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INGESTÃO DIETÉTICA DE REFERÊNCIA Prof Marília Tokiko Recife-2018 CARACTERÍSTICAS E DEFINIÇÕES ATUAIS ➤ Inclusão da redução de riscos de DCNT; ➤ Utilização dos conceitos de probabilidade e de risco; ➤ Níveis superiores de ingestão foram estabelecidos para nutrientes que possuíam dados sobre os riscos de efeitos adversos a saúde; ➤ Dados sobre alguns componentes alimentares que não se enquadram no conceito tradicional de nutrientes mas que oferecem possíveis benefícios. As Dietary Reference Intakes (DRIs) são um conjunto de valores de referência determinado para substituir as antigas Recommended Dietary Allowances (RDAs) dos EUA e as antigas Recommended Nutrients Intakes (RNIs) do Canadá. Cozzolino, 2005 CARACTERÍSTICAS E DEFINIÇÕES ATUAIS ➤ planejar dietas individuais; ➤ elaborar planos nutricionais; ➤ aquisição de alimentos para grupos institucionalizados; ➤ rotulagem nutricional; ➤ marketing nutricional; ➤ fortificação de alimentos; ➤ desenvolvimento ou melhoramento de produtos alimentícios; ➤ avaliação da qualidade de alimentos. De maneira geral, as DRIs podem ser utilizadas para: Cozzolino, 2005 CARACTERÍSTICAS E DEFINIÇÕES ATUAIS ➤ a informação disponível sobre o balanço do nutriente no organismo; ➤ o metabolismo nas diferentes faixas etárias; ➤ a diminuição do risco de doenças, levando-se em consideração as variações individuais nas necessidades de cada nutriente; ➤ a biodisponibilidade; ➤ os erros associados aos métodos de avaliação do consumo dietético. Para a determinação se considerou: Cozzolino, 2005 CONJUNTO DAS DRIS ➤ EAR (Estimated Average Requirement); ➤ RDA (Recommended Dietary Allowance); ➤ AI (Adequate Intake); ➤ UL (Tolerable Upper Intake Level). Cozzolino, 2005 EAR - ESTIMATED AVERAGE REQUIREMENT É o nível de ingestão habitual que se estima que alcance as necessidades de 50% dos indivíduos saudáveis em um grupo, de acordo com o gênero e idade. Neste nível de ingestão, a outra metade do grupo não alcançaria suas necessidades. Cozzolino, 2005 RDA - RECOMMENDED DIETARY ALLOWANCE É o nível de ingestão habitual que é suficiente para alcançar as recomendações nutricionais de aproximadamente todos (97% a 98%) os indivíduos saudáveis em um grupo, de acordo com o estágio de vida e o sexo. RDA = EAR +2DP(necessidade) ou RDA = 1,2 EAR Cozzolino, 2005 AI - ADEQUATE INTAKE É um valor baseado em níveis de ingestão obtidos experimentalmente ou na média de ingestão de um nutriente por um determinado grupo de indivíduos saudáveis. Cozzolino, 2005 UL - TOLERABLE UPPER INTAKE LEVEL É o nível mais alto de ingestão diária continuada de um nutriente que provavelmente não expõe a maioria dos indivíduos pertencentes a um determinado grupo de mesmo sexo e estágio de vida a risco de efeitos adversos à saúde. Cozzolino, 2005 EXEMPLO DE SUPLEMENTAÇÃO E FORTIFICAÇÃO DE NUTRIENTES ➤ Fortificação das farinhas de trigo e milho com ferro e ácido fólico: - 100g -> 4,2mg de Fe e 150𝜇g de ácido fólico. Fe Ácido fólico RDA (mg/dia) Ul (mg/dia) RDA (𝜇g/dia) UL (𝜇g/dia) Crianças 7-10 40 150-200 300-400 Adultos 8-18 45 400 1000 Gestação 27 45 600 1000 Lactação 9-10 45 500 1000 EXEMPLO DE SUPLEMENTAÇÃO E FORTIFICAÇÃO DE NUTRIENTES ➤ Programa Vitamina A mais: - Puérperas: 200.000UI; - Crianças até 6 meses: 100.000UI; - Crianças >6 meses até 2 anos: 200.000UI; Vitamina A RDA (UI/dia) UL (UI/dia) Crianças 1.000-1.333 2.000-3.000 Adultos 2.333-3.000 10.000 Gestação 2.500-2.567 10.000 Lactação 4.000-4.333 10.000 EXEMPLO DE SUPLEMENTAÇÃO E FORTIFICAÇÃO DE NUTRIENTES ➤ Suplementos de Vitamina C: - 500-1000mg Vitamina C RDA (mg/dia) Ul (mg/dia) Crianças 15-25 400-650 Adultos 75-90 2000 Gestação 85 2000 Lactação 120 2000 caracterização da natureza e probabilidade de resultados danosos pela exposição humana a agentes do meio ambiente. MEDIDAS DE RISCO E SEGURANÇA ALIMENTAR Medida de risco Nutrientes Alimentos e água Suplementos Avaliação de risco Exposição a um agente Efeitos adversos à saúde Probabilidade Cozzolino, 2005 LIMIARES A principal característica do processo da avaliação do risco para não- carcinogênico é a aceitação duradoura de que nenhum risco de efeito adverso é esperado a menos que os limiares da dose (ingestão) sejam excedidos. Quando possível a UL é baseado: (No Observed Adverse Effect Level) que é o maior nível de ingestão (ou dose oral experimental) de um nutriente que não resultou em efeito adverso observado no indivíduos. NOAEL (Lowest Observed Adverse Effect Level) é determinado pela ingestão mais baixa (ou dose oral experimental) na qual um efeito adverso tenha sido identificado. LOAEL Cozzolino, 2005 LIMIARES ➤ Avaliar a ingestão ou exposição; e ➤ Verificar a proporção da população cuja ingestão exceda o valor da UL. A UL não é, por si só, uma descrição de risco para o ser humano. Para determinar se uma população está em risco, será necessário: Cozzolino, 2005 ATENÇÃO! PASSOS PARA O DESENVOLVIMENTO DA UL Identificação do Risco Componentes da avaliação dose-resposta - Evidências do efeito adverso para o ser humano; - Causalidade; - Relevância dos dados experimentais; - Mecanismos da ação tóxica; - Qualidade e abrangência dos dados; - Identificação de subpopulações distintas e altamente sensíveis. - Seleção dos dados; - Identificação do NOAEL ou LOAEL e ponto crítico final; - Avaliação das incertezas; - Derivação das ULs; - Caracterização da estimativa e considerações especiais. Cozzolino, 2005 APLICAÇÃO DAS DRIS PARA INDIVÍDUOS INGESTÃO USUAL PARA INDIVÍDUOS ➤ Utilizando a EAR para indivíduos: Ingestão média usual EARvs Coeficiente de variação (CV) = 10% Se distribuição normal, um CV de 10% significa que cerca de 95% dos indivíduos deverão ter suas recomendações preenchidas entre 80-120% da EAR Cozzolino, 2005 INGESTÃO USUAL PARA INDIVÍDUOS ➤ Utilizando a RDA para indivíduos: Ingestão média usual RDA> Ingestão adequada A RDA por definição excede a recomendação verdadeira de quase todos os indivíduos, com excessão de 2-3%. Portanto, muitos indivíduos com ingestão usual abaixo da RDA ainda podem obter suas necessidades individuais. Ingestão média usual RDA< não pode ser considerada sempre inadequada Cozzolino, 2005 INGESTÃO USUAL PARA INDIVÍDUOS ➤ Utilizando a AI para indivíduos: Ingestão média usual AI> Ingestão adequada Ingestão média usual AI< não pode ser considerada sempre inadequada Cozzolino, 2005 INGESTÃO USUAL PARA INDIVÍDUOS ➤ Utilizando a UL para indivíduos: Ingestão média usual UL> Risco potencial para efeitos adversos Ingestão média usual UL< Provavelmente será segura Cozzolino, 2005 APLICAÇÃO DAS DRIS PARA INDIVIDUOS ➤ EAR: - Examina a possibilidade de inadequação. ➤ RDA: - Ingestão usual acima deste nível tem baixa probabilidade de inadequação. ➤ AI: - Ingestão usual igual ou acima deste valor tem baixa probabilidade de inadequação. ➤ UL: - Ingestão usual acima deste nível coloca o indivíduo em risco de efeito adverso à saúde. Cozzolino, 2005 APLICAÇÃO DAS DRIS PARA GRUPOS APLICAÇÃO DAS DRIS PARA GRUPOS ➤ EAR: - Utilizada para estimar a prevalência de ingestão inadequada dentro do grupo. ➤ RDA: - Não deve ser utilizada para avaliar ingestão de grupos. ➤ AI: - Ingestão usual média igual ou superior ao valor proposto implica baixa prevalência de ingestão inadequada. ➤ UL: - Utilizado para estimar a porcentagem da população em risco de efeitos adversodevido à excessiva ingestão do nutriente. Cozzolino, 2005 EXEMPLO ADULTO, FEMININO, 20 ANOS EAR RDA AI UL Vitamina D (UI/dia) 400 600 - 4000 Cálcio (mg/dia) 800 1000 - 2500 Potássio (g/dia) - - 4,7 - Sódio (g/dia) - - 1,5 2,3 INGESTÃO DE MACRO E MICRO NUTRIENTES CARBOIDRATOS CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM O GRAU DE POLIMERIZAÇÃO ➤ Monossacarídeos;(n=1) - manose; ribose, desoxirribose; galactose, frutose, glicose. ➤ Dissacarídeos:(n=2) - sacarose, lactose, maltose e isomaltose. ➤ Oligossacarídeos: (2<n<10) - maltodextrina, inulina, oligofrutose, estaquiose. ➤ Polissacarídeos:(n>10) - amido, fibras alimentares (pectinas, celulose, gomas), glicogênio. Dutra de Oliveira, 2008 DE ACORDO COM DIGESTIBILIDADE ➤ Carboidratos digeríveis: - sofrem degradação das enzimas humanas; - exemplo: amido, sacarose, maltose, lactose e isomaltose. ➤ Carboidratos parcialmente digeríveis: - potencialmente digeríveis, mas que, por alguma razão, não sofrem digestão; - exemplo: amido resistente. ➤ Carboidratos não digeríveis: - incapazes de sofre degradação pelas enzimas humanas; - exemplo: polissacarídeos não amido, oligossacarídeos e amido resistente. Dutra de Oliveira, 2008 RESERVA ENERGÉTICA Glicogênio (g) Glicose (g) Fígado (peso 1.800g) 72 Músculo (peso em massa kg) 245 10 Fluidos extracelulares (10l) - - Total dos componentes 317 10 Armazenamento do CH pós-absortivo em um homem adulto normal (70kg) Total do armazenamento =327g Efeito anticetogênico Efeito poupador de ptnSilva & Mura, 2011 RECOMENDAÇÃO DE INGESTÃO DE CARBOIDRATO Grupo etário RDA/AI g/dia AMDR 0-6 meses 60 ND 7-12 meses 95 ND 1-3 anos 130* 45-65 4-8 anos 130* 45-65 ≥9 anos 130* 45-65 Gravidez 175* 45-65 Lactação 210* 45-65 Institute of Medicine, 2002RDA com * e AI em fonte normal FIBRAS ALIMENTARES DEFINIÇÃO ➤ Fibras dietéticas: - CH ñ digeríveis e lignina, intrínsecos e intactos nas plantas. ➤ Fibras funcionais: - CH não digeríveis isolados, que podem exercer efeitos fisiológicos benéficos à saúde humana. ➤ Fibras totais: - somatório das fibras dietéticas e das fibras funcionais. Dutra de Oliveira, 2008 CLASSIFICAÇÃO ➤ Fibras insolúveis: - Mais abundante; - Não absorvem água, não formam gel (não-viscosas) e não fermentam rapidamente; - Auxilia no volume fecal; - Exemplo: Celulose e hemiceluloses. ➤ Fibras solúveis: - Absorvem água, formam gel (viscosas) e são digeridas pelas bactérias do cólon; - Exemplo: Pectinas, gomas, mucilagens, frutoligossacarídeos e algumas hemiceluloses. Dutra de Oliveira, 2008 EFEITOS BENÉFICOS À SAÚDE HUMANA ➤ Velocidade de esvaziamento gástrico e capacidade de absorção; ➤ Redução da colesterolemia; - goma guar, 𝛽-glucanos, pectina, Psyllium. ➤ Redução da glicemia; - goma guar, pectina, Psylliym. ➤ Capacidade de fermentação; Dutra de Oliveira, 2008 EFEITOS BENÉFICOS À SAÚDE HUMANA Silva & Mura, 2011 EFEITOS BENÉFICOS À SAÚDE HUMANA ➤ Contribuição energética; - 1,5-2,5kcal/g ➤ Regulação do transito intestinal. Dutra de Oliveira, 2008 FONTES ALIMENTARES ➤ Celulose: - Frutas com cascas, farinha de trigo, farelos, sementes. ➤ Hemicelulose: - Grãos de cereais, farelo de trigo, soja e centeio. ➤ Pectinas: - maçã, morango, limão, laranjas, legumes e vegetais, maracujá. ➤ Gomas: - Farelo de aveia, farinha de aveia, farelo de cevada. Dutra de Oliveira, 2008 FONTES ALIMENTARES ➤ Mucilagens: - Sementes e algas (agar-agar). ➤ Inulina: - Abundante nas raízes da chicória. ➤ Fruto-oligossacarídeos (FOS): - alcachofra, beterraba, trigo, cebola, alho, banana, chicória, tomate, centeio, aspargo. Dutra de Oliveira, 2008 RECOMENDAÇÃO DE INGESTÃO DE FIBRAS Grupo etário AI g/dia0-6 meses ND 7-12 meses ND 1-3 anos 19 4-8 anos 25 Gravidez 28 Lactação 29 Masculino Feminino 9-13 anos 31 26 14-18 anos 38 26 19-30 anos 38 25 31-50 anos 38 25 50-70 anos 30 31 >70 anos 30 31 Institute of Medicine, 2002RDA com * e AI em fonte normal PROTEÍNAS CLASSIFICAÇÃO NUTRICIONAL E METABÓLICA Essencial Não-essencial Condicionalmente essencial Isoleucina Alanina Arginina Leucina Ácido aspártico Cisteína Lisina Asparagina Glutamina Metionina Ácido glutâmico Glicina Fenilalanina Serina Prolina Treonina Tirosina Triptofano Histidina Valina Taurina Dutra de Oliveira, 2008 CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM FUNÇÃO FISIOLÓGICA ➤ Enzimas (quinases, desidrogenases); ➤ Proteínas de estoque (mioglobina, ferritina); ➤ Proteínas regulatórias (Proteínas ligadas ao DNA, hormônios peptídicos); ➤ Proteínas estruturais (colágeno, proteoglicanos); ➤ Proteínas de proteção (imunoglobulinas, fatores de coagulação sanguínea); ➤ Proteínas de transporte (hemoglobina, lipoproteínas); ➤ Proteínas contratéis (actina, tubulina). Dutra de Oliveira, 2008 CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM FORMA GERAL ➤ Globulares: - forma esferoide; - pesos moleculares variados; - solubilidade em água relativamente alta; - Funções: enzimas, transportadores e reguladores de vias metabólicas e da expressão gênica; ➤ Fibrosas: - forma cilíndrica alongada; - baixa solubilidade em água; - Função: predominantemente estrutural. Dutra de Oliveira, 2008 CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM CONFORMAÇÃO ESTRUTURAL Dutra de Oliveira, 2008 Estrutura primária; Estrutura secundária e terciária;; Estrutura quaternária. CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM QUALIDADE NUTRICIONAL ➤ Completas (carne, peixes, ovos, leites e aves); ➤ Parcialmente incompletas (leguminosas, oleaginosas e cereais); ➤ Totalmente incompletas (gelatina e zeína). Cozzolino, 2005 CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM QUALIDADE NUTRICIONAL Cozzolino, 2005 QUALIDADE NUTRICIONAL DE PROTEÍNAS Animal VegetaisX Leguminosas Cereais 10-30% 6-15% Deficientes em metionina e cisteína Deficientes em lisina Cozzolino, 2005 QUALIDADE NUTRICIONAL DE PROTEÍNAS ➤ Alternativas para melhorar a qualidade nutricional de proteínas: - Combinação de diversas fontes; - Suplementação com aa limitantes; - Técnicas de biologia molecular para o melhoramento genético. Cozzolino, 2005 QUALIDADE NUTRICIONAL DE PROTEÍNAS Cozzolino, 2005 NECESSIDADES NUTRICIONAIS DE PROTEÍNAS ➤ Métodos: Fatorial Balanço A soma de todas as perdas diárias obrigatórias de nitrogênio (nitrogênio endógeno urinário, nitrogênio metabólico fecal, suor, descamação, ar expirado) + quantidade necessária para formação de novos tecidos nos casos de crianças em crescimento, na lactação e gestação. Necessidades de nitrogênio do indivíduo/dia é a quantidade que deve ser ingerida pelo ser humano em determinado período para contrabalançar os gastos orgânicos neste mesmo período. ingestão total de nitrogênio perdas de nitrogênio urinário, fecal e outras- Cozzolino, 2005 COMITÊ DE PERITOS DA OMS/FAO/ONU (1995) Quantidade mínima de perdas de nitrogênio urinário 37mg N/kg de peso corporal para homens adultos Perda de nitrogênio nas fezes 12mg N/kg de peso corporal para homens adultos Perda cutâneo e outras rotas menores 5mg N/kg de peso corporal para homens adultos 54mg N/kg de peso corporal para homens adultos + 0,34g de proteína/kg de peso corporal Cozzolino, 2005 0,34g de proteína/kg de peso corporal Correção de variação individual para perdas de urina e fezes15% 30% Adicional agregado para cobrir as perdas individuais de 97,5% da população 0,45g de proteína/kg de peso corporal 30% + + Cobrir as perdas na eficiência da utilização proteica 0,59g de proteína/kg de peso corporal ~30%Dietas mistas 0,79g de proteína/kg de peso corporal + Cozzolino, 2005 RECOMENDAÇÕES DE INGESTÃO DE PROTEÍNAS FAO (1985) SBAN (1990) DRI (2002) g/kg de peso 0,75 1,0 0,8 % VCT 10-15 8-10 10-35 Cuppari, 2005 RECOMENDAÇÃO DE INGESTÃO DE PROTEÍNAS Grupo etário RDA/AI (g/dia) g/dia AMDR 0-6 meses 9,1 ND 7-12 meses 13,5 ND 1-3 anos 13 5-20 4-8 anos 19 10-30 Gravidez 71 10-35 Lactação 71 10-35 Masculino Feminino 9-13 anos 34 34 10-30 14-18 anos 52 46 10-30 19-30 anos 56 46 10-35 31-50 anos 56 46 10-35 50-70 anos 56 46 10-35 >70 anos 56 46 10-35 Institute of Medicine, 2002RDA em negrito e AI em fonte normal RECOMENDAÇÃO DE INGESTÃO DE PROTEÍNAS Institute of Medicine, 2002 EAR (g/kg/dia) RDA (g/kg/dia) Homens (≥19anos) 0,66 0,8 Mulheres (≥19anos) 0,66 0,8 Gestantes 0,88 1,1 Lactantes 1,05 1,1 Cuppari, 2005 LIPÍDEOS CLASSIFICAÇÃO DE LIPÍDEOS ➤ De acordo com a hidrólise: - simples: originam AG e álcoois - composto: originam AG, álcoois e outros compostos - derivados: originadas da hidrólise ou decomposição de outros lipídeos ➤ Solubilidade: - neutros - anfipáticos ➤ Função: - estruturais - reserva Silva & Mura, 2011 TIPOS DE LIPÍDEOS ➤ Triglicerídeos; ➤ Ceras; ➤ Fosfolipídios; ➤ Glicolipídios; ➤ Esteróis e derivados; ➤ Outros. Silva & Mura, 2011 ÁCIDOS GRAXOS São ácidos carboxilícos que possuem cadeia carbônica geralmente não ramificada e um única carboxila. Silva & Mura, 2011 CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM O NÚMERO DE CARBONO ➤ Ácidos graxos de cadeia curta (AGCC): 4 a 6 carbonos; ➤ Ácidos graxos de cadeia média (AGCM): 8 a 12 carbonos; ➤ Ácidos graxos de cadeia longa (AGCL): 14 a 18 carbonos; ➤ Ácidos graxos de cadeia muito longa (AGCML): 20 ou mais carbonos. Silva & Mura, 2011 CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM O GRAU DE SATURAÇÃO Saturado Insaturado Ligação simples Ligação dupla Monoinsaturado Poli-insaturado - 1 dupla ligação; - AG contendo 14 ou + C - 2-6 dupla ligação; - AG contendo 18 ou + C Silva & Mura, 2011 ISÔMEROS CIS-TRANS DOS ÁCIDOS GRAXOS Posição espacial dos átomos de hidrogênio na dupla ligação Silva & Mura, 2011 NOMENCLATURA DOS ÁCIDOS GRAXOS Nome sistemático Nome comum Representação numérica 18:0 número de carbono número de duplas ligações Octadecanoico Esteárico 18:0 18:1 9c Posição da = ligação a partir da carboxila Indica a isomeria 9 -octadecanoico Oleico 18:1 9c 18:2 9c,12c 9,12 -octadecadienoico Linoleico 18:2 9c,12c Silva & Mura, 2011 SISTEMA ÔMEGA Facilita a identificação da essencialidade dos ácidos graxos contagem a partir do grupo metil nos que tiveram mais de 1 =ligação , as demais estarão intercaladas por um -CH2 Silva & Mura, 2011 NOMENCLATURA DOS ÁCIDOS GRAXOS Nome sistemático Nome comum Representação numérica Sistema ômega Dodecanoico Lauríco 10:0 Tetradecanoico Mirístico 12:0 Hexadecanoico Palmítico 14:0 9-octadecanoico Oleico 18:0 9c 18:1 𝝎-9 9,12-octadecadienoico Linoleico 18:2 9c,12c 18:2 𝝎-6 9,12,15-octadecatriienoico Linolênico 18:3 9c,12c,15c 18:3 𝝎-3 5,8,11,14-eicosatereaenoico Aracdônico 20:4 5c,8c,11c,14c 20:4 𝝎-6 5,8,11,14,17-eicosapentaenoico EPA 20:5 5c,8c,11c,14c,17c 20:5 𝝎-3 4,7,10,13,16,19-docoxaexaenoico DHA 22:6 4,7,10,13,16,19 22:6 𝝎-3 Silva & Mura, 2011 ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS São ácidos graxos poli-insaturados, que apresentem duplas ligações cis. Silva & Mura, 2011 FUNÇÃO DOS ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS ➤ Fluidez das membranas celulares; - Interfere nos processo de transporte e sinalização celular; - Acuidade visual dos bebês e processos de aprendizagem. ➤ Precursor de eicosanoides: - Prostaglandinas, leucotrienos e tromboxanos; - Agregação plaquetaria e processo inflamatório; - Controle da PA; - entre outras desconhecidas. Silva & Mura, 2011 TRIGLICERÍDEOS OU TRIACILGLICERÓIS ➤ Correspondem aos lipídios que se encontram em maior proporção na dieta consumida por humanos; ➤ Formado por 3 ácidos graxos unidos a uma cadeia lateral de glicerol; ➤ Forma de armazenamento. Silva & Mura, 2011 FUNÇÃO DOS TRIGLICERÍDEOS OU TRIACILGLICERÓIS 70kg 10-15kg de Triglicerídeo no tecido adiposo qtd de calorias armazenada insolúvel em água e não carregar água de hidratação Silva & Mura, 2011 CONSISTÊNCIAS Ponto de fusão - temperatura que altera do estado sólido para o líquido Silva & Mura, 2011 CONSISTÊNCIAS - Liquido em temperatura ambiente (25ºC); - AG mono e/ou poli-instaurados; - Origem vegetal: soja, milho, girassol, canola, oliva; - Origem animal: óleo de peixe (águas frias) - Sólidas ou pastosas em temperatura ambiente (25ºC); - AG saturados e/ou trans; - Origem vegetal: manteiga de cacau e gord. vegetal hidrogenada; - Origem animal: manteiga, sebo de carne de vaca ou porco Óleos Gorduras Silva & Mura, 2011 HIDROGENAÇÃO DOS ÓLEOS VEGETAIS Silva & Mura, 2011 FOSFOLIPÍDEOS ➤ Moléculas anfipáticas; ➤ Glicerol+2AG+fosfato+grupo polar; ➤ Função: - bicamada das membranas; - agente emulsificante (bile); - monocamada das lipoproteínas. Silva & Mura, 2011 ESTERÓIS ➤ 4 anéis denominados cicloperidrofenantreno; ➤ Origem vegetal (fitoesteróis): - estigmasterol, 𝛽-sistosterol, campesterol. ➤ Fungos (ergosterol); ➤ Origem animal (colesterol). Silva & Mura, 2011 COLESTEROL ➤ Origem endógena ou exógena; ➤ Fontes: leite e derivados, carnes, aves, peixes, frutos do mar, ovos. ➤ Função: - Presente nas membranas; - Precursor dos ácidos biliares; - Precursor da Vit. D3; - Precursor de hormônios esteroides (hormônios sexuais masculino e femininos, cortisol, aldosterona). Silva & Mura, 2011 RECOMENDAÇÃO DE INGESTÃO DE GORDURA Grupo etário RDA/AI (g/dia) g/dia AMDR 0-6 meses 31 7-12 meses 30 1-3 anos ND 30-40 4-8 anos ND 25-35 Gravidez ND 20-35 Lactação ND 20-35 Masculino Feminino 9-13 anos ND ND 25-35 14-18 anos ND ND 25-35 19-30 anos ND ND 20-35 31-50 anos ND ND 20-35 50-70 anos ND ND 20-35 >70 anos ND ND 20-35 Institute of Medicine, 2002RDA em negrito e AI em fonte normal RECOMENDAÇÃO DE INGESTÃO DE ÁCIDO LINOLEICO (𝝎-6) Grupo etário RDA/AI (g/dia) g/dia AMDR 0-6 meses 4,4 ND 7-12 meses 4,6 ND 1-3 anos 7 5-10 4-8 anos 10 5-10 Gravidez 13 5-10 Lactação 13 5-10 Masculino Feminino 9-13 anos 12 10 5-10 14-18 anos 16 11 5-10 19-30 anos 17 12 5-10 31-50 anos 17 12 5-10 50-70 anos 14 11 5-10 >70 anos 14 11 5-10 Institute of Medicine, 2002RDA em negrito e AI em fonte normal RECOMENDAÇÃO DE INGESTÃO DE ÁCIDO 𝛼-LINOLÊNICO (𝝎-3) Grupo etário RDA/AI (g/dia) g/dia AMDR 0-6 meses 0,5 ND 7-12 meses 0,5 ND 1-3 anos 0,7 0,6-1,2 4-8 anos 0,9 0,6-1,2 Gravidez 1,4 0,6-1,2 Lactação 1,3 0,6-1,2 Masculino Feminino 9-13 anos 1,2 1,0 0,6-1,2 14-18 anos 1,6 1,1 0,6-1,2 19-30 anos 1,6 1,1 0,6-1,2 31-50 anos 1,6 1,1 0,6-1,2 50-70 anos 1,6 1,1 0,6-1,2 >70 anos 1,6 1,1 0,6-1,2 Institute of Medicine, 2002RDA em negrito e AI em fonte normal EXERCÍCIO ➤ Calcular a distribuição dos macronutrientes: - sexo: masculino; - idade: 23 anos; - peso: 70kg; - altura: 1,67 - nível de atividade física: leve Homens: EER (kcal/dia)= 662 - 9,53 x I +CAF x (15,91 x P +593,6 x E) REFERÊNCIAS ➤ COZZOLINO, SMF. Biodisponibilidade de nutrientes. Barueri: Manole, 1 ed. 2005. ➤ CUPPARI, L. Guia de nutrição: nutrição clínica no adulto. Barueri, SP: Manole, 2005. ➤ DUTRA-DE-OLIVEIRA, JE; MARCHINI, J.S. Ciências Nutricionais. São Paulo: Sarvier, 2 ed. 2008. ➤ MAHAN, L.K.; ALIN, M.T. KRAUSE. Alimentos, nutrição e dietoterapia. 13 ed. São Paulo: Rocco, 2013.➤ SILVA, S.M.C., MURA, J.D.P. Tratado de Alimentação, Nutrição e Dietoterapia. São Paulo: Roca, 2 ed. 2011
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