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EXERCÍCIO EMPRESARIAL

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UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO CAMPUS GUARUJÁ
DIREITO 
RA: 761975 PABLINE GRACIELE GONÇALVES DE CASTRO
D. EMPRESARIAL I
GUARUJÁ-SP 19-10-2017
EXERCÍCIO
QUAL A TEORIA ADOTADA PELO DIREITO BRASILEIRO PARA DEFINIÇÃO DE EMPRESÁRIO, COM O QUE ELA SE PREOCUPA (ATIVIDADE, PESSOA OU FORMA)?
Chamada de fase italiana, CC de 2002, Art. 966 CC.
Quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens e serviços com profissionalismo, habitualidade, pessoalidade, e monopólio das informações.
Ser empresário significa submeter-se ao direito empresarial. Está no Art. 737 CC, aquele que pratica a atividade, teoria objetiva.
2. CONCEITUE EMPRESÁRIO EXPLICANDO SUAS PRINCIPAIS CARACTERISTICAS.
Art.966. ART. 966, Código Civil
 “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”.
O primeiro elemento, que trata da profissionalidade, engloba os seguintes componentes: habitualidade (exercício contínuo da atividade); pessoalidade e o monopólio de informações (o empresário tem o domínio de informações de todas as etapas do processo de produção). 
Para o desenvolvimento da capacidade empresarial, é necessário que o indivíduo, para além da capacidade técnica, reúna os elementos da completa capacidade civil. Assim, para o exercício da capacidade empresarial deve-se: ser maior de 18 anos (maioridade civil) ou emancipado e não impedido legalmente (se relativamente incapaz). 
3. QUAL A NATUREZA JURÍDICA DO REGISTRO EMPRESARIAL.
Empresário Individual Art. 972, 974 e 978 CC 
Para ser empresário individual é necessário ter capacidade plena. O incapaz ou assistido nunca poderá ser empresário individual.
O registro na junta comercial não é condição para ser empresário, portanto ele é meramente declaratório, apesar de ser obrigatório.
Produtor Rural Art. 971 e 984 CC
Para ser empresário rural, o registro é facultativo. 
O empreendedor rural para se tornar empresário terá que requerer a inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro, pois o mesmo tem natureza constitutiva.
4. QUEM PODE SER EMPRESÁRIO INDIVIDUAL E QUAIS OS IMPEDIMENTOS LEGAIS (INÍCIO DA ATIVIDADE, CONTINUAÇÃO DA ATIVIDADE E PRINCIPAIS PROFISSÕES PROIBIDAS).
Art. 972 do CC: Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos. 
O início da atividade empresarial se dá a partir do momento em que os sócios pactuam.
Quanto à proibição do exercício do direito de empresa estão arrolados: o falido não recuperado, o condenado por crime falimentar, o funcionário público, o devedor no INSS, o magistrado, o membro do Ministério Público, militar na ativa e trapicheiro. 
Não se considera empresário o exercente de produção intelectual, de natureza científica, literária ou artística. (NCC, art. 966, § único). 
Mesmo que contrate empregados para auxiliá-lo.
São profissionais que exploram atividades econômicas civis, não sujeitas ao Direito Comercial:
Ex: Profissionais liberais (advogado, médico, dentista, arquiteto, etc); escritores e artistas (plásticos, atores, músicos, etc). 
Exceção em que o profissional intelectual é considerado empresário: No caso da profissão se constituir em elemento de empresa. 
Ex: Médico pediatra que abre seu consultório e contrata uma secretária, atendendo pessoalmente os pacientes. Nessa fase não é empresário. Numa segunda fase contrata outros médicos e mais empregados, organizando o empreendimento numa clínica. 
Agora é empresário. 
5. QUAIS AS PROFISSÕES QUE NECESSITAM DA CONSTITUIÇÃO DO ELEMENTO DE EMPRESA PARA SE TORNAREM EMPRESÁRIAS? O QUE É ELEMENTO DE EMPRESA?
Profissões intelectuais, de natureza científica, literária ou artística, mesmo que conte com colaboração, ajuda ou trabalho remunerado de auxiliares.
- Elemento de Empresa 
Refere-se à atividade desenvolvida pela empresa, isto é, faz parte do seu objeto social, e de como ela está organizada para atuar.
6. DIFERENCIE SOCIEDADE DE PESSOAS E SOCIEDADE DE CAPITAIS.
Nas sociedades de pessoas, o elemento essencial para constituição da sociedade é o elo subjetivo que unirá os sócios entre si, como exemplo, capacidade técnica, crenças e moral.
Não é livre a alienação de cotas, é possível a exclusão do sócio minoritário sem quebrá-la. No caso de morte de um dos sócios, os demais podem ou não aceitar os herdeiros como sócios. No caso de dívidas os bens são impenhoráveis.
Nas sociedades de capital, não existe “affectio”, o elemento preponderante para sua constituição é a contribuição econômica que o sócio faz para a sociedade.
 É permitido a venda de cotas, o direito é sucessório, as dívidas são penhoráveis e não existe quebra de vínculo por affectio. 
7. QUAL A NATUREZA JURÍDICA DO ELEMENTO CONSTITUIDOR DAS SOCIEDADES?
A natureza constitutiva é um conjunto plurilateral, onde há duas ou mais pessoas com vontades convergentes. Na S/A não é contrato, trata-se de atos constitutivos.
8. APONTE OS REQUISITOS GERAIS E ESPECÍFICOS PARA A CONSTITUIÇÃO DE UMA SOCIEDADE.
Consenso
 O consenso se traduz no ato de vontade livremente manifestado por quem seja capaz para tanto ou por meio de representantes dos incapazes. Todos os sócios devem manifestar sua vontade de participar da sociedade e essa manifestação deve ser livre de vício.
Objeto lícito, possível e determinado ou determinável
 O objeto lícito é a característica primordial do objeto da sociedade, que se constitui dos atos/atividades praticados. Desse modo, esse objeto, que constará descrito no ato constitutivo, deve ser um objeto lícito, possível e determinado ou determinável. 
Forma prescrita ou não defesa em lei
Quanto à forma, esta pode ser livre, prescrita em lei ou defesa em lei. Em geral, a forma é livre, como nos simples contratos realizados oralmente no dia a dia, por exemplo, compra de um sorvete de vendedor ambulante. 
Contribuição dos sócios para o capital social
 Com relação à contribuição para o capital social, ressalta-se que a sociedade necessita que um capital/patrimônio inicial para o exercício da atividade econômica. Esse capital será composto pela contribuição dos sócios e denominado capital social. 
Participação nos lucros e perdas
 No que tange à participação dos sócios nos lucros e perdas, tendo em vista que a atividade econômica exercida gera resultados, a consequência lógica é que esses resultados sejam repartidos entre os sócios, na proporção de sua participação no capital, sendo nula a cláusula que exclua algum sócio da participação nos lucros ou perdas, conforme disposto no artigo 1.008 do Código Civil, que, embora seja específico para as sociedades simples, é aplicável subsidiariamente aos demais tipos societários.
 Affectio societatis
O Affectio societatis, é definido, na concepção do autor Marlon Tomazette, como a vontade de cooperação ativa dos sócios, a vontade de atingir um fim comum.
Dessa definição, entendemos que não basta apenas a união de duas pessoas para a constituição da sociedade, sendo também necessário que o resultado seja perseguido e atingido conjuntamente. 
9. QUAL A IMPORTÂNCIA DO REGISTRO PARA AS SOCIEDADES?
Com o registro, a sociedade adquire autonomia negocial, ou seja, pode negociar em seu próprio nome, assumir negócios próprios. Pode defender seus interesses em juízo, pois adquire autonomia processual. Também pode ter patrimônio em seu próprio nome, pois tem autonomia patrimonial para constituir patrimônio social, que não se confundirá com o patrimônio pessoal dos sócios, preservando esses patrimônios numa eventual disputa jurídica.
10. CONCEITO DE SOCIEDADE DE RESPONSABILIDADE LIMITADA.
É uma espécie societária em que cada sócio terá responsabilidade restrita ao valor de suas cotas, mas todos terão responsabilidade solidária pela integralização doCapital Social.
a) Regência supletiva
A sociedade limitada é regulada pelas normas e disposições próprias inseridas nos artigos 1.052 a 1.087 do Novo Código Civil, e uma das inovações diz respeito à regência supletiva nas hipóteses de omissões e falta de regramentos.
Determina o artigo 1.053 do Código Civil que a sociedade limitada rege-se nas omissões e falta de regramentos pelas normas da sociedade simples, entretanto, no ato constitutivo e na elaboração do contrato social, os sócios poderão prever e eleger a regência supletiva pelas normas da sociedade anônima. Assim as lacunas e omissões do capítulo atinente às sociedades limitadas poderão ser supridas pelas disposições contidas na Lei 6404/76.
b) Responsabilidade dos sócios
 Surge da ideia de limitação da responsabilidade, ou seja, ela é restrita. Se o capital social prometido pelos sócios (subscrito) não estiver totalmente pago (integralizado), ele responderá solidariamente com os outros sócios pela parte que falta para a integralização.
c) Formas de deliberação
As deliberações sociais consistem nas decisões tomadas pelos sócios em assembleia ou reunião sobre assuntos de interesse da sociedade. 
O contrato social poderá estabelecer as matérias que deverão ser deliberadas em assembleia ou reunião de sócios. No entanto, algumas já estão definidas pelo próprio legislador, dentre as quais destacamos:
a) aprovação das contas dos administradores, bem como designação, destituição e fixação do modo de remuneração dos administradores, quando não estabelecido no contrato social (CC, art. 1.071, incisos I, II, III e IV);
b) modificação do contrato social (CC, art. 1.071, inciso V);
c) operações societárias de fusão e incorporação, bem como dissolução da sociedade ou cessação do estado de liquidação (CC, art. 1.071, inciso VI);
d) nomeação e destituição dos liquidantes, bem como o julgamento de suas contas (CC, art. 1.071, inciso VII).
d) Nomeação do administrador
O Artigo 1.060 do Novo Código trouxe a possibilidade de nomeação de administradores não sócios, podendo referida nomeação dar-se tanto no Contrato Social quanto em instrumento em separado. 
11. QUAL É A DIFERENÇA ENTRE SÓCIO COMANDITADO E COMANDITÁRIO?
O sócio Comanditário que pode ser tanto pessoa física quanto jurídica detém responsabilidade limitada, respondendo apenas pelas suas quotas, atua figurativamente sem maiores participações na empresa, nem administrativamente participa, contribui apenas capitalmente. Já o sócio Comanditado tem que ser pessoa física, contribui tanto no capital quanto no trabalho, responde ilimitadamente sobre suas ações, devendo solver todas as obrigações contraídas pela sociedade. 
12. SOCIEDADE EM NOME COLETIVO.
É a sociedade que adquirirá personalidade jurídica com o seu registro na Junta Comercial, no prazo de 30 (trinta) dias. Caso contrário será Sociedade Comum.
a) Responsabilidade dos sócios
A responsabilidade dos sócios é solidária e ilimitada, cada sócio responderá isoladamente e ilimitadamente por qualquer obrigação social, mesmo que superior ao valor do capital social, assim, entende-se que se o montante das dívidas da sociedade superarem o seu capital, os bens individuais de cada sócio garantirá eventuais resgates.
b) Espécies de nome empresarial
denomina-se FIRMA ou RAZÂO SOCIAL.
O nome da sociedade em coletivo pode ser constituído pelo nome de um dos sócios ou alguns deles, acompanhado da expressão “e companhia”, por extenso ou abreviado (“e Cia ou & Cia), ou ainda pode ser constituída pelo nome de todos os sócios. 
Exemplos: Silvia, Campos & Companhia.
Pedro, Paulo, Patrícia & Companhia.
13. CARACTERÍSTICAS EM COMUM DA SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO E DA SOCIEDADE EM COMUM.
a) Acerca de sua personalidade jurídica
As sociedades em conta de participação e a sociedade comum, que também é conhecida como irregular ou de fato, são denominadas espécies de sociedades não personificadas, ambas não apresentam personalidade jurídica, pois não possuem registros. 
b) Responsabilidade dos sócios
Na sociedade em comum, todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. JÁ na sociedade em conta de participação pode-se verificar que um ou mais sócios ficam em posição ostensiva e os outros em posição oculta (que são chamados de participantes). Por não apresentarem personalidade jurídica, a sociedade em conta de participação não assume obrigação em seu nome. Os sócios ostensivos que assumem, como obrigação pessoal, as obrigações referentes à sociedade. Quando se fala em obrigação pessoal, não podemos falar em limitação, assim sendo, os sócios ostensivos respondem ilimitadamente pelas obrigações em nome próprio, assumido para o desenvolvimento da sociedade. Enquanto que, os sócios ocultos não aparecem perante outras pessoas; respondem tão somente aos sócios ostensivos e na forma em que estiver acertado, de acordo com o disposto no contrato firmado entre eles.
14. COMO UMA SOCIEDADE NASCE E QUANDO ADQUIRE PERSONALIDADE JURÍDICA?
Uma sociedade nasce no momento em que os sócios pactuam e, adquire a personalidade jurídica quando ocorrer a sua inscrição no registro que lhe for apropriado, se for à inscrição de uma Sociedade simples será no Registro Civil das Pessoas Jurídicas e se for à inscrição de uma Sociedade empresária será na Junta Comercial ou Registro Público de Empresas.
15. QUAIS SÃO AS CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS DA SOCIEDADE DE PESSOAS EM RELAÇÃO A SEUS DÉBITOS/DIVIDAS/PASSIVO? FAÇA O MESMO COM A SOCIEDADE DE CAPITAIS.
Sociedade de pessoas 
As sociedades personificadas são aquelas a que o ordenamento jurídico confere personalidade jurídica com autonomia, como a sociedade simples, sociedade limitada e a sociedade por ações.
Na sociedade ilimitada, todos os sócios respondem com seu patrimônio pessoas pela totalidade das dívidas contraídas pela sociedade. De acordo com o benefício de ordem, que prevê que primeiro são executados os bens sociais e, somente na insuficiência destes, serão alcançados os bens dos sócios.
Na sociedade Limitada, a responsabilidade do sócio é limitada à integralização de sua participação no capital social, não respondendo mais por dívidas sociais a partir de então. Nada mais poderá ser-lhe imputado, além do que ele se comprometeu a título de participação.
Na sociedade mista, parte dos sócios detém responsabilidade limitada e parte ilimitada. Ocorre nas sociedades em comandita (simples e por ações), nas quais os sócios com poderes de administração respondem ilimitadamente pelas dívidas sociais e os demais apenas pelo valor de suas quotas.
Sociedade de capitais
São chamadas de sociedades institucionais ou estatutárias, cujo ato constitutivo é o estatuto social, conjunto de normas estabelecidas pelos fundadores ao qual os novos sócios aderem tão logo são integrados à sociedade. Seu capital social não é dividido em cotas, mas em ações, o que torna as sociedades institucionais sempre sociedades “de capital”. A principal característica da ação é sua negociabilidade, podendo ser livremente alienadas. O que a sociedade pretende é a captação de investidores no mercado. Logo a personalidade e habilidades individuais de cada sócio pouco importam, bastando que ingressem com o capital representado pelas ações que titularizam. A administração fica a cargo da diretoria e do conselho de administração. A sociedade por ações é sempre empresária por força de lei (art. 982 do CC).
Nas sociedades em comandita por ações, os diretores possuem responsabilidade ilimitada pelas obrigações sociais. Por conta disso, apenas eles podem figurar no nome empresarial, sob pena de quem nele aparecer ser tratado como se administrador fosse.
Na sociedade anônima, também chamada de companhia, a sociedade é espécie de sociedade institucional, cujo capital está dividido em ações e a responsabilidade dos sócios é limitada à subscrição destes. Tem como característica estruturante a responsabilidade dos sócios limitada à integralização das ações subscritas. Isto quer dizer que o sócio respondeexclusivamente pelo valor das ações que se comprometeu a adquirir.

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