Buscar

ENFERMAGEM-EM-TERAPIA-INTENSIVA-PEDIÁTRICA-2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 65 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 65 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 65 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 3 
2 UTI PEDIÁTRICA ............................................................................... 4 
2.1 Requisitos específicos para UTI pediátrica ................................. 8 
2.2 Dimensionamento e estimativa de internações e leitos ............. 10 
2.3 Estrutura da UTI ........................................................................ 11 
3 GESTÃO DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA ...................... 14 
3.1 Critérios de prioridade para admissão em UTI .......................... 15 
3.2 Referencial quantitativo para equipe de enfermagem ............... 16 
3.3 Atribuições da equipe de enfermagem em UTI ......................... 17 
4 A ADMISSÃO DE CRIANÇA NA UTI PEDIÁTRICA ........................ 22 
4.1 Critérios para admissão do paciente em UTI. ........................... 24 
5 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À CRIANÇA INTERNADA ....... 25 
5.1 Suporte ventilatório ................................................................... 25 
6 SEDAÇÃO E ANALGESIA EM PEDIATRIA ..................................... 39 
6.1 Avaliação da Dor ....................................................................... 40 
7 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM SEPSE ............................. 44 
7.1 Desenvolvimento e características da sepse ............................ 45 
7.2 Triagem e definições segundo o ILAS – Instituto Latino Americano 
para Estudos da Sepse ................................................................................ 47 
7.3 Tratamento de Sepse preconizado pelo ILAS ........................... 51 
7.4 Condutas de Enfermagem no tratamento da Sepse ................. 55 
7.5 Intervenções e condutas de Enfermagem controle da sepse em 
UTI 56 
8 PLANOS DE AÇÕES PARA PREVENIR INTERCORRÊNCIAS EM 
PROCEDIMENTOS INVASIVOS EM PEDIATRIA ........................................... 58 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 62 
 
3 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é 
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – 
quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao 
professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida 
sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta 
para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma 
coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao 
protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 UTI PEDIÁTRICA 
 
Fonte: sbp.com.br 
No início da década de 70, no Brasil, ocorreram surtos de doenças com 
alto potencial mórbido (sarampo, poliomielite, difteria, meningococo, etc.), que 
exigiram uma nova estratégia de assistência à saúde: reunir tecnologia e 
recursos, disseminar novos conceitos em todo o país de modo a facilitar e 
otimizar a reanimação inicial, atendimento de emergência e transferência do 
paciente crítico e a formação de uma sociedade de profissionais com interesse 
especial em intensivismo pediátrico. (DIKSTEIN, et al, 2011) 
 
Fonte: sbp.com.br 
 
5 
 
O avanço e desenvolvimento da tecnologia no âmbito da saúde, levou ao 
surgimento e a melhoria, de serviços de assistência terciária altamente 
equipados. Nesse cenário, destacam-se as UTIs e os CTIs: um conjunto de 
Unidades de Terapia Intensiva agrupadas no mesmo local. (DUARTE e 
MOREIRA, 2011 apud BRASIL, 1987). 
Nesses ambientes, concentram-se pacientes graves, equipamentos 
técnicos mais dispendiosos e sofisticados, além de uma equipe com 
conhecimento e experiência para assistir esses pacientes e lidar com essa 
aparelhagem própria. (DUARTE e MOREIRA, 2011) 
A UTI Pediátrica é uma unidade do hospital com equipe especializada e 
suporte avançado para atendimento das crianças que necessitam cuidados 
intensivos. O ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, garante o direito à 
criança e ao adolescente, a ter acompanhamento dos pais ou responsáveis 
durante sua internação hospitalar. Quando não houver possibilidade da 
permanência do acompanhante, a situação deverá ser discutida com a equipe 
multiprofissional da Unidade. (SOUZA, BRANDÃO e PISTELLI, 2011) 
 
 
 
Fonte: hlaureano.org.br 
 
6 
 
O Ministério da Saúde (2010), publicou a Resolução nº 7, de 24 de 
fevereiro de 2010 que dispõe sobre os requisitos mínimos para funcionamento 
de Unidades de Terapia Intensiva e dá outras providências. 
Dentre as orientações e instruções que essa Resolução expõe, ela possui 
objetivos e normas a respeito das UTI’s gerais e pediátricas, destacando: 
Art. 2º Esta Resolução possui o objetivo de estabelecer padrões 
mínimos para o funcionamento das Unidades de Terapia Intensiva, 
visando à redução de riscos aos pacientes, visitantes, profissionais e 
meio ambiente. 
XXX - Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTI-P): UTI destinada 
à assistência a pacientes com idade de 29 dias a 14 ou 18 anos, sendo 
este limite definido de acordo com as rotinas da instituição. 
XXXI - Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica Mista (UTIPm): UTI 
destinada à assistência a pacientes recém-nascidos e pediátricos 
numa mesma sala, porém havendo separação física entre os 
ambientes de UTI Pediátrica e UTI Neonatal. 
Com relação aos recursos humanos e equipe que irá atuar na UTI, a 
Resolução nº 7 diz: 
Art. 12. As atribuições e as responsabilidades de todos os profissionais 
que atuam na unidade devem estar formalmente designadas, descritas 
e divulgadas aos profissionais que atuam na UTI. 
Art. 13 Deve ser formalmente designado um Responsável Técnico 
médico, um enfermeiro coordenador da equipe de enfermagem 
e um fisioterapeuta coordenador da equipe de fisioterapia, assim como 
seus respectivos substitutos. 
 
§ 1º O Responsável Técnico deve ter título de especialista em Medicina 
Intensiva para responder por UTI Adulto; habilitação em Medicina 
Intensiva Pediátrica, para responder por UTI Pediátrica; título de 
especialista em Pediatria com área de atuação em Neonatologia, para 
responder por UTI Neonatal; 
§ 2º Os coordenadores de enfermagem e de fisioterapia devem ser 
especialistas em terapia intensiva ou em outra especialidade 
relacionada à assistência ao paciente grave, específica para a 
modalidade de atuação (adulto, pediátrica ou neonatal); 
Art. 14. Além do disposto no Artigo 13 desta RDC, deve ser designada 
uma equipe multiprofissional, legalmente habilitada, a qual deve ser 
dimensionada, quantitativa e qualitativamente, de acordo com o perfil 
assistencial, a demanda da unidade e legislação vigente, contendo, 
para atuação exclusiva na unidade, no mínimo, os seguintes 
profissionais: 
I - Médico diarista/rotineiro: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração, 
nos turnos matutino e vespertino, com título de especialista em 
Medicina Intensiva para atuação em UTI Adulto; habilitação em 
Medicina Intensiva Pediátrica para atuação em UTI Pediátrica; título de 
especialista em Pediatria com área de atuação em Neonatologia para 
atuação em UTI Neonatal; 
II - Médicos plantonistas: no mínimo 01 (um) para cada 10 (dez) leitos 
ou fração, em cada turno. 
III - Enfermeiros assistenciais: no mínimo 01 (um) para cada 08 (oito) 
leitos ou fração, em cada turno.7 
 
IV - Fisioterapeutas: no mínimo 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou 
fração, nos turnos matutino, vespertino e noturno, perfazendo um total 
de 18 horas diárias de atuação; 
V - Técnicos de enfermagem: no mínimo 01 (um) para cada 02 (dois) 
leitos em cada turno, além de 1 (um) técnico de enfermagem por UTI 
para serviços de apoio assistencial em cada turno; 
VI - Auxiliares administrativos: no mínimo 01 (um) exclusivo da 
unidade; 
VII - Funcionários exclusivos para serviço de limpeza da unidade, em 
cada turno. 
Art. 15. Médicos plantonistas, enfermeiros assistenciais, 
fisioterapeutas e técnicos de enfermagem devem estar disponíveis em 
tempo integral para assistência aos pacientes internados na UTI, 
durante o horário em que estão escalados para atuação na UTI. 
Art. 16. Todos os profissionais da UTI devem estar imunizados contra 
tétano, difteria, hepatite B e outros imunobiológicos, de acordo com a 
NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde 
estabelecida pela Portaria MTE/GM n.º 485, de 11 de 
novembro de 2005. 
Art. 17. A equipe da UTI deve participar de um programa de educação 
continuada, contemplando, no mínimo: 
I - normas e rotinas técnicas desenvolvidas na unidade; 
II - incorporação de novas tecnologias; 
III - gerenciamento dos riscos inerentes às atividades desenvolvidas na 
unidade e segurança de pacientes e profissionais. 
IV - prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à 
saúde. 
§ 1º As atividades de educação continuada devem estar registradas, 
com data, carga horária e lista de participantes. 
§ 2º Ao serem admitidos à UTI, os profissionais devem receber 
capacitação para atuar na unidade 
O tratamento e rotina do paciente, o processo de trabalho, entre outros é 
definido e especificado conforme a Seção V: 
 Art. 21. Todo paciente internado em UTI deve receber assistência 
integral e interdisciplinar. 
Art. 22. A evolução do estado clínico, as intercorrências e os cuidados 
prestados devem ser registrados pelas equipes médica, de 
enfermagem e de fisioterapia no prontuário do paciente, em cada turno, 
e atendendo as regulamentações dos respectivos conselhos de classe 
profissional e normas institucionais. 
Art. 23. As assistências farmacêutica, psicológica, fonoaudiológica, 
social, odontológica, nutricional, de terapia nutricional enteral e 
parenteral e de terapia ocupacional devem estar integradas às demais 
atividades assistenciais prestadas ao paciente, sendo discutidas 
conjuntamente pela equipe multiprofissional. 
Parágrafo único. A assistência prestada por estes profissionais deve 
ser registrada, assinada e datada no prontuário do paciente, de forma 
legível e contendo o número de registro no respectivo conselho de 
classe profissional. 
Art. 24. Devem ser assegurados, por todos os profissionais que atuam 
na UTI, os seguintes itens: 
I - preservação da identidade e da privacidade do paciente, 
assegurando um ambiente de respeito e dignidade; 
II - fornecimento de orientações aos familiares e aos pacientes, quando 
couber, em linguagem clara, sobre o estado de saúde e a assistência 
a ser prestada desde a admissão até a alta; 
 
8 
 
III - ações de humanização da atenção à saúde; 
IV - promoção de ambiência acolhedora; 
V - incentivo à participação da família na atenção ao paciente, quando 
pertinente. 
Art. 25. A presença de acompanhantes em UTI deve ser normatizada 
pela instituição, com base na legislação vigente. 
Art. 26. O paciente consciente deve ser informado quanto aos 
procedimentos a que será submetido e sobre os cuidados requeridos 
para execução dos mesmos. 
Parágrafo único. O responsável legal pelo paciente deve ser informado 
sobre as condutas clínicas e procedimentos a que o mesmo será 
submetido. 
Art. 27. Os critérios para admissão e alta de pacientes na UTI devem 
ser registrados, assinados pelo Responsável Técnico e divulgados 
para toda a instituição, além de seguir legislação e normas 
institucionais vigentes. 
Art. 28. A realização de testes laboratoriais remotos (TLR) nas 
dependências da UTI está condicionada ao cumprimento das 
disposições da Resolução da Diretoria Colegiada da Anvisa - RDC nº 
302, de 13 de outubro de 2005. 
2.1 Requisitos específicos para UTI pediátrica 
A Resolução nº 7(BRASIL, 2010), possui seções especificando os 
recursos materiais direcionados para cada tipo de Unidade de Terapia 
Intensiva: adulto, pediátrica, pediátrica mista e neonatal 
Para a UTI pediátrica os recursos materiais obrigatórios são 
(BRASIL, 2010): 
Art. 61. Devem estar disponíveis, para uso exclusivo da UTI Pediátrica, 
materiais e equipamentos de acordo com a faixa etária e 
biotipo do paciente. 
Cada leito de UTI Pediátrica deve possuir, no mínimo, os seguintes 
equipamentos e materiais: (BRASIL, 2010) 
 Berço hospitalar com ajuste de posição, grades laterais e rodízios; 
 Equipamento para ressuscitação manual do tipo balão auto inflável, com 
reservatório e máscara facial: 01(um) por leito, com reserva operacional de 01 
(um) para cada 02 (dois) leitos; 
 Estetoscópio; 
 Conjunto para nebulização; 
 Quatro (04) equipamentos para infusão contínua e controlada de fluidos 
("bomba de infusão"), com reserva operacional de 01 (um) para cada 03 (três) 
leitos; 
 
9 
 
 Fita métrica; 
 Poltrona removível, com revestimento impermeável, destinada ao 
acompanhante: 01 (uma) por leito; 
Equipamentos e materiais que permitam monitorização contínua de: 
 Frequência respiratória 
 Oximetria de pulso 
 Frequência cardíaca 
 Cardioscopia 
 Temperatura 
 Pressão arterial não-invasiva 
 
Cada UTI Pediátrica deve dispor, no mínimo, de: (BRASIL, 2010) 
I - berço aquecido de terapia intensiva: 
1(um) para cada 5 (cinco) leitos; 
II - estadiômetro; 
III - balança eletrônica portátil; 
IV - oftalmoscópio; 
V otoscópio; 
VI - materiais para punção lombar; 
VII - materiais para drenagem liquórica 
em sistema fechado; 
VIII - negatoscópio; 
IX - capacetes ou tendas para 
oxigenoterapia; 
X - máscara facial que permite diferentes 
concentrações de Oxigênio: 01 (um) 
para cada 02 (dois) leitos; 
XI - materiais para aspiração traqueal 
em sistemas aberto e fechado; 
XII - aspirador a vácuo portátil; 
XIII - equipamento para mensurar 
pressão de balonete de tubo/cânula 
endotraqueal ("cuffômetro"); 
XIV - capnógrafo: 01 (um) para cada 10 
(dez) leitos; 
XV - ventilador pulmonar mecânico 
XXIV - materiais e equipamento para 
monitorização de pressão arterial 
invasiva: 01 (um) equipamento para 
cada 05 (cinco) 
leitos, com reserva operacional de 01 
(um) equipamento para cada 10 (dez) 
leitos; 
XXV - materiais para punção pericárdica; 
XXVI - eletrocardiógrafo portátil; 
XXVII - kit ("carrinho") contendo 
medicamentos e materiais para 
atendimento às emergências: 01 (um) 
para cada 05 (cinco) leitos ou fração; 
XXVIII - equipamento desfibrilador e 
cardioversor, com bateria, na unidade; 
XXIX - marcapasso cardíaco temporário, 
eletrodos e gerador: 01 (um) 
equipamento para a unidade; 
XXX - equipamento para aferição de 
glicemia capilar, específico para uso 
hospitalar: 01 (um) para cada 05 (cinco) 
leitos ou fração; 
XXXI - materiais para curativos; 
XXXII - materiais para cateterismo 
 
10 
 
microprocessado: 01 (um) para cada 02 
(dois) leitos, com reserva operacional de 
01 (um) equipamento para cada 05 
(cinco) leitos, devendo dispor cada 
equipamento de, no mínimo, 02 (dois) 
circuitos completos. 
XVI - equipamento para ventilação 
pulmonar não-invasiva: 01(um) para 
cada 10 (dez) leitos, quando o ventilador 
pulmonar microprocessado não possuir 
recursos para realizar a modalidade de 
ventilação não invasiva; 
XVII - materiais de interface facial para 
ventilação pulmonar não-invasiva: 01 
(um) conjunto para cada 05 (cinco) 
leitos; 
XVIII - materiais para drenagem torácica 
em sistema fechado; 
XIX - materiais para traqueostomia; 
XX - foco cirúrgico portátil; 
XXI - materiais para acesso venosoprofundo, incluindo cateterização venosa 
central de inserção periférica (PICC); 
XXII - material para flebotomia; 
XXIII - materiais para monitorização de 
pressão venosa central; 
vesical de demora em sistema fechado; 
XXXIII - maca para transporte, com 
grades laterais, com suporte para 
equipamento de infusão controlada de 
fluidos e suporte para cilindro de 
oxigênio: 01 (uma) para cada 10 (dez) 
leitos ou fração; 
XXXIV - equipamento(s) para 
monitorização contínua de múltiplos 
parâmetros (oximetria de pulso, pressão 
arterial não-invasiva; cardioscopia; 
frequência respiratória) específico para 
transporte, com bateria: 01 (um) para 
cada 10 (dez) leitos ou fração; 
XXXV - ventilador pulmonar específico 
para transporte, com bateria: 01 (um) 
para cada 10 (dez) leitos ou fração; 
XXXVI - kit ("maleta") para acompanhar 
o transporte de pacientes graves, 
contendo medicamentos e materiais 
para atendimento às emergências: 01 
(um) para cada 10 (dez) leitos ou fração; 
XXXVII - cilindro transportável de 
oxigênio; 
XXXVIII - relógio e calendário de parede; 
XXXIX - refrigerador, com temperatura 
interna de 2 a 8°C, de uso exclusivo para 
guarda de medicamentos, com 
monitorização e registro de temperatura. 
2.2 Dimensionamento e estimativa de internações e leitos 
De acordo com a Portaria GM/MS Nº 3432 de 1998, UTI pediátrica: 
 São unidades hospitalares destinadas ao atendimento de pacientes 
graves ou de risco que dispõem de assistência médica e de 
enfermagem ininterruptas com equipamentos específicos próprios, 
recursos humanos especializados e que tenham acesso a outras 
 
11 
 
tecnologias destinadas a diagnóstico e terapêutica e que atendem 
crianças de 28 dias a 14 ou 18 anos, dependendo das rotinas 
hospitalares estabelecidas. 
O Ministério da Saúde (2013), descreve sobre a definição de tipologia dos 
leitos, dentre outros, da seguinte forma: 
Para estabelecer a tipologia para a classificação de leitos hospitalares 
foram levadas em consideração as seguintes dimensões: faixa etária, 
tempo de permanência e definição diagnóstico/terapêutica, intensidade 
do cuidado, tipo de especialidade. 
As taxas de internação são definidas a partir de vários critérios, como 
descreve o Ministério da Saúde (2013). 
Ao se definir as taxas de internação por especialidade deve-se lembrar, 
em primeiro lugar, que a taxa de Internação é resultante de fenômenos 
complexos. É consequência da distribuição das doenças na população e de sua 
estrutura etária, da cultura das escolas médicas locais que modula a indicação 
de internações hospitalares, da oferta anterior de leitos e da existência de 
critérios consensados (protocolos) para internação e funcionamento das 
Centrais de Regulação, além de traços culturais da população que podem 
modificar os comportamentos relativos e as demandas à hospitalização. Isso 
sem falar de fenômenos bem estabelecidos pelos estudos de economia da saúde 
como risco moral e seleção adversa. 
A proporção esperada de internação com UTI em determinada 
especialidade é estimada a partir dos dados do SIH – Sistema de Informações 
Hospitalares sobre número de internações com UTI naquela especialidade e 
número total das internações na mesma especialidade. 
2.3 Estrutura da UTI 
Uma estrutura de UTI para ser projeta, construída ou modificada, requer 
um conhecimento das normas e resoluções disponibilizadas pelos órgãos 
regulamentadores e experiência dos profissionais de terapia intensiva, que estão 
familiarizados com as necessidades específicas da população de pacientes 
Revisões periódicas devem ser consideradas na medida que a prática da terapia 
intensiva evolui. (MALTA e NISHIDE, 2019 apud WEDEL et al, 1985) 
 
12 
 
O projeto deve ser acompanhado por um grupo multidisciplinar de 
profissionais que tanto vivenciam e atuam em ambiente de UTI, quanto 
entendem das normas e resoluções para construção de um espaço desses: 
enfermeiros, médicos, arquiteto principal, administrador hospitalar e 
engenheiros. (MALTA e NISHIDE, 2019 apud PIERGEORGE, CESERANO e 
CASANOVA, 1983) 
Esse grupo deve avaliar a demanda esperada da UTI baseado na 
avaliação dos pontos de fornecimento de seus pacientes, nos critérios de 
admissão e alta, e na taxa esperada de ocupação. Além dessa demanda é 
necessária a análise dos recursos médicos, pessoal de suporte (enfermagem, 
fisioterapia, nutricionista, psicólogo e assistente social) e pela disponibilidade 
dos serviços de apoio (laboratório, radiologia, farmácia e outros). (MALTA e 
NISHIDE, 2019 apud TASK,1991) 
O Ministério da Saúde publicou, em 2002, uma RDC – Resolução da 
Direção Colegiada nº 50 que “Dispõe sobre o Regulamento Técnico para 
planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de 
estabelecimentos assistenciais de saúde. ” (BRASIL, 2002). 
Essa RDC instrui sobre os projetos para a construção, complementação, 
reforma ou ampliação de uma edificação ou conjunto de edificações serão 
desenvolvidos, basicamente, em três etapas: estudo preliminar, projeto básico e 
projeto executivo. (BRASIL, 2002). 
O desenvolvimento consecutivo dessas etapas terá, como ponto de 
partida, o programa de necessidades (físico-funcional) do EAS onde deverão 
estar definidas as características dos ambientes necessários ao 
desenvolvimento das atividades previstas na edificação. (BRASIL, 2002) 
Resumidamente, temos: 
 
UNIDADE / AMBIENTE DIMENSIONAMENTO 
 QUANTIFICAÇÃO (min.) DIMENSÃO (min.) 
Internação intensiva 
UTI / CTI 
É obrigatória a existência em 
hospitais terciários e em 
secundários com cap. ≥ 100 L., 
bem como nos especializados 
 
 
13 
 
que atendam pacientes graves 
ou de risco e em EAS 
(Estabelecimento Assistencial 
de Saúde) que atendam 
gravidez /parto de alto risco. 
Neste último caso o EAS deve 
dispor de dispor de UTIs adulto 
e neonatal. 
Posto de enfermagem / 
área de serviço de 
enfermagem. 
Um para cada área coletiva ou 
conjunto de quartos, 
independente do nº de leitos. 
Ao menos um dos postos (quando 
houver mais de um) deve possuir 
6,0 m². 
Área para prescrição 
médica 
 1,5 m 
Quarto (isolamento ou 
não) 
Mínimo de 5 leitos podendo 
existir quartos ou áreas 
coletivas, ou ambos a critério 
do EAS. O nº de leitos de UTI 
deve corresponder a no mínimo 
6% do total de leitos do EAS. 
10,0 m² com distância de com 
distância de 1 m entre paredes e 
leito, exceto cabeceira e pé do leito 
= 1,2 m. 
Área coletiva de 
tratamento (exceto 
neonatologia ) 
Deve ser previsto um quarto de 
isolamento para cada 10 leitos 
de UTI, ou fração. 
9,0 m² por L. com distância de 1 m 
entre paredes e L., exceto 
cabeceira, de 2 m entre L. e pé do 
L.= 1,2 m (o espaço destinado a 
circulação da unidade pode estar 
incluído nesta distância) 
Sala de higienização e 
preparo de equip./ mat. 
Dispensável se esta atividade 
ocorrer na CME 
4,0 m²com dim. mínima = 1,5 m 
Sala de entrevistas 6,0 m² 
Fonte: adaptado de Arq° Flávio de Castro Bicalho 
Ambientes de apoio: 
 Sala de utilidades 
 Sala de espera para acompanhantes e visitantes 
 
14 
 
 Quarto de plantão 
 Secretaria 
 Rouparia 
 Depósito de material de limpeza 
 Depósito de equipamentos e materiais 
 Copa 
 Banheiro para quarto de plantão 
 Sanitários com vesti rios com vestiários para rios para funcionários. 
(masculino e feminino) 
 Sanitário para pacientes (geral). Pode ser substituído, quando se 
fizer uso de quartos individuais, por equipamento ou bancada 
contendo lavatório e bacia sanitária juntos. 
 * - Área de estar para equipe de saúde 
 * -Sanitário para público (junto à sala de espera) 
3 GESTÃO DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA 
 
Fonte: idgt.org.br 
A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um espaço no qual se convive 
com pacientes em estado grave e que muitas vezes estão em risco iminente de 
morte. (BRAGA et al, 2015). 
 
15 
 
A rotina e as atividadesdesempenhadas em uma Unidade de Tratamento 
Intensivo – UTE é complexo e intenso, devendo o enfermeiro estar preparado 
para a qualquer momento, atender pacientes com alterações hemodinâmicas 
importantes, as quais requerem conhecimento específico e grande habilidade 
para tomar decisões e implementá-las em tempo hábil. Portanto, a atuação do 
enfermeiro nessa rotina de cuidados, desempenha importante papel no âmbito 
da Unidade de Terapia Intensiva. (VARGAS E BRAGA, 2007) 
Para Braga et al (2015) enfermagem possui multifunções que abrange, 
primordialmente, a função de cuidar e de administrar, além de organizar, 
controlar e favorecer as práticas de cuidado. Quando se trata do trabalho 
exercido pelo enfermeiro intensivista, ele é cercado por múltiplas demandas de 
atenção “decorrentes da complexidade do cuidado prestado, do próprio 
ambiente de trabalho e das exigências provenientes, tanto da prestação de 
cuidado aos pacientes quanto da própria instituição de saúde” (apud SANTOS, 
2007) 
O Cuidado Intensivo dispensado a pacientes críticos, torna-se mais eficaz 
quando desenvolvido em unidades específicas, que propiciam recursos e 
facilidades para a sua progressiva recuperação (VARGAS e BRAGA, 2007 apud 
GOMES, 1988) 
Com relação ao ambiente das Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica 
(UTIP), Braga et al (2015) esclarece que “são desenhadas para proporcionar 
cuidados e tratamentos complexos para as crianças criticamente enfermas. 
Possuem recursos humanos, máquinas, equipamentos e dispositivos complexos 
para cumprir esses objetivos. ” 
 Especificamente no que diz respeito aos recursos humanos, profissionais 
se organizam em um trabalho interdisciplinar e especializado para oferecer 
adequada assistência às crianças e familiares durante a internação (BRAGA et 
al, 2015). 
3.1 Critérios de prioridade para admissão em UTI 
O CFM – Conselho Federal de Medicina, publicou no DOU – Diário Oficial 
da União a Resolução 2.156/16, que define os critérios para admissão de 
pacientes em UTI visando nortear as decisões na seleção de pacientes para 
 
16 
 
ocupação desses leitos. Esses critérios foram baseados em princípios científicos 
éticos para orientar e nortear quanto a eleger quais pacientes devem ser ou não, 
internados na UTI, de acordo com seu quadro. (AMIB, 2016) 
Segundo o CFM, as prioridades para admissão são: (AMIB,2016) 
 
1. Pacientes que necessitam de intervenções de suporte à vida, com 
alta probabilidade de recuperação e sem nenhuma limitação de suporte 
terapêutico. 
2. Pacientes que necessitam de monitorização intensiva, pelo alto risco 
de precisarem de intervenção imediata, e sem nenhuma limitação de suporte 
terapêutico. 
3. Pacientes que necessitam de intervenções de suporte à vida, com 
baixa probabilidade de recuperação ou com limitação de intervenção 
terapêutica. 
4. Pacientes que necessitam de monitorização intensiva, pelo alto risco 
de precisarem de intervenção imediata, mas com limitação de intervenção 
terapêutica. 
5. Pacientes com doença em fase de terminalidade, ou moribundos, 
sem possibilidade de recuperação. Em geral, esses pacientes não são 
apropriados para admissão na UTI (exceto se forem potenciais doadores de 
órgãos). No entanto, seu ingresso pode ser justificado em caráter excepcional, 
considerando as peculiaridades do caso e condicionado ao critério do médico 
intensivista. 
Fonte: AMIB,2016 
3.2 Referencial quantitativo para equipe de enfermagem 
O Cofen – Conselho Federal de Enfermagem, elaborou a Resolução 
543/2017 que estabelece os parâmetros mínimos para dimensionar o 
quantitativo de profissionais de enfermagem, em suas diferentes categorias, nos 
locais onde irão atuar. (COFEN,2017) 
Dentre os critérios e requisitos estabelecidos, essa resolução determina: 
Art. 3º O referencial mínimo para o quadro de profissionais de 
enfermagem, para as 24 horas de cada unidade de internação (UI), 
 
17 
 
considera o SCP, as horas de assistência de enfermagem, a 
distribuição percentual do total de profissionais de enfermagem e a 
proporção profissional/paciente. Para efeito de cálculo, devem ser 
consideradas: 
I – como horas de enfermagem, por paciente, nas 24 horas: 
1) 4 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado mínimo; 
2) 6 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado intermediário; 
3) 10 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado de alta 
dependência (2); 
4) 10 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado semi-intensivo; 
5) 18 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado intensivo. 
II – A distribuição percentual do total de profissionais de enfermagem, 
deve observar: 
a) O SCP e as seguintes proporções mínimas: 
1) Para cuidado mínimo e intermediário: 33% são enfermeiros 
(mínimo de seis) e os demais auxiliares e/ou técnicos de enfermagem; 
2) Para cuidado de alta dependência: 36% são enfermeiros e os 
demais técnicos e/ou auxiliares de enfermagem; 
3) Para cuidado semi-intensivo: 42% são enfermeiros e os demais 
técnicos de enfermagem; 
4) Para cuidado intensivo: 52% são enfermeiros e os demais técnicos 
de enfermagem. 
 
III – Para efeito de cálculo devem ser consideradas: o SCP e a 
proporção profissional/paciente nos diferentes turnos de trabalho 
respeitando os percentuais descritos na letra “a” do item II: 
1) cuidado mínimo: 1 profissional de enfermagem para 6 pacientes; 
2) cuidado intermediário: 1 profissional de enfermagem para 4 
pacientes; 
3) cuidado de alta dependência: 1 profissional de enfermagem para 
2,4; 
4) cuidado semi-intensivo: 1 profissional de enfermagem para 2,4; 
5) cuidado intensivo: 1 profissional de enfermagem para 1,33. 
3.3 Atribuições da equipe de enfermagem em UTI 
O enfermeiro é responsável pela assistência na avaliação, sendo que o 
resultado desta avaliação implica muitas vezes na decisão sobre a assistência 
no dia seguinte. Portanto se no decorrer do dia houver falhas em uma decisão, 
isto ocasionará uma situação grave. Portanto, nesse campo, os enfermeiros têm 
profundo conhecimento das necessidades dos pacientes no que abrange o 
processo patológico e suas consequências. (VARGAS e BRAGA, 2007 apud 
KURCGANT,1991). 
Para se atuar em um UTI o profissional precisa ter um conhecimento 
profundo e científico em vários aspectos. O papel do enfermeiro na UTI abrange 
obter a história do paciente, fazer exame físico, executar tratamento, 
aconselhando e ensinando a manutenção da saúde e orientando os enfermos 
para uma continuidade do tratamento e medidas. Além da assistência voltada ao 
 
18 
 
paciente, ao enfermeiro compre coordenar e gerencias a equipe de enfermagem, 
sendo que isto não significa distribuir tarefas e sim o conhecimento de si mesmo 
e das individualidades de cada um dos componentes da equipe. (VARGAS e 
BRAGA, 2007 apud HUDAK e GALLO, 1997) 
Conforme estabelecido pela lei do exercício profissional 7.498/86, DE 25 
de Junho de 1986, que dispõe sobre a regulamentação do exercício da 
Enfermagem e dá outras providências, as atribuições da equipe de Enfermagem 
em UTI são definidas em: (COFEN, 1986) 
 
ENFERMEIRO COORDENADOR 
 Normatizar e fazer cumprir as normas e rotinas na unidade de terapia intensiva, 
de forma democrática, mantendo-as sempre atualizadas e disponíveis à equipe 
e estudantes; 
 Participar, em conjunto com a Coordenação de Enfermagem, na seleção dos 
técnicos de que irão compor o quadro da equipe de enfermagem da Semi-
intensiva; 
 Confeccionar escala mensal do pessoal de Enfermagem Auxiliar/Técnico e 
Enfermeiro; 
 Confeccionar escala anual de férias da equipe de enfermagem; 
 Integrar a Semi-intensiva com os demais serviços da instituição, priorizando a 
ética profissional e zelando pelo trabalho multiprofissional; 
 Assessorar a direção do hospital nos assuntos referentes à sua área de 
atribuição; 
 Manter a equipe de enfermagem atualizada, organizando ciclos de atualizações, 
em consonância com a equipeMédica e registrando informes em livro de 
relatório; 
 Convocar e presidir reuniões com funcionários do setor, registrando 
cuidadosamente todos os assuntos discutidos em livro ata destinado 
exclusivamente a este fim; 
 Organizar, incentivar e participar de confraternizações em datas especiais e 
aniversários, de todos os membros da equipe; 
 Encaminhar comunicações de troca à coordenação de Enfermagem seguindo 
sempre as determinações desta; 
 
19 
 
 Prever e prover os recursos materiais, garantindo uma assistência adequada, 
sem quebra da continuidade, registrando pendências ou problemas relacionados 
no livro de relatório; 
 Supervisionar o adequado uso dos recursos materiais; 
 Coordenar, supervisionar e avaliar periodicamente as atividades da equipe de 
enfermagem; 
 Supervisionar a arrumação do armário de reserva de medicamentos e materiais; 
 Supervisionar manutenção preventiva e limpeza de equipamentos de reserva; 
 Controlar saída e recebimento de materiais para manutenção ou reposição; 
 Manter lista de equipamentos existentes na unidade devidamente atualizada; 
 Zelar pela garantia da sistematização da assistência de enfermagem; 
 Providenciar a realização de exames complementares a serem realizados fora 
da instituição; 
 Ter resolubilidade frente aos problemas detectados para o bom funcionamento 
da unidade; 
 Fazer censo mensal; 
 Realizar relatório, anualmente e sempre que necessário, para a Coordenação de 
Enfermagem, documentando fatos, atividades e desempenho anual, sugerindo 
atitudes em conformidade com a equipe de enfermagem; 
 Estimular, facilitar e participar da elaboração de trabalhos científicos; 
 Zelar pela manutenção de comportamento ético, juntamente com todos os 
membros da equipe, frente a familiares e funcionários de outros setores do 
hospital; 
 Coordenar e supervisionar estágios de profissionais de saúde no seu serviço; 
 Prestar assistência direta ao paciente conforme necessidade do mesmo. 
ENFERMEIRO ASSISTENCIAL 
 Realizar escala diária dos técnicos de enfermagem, para o período posterior; 
 Participar, em conjunto com o Enfermeiro Coordenador, no processo de 
avaliação dos técnicos do setor, e da seleção de novos funcionários; 
 Participar do processo de integração, junto aos demais serviços da instituição, 
priorizando a ética profissional e zelando pela unidade profissional; 
 Colaborar com a atualização dos profissionais que compõem a equipe de 
enfermagem; 
 Participar de reuniões, sempre que convidado; 
 Primar pela continuidade da passagem de plantão de forma sistematizada; 
 
20 
 
 Realizar a evolução e prescrição de enfermagem de forma completa, precisa e 
legível; 
 Comandar, supervisionar e avaliar as atividades desenvolvidas pela equipe de 
técnicos de enfermagem no cuidado diário prestado aos clientes; 
 Prestar assistência de enfermagem de forma sistematizada; 
 Prestar cuidados diretos ao cliente, de maior complexidade técnica, que exijam 
conhecimento científico e capacidade de tomar decisões imediatas, com 
observância à legalização das ações e rotinas institucionais; 
 Manter familiares atualizados acerca da evolução clinica, com base nos 
princípios do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem; 
 Esclarecer aos clientes dúvidas e indagações necessárias; 
 Supervisionar e observar a realização de controles gerais, a cada 02 (duas) 
horas, ou antes, se necessário através da equipe de técnicos de enfermagem 
e/ou, estudantes, sistematicamente: 
1) Temperatura; 
2) Frequência cardíaca; 
3) Frequência respiratória; 
4) Pressão arterial; 
5) Pressão Venosa Central (a cada 04 horas), em clientes com acesso 
venoso central, e quando necessário; 
6) Líquidos infundidos via parenteral; 
7) Líquidos infundidos via enteral; 
8) Líquidos eliminados; 
9) Oximetria de pulso. 
 Providenciar a realização de exames complementares solicitados para o cliente; 
 Supervisionar e checar os aparelhos em uso e carro de emergência a cada período 
de trabalho e após uso diante de intercorrências; 
 Fechar censo diário à meia noite e abrir censo do dia seguinte; 
 Manter atualizado o livro de registro de clientes; 
 Realizar relatório diário das ocorrências do plantão; 
 Participar, estimular, colaborar e realizar trabalhos científicos; 
 Controlar entorpecentes; 
 Testar os aparelhos a cada período de trabalho e a cada preparo para utilização: 
desfibriladores; respiradores; eletrocardiograma; oxímetros; 
 Preparar e administrar medicamentos, atentando para possíveis efeitos adversos; 
 
21 
 
 Zelar pela manutenção de comportamento ético, juntamente com todos os 
membros da equipe, frente a familiares e funcionários de outros setores do 
Hospital; 
 Prover o setor de recursos materiais quando necessários; 
 Prestar orientações após alta dos clientes; 
 Orientar e supervisionar os visitantes quanto à lavagem das mãos e cumprimento 
de medidas de controle de infecção hospitalar. 
AUXILIARES E TÉCNICOS DE ENFERMAGEM 
 Assistir e passar plantão de forma sistematizada; 
 Prestar assistência integral ao cliente, sob supervisão do enfermeiro; 
 Fazer controle geral do cliente a cada duas horas, comunicando ao enfermeiro 
ou ao médico intensivista quaisquer alterações; 
 Auxiliar o enfermeiro na assistência ao cliente grave; 
 Executar prescrições de enfermagem; 
 Participar ativamente no processo de admissão de clientes, conforme rotina; 
após alta do cliente, por transferência ou óbito: 
 Retirar materiais utilizados e encaminhá-los ao expurgo, colocando-os em 
recipiente adequado para encaminhamento a CME: 
 Solicitar ao funcionário da higienização a limpeza do leito; 
 Arrumar o leito; 
 Encaminhar os pertences do cliente à família, ou, em caso de transferência, 
encaminhar pertences e medicação a unidade receptora, juntamente com 
exames de RX e tomografia; 
 Manter a organização do setor; 
 Realizar desinfecção das lâminas do laringoscópio, após o seu uso, e repô-las à 
bandeja; 
 Controlar materiais, repondo quando utilizado; 
 Observar os aparelhos em uso, a cada período de trabalho; 
 Cumprir escalas mensal e diária; 
 Manter comportamento ético junto aos membros da equipe, familiares e outros 
setores do hospital; 
 Respeitar hierarquia; 
 Participar das reuniões, quando convidado; 
 Colaborar, incentivar e participar das confraternizações em datas especiais e 
aniversários; 
 
22 
 
 Encaminhar os materiais utilizados no período para CME, a fim de serem 
esterilizados; 
 Buscar materiais esterilizados na CME e arrumá-los nos armários específicos; 
 Responsabilizar-se, conforme escala, pelos encaminhamentos, controle e 
arrumação dos materiais estéreis, obedecendo ao fluxo: CME-UNIDADE-CME. 
4 A ADMISSÃO DE CRIANÇA NA UTI PEDIÁTRICA 
 
Fonte: nutritotal.com.br 
A admissão do paciente na UTI, é o ato de admitir pacientes para ocupar 
um leito hospitalar por um período no mínimo de 24 horas, devendo ser recebido 
por um profissional de enfermagem da unidade, que prestará todos os cuidados 
referentes ao ato da internação e o encaminhará ao leito. (SANTOS et al, 2017) 
Essa primeira etapa é fundamental para se estabelecer os cuidados e a 
assistência que será dispensada ao paciente, através do conhecimento de sua 
patologia e as condições em que o mesmo se encontra para internação. 
Algumas orientações e objetivos, auxiliam para nortear essa admissão: 
(SANTOS et al, 2017) 
 Receber a criança e o familiar transmitindo gentileza e cordialidade; 
 Aliviar as tensões causadas por uma internação hospitalar; 
 Colher as primeiras informações acerca da criança; 
 Ambientar criança e responsável, de modo a facilitar a adaptação ao 
ambiente hospitalar; 
 
23 
 
 Traçar o plano inicial dos cuidados de enfermagem 
 
MATERIAIS A SEREM UTILIZADOS 
Prontuário e exames pré-existentes; 
  Aparelho de PA; 
 Estetoscópio; 
 Termômetrodigital; 
 Balança digital de bebê ou de adulto (dependendo da idade da criança);  
Caneta; 
 Papel; 
 Antropômetro vertical ou Régua antropométrica ou Régua fixa na parede 
(dependendo da idade da criança); 
 Material para banho de leito, ou de imersão (dependendo da idade e das 
condições de saúde da criança); 
  Roupas próprias para idade da criança 
PROCEDIMENTOS A SEREM REALIZADOS 
1. Higienizar as mãos; 
2. Identificar a criança com pulseira colocada preferencialmente em pulso 
direito, constando nome completo da criança, nome completo da mãe, data 
de nascimento e prontuário; 
 3. Providenciar as aferições de peso, estatura, TPR e PA, conforme POPs 
para cada procedimento; 
4. Aferir perímetros: cefálico, torácico e abdominal, em caso de crianças com 
até 05 anos de idade; 
5. Encaminhar ao banho de aspersão ou imersão caso condições da criança 
permitam; 
6. Providenciar banho no leito em caso de impossibilidade de banho de 
aspersão ou imersão; 
 7. Encaminhar a criança ao leito já arrumado para a sua admissão; 
8. Apresentá-los as demais crianças internadas na enfermaria; (Quando a 
condição da mesma permitir) 
9. Orientar a criança de acordo com sua idade e ao responsável as normas e 
rotinas do hospital, tais como: horário de visitas; uso da televisão; recreação 
 
24 
 
e repouso; (Quando a condição da mesma permitir, caso não, orientar aos 
responsáveis) 
10. Orientar quanto à localização das instalações sanitárias, horário de 
alimentação, localização do refeitório para as refeições do acompanhante e o 
horário máximo de entrar na enfermaria para o acompanhamento da criança 
no horário noturno. (Bem como as demais atividades e rotinas do hospital, no 
que concerne ao acompanhante enquanto estiver no hospital) 
 11. Colocar- se a disposição para esclarecimentos das dúvidas e auxílio no 
que for necessário; 
12. Apresentar a equipe de plantão identificando todos os profissionais de 
saúde; 
13. Identificar o leito da criança; 
14. Providenciar os registros constando todos os dados encontrados no 
exame físico, evolução de enfermagem, aferição de perímetros, TPR e PA; 
15. Aprazar a prescrição médica e encaminhar à farmácia; 
16. Comunicar a nutrição a admissão da criança; 
17. Iniciar tratamento prescrito, de acordo com as prioridades do estado da 
criança; 
18. Registrar no Censo Hospitalar; 
19. Registrar no Livro de Admissões, transferências e altas da enfermaria 
Fonte: adaptado de SANTOS et al, 2017 
4.1 Critérios para admissão do paciente em UTI. 
O CFM – Conselho Federal de Medicina, elaborou uma resolução – 
Resolução CFM nº 2.156/2016 – que estabelece os critérios para alta e admissão 
do paciente em Unidade de Terapia Intensiva. Essa resolução tem o intuito de 
orientar quanto a decisão de internar o paciente ou não em uma UTI, visto que 
a realidade do Brasil mostra que não há quantidade de leitos suficientes para 
toda a população. Portanto são necessários critérios para definir quais pacientes 
devem ser tratados na UTI de forma que sua melhora e consequente alta, seja 
eficaz. 
Conforme descrito na Resolução nº 2.156/2016 (CFM,2016), os critérios 
para admissão são: 
 
25 
 
Art. 1º 
As admissões em unidade de tratamento intensivo (UTI) devem 
ser baseadas em: 
I) diagnóstico e necessidade do paciente; 
II) serviços médicos disponíveis na instituição; 
III) priorização de acordo com a condição do paciente; 
IV) disponibilidade de leitos; 
V) potencial benefício para o paciente com as intervenções 
terapêuticas e prognóstico 
Art. 3º 
As solicitações de vagas para unidade de tratamento intensivo (UTI) 
deverão ser justificadas e registradas no prontuário do paciente pelo 
médico solicitante. 
Art. 4º 
A admissão e a alta do paciente da unidade de tratamento intensivo 
(UTI) devem ser comunicadas à família e/ou responsável legal. 
Art. 5º 
São considerados critérios de admissão em unidade de tratamento 
intensivo 
(UTI) instabilidade clínica, isto é, necessidade de suporte para as 
disfunções orgânicas, e monitoração intensiva. 
5 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À CRIANÇA INTERNADA 
 
Fonte: szpilman.com 
5.1 Suporte ventilatório 
O gerenciamento seguro das vias aéreas é essencial para garantir a 
viabilidade anestésica e, em casos de insuficiência respiratória de difícil 
tratamento, pode salvar a vida do paciente. Assim, a falha no reconhecimento e 
 
26 
 
o manejo inadequado da via aérea podem ter consequências desastrosas. (LA 
TORRE et al, 2015) 
Para Matsumoto e Carvalho (2007), as principais indicações para 
intubação traqueal em pediatria: 
Estão nas situações de emergência, tais como parada 
cardiorrespiratória, insuficiência respiratória, hipoventilação, choque, 
coma, pós-operatório e politraumatismo. A intubação traqueal também 
pode ser utilizada para controle da ventilação (PaCO2) e para 
administração de medicamentos como o surfactante e aqueles 
indicados na parada cardiorrespiratória. Podemos considerar que todo 
paciente que necessita de suporte ventilatório através de ventilação 
pulmonar mecânica tem indicação de intubação traqueal. 
A ventilação em pacientes pediátricos cujo quadro apresenta esforço 
respiratório a VOF – Via Aérea Orofaríngea é uma forma benéfica, a qual 
também é conhecida como Cânula de Guedel. (MACHADO, 2019) 
 
 
 
Fonte: edisciplinas.usp.br 
Permeabilização das vias aéreas 
As vias aéreas da criança diferem da do adulto e sofrem alterações 
significativas desde o nascimento até a idade escolar. (MATSUMOTO e 
CARVALHO, 2007) 
 Via aérea mais estreita e curta 
 
27 
 
 Língua grande em relação à orofaringe 
 Laringe cefalizada 
 Área cricóide estreita 
 
Matsuno (2012), descreve sobre os procedimentos para realização da 
permeabilização das vias aéreas: 
1) Posicionamento: Pode ocorrer obstrução de vias aéreas pelo 
posicionamento inadequado da cabeça devido à flexão do pescoço e, em 
crianças sonolentas ou inconscientes, em decorrência de relaxamento da 
mandíbula, deslocamento posterior da língua em direção à parede posterior 
da faringe e colapso da hipofaringe. Por isso, é importante que se posicione 
corretamente a cabeça da criança, de forma a alinhar os eixos oral, traqueal 
e faríngeo. 
Esta posição é adquirida colocando-se um coxim em baixo dos ombros 
(crianças < 2 anos) para evitar flexão do pescoço ou um coxim abaixo do 
occipício (a partir de 2 anos), alinhando-se a parte anterior do ombro com o 
meato auditivo. 
 
 
28 
 
Fonte: edisciplinas.usp.br 
 
Fonte: edisciplinas.usp.br 
2) Aspiração: Se necessário, deve-se fazer a limpeza das vias aéreas por meio 
da aspiração de secreção, muco ou sangue. 
3) Abertura das vias aéreas: Realiza-se a abertura das vias aéreas com 
manobra manual de inclinação da cabeça e elevação do queixo. Se houver 
suspeita de lesão de coluna cervical, deve-se elevar a mandíbula, sem 
inclinação da cabeça; caso esta manobra não seja efetiva, pode-se fazer 
uma leve extensão da cabeça, pois a abertura das vias aéreas é prioridade. 
 
 
29 
 
 
Fonte: repositorio.esenfc.pt 
 
Fonte: edisciplinas.usp.br 
 
4) Dispositivos adicionais: Em situações onde os procedimentos e manobras 
anteriores não forem efetivas, alguns dispositivos podem ser utilizados para 
ajudar a permeabilizar as vias aéreas, tais como: a cânula orofaríngea e a cânula 
nasofaríngea. 
 
 
 
30 
 
 
Cânula orofaríngea ou de 
Guedel 
Pode ser usada em pacientes inconscientes e 
serve para aliviar a obstrução causada pela língua. 
A cânula deve ser de tamanho adequado, ou seja, 
deve preencher a distância desde o canto da boca 
até a porção cefálica do ângulo da mandíbula. 
 
 
 
 
Cânula nasofaríngea 
Pode ser usada em crianças conscientes, com 
reflexo de tosse intacto, e em crianças com 
comprometimento do nível de consciência 
apresentando diminuição dos tônus faríngeos ou 
da coordenação, que causam obstrução dasvias 
aéreas superiores. O tamanho adequado do 
comprimento da cânula é aproximadamente a 
distância entre a ponta do nariz até o lóbulo da 
orelha, e seu diâmetro externo não deve ser 
volumoso a ponto de empalidecer as aletas nasais 
Fonte: adaptado de Matsuno, 2012 
Cânula orofaríngea ou de Guedel: 
 
Fonte: portaldomedico.com 
 
31 
 
 
Fonte: portaldomedico.com 
Cânula nasofaríngea 
 
Fonte: misodor.com 
Oxigenação e ventilação 
Sobre a oxigenação e ventilação do paciente, Matsuno (2012) diz: 
A oferta e a demanda de oxigênio estão comprometidas em qualquer 
situação de enfermidade grave (p.ex., insuficiência respiratória, choque 
ou trauma). Portanto, nestas situações, deve-se sempre fornecer 
oxigênio após a permeabilização das vias aéreas. Quando se 
administra oxigênio a uma criança consciente, ela pode agitar com a 
colocação de dispositivos sobre a face, como cânulas ou máscaras, e 
desta forma, piorar o desconforto respiratório. Se isso ocorrer, deve-se 
colocar a criança em posição confortável junto aos pais ou, 
eventualmente, trocar a técnica de fornecimento de oxigênio. Se as 
vias aéreas estiverem pérvias e a ventilação espontânea for efetiva, 
pode-se administrar oxigênio por meio de numerosos dispositivos. A 
 
32 
 
escolha do sistema de oferta de O2 é determinada pelo estado clínico 
da criança e pela concentração desejada de oxigênio. 
Dispositivos de fornecimento de oxigênio: Podem ser divididos em 
sistemas de baixo fluxo e de alto fluxo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMAS DE 
BAIXO FLUXO 
Máscara simples de oxigênio: Fluxos de O2 de 6 a 10 
L/min fornecem 35-60% de oxigênio, devido à entrada de 
ar pelos orifícios laterais de escape (aberturas de 
exalação). A concentração será reduzida se a necessidade 
de fluxo inspiratório for alta, a máscara estiver solta ou o 
fluxo fornecido for muito baixo. 
Cânula ou cateter nasal: Dispositivo adequado para 
crianças que requerem baixas concentrações de oxigênio 
suplementar. A concentração de oxigênio fornecida 
depende da frequência respiratória, do esforço e do 
tamanho corporal; quanto menor a criança, maior a 
quantidade de oxigênio fornecida relativa ao fluxo. A 
concentração de oxigênio também depende de outros 
fatores, como a resistência nasal e de orofaringe, o volume 
corrente, o fluxo inspiratório e o tamanho da nasofaringe. O 
fluxo máximo de O2 utilizado por este dispositivo é de 4 
L/min; fluxos maiores podem provocar irritação da 
nasofaringe. 
 
 
 
 
SISTEMAS DE 
ALTO FLUXO 
Tenda facial: É um compartimento plástico flexível que 
pode ser mais tolerado do que a máscara facial, mesmo 
com altos fluxos de oxigênio (10 a 15 L/min). As 
concentrações de oxigênio, porém, não ultrapassam 40%. 
Uma das vantagens desta tenda é que permite o acesso 
para aspiração de vias aéreas sem interrupção do fluxo 
Capacete ou capuz de oxigênio: Invólucro de plástico 
transparente que abrange a cabeça do paciente. Bem 
tolerado em lactentes pequenos abaixo de 1 ano e permite 
fácil acesso ao tronco e às extremidades do paciente. 
Pode-se também controlar a concentração de gás 
inspirado, sua temperatura e umidade. Fluxos de O2 de 10-
15 L/min fornecem 80 – 90% de concentração de oxigênio. 
 
33 
 
Máscara com reinalação parcial: Consiste em uma 
máscara com uma bolsa reservatório. Com fluxos de O2 de 
10-12 L/min fornece concentração inspirada de 50-60% de 
oxigênio, pois durante a exalação, uma parte do ar exalado 
penetra na bolsa reservatório misturando-se com o 
oxigênio. 
Máscara não reinalante: Consiste em uma máscara com 
uma bolsa reservatório e duas válvulas: Uma válvula é 
incorporada em um ou ambos os orifícios de exalação para 
evitar a entrada de ar ambiente durante a inspiração, e a 
outra válvula localiza-se entre a bolsa reservatório e a 
máscara para evitar fluxo de ar exalado para dentro do 
reservatório. Assim, uma fração inspirada de oxigênio de 
95-100% pode ser atingida com taxa de fluxo de O2 de 10-
15 L/min e o uso de máscara facial bem acoplada à face do 
paciente. 
Máscara de Venturi: É um sistema capaz de fornecer 
concentrações de oxigênio inspirado baixas a moderadas 
(25-60%). Há um dispositivo na máscara que cria uma 
pressão subatmosférica e permite a entrada de uma 
quantidade específica de ar ambiente junto com o O2. 
Devem-se utilizar os dispositivos adequados e os fluxos de 
oxigênio indicados de acordo com a concentração de 
oxigênio desejada 
Fonte: adaptado de Matsuno, 2012 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
Concentrações e o fluxo de oxigênio de acordo com a cor do conector da 
Máscara de Venturi: (UNASUS, 2009) 
 
Fonte: unasus2.moodle.ufsc.br apud McGloin (2008) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
Diferenças entre o fluxo e a FiO2 (Fração Inspirada de O2) ofertada de 
acordo com os diferentes dispositivos: (UNASUS, 2009) 
 
Fonte: unasus2.moodle.ufsc.br apud Pruitt e Jacobs (2003) 
Para Machado (2019 apud SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRA, 
[2017?]; STONE et al., 2016) 
 A intubação endotraqueal em bebês e crianças é indicada em casos 
de obstrução da via aérea causada por edema, lesão na traqueia, 
laringe ou brônquios ou até mesmo devido à presença de corpo 
 
36 
 
estranho. Crianças com insuficiência respiratória apresentam sintomas 
diferentes, dependendo da etiologia e da idade. Um sintoma clínico 
precoce e comum em qualquer idade é a taquipneia, porém, tiragens 
intercostais e subdiafragmática, tiragem de fúrcula, batimento de asa 
de nariz, dispneia e diminuição ou ausência dos sons respiratórios são 
comuns a qualquer etiologia no desconforto respiratório. Quando a 
causa do bloqueio respiratório é ultrapassada pelo tubo endotraqueal, 
a via aérea do paciente é aberta, preservando a respiração normal. 
Segundo a American Association for Respiratory Care (AARC), as 
indicações básicas de oxigenoterapia são: (apud UNASUS, 2009) 
 • PaO2 < 60 mmHg ou Sat O2 < 90 % (em ar ambiente) 
 • Sat O2 < 88% durante a deambulação, exercício ou sono em portadores 
de doenças cardiorrespiratórias. 
• IAM 
• Intoxicação por gases (monóxido de carbono) 
• Envenenamento por cianeto 
 
Manifestações Clínicas de Hipoxemia: (SANCHO, 2009) 
Leve a Moderada Grave 
Taquipnéia/Dispnéia Taquipnéia/Dispnéia 
Palidez Cianose 
Taquicardia Taquicardia/bradicardia/arritmias 
Agitação Sonolência 
Desorientação Confusão mental/tempo de reação 
lenta 
Cefaléia Hipertensão e hipotensão eventual 
Hipertensão leve Perda da coordenação 
Vasoconstricção periférica Baqueteamento (Hipocratismo digital) 
 Coma 
 
Condutas de enfermagem: 
Segundo URDEN, STACY e LOUGH (2013), o cuidado com o paciente 
que possui um tubo endotraqueal ou traqueostomia necessita de algumas 
medidas adicionais para enfrentar os efeitos associados à colocação de tubo no 
sistema respiratório e outros sistemas. Dentre esses cuidados, as autoras 
definem algumas prioridades: 
 
37 
 
Fornecer umidificação: A umidificação do ar normalmente é realizada 
pela camada mucosa do trato respiratório superior. Quando esta área está 
coberta pelo TET e a cânula de traqueostomia, ou quando é fornecido 
suplemento de oxigênio, a umidificação por dispositivos externos se faz 
necessária. Vários dispositivos de umidificação adicionam água ao gás inalado 
para evitar o ressecamento e irritação do trato respiratório, para evitar a perda 
excessiva de água no corpo, e para facilitar a remoção de secreção. O dispositivo 
de umidificação deve fornecer gás inspirado aquecido à temperatura corporal e 
contendo vapor de água. 
Proceder a manutenção do cuff (balonete): Como o balonete do tubo 
TET ou traqueostomia é uma das principais fontes das complicações associadas 
às vias aéreas artificiais, a adequada manutenção do balonete é essencial. Para 
prevenir as complicações associadas ao formato do balonete, apenas tubos com 
balonetes de baixa pressão e alto volume são utilizadosna prática clínica. 
Mesmo com estes tubos, as pressões que podem ser geradas pelos balonetes 
são elevadas o sufi ciente para levar à isquemia traqueal e lesões. Balonetes e 
técnicas de insuflação inadequadas e, ainda, monitoração da pressão do 
balonete, são fundamentais no cuidado do paciente com uma via aérea artificial. 
Aspirar: A aspiração é muitas vezes necessária para manter a via 
permeável com um TET ou traqueostomia. A aspiração é um procedimento 
estéril que é realizado apenas quando o paciente necessita e não é um 
procedimento de rotina. Indicações para aspiração incluem tosse, secreções nas 
vias aéreas respiratórias, presença de dispneia, de roncos na ausculta, aumento 
dos picos de pressão das vias aéreas no ventilador e diminuição da saturação 
do oxigênio. Complicações associadas à aspiração incluem a hipoxemia, 
atelectasia, broncoespasmo, arritmias, aumento da pressão intracraniana e 
trauma das vias aéreas. 
A hipoxemia pode ser minimizada ao hiperoxigenar o paciente 
imediatamente antes de realizar a aspiração com FiO 2 a 100% após cada 
aspiração. A atelectasia pode ser evitada pelo uso de um cateter de aspiração 
com um diâmetro externo de menos de metade do diâmetro interno do TET 
(Tubo Endotraqueal). Usando pressão não superior a 120 mmHg de sucção 
ocorre redução das chances de hipoxemia, atelectasia e trauma das vias aéreas. 
Limitar a duração de cada aspiração para dez a 15 segundos e o número de 
 
38 
 
passagens para um máximo de três, também ajuda a minimizar a hipoxemia, 
trauma das vias aéreas, e arritmias cardíacas. 
Estabelecer um método de comunicação: Um dos principais fatores de 
estresse para o paciente com uma via aérea artificial é a comunicação 
prejudicada. Métodos para facilitar a comunicação nessa população de 
pacientes incluem o uso da linguagem verbal e não verbal e uma variedade de 
dispositivos para auxiliar o paciente na comunicação enquanto encontra-se no 
ventilador. A comunicação não verbal pode incluir o uso da linguagem de sinais, 
gestos, leitura labial, apontar, expressões faciais, ou piscar os olhos. Alguns 
dispositivos simples disponíveis incluem lápis e papel; lousas mágicas; placas 
magnéticas com letras de plástico; imagem, alfabeto, símbolos, placas e cartões 
brilhantes. 
Fornecer a higiene oral: Pacientes com vias aéreas artificiais são 
extremamente suscetíveis ao desenvolvimento de HAP (Pneumonia Hospitalar 
Adquirida) devido à microaspiração de secreções subglóticas. O cuidado com a 
higiene oral deve consistir em escovar os dentes do paciente com uma escova 
macia para reduzir a placa bacteriana, escovação da língua e gengivas com uma 
compressa de espuma para estimular o tecido, e realização da aspiração 
orofaríngea profunda para remover quaisquer secreções que se acumularam 
acima do balonete do paciente. 
 
 
39 
 
6 SEDAÇÃO E ANALGESIA EM PEDIATRIA 
 
Fonte: secad.com.br 
Em pediatria, quando ocorre queixa de algum tipo de dor por parte do 
paciente, em consequência de um procedimento, ou pela patologia em si a 
anestesia geral em crianças resulta na sedação, ou seja, na depressão ou perda 
de consciência, que pode ser usada para qualquer procedimento que demande 
relaxamento muscular profundo. 
Quando se trata de analgesia e sedação, algumas definições são 
essenciais. Matsuno e Carlotti (2016) descrevem essas definições: 
Dor: experiência sensorial e emocional desagradável associada a lesões 
reais ou potenciais. No entanto, cada vez mais tem se caracterizado a dor como 
tudo aquilo que o paciente refere como dor. 
Sedação: estado de depressão do nível de consciência induzido por 
drogas, em diferentes níveis de intensidade. De acordo com as doses 
administradas e respostas individuais, o resultado varia desde a consciência com 
leve tranquilidade até a inconsciência. 
Sedação mínima: estado induzido por drogas durante o qual o paciente 
responde normalmente ao comando verbal, porém com algum comprometimento 
na coordenação e funções cognitivas, mantendo preservadas as funções 
cardiovasculares e respiratórias. 
 
40 
 
Sedação moderada (“sedação consciente”): estado induzido por 
drogas no qual o paciente responde ao comando verbal com ou sem leve 
estímulo táctil. A via aérea está preservada bem como a ventilação espontânea. 
A função cardiovascular está normalmente mantida. 
Sedação profunda: estado de inconsciência induzido por drogas no qual 
o paciente não apresenta resposta ao comando verbal e perde os reflexos 
protetores. Só há resposta a estímulos dolorosos profundos. As funções 
cardiovasculares estão geralmente mantidas, enquanto que o suporte 
respiratório é necessário. 
Anestesia: é um estado induzido por drogas em que há perda total da 
consciência. Ocorre depressão respiratória e ausência de atividade 
neuromuscular, sendo mandatório suporte respiratório. As funções 
cardiovasculares podem estar comprometidas. 
Analgesia: alívio ou supressão da dor, associada à lesão tecidual real ou 
potencial. 
Bloqueio neuromuscular: usado para conseguir relaxamento dos 
músculos esqueléticos através da abolição ou redução da transmissão nervosa 
entre nervos motores e músculo esquelético na placa motora. 
Tolerância: diminuição no efeito da droga com o passar do tempo, ou a 
necessidade de um aumento na dose do fármaco para obter o mesmo efeito. 
 Abstinência: aparecimento de sintomas e sinais físicos (taquicardia, 
sudorese, agitação, tremores, febre, entre outros) em resposta à retirada ou à 
redução abrupta da droga. 
Dependência física: refere-se à necessidade do organismo em continuar 
a receber a droga, para evitar os sinais de abstinência 
6.1 Avaliação da Dor 
A necessidade de avaliação e quantificação da dor referida pelo paciente 
é imprescindível, devendo ser realizada de forma sistemática, contínua, para que 
seja possível a instalação da terapêutica e avaliação da eficácia da mesma. 
(BENSEÑOR E CICARELLI, 2003 apud MANICA,1994) 
 
 
41 
 
Os pacientes internados em UTI, geralmente, apresentam um quadro de 
dor aguda. Tais quadros podem ser avaliados deforma efetiva e completa 
através das escalas análogo-visual, numérica-visual e descritiva-verbal. 
(BENSEÑOR E CICARELLI, 2003) 
A dor por ser uma condição subjetiva, possui uma avaliação complexa de 
difícil medição. Para objetivá-la e torna-la passível de medição, foram criadas as 
escalas de dor. As escalas de dor são instrumentos utilizados e recomendados 
para pacientes hospitalizados no reconhecimento, quantificação e tratamento da 
dor, inclusive com escalas específicas para crianças. (SANTOS e MARANHÃO, 
2016) 
Todas as escalas de dor são de difícil utilização em algumas situações 
clínicas, como nas crianças sedadas, com restrição de movimentos ou 
submetidas à intubação traqueal. (SANTOS e MARANHÃO, 2016 apud VIANA; 
DUPAS; PEDREIRA, 2006) 
Santos e Maranhão (2016) descrevem algumas escalas de dor utilizadas 
em pediatria: 
Para crianças maiores de 3 anos de idade, pode ser utilizada a Escala de 
Avaliação da Dor de Faces, que consiste em seis faces desenhadas, variando 
desde a face sorrindo para “sem dor”, até a face chorosa para “piora da dor”. 
(Apud CRESCÊNCIO; ZANELATO; LEVENTHA, 2009) 
 
 
Fonte: scielo.br 
Escala de Sedação Comfort: tem sido empregada em crianças 
submetidas à ventilação mecânica para avaliar o grau de sedação. Consideram-
se oito parâmetros de desconforto fisiológico ou ambiental. 
A escala COMFORT avalia oito parâmetros, sendo dois fisiológicos 
[pressão arterial média (PAM) e frequência cardíaca (FC)] e seis 
comportamentais (alerta, calma/agitação, resposta respiratória, movimentos, 
 
42 
 
tônus muscular e expressão facial). Cada parâmetro é pontuado de 1 a 5, de 
acordo com os valores e comportamentos exibidos pelo paciente. A pontuação 
total varia de 8 a 40, sendo que um escore de 17 a 26 indica, em geral, sedação 
e analgesia adequados. (CASTRO,2019)Fonte: scielo.br 
Escala Visual Analógica (EVA): consiste numa linha horizontal ou 
vertical com 10 cm de comprimento que tem assinalada, numa extremidade, a 
classificação “sem dor” e, na outra, a classificação “dor máxima”. O paciente 
deve fazer uma cruz ou um traço perpendicular à linha, no ponto que representa 
a intensidade de sua dor. Há, por isso, uma equivalência entre a intensidade da 
dor e a posição assinalada na linha. Mede-se, posteriormente e em centímetros, 
 
43 
 
a distância entre o início da linha, que corresponde a zero, e o local assinalado, 
obtendo-se, assim, uma classificação numérica. (SANTOS e MARANHÃO, 2016 
apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003) 
 
 
Fonte: joinville.sc.gov.br 
Escala numérica: consiste em uma linha crescente, em que a criança diz 
se sua dor tem valor igual a zero até 10, sendo que zero corresponde a 
classificação“ sem dor” e 10 à classificação “dor máxima” (dor de intensidade 
máxima imaginável) (SANTOS e MARANHÃO, 2016 apud MINISTÉRIO DA 
SAÚDE, 2003) 
 
 
Fonte: NASCIMENTO, 2017 
 
44 
 
7 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM SEPSE 
 
Fonte: biblioteca.cofen.gov.br 
Sepse pode ser definida como a resposta sistêmica a uma doença 
infecciosa, seja ela causada por bactérias, vírus, fungos ou protozoários. 
Manifestando-se como diferentes estágios clínicos de um mesmo processo 
fisiopatológico. (COFEN,2020) 
Por serem quadros patológicos de grande incidência, acometendo 
milhões de pessoas em todo o mundo, a sepse grave e o choque séptico se 
igualam aos politraumas, infarto agudo do miocárdio (IAM) e acidente vascular 
encefálico (AVE) (LIMA e PICANÇO,2016 apud DIAS et al., 2014; DELLING et 
al., 2012). 
Com essa situação agravante, foi criado, em 2002, um comitê 
internacional visando implantar protocolos evidenciados cientificamente, com 
análise beira do leito, criando a campanha de sobrevivência a sepse, tendo como 
o objetivo final a redução dos óbitos em 25%. No Brasil este programa é 
gerenciado pelo Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse (ILAS), e tem 
maior atuação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). (LIMA e 
PICANÇO,2016 apud SILVA, 2006; DIAS et al., 2014) 
A UTI é um local destinado, em sua maioria, a pacientes graves que 
necessitam de assistência integral e continua. Dessa forma observa-se maior 
 
45 
 
incidência da sepse nesses locais (LIMA e PICANÇO,2016 apud OLIVEIRA; 
KOVNER; SILVA, 2010). 
As IRAS - Infecção relacionada à Assistência à Saúde, nas UTIs, vêm 
tendo um enfoque ainda maior, pois constitui de 24% a 32% das infecções 
notificadas no âmbito hospitalar no Brasil e 37% a nível mundial pois são 
pacientes graves, que necessitam da realização de processos invasivos 
constantemente. Dentre as infecções que podem ocorrer, as que possuem maior 
prevalência são: do trato respiratório devido à intubação, do trato urinário 
ocasionado pelo cateter vesical e da corrente sanguínea causada pelo cateter 
venoso (LIMA e PICANÇO,2016 apud DIAS et al., 2014; PADRÃO et al., 2010). 
O Instituto Latino Americano de Sepse – ILAS (2018) diz que a sepse é 
uma síndrome extremamente prevalente, com elevada morbidade e mortalidade 
e altos custos. A implementação de protocolos clínicos gerenciados é uma 
ferramenta útil neste contexto, auxiliando as instituições na padronização do 
atendimento ao paciente séptico, diminuindo desfechos negativos e 
proporcionando melhor efetividade do tratamento. 
As definições e os planos de cuidados relacionados as intervenções de 
enfermagem voltadas ao controle da Sepse, foram fundamentadas nas diretrizes 
da campanha de sobrevivência a sepse, e fiscalizada pela ILAS, que 
implementou o pacote de medidas do combate a sepse. Este pacote refere-se a 
um conjunto de intervenções clínicas baseadas em evidências (LIMA e 
PICANÇO,2016 apud ILAS,2014) 
7.1 Desenvolvimento e características da sepse 
A sepse foi conhecida pela primeira vez, em 1914, definindo-a com o 
aparecimento de sinais e sintomas e a presença de micro-organismos na 
corrente sanguínea. Entretanto atualmente, a sepse define-se como uma 
síndrome clínica onde a síndrome de resposta infamatória sistêmica (SIRS) está 
associada à infecção. (BASSI e SAMPAIO, 2017 apud BOECHAT e BOECHAT, 
2010) 
A sepse tem início quando um micro-organismo fica alojado em 
determinado órgão e se não for combatido, se espalha acometendo vários outros 
órgãos e até mesmo vasos sanguíneos. Como consequência, desenvolve-se um 
 
46 
 
processo inflamatório em vários vasos e órgãos caracterizando então a sepse, 
que quando não diagnosticada no início, o paciente tem uma grande chance de 
evoluir para um estágio avançado da doença. (BASSI e SAMPAIO, 2017 apud 
PINHEIRO et al, 2007) 
 
 
Fonte: docsity.com 
Para Lima e Picanço (2016 apud ANDRADE; LEOPOLDO; HASS, 2006) 
as principais bactérias notificadas nos casos de sepse são: Staphylococcu ssp, 
coagulase-negativo, Staphylococcus aureus, Klebsiella pneumoniae 
carbapenemase (KPC), E. Coli, enterobacter spp, bulkoderiacepacia, 
stenotrophomona smaltrophilia, acineto bacterbaumani, pseudômonas 
aeruginosa, sheplococus do grupo viridamis e morganela morgani, pois elas são 
altamente patogênicas devido à resistência aos antibióticos. 
A sepse é identificada por estadiamentos: (LIMA e PICANÇO, 2016 apud 
DIAS et al., 2014; DELLING et al., 2012). 
Primeiro: é definida pela Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica 
(SRIS), mais a presença do foco infeccioso; 
Segundo: a evolução da SRIS para a sepse grave, sendo identificado por 
disfunção orgânica ou hipoperfusão tecidual; 
 
47 
 
Terceiro: o choque séptico, sendo a sepse grave com hipotensão não 
revertida após reposição volêmica. (LIMA e PICANÇO, 2016 apud DIAS et al., 
2014; DELLING et al., 2012). 
 
 
7.2 Triagem e definições segundo o ILAS – Instituto Latino Americano 
para Estudos da Sepse 
O ILAS (2018) estabeleceu um protocolo com definições e parâmetros 
para reconhecimento e tratamento da Sepse, que direcionam nas triagens e 
tratamento dos pacientes. As recomendações contidas neste documento estão 
baseadas nas diretrizes da Campanha de Sobrevivência a Sepse (SSC, 
Surviving Sepsis Campaign) e visam o tratamento de pacientes adultos nas 
unidades de urgência e emergência, nas unidades de internação e nas unidades 
de terapia intensiva. 
 
 
48 
 
1. Síndrome da resposta inflamatória sistêmica 
A síndrome da resposta inflamatória sistêmica é definida pela presença 
de no mínimo dois dos sinais abaixo: 
• temperatura central > 38,3º C ou < 36ºC OU equivalente em termos de 
temperatura axilar; 
• frequência cardíaca > 90 bpm; 
• frequência respiratória > 20 rpm, ou PaCO2 < 32 mmHg 
• leucócitos totais > 12.000/mm³; ou < 4.000/mm³ ou presença de > 10% 
de formas jovens (desvio à esquerda). 
A SRIS não faz mais parte dos critérios para definição da presença de 
sepse mas continua tendo valor como instrumento de triagem para a 
identificação de pacientes com infecção e, potencialmente, sob risco de 
apresentar sepse ou choque séptico. 
 
2. Infecção sem disfunção 
Entende-se como paciente com infecção sem disfunção aquele que, tendo 
ou não os critérios de SRIS, possui foco infeccioso suspeito ou confirmado 
(bacteriano, viral, fúngico, etc.) sem apresentar disfunção orgânica. 
 
3. Sepse 
Presença de disfunção ameaçadora à vida em decorrência da presença 
de resposta desregulada à infecção 
As principais disfunções orgânicas são: 
 • hipotensão (PAS < 90 mmHg ou PAM < 65 mmHg ou queda de PA > 40 
mmHg) 
• oligúria (≤0,5mL/Kg/h) ou elevação da creatinina (>2mg/dL); 
• relação PaO2/FiO2 < 300 ou necessidade de O2 para manter SpO2 > 
90%; 
• contagem de plaquetas < 100.000/mm³ ou redução de 50% no número 
de plaquetas em relação ao maior valor registrado nos últimos 3 dias; 
• lactato acima do valor de referência; 
• rebaixamento do nível de consciência, agitação, delirium; 
• aumento significativode bilirrubinas (>2X o valor de referência). 
 
49 
 
A presença de disfunção orgânica na ausência dos critérios de SRIS pode 
representar diagnóstico de sepse. Assim, na presença de uma dessas 
disfunções, sem outra explicação plausível e com foco infeccioso presumível, o 
diagnóstico de sepse deve ser feito, e o pacote de tratamento iniciado, 
imediatamente após a identificação. 
 
4. Choque séptico 
Segundo a SSC, choque séptico é definido pela presença de hipotensão 
não responsiva à utilização de fluídos, independente dos valores de lactato. A 
SSC não adotou o novo conceito de choque, que exige a presença concomitante 
de lactato acima do valor de referência mesmo após reposição volêmica inicial. 
Conceitos utilizados pelo Instituto Latino Americano de Sepse na 
implementação de protocolos gerenciados de sepse: 
 
 
Fonte: Hospital São Luiz do Morumbi 
A ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária define a sepse como 
uma resposta sistêmica, sem outra causa reconhecida que não a infecciosa, 
associada, pelo menos, a dois ou mais dos seguintes sinais e sintomas: 
instabilidade térmica, bradicardia, apneia, intolerância alimentar, piora do 
 
50 
 
desconforto respiratório, intolerância à glicose, Instabilidade hemodinâmica, 
hipoatividade e letargia. (BASSI e SAMPAIO, 2017) 
Os principais sinais e sintomas que o paciente apresentará logo no início 
da sepse são: 
 Taquicardia > 90 bpm (aumento dos batimentos cardíacos) 
 Temperatura > 38ºC ou < 36ºC e Taquipnéia > 20ipm (aumento da 
frequência respiratória) 
 Contagem leucocitária >12.000 ou < que 4.000 
 Acúmulo de ácido lático no organismo. 
 
Apresentando dois ou mais desses sinais e sintomas, considera-se esse 
paciente com suspeita de sepse, iniciando assim o tratamento precoce. Esse 
tratamento que consiste em administração de antibióticos e a solicitação de 
exames confirmatórios é realizado na primeira hora, período determinado “ hora 
de ouro” onde o processo e intervenções devem ser realizadas em até 6 horas 
após a suspeita, com o intuito de prevenção do agravamento do quadro do 
paciente. (BASSI e SAMPAIO, 2017) 
Após identificação do paciente com suspeita de sepse os seguintes 
passos devem ser cumpridos: 
 
1. Registre o diagnóstico no prontuário ou na folha específica de triagem do 
protocolo institucional. Todas as medidas devem ser tomadas a partir do 
momento da formulação da hipótese de sepse. 
2. Todos os pacientes com protocolos de sepse abertos devem ter seu 
atendimento priorizado com o objetivo de otimizar a coleta de exames, o início 
de antibioticoterapia e a ressuscitação hemodinâmica; 
3. Realize anamnese e exame físico dirigidos, com atenção especial aos sinais 
clínicos de disfunção orgânica; 
 4. Pacientes com disfunção orgânica grave e ou choque devem ser alocados 
em leitos de terapia intensiva assim que possível, a fim de garantir o suporte 
clínico necessário. Caso não seja possível a alocação em leito de terapia 
intensiva, deve-se garantir o atendimento do paciente de maneira integral, 
independente do setor em que o mesmo se encontre; 
 
51 
 
5. A ficha do protocolo de sepse deve acompanhar o paciente durante todo o 
atendimento de tratamento das 6 primeiras horas, a fim de facilitar a 
comunicação nos pontos de transição entre as equipes de diferentes turnos ou 
setores e resolver pendências existentes para o atendimento 
Fonte: ILAS,2018 
7.3 Tratamento de Sepse preconizado pelo ILAS 
Pacote de 1 hora: 
Para todos os pacientes em que a equipe médica optou por dar 
seguimento ao protocolo, o pacote de 1 hora deve ser executado. O mesmo é 
composto dos seguintes itens:(ILAS, 2018) 
1. Coleta de exames laboratoriais para a pesquisa de disfunções 
orgânicas: gasometria e lactato arterial, hemograma completo, creatinina, 
bilirrubina e coagulograma. 
2. Coleta de lactato arterial o mais rapidamente possível, mas dentro da 
primeira hora, que deve ser imediatamente encaminhado ao laboratório, afim de 
se evitar resultado falsos positivos. O objetivo é ter resultado deste exame em 
30 minutos. 
3. Coleta de duas hemoculturas de sítios distintos em até uma hora, 
conforme rotina específica do hospital, e culturas de todos os outros sítios 
pertinentes (aspirado traqueal, líquor, urocultura) antes da administração do 
antimicrobiano. Caso não seja possível a coleta destes exames antes da primeira 
dose, a administração de antimicrobianos não deverá ser postergada; 
4. Prescrição e administração de antimicrobianos de amplo espectro para 
a situação clínica, por via endovenosa, visando o foco suspeito, dentro da 
primeira hora da identificação da sepse. A utilização de antimicrobianos deve 
seguir a orientação do serviço de controle de infecção hospitalar da instituição, 
que deverá definir com o corpo clínico local as recomendações para o tratamento 
empírico conforme o foco de infecção identificado e a característica da infecção, 
comunitária ou associada a assistência à saúde. 
 5. Princípios de farmacocinética e farmacodinâmica devem ser seguidos 
por todas as instituições. Todas as recomendações visando otimização da 
terapia antimicrobiana devem ser feitas com auxílio do farmacêutico e da 
 
52 
 
enfermagem e estarem amplamente disponíveis para todos os profissionais. As 
principais recomendações estão listadas: 
 Utilizar dose máxima para o foco suspeito ou confirmado, com dose de 
ataque nos casos pertinentes, sem ajustes para a função renal ou hepática. 
As doses devem ser plenas visando otimização da redução da carga 
bacteriana ou fúngica. Embora seja discutível, pode-se manter doses sem 
ajuste para função renal pelas primeiras 24 horas. Isso é de suma 
importância para os antimicrobianos hidrofílicos dado ao aumento do 
volume de distribuição dos mesmos em decorrência da ressuscitação 
volêmica. 
 Atentar para a diluição adequada de forma a evitar incompatibilidade e 
concentração excessiva. Utilizar a infusão estendida de antibióticos 
betalactâmicos como piperacilina-tazobactam e meropenem, com exceção 
da primeira dose, que deve ser administrada, em bolus, o mais rápido 
possível. 
 Utilizar terapia combinada, com duas ou três drogas, quando existir 
suspeita de infecção por agentes multidrogas resistentes. Considerar o uso 
de diferentes classes de antibióticos, para um mesmo agente, em pacientes 
com choque séptico. 
 Restringir o espectro antimicrobiano quando o patógeno for identificado e a 
sensibilidade conhecida; terapia combinada pode ser de-escalonada 
conforme evidência de resposta clínica ou resolução da infecção. 
 
6. Para pacientes hipotensos (PAS< 90mmHg, PAM <65mmHg ou, 
eventualmente, redução da PAS em 40mmHg da pressão habitual) ou com sinais 
de hipoperfusão, entre eles níveis de lactato acima de duas vezes o valor de 
referência institucional (hiperlactemia inicial), deve ser iniciada ressuscitação 
volêmica com infusão imediata de 30 ml/Kg de cristaloides dentro da 1ª hora do 
diagnóstico da detecção dos sinais de hipoperfusão. Embora classicamente não 
sejam considerados com parte do pacote de ressuscitação, sinais de 
hipoperfusão podem incluir oligúria, presença de livedo, tempo de enchimento 
capilar lentificado e alteração do nível de consciência. Coloides proteicos, 
albumina ou soro albuminado, podem fazer parte dessa reposição inicial. O uso 
de amidos está contraindicado, pois está associado a aumento da incidência de 
 
53 
 
disfunção renal. Esse volume deve ser infundido o mais rápido possível, 
considerando-se as condições clínicas de cada paciente. Pacientes cardiopatas 
podem necessitar redução na velocidade de infusão, conforme a presença ou 
não de disfunção diastólica ou sistólica. Nos casos em que foi optado por não 
realizar reposição volêmica, parcial ou integralmente, após avaliação de fluido 
responsividade, esta decisão deve estar adequadamente registrada no 
prontuário. Nesses pacientes,

Outros materiais