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MBA em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável Análise de Riscos Ambientais Aula 1 Profa. Me. Marcia Lapa Frasson MBA em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável | Análise de Riscos Ambientais | Aula 1 2 Olá! Antes de iniciar seus estudos, assista ao vídeo a seguir e confira os temas que serão trabalhados nesta aula. Introdução A presente disciplina tem o objetivo de apresentar o tema riscos ambientais, seus fundamentos, conceitos, identificação, análise, avaliação e, além disso, discutir o gerenciamento de risco, sempre sob a ótica das ações antrópicas, ou seja, das ações humanas sobre o meio ambiente. Também será apresentada a análise dos impactos causados pela ação humana sobre os mais diversos componentes dos biomas, tanto à fauna e à flora, que são componentes bióticos, quanto aos componentes abióticos (solo, subsolo, recursos hídricos e atmosféricos, por exemplo). Esses elementos são denominados recursos naturais e normalmente entendemos que estão à nossa disposição para serem retirados (captação do recurso), manipulados (produção dos bens e serviços) e descartados (destinação final dos resíduos). MBA em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável | Análise de Riscos Ambientais | Aula 1 3 Histórico Se considerarmos aquilo que foi dito na introdução, chegaremos à conclusão de que há redundância na asserção “o homem e o meio ambiente”, uma vez que o termo “ambiente”, pela própria definição, abrange todos os componentes abióticos e bióticos nele inseridos, inclusive nós, os Homo sapiens. A sociedade humana organizada, inicialmente extrativista (que se utiliza dos recursos naturais que em seu ambiente estão “disponíveis”), conhecedora dos ciclos naturais de cada “recurso” e ciente da dependência que tinha desses elementos, necessitava estar em constante movimento migratório em busca de alimento, obtido através da coleta de frutos, raízes, folhas e, também, da caça e da pesca. É sabido que muitos objetos tinham sua origem a partir de elementos naturais (plantas, animais e minerais), como é o caso de utensílios do dia a dia, objetos cortantes etc. Cabe ainda salientar que o movimento migratório permitia que o ambiente recém-desocupado recuperasse naturalmente os Para atingir nosso objetivo, temos que conhecer e entender a história do desenvolvimento da sociedade humana a partir da sua adaptação ao meio, da apropriação dos elementos naturais, da evolução da ciência e da tecnologia disponíveis para a apropriação e ainda da visão exteriorizada do ambiente em que ela se encontra inserida. MBA em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável | Análise de Riscos Ambientais | Aula 1 4 elementos utilizados pelos homens em um determinado ciclo de tempo. <http://cilaschulman.files.wordpress.com/2008/09/cena-de-caca-pre-historica.jpg>. Podemos notar que desde o início do desenvolvimento das atividades humanas, em todas as atividades sociais, havia riscos ambientais, pois o homem não tinha à disposição as tecnologias descobertas a partir da Revolução Industrial. A partir do momento em que os homens abandonaram a vida nômade e estabeleceram moradias, fato que exigiu a substituição das atividades extrativistas pelo cultivo agrícola e a domesticação de animais, e em meio ao crescente aumento populacional, a dinâmica dessa sociedade se alterou. Surge, assim, a ideia da organização do espaço ocupado que, com o decorrer do tempo, deu origem ao conceito de cidades urbanizadas que temos hoje em dia. MBA em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável | Análise de Riscos Ambientais | Aula 1 5 Assista ao vídeo a seguir e entenda a relação entre as ocupações irregulares e os riscos ambientais nos centros urbanos. Revolução Industrial <http://www.mises.org.br/images/articles/2011/Julho/Industrial.jpg>. A Revolução Industrial teve início no século XVIII, na Inglaterra, e trouxe drásticas mudanças aos processos produtivos, através da substituição da manufatura pelas máquinas. Novas Você considera possível, dentro do modelo econômico atual, respeitar o meio ambiente e, ao mesmo tempo, satisfazer nossas necessidades de consumo? MBA em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável | Análise de Riscos Ambientais | Aula 1 6 tecnologias, principalmente a máquina a vapor, possibilitaram que o trabalho humano passasse a ser executado pelo maquinário, fato que está na base do desenvolvimento de grandes empresas, principalmente de mineração e produção têxtil. Diante do aumento das instalações e da necessidade de produção cada vez maior, surgem as locomotivas e os navios a vapor, tecnologias que dão conta do transporte e fazem com que a circulação de mercadorias cresça rapidamente. Em uma segunda etapa, mais próxima do século XX, com a concorrência e o desenvolvimento cada vez maior da tecnologia, surgem novas matrizes energéticas: Energia elétrica; Energia derivada do petróleo. A produção industrial em grande escala, visando atender ao mercado mundial, é a “marca registrada” da Revolução Industrial. O desenvolvimento das ciências aplicadas à indústria, através de descobertas e grandes inventos, traz à tona nomes importantes que ainda hoje são lembrados, tais como Adam Smith, Benjamin Franklin, Thomas Edison e vários outros que se destacaram em suas áreas de pesquisa. MBA em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável | Análise de Riscos Ambientais | Aula 1 7 MBA em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável | Análise de Riscos Ambientais | Aula 1 8 Com o aumento da população e do impacto causado ao ambiente, quer seja pela ocupação dos espaços ou pela extração da matéria-prima para a produção, a sociedade começa a perceber que os danos não são somente ambientais, mas também materiais e humanos, pois os novos métodos de produção geram subprodutos e resíduos indesejáveis, denominados contaminantes. Os contaminantes podem permanecer ativos na natureza por muito tempo e causar danos irreversíveis, com isso, foram registrados os primeiros desaparecimentos de espécies animais e vegetais, além do esgotamento de outros recursos naturais. Consciente do dano ambiental causado pelas atividades humanas, a sociedade deu início à contabilização das perdas da biodiversidade e da diminuição da qualidade de vida. Diante das crescentes exigências impostas pelo modelo econômico vigente e da força obtida pela ideia de proteção ambiental, nasce a necessidade de qualificar, quantificar e minimizar os riscos oferecidos ao ambiente. Da busca pela solução desses problemas surge a análise de riscos ambientais, ferramenta capaz de fornecer aos tomadores de decisão elementos que possibilitem atingir equilíbrio entre as vertentes ambientais, sociais e econômicas. Análise de riscos, portanto, pode ser entendida como o processo por meio do qual são analisados os eventos com o intuito de avaliar a probabilidade de que ocorram acidentes e que sejam mensurados os impactos por eles originados. MBA em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável | Análise de Riscos Ambientais | Aula 1 9 Assista ao vídeo a seguir e fique sabendo mais sobre os danos que foram causados ao ambiente nas décadas de 1960 e 1970. Acidentes Ambientais Na história do desenvolvimento das atividades produtivas, nosdeparamos com grandes acidentes ambientais para os quais ninguém estava preparado. Podemos dizer que estes acidentes foram os impulsionadores da sistematização do estudo e da análise dos riscos ambientais. Antes de continuar com a aula, leia o artigo Análise de riscos tecnológicos ambientais: perspectivas para o campo da saúde do trabalhador, de Marcelo Firpo de Souza Porto e Carlos Machado de Freitas. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csp/v13s2/1364.pdf>. MBA em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável | Análise de Riscos Ambientais | Aula 1 10 Vale salientar que não somos somente nós que estamos expostos a tais riscos, mas também as demais espécies da fauna e da flora, havendo o perigo de tornarmos indisponíveis alguns recursos naturais, através da contaminação ou exaustão dos recursos hídricos, atmosféricos, do solo, do subsolo etc. <www.cetesb.sp.gov.br>. Os acidentes industriais que ocorreram nas últimas décadas, principlamente a partir da década de 1980, contribuiram significativamente para despertar das autoridades governamentais, dos representantes das indústrias e da sociedade, a preocupação com a necessidade de se buscar mecanismos de prevenção contra eventos que comprometiam a segurança das pessoas e a qualidade do ambiente. Técnicas e métodos até então utilizados apenas nas indústrias bélica, aeronáutica e nuclear, foram adaptados para a realização de estudos de análise e avaliação dos riscos associados a outras atividades industriais (CETESB, 2007). MBA em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável | Análise de Riscos Ambientais | Aula 1 11 A seguir veremos uma lista que organiza de forma cronológica alguns dos acidentes considerados os maiores acidentes ambientais registrados na história moderna. Vamos começar com Seveso, na Itália. Em 1976, na Indústria Química ICMESA, os tanques de armazenagem romperam, liberando vários quilogramas de dioxina TCDD (2, 3, 7, 8- tetraclorodibenzo-p-dioxina) na atmosfera. Devido à contaminação, 3 mil animais morreram e outros 70 mil tiveram que ser sacrificados para evitar a entrada da dioxina na cadeia alimentar. Não se tem conhecimento de mortes humanas diretamente causadas pelo acidente, mas 193 pessoas nas áreas afetadas sofreram de cloracne (uma forma grave de acne ocupacional, causada por contaminação ambiental ou uso industrial de hidrocarbonetos clorados, presentes nos defensivos agrícolas). Este acidente ficou conhecido como o desastre de Seveso e em função dele, a União Europeia publicou a Diretiva de Seveso, que foi atualizada em 1999 e complementada em 2005, a partir de quando ficou conhecida como Diretiva de Seveso II ou Regulamentos COMAH. Se você fizer uma pesquisa, irá encontrar outros acidentes ambientais que comprometeram as formas de vida do nosso planeta e indisponibilizaram, mesmo que temporariamente, o acesso a alguns recursos naturais. MBA em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável | Análise de Riscos Ambientais | Aula 1 12 A usina nuclear de Three Mile Island, que fica na Pensilvânia, Estados Unidos, enfrentou severos cortes orçamentários na década de 1970. Esses cortes acabaram prejudicando a manutenção dos equipamentos e, em 1979, sob o controle de pessoal despreparado para lidar com situações críticas, houve um imenso acidente causado por falha geral do maquinário. Sabe-se que no dia seguinte ao acidente, a radioatividade em torno da usina cobria uma área de 16 quilômetros, com intensidade que chegava a ser 8 vezes maior do que a necessária para matar um ser humano. No Brasil, em 1984, em Cubatão, São Paulo, mais precisamente na Vila Socó, houve o rompimento de oleodutos da Petrobrás que ligavam a refinaria Presidente Bernardes ao Terminal de Alemoa, o rompimento foi seguido por incêndios. Embora as divulgações oficiais apontem 93 mortos, números extraoficiais chegaram a contabilizar 500 vítimas. Para saber mais sobre o desastre de Socó e entender melhor a discrepância entre os números oficiais e extraoficiais, acesse <http://www.cetesb.sp.gov.br/gerenciamento-de-riscos/analise- de-risco-tecnologico/50-vila-soco>. Para saber mais sobre o desastre de Seveso, confira o link a seguir: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Acidente_de_Seveso>. MBA em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável | Análise de Riscos Ambientais | Aula 1 13 No mesmo ano do acidente na Vila Socó, um desastre na fábrica de pesticidas da Union Carbide ocasionou o vazamento de 40 toneladas de gases tóxicos em Bhopal, na Índia. Considerado o maior desastre industrial da história, o acidente expôs mais de 500 mil pessoas ao contato com os gases, 27 mil pessoas morreram, 150 mil sofrem até hoje com os efeitos do acidente, 50 mil ficaram incapacitadas para o trabalho devido a problemas de saúde e, como se isso não bastasse, as crianças cujos pais foram afetados, normalmente nascem com má formação e problemas de saúde. Em 1986, quando a Ucrânia fazia parte da União Soviética, ocorreu o famoso acidente nuclear de Chernobyl, na região norte do país. O acidente, considerado o pior acidente nuclear da história, produziu uma nuvem de radioatividade que atingiu partes da União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido. Estima-se que houve liberação de toxinas em quantidade 400 vezes superior à liberada pela bomba de Hiroshima. Embora os dados oficiais divulgados pela Organização das Nações Unidas atribua apenas 56 mortes ao ocorrido (47 trabalhadores e 9 crianças vitimadas por câncer da tireoide), há quem discorde dos números, como é o caso do Green Peace, que divulgou em 2005 um estudo que aponta números muito superiores, algo que gira em torno de 30 a 60 mil mortes. Em Exxon Valdez, no Alasca, ocorreu um enorme acidente envolvendo um navio superpetroleiro no ano de 1989. Do navio, vazaram 260 mil barris de petróleo, imergindo em óleo praticamente toda a fauna da região. Tem-se o registro da morte de 250 mil pássaros marinhos, 2 mil e 800 lontras marinhas, 250 águias, 22 MBA em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável | Análise de Riscos Ambientais | Aula 1 14 orcas e bilhões de ovos de salmão. A limpeza da região custou US$ 2,5 bilhões. Em 2000, a Petrobras foi responsável pelo derramamento de mais de 1 milhão de litros de óleo na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. A mancha se espalhou por mais de 50 quilômetros quadrados, causando inúmeros prejuízos sociais e econômicos à população local e atingindo o manguezal da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim, onde habitam inúmeras espécies da fauna e flora brasileira. Em julho do mesmo ano, em Araucária, município do estado do Paraná, ocorreu outro acidente envolvendo a Petrobras. Dessa vez a demora em detectar o problema fez com que cerca de 4 milhões de litros de óleo cru fossem despejados nos rios Barigui e Iguaçú. Esse foi o maior acidente provocado pela empresa. Chegamos a 2002, quando, na costa espanhola, ocorreu a maior catástrofe ambiental registrada até o momento. O casco do petroleiro Prestige se partiu ao meio, provocando o derramamento de 10 mil toneladas de óleo. A mancha se espalhou e afetou 183 Para saber mais sobre o desastre de Exxon Valdez, acesse o site do Green Peace Brasil: <http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/desastre-do- exxon-valdez-uma/>. MBA em Gestão Ambientale Desenvolvimento Sustentável | Análise de Riscos Ambientais | Aula 1 15 praias, matando crustáceos, peixes e aproximadamente 15 mil aves. A limpeza da região custou 12 bilhões de euros. Em 2010, no Golfo do México, a explosão de uma plataforma de petróleo da British Petroleum, lançou ao mar mais de 4 milhões de barris de óleo, no pior desastre ambiental da história dos Estados Unidos. Onze funcionários morreram e dentre os animais infectados estavam mais de 400 tartarugas ameaçadas de extinção. Em novembro de 2011, a Chevron, empresa norte-americana, foi responsável pelo vazamento de 3 mil barris de petróleo no Campo de Frade – Bacia de Campos – Rio de Janeiro. A mancha se espalhou por uma área de 12 km2. O fator agravante fica por conta de a Agência Nacional de Petróleo ter suspendido o direito de atividades de perfuração da empresa no território brasileiro. Pelos danos causados ao ambiente, o Ibama multou a empresa em 50 milhões de reais. Em dezembro de 2011, novamente no Rio de Janeiro, mais precisamente na Ilha Grande, em Angra dos Reis, foi registrado o derramamento de 10 mil litros de óleo combustível advindos de um Confira no link um artigo sobre a explosão da plataforma da British Petroleum e entenda todos os detalhes do acidente, acesse: <http://infopetro.wordpress.com/2010/06/21/acidente- em-plataforma-operada-pela-bp-e-iniciativas-de-contencao-do- vazamento/>. MBA em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável | Análise de Riscos Ambientais | Aula 1 16 navio plataforma da Modec, empresa japonesa. O Instituto Estadual de Meio Ambiente informou que diante da constatação de que o óleo estava diluído, não havia mais condições de limpar a região. Em janeiro de 2012, um navio cargueiro que estava encalhado em uma região de corais na costa da Nova Zelândia desde outubro de 2011, partiu-se depois de ser atingido por ondas de 7 metros. Toneladas de leite em pó que estavam em um contêiner foram lançadas ao mar, colorindo a água ao redor da embarcação. Das 1.733 toneladas de óleo que estavam no navio, 350 vazaram. Estima-se que 2 mil pássaros foram mortos em decorrência do acidente, considerado o maior acidente ambiental da Nova Zelândia. A companhia encarregada de recuperar a carga estima que entre 200 e 300 contêineres (dos 830 que estavam a bordo) foram perdidos e devem afundar. Confira no link uma extensa lista de acidentes que ocorreram em território nacional envolvendo petróleo e derivados: <http://ambientes.ambientebrasil.com.br/energia/acidentes_am bientais/principais_acidentes_com_petroleo_e_derivados_no_b rasil.html>. MBA em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável | Análise de Riscos Ambientais | Aula 1 17 Acidentes ambientais são um problema natural, social ou socioambiental? Assista ao vídeo e conheça a resposta para essa questão. Análise de Riscos Ambientais Para falarmos apropriadamente sobre análise de riscos ambientais é fundamental esclarecer alguns conceitos importantes a fim de compor o conhecimento interdisciplinar necessário para a compreensão do processo como um todo. Vamos a eles. Atividade Podemos entender atividade como algo que é realizado e produz resultado significativo no contexto em que está inserido. Faça um levantamento em sua cidade ou estado para saber se já está implantado (ou se existe projeto de implantação) algum empreendimento que desenvolverá suas atividades utilizando recurso natural local. Além disso, é preciso descobrir se o processo de obtenção do licenciamento ambiental seguiu adequadamente todos os procedimentos técnicos e legais. MBA em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável | Análise de Riscos Ambientais | Aula 1 18 <http://www.google.com.br/search?q=atividades+humanas+fotos>. Atividade também pode se referir a uma “unidade de trabalho que um indivíduo, desempenhando o papel descrito, pode ser chamado a realizar” (disponível em: <http://www.wthreex.com/rup/ manuals/intro/kc_activity.htm>). Com objetivo previamente definido, deve ser usada como ferramenta de planejamento. A Teoria da Atividade (TA), que tem como seus principais fundadores Vygotsky e Leont’ev, está centrada na atividade humana. Atividade, para eles, significa “unidade organizacional para a realização de uma função mental”. O conceito de atividade empresarial, por sua vez, pode ser compreendido como “articulação para circulação dos fatores de produção de capital, mão de obra, insumo e tecnologia”. Sendo assim, a atividade econômica consiste na produção, distribuição e consumo de bens e serviços. MBA em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável | Análise de Riscos Ambientais | Aula 1 19 O vídeo a seguir pega carona nos exemplos anteriores e ressalta a importância da análise de riscos, assista. Risco e perigo Diversos autores conceituam risco e perigo. Vejamos os conceitos que são de mais fácil compreensão e aplicação ao nosso tema. MBA em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável | Análise de Riscos Ambientais | Aula 1 20 O fato de estarmos vivos nos coloca em risco. Nosso modelo de sociedade cria estruturas e fatores que nos expõem diariamente a riscos, como é o caso das construções e dos sistemas de transporte. Além disso, há riscos envolvidos com o próprio modelo A partir destes conceitos podemos entender que todas as atividades humanas nos expõem a determinado nível de perigo e nos colocam em menor ou maior grau de risco. Isso significa dizer que risco e perigo estão presentes em todos os momentos do nosso cotidiano. MBA em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável | Análise de Riscos Ambientais | Aula 1 21 produtivo de nossa sociedade, que nos deixa sujeitos a acidentes e contaminações provocados por produtos químicos. Nos casos em que é possível prever o perigo e o risco, cabe tomar todas as medidas necessárias a fim de evitar acidentes ou, pelo menos, minimizar seus efeitos. Ainda assim, há casos em que o perigo é iminente e o risco é alto. Antes de executar uma atividade, é muito importante analisar a situação com cuidado e fazer todo o esforço possível para eliminar as chances de que um acidente aconteça. Há algumas questões que podem guiar e facilitar o processo de análise: O que pode dar errado? Quais são as possíveis causas dessa falha? Quais serão as consequências se o erro acontecer? Com que frequência este erro tem acontecido? Estamos dispostos a aceitar o erro e arcar com suas consequências? É possível que as respostas dadas nos levem a compreender que a atividade não está sendo executada da forma mais acertada. Nestes casos se está assumindo a responsabilidade sobre um possível acidente. É importante frisar, portanto, que risco é a combinação entre a frequência de ocorrência de um acidente e sua consequência. A combinação desses fatores permite estimar os riscos envolvidos em um empreendimento qualquer e a análise de MBA em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável | Análise de Riscos Ambientais | Aula 1 22 risco ambiental é, certamente, o instrumento mais adequado para efetuar tal levantamento. Síntese Assista ao vídeo a seguir para conferir o resumo dos temas abordados nesta aula. MBA em Gestão Ambiental e DesenvolvimentoSustentável | Análise de Riscos Ambientais | Aula 1 23 1. Considerando que as atividades humanas colocam em risco a vida de todas as espécies da flora e da fauna e que alguns recursos naturais estão sendo levados à exaustão, qual pode ser o modelo de desenvolvimento mais adequado para a sociedade atual e futura? a. O modelo capitalista, que tem por objetivo a geração de lucro para os produtores dos bens e a garantia dos níveis de consumo. b. O desenvolvimento econômico e social tão defendido pela maioria dos governos. c. O desenvolvimento sustentável, cujo conceito foi divulgado em 1987, pela Comissão Brundtland, no inovador relatório Nosso Futuro Comum, que traz o conceito de desenvolvimento sustentável para o discurso público. d. O cooperativismo como alternativa aos modelos socioeconômicos tradicionais. 2. Falando da saúde do trabalhador, Porto e Freitas (1997) afirmam: “Nossas experiências institucionais e acadêmicas neste campo vêm revelando uma tendência à ampliação espacial, Fabiano Destacar MBA em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável | Análise de Riscos Ambientais | Aula 1 24 ecológica e social, tanto dos efeitos como da percepção e tematização pública dos riscos decorrentes dos processos produtivos, em particular envolvendo questões como os desastres industriais, a degradação dos ecossistemas e os problemas de saúde das populações circunvizinhas aos sítios industriais”. Como podemos perceber o entendimento da sociedade atual em relação a estes temas? a. “Contra o mundo do ‘tudo é necessário, nada é suficiente’, a favor de um mundo onde muito pouco é necessário, quase tudo é suficiente” (CASTRO, 2008). b. Não se pode justificar a destruição de um ecossistema cujos recursos tenham sido explorados à exaustão. c. Os desastres ambientais nos ensinam a respeitar cada vez mais os processos naturais. d. “Um mundo onde a pobreza e as desigualdades são endêmicas estará sempre propenso a crises ecológicas” (BRUNDTLAND, 1987). Fabiano Destacar MBA em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável | Análise de Riscos Ambientais | Aula 1 25 Referências ALCHORNE, A. O. A.; ALCHORNE, M. M. A.; SILVA, M. M. Dermatoses ocupacionais. Anais Brasileiros de Dermatologia, Rio de Janeiro, v. 85, n. 2, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0365-05962010000200 003&script=sci_arttext>. Acesso em: 20 mar. 2012. ALMANAQUE BRASIL SOCIOAMBIENTAL 2008. São Paulo: Instituto Socioambiental (ISA), 2007. AMORIM, E. L. C. Metodologias de análise de risco ambiental. Disponível em: <http://www.ctec.ufal.br/professor/elca/Metodologias AR.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2012. FISCHER, D.; GUIMARÃES, L. B. M.; SCHAEFFER, C. Percepção de risco e perigo: um estudo qualitativo no setor de energia elétrica. 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Cadernos de Saúde Pública. Rio de Janeiro, v. 13, 1997. Suplemento 2. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.15 90/S0102-311X1997000600006>. Acesso em: 20 mar. 2012. VIANA, D. B. Avaliação de riscos ambientais em áreas contaminadas: uma proposta metodológica. Rio de Janeiro: UFRJ, 2010.
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