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Cuidados em Terapia Intensiva Evandra Morinigo Alves Enfermeira Espc. Urgencia e Emergencia Docente do Curso Bacharel em Enfermagem da Uniderp Responsável Técnica do Centro de Terapia Intensiva do Hospital Unimed Campo Grande • Archie Cochrane (1913-1988): publicou em 1972 um livro sobre a necessidade de identificar a efetividade das intervenções em saúde. • No Brasil, é bastante difundida na Medicina. • Na Enfermagem, é um movimento em construção. Prática Baseada em Evidência (PBE) A PBE é um processo de busca, avaliação e aplicação de evidências científicas para o tratamento e gerenciamento da saúde (HAMER,1999). PBE é a combinação da experiência individual, clínica ou profissional com a melhor evidência externa disponível para gerar uma prática com resultados positivos para o cliente ou paciente (THE JOANNA BRIGGS INSTITUTE, 2004). Medicina Baseada em Evidência (BEM) A medicina baseada em evidências (MBE) é o uso consciencioso, explícito e criterioso da melhor evidência para a tomada de decisão sobre o cuidado individual de pacientes. A prática da MBE significa a integração da competência clínica individual com a melhor evidência externa disponível, proveniente de revisão sistemática (SACKETT et al.1996). Enfermagem Baseada em Evidência (EBE) • EBE é a integração da melhor evidência disponível, da competência do enfermeiro e dos valores e preferências dos indivíduos, famílias e comunidade atendidos por esse profissional (SIGMA THETA TAU, 2004). Etapas da PBE Formular questão clínica; Buscar a melhor e mais relevante evidência para responder a questão formulada (incluir primeiro revisões sistemáticas, metanálises ou diretrizes clínicas); Avaliação crítica da evidência (validade, relevância e aplicabilidade); Evidência + competência profissional + avaliação das condições do paciente + preferências do paciente; Avaliação da mudança resultante da implementação da evidência. Melnyk; Fineout-Overholt, 2005 Etapas da EBE Conversão das informações da prática em questionamentos; Investigação na literatura, buscando evidências relevantes; Avaliação crítica das evidências (validade, generalização); Melhor evidência + competência do enfermeiro + preferência do paciente; Execução avaliada do cuidado (pares, auditoria, etc). Fleming, 1998 Qual é o sistema de aquecimento cutâneo mais efetivo para a prevenção de hipotermia do paciente submetido a cirurgia de transplante de fígado no intra-operatório? Palavras-chave: hypothermia, intraoperative period, warming systems, liver transplantation • Livros • Periódicos • LILACS • MEDLINE • PUBMED • CINAHL • EMBASE • Evidence based-nursing • Evidence based-medicine • Cochrane Library MEDLINE LILACS CINAHL Hypothermya / intraoperative period / liver transplantation 5 0 88.347 Hypothermya / warming systems / liver transplantation 1 2 81.582 Hypothermya / liver transplantation 274 2 4 Hypothermya 31.491 498 2.286 Liver transplantation 57.322 624 1.528 Objetivo: comparar dois sistemas de aquecimento Ensaio clínico controlado randomizado. Grupo controle (12 pacientes aquecidos com o sistema de ar forçado aquecido) e experimental (12 pacientes aquecidos com o sistema de circulação de água aquecida) Anestesia geral O sistema de circulação de água aquecida foi mais efetivo na manutenção da normotermia do paciente. Janicki et al., 2002. A qualidade da evidência é um aspecto crucial na PBE; o profissional de saúde deve ser capaz de fazer julgamentos reconhecendo o bom e o ruim; saber a força e fraquezas para poder generalizar a evidência; avaliar e utilizá-la criticamente, não tomá-la com absoluta confiança (HUMPHRIS, 1999). •Revisão sistemática •Metanálise •Ensaios clínicos randomizados controlados •Diretrizes clínicas baseadas em revisões sistemáticas de ensaios clínicos randomizados controlados Nível 1 •Pelo menos um ensaio clínico randomizado controlado bem delineado Nível 2 •Ensaios clínicos bem delineados sem randomizaçãoNível 3 •Estudos de coorte •Estudos de caso-controle bem delineadosNível 4 •Revisão sistemática de estudos descritivos e qualitativosNível 5 •Um único estudo descritivo ou qualitativoNível 6 •Opinião de autoridades •Relatório de comitês de especialistas Nível 7 MELNYK; FINEOUT- OVERHOLT, 2005 • Geralmente se utiliza o duplo-cegamento é um método de ensaio clínico realizado em seres humanos onde nem o examinado (objeto de estudo) nem o examinador sabem o que está sendo utilizado como variável em um dado momento. É comumente usado como critério de validação de práticas experimentais quantitativas em ciência. • Avaliação dos resultados obtidos • Análise dos dados obtidos; muitas vezes é necessário o conhecimento estatístico Carrinho de Emergência Carrinho de Emergência Complexidade ? Responsabilidades: Enfermeiro & Farmacêutico ? PADRONIZAÇÃO DOS CARROS DE EMERGÊNCIA - Médicos e enfermeiros devem estar preparados para atender, de forma sistematizada e padronizada, uma situação de emergência. Para que isso ocorra, o treinamento da equipe é fundamental, e todo o material necessário para esse momento deve estar disponível de forma imediata. PADRONIZAÇÃO DOS CARROS DE EMERGÊNCIA • Treinamento da equipe • Conferência diária • Logística • Farmácia em CTI , CC e PS • Registro da intercorrência (Diário ) • Análise da Intercorrência • Plano de ação • Escala de deteriorização (MEWS) O QUE É O MEWS? É uma escala de alerta, baseada num sistema de atribuição de pontos (scores) aos parâmetros vitais, sendo a sua principal finalidade a identificação precoce do risco de deterioração do paciente. Essa escala permite uma melhor comunicação, oferece autonomia profissional aos enfermeiros e melhora a relação enfermagem-médico que se repercute no melhor atendimento ao paciente. MEWS Eventos adversos mais comum relacionado a PCR evitável no cenário da Terapia Intensiva • DVA • Hipopotassemia • Hiperpotassemia • Hipoglicemia • FA • Hipoxia • Fadiga de Alarmes Registro da PCR • Durante ao atendimento a RCPC a equipe deverá estar treinada e cada membro ciente de sua posição; • O recomendável que no momento da RCPC um membro da equipe seja o responsável por registrar passo a passo do atendimento • O objetivo principal é identificar falhas no atendimento e elaborar um plano de ação. Desfibrilador • O conceito de desfibrilação foi introduzido em 1899 por Prevost e Batelli após uma experiência onde foi aplicado um choque de alta voltagem no coração de um cachorro com fibrilação ventricular. Desfibrilador • A desfibrilação, é a interrupção da fibrilação, requer a re‐sincronização das células do músculo cardíaco Desfibrilador • A cardioversão elétrica consiste na aplicação de um choque de corrente elétrica contínua, sincronizada com o complexo QRS do eletrocardiograma (ECG), sobre o tórax para a reversão de arritmias cardíacas Monofásico • Os desfibriladores monofásico podem fornecer até 360 joules de energia ao paciente, dentro de uma escala de valores que inicia em 5 joules. Dessa forma, o equipamento permite tratar toda a gama de pacientes, desde pediátricos até adultos obesos Bifásico • Choques bifásicos são mais eficazes, em níveis de energia de 200 joules ou menos são no mínimo tão seguros e efetivos quanto choques monofásicos com as tradicionais energias entre 200 e 360 joules. • Choques bifásicosem 200 joules ou menos são agora classificados como uma recomendação Classe II (evidência muito boa). Riscos, Segurança e Gerenciamento de Risco • Nunca utilizar o equipamento em atmosferas inflamáveis ou com alta concentração de oxigênio • Deve ser instalado numa rede elétrica adequada, observando‐se normas brasileiras, principalmente no que tange o aterramento; • Baterias devem ser trocadas somente por outras de mesma especificação técnica; • Falta ou falhas no gerenciamento adequado, conforme recomendado no Manual de Operação do fabricante, podem originar eventos adversos. Riscos, Segurança e Gerenciamen to de Risco • Erros na operação e falta de manutenção podem ser considerados os principais aspectos da segurança relacionados aos desfibriladores externos. • Deve ser verificado quanto à corrente de fuga. A verificação dos valores permissíveis de corrente de fuga, as medições após as operações de reparo dos equipamentos e a periodicidade dos testes serão de atenção do setor de engenharia clínica ou manutenção. • Ficar atento quanto aos Recall Riscos, Segurança e Gerenciamen to de Risco • Teste de segurança Elétrica • Calibração • Manutenção Preventiva • Educação permanente e continuada Módulos obrigatório • Cabo de energia; • Cabo de ECG; • Pás para monitoração via pás (eletrodos de desfibrilação); • Gel condutor. Módulos Opcionais • Oximetria • Capnografia • PNI Transporte Interno de Pacientes Graves • O transporte é um período de instabilidade e grandes riscos para o paciente, sobretudo com relação a hemodinâmica e ventilação; • Deve-se pesar os riscos potenciais e os benefí- cios • Se o procedimento ou o teste diagnóstico sob consideração não for alterar a condução do caso ou prognóstico, o transporte deve ser questionado e possivelmente cancelado. Transporte Interno de Pacientes Graves O transporte intra-hospitalar consiste basicamente em três fases Preparo Transito Chegada Preparo • Analisar a mudança que o procedimento ou o exame trará para o manuseio do paciente; • Estabilizar o paciente: cuidado com a hemodinâmica, ventilação, acesso às vias aéreas, oxigenação, acesso venoso, SSVV, drogas vasoativas e sedativas. Avaliar necessidade de proceder à intubação traqueal ou sedar um paciente agitado e combativo. Preparo • Equipe de transporte: mínimo de duas pessoas – Obrigatório a presença do Enfermeiro e médico. Fisioterapeutas devem acompanhar pacientes em ventilação mecânica. • Equipamentos e acessório: Maca de transporte (com suporte para bombas de infusão e cilindro de oxigênio), Vias aéreas e ventilação monitorização, Medicação para reanimação cardiorrespiratória Preparo • Cateteres e drenos (observar sempre obstrução; esvaziar coletores de urina, gástrico e outros) • Cuidado com o dreno torácico em selo d’água: fechá-lo quando não estiver em posição inferior à do paciente • Comunicação (com elevador e setor de destino, para evitar atrasos durante o trânsito) Trânsito • Evitar atrasos durante o transporte; • Seguir o caminho mais curto; comunicar-se com o setor de destino; • Monitorizar PA, FC, freqüência respiratória (FR), saturação de SpO2 e ECG (o médico deve sempre repetir um exame clínico sumário: nível de consciência, sinais vitais e ausculta respiratória). Chegada • Estabilizar o paciente (verificar os sinais vitais, reconectar ao monitor da UTI, acoplar ao ventilador, considerar gasometria arterial) • Prevenir complicações (podem acontecer até quatro horas após o transporte). Complicações Fisiológicas • Hipo ou hipertensão • Hipo ou hipercapnia, • Hipóxia, • Acidose ou alcalose, • Broncoespasmo, • Disritmias cardíacas, • Pneumotórax (barotrauma), • Broncoaspiração, • Hipertensão intracraniana e • Convulsões. • Isquemia miocárdica Complicações Técnicas • Desconexão do ECG ou do tubo traqueal, • Obstrução ou mobilização do tubo traqueal e até extubação, • Oclusão ou perda de cateteres e drenos, • Término da fonte de O2, • Fim da energia das baterias, • Defeito na maca de transporte e • Atraso no setor de destino Tríade indispensável • Estabilidade • Equipamentos • Rota planejada Gerenciamento de risco na Terapia Intensiva • Índice de gravidade • Eventos adversos (Iatrogenias) • Fórmulas relevantes para o cuidados Índice de gravidade Como parâmetro de classificação dos pacientes de UTI, a gravidade da doença tem sido um dos mais ressaltados por possibilitar: Avaliação de custos/benefícios Avaliação de performance da UTI Possibilidade de critério para admissão e alta dos pacientes. Índice de gravidade Índices de gravidade foram elaborados com o objetivo de descrever quantitativamente o grau de disfunção orgânica de pacientes seriamente enfermos. A gravidade da doença é traduzida em um valor numérico que, por meio de cálculos matemáticos, permite estimar a probabilidade de morte hospitalar, sendo, por isso, também conhecidos como índices prognósticos. Dentre os vários índices de gravidade disponíveis e reconhecidos internacionalmente, os sistemas APACHE e o SAPS têm sido os mais utilizados nas UTIs. Acute Physiology and Chronic Health Evaluation (APACHE) Simplified Acute Physiological Score (SAPS) O SAPS foi desenvolvido em 1984 como um método independente para simplificar o sistema APACHE. Os autores utilizaram, em sua primeira versão, 14 variáveis selecionadas por um consenso de especialistas: Exercícios/Fórmulas relevantes • Apache II • Swifti • Nas • Taxa de mortalidade • Taxa de permanência • Indicadores Iatrogenias • Define-se iatrogenia ou afecções iatrogênicas como decorrentes de uma intervenção, correta ou não e justificada ou não, da qual resultam conseqüências prejudiciais ao paciente. • Os primeiros registros de iatrogenia datam de civilizações antigas, os Incas usavam a trepanação craniana para “afastar” as doenças mentais. Iatrogenias • Definir, compreender e quantificar indicadores apropriados na enfermagem é fundamental para avaliar a qualidade dos serviços • Indicadores clínicos são definidos como medidas quantitativas que podem ser usadas como guias para monitorar e avaliar a qualidade de importantes cuidados ao paciente. EPIDEMIOLOGIA • Em breve revisão no sistema MedLine, nos últimos dez anos, foram publicados no mundo cerca de 3180 artigos médicos versando sobre iatrogenia, o que significa, em média, sete novos artigos por semana. • Erro médico = Falha em uma ação pretendida ou o uso de um inadequado planejamento para atingir um objetivo. • Erro médico grave = Causa lesão ou potencial de causar lesão. Incluem eventos adversos evitáveis, erros graves interceptados, erros graves não-interceptados. • Erro médico grave interceptado = Quando é percebido antes de atingir o paciente • Erro médico grave não-interceptado = Um erro médico não interrompido, mas por causa do acaso ou porque o paciente teve reservas suficientes para superar o erro, não causa lesões clinicamente detectáveis • Evento adverso = Qualquer lesão ligada a um ato médico evitável ou inevitável, por exemplo o aparecimento de eritema cutâneo após antibioticoterapia. • Evento adverso inevitável = Lesão inevitável secundário a um cuidado apropriado. • Evento adverso evitável = Lesão secundária a um sério erro não reconhecido e interceptado no momento do ato. Evento adverso não evitável• Insuficiência renal aguda causando óbito secundário a medicamento nefrotóxico, utilizado na dose correta, com indicação precisa; paciente com leucemia mielóide crônica que desenvolve quadro de Anticorpo Versus Hospedeiro após o uso de tacrolimus Evento adverso evitável • Choque séptico em paciente utilizando acesso venoso central, que se apresenta com sinais de infecção e má conservação. • Hipoventilação súbita gerando necessidade de intubação em paciente que acabou de receber benzodiazepínico em altas doses. Revertido com flumazenil. Evento adverso evitável • Obstipação Intestinal em paciente que utilizou analgésico opióide, porém que manteve o uso por tempo superior ao necessário por falha de avaliação diária da prescrição para sua interrupção. Erro grave não interceptado • Paciente com infarto do miocárdio que após implante do stent inicia uso inadequado de antiagregante plaquetário. Neste caso o erro é percebido com atraso, mas sem prejuí- zo para o paciente Erro grave interceptado • Paciente apresentando ulcera esofágica e sangramento gastrintestinal com a necessidade de receber octreotide 50 µg/h, porém o médico prescreve 500 µg/h, questionado pelo farmacêutico clinico antes de sua dispensa. Discussão de casos reais Referências • file:///C:/Users/Admin/Downloads/D2013_10003621013_21136015_1.pdf • http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2003/site/043e48.pdf • http://www.anvisa.gov.br/boletim_tecno/boletim_tecno_fev2011/PDF/matriz_desfi bri_que_temos04fev2011.pdf • http://www.scielo.br/pdf/rlae/v9n5/7804.pdf • http://www.amib.com.br/rbti/download/artigo_2010616173958.pdf • http://www.scielo.br/pdf/rlae/v9n5/7804.pdf • http://www.scielo.br/pdf/rbti/v18n1/a15v18n1 OBRIGADA!!!!
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