riais através de técnicas de observação e de rea- lização de ensaios e testes para observar o seu comportamento mecânico e termomecânico. Para você e eu entendermos as propriedades ou características observáveis dos materiais da enge- nharia, é necessário entender a sua estrutura em uma escala atômica e/ou microscópica. Qualquer engenheiro responsável por selecionar vários metais para aplicações de projeto precisa estar ciente de que algumas ligas são relativamente dúcteis, enquanto outras são relativamente frá- geis. Observamos que as ligas de alumínio são ti- picamente dúcteis, enquanto as de magnésio são normalmente frágeis. Essa diferença fundamental se relaciona diretamente com suas diversas estru- turas cristalinas. Por enquanto, você deve saber apenas que a estrutura do alumínio segue um arranjo cúbico e a liga de magnésio segue um ar- ranjo hexagonal. Vamos, agora, visualizar um corpo de prova metálico submetido ao ensaio de tração. Fonte: O autor. Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 10 Figura 3 – Corpo de prova após o ensaio de tração. Você está observando que o material está rompido. Nas pontas próximas do rompimento, observamos uma redução da área. Esse fenômeno ocorre porque o material sofre inicialmente uma deformação elástica, posteriormente uma deformação plástica e, no estágio final, há a ruptura na região em que houve a redução da área ou, simplesmente, a estricção. Saiba maisSaiba mais Elasticidade: tensão máxima que ainda provoca de- formação elástica. Dureza: resistência à penetração. Uma base para a classificação dos mate- riais da engenharia é a ligação atômica. Embora a identidade química de cada átomo seja deter- minada pelo número de prótons e nêutrons den- tro de seu núcleo, a natureza da ligação atômica é determinada pelo comportamento dos elétrons que orbitam o núcleo. Vamos classificar os materiais da engenharia que admitem um tipo de ligação em particular ou uma combinação de tipos para cada categoria. Os metais envolvem a ligação metálica. As cerâmicas e vidros envolvem a ligação iônica, mas normal- mente em conjunto com uma forte característica covalente. Os polímeros normalmente envolvem ligações covalentes fortes ao longo de cadeias po- liméricas, mas possuem ligações secundárias mais fracas entre cadeias adjacentes. A ligação secun- dária atua como um elo fraco na estrutura, geran- do resistências e pontos de fusão tipicamente bai- xos. Os semicondutores são predominantemente covalentes por natureza, com alguns compostos semicondutores tendo uma característica iônica significativa. Essas quatro categorias de materiais da engenharia são, portanto, os tipos fundamen- tais. Os compósitos são combinações dos três pri- meiros tipos fundamentais e possuem caracterís- ticas de ligação apropriadas aos seus elementos constituintes. 1.1 Classificação dos Materiais Região de ruptura do corpo de prova. Fonte: O autor. Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 11 1.2 Ligação Iônica e a ligação Secundária ou de Van der Waals A ligação iônica é o resultado da atração coulombiana entre espécies químicas com cargas opostas. A força de atração coulombiana segue a seguinte relação: 2a KFc −= Sendo: cF a força de atração coulombiana en- tre dois íons de cargas opostas; a a distância de separação entre os centros dos íons; K dado por: ( )( )qZqZkK 210= . A energia de ligação E está relacionada à força de ligação, por meio da expressão diferen- cial: dEF da = Você poderá visualizar no gráfico que a curva de ligação líquida é a derivada da curva da energia de ligação. Figura 4 – Gráfico da curva de ligação líquida. Fonte: Shackelford (2011). Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 12 A inclinação na curva de energia em um mí- nimo é igual a zero, ou seja: 0 0 a a dEF da = = = A ligação conhecida como secundária ou ligação de van der Waals ocorre com energias de ligação substancialmente menores, sem a trans- ferência ou o compartilhamento de elétrons. Você pode observar que o mecanismo da ligação secundária ou de van der Waals é seme- lhante à ligação iônica, ou seja, a atração de cargas opostas. A principal diferença é que nenhum elé- tron é transferido. A atração depende de distribui- ções assimétricas de cargas positivas e negativas dentro de cada átomo ou unidade molecular que está sendo ligada. Essa assimetria de carga é de-nominada dipolo. A ligação secundária ou de van der Waals pode ser de dois tipos, dependendo de os dipolos serem temporários ou permanentes. Saiba maisSaiba mais Johannes Diderick van der Waals (1837-1923), físico holandês, melhorou as equações de estado para os gases, levando em consideração o efeito das forças secundárias. Sua brilhante pesquisa foi publicada inicialmente como uma dissertação de tese, que surgiu de seus estudos de física em tempo parcial. A estrutura cristalina tem como caracterís- tica central sua forma regular e repetitiva. Para quantificar essa repetição, temos de determinar qual unidade estrutural é repetida. Vamos, agora, analisar a geometria de uma célula unitária. Figura 5 – Geometria de célula unitária. Fonte: Shackelford (2011). Você deve observar que o tamanho das arestas da célula unitária e os ângulos entre os ei- xos cristalográficos são chamados constantes de rede ou parâmetros de rede. A principal caracte- rística da célula unitária é que ela contém uma descrição completa da estrutura como um todo, pois a estrutura completa pode ser gerada pelo empilhamento repetitivo de células unitárias ad- jacentes, face a face, por todo o espaço tridimen- sional. Você vai perceber que a descrição das es- truturas cristalinas por meio de células unitárias tem uma vantagem importante. Todas as estrutu- ras possíveis se reduzem a um pequeno número de geometrias básicas de célula unitária. Existem somente sete formas exclusivas de célula unitária que podem ser empilhadas para preencher o es- paço tridimensional. Vamos, agora, analisar o sistema cúbico: 1.3 A Estrutura Cristalina DicionárioDicionário Célula unitária: o menor volume que, por repetição no espaço, reproduz o reticulado cristalino. Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 13 Figura 6 – Sistema cúbico. No sistema cúbico, os comprimentos axiais são a=b=c e os ângulos correspondem a 90º. A rede cúbica simples se torna a estrutura cristalina cúbica simples quando um átomo é colocado em cada ponto da rede. Você pode observar, a partir da figura a se- guir, que os átomos estão colocados em cada vér- tice do sistema cúbico. Figura 7 – Sistema cúbico. Fonte: Shackelford (2011). A forma geral da curva da energia de liga- ção e a terminologia associada às ligações cova- lentes e também iônicas estão representadas na figura a seguir. Você pode verificar a energia de ligação em relação ao comprimento de ligação. Essa é uma forma comum para descrever a curva de energia de ligação. Figura 8 – Energia de ligação em função do comprimento de ligação a. Fonte: Shackelford (2011). Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 14 1. Calcule a força de atração coulombiana entre Na+ e Cl− no NaCl . Dados: 0,098Nar nm= e 0,181Clr nm= Resolução: A força coulombiana é dada por: 2c KF a = − Sendo ( )( )0 1 2K k Z q Z q= , temos: ( )( )0 1 2 2 2c k Z q Z qKF a a = − = ( )( ) ( ) 9 19 19 0 1 2 22 2 9 9 10 1,6 10 1 1,6 10 0,278 10 c k Z q Z qKF a a − − − ⋅ × × ×− × × = − = = × ( ) 9 19 19 9 29 9 10 1,6 10 1 1,6 10 2,98 10 0,278 10 cF N − − − − ⋅ × × ×− × × = = × × 2. Dado o potencial 6 12 A RK KE a a = − + , onde AK e RK são constantes para atração e repulsão, respectivamente, e sendo: 78 610,37 10AK J m −= × ⋅ e 135 1216,16 10RK J m −= × ⋅ , calcu- le a energia de ligação e o comprimento da ligação para o argônio. 1.4 Exercícios Resolvidos Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 15 Resolução: O comprimento da ligação (em equilíbrio) ocorre em 0 7 13 0 0 6 120 A R a a K KdE da a a= = = − Isolando-se 1 1 135 126 6 9 0 78 6 16,16 102 2 0,382 10 0,382 10,37 10 R A K J ma m m nm K J m − − − × ⋅ = = × = × = × ⋅ Agora, você deve observar a energia de ligação dada por ( )0E a . Para o potencial dado pela equação: 6 12 A RK KE a a = − + , teremos: ( ) ( ) ( )6 12 0,382 0,382 0,382 A RK KE nm nm nm = − + ( ) ( ) ( ) 78 6 135 12 6 12 10,37 10 16,16 100,382 0,382 0,382 J m J mE nm nm nm − −× ⋅ × ⋅ = − + ( ) ( ) ( ) 78 6 135 12 21 6 12 10,37 10 16,16 100,382 1,66 10 . 0,382 0,382 J m J mE nm J nm nm − − −× ⋅ × ⋅= − + = − × Para um mol de argônio (Ar), teremos: 21 24 31,66 10 / 0,602 10 0,999 10ligação ligações JE J ligações mol mol −= − × × × = − × O valor obtido corresponde à energia de ligação, que, em módulo, será dada por: 30,999 10ligação JE mol = × Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 16 Neste capítulo, você aprendeu a visualizar no microscópio a fratura de um material, sobre a influên- cia da estrutura cristalina do material e seu comportamento macroscópico, sobre a relação da força cou- lombiana dada por 2c KF a = − na ligação iônica e na ligação secundária ou de van der Waals e a repre- sentar a energia de ligação E, que está relacionada à força de ligação, por meio da expressão diferencial: dEF da = . 1.5 Resumo do Capítulo 1.6 Atividades Propostas 1. Calcule o número de átomos contidos em um cilindro de de profundidade e diâmetro de: a) Magnésio. Dados: 31,74Mg g cm ρ = e Massa atômica 24,31 . . .Mg u m a= 2. Utilizando a densidade do MgO, 33,60MgO g cm ρ = , calcule a massa de um tijolo de MgO refratário (resistente à temperatura), com dimensões 50 mm x 100 mm x 200 mm. 3. Calcule as dimensões de um cubo que contém 1 mol de cobre. Dados: 63,55 /massa atômica Cu g mol= e 38,93 /g cmρ = . Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 17 Agora, você vai analisar comigo uma estru- tura cúbica de corpo centrado (ccc). Nessa estru- tura, existe um átomo no centro da célula unitária e um oitavo de átomo em cada um dos oito can- tos da célula unitária. Você pode verificar que cada átomo de canto é compartilhado por oito células unitárias adjacentes. Assim, existem dois átomos em cada célula unitária ccc. Para você entender melhor o que eu estou dizendo, utilizei bolas de isopor para representar a estrutura ccc. A quanti- dade de átomos por célula unitária será dada por: 11 8 2 8 + × = Figura 9 – Estrutura ccc. Figura 10 – Estrutura ccc. Fonte: Shackelford (2011). O Fator de Empacotamento Atômico (FEA) para essa estrutura é 0,68 e representa a fração do volume da célula unitária ocupada pelos dois átomos. Os metais típicos com essa estrutura in- cluem o Ferro alfa ( Feα ), Vanádio (V), Cromo (Cr), Molibdênio (Mo) e Tungstênio (W). Agora, veja uma estrutura cúbica de face centrada (cfc). Nessa estrutura, existe meio átomo no centro de cada face da célula unitária e um oi- tavo de átomo em cada canto da célula unitária, com um total de quatro átomos em cada célula unitária cfc. A quantidade de átomos por célula unitária será dada por: 1 16 8 4 2 8 × + × = Figura 11 – Estrutura cfc. Figura 12 – Estrutura cfc. Fonte: Shackelford (2011). EstRUtURAs MEtÁLICAs2 Átomo no centro Átomo que compartilha as outras células unitárias Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 18 O FEA para essa estrutura é 0,74. Um FEA de 0,74 é o valor mais alto possível para preencher o espaço empilhando as esferas rígidas de mes- mo tamanho. Por esse motivo, a estrutura cfc, às vezes, é denominada cúbica compacta. Os metais típicos com estrutura cfc incluem: Ferro gama ( Feγ ), Alumínio (Al), Níquel (Ni), Cobre (Cu), Pra- ta (Ag), Platina (Pt) e Ouro (Au).Quanto à estrutura hexagonal compacta (hc), você vai poder observar que existem dois átomos associados a cada ponto da rede de Bra- vais, um átomo centralizado dentro da célula uni- tária e diversos átomos fracionados nos cantos da célula unitária. A quantidade de átomos por célu- la unitária será dada por: 1 11 4 4 2 6 12 + × + × = Figura 13 – Estrutura hc. Figura 14 – Estrutura hc. Fonte: Shackelford (2011). Os metais típicos com a estrutura hc in- cluem o Berílio (Be), Magnésio (Mg), Titânio alfa (Tiα ), Zinco (Zn) e Zircônio (Zr). A grande variedade de composições quími- cas das cerâmicas é refletida em suas estruturas cristalinas. Muitas dessas estruturas cerâmicas também descrevem compostos intermetálicos. Vamos definir o Fator de Empacotamento Iô- nico (FEI) para essas estruturas. O FEI é a fração do volume de célula unitária ocupada pelos diversos cátions e ânions. Para as estruturas cerâmicas, va- mos começar com as cerâmicas de fórmula química mais simples: MX, onde M é um elemento metálico e X é não metálico. A estrutura do cloreto de césio (CsCl) é semelhante a uma estrutura ccc, porém existem dois íons, um Cs+ e um Cl− por célula unitária. 2.1 Estruturas Cerâmicas Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 19 Figura 15 – Célula unitária do cloreto de césio, mostrando as posições dos íons e os dois íons por ponto de rede. Fonte: Shackelford (2011). 2.2 Estruturas Poliméricas Você vai notar agora que, diferentemente do empilhamento de átomos ou íons individuais nos metais e cerâmicas, os polímeros são defini- dos pela estrutura do tipo cadeia das moléculas poliméricas longas. O arranjo dessas moléculas longas em um padrão regular e repetitivo é difícil. Como resultado, a maioria dos plásticos comer- ciais é, em grande parte, não cristalina. Naquelas regiões da microestrutura que são cristalinas, a estrutura tende a ser muito complexa. Vamos observar a célula unitária triclínica para o poli-hexametileno adipamida ou náilon 66. Figura 16 – Célula unitária do poli-hexame- tileno adipamida ou náilon 66. Fonte: Shackelford (2011). Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 20 Os semicondutores elementares, tais como o Silício (Si), Germânio (Ge) e Estanho (Sn) cinza, compartilham a estrutura cúbica do diamante. Essa estrutura é montada sobre uma rede de Bra- vais cfc, com dois átomos associados a cada pon- to da rede e oito átomos por célula unitária. Uma característica crucial dessa estrutura é que ela acomoda a configuração de ligação tetraédrica desses elementos, que estão dispostos na tabela periódica do grupo IV A. Você pode observar essa estrutura no es- quema a seguir, que representa uma estrutura da célula unitária cúbica do diamante. Você pode notar as posições dos átomos. Observe que exis- tem dois átomos por ponto da rede, sendo que cada átomo é coordenado tetraedricamente. 2.3 Estruturas Semicondutoras Figura 17 – Estrutura da célula unitária cúbica do diamante. Fonte: Shackelford (2011). Agora, vamos analisar o empacotamento real dos átomos representados como esferas rígi- das associadas à célula unitária (SHACKELFORD, 2011). A quantidade de átomos por célula unitária será dada por: Átomo/célula unitária: 1 14 6 8 8 2 8 + × + × = Saiba maisSaiba mais Cúbico tipo diamante: a estrutura cúbica do diamante. Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 21 Figura 18 – Empacotamento real dos átomos. Fonte: Shackelford (2011). É importante notarmos a relação entre o ta- manho da célula unitária (tamanho da aresta) e o raio atômico para as estruturas metálicas comuns. Você deverá anotar essas relações para podermos realizar os exercícios que se seguem no texto. Para ajudar você, coloquei esses dados na forma de tabela. Veja: Estrutura cristalina Relação entre o tamanho da aresta (a) e o raio atômico (r) Cúbica de corpo centrado (ccc) 4 3 ra = Cúbica de face centrada (cfc) 4 2 ra = Hexagonal compacta (hc) 2a r= Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 22 1. Mostre que uma rede quadrada de base centrada pode ser transformada em uma rede quadra- da simples. Esboce essa equivalência. Resolução: 2. Sabe-se que o cobre (Cu) é um metal cfc. Dado o raio do átomo de cobre 0,128átomoCur nm= , determine: a) O parâmetro de rede a (aresta). b) A densidade da célula unitária, contendo quatro átomos. Resolução: a) Cálculo da aresta a. Antes de iniciarmos a resolução, você deve analisar que a estrutura que o cobre possui é cfc e a equação é dada por: 2 4ra = Como o problema nos fornece o raio do átomo de cobre 0,128átomoCur nm= , temos: 4 4 0,128 0,362 2 2 átomora nm⋅= = = 2.4 Exercícios Resolvidos Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 23 b) A densidade da célula unitária: A densidade é dada pela relação: massa volume ρ = ( ) 37 3 23 4 63,55 10 6,023 100,362 massa átomos g nm volume átomos cmnm ρ = = × × × ( ) 37 3 23 3 4 63,55 10 8,93 6,023 100,362 átomos g nm g átomos cm cmnm ρ = × × ≅ × 3. Calcule o FEI do MgO. Dados: nmrátomoMg 078,0= e nmr Oátomo 132,0= . Lembre-se de que a estrutura é similar à do NaCl. A rede de Bravais cfc será: Fonte: Shackelford (2011). Resolução: Dado 0,420a nm= , temos: ( )33 30, 420 0,0741celulaunitariaV a nm nm= = = Como existem quatro íons para o Mg e quatro íons para o O por célula unitária, o volume iônico total será: ( ) ( )3 33 34 4 164 4 0,078 0,132 3 3 3 r r nm nmππ π × + × = + ( ) ( )3 3 316 0,078 0,132 0,0465 3 nm nm nmπ + = Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 24 O FEI será: 3 3 0,0465 0,627 0,0741 nmFEI nm = = 4. Calcule a densidade do MgO, sabendo que 0,420a nm= e o volume de célula unitária cor- responde a 30,0741V nm= . Dados: massa molecular atômica 24,31Mg g= e 16,00O g= . Resolução: A densidade é dada por: ( ) ( ) ( ) 323 7 3 4 24,31 4 16,00 / 6,023 10 10 0,0741 g g nm nm cm ρ + × = × ( ) ( ) ( ) 323 7 3 3 4 24,31 4 16,00 / 6,023 10 10 3,61 0,0741 g g nm g nm cm cm ρ + × = × = 2.5 Resumo do Capítulo 2.6 Atividades Propostas Neste capítulo, você aprendeu o conceito estrutural da matéria. Agora, você entende melhor como a célula unitária é formada, pois foram expostas, através de figuras, a posição dos átomos na célula unitá- ria e a sua forma estrutural: a estrutura cúbica de corpo centrado (ccc), a estrutura cúbica de face centra- da (cfc) e a estrutura hexagonal compacta (hc). Aprendemos a calcular o Fator de Empacotamento Atômico (FEA) para as estruturas dadas, bem como o Fator de Empacotamento Iônico (FEI). 1. Calcule a densidade do Feα , sabendo-se que é um metal com estrutura ccc. Dados: massa atômica de 55,85 . . .Fe u m aα = e 0,124Fer nm= . 4 3 a r= ⋅ Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 25 2. Calcule o FEI do CaO. Dados: 0,106Car nm= e 0,132Or nm= . Lembre-se: 2 2Ca Oa r r= + . 3. Calcule a densidade do CaO. Dados: nma 476,0= e Ca=40,08 u.m.a. O=16,00 u.m.a. 4. Quantas células unitárias estão contidas em 1 kg de polietileno comercial, 50% cristalino e o restante amorfo. Ele possui uma densidade global de 0,940 Mg/cm3. Lembre-se: você deve observar que as células unitáriasestão presentes somente na parte cristalina. 5. Calcule a densidade do germânio (Ge). Dados: 0,122Ger nm= e 72,59 . . .Ge u m a= Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 27 Existem algumas regras básicas para des- crever a geometria ao redor de uma célula uni- tária. Essas regras e as notações associadas são utilizadas uniformemente pelos cristalógrafos, geólogos, físicos, químicos, cientistas de mate- riais, engenheiros de materiais e outros que preci- sam lidar com materiais cristalinos. Você, agora, vai entender o mundo dos cris- tais. Vamos descrever as posições na rede cristalina expressas como frações ou múltiplos de dimensões da célula unitária. Um aspecto da natureza da estru- tura cristalina é que uma dada posição da rede, em uma determinada célula unitária, é estruturalmen- te equivalente à mesma posição em qualquer ou- tra célula unitária da mesma estrutura. Agora, você pode observar na figura a notação utilizada para as posições na rede cristalina. EstUDo DA REDE CRIstALInA3 Figura 19 – Posições na rede cristalina. Fonte: Shackelford (2011). As posições equivalentes são conectadas por translações na rede cristalina, consistindo em múltiplos inteiros ao longo de direções paralelas aos eixos cristalográficos. Caro(a) aluno(a)! Veja com detalhes a figura a seguir: Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 28 Figura 20 – Posições equivalentes. Fonte: Shackelford (2011). Para descrevermos as direções na rede cris- talina, devemos estar atentos ao fato de que essas direções são expressas como conjuntos de intei- ros, identificando-se as menores posições inteiras interceptadas pela linha que parte da origem dos eixos cristalográficos. Na notação para distinguir uma direção daquela de uma posição, os inteiros de direção são delimitados por colchetes, sendo o seu uso muito importante para a designação pa- drão para as direções específicas da rede. Na figura a seguir, você pode observar a no- tação para a direção na rede. Note que as direções 3.1 Direções e Planos Cristalográficos Figura 21 – Notação para direção na rede. Fonte: Shackelford (2011). [uvw] paralelas compartilham a mesma notação, pois somente a origem é deslocada. Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 29 O uso dos colchetes é importante e é a de- signação padrão para as direções específicas na rede. Você deve observar que a linha da origem dos eixos cristalográficos, passando pela posição no centro do corpo 1 1 1 2 2 2 , pode ser estendida para interceptar a posição 111 do canto da célula unitária. Note que a extensão adicional da linha leva à interceptação de outros conjuntos de intei- ros, como, por exemplo, 222 e 333, sendo o con- junto 111 o menor. Como resultado, essa direção é referenciada como [ ]111 . Quando uma direção se move por um eixo negativo, a notação preci- sa indicar esse movimento. Por exemplo, a barra acima do número inteiro final na direção 111 designa que a linha da origem passou pela posi- ção 1 1 -1. Você deve observar que as direções [ ]111 e são estruturalmente muito semelhantes. Ambas são diagonais do corpo através de células unitárias idênticas. A direção 111 se tornaria a direção [ ]111 se fizéssemos uma escolha dife- rente de orientação de eixos cristalográficos. Esse conjunto de direções, que são estruturalmente equivalentes, é chamado família de direções e é representado pelos sinais < >. Um exemplo das diagonais de corpo no sistema cúbico é: [ ]111 111 , 111 , 111 , 111 111 , 111 , 111 , 111 = Vamos agora visualizar a família de direções 111 , representando todas as diagonais do cor- po para células unitárias adjacentes no sistema cúbico. Figura 22 – Família de direções 111 . Fonte: Shackelford (2011). Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 30 Os ângulos podem ser determinados pela visualização cuidadosa e por cálculos trigono- métricos. No sistema cúbico, o ângulo pode ser determinado pelo cálculo simples de um pro- duto escalar de dois vetores. Vamos analisar as direções: [ ]uvw e [ ]' ' 'u v w , com os vetores D ua vb wc= + + e ' ' ' 'D u a v b w c= + + . Po- demos determinar o ângulo δ entre essas duas direções: 3.2 O Ângulo entre as Direções e os Índices de Miller ' ' cosD D D D δ⋅ = ⋅ ou 2 2 2 2 2 2 ' ' ' 'cos ' ' ' ' D D uu vv ww D D u v w u v w δ ⋅ + += = + + + + Lembre-se de que essa relação é válida so- mente para o sistema cúbico. Os planos são expressos como um conjunto de números inteiros, conhecidos como índices de Miller. A obtenção desses números inteiros é um processo mais elaborado do que o que foi exigido para as direções. Os números representam o in- verso das interceptações axiais. Figura 23 – Índices de Miller. Fonte: Shackelford (2011). Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 31 Você deve observar que os parênteses ser- vem como notação padrão para representar os planos cristalográficos. O plano (210) indicado na figura intercepta o eixo a em a 2 1 , o eixo b em b e é paralelo ao eixo c, interceptando-o em ∞ . Os inversos das interceptações axiais são 1 1 1, ,1 1 2 ∞ . Esses inversos das interceptações geram os intei- ros 2, 1, 0, levando à notação do plano (210). A notação geral para os índices de Miller é (hkl), que pode ser usada para qualquer um dos sete sistemas cristalinos. Como o sistema hexa- gonal pode ser representado por quatro eixos, um conjunto de quatro dígitos dos índices de Miller-Bravais (hkil) pode ser definido. Pode-se mostrar que h k i+ = − para qualquer plano no sistema hexagonal, o que também permite que qualquer plano do sistema hexagonal seja desig- nado pelos índices de Miller-Bravais (hkil) ou pe- los índices de Miller (hkl). Da mesma forma que as direções equivalentes, podemos agrupar planos estruturalmente equivalentes como uma família de planos com índices de Miller ou Miller-Bravais entre chaves: { }hkl ou { }hkil . Vamos analisar as faces de uma célula unitá- ria no sistema cúbico, pertencente à família {100}, com: { } ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )100 100 , 010 , 001 , 100 , 010 , 001= Figura 24 – Faces de uma célula unitária no sistema cúbico. Fonte: Shackelford (2011). Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 32 Você sabe como a estrutura do material é determinada? Através da utilização da difração de raios X, é possível medir a estrutura cristalina dos materiais de engenharia. Ela pode ser utilizada para determinar a estrutura de um novo material ou a estrutura conhecida de um material comum pode ser usada como fonte de identificação quí- mica. A difração de raios X é o resultado da radia- ção espalhada por um conjunto regular de cen- tros de difusão, cujo espaçamento é da mesma ordem de grandeza do comprimento de onda da radiação. Observa-se que os tamanhos de átomos e íons são da ordem de 0,1 nm, de modo que po- demos pensar nas estruturas cristalinas como re- des de difração em uma escala subnanométrica. A parte do espectro eletromagnético com um com- primento de onda nesse intervalo é a radiação X. Dadas essas características, a difração de raios X é capaz de caracterizar a estruturacristalina. Você deve observar que, para os raios X, os átomos são centros de espalhamento, sendo que o mecanismo específico de espalhamento é a in- teração de um fóton de radiação eletromagnética com um elétron orbital no átomo. Um cristal atua como uma grade de difração tridimensional. Para que haja a difração, os feixes de raios X espalha- dos por planos cristalinos adjacentes devem estar em fase. A diferença de caminho entre os feixes de raios X adjacentes é algum número inteiro n, de comprimento de onda da radiação λ . A rela- ção que demonstra essa condição é a equação de Bragg: θλ dsenn 2= Nessa equação, você deve observar que λ é o comprimento de onda dos raios X, d corres- ponde ao espaçamento entre planos cristalinos adjacentes e θ é o ângulo de espalhamento. 3.3 Difração de Raios X Figura 25 – Equação de Bragg. Fonte: Shackelford (2011). Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 33 A magnitude do espaçamento interplanar é uma função direta dos índices de Miller para o plano. Para o sistema cúbico, a relação é muito simples. O espaçamento entre planos hkl adja- centes é dado pela equação: 2 2 2hkl ad h k l = + + Você deve lembrar que a é o parâmetro de rede, ou seja, o tamanho da aresta da célula uni- tária. Agora, veja como fica a fórmula para um sis- tema hexagonal: ( ) 2 2 2 2 2 4 3 hkl ad ah hk k l c = + + + Nessa equação, você deve lembrar-se dos parâmetros de rede a e c para o sistema hexago- nal. Para ilustrar o texto, temos as imagens de um difratômetro de raios X e uma ampola de raios X. Figura 26 – Difratômetro e ampola de raios X. 3.4 Microscopia Eletrônica de Transmissão e Varredura Você já deve ter tido a oportunidade de visualizar alguma estrutura utilizando uma lupa convencional. Você deve ter notado que muitos dos detalhes que você não conseguia enxergar sem a lupa são enxergados com certa nitidez e detalhes. Imagine o mesmo ocorrendo com o es- tudo dos materiais. Para esses estudos, utilizamos microscópios ópticos e também eletrônicos. Os microscópios ópticos e eletrônicos são ferramen- tas poderosas para observar a ordem e a desor- dem estrutural do material. O microscópio eletrô- nico de transmissão usa o contraste de difração para obter imagens com alta ampliação, como, por exemplo, 100.000 vezes de aumento, os de- feitos como discordâncias no material. O micros- cópio eletrônico de varredura produz imagens de aparência tridimensional de características microestruturais, como as superfícies de fraturas. Analisando a emissão de raios X característica, a composição química microestrutural pode ser es- tudada. Fonte: O autor. Anteparo de W para a produção de raios X Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 34 Figura 27 – Microscópio eletrônico de varredura CamSam série 4. Fonte: O autor. Para ilustrar a utilização da microscopia ele- trônica no estudo da superfície de fratura, obser- ve as imagens relativas à fratura de um parafuso e aos respectivos elementos químicos presentes no material analisado. Figura 28 – Fratura de um parafuso. Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 35 Figura 29 – Elementos químicos presentes no parafuso. A imagem ilustra a superfície de fratura de um material metálico. Analisando a superfície, você nota a presença de alvéolos indicando que o mate- rial sofreu uma sobrecarga para romper-se. Com a análise de raios X característicos, é possível saber os elementos químicos presentes no material, através da microanálise por energia dispersiva de raios X. Você pode observar a presença dos seguintes ele- mentos químicos: Oxigênio (O), Ferro (Fe), Zinco (Zn), Alumínio (Al), Silício (Si), Cromo (Cr) e Manga- nês (Mn). 3.5 Defeitos Pontuais e Difusão no Estado Sólido Você já observou o que ocorre quando uma gota de tinta cai em um frasco contendo água. A gota se espalha até que toda a água fique colo- rida por igual. Essa é uma demonstração simples da difusão, ou seja, o movimento das moléculas de uma região de maior concentração para uma de menor concentração. Em temperaturas sufi- cientes, átomos e moléculas podem ser bastante móveis em líquidos e sólidos. A difusão por um mecanismo de intersticia- lidade pode ser visto na figura seguinte, em que efetivamente a natureza de caminhos aleatórios da migração atômica é observada. Figura 30 – Difusão por mecanismo de intersticialidade. Fonte: Shackelford (2011). Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 36 Você deve observar que essa aleatoriedade não impede o fluxo líquido de material quando existe uma variação geral na composição quími- ca. O tratamento matemático formal desse flu- xo difusional começa com uma expressão conhe- cida como primeira lei de Fick: x cDJx ∂ ∂ −= A variável xJ é o fluxo ou taxa de fluxo das espécies em difusão na direção de x, devido a um gradiente de concentração ∂ ∂ x c , e D é o coe- ficiente de proporcionalidade ou coeficiente de difusão, também conhecido como difusividade. Figura 31 – Fluxo de átomos. Fonte: Shackelford (2011). Agora, vamos analisar o gradiente de con- centração em um ponto específico ao longo do caminho de difusão, que muda com o tempo t. Essa situação é representada pela equação dife- rencial, conhecida como segunda lei de Fick: ∂ ∂ ∂ ∂ = ∂ ∂ x cD xt c xx Para facilitar, podemos admitir D indepen- dente de c, o que nos fornece uma equação sim- plificada da segunda lei de Fick: 2 2 x cD t c xx ∂ ∂ = ∂ ∂ Saiba maisSaiba mais Adolf Eugen Fick (1829-1901) foi um grande fisio- logista alemão. Seu trabalho na escola mecanistica da fisiologia foi tão excelente que serviu como guia para as ciências físicas. Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 37 Uma fase é uma porção química e estrutu- ralmente homogênea da microestrutura. Uma mi- croestrutura monofásica pode ser policristalina, mas cada grão cristalino difere apenas na orienta- ção cristalina e não na composição química. Veja, agora, a microestrutura monofásica do molibdênio comercialmente puro, observada por microscopia óptica, após preparo da amostra da superfície, com aumento de 200 vezes. Nota-se a presença de muitos grãos nessa microestrutura e cada grão tem a mesma composição uniforme. Figura 32 – Microestrutura monofásica do molibdê- nio comercialmente puro. Fonte: Metals Handbook (1972). Qualquer aumento na temperatura mudará o estado da microestrutura. As variáveis de esta- do importantes, sobre as quais o engenheiro de materiais tem controle no estabelecimento da microestrutura, são: temperatura, pressão e com- posição. A relação geral entre a microestrutura e essas variáveis de estado é dada pela regra de fa- ses de Gibbs: 1F C P= − + Na qual F é o número de graus de liberdade, C é o número de componentes e P é o número de fases. Um diagrama de fases é qualquer represen- tação gráfica das variáveis de estado associadas à microestrutura por meio da regra de fases de Gibbs. Por uma questão prática, os diagramas de fases mais usados pelos engenheiros de materiais são os diagramas binários, que representam siste- mas de dois componentes (C=2), e os diagramas ternários, que representam sistemas de três com- ponentes, ou seja, C=3 na regra de fases de Gibbs. 3.6 Diagramas de Fases e o Desenvolvimento de Microestruturas Figura 33 – Diagrama de fases. Fonte: Shackelford (2011). Aparecido EdilsonMorcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 38 O esquema representa o diagrama de fases de um componente para o ferro puro. Você pode analisar no diagrama uma projeção da informa- ção do diagrama de fases em 1 atm, que gera uma escala de temperatura. Observe que, até 910 °C, temos o Feα ou ferrita; a partir de 910 °C até 1394 °C, temos a formação do Feγ ou austenita; entre 1394 °C e 1538 °C, observamos a formação do Feδ; e acima da temperatura de 1538 °C, o ferro encontra-se na fase líquida. Você poderá encontrar diversos diagramas de fases para a maioria dos materiais conhecidos, através da consulta ao Metals Handbook que se encontra na referência. 3.7 Exercícios Resolvidos 1. Os três primeiros picos obtidos por difração de raios X do alumínio em pó são: (111), (200) e (220). Sabendo-se que o parâmetro a=0,404nm, determine o valor de d para cada plano. Resolução: Inicialmente, vamos utilizar a equação 2 2 2hkl ad h k l = + + , pois o alumínio é de estrutura cúbica. Para o plano (111), temos: 111 2 2 2 0, 404 1 1 1 nmd = + + 111 2 2 2 0, 404 0,404 0,234 31 1 1 nmd nm= = = + + Para o plano (200), temos: 200 2 2 2 0, 404 2 0 0 nmd = + + 200 2 2 2 0, 404 0,404 0,202 22 0 0 nmd nm= = = + + Para o plano (220), temos: 220 2 2 2 0, 404 2 2 0 nmd = + + Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 39 220 2 2 2 0, 404 0,404 0,143 82 2 0 nmd nm= = = + + 2. Sabendo que a fonte de raios X do cobre possui 0,1542nmλ = (radiação CuKα ), utilizada para a difração do alumínio, determine o ângulo θ para o plano 111 0, 234d nm= . Resolução: Você vai utilizar a lei de Bragg θλ dsenn 2= . Lembre-se de que o problema fornece o valor de lambda e de d. Vamos isolar o valor de θ : d sen 2 λθ = Para calcularmos o valor de θ , temos que usar a relação da trigonometria, ou seja: d arsen 2 λθ = 0,1542 2 0,234 nmarsen nm θ = × 0,1542 19,2º 2 0,234 nmarsen nm θ = = × Como o difratograma apresenta a relação entre a intensidade e o ângulo em ( )θ2 , para o ângulo 19,2ºθ = , o valor de ( )1112 38,5ºθ = . 3. Superfícies de aço podem ser endurecidas pela carbonetação. Durante um tratamento desse tipo a 1000 °C, existe uma queda na concentração de carbono de 5% para 4% at de carbono, entre 1 e 2 mm da superfície de aço. Estime o fluxo de átomos de carbono no aço nessa região próxima à superfície. Dados: densidade do 3(1000º ) 7,63 gFe C cm γ = e 2 112,98 10CemFe mD s −= × Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 40 Resolução: 23 22 3 3 6,023 107,63 8,23 10 55,85 g átomos átomos cm g cm ρ ×= × = × 29 48, 23 10 c átomos x m ∂ = − × ∂ Agora, vamos utilizar a equação de Fick dada por: 3.8 Resumo do Capítulo No presente capítulo, você aprendeu a descrever os planos cristalográficos e como estão dispostos os parâmetros de rede do material. Verificou que existe uma grande gama de materiais metálicos, cerâ- micos e poliméricos, e que, para o estudo da cristalografia do material, utiliza-se a difração de raios X, utilizando-se a equação: θλ dsenn 2= , sendo possível determinar os planos de difração do material a partir do difratograma dado. Também viu o tratamento matemático formal do fluxo difusional utilizando a primeira lei de Fick: x cDJx ∂ ∂ −= 5% 4% 1% 1 2 c at at at x mm mm mm ∂ − = = − ∂ − ( )22 3 36 3 0,01 8,23 10 / 1010 1 átomos cmc c cm mm x x mm m m ×∂ ∆ = = − × × ∂ ∆ x cJ D x ∂ = − ∂ 2 11 29 42,98 10 8,23 10x c m átomosJ D x s m − ∂ = − = − × − × ∂ 19 22, 45 10 .x c átomosJ D x m s ∂ = − = × ∂ Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 41 1. Sabendo que fonte de raios X do cobre possui 0,1542nmλ = (radiação CuKα ), utilizada para a difração do alumínio, determine o ângulo θ para o plano 200 0, 202d nm= . 2. Sabendo que fonte de raios X do cobre possui 0,1542nmλ = (radiação CuKα ), utilizada para a difração do alumínio, determine o ângulo θ para o plano 220 0,143d nm= . 3. Calcule os ângulos, no sistema cúbico, entre as seguintes direções: Use a equação: 2 2 2 2 2 2 ' ' ' 'cos ' ' ' ' D D uu vv ww D D u v w u v w δ ⋅ + += = + + + + a) [ ]100 e [ ]110 . b) [ ]100 e [ ]111 . 4. A superfície de aço pode ser endurecida pela carbonetação. Durante um tratamento desse tipo a 1100 °C, estime o fluxo de átomos de carbono no aço nessa região próxima à superfície. Dados: 2 117,92 10CnoFe mD sα −= × e 29 48, 23 10 c átomos x m ∂ = − × ∂ . 5. A 200 °C, uma liga de solda Pb-Sn 50:50 existe como duas fases: um sólido rico em chumbo e um líquido rico em estanho. Calcule os graus de liberdade a uma pressão constante de 1 atm para: a) Uma solução sólida de monofásico do Sn dissolvida no solvente Pb. b) Pb puro abaixo de seu ponto de fusão. c) Pb puro em seu ponto de fusão. 3.9 Atividades Propostas Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 43 Espera-se que, com esta apostila, você, aluno(a), se envolva na disciplina, entenda e consiga definir os conceitos básicos da ciência dos materiais, sua classificação e estrutura, além de definir e identificar os materiais metálicos, poliméricos e cerâmicos, bem como a sua utilização e comportamento mecânico e termomecânico. Você irá desenvolver o raciocínio lógico e saberá utilizar e aplicar as equações perti- nentes aos vários assuntos abordados e estudados na presente apostila, no âmbito profissional e, conse- quentemente, na sociedade em que se encontra inserido(a). ConsIDERAçÕEs FInAIs4 Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 45 Olá, aluno(a)! Para a resolução dos exercícios, não se esqueça de realizar uma revisão da teoria. Você poderá utili- zar a sua calculadora científica para facilitar os cálculos. CAPÍTULO 1 1. Vamos calcular o número de átomos de magnésio. O volume será dado por base x altura átomos de Mg. 2. Para calcular a massa, você deve lembrar a relação V m =ρ . O problema nos fornece a densidade MgO, ou seja: REspostAs CoMEntADAs DAs AtIVIDADEs pRopostAs Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 46 3. Você possui os dados: A dimensão será dada por: densidade atômicamassaensão =dim CAPÍTULO 2 1. Para calcular a densidade do , sabendo-se que é um metal com estrutura ccc: Dados: massa atômica de e . Para o , temos: , portanto: A densidade é dada por: Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 47 2. Vamos calcular o FEI do CaO: Dados: e Lembre-se: O volume unitário da célula será dado por: O FEI será dado por: 3. Você deve analisar os dados fornecidos no exercício. Os dados fornecidos são: e Ca=40,08 u.m.a. O=16,00 u.m.a. O volume da célula unitária é dada por: A densidade será dada pela relação: Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 48 Portanto: 4. Para calcular quantas células unitárias estão contidas em 1 kg de polietileno comercial, 50% cristalino e o restante amorfo, sabendo que ele possui uma densidade global de 0,940 Mg/cm3, você deve observar que as células unitárias estão presentes somente na parte cristalina. O volume da fase cristalina será dado por: O número de células unitárias será: 5. Para você calcular a densidade do germânio (Ge), vamos utilizar os dados: e Para o germânio, o valor de a será dado por: O volume é calculado utilizando a relação: Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 49 A densidade será: CAPÍTULO 3 1. O problema nos fornece a fonte de raiosX do cobre, que possui (radiação CuKα ), e o plano . Vamos utilizar a equação de Bragg dada por: θλ dsenn 2= Agora, você vai isolar a variável θ e a equação se torna equivalente: d sen 2 λθ = d arsen 2 λθ = Vamos substituir o valor das variáveis dadas no problema: Portanto: e o valor de 2. Você deve seguir o mesmo procedimento do exercício anterior. A fonte de raios X do cobre possui (radiação CuKα ) e foi utilizada para a difração do alumínio. Vamos determinar o ângulo θ para o plano . Vamos utilizar a equação de Bragg dada por: θλ dsenn 2= Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 50 Agora, você vai isolar a variável θ e a equação se torna equivalente: d sen 2 λθ = d arsen 2 λθ = Portanto, temos: e 3. Para calcularmos o ângulo entre as direções no sistema cúbico, vamos utilizar a relação: a) Você agora deve isolar o delta: b) Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 51 4. O problema nos fornece os seguintes dados: e Você deverá lembrar-se da relação de Fick dada por: Vamos substituir os valores dados na equação; portanto, temos: 5. A relação geral entre a microestrutura e essas variáveis de estado é dada pela regra de fases de Gibbs, dada por: 1+−= PCF , a) 121 −=⇒+−= FPCF b) 1111 =+−=F c) 0121 =+−=F Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 53 AMALDI, U. Imagens da física – As idéias e as experiências do pêndulo aos quarks. São Paulo: Scipione, 1995. CALLISTER JR., W. D. Ciência e engenharia de materiais: uma introdução. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000. CULLIT, B. D. Elements of x-ray diffraction. 2. ed. Massachusetts: Addison-Wesley, 1978. EISBERG, M. R. Fundamentos da física moderna. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1979. GUY, A. G. Ciência dos materiais. Rio de Janeiro: LTC; São Paulo: EDUSP, 1980. HALLIDAY, D.; RESNIK, R.; KRANE, K. S. Física. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008. 4 v. METALS HANDBOOK. Atlas de microestrutura. 8. ed. Ohio: American Society for Metals, 1972. v. 7. PADILHA, A. F. Materiais de engenharia: microestrutura e propriedades. Curitiba: Hemus, 2000. SHACKELFORD, J. F. Ciência dos materiais. Tradução de Daniel Vieira. 6. ed. São Paulo: Pearson, 2011. ZEMANSKY, M. W. Heat and thermodynamics. 4. ed. [S.l.]: McGraw-Hill, 1957. REFERÊnCIAs Engenharia de Materiais_online_maio_2012 INTRODUÇÃO 1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS 1.1 Classificação dos Materiais 1.2 Ligação Iônica e a ligação Secundária ou de Van der Waals 1.3 A Estrutura Cristalina 1.4 Exercícios Resolvidos 1.5 Resumo do Capítulo 1.6 Atividades Propostas 2 ESTRUTURAS METÁLICAS 2.1 Estruturas Cerâmicas 2.2 Estruturas Poliméricas 2.3 Estruturas Semicondutoras 2.4 Exercícios Resolvidos 2.5 Resumo do Capítulo 2.6 Atividades Propostas 3 ESTUDO DA REDE CRISTALINA 3.1 Direções e Planos Cristalográficos 3.2 O Ângulo entre as Direções e os Índices de Miller 3.3 Difração de Raios X 3.4 Microscopia Eletrônica de Transmissão e Varredura 3.5 Defeitos Pontuais e Difusão no Estado Sólido 3.6 Diagramas de Fases e o Desenvolvimento de Microestruturas 3.7 Exercícios Resolvidos 3.8 Resumo do Capítulo 3.9 Atividades Propostas 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS REFERÊNCIAS
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