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QUESTOES E RESPOSTAS FALENCIA

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Eng. Valtenor Ap. Silva 
Direito Empresarial (Falência e Recuperação) 
1 de 40 
O INSTITUTO DA FALÊNCIA NO DIREITO BRASILEIRO 
1. O QUE É DIREITO FALIMENTAR? 
R. É um ramo do Direito Empresarial, onde encontramos normas jurídicas aplicáveis 
somente às empresas mercantis. 
2. O QUE É FALÊNCIA? 
R. Falência é a solução judicial da situação jurídica do devedor empresário que não 
paga no vencimento obrigação líquida. 
3. QUAL A ORIGEM ETIMOLÓGICA DO VOCÁBULO FALÊNCIA? 
R. A palavra falência deriva do latim fallentia que significa enganar, falsear. 
Proveniente do verbo, falir, que se origina do verbo latino fallere, significando faltar 
com a palavra, com o prometido, esconder, encobrir, lograr, induzir em erro. Não 
ter com que pagar os credores, fracassar. 
4. QUAL A ORIGEM ETIMOLÓGICA DO VOCÁBULO RECUPERAÇÃO JUDICIAL E RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL? 
R. Em um sentido etimológico recuperação, substantivo feminino é proveniente do 
verbo recuperar, e significa “ter ou obter novamente (coisa, estado, condição que 
havia perdido); reaver, retomar, readquirir, recobrar”. 
O vocábulo judicial significa “relativo a juiz, a tribunais ou à justiça; forense; 
judiciário”. 
O vocábulo extrajudicial significa “extrajudiciário, que não se realiza perante a 
autoridade judiciária”. 
5. O QUE SIGNIFICA INSOLVÊNCIA OCASIONAL? 
R. Insolvência ocasional é um problema financeiro do devedor, onde o ativo pode ser 
maior que o passivo, mas faltarem disponibilidades no momento. Exemplo: Art. 94, 
I, da Lei nº 1.101, de 9/2/2005. 
6. O QUE SIGNIFICA INSOLVABILIDADE? 
R. Insolvabilidade é um estado econômico do devedor, onde o ativo é menor que o 
passivo e manifesta-se assim a crise da empresa. Exemplo: Art. 94, I, da Lei nº 1.101, 
de 9/2/2005. 
7. O QUE SIGNIFICA INADIMPLEMENTO? 
R. O inadimplemento independe do patrimônio. O devedor poderá deixar de pagar 
por qualquer outra razão. Exemplo: dúvida relevante quanto ao valor da dívida, 
contrato não cumprido, falência do credor. 
8. QUAL O ASPECTO JURÍDICO DA FALÊNCIA? 
R. A Falência é simplesmente um processo de execução coletiva, instituído por lei, 
em benefício dos credores que constituem uma “massa” imposta pela lei que tem por 
fim o interesse comum dos próprios credores, impedindo que alguns dentre eles 
tenham a tentação de obter vantagens em detrimento de outros. 
 
Eng. Valtenor Ap. Silva 
Direito Empresarial (Falência e Recuperação) 
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9. QUAL A LEGISLAÇÃO ESPECIAL QUE REGULAMENTA O INSTITUTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL, RECUPERAÇÃO 
EXTRAJUDICIAL E FALÊNCIA? 
R. A legislação especial que regulamenta estes institutos é a Lei nº 1.101, de 9 de 
fevereiro de 2005. 
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
10. A QUEM PODE SER APLICÁVEL O INSTITUTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E 
FALÊNCIA? 
R. O instituto da recuperação judicial, recuperação extrajudicial e falência, será 
aplicável ao empresário individual e a sociedade empresária. 
11. QUAL A DEFINIÇÃO DE EMPRESÁRIO? 
R. Pelo Código Civil em seu artigo 966 “considera-se empresário quem exerce 
profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação 
de bens ou serviços”. 
12. O QUE SE ENTENDE POR SOCIEDADE EMPRESÁRIA? 
R. A sociedade empresária tem por objetivo a prática de atividade econômica e a sua 
finalidade é a obtenção do lucro. 
São subordinadas ao Direito de Empresa e sempre são criadas para a realização de 
uma finalidade econômica. 
Para que as sociedades se digam empresárias, além da forma legal é necessário que 
as pessoas que as componham, explorem certo ramo de comércio ou indústria, com 
interesse comum, sob uma responsabilidade, limitada, ilimitada ou mista, e que se 
destinem ao exercício habitual da atividade econômica. 
13. ONDE É FEITO O REGISTRO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS? 
R. As sociedades empresárias vinculam-se ao Registro Público de 
Empresas Mercantis, a cargo das juntas comerciais e constituem-se segundo um dos 
tipos regulados nos artigos 1.039 a 1.092 do Código Civil. 
14. O INSTITUTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL, EXTRAJUDICIAL E DA FALÊNCIA PODERÁ SER APLICADO AO DEVEDOR 
CIVIL? 
R. O instituto da recuperação judicial, recuperação extrajudicial e falência não 
poderá se aplicar ao devedor civil, cuja insolvência será regulada pelo Código de 
Processo Civil em seus artigos 748 e seguintes. 
15. QUAIS SÃO AS ENTIDADES NÃO SUJEITAS À RECUPERAÇÃO JUDICIAL, A RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E A 
FALÊNCIA? 
R. As entidades não sujeitas à recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a 
falência são: a) as empresa pública e sociedade de economia mista; b) as instituição 
financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de 
previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, 
sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente 
equiparadas às anteriores. 
 
Eng. Valtenor Ap. Silva 
Direito Empresarial (Falência e Recuperação) 
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16. QUAIS OS PRESSUPOSTOS DA FALÊNCIA? 
R. Os pressupostos da falência são três: 
a) o devedor deverá ser empresário ou sociedade empresária; 
b) o devedor deve apresentar estado de Insolvência ocasional, presumida ou 
autofalência (confessada); 
c) deve haver sentença judicial de falência. 
17. O QUE SE ENTENDE POR ATOS DE FALÊNCIA? 
R. Atos de falência são aqueles praticados pelo empresário ou pela sociedade 
empresária, que consistem em comportamento pouco usual, ilícito ou suspeito, de 
forma a beneficiar a si próprio ou a alguns de seus credores, e a prejudicar outros. 
JUÍZO UNIVERSAL 
18. QUAL O JUÍZO COMPETENTE PARA DECRETAR A FALÊNCIA DO DEVEDOR? 
R. O juízo competente para decretar a falência do devedor é o juízo do local do seu 
principal estabelecimento ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil. 
19. O LOCAL DO PRINCIPAL ESTABELECIMENTO DO DEVEDOR É SEMPRE O MESMO DO DOMICÍLIO ESTATUTÁRIO DA 
EMPRESA? 
R. Não, nem sempre. É considerado principal estabelecimento do devedor aquele 
onde se situa a administração da empresa., onde são tomadas todas as principais 
decisões e onde ocorrem as mais significantes operações empresariais e financeiras. 
20. QUAL A PRINCIPAL CARACTERÍSTICA DO JUÍZO FALIMENTAR? 
R. A principal característica do juízo falimentar é a sua universalidade e 
indivisibilidade. 
21. POR QUE O JUÍZO FALIMENTAR É INDIVISÍVEL? 
R. O juízo da falência é indivisível porque tem competência para conhecer todas as 
ações sobre bens, interesses e negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, 
fiscais e aquelas não reguladas pela Lei em que o falido figurar como autor ou 
litisconsorte ativo. 
22. QUAL A ATUAÇÃO DO JUIZ NA FALÊNCIA? 
R. O juiz preside o processo falimentar, desde o momento em que é proposta a ação. 
Em regra não existe falência de ofício, pelo juiz. A exceção ocorre quando o 
empresário tem o seu pedido de recuperação judicial negado, ou quando concedida 
a recuperação judicial, o devedor não a cumpre. 
23. OS PEDIDOS DE FALÊNCIA ESTÃO SUJEITOS A DISTRIBUIÇÃO OBRIGATÓRIA? 
R. Sim, os pedidos de falência estão sujeitos a distribuição obrigatória, respeitada a 
ordem de apresentação. 
 
 
Eng. Valtenor Ap. Silva 
Direito Empresarial (Falência e Recuperação) 
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24. AS AÇÕES PROPOSTAS NO JUÍZO DA FALÊNCIA ESTÃO SUJEITAS A DISTRIBUIÇÃO POR DEPENDÊNCIA? 
R. Sim, as ações que devam ser propostas no juízo da falência estão sujeitas a 
distribuição por dependência. 
25. OS PROCESSOS DE FALÊNCIA E OS SEUS INCIDENTES PREFEREM A TODOS OS OUTROS NA ORDEM DOS FEITOS, EM 
QUALQUER INSTÂNCIA? 
R. Sim, os processos de falência e seus incidentes preferem a todos os outros na 
ordem dos feitos, em qualquer instância. 
LEGITIMIDADE PASSIVA E LEGITIMIDADE ATIVA 
26. QUEM TEM LEGITIMIDADE PASSIVA NO PROCESSO DE FALÊNCIA? 
R. Tem legitimidade passiva no processo de falência: 
a) o empresário, que é aquele que pratica profissionalmente a atividadeeconômica, 
atuando com habitualidade e finalidade lucrativa. A falência incide, sobre todos os 
empresários, sejam individuais (firmas individuais) ou coletivos (as sociedades 
empresárias); 
b) o espólio do devedor empresário. Espólio, como se sabe, são os bens deixados pelo 
morto, via de regra designado pela expressão latina “de cujus”, isto é, de cuja 
sucessão se trata, servindo, portanto, para indicar o falecido. 
Na ocorrência de morte de uma pessoa, seus herdeiros irão sucedê-la nos direitos e 
obrigações, respondendo o espólio (os bens do “de cujus”) pelas dívidas que este 
porventura tenha deixado, conforme dispõe o Art. 597 do Código de Processo Civil. 
27. QUEM TEM LEGITIMIDADE ATIVA NO PROCESSO DE FALÊNCIA? 
R. Tem legitimidade ativa no processo de falência: 
a) o próprio devedor, na forma do disposto nos artigos 105 à 107 da Lei nº 1.101, de 
9/2/2005; 
b) o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante; 
c) o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da 
sociedade; 
d) qualquer credor. 
28. QUAL O DOCUMENTO QUE DEVERÁ SER JUNTADO PELO CREDOR EMPRESÁRIO AO AJUIZAR O PEDIDO DE FALÊNCIA? 
R. O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de Empresas que 
comprove a regularidade de suas atividades. 
29. O CREDOR QUE NÃO TEM DOMICÍLIO NO BRASIL PODERÁ REQUERER A FALÊNCIA DO DEVEDOR? 
R. Sim, o credor que não tem domicílio no Brasil poderá requerer a falência do 
devedor, porém deverá prestar caução relativa às custas e ao pagamento da 
indenização de que trata o art. 101 da Lei Falimentar. 
 
 
Eng. Valtenor Ap. Silva 
Direito Empresarial (Falência e Recuperação) 
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30. QUANDO OCORRERÁ A FALÊNCIA DO ESPÓLIO? 
R. A Falência do espólio ocorrerá quando o empresário vier a falecer em estado de 
insolvência. 
31. QUEM PODERÁ REQUERER A FALÊNCIA DO ESPÓLIO? 
R. Poderá requerer a falência do espólio, qualquer credor, o cônjuge sobrevivente, 
os herdeiros do devedor ou o inventariante. 
32. NA FALÊNCIA DO ESPÓLIO, O QUE OCORRERÁ COM O PROCESSO DE INVENTÁRIO? 
R. Na falência do espólio, o processo de inventário, ficará suspenso, cabendo ao 
administrador judicial a realização de atos pendentes em relação aos direitos e 
obrigações da massa falida. 
3. O EMPRESÁRIO QUE DEIXOU DE EXERCER O COMÉRCIO A MAIS DE DOIS ANOS PODE SER DECLARADO FALIDO? 
R. Não. O empresário que deixou de exercer as suas atividades há mais de 2 (dois) 
anos antes do pedido de falência, comprovada por documento hábil do Registro 
Público de Empresas, não poderá ter a sua falência declarada. 
FALÊNCIA REQUERIDA PELO PRÓPRIO DEVEDOR 
34. O QUE SIGNIFICA AUTOFALÊNCIA? 
R. Autofalência é a falência requerida pelo devedor em crise econômico financeira 
que julgue não atender aos requisitos para pleitear a sua recuperação judicial. 
35. O QUE O DEVEDOR DEVERÁ EXPOR AO JUÍZO AO REQUERER A SUA AUTOFALÊNCIA? 
R. O devedor ao requerer ao juízo a sua autofalência, deverá expor as razões da 
impossibilidade de prosseguimento da sua atividade empresarial. 
36. QUAIS OS DOCUMENTOS QUE DEVERÃO ACOMPANHAR O PEDIDO DE AUTOFALÊNCIA DO DEVEDOR? 
R. O pedido de autofalência do devedor deverá estar acompanhado dos seguintes 
documentos: 
1) as demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as 
levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita 
observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de: a) 
balanço patrimonial; b) demonstração de resultados acumulados; c) demonstração 
do resultado desde o último exercício social; d) relatório do fluxo de caixa; 
2) a relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e 
classificação dos respectivos créditos; 
3) a relação dos bens e direitos que compõem o ativo, com a respectiva estimativa 
de valor e documentos comprobatórios de propriedade; 
4) a prova da condição de empresário, contrato social ou estatuto em vigor ou, se 
não houver, a indicação de todos os sócios, seus endereços e a relação de seus bens 
pessoais; 
5) os livros obrigatórios e documentos contábeis que lhe forem exigidos por lei; 
 
Eng. Valtenor Ap. Silva 
Direito Empresarial (Falência e Recuperação) 
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6) a relação de seus administradores nos últimos 5 (cinco) anos, com os respectivos 
endereços, suas funções e participação societária. 
37. O QUE ACONTECERÁ, SE O PEDIDO DE AUTOFALÊNCIA NÃO ESTIVER REGULARMENTE INSTRUÍDO? 
R. Se o pedido de autofalência não estiver regularmente instruído, o juiz determinará 
que seja emendado. 
DISPOSIÇÕES GERAIS PARA O PEDIDO DE FALÊNCIA 
38. PARA O PEDIDO DE FALÊNCIA COM BASE EM TÍTULO OU TÍTULOS EXECUTIVOS PROTESTADOS E NÃO PAGOS NO 
VENCIMENTO, É NECESSÁRIO O PROTESTO? 
R. Sim, o pedido de falência será instruído com o título ou os títulos executivos, 
acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos instrumentos de protesto para fim 
falimentar nos termos da legislação específica. 
39. O QUE SIGNIFICA PROTESTO? 
R. Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o 
descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida. 
40. O QUE É NECESSÁRIO PARA INSTRUIR O PEDIDO DE FALÊNCIA DO DEVEDOR QUE FOI EXECUTADO POR QUALQUER 
QUANTIA LÍQUIDA E NÃO PAGA, NÃO DEPOSITA E NÃO NOMEIA BENS SUFICIENTES À PENHORA DENTRO DO PRAZO LEGAL? 
R. Para o devedor que foi executado por qualquer quantia líquida e não paga, não 
deposita e não nomeia bens suficientes à penhora dentro do prazo legal, é necessário 
que o pedido de falência seja instruído com certidão expedida pelo juízo em que se 
processa a execução. 
41. O QUE É NECESSÁRIO PARA INSTRUIR O PEDIDO DE FALÊNCIA DO DEVEDOR QUE PRATICA ATOS CONSIDERADOS 
FRAUDULENTOS PELA LEI FALIMENTAR? 
R. Para o devedor que pratica atos fraudulentos considerados pela Lei falimentar, o 
credor ao instruir o pedido de falência descreverá os fatos que o caracterizam, 
juntando-se as provas que houver e especificando-se as que serão produzidas. 
42. QUAL O LIMITE MÍNIMO PARA O PEDIDO DE FALÊNCIA DE OBRIGAÇÃO LÍQUIDA MATERIALIZADA EM TÍTULO OU 
TÍTULOS EXECUTIVOS PROTESTADOS E NÃO PAGOS NO VENCIMENTO? 
R. O limite mínimo para o pedido de falência de obrigação líquida materializada em 
título ou títulos executivos protestados e não pagos no vencimento, será aquele cuja 
soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de 
falência. 
43. OS CREDORES PODEM REUNIR-SE EM LITISCONSÓRCIO A FIM DE SATISFAZER O LIMITE MÍNIMO PARA O PEDIDO DE 
FALÊNCIA COM BASE EM TÍTULO OU TÍTULOS EXECUTIVOS PROTESTADOS, NÃO PAGOS NO VENCIMENTO? 
R. Sim, os credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o limite 
mínimo para o pedido de falência com base em título ou títulos executivos 
protestados. 
 
 
 
Eng. Valtenor Ap. Silva 
Direito Empresarial (Falência e Recuperação) 
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44. O QUE SIGNIFICA O LITISCONSÓRCIO? 
R. O litisconsórcio significa que duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo 
processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando: 
a) entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à 
lide; 
b) os direitos ou as obrigações derivem do mesmo fundamento de fato ou de 
direito; 
c) entre as causas houver conexão pelo objeto ou pela causa de pedir; d) ocorrer 
afinidade de questões por um ponto comum de fato ou de direito. 
45. QUAIS OS CRÉDITOS, AINDA QUE LÍQUIDOS, QUE NÃO LEGITIMAM O PEDIDO DE FALÊNCIA? 
R. Os créditos ainda que líquidos, que não legitimam o pedido de falência são: 
a) as obrigações a títulos gratuitos, tais como doações, atos de benemerência, 
favores prometidos, aval prestado sem interesse econômico direto da empresa, 
fiança, cessão, comodato, etc; 
b) as prestações alimentícias; 
c) as despesas consideradas individuais referentes à participação dos credores 
na falência, exceto custas em litígio contra a massa;d) as penas pecuniárias, reportando-se às infrações penais e administrativas. 
46. QUEM DARÁ PROSSEGUIMENTO ÀS AÇÕES, INTERESSES E NEGÓCIOS DO FALIDO? 
R. Todas as ações, interesses e negócios do falido, terão prosseguimento com o 
administrador judicial, que deverá ser intimado para representar a massa falida, sob 
pena de nulidade do processo. 
47. O QUE SIGNIFICA MASSA FALIDA? 
R. Massa falida é o conjunto de bens e interesses da empresa, cuja falência já foi 
decretada, mantidos unidos por determinação legal. 
48. A MASSA FALIDA TEM PERSONALIDADE JURÍDICA? 
R. Não, a massa falida não possui personalidade jurídica, mas possui capacidade 
judicial ou postulatória, como autora ou ré no âmbito cível, e ré, no juízo criminal. 
 
49. QUAIS AS PARTES INTERVENIENTES DA MASSA FALIDA? 
R. A massa falida divide-se em: 
a) ativa, que é composta de créditos e haveres; e 
b) passiva, consistente nos débitos exigíveis. 
 
 
Eng. Valtenor Ap. Silva 
Direito Empresarial (Falência e Recuperação) 
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DEFESA DO DEVEDOR 
50. CITADO, QUAL O PRAZO PARA O DEVEDOR APRESENTAR A CONTESTAÇÃO? 
R. Citado, o devedor poderá apresentar contestação no prazo de 10 (dez) dias. 
51. O QUE PODERÁ FAZER O DEVEDOR, NO PRAZO DA CONTESTAÇÃO PARA QUE A FALÊNCIA NÃO SEJA DECRETADA? 
R. O devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor, correspondente ao 
total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e honorários advocatícios, 
hipótese em que a falência não será decretada e, caso julgado procedente o pedido 
de falência, o juiz ordenará o levantamento do valor pelo autor. 
52. DENTRO DO PRAZO DA CONTESTAÇÃO, O DEVEDOR PODERÁ PLEITEAR SUA RECUPERAÇÃO JUDICIAL? 
R. Sim, o devedor poderá, dentro do prazo da contestação pleitear a sua recuperação 
judicial. 
53. O QUE PODERÁ ALEGAR O DEVEDOR, NA CONTESTAÇÃO, DA FALÊNCIA REQUERIDA COM BASE EM TÍTULO OU 
TÍTULOS EXECUTIVOS PROTESTADOS E NÃO PAGOS, NO VENCIMENTO? 
R. Na falência requerida com base em título ou títulos executivos protestados, não 
pagos, no vencimento, o devedor poderá alegar: 
a) falsidade de título; 
b) prescrição; 
c) nulidade de obrigação ou de título; 
d) pagamento da dívida; 
e) qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou não legitime a 
cobrança de título; 
f) vício em protesto ou em seu instrumento; 
g) apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação; 
h) cessação das atividades empresariais mais de 2 (dois) anos antes do pedido de 
falência, comprovada por documento hábil do Registro Público de Empresas, o 
qual não prevalecerá contra prova de exercício posterior ao ato registrado. 
54. QUANDO NÃO SERÁ DECRETADA A FALÊNCIA DA SOCIEDADE POR AÇÕES? 
R. A falência da sociedade por ações não será decretada após liquidado e partilhado 
seu ativo. 
 
5. QUANDO NÃO SERÁ DECRETADA A FALÊNCIA DO ESPÓLIO DO DEVEDOR? 
R. A falência do espólio do devedor não será decretada após 1 (um) ano da sua morte. 
SENTENÇA DECLARATÓRIA DA FALÊNCIA 
56. O QUE DEVERÁ CONTER A SENTENÇA QUE DECRETAR A FALÊNCIA DO DEVEDOR? 
 
Eng. Valtenor Ap. Silva 
Direito Empresarial (Falência e Recuperação) 
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R. A Sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações, 
deverá conter: 
a) a síntese do pedido, a identificação do falido e os nomes dos que forem a 
esse tempo seus administradores; 
b) fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 
(noventa) dias contados do pedido de falência, do pedido de recuperação 
judicial ou do 1o (primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-se, para 
esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados; 
c) ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, relação 
nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e 
classificação dos respectivos créditos, se esta já não se encontrar nos autos, 
sob pena de desobediência; 
d) explicitará o prazo para as habilitações de crédito; 
e) ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o falido, 
ressalvadas as hipóteses previstas nos § 1o e 2o do art. 6o da Lei falimentar; 
f) proibirá a prática de qualquer ato de disposição ou oneração de bens do 
falido, submetendo-os preliminarmente à autorização judicial e do Comitê, se 
houver, ressalvados os bens cuja venda faça parte das atividades normais do 
devedor se autorizada a continuação provisória; 
g) determinará as diligências necessárias para salvaguardar os interesses das 
partes envolvidas, podendo ordenar a prisão preventiva do falido ou de seus 
administradores quando requerida com fundamento em provas da prática de 
crime definido na Lei falimentar; 
h) ordenará ao Registro Público de Empresas que proceda à anotação da 
falência no registro do devedor, para que conste a expressão "Falido", a data 
da decretação da falência e a inabilitação do falido; 
i) nomeará o administrador judicial, que desempenhará suas funções na forma 
da Lei; j) determinará a expedição de ofícios aos órgãos e repartições públicas 
e outras entidades para que informem a existência de bens e direitos do falido; 
l) pronunciar-se-á a respeito da continuação provisória das atividades do falido 
com o administrador judicial ou da lacração dos estabelecimentos; 
m) determinará, quando entender conveniente, a convocação da assembléia-
geral de credores para a constituição de Comitê de Credores, podendo ainda 
autorizar a manutenção do Comitê eventualmente em funcionamento na 
recuperação judicial quando da decretação da falência; 
n) ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às 
Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor 
tiver estabelecimento, para que tomem conhecimento da falência. 
57. O QUE ORDENARÁ O JUIZ APÓS PROLATAR A SENTENÇA DECLARATÓRIA DA FALÊNCIA? 
 
Eng. Valtenor Ap. Silva 
Direito Empresarial (Falência e Recuperação) 
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R. O juiz, após prolatar a sentença declaratória da falência ordenará a publicação 
por edital contendo a íntegra da decisão que decreta a falência e a relação de 
credores. 
TERMO LEGAL DA FALÊNCIA 
58. O QUE SIGNIFICA TERMO LEGAL DA FALÊNCIA? 
R. Termo legal da falência é o período dentro do qual todos os atos praticados pelo 
devedor são considerados ineficazes, por se entender que foram praticados em 
prejuízo da massa. 
59. QUAL O PERÍODO QUE DEVE ABRANGER O TERMO LEGAL DA FALÊNCIA? 
R. O termo legal da falência não pode abranger período anterior a 90 (noventa) dias 
contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1o 
(primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os 
protestos que tenham sido cancelados. 
EFEITOS DA SENTENÇA DECLARATÓRIA DA FALÊNCIA EM RELAÇÃO AOS CREDORES 
60. QUAIS OS PRINCIPAIS EFEITOS DA SENTENÇA DECLARATÓRIA DA FALÊNCIA, EM RELAÇÃO AOS CREDORES? 
R. Após prolatada a sentença declaratória da falência, passam a incidir sobre os 
credores os seguintes efeitos: 
a) vencimento antecipado de todos os créditos; 
b) interrupção do cálculo dos juros sobre a massa falida; 
c) suspensão das ações individuais dos credores, exceto no caso das exceções 
previstas; e 
d) formação da massa de credores. 
61. O QUE SIGNIFICA A EXPRESSÃO PAR CONDITIO CREDITORUM? 
R. A expressão par conditio creditorum, significa um tratamento igualitário entre 
todos os credores da mesma categoria, ou seja, condição de igualdade dos credores. 
Este procedimento é adotado na falência, por constituir uma execução coletiva. 
 
 
 
 
 
 
 
HABILITAÇÃO DE CRÉDITOS 
62. QUANDO SERÁ FEITA A HABILITAÇÃO DE CRÉDITO PELOS CREDORES? 
 
Eng. Valtenor Ap. Silva 
Direito Empresarial (Falência e Recuperação) 
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R. A habilitação de crédito pelos credores será feita no prazo de 15 (quinze) dias após 
a publicação do edital do processamento de recuperação judicial, ou do edital da 
sentença declaratória da falência.63. O QUE DEVERÁ CONTER A HABILITAÇÃO DE CRÉDITO? 
R. A habilitação de crédito realizada pelo credor, deverá conter: 
a) o nome, o endereço do credor e o endereço em que receberá comunicação de 
qualquer ato do processo; 
b) o valor do crédito, atualizado até a data da decretação da falência ou do pedido 
de recuperação judicial, sua origem e classificação; 
c) os documentos comprobatórios do crédito e a indicação das demais provas a serem 
produzidas; 
d) a indicação da garantia prestada pelo devedor, se houver, e o respectivo 
instrumento; 
e) a especificação do objeto da garantia que estiver na posse do credor. 
64. OS TÍTULOS E DOCUMENTOS QUE LEGITIMAM OS CRÉDITOS DEVERÃO SER EXIBIDOS NO ORIGINAL? 
R. Os títulos e documentos que legitimam os créditos deverão ser exibidos no original 
ou por cópias autenticadas se estiverem juntados em outro processo. 
65. AS HABILITAÇÕES DE CRÉDITO PODERÃO SER RECEBIDAS COMO RETARDATÁRIAS? 
R. Sim. As habilitações de crédito poderão ser recebidas como retardatárias 
 
6. NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL, O QUE OCORRERÁ AOS TITULARES DE CRÉDITOS RETARDATÁRIOS? 
R. Na recuperação judicial, os titulares de créditos retardatários, excetuados os 
titulares de créditos derivados da relação de trabalho, não terão direito a voto nas 
deliberações da assembléia-geral de credores 
 
67. NA FALÊNCIA, O QUE OCORRERÁ AOS TITULARES DE CRÉDITOS RETARDATÁRIOS? 
R. Na falência, os créditos retardatários perderão o direito a rateios eventualmente 
realizados e ficarão sujeitos ao pagamento de custas, não se computando os 
acessórios compreendidos entre o término do prazo e a data do pedido de habilitação 
O credor poderá requerer a reserva de valor para satisfação de seucrédito 
 
68. OS CRÉDITOS HABILITADOS PODERÃO SER IMPUGNADOS? 
Sim. O Comitê de Credores, qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou o Ministério 
Público podem apresentar ao juiz impugnação contra a relação de credores, 
apontando a ausência de qualquer crédito ou manifestando-se contra a legitimidade, 
importância ou classificação de crédito relacionado. 
 
Eng. Valtenor Ap. Silva 
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69. OS CREDORES IMPUGNADOS PODERÃO CONTESTAR A IMPUGNAÇÃO? 
R. Sim. Os credores cujos créditos forem impugnados serão intimados para contestar 
a impugnação, no prazo de 5 (cinco) dias, juntando os documentos que tiverem e 
indicando outras provas que reputem necessárias. 
70. QUAL O PRAZO PARA O DEVEDOR OU O COMITÊ DE CREDORES SE MANIFESTAREM SOBRE A CONTESTAÇÃO DA 
IMPUGNAÇÃO DE CRÉDITO? 
R. O devedor e o Comitê, se houver, serão intimados pelo juiz para se manifestar 
sobre a contestação da impugnação de crédito, no prazo comum de 5 (cinco) dias. 
Findo o prazo de 5 (cinco) dias, o administrador judicial será intimado pelo juiz para 
emitir parecer no prazo de 5 (cinco) dias, devendo juntar à sua manifestação o laudo 
elaborado pelo profissional ou empresa especializada, se for o caso, e todas as 
informações existentes nos livros fiscais e demais documentos do devedor acerca do 
crédito, constante ou não da relação de credores, objeto da impugnação. 
71. A QUEM SERÁ DIRIGIDA A IMPUGNAÇÃO DE CRÉDITO? 
R. A impugnação de crédito será dirigida ao juiz por meio de petição, instruída com 
os documentos que tiver o impugnante, o qual indicará as provas consideradas 
necessárias 
72. COMO SERÁ AUTUADA A IMPUGNAÇÃO DE CRÉDITO? 
R. Cada impugnação será autuada em separado, com os documentos a ela relativos, 
mas terão uma só autuação as diversas impugnações versando sobre o mesmo crédito. 
73. O QUE OCORRERÁ SE NÃO HOUVER IMPUGNAÇÃO DE CRÉDITO? 
R. Caso não haja impugnações, o juiz homologará, como quadro-geral de credores, a 
relação dos credores constante do edital do processamento de recuperação judicial, 
ou do edital da sentença declaratória da falência. 
74. O QUE OCORRERÁ SE HOUVER IMPUGNAÇÃO DE CRÉDITO? 
R. O juiz julgará as impugnações que entender suficientemente esclarecidas pelas 
alegações e provas apresentadas pelas partes, mencionando, de cada crédito, o valor 
e a classificação. Em seguida, fixará, em cada uma das impugnações restantes, os 
aspectos controvertidos e decidirá as questões processuais pendentes. Determinará 
em seguida as provas a serem produzidas, designando audiência de instrução e 
julgamento, se necessário. 
 
 
75. QUAL O RECURSO CABÍVEL, DA DECISÃO JUDICIAL SOBRE A IMPUGNAÇÃO DE CRÉDITO? 
R. Da decisão judicial sobre a impugnação caberá agravo 
76. QUEM SERÁ RESPONSÁVEL PELA CONSOLIDAÇÃO DO QUADRO-GERAL DE CREDORES? 
 
Eng. Valtenor Ap. Silva 
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R. O administrador judicial será responsável pela consolidação do quadro geral de 
credores, a ser homologado pelo juiz, com base na relação dos credores e nas 
decisões proferidas nas impugnações oferecidas 
 
77. O QUE MENCIONARÁ O QUADRO-GERAL DE CREDORES? 
R. O quadro-geral de credores, assinado pelo juiz e pelo administrador judicial, 
mencionará a importância e a classificação de cada crédito na data do requerimento 
da recuperação judicial ou da decretação da falência, será juntado aos autos e 
publicado no órgão oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, contado da data da sentença 
que houver julgado as impugnações. 
78. O QUADRO-GERAL DE CREDORES PODERÁ SER MODIFICADO? 
R. Sim. O administrador judicial, o Comitê, qualquer credor ou o representante do 
Ministério Público poderá, até o encerramento da recuperação judicial ou da 
falência, observado, no que couber, o procedimento ordinário previsto no Código de 
Processo Civil, pedir a exclusão, outra classificação ou a retificação de qualquer 
crédito, nos casos de descoberta de falsidade, dolo, simulação, fraude, erro essencial 
ou, ainda, documentos ignorados na época do julgamento do crédito ou da inclusão 
no quadro-geral de credores 
79. ONDE SERÁ PROPOSTA A AÇÃO ORDINÁRIA, NO CASO DE EXCLUSÃO, OUTRA CLASSIFICAÇÃO OU RETIFICAÇÃO DE 
QUALQUER CRÉDITO? 
R. A ação ordinária será proposta exclusivamente perante o juízo da recuperação 
judicial ou da falência. 
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO 
80. QUEM PODERÁ PEDIR A RESTITUIÇÃO DE BEM ARRECADADO NO PROCESSO DE FALÊNCIA? 
R. O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou que se encontre em 
poder do devedor na data da decretação da falência poderá pedir sua restituição. 
Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida a crédito e entregue ao 
devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda 
não alienada. 
 
 
 
 
81. QUANDO A RESTITUIÇÃO SERÁ FEITA EM DINHEIRO? 
R. Proceder-se-á à restituição em dinheiro: 
a) se a coisa não mais existir ao tempo do pedido de restituição, hipótese em 
que o requerente receberá o valor da avaliação do bem, ou, no caso de ter 
ocorrido sua venda, o respectivo preço, em ambos os casos no valor atualizado; 
 
Eng. Valtenor Ap. Silva 
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b) da importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, 
decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para exportação, desde que 
o prazo total da operação, inclusive eventuais prorrogações, não exceda o 
previsto nas normas específicas da autoridade competente; 
c) dos valores entregues ao devedor pelo contratante de boa-fé na hipótese de 
revogação ou ineficácia do contrato. 
82. O QUE DEVERÁ CONTER O PEDIDO DE RESTITUIÇÃO? 
R. O pedido de restituição deverá ser fundamentado e descrever a coisa reclamada. 
83. O QUE DETERMINARÁ O JUIZ APÓS RECEBER O PEDIDO DE RESTITUIÇÃO? 
R. O juiz mandará autuar em separado o requerimento com os documentos que o 
instruírem e determinará a intimação do falido, do Comitê, dos credores e do 
administrador judicial para que, no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, se manifestem, 
valendo como contestação a manifestação contrária à restituição. 
84. O QUE DESIGNARÁ O JUIZ, SE O PEDIDO DE RESTITUIÇÃOFOR CONTESTADO? 
R. Contestado o pedido e deferidas as provas porventura requeridas, o juiz designará 
audiência de instrução e julgamento, se necessária. Não havendo provas a realizar, 
os autos serão conclusos para sentença. 
85. O QUE DETERMINARÁ A SENTENÇA QUE RECONHECER O DIREITO DO REQUERENTE? 
R. A sentença que reconhecer o direito do requerente determinará a entrega da coisa 
no prazo de 48 (quarenta e oito) horas. 
86. O QUE DETERMINARÁ A SENTENÇA QUE NEGAR A RESTITUIÇÃO AO REQUERENTE? 
R. A sentença que negar a restituição, quando for o caso, incluirá o requerente no 
quadro-geral de credores, na classificação que lhe couber. 
87. QUAL O RECURSO CABÍVEL DA SENTENÇA QUE JULGAR O PEDIDO DE RESTITUIÇÃO? 
R. O recurso cabível da sentença que julgar o pedido de restituição será apelação 
sem efeito suspensivo. 
8. O AUTOR DO PEDIDO DE RESTITUIÇÃO PODERÁ RECEBER O BEM ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO DA sentença? 
R. O autor do pedido de restituição que pretender receber o bem ou a quantia 
reclamada antes do trânsito em julgado da sentença deverá prestar caução. 
 
 
89. OS CREDORES PODERÃO PROPOR EMBARGOS DE TERCEIROS? 
R. Sim. Nos casos em que não couber pedido de restituição, fica resguardado o direito 
dos credores de propor embargos de terceiros, observada a legislação processual 
civil. 
 
Eng. Valtenor Ap. Silva 
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CLASSIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS 
90. O QUE SÃO CRÉDITOS EXTRACONCURSAIS? 
R. Créditos extraconcursais são aqueles que não estão sujeitos à regra do concurso, 
são créditos dotados de um privilégio especial na ordem de recebimento, por ter uma 
hierarquia na categoria dos credores 
1. QUAIS SÃO OS CRÉDITOS EXTRACONCURSAIS? 
R. São considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência sobre os 
demais, na ordem a seguir, os relativos a: 
a) remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, e créditos 
derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho 
relativos a serviços prestados após a decretação da falência; 
b) quantias fornecidas à massa pelos credores; 
c) despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e distribuição 
do seu produto, bem como custas do processo de falência; 
d) custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha 
sido vencida; 
e) obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a 
recuperação judicial, ou após a decretação da falência, e tributos relativos a 
fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, respeitada a ordem 
estabelecida na classificação dos créditos. 
92. QUAL A ORDEM DA CLASSIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS NA FALÊNCIA? 
R. A Classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem: 
a) os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e 
cinquenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de 
trabalho; 
b) créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; 
c) créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de 
constituição, excetuadas as multas tributárias; 
d) créditos com privilégio especial; 
e) créditos com privilégio geral; f) créditos quirografários; 
g) as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou 
administrativas, inclusive as multas tributárias; 
h) créditos subordinados. 
93. QUAIS SÃO OS CRÉDITOS COM PRIVILÉGIO ESPECIAL? 
R. São créditos com privilégio especial: 
a) os previstos no artigo 964 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002; 
 
Eng. Valtenor Ap. Silva 
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b) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária da 
Lei falimentar; 
c) aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de retenção sobre a coisa dada em 
garantia. 
94. QUAIS SÃO OS CRÉDITOS COM PRIVILÉGIO ESPECIAL DETERMINADOS PELO ARTIGO 964 DO CÓDIGO CIVIL? 
R. São créditos com privilégio especial: 
a) a coisa arrecadada e liquidada, o credor de custas e despesas judiciais feitas 
com a arrecadação e liquidação; 
b) a coisa salvada, o credor por despesas de salvamento; 
c) a coisa beneficiada, o credor por benfeitorias necessárias ou úteis; 
d) os prédios rústicos ou urbanos, fábricas, oficinas, ou quaisquer outras 
construções, o credor de materiais, dinheiro, ou serviços para a sua edificação, 
reconstrução, ou melhoramento; 
e) os frutos agrícolas, o credor por sementes, instrumentos e serviços à cultura, 
ou à colheita; 
f) as alfaias e utensílios de uso doméstico, nos prédios rústicos ou urbanos, o 
credor de aluguéis, quanto às prestações do ano corrente e do anterior; 
g) os exemplares da obra existente na massa do editor, o autor dela, ou seus 
legítimos representantes, pelo crédito fundado contra aquele no contrato da 
edição; 
h) o produto da colheita, para a qual houver concorrido com o seu trabalho, e 
precipuamente a quaisquer outros créditos, ainda que reais, o trabalhador 
agrícola, quanto à dívida dos seus salários. 
95. QUAIS SÃO OS CRÉDITOS COM PRIVILÉGIO GERAL? 
R. São créditos com privilégio geral: 
a) os previstos no art. 965 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002; 
b) os previstos no parágrafo único do art. 67 da Lei falimentar; 
c) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária 
da Lei falimentar. 
 
 
 
 
 
96. QUAIS SÃO OS CRÉDITOS COM PRIVILÉGIO GERAL DETERMINADOS PELO ARTIGO 965 DO CÓDIGO CIVIL? 
R. Goza de privilégio geral, na ordem seguinte, sobre os bens do devedor: 
 
Eng. Valtenor Ap. Silva 
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a) o crédito por despesa de seu funeral, feito segundo a condição do morto e o 
costume do lugar; 
b) o crédito por custas judiciais, ou por despesas com a arrecadação e liquidação 
da massa; 
c) o crédito por despesas com o luto do cônjuge sobrevivo e dos filhos do devedor 
falecido, se foram moderadas; 
d) o crédito por despesas com a doença de que faleceu o devedor, no semestre 
anterior à sua morte; 
e) o crédito pelos gastos necessários à mantença do devedor falecido e sua 
família, no trimestre anterior ao falecimento; 
f) o crédito pelos impostos devidos à Fazenda Pública, no ano corrente e no 
anterior; 
g) o crédito pelos salários dos empregados do serviço doméstico do devedor, nos 
seus derradeiros seis meses de vida; 
g) os demais créditos de privilégio geral. 
97. QUAIS SÃO OS CRÉDITOS QUIROGRAFÁRIOS? 
R. São créditos quirografários: 
a) aqueles não previstos nos demais incisos do artigo 83 da Lei falimentar; 
b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens 
vinculados ao seu pagamento; 
c) os saldos dos créditos derivados da legislação do trabalho que excederem o 
limite estabelecido pela Lei falimentar. 
98. QUAIS SÃO OS CRÉDITOS SUBORDINADOS? 
R. São créditos subordinados: 
a) os assim previstos em lei ou em contrato; 
b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício. 
99. QUAL SERÁ O LIMITE DO BEM GRAVADO PARA OS CRÉDITOS COM GARANTIA REAL? 
R. Será considerado como valor do bem objeto de garantia real a importância 
efetivamente arrecadada com sua venda, ou, no caso de alienação em bloco, o valor 
de avaliação do bem individualmente considerado. 
 
 
ADMINISTRADOR JUDICIAL 
100. QUAL A FUNÇÃO DO ADMINISTRADOR JUDICIAL NA FALÊNCIA E NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL? 
 
Eng. Valtenor Ap. Silva 
Direito Empresarial (Falência e Recuperação) 
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R. O administrador judicial é de grande importância na falência e na recuperação 
judicial, pois é dele a iniciativa de tomar a maioria das providências para assegurar 
a correta administração dos bens do devedor, sob a supervisão do juiz, devendo 
emprestar seu valor moral e profissional à tarefa. 
101. QUEM PODERÁ SER ADMINISTRADOR JUDICIAL? 
R. O administrador judicial poderá ser profissional idôneo,preferencialmente 
advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica 
especializada. 
102. SE O ADMINISTRADOR JUDICIAL FOR PESSOA JURÍDICA, O QUE DEVERÁ ESTAR DECLARADO NO TERMO DE 
COMPROMISSO, ASSINADO NA SEDE DO JUÍZO? 
R. Se o administrador judicial nomeado for pessoa jurídica, declarar-se-á, no termo 
de compromisso, assinado na sede do juízo, o nome de profissional responsável pela 
condução do processo de falência ou de recuperação judicial, que não poderá ser 
substituído sem autorização do juiz. 
103. QUAL A COMPETÊNCIA DO ADMINISTRADOR JUDICIAL NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL E NA FALÊNCIA? 
R. Compete ao administrador judicial na recuperação judicial e na falência: 
a) enviar correspondência aos credores indicados na relação do pedido de 
recuperação judicial ou de falência, comunicando a data do pedido de 
recuperação judicial ou da decretação da falência, a natureza, o valor e a 
classificação dada ao crédito; 
b) fornecer, com presteza, todas as informações pedidas pelos credores 
interessados; 
c) dar extratos dos livros do devedor, que merecerão fé de ofício, a fim de 
servirem de fundamento nas habilitações e impugnações de créditos; 
d) exigir dos credores, do devedor ou seus administradores quaisquer 
informações; e) elaborar a relação de credores para publicar edital contendo 
local, horário e prazo em que poderão ter acesso aos documentos que 
fundamentaram a elaboração desta relação; 
f) consolidar o quadro-geral; 
g) requerer ao juiz convocação da assembleia-geral de credores nos casos 
previstos na Lei ou quando entender necessária sua ouvida para a tomada de 
decisões; 
h) contratar, mediante autorização judicial, profissionais ou empresas 
especializadas para, quando necessário, auxiliá-lo no exercício de suas funções; 
i) manifestar-se nos casos previstos na Lei falimentar. 
 
104. QUAL A COMPETÊNCIA DO ADMINISTRADOR JUDICIAL NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL? 
R. Compete ao administrador judicial na recuperação judicial: 
 
Eng. Valtenor Ap. Silva 
Direito Empresarial (Falência e Recuperação) 
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a) fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do plano de recuperação 
judicial; 
b) requerer a falência no caso de descumprimento de obrigação assumida no 
plano de recuperação; 
c) apresentar ao juiz, para juntada aos autos, relatório mensal das atividades 
do devedor; 
d) apresentar o relatório sobre a execução do plano de recuperação. 
105. QUAL A COMPETÊNCIA DO ADMINISTRADOR JUDICIAL NA FALÊNCIA? 
R. Compete ao administrador judicial na falência: 
a) avisar, pelo órgão oficial, o lugar e hora em que, diariamente, os credores 
terão à sua disposição os livros e documentos do falido; 
b) examinar a escrituração do devedor; 
c) relacionar os processos e assumir a representação judicial da massa falida; 
d) receber e abrir a correspondência dirigida ao devedor, entregando a ele o 
que não for assunto de interesse da massa; 
e) apresentar, no prazo de 40 (quarenta) dias, contado da assinatura do termo 
de compromisso, prorrogável por igual período, relatório sobre as causas e 
circunstâncias que conduziram à situação de falência, no qual apontará a 
responsabilidade civil e penal dos envolvidos; 
f) arrecadar os bens e documentos do devedor e elaborar o auto de 
arrecadação; g) avaliar os bens arrecadados; 
h) contratar avaliadores, de preferência oficiais, mediante autorização judicial, 
para a avaliação dos bens caso entenda não ter condições técnicas para a 
tarefa; 
i) praticar os atos necessários à realização do ativo e ao pagamento dos 
credores; 
j) requerer ao juiz a venda antecipada de bens perecíveis, deterioráveis ou 
sujeitos a considerável desvalorização ou de conservação arriscada ou 
dispendiosa; 
l) praticar todos os atos conservatórios de direitos e ações, diligenciar a 
cobrança de dívidas e dar a respectiva quitação; 
m) remir, em benefício da massa e mediante autorização judicial, bens 
apenhados, penhorados ou legalmente retidos; 
n) representar a massa falida em juízo, contratando, se necessário, advogado, 
cujos honorários serão previamente ajustados e aprovados pelo Comitê de 
Credores; 
 
Eng. Valtenor Ap. Silva 
Direito Empresarial (Falência e Recuperação) 
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o) requerer todas as medidas e diligências que forem necessárias para o 
cumprimento da Lei falimentar, a proteção da massa ou a eficiência da 
administração; 
p) apresentar ao juiz para juntada aos autos, até o 10o (décimo) dia do mês 
seguinte ao vencido, conta demonstrativa da administração, que especifique 
com clareza a receita e a despesa; 
q) entregar ao seu substituto todos os bens e documentos da massa em seu 
poder, sob pena de responsabilidade; 
r) prestar contas ao final do processo, quando for substituído, destituído ou 
renunciar ao cargo. 
106. QUEM FIXARÁ O VALOR E A FORMA DE PAGAMENTO DA REMUNERAÇÃO DO ADMINISTRADOR JUDICIAL? 
R. O juiz fixará o valor e a forma de pagamento da remuneração do administrador 
judicial, observados a capacidade de pagamento do devedor, o grau de complexidade 
do trabalho e os valores praticados no mercado para o desempenho de atividades 
semelhantes judicial ou do valor de venda dos bens na falência 
 
Em qualquer hipótese, o total pago ao administrador judicial não excederá 5% (cinco 
por cento) do valor devido aos credores submetidos à recuperação 
107. O ADMINISTRADOR JUDICIAL QUE FOR SUBSTITUÍDO SERÁ REMUNERADO PELO TRABALHO REALIZADO? 
R. Sim. O administrador judicial substituído será remunerado proporcionalmente ao 
trabalho realizado, salvo se renunciar sem relevante razão ou for destituído de suas 
funções por desídia, culpa, dolo ou descumprimento das obrigações fixadas na Lei 
falimentar, hipóteses em que não terá direito à remuneração. 
108. O ADMINISTRADOR JUDICIAL QUE TIVER SUAS CONTAS DESAPROVADAS, TERÁ DIREITO A RECEBER REMUNERAÇÃO? 
R. Não. O administrador judicial que tiver suas contas desaprovadas, não terá direito 
a receber remuneração. 
109. A QUEM CABERÁ ARCAR COM AS DESPESAS RELATIVAS À REMUNERAÇÃO DO ADMINISTRADOR JUDICIAL E DAS 
PESSOAS EVENTUALMENTE CONTRATADAS PARA AUXILIÁ-LO? 
R. Caberá ao devedor ou à massa falida arcar com as despesas relativas à 
remuneração do administrador judicial e das pessoas eventualmente contratadas 
para auxiliá-lo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Eng. Valtenor Ap. Silva 
Direito Empresarial (Falência e Recuperação) 
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COMITÊ DE CREDORES 
110. COMO SERÁ CONSTITUÍDO O COMITÊ DE CREDORES? 
R. O Comitê de Credores será constituído por deliberação de qualquer das classes de 
credores na assembléia-geral. 
111. COMO SERÁ A COMPOSIÇÃO DO COMITÊ DE CREDORES? 
R. O Comitê de Credores terá a seguinte composição: a) 1 (um) representante 
indicado pela classe de credores trabalhistas, com 2 (dois) suplentes; b) 1 (um) 
representante indicado pela classe de credores com direitos reais de garantia ou 
privilégios especiais, com 2 (dois) suplentes; c) 1 (um) representante indicado pela 
classe de credores quirografários e com privilégios gerais, com 2 (dois) suplentes 
112. A FALTA DE INDICAÇÃO DE REPRESENTANTES POR QUAISQUER DAS CLASSES, PREJUDICARÁ A CONSTITUIÇÃO DO 
COMITÊ DE CREDORES? 
R. Não. A falta de indicação de representante por quaisquer das classes não 
prejudicará a constituição do Comitê, que poderá funcionar com número inferior ao 
previsto na Lei falimentar 
 
113. QUAIS AS ATRIBUIÇÕES DO COMITÊ DE CREDORES, NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL E NA FALÊNCIA? 
R. O Comitê de Credores terá na recuperação judicial e na falência as seguintes 
atribuições: 
a) fiscalizar as atividades e examinar as contas do administrador judicial; 
b) zelar pelo bom andamento do processo e pelo cumprimento da lei; 
c) comunicar ao juiz, caso detecte violação dos direitos ou prejuízo aos 
interesses dos credores; 
d) apurar e emitir parecer sobre quaisquer reclamações dos interessados; 
e) requerer ao juiz a convocação daassembléia geral de credores; 
f) manifestar-se nas hipóteses previstas na Lei Falimentar; 
114. QUAIS AS ATRIBUIÇÕES DO COMITÊ DE CREDORES, NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL? 
R. O Comitê de Credores terá na recuperação judicial as seguintes atribuições: 
a) fiscalizar a administração das atividades do devedor, apresentando, a cada 
30 (trinta) dias, relatório de sua situação; 
b) fiscalizar a execução do plano de recuperação judicial; 
c) submeter à autorização do juiz, quando ocorrer o afastamento do devedor 
nas hipóteses previstas na Lei Falimentar, a alienação de bens do ativo 
permanente, a constituição de ônus reais e outras garantias, bem como atos de 
endividamento necessários à continuação da atividade empresarial durante o 
período que antecede a aprovação do plano de recuperação judicial. 
 
 
 
Eng. Valtenor Ap. Silva 
Direito Empresarial (Falência e Recuperação) 
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115. ONDE SERÃO CONSIGNADAS AS DECISÕES DO COMITÊ DE CREDORES, TOMADAS POR MAIORIA? 
R. As decisões do Comitê de Credores, tomadas por maioria, serão consignadas em 
livro de atas, rubricado pelo juízo, que ficará à disposição do administrador judicial, 
dos credores e do devedor 
116. POR QUEM SERÁ RESOLVIDO O IMPASSE, CASO NÃO SEJA POSSÍVEL A OBTENÇÃO DE MAIORIA EM DELIBERAÇÃO DO 
COMITÊ DE CREDORES? 
R. Caso não seja possível a obtenção de maioria em deliberação doComitê de 
Credores, o impasse será resolvido pelo administrador judicial ou, na 
incompatibilidade deste, pelo juiz. 
117. NÃO HAVENDO COMITÊ DE CREDORES, A QUEM CABERÁ EXERCER SUAS ATRIBUIÇÕES? 
R. Não havendo Comitê de Credores, caberá ao administrador judicial ou, na 
incompatibilidade deste, ao juiz exercer suas atribuições. 
118. OS MEMBROS DO COMITÊ DE CREDORES TERÃO SUA REMUNERAÇÃO CUSTEADA PELO DEVEDOR OU PELA MASSA 
FALIDA? 
R. Não. Os membros do Comitê de Credores não terão sua remuneração custeada pelo 
devedor ou pela massa falida, mas as despesas realizadas para a realização de ato 
previsto na Lei falimentar, se devidamente comprovadas e com a autorização do juiz, 
serão ressarcidas atendendo às disponibilidades de caixa. 
119. QUEM NÃO PODERÁ INTEGRAR O COMITÊ DE CREDORES OU EXERCER AS FUNÇÕES DE ADMINISTRADOR JUDICIAL? 
R. Não poderá integrar o Comitê de Credores ou exercer as funções de administrador 
judicial quem, nos últimos 5 (cinco) anos, no exercício do cargo de administrador 
judicial ou de membro do Comitê em falência ou recuperação judicial anterior, foi 
destituído, deixou de prestar contas dentro dos prazos legais ou teve a prestação de 
contas desaprovada 
Ficará também impedido de integrar o Comitê de Credores ou exercer a função de 
administrador judicial quem tiver relação de parentesco ou afinidade até o 3o 
(terceiro) grau com o devedor, seus administradores, controladores ou 
representantes legais ou deles for amigo, inimigo ou dependente 
 
120. QUEM PODERÁ REQUERER AO JUIZ A SUBSTITUIÇÃO DO ADMINISTRADOR JUDICIAL OU DOS MEMBROS DO COMITÊ 
DE CREDORES NOMEADOS EM DESOBEDIÊNCIA AOS PRECEITOS DA LEI FALIMENTAR? 
R. O devedor, qualquer credor ou o Ministério Público poderá requerer ao juiz a 
substituição do administrador judicial ou dos membros do Comitê nomeados em 
desobediência aos preceitos da Lei falimentar 
121. QUEM PODERÁ DETERMINAR A DESTITUIÇÃO DO ADMINISTRADOR JUDICIAL OU DE QUAISQUER DOS MEMBROS DO 
COMITÊ DE CREDORES? 
R. O juiz, de ofício ou a requerimento fundamentado de qualquer interessado, poderá 
determinar a destituição do administrador judicial ou de quaisquer dos membros do 
Comitê de Credores quando verificar desobediência aos preceitos da Lei falimentar, 
descumprimento de deveres, omissão, negligência ou prática de ato lesivo às 
atividades do devedor ou a terceiros 
 
 
Eng. Valtenor Ap. Silva 
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122. NO ATO DE DESTITUIÇÃO O JUIZ PODERÁ NOMEAR NOVO ADMINISTRADOR JUDICIAL OU CONVOCAR OS SUPLENTES 
PARA RECOMPOR O COMITÊ DE CREDORES? 
R. Sim. No ato de destituição, o juiz poderá nomear novo administrador judicial ou 
convocar os suplentes para recompor o Comitê de Credores 
123. NA FALÊNCIA, O ADMINISTRADOR JUDICIAL SUBSTITUÍDO PRESTARÁ CONTAS DE SUA ADMINISTRAÇÃO? 
R. Sim. Na falência, o administrador judicial substituído prestará contas no prazo de 
10 (dez) dias. 
124. O ADMINISTRADOR JUDICIAL E OS MEMBROS DO COMITÊ DE CREDORES RESPONDERÃO PELOS PREJUÍZOS 
CAUSADOS À MASSA FALIDA, AO DEVEDOR OU AOS CREDORES QUANDO AGIREM COM DOLO OU CULPA? 
R. Sim. O administrador judicial e os membros do Comitê de Credores responderão 
pelos prejuízos causados à massa falida, ao devedor ou aos credores quando agirem 
com dolo ou culpa, devendo o dissidente em deliberação do Comitê de Credores 
consignar sua discordância em ata para eximir-se da responsabilidade. 
125. LOGO QUE NOMEADOS, PARA QUE, SERÃO INTIMADOS PESSOALMENTE, O ADMINISTRADOR JUDICIAL E OS 
MEMBROS DO COMITÊ DE CREDORES? 
R. O administrador judicial e os membros do Comitê de Credores, logo que nomeados, 
serão intimados pessoalmente para, em 48 (quarenta e oito) horas, assinar, na sede 
do juízo, o termo de compromisso de bem e fielmente desempenhar o cargo e assumir 
todas as responsabilidades a ele inerentes. 
126. O QUE OCORRERÁ AO ADMINISTRADOR JUDICIAL QUE NÃO ASSINAR O TERMO DE COMPROMISSO NO PRAZO DE 48 
(HORAS) DA INTIMAÇÃO? 
R. Não assinado o termo de compromisso no prazo de 48 (quarenta e oito) horas da 
intimação, o juiz nomeará outro administrador judicial. 
ASSEMBLÉIA GERAL DE CREDORES 
127. O QUE É A ASSEMBLÉIA GERAL DE CREDORES? 
R. A assembléia geral de credores é um órgão colegiado e deliberativo, convocado e 
instalado na forma da lei. 
128. QUAL A FUNÇÃO DA ASSEMBLÉIA GERAL DE CREDORES? 
R. A função da assembléia geral de credores é de examinar, debater e decidir as 
matérias de sua atribuição exclusiva, determinada pela Lei falimentar. 
129. QUAIS AS ATRIBUIÇÕES DA ASSEMBLÉIA GERAL DE CREDORES NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL? 
R. Na recuperação judicial, a assembléia-geral de credores terá por atribuições 
deliberar sobre: 
a) aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial 
apresentado pelo devedor; 
b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua 
substituição; 
 
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c) o pedido de desistência do devedor; 
d) o nome do gestor judicial, quando do afastamento do devedor; 
e) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores; 
130. QUAIS AS ATRIBUIÇÕES DA ASSEMBLÉIA GERAL DE CREDORES NA FALÊNCIA? 
R. Na falência, a assembléia-geral de credores terá por atribuições deliberar sobre: 
a) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua 
substituição; 
b) a adoção de outras modalidades de realização do ativo; 
c) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores. 
131. COMO SERÁ COMPOSTA A ASSEMBLEIA GERAL DE CREDORES? 
R. A assembléia geral será composta pelas seguintes classes de credores: 
a) titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de 
acidentes de trabalho; 
b) titulares de créditos com garantia real; 
c) titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral 
ou subordinados. 
132. POR QUEM SERÁ CONVOCADA A ASSEMBLÉIA GERAL DE CREDORES? 
R. A assembléia geral de credores será convocada pelo juiz por edital publicado no 
órgão oficial e em jornais de grande circulação nas localidades da sede e filiais, com 
antecedência mínima de 15 (quinze) dias. 
133. O QUE CONTERÁ O EDITAL DE CONVOCAÇÃO DA ASSEMBLÉIA GERAL DE CREDORES? 
R. O edital de convocação da assembléia geral de credores conterá: 
a) local, data e hora da assembléia em 1a (primeira) e em 2a (segunda) 
convocação, não podendo esta ser realizada menos de 5 (cinco) dias depois da 
1a (primeira); 
b) a ordem do dia; c) local onde os credores poderão,se for o caso, obter cópia 
do plano de recuperação judicial a ser submetido à deliberação da assembléia. 
134. OS CREDORES PODERÃO CONVOCAR ASSEMBLÉIA GERAL? 
R. Além dos casos expressamente previstos nesta Lei, credores que representem no 
mínimo 25% (vinte e cinco por cento) do valor total dos créditos de uma determinada 
classe poderão requerer ao juiz a convocação de assembléia-geral. 
135. POR QUEM CORREM AS DESPESAS COM A CONVOCAÇÃO E REALIZAÇÃO DA ASSEMBLÉIA GERAL DE CREDORES? 
R. As despesas com a convocação e a realização da assembléia geral de credores 
correm por conta do devedor ou da massa falida, salvo se convocada em virtude de 
requerimento do Comitê de Credores ou pelos credores que representem no mínimo 
25% (vinte e cinco) por cento do valor total dos créditos. 
 
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136. POR QUEM SERÁ PRESIDIDA A ASSEMBLÉIA GERAL DE CREDORES? 
R. A assembléia será presidida pelo administrador judicial, que designará 1 (um) 
secretário dentre os credores presentes. Nas deliberações sobre o afastamento do 
administrador judicial ou em outras em que haja incompatibilidade deste, a 
assembléia será presidida pelo credor presente que seja titular do maior crédito. 
137. COMO SERÁ INSTALADA A ASSEMBLÉIA GERAL DE CREDORES? 
R. A assembléia geral de credores instalar-se-á, em 1a (primeira) convocação, com a 
presença de credores titulares de mais da metade dos créditos de cada classe, 
computados pelo valor, e, em 2a (segunda) convocação, com qualquer número. 
138. O QUE O CREDOR DEVERÁ FAZER PARA PARTICIPAR DA ASSEMBLÉIA GERAL? 
R. Para participar da assembléia geral, cada credor deverá assinar a lista de presença, 
que será encerrada no momento da instalação. 
139. O CREDOR PODERÁ SER REPRESENTADO NA ASSEMBLÉIA GERAL? 
R. Sim. O credor poderá ser representado na assembléia geral por mandatário ou 
representante legal, desde que entregue ao administrador judicial, até 24 (vinte e 
quatro) horas antes da data prevista no aviso de convocação, documento hábil que 
comprove seus poderes ou a indicação das folhas dos autos do processo em que se 
encontre o documento. 
140. OS SINDICATOS DOS TRABALHADORES PODERÃO REPRESENTAR SEUS ASSOCIADOS TITULARES DE CRÉDITOS 
TRABALHISTAS, NA ASSEMBLÉIA GERAL? 
R. Sim. Os sindicatos de trabalhadores poderão representar seus associados titulares 
de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de 
trabalho que não comparecerem, pessoalmente ou por procurador, à assembléia. 
141. O QUE DEVERÁ APRESENTAR O SINDICATO DOS TRABALHADORES PARA REPRESENTAR O SEU ASSOCIADO? 
R. Para representar o seu associado, o sindicato deverá, apresentar ao administrador 
judicial, até 10 (dez) dias antes da assembléia, a relação dos associados que pretende 
representar, e o trabalhador que conste da relação de mais de um sindicato deverá 
esclarecer, até 24 (vinte e quatro) horas antes da assembléia, qual sindicato o 
representa, sob pena de não ser representado em assembléia por nenhum deles. 
142. A ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL DE CREDORES SERÁ ENTREGUE AO JUIZ? 
R. Sim. Do ocorrido na assembléia, lavrar-se-á ata que conterá o nome dos presentes 
e as assinaturas do presidente, do devedor e de 2 (dois) membros de cada uma das 
classes votantes, e que será entregue ao juiz, juntamente com a lista de presença, 
no prazo de 48 (quarenta e oito) horas. 
143. DE QUE FORMA SERÁ O VOTO DO CREDOR? 
R. O voto do credor será proporcional ao valor de seu crédito, ressalvado, nas 
deliberações sobre o plano de recuperação judicial, que será pela maioria simples 
dos credores presentes, independentemente do valor do seu crédito. 
 
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RECURSO DA SENTENÇA DECLARATÓRIA E DENEGATÓRIA DA FALÊNCIA 
144. QUAL O RECURSO CABÍVEL CONTRA A SENTENÇA DECLARATÓRIA DA FALÊNCIA? 
R. O recurso cabível contra a sentença declaratória da falência é o agravo. 
145. QUAL O RECURSO CABÍVEL DA SENTENÇA QUE JULGA IMPROCEDENTE O PEDIDO DE FALÊNCIA? 
R. O recurso cabível da sentença que julga improcedente o pedido de falência é a 
apelação. 
146. QUAL O PRAZO PARA A INTERPOSIÇÃO DO RECURSO DE AGRAVO, CONTRA A SENTENÇA QUE DECRETAR A 
FALÊNCIA? 
R. O prazo para a interposição do recurso de agravo é de 10 (dez) dias, conforme 
dispõe o artigo 522 do Código de Processo Civil. 
147. QUAL O PRAZO PARA A INTERPOSIÇÃO DO RECURSO DE APELAÇÃO, CONTRA A SENTENÇA QUE JULGAR 
IMPROCEDENTE O PEDIDO DE FALÊNCIA? 
R. O prazo para a interposição do recurso de apelação, contra a sentença que julgar 
improcedente o pedido de falência é de 15 (quinze) dias, conforme dispõe o artigo 
508 do Código de Processo Civil. 
148. QUAL A CONSEQÜÊNCIA DA SENTENÇA DENEGATÓRIA DA FALÊNCIA QUANDO O AUTOR DA AÇÃO AGIR COM DOLO? 
R. Quem por dolo requerer a falência de outrem será condenado, na sentença que 
julgar improcedente o pedido, a indenizar o devedor, apurando-se as perdas e danos 
em liquidação de sentença. 
Havendo mais de 1 (um) autor do pedido de falência, serão solidariamente 
responsáveis. 
149. QUAL A CONSEQÜÊNCIA DA SENTENÇA DENEGATÓRIA DA FALÊNCIA QUANDO O AUTOR DA AÇÃO AGIR COM CULPA? 
R. Quando o autor da ação agir com culpa, o terceiro prejudicado poderá reclamar 
indenização dos responsáveis através de uma ação própria. 
INABILITAÇÃO, DIREITOS E DEVERES DO FALIDO 
150. A PARTIR DA DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA, O DEVEDOR PODERÁ EXERCER QUALQUER ATIVIDADE EMPRESARIAL? 
R. Não. A partir da decretação da falência, o devedor fica inabilitado para exercer 
qualquer atividade empresarial, até que tenha a sentença que extingue as suas 
obrigações. 
151. APÓS A SENTENÇA DA DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA, O DEVEDOR PODERÁ ADMINISTRAR OS SEUS BENS E DELES 
DISPOR? 
R. Não. Após a sentença da decretação da falência, o devedor perde o direito de 
administrar os seus bens ou deles dispor. 
 
 
 
 
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152. QUAIS OS DIREITOS DO FALIDO, EM RELAÇÃO AO PROCESSO DE FALÊNCIA E À MASSA FALIDA? 
R. O falido poderá, fiscalizar a administração da falência, requerer as providências 
necessárias para a conservação de seus direitos ou dos bens arrecadados e intervir 
nos processos em que a massa falida seja parte ou interessada, requerendo o que for 
de direito e interpondo os recursos cabíveis. 
153. Quais 
R. APÓS A DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA, O FALIDO TERÁ AS SEGUINTES OBRIGAÇÕES: 
1) assinar nos autos, desde que intimado da decisão, termo de comparecimento, com 
a indicação do nome, nacionalidade, estado civil, endereço completo do domicílio, 
devendo ainda declarar, para constar do dito termo: 
a) as causas determinantes da sua falência, quando requerida pelos credores; 
b) tratando-se de sociedade, os nomes e endereços de todos os sócios, 
acionistas controladores, diretores ou administradores, apresentando o 
contrato ou estatuto social e a prova do respectivo registro, bem como suas 
alterações; 
c) o nome do contador encarregado da escrituração dos livros obrigatórios; 
d) os mandatos que porventura tenha outorgado, indicando seu objeto, nome e 
endereço do mandatário; 
e) seus bens imóveis e os móveis que não se encontram no estabelecimento; 
f) se faz parte de outras sociedades, exibindo respectivo contrato; 
g) suas contas bancárias, aplicações, títulos em cobrança e processos em 
andamento em que for autor ou réu; 
2) depositar em cartório, no ato de assinatura do termo de comparecimento, os seus 
livros obrigatórios, a fim de serem entregues ao administrador judicial, depois de 
encerrados por termos assinados pelo juiz; 
3) não se ausentar do lugar onde se processa a falência sem motivo justo e 
comunicação expressa ao juiz, e sem deixar procurador bastante, sob as penas 
cominadas na lei; 
4) comparecer a todos os atos da falência, podendo ser representado por procurador,quando não for indispensável sua presença; 
5) entregar, sem demora, todos os bens, livros, papéis e documentos ao administrador 
judicial, indicando-lhe, para serem arrecadados, os bens que porventura tenha em 
poder de terceiros; 
6) prestar as informações reclamadas pelo juiz, administrador judicial, credor ou 
Ministério Público sobre circunstâncias e fatos que interessem à falência; 
7) auxiliar o administrador judicial com zelo e presteza; 
8) examinar as habilitações de crédito apresentadas; 
9) assistir ao levantamento, à verificação do balanço e ao exame dos livros; 
 
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10) manifestar-se sempre que for determinado pelo juiz; 
11) apresentar, no prazo fixado pelo juiz, a relação de seus credores; 
12) examinar e dar parecer sobre as contas do administrador judicial. 
154. Se o falido não cumprir com as suas obrigações, qual a consequência imposta pela Lei? 
R. Faltando ao cumprimento de quaisquer dos deveres que esta Lei lhe impõe, após 
intimado pelo juiz a fazê-lo, o falido responderá por crime de desobediência. 
ARRECADAÇÃO E CUSTÓDIA DE BENS 
155. QUEM FARÁ A ARRECADAÇÃO DOS BENS DO FALIDO? 
R. Após a assinatura do termo de compromisso, o administrador judicial efetuará a 
arrecadação dos bens e documentos e a avaliação dos bens, separadamente ou em 
bloco, no local em que se encontrem, requerendo ao juiz, para esses fins, as medidas 
necessárias. 
156. QUEM FARÁ A GUARDA DOS BENS ARRECADADOS? 
R. Os bens arrecadados ficarão sob a guarda do administrador judicial ou de pessoa 
por ele escolhida, sob responsabilidade daquele, podendo o falido ou qualquer de 
seus representantes ser nomeado depositário dos bens. 
157. O FALIDO PODERÁ ACOMPANHAR A ARRECADAÇÃO E A AVALIAÇÃO DOS BENS? ] 
R. Sim. O falido poderá acompanhar a arrecadação e a avaliação. 
158. PARA QUEM ENTRARÁ O PRODUTO DOS BENS PENHORADOS OU APREENDIDOS? 
R. O produto dos bens penhorados ou por outra forma apreendidos entrará para a 
massa, cumprindo ao juiz deprecar, a requerimento do administrador judicial, às 
autoridades competentes, determinando sua entrega. 
159. COMO SERÁ FEITA A AVALIAÇÃO DE BEM OBJETO DE GARANTIA REAL? 
R. Ainda que haja avaliação em bloco, o bem objeto de garantia real será também 
avaliado separadamente. 
160. O ESTABELECIMENTO SERÁ LACRADO APÓS A SENTENÇA DECLARATÓRIA DA FALÊNCIA? 
R. Não. O estabelecimento somente será lacrado se houver risco para a execução da 
etapa de arrecadação ou para a preservação dos bens da massa falida ou dos 
interesses dos credores. 
161. COMO SERÁ COMPOSTO O AUTO DE ARRECADAÇÃO? 
R. O auto de arrecadação, será composto pelo inventário e pelo respectivo laudo de 
avaliação dos bens, será assinado pelo administrador judicial, pelo falido ou seus 
representantes e por outras pessoas que auxiliarem ou presenciarem o ato. 
 
 
 
 
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162. QUANDO SERÁ FEITA A AVALIAÇÃO DOS BENS? 
R. A avaliação dos bens será feita no ato da arrecadação, mas não sendo possível, o 
administrador judicial requererá ao juiz a concessão de prazo para apresentação do 
laudo de avaliação, que não poderá exceder 30 (trinta) dias, contados da 
apresentação do auto de arrecadação. 
163. O QUE DEVERÁ ESTAR DESCRITO NO INVENTÁRIO DO AUTO DE ARRECADAÇÃO? 
R. O inventário do auto de arrecadação deverá conter a descrição: 
a) dos livros obrigatórios e os auxiliares ou facultativos do devedor, designando-
se o estado em que se acham, número e denominação de cada um, páginas 
escrituradas, data do início da escrituração e do último lançamento, e se os 
livros obrigatórios estão revestidos das formalidades legais; 
b) dinheiro, papéis, títulos de crédito, documentos e outros bens da massa 
falido; 
c) os bens da massa falida em poder de terceiro, a título de guarda, depósito, 
penhor ou retenção; 
d) os bens indicados como propriedade de terceiros ou reclamados por estes, 
mencionando-se essa circunstância. 
164. EM RELAÇÃO AOS BENS IMÓVEIS, O QUE O ADMINISTRADOR JUDICIAL DEVERÁ APRESENTAR? 
R. Em relação aos bens imóveis, o administrador judicial, no prazo de 15 (quinze) 
dias após a sua arrecadação, exibirá as certidões de registro, extraídas 
posteriormente à decretação da falência, com todas as indicações que nele 
constarem. 
165. O JUIZ PODERÁ AUTORIZAR OS CREDORES, A ADQUIRIR OU ADJUDICAR, OS BENS ARRECADADOS? 
R. Sim. O juiz poderá autorizar os credores, de forma individual ou coletiva, em razão 
dos custos e no interesse da massa falida, a adquirir ou adjudicar, de imediato, os 
bens arrecadados, pelo valor da avaliação, atendida a regra de classificação e 
preferência entre eles, ouvido o Comitê. 
166. OS BENS ARRECADADOS PODERÃO SER REMOVIDOS DE LUGAR? 
R. Sim. Os bens arrecadados poderão ser removidos, desde que haja necessidade de 
sua melhor guarda e conservação, hipótese em que permanecerão em depósito sob 
responsabilidade do administrador judicial, mediante compromisso. 
167. OS BENS PERECÍVEIS OU DE GUARDA DISPENDIOSA PODERÃO SER VENDIDOS ANTECIPADAMENTE? 
R. Sim. Os bens perecíveis, deterioráveis, sujeitos à considerável desvalorização ou 
que sejam de conservação arriscada ou dispendiosa, poderão ser vendidos 
antecipadamente, após a arrecadação e a avaliação, mediante autorização judicial, 
ouvidos o Comitê e o falido no prazo de 48 (quarenta e oito) horas. 
 
 
 
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168. O ADMINISTRADOR JUDICIAL PODERÁ ALUGAR OU CELEBRAR OUTRO CONTRATO COM OS BENS DA MASSA FALIDA? 
R. Sim. O administrador judicial poderá alugar ou celebrar outro contrato referente 
aos bens da massa falida, com o objetivo de produzir renda para a massa falida, 
mediante autorização do Comitê. 
EFEITOS DA DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA SOBRE AS OBRIGAÇÕES DO DEVEDOR 
169. OS CONTRATOS BILATERAIS SE RESOLVEM PELA FALÊNCIA? 
R. Não. Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência e podem ser cumpridos 
pelo administrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o aumento do passivo 
da massa falida ou for necessário à manutenção e preservação de seus ativos, 
mediante autorização do Comitê. 
170. O CONTRATANTE PODERÁ INTERPELAR O ADMINISTRADOR JUDICIAL PARA QUE DECLARE SE IRÁ OU NÃO CUMPRIR 
O CONTRATO? 
R. Sim. O contratante pode interpelar o administrador judicial, no prazo de até 90 
(noventa) dias, contado da assinatura do termo de sua nomeação, para que, dentro 
de 10 (dez) dias, declare se cumpre ou não o contrato. 
171. O QUE PODERÁ FAZER O CONTRATANTE, CASO O ADMINISTRADOR JUDICIAL NÃO CUMPRA O CONTRATO? 
R. A declaração negativa ou o silêncio do administrador judicial confere ao 
contraente o direito à indenização, cujo valor, será apurado em processo ordinário e 
constituirá crédito quirografário. 
172. OS CONTRATOS UNILATERAIS SERÃO RESOLVIDOS PELO ADMINISTRADOR JUDICIAL? 
R. O administrador judicial, mediante autorização do Comitê, poderá dar 
cumprimento a contrato unilateral se esse fato reduzir ou evitar o aumento do passivo 
da massa falida ou for necessário à manutenção e preservação de seus ativos, 
realizando o pagamento da prestação pela qual está obrigada. 
173. O VENDEDOR PODE OBSTAR A ENTREGA DE MERCADORIAS EXPEDIDAS AO DEVEDOR FALIDO E AINDA EM TRÂNSITO? 
R. O vendedor não pode obstar a entrega das coisas expedidas ao devedor e ainda em 
trânsito, se o comprador, antes do requerimento da falência, as tiver revendido, sem 
fraude, à vista das faturas e conhecimentos de transporte, entregues ou remetidos 
pelo vendedor. 
174. O QUE OCORRERÁ, CASO O DEVEDOR TENHA VENDIDO COISAS COMPOSTAS E O ADMINISTRADOR JUDICIAL NÃO 
CONTINUAR A EXECUÇÃO DO CONTRATO? 
R. Se o devedor vendeu coisas compostas e o administrador judicial resolver não 
continuar a execução do contrato, o comprador poderá colocar à disposição da massa 
falidaas coisas já recebidas, pedindo perdas e danos. 
 
 
 
 
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175. O QUE OCORRERÁ, CASO O DEVEDOR NÃO TENHA ENTREGUE COISA MÓVEL OU PRESTADO SERVIÇO QUE VENDERA 
OU CONTRATARA A PRESTAÇÕES E O ADMINISTRADOR JUDICIAL NÃO CONTINUAR A EXECUÇÃO DO CONTRATO? 
R. Não tendo o devedor entregue coisa móvel ou prestado serviço que vendera ou 
contratara a prestações, e resolvendo o administrador judicial não executar o 
contrato, o crédito relativo ao valor pago será habilitado na classe própria. 
176. O QUE OCORRERÁ COM A COISA MÓVEL COMPRADA PELO DEVEDOR COM RESERVA DE DOMÍNIO DO VENDEDOR 
CASO O ADMINISTRADOR JUDICIAL RESOLVA NÃO CONTINUAR A EXECUÇÃO DO CONTRATO? 
R. Se o administrador judicial resolver não continuar a execução do contrato, após 
ouvir o Comitê, restituirá a coisa móvel comprada pelo devedor com reserva de 
domínio do vendedor, exigindo a devolução, nos termos do contrato, dos valores 
pagos. 
177. O QUE OCORRERÁ COM AS COISAS VENDIDAS A TERMO, QUE TENHAM COTAÇÃO EM BOLSA OU MERCADO, CASO O 
ADMINISTRADOR JUDICIAL RESOLVA NÃO CONTINUAR A EXECUÇÃO DO CONTRATO? 
R. Tratando-se de coisas vendidas a termo, que tenham cotação em bolsa ou 
mercado, e não se executando o contrato pela efetiva entrega daquelas e pagamento 
do preço, prestar-se-á a diferença entre a cotação do dia do contrato e a da época 
da liquidação em bolsa ou mercado. 
178. O QUE OCORRERÁ NO CASO DE FALÊNCIA DO LOCADOR OU DO LOCATÁRIO? 
R. A falência do locador não resolve o contrato de locação e, na falência do locatário, 
o administrador judicial pode, a qualquer tempo, denunciar o contrato; 
179. O QUE OCORRERÁ COM O MANDATO CONFERIDO PELO DEVEDOR, ANTES DA FALÊNCIA? 
R. O mandato conferido pelo devedor, antes da falência, para a realização de 
negócios, cessará seus efeitos com a decretação da falência, cabendo ao mandatário 
prestar contas de sua gestão. 
O mandato conferido para representação judicial do devedor continua em vigor até 
que seja expressamente revogado pelo administrador judicial. 
180. O QUE OCORRERÁ COM O MANDATO OU COMISSÃO QUE O FALIDO HOUVER RECEBIDO ANTES DA FALÊNCIA? 
R. Para o falido, cessa o mandato ou comissão que houver recebido antes da falência, 
salvo os que versem sobre matéria estranha à atividade empresarial. 
181. O QUE OCORRERÁ COM AS CONTAS CORRENTES DO DEVEDOR? 
R. As contas correntes do devedor consideram-se encerradas no momento de 
decretação da falência, verificando-se o respectivo saldo. 
 
 
 
 
 
 
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INEFICÁCIA E REVOGAÇÃO DE ATOS PRATICADOS ANTES DA FALÊNCIA 
182. QUAIS OS ATOS CONSIDERADOS INEFICAZES EM RELAÇÃO À MASSA FALIDA? 
R. São considerados ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante 
conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não 
intenção deste fraudar credores: 
a) o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo 
legal, por qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo 
desconto do próprio título; 
b) o pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do termo legal, 
por qualquer forma que não seja a prevista pelo contrato; 
c) a constituição de direito real de garantia, inclusive a retenção, dentro do 
termo legal, tratando-se de dívida contraída anteriormente; se os bens dados 
em hipoteca forem objeto de outras posteriores, a massa falida receberá a 
parte que devia caber ao credor da hipoteca revogada; 
d) a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois) anos antes da decretação 
da falência; 
e) a renúncia à herança ou a legado, até 2 (dois) anos antes da decretação da 
falência; 
f) a venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consentimento 
expresso ou o pagamento de todos os credores, a esse tempo existentes, não 
tendo restado ao devedor bens suficientes para solver o seu passivo, salvo se, 
no prazo de 30 (trinta) dias, não houver oposição dos credores, após serem 
devidamente notificados, judicialmente ou pelo oficial do registro de títulos e 
documentos; 
g) os registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, 
por título oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis realizados após 
a decretação da falência, salvo se tiver havido prenotação anterior. 
 as obrigações impostas ao falido, após a decretação da falência? 
183. COMO PODERÁ SER DECLARADA A INEFICÁCIA DO ATO PRATICADO PELO FALIDO? 
R. A ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em defesa ou 
pleiteada mediante ação própria ou incidentalmente no curso do processo. 
184. QUAIS SÃO OS ATOS REVOGÁVEIS? 
R. São revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar credores, 
provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar 
e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida. 
185. POR QUEM DEVERÁ SER PROPOSTA A AÇÃO REVOCATÓRIA? 
R. A ação revocatória, deverá ser proposta pelo administrador judicial, por qualquer 
credor ou pelo Ministério Público no prazo de 3 (três) anos contado da decretação da 
falência. 
 
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186. CONTRA QUEM PODE SER PROMOVIDA A AÇÃO REVOCATÓRIA? 
R. A ação revocatória pode ser promovida: 
a) contra todos os que figuraram no ato ou que por efeito dele foram pagos, 
garantidos ou beneficiados; 
b) contra os terceiros adquirentes, se tiveram conhecimento, ao se criar o 
direito, da intenção do devedor de prejudicar os credores; 
c) contra os herdeiros ou legatários das pessoas beneficiadas. 
187. QUAL O JUÍZO COMPETENTE PARA PROPOR A AÇÃO REVOCATÓRIA? 
R. A ação revocatória correrá perante o juízo da falência e obedecerá ao 
procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil. 
188. O QUE DETERMINARÁ A SENTENÇA QUE JULGAR PROCEDENTE A AÇÃO REVOCATÓRIA? 
R. A sentença que julgar procedente a ação revocatória determinará o retorno dos 
bens à massa falida em espécie, com todos os acessórios, ou o valor de mercado, 
acrescidos das perdas e danos. 
189. QUAL O RECURSO CABÍVEL DA SENTENÇA QUE JULGAR PROCEDENTE A AÇÃO REVOCATÓRIA? 
R. Da sentença que julgar procedente a ação revocatória cabe apelação. 
190. RECONHECIDA A INEFICÁCIA OU JULGADA PROCEDENTE A AÇÃO REVOCATÓRIA, O CONTRATANTE DE BOA-FÉ TERÁ 
DIREITO A RESTITUIÇÃO DOS BENS? 
R. Sim. Reconhecida a ineficácia ou julgada procedente a ação revocatória, as partes 
retornarão ao estado anterior, e o contratante de boa-fé terá direito à restituição 
dos bens ou valores entregues ao devedor. 
191. O TERCEIRO DE BOA-FÉ, PODERÁ PROPOR AÇÃO POR PERDAS E DANOS CONTRA O DEVEDOR? 
R. Sim. É garantido ao terceiro de boa-fé, a qualquer tempo, propor ação por perdas 
e danos contra o devedor ou seus garantes. 
192. NA AÇÃO REVOCATÓRIA, O JUIZ PODERÁ, ORDENAR, O SEQÜESTRO DE BENS? 
R. Sim. O juiz poderá, a requerimento do autor da ação revocatória, ordenar, como 
medida preventiva, na forma da lei processual civil, o seqüestro dos bens retirados 
do patrimônio do devedor que estejam em poder de terceiros. 
 
 
Eng. Valtenor Ap. Silva 
Direito Empresarial (Falência e Recuperação) 
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REALIZAÇÃO DO ATIVO 
193. QUANDO SERÁ REALIZADA A REALIZAÇÃO DO ATIVO? 
R. A realização do ativo, será iniciada logo após a arrecadação dos bens, com a 
juntada do respectivo auto ao processo de falência. 
194. DE QUE FORMA SERÁ REALIZADA A ALIENAÇÃO DOS BENS? 
R. A alienação dos bens será realizada de uma das seguintes formas, observada a 
seguinte ordem de preferência: 
a) alienação da empresa, com a venda de seus estabelecimentos em bloco; 
b) alienação da empresa, com a venda de suas filiais ou unidades produtivas 
isoladamente; 
c) alienação em bloco dos bens que integram cada um dos estabelecimentos do 
devedor; 
d) alienação dos bens individualmente

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