Buscar

Recuperação Judicial e Falência - Parte 3 (Administrador Judicial)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

RECUPERAÇÃO JUDICIAL E FALÊNCIA – DIREITO EMPRESARIAL – PARTE 3
ADMINISTRADOR JUDICIAL
Conceito:
Antigo Síndico da falência.
Agente auxiliar do juiz que, em nome próprio (tem responsabilidade), deve cumprir com as funções que lhe forem determinadas pela lei.
Além de auxiliar o juiz na administração da falência, o administrador judicial é o representante dos interesses dos credores (massa falida subjetiva).
Para fins penais, o administrador judicial é considerado funcionário público.
No plano dos direitos civil e administrativo, ele é agente externo colaborador da justiça, da confiança pessoal e direta do juiz que o investiu na função.
Nomeação:
Nomeado pelo juiz.
É um auxiliar qualificado do juízo.
Não representa os credores nem substitui o devedor falido.
Não representa a massa porque esta não tem personalidade jurídica.
Quem pode ser administrador judicial (Art. 21 LRE):
Profissional idôneo.
Pessoa física ou jurídica.
Função indelegável.
Preferencialmente:
Advogado
Economista
Administrador de empresa
Contador
Pessoa jurídica especializada
Deve ser profissional com condições técnicas e experiência para bem desempenhar as atribuições cometidas por lei.
O ideal é a escolha recair sobre pessoa com conhecimentos ou experiência na administração de empresa do porte da falida e, quando necessário, autorizar a contratação de advogado para assistir a massa.
Se Pessoa Jurídica:
Deve declarar o nome de profissional responsável pela condução do processo de falência ou de recuperação judicial, que não poderá ser substituído sem autorização do juiz.
Competência (funções) - Art. 22 da LRE:
Comum – na falência e na recuperação:
Enviar correspondência aos credores comunicando a data do pedido de recuperação judicial ou da decretação da falência, a natureza, o valor e a classificação dada ao crédito.
Fornecer, com presteza, todas as informações pedidas pelos credores interessados.
O administrador deve assumir de forma completa a administração da empresa falida e fiscalizar aquela em recuperação.
Dar extratos dos livros do devedor, que merecerão fé de ofício, a fim de servirem de fundamento nas habilitações e impugnações de créditos.
Ao ser decretada a falência, a lei determina que o devedor deve entregar, sem demora, todos os livros, papéis e documentos ao administrador judicial.
Por sua vez, o administrador deve dar ciência aos credores da existência de tais documentos.
Exigir dos credores, do devedor ou seus administradores quaisquer informações.
O próprio administrador pode exigir informações, independentemente de autorização judicial.
Tais informações são necessárias para que o administrador possa se inteirar de todas as causas e situações anteriores e concomitantes à recuperação judicial ou à falência.
Elaborar a relação de credores.
A relação, depois de elaborada, deverá ser publicada, sob a forma de edital.
Consolidar o quadro-geral de credores.
O verbo “consolidar” deve ser entendido como “elaborar” ou “organizar”.
Requerer ao juiz convocação da assembleia-geral de credores nos casos previstos nesta Lei ou quando entender necessária sua ouvida para a tomada de decisões.
Contratar, mediante autorização judicial, profissionais ou empresas especializadas para, quando necessário, auxiliá-lo no exercício de suas funções.
Manifestar-se nos casos previstos na Lei.
O administrador pode se manifestar em qualquer momento que tal manifestação se fizer necessária.
Na recuperação judicial:
Fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do plano de recuperação judicial.
Requerer a falência no caso de descumprimento de obrigação assumida no plano de recuperação.
Como auxiliar do juiz na recuperação, tem o administrador o dever geral de fiscalizar as atividades do devedor, do cumprimento do plano de recuperação e de todo e qualquer ato que interesse ao normal andamento da recuperação.
Apresentar ao juiz, para juntada aos autos, relatório mensal das atividades do devedor.
Apresentar o relatório sobre a execução do plano de recuperação, de que trata o inciso III do caput do art. 63 da Lei.
Eventualmente os relatórios poderão ser úteis para perfeita delimitação das obrigações que foram assumidas.
Na falência:
Avisar, pelo órgão oficial, o lugar e hora em que, diariamente, os credores terão à sua disposição os livros e documentos do falido.
Também obrigatório na recuperação.
Examinar a escrituração do devedor.
O administrador deve conhecer a situação do devedor, de forma a mais completa possível.
Relacionar os processos e assumir a representação judicial da massa falida.
Receber e abrir a correspondência dirigida ao devedor, entregando a ele o que não for assunto de interesse da massa.
Vários outros processos podem estar, e normalmente estão, em andamento, envolvendo interesse que era do devedor e agora passa a ser da massa falida.
Podem ser de natureza fiscal, trabalhista, cível, etc.
Apresentar, no prazo de 40 (quarenta) dias, contado da assinatura do termo de compromisso, prorrogável por igual período, relatório sobre as causas e circunstâncias que conduziram à situação de falência, no qual apontará a responsabilidade civil e penal dos envolvidos.
Não havendo ainda ação penal em andamento, o Ministério Público tomará ciência de eventual indicação de responsabilidade penal e apresentará denúncia, se já houver elementos para tanto, ou colherá fatos faltantes.
Arrecadar os bens e documentos do devedor e elaborar o auto de arrecadação, nos termos dos arts. 108 e 110 da Lei.
Deverá o administrador proceder à imediata arrecadação dos bens, livros e papéis do devedor, fazendo as necessárias averiguações.
Avaliar os bens arrecadados.
Contratar avaliadores, de preferência oficiais, mediante autorização judicial, para a avaliação dos bens caso entenda não ter condições técnicas para a tarefa.
Praticar os atos necessários à realização do ativo e ao pagamento dos credores.
Ao próprio administrador compete arrecadar os bens e efetuar a imediata avaliação.
No entanto, na maioria das vezes, o administrador não terá condições de efetuar tal avaliação, devendo valer-se de especialistas em determinadas áreas.
Nesse caso, o administrador deverá pedir autorização judicial.
Os bens deverão ser vendidos, de forma mais rápida possível, e em seguida, deve o administrador dar início à realização do ativo, objetivando transformar a massa em dinheiro para satisfação dos credores.
Requerer ao juiz a venda antecipada de bens perecíveis, deterioráveis ou sujeitos a considerável desvalorização ou de conservação arriscada ou dispendiosa, nos termos do art. 113 da Lei.
Para a venda antecipada de bens de fácil deterioração ou de guarda dispendiosa, é necessária autorização judicial específica.
Praticar todos os atos conservatórios de direitos e ações, diligenciar a cobrança de dívidas e dar a respectiva quitação.
Remir, em benefício da massa e mediante autorização judicial, bens apenhados, penhorados ou legalmente retidos.
Representar a massa falida em juízo, contratando, se necessário, advogado, cujos honorários serão previamente ajustados e aprovados pelo Comitê de Credores.
As três estipulações dizem respeito mais diretamente à representação processual que o administrador judicial tem da massa.
Requerer todas as medidas e diligências que forem necessárias para o cumprimento desta Lei, a proteção da massa ou a eficiência da administração.
Apresentar ao juiz para juntada aos autos, até o 10º (décimo) dia do mês seguinte ao vencido, conta demonstrativa da administração, que especifique com clareza a receita e a despesa.
O administrador está obrigado a usar de todo o zelo e dedicação na preservação dos interesses da massa, de forma mais abrangente possível.
Todo mês, até o décimo dia, deve apresentar conta demonstrativa especificando receita e despesa, ou, se não houver qualquer tipo de movimentação de dinheiro, informar tal fato em substituição ao relatório.
Entregar ao seu substituto todos os bens e documentos da massa em seu poder,sob pena de responsabilidade.
Prestar contas ao final do processo, quando for substituído, destituído ou renunciar ao cargo.
O administrador pode ser substituído por quaisquer circunstâncias que obriguem o juiz a tomar essa decisão, tais como falecimento, doença grave ou incapacitante, pedido do administrador por aspectos de natureza pessoal, etc.
Em tal caso deverá cumprir estritamente a determinação legal, sob pena de responsabilidade.
Desincumbindo-se do trabalho até o final, deverá apresentar prestação de contas de sua administração ao juiz.
Renúncia importa substituição, aplicando-se também a previsão legal.
Termo de compromisso (Art. 33 da LRE):
O administrador judicial, logo que nomeado, será intimado pessoalmente para, em 48 horas, assinar, na sede do juízo, o termo de compromisso.
Compromisso:
Bem e fielmente desempenhar o cargo e assumir todas as responsabilidades a ele inerentes.
Não assinado o termo de compromisso no prazo estipulado, o juiz nomeará outro administrador judicial.
Prestação de contas:
Ordinariamente: ao término do processo.
Extraordinariamente: quando deixa as suas funções por renúncia, substituição ou destituição.
O administrador que não apresentar suas contas ou qualquer dos relatórios previstos em lei será intimado a fazê-lo no prazo de 5 dias, sob pena de desobediência.
Decorrido o prazo, será destituído e nomeado um substituto.
Destituição e substituição:
Substituição:
Não tem caráter de sanção.
Exemplos:
Não assinatura do termo de nomeação.
Não aceitação do cargo.
Renúncia.
Falecimento.
Interdição.
Pode ocorrer a qualquer tempo, a critério do juiz.
Destituição:
Tem caráter de sanção.
Exemplos:
Inobservância de prazo legal.
Renúncia injustificada.
Interesse conflitante com o da massa.
Remuneração (Art. 24 da LRE):
Fixada pelo juiz.
O quantum da remuneração levará em conta:
Qualidade do trabalho realizado.
Grau de complexidade do trabalho.
Valores praticados no mercado.
Não poderá superar 5% do valor a ser pago aos credores.
A remuneração do administrador judicial fica reduzida ao limite de 2%, no caso de microempresas e empresas de pequeno porte.
Deve ser paga em duas parcelas, a primeira de 40% quando do atendimento dos créditos extraconcursais; e a segunda, correspondente a 60%, após a aprovação das contas.
O administrador judicial tem perante a massa falida crédito extraconcursal, que deve ser satisfeito antes das restituições em dinheiro e do pagamento dos credores da sociedade falida.
No ato em que se procede ao pagamento da primeira parcela da remuneração devida ao administrador judicial também se faz a reserva do valor correspondente a segunda parcela.
A decisão que arbitra a remuneração é agravável, sendo legitimados:
Devedor
Ministério Público
Qualquer credor
Situações em que o administrador perde o direito à remuneração:
Renúncia sem razão relevante.
Descumprimento das obrigações legais.
Destituição.
Desaprovação das prestações de contas
Responsabilidade do administrador:
O administrador judicial responde pelos danos que causar à massa em decorrência de sua má administração e pela infração da lei.
Reclama aferição de:
Dolo, culpa ou má-fé (art. 32).
Em caso de prática de ato definido como crime falimentar, o administrador poderá ter sua prisão decretada.
Impedimentos: Art. 30:
Não poderá exercer as funções de administrador quem, nos últimos 5 anos, no exercício do mesmo cargo ou de membro de Comitê em falência ou recuperação judicial anterior:
Foi destituído.
Deixou de prestar contas nos prazos legais.
Teve a prestação de contas desaprovada.
Quem tiver de relação de parentesco ou afinidade até o terceiro grau com o devedor, seus administradores, controladores ou representantes legais ou deles for amigo, inimigo ou dependente.

Continue navegando