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Mono_Mario_Landerdahl

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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS – UNISINOS 
UNIDADE ACADÊMICA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA 
MBA EM GESTÃO DO AGRONEGÓCIO 
 
 
 
 
MARIO LUIZ LANDERDAHL 
 
 
 
 
 
 
 
MODELO DE DIMENSIONAMENTO DE PROJETOS DE AÇUDES (MDPA) –
PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE UMA FERRAMENTA DE 
DIMENSIONAMENTO DE PROJETOS DE AÇUDES DO TIPO CONSTRUÇÃO DE 
TERRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Leopoldo 
2010
 
 
 
 
 
 
Mario Luiz Landerdahl 
 
 
 
 
 
 
MODELO DE DIMENSIONAMENTO DE PROJETOS DE AÇUDES (MDPA) – 
PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE UMA FERRAMENTA DE 
DIMENSIONAMENTO DE PROJETOS DE AÇUDES DO TIPO CONSTRUÇÃO DE 
TERRA 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso de 
Especialização apresentado como requisito 
parcial para a obtenção do título de Especialista 
em Gestão do Agronegócio, pelo MBA em Gestão 
do Agronegócio da Universidade do Vale do Rio 
dos Sinos. 
 
Orientador: Prof. Reimar Carlesso 
 
 
 
 
 
São Leopoldo 
2010
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Leopoldo, 28 de outubro de 2010. 
 
 
 
 
Considerando que o Trabalho de Conclusão de Curso do aluno Mario Luiz Landerdahl 
encontra-se em condições de ser avaliado, recomendo sua apresentação oral e escrita para 
avaliação da Banca Examinadora, a ser constituída pela coordenação do MBA em Gestão do 
Agronegócio. 
 
 
 
________________________________________ 
Reimar Carlesso 
Professor Orientador 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a todos os meus colegas da EMATER/RS – ASCAR, pelas 
contribuições técnicas recebidas durante o processo de construção do Modelo de 
Dimensionamento de Projetos de Açudes do tipo construção de terra. 
AGRADECIMENTOS 
À EMATER/RS – ASCAR por oportunizar este crescimento intelectual. 
À Universidade do Vale do Rio dos Sinos e seus professores pelo empenho e 
dedicação. 
Ao professor orientador Reimar Carlesso por sua disponibilidade. 
À minha esposa Jussara por seu incentivo. 
 Aos meus filhos, Cristina, Márcia e Mario Junior pelo apoio, em especial, à Márcia 
pelas correções das redações e trabalhos. 
Aos colegas Todeschini, Lenzi e Dairton, por suas importantes contribuições. 
A todos aqueles que de uma forma ou de outra contribuíram para a realização deste 
trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A variabilidade climática é uma característica 
marcante no Rio Grande do Sul, onde os fenômenos 
meteorológicos causam, com frequência, danos 
irreparáveis às atividades agrícolas e que nos 
últimos 20 anos, ocorreram 10 estiagens no estado 
que causaram a redução de 38 milhões de toneladas 
de grãos nas culturas de milho e soja, as mais 
prejudicadas. (Matzenauer) 
 
 
 5 
RESUMO 
O objetivo do presente trabalho foi avaliar e aprimorar o Modelo de Desenvolvimento de 
Projetos de Açudes (MDPA) utilizado como ferramenta eletrônica de dimensionamento de 
projetos de micro-açudes do tipo construção de terra, pela EMATER/RS, no âmbito do 
Programa Estadual de Irrigação – PRO IRRIGAÇÃO. Este programa, instituído pelo Governo 
do Estado do Rio Grande do Sul, através da Lei nº 13.063, de 12 de novembro de 2008, 
estabeleceu entre os objetivos, o aumento da produção e produtividade do agronegócio, com 
redução dos efeitos das estiagens e dos impactos provocados pela atividade agropecuária de 
sequeiro, e determinou como um dos instrumentos do programa, a acumulação de água para 
usos múltiplos, em cisternas, micro-açudes e barragens. Este dispositivo legal atribuiu à 
EMATER/RS, responsável pelo serviço de extensão rural oficial no estado, o compromisso de 
capacitar os produtores beneficiários do programa, bem como elaborar os projetos para 
construção de micro-açudes para posterior utilização da água em irrigação. A metodologia 
empregada foi baseada em um estudo de caso descritivo com o objetivo de demonstrar o 
processo de construção do modelo. A apresentação e análise de dados são realizadas através 
de cinco módulos: módulo de coleta de dados, módulo de cadastro, módulo de entrada de 
dados, módulo de processamento e análise de dados e módulo de geração de relatórios. A 
validação do modelo foi realizada usando projetos elaborados no âmbito do PRO 
IRRIGAÇÃO, no Estado do Rio Grande do Sul e da calibração do modelo para diferentes 
volumes de terra movimentada, envolvendo 1980 projetos de açudes nas dez regiões 
administrativas da EMATER/RS, no período compreendido entre janeiro de 2009 a agosto de 
2010. O desenvolvimento atingido até o presente momento do modelo descrito possibilita o 
uso dessa ferramenta para o dimensionamento de barragens de terra em todo o Estado do Rio 
Grande do Sul. A precisão é adequada para barramentos até cinco metros de altura e até cinco 
hectares de lâmina de água. Complementações futuras podem ser incorporadas ao atual 
modelo sem a necessidade de alteração da estrutura base do modelo apresentado. 
 
Palavras-Chave: Açude. Micro-açude. PRO IRRIGAÇÃO. Construção de terra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
FIGURA 1 – Precipitação Pluvial – médias mensais no Rio Grande do Sul 
 (1931-1960)................................................................................... 20 
FIGURA 2 – Variação da Precipitação Pluvial no RS – Novembro e Dezembro 
 (1931-1960)................................................................................ 21 
FIGURA 3 – Precipitação Pluvial – médias mensais (1961-1990)........................23 
FIGURA 4 – Precipitação Pluvial (mm) no Rio Grande do Sul (1931-1960 e 
 1961-1990).................................................................................24 
FIGURA 5 - Perfil transversal na maior cota......................................................29 
FIGURA 6 – Número de Projetos Elaborados por Região Administrativa da 
 EMATER/RS................................................................................60 
FIGURA 7 – Terra Movimentada, Água Armazenada e Área Alagada.................61 
FIGURA 8 – Número de Projetos por Volume de Terra Movimentada (m³).........62 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
TABELA 1 – Precipitação Pluvial – médias mensais no Rio Grande do Sul 
 (1931-1960)................................................................................19 
TABELA 2 – Precipitação pluvial (mm) no Estado do Rio Grande do Sul 
 (1961-1990)................................................................................22 
TABELA 3 – Projetos de açudes elaborados pela EMATER/RS – 
 Janeiro 2009 a Agosto 2010.........................................................60 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
LISTA DE QUADROS 
QUADRO 1 – Informações Obtidas a Campo – recorte 1 da planilha de campo....36 
QUADRO 2 – Levantamento Topográfico – recorte 2 da planilha de campo.........38 
QUADRO 3 – Perfil do Terreno – recorte 3 da planilha de campo........................39 
QUADRO 4 – Informações Obtidas com GPS – recorte 4 da planilha de campo...39 
QUADRO 5 – Informações Locais ou Regionais e Hidrológicos – recorte 5 da 
 planilha de campo........................................................................40 
QUADRO 6 – Informações do Módulo de Cadastro – recorte 1 da planilhadados iniciais...............................................................................41 
QUADRO 7 – Dimensionamento do Maciço - recorte 2 da planilha dados 
 iniciais........................................................................................42 
QUADRO 8 – Cálculo do Volume de Terra Campactada – recorte 3 da planilha 
 dados iniciais...............................................................................43 
QUADRO 9 – Cálculo da Revanche...................................................................44 
QUADRO 10 – Cálculo da Largura do Coroamento ou Crista..............................45 
QUADRO 11 – Cálculo do Volume de Terra Compactada...................................47 
QUADRO 12 – Cálculo do Volume de Material do Enrocamento.........................48 
QUADRO 13 – Vazão da Tomada de Água e Diâmetro da Tubulação..................49 
QUADRO 14 – Dados Hidrológicos e Dimensionamento do Vertedouro..............51 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 11 
1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ........................................................................ 14 
1.2 OBJETIVOS ...................................................................................................... 14 
1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 14 
1.2.2 Objetivos Específicos ..................................................................................... 15 
1.3 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 15 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................... 17 
2.1 O PROGRAMA ESTADUAL DE IRRIGAÇÃO ............................................. 17 
2.2 A IMPORTÂNCIA DO AGRONEGÓCIO ...................................................... 18 
2.3 PRECIPITAÇÃO PLUVIAL NORMAL CLIMATOLÓGICA ........................ 18 
2.4 BALANÇO HÍDRICO DO SOLO .................................................................... 24 
2.5 A VARIABILIDADE CLIMÁTICA NO RIO GRANDE DO SUL ................. 25 
2.6 ACUMULAÇÃO DE ÁGUAS EM AÇUDES ................................................. 25 
2.7 A ESCOLHA DO LOCAL PARA A CONSTRUÇÃO DE AÇUDES ............. 26 
2.8 REFERENCIAL TEÓRICO PARA DIMENSIONAMENTO DE AÇUDES .. 27 
2.8.1 Maciço ou Taipa ............................................................................................. 27 
2.8.2 Coroamento ou Crista ..................................................................................... 28 
2.8.3 Cava ou Trincheira ......................................................................................... 28 
2.8.4 Estimativa do Volume de Água Acumulada .................................................. 29 
2.8.5 Área da Bacia Hidrográfica ............................................................................ 30 
2.8.6 Vazão da Bacia Hidrográfica .......................................................................... 30 
2.8.7 Vertedouro ...................................................................................................... 31 
2.8.8 Revanche ........................................................................................................ 31 
3 MÉTODOS E PROCEDIMENTOS ................................................................. 33 
3.1 SISTEMÁTICA DE ENTRADA DE DADOS NA PLANILHA ..................... 33 
3.2 SISTEMÁTICA DE SAÍDA DE DADOS DA PLANILHA ............................ 34 
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS .............................................. 35 
4.1 MÓDULO DE COLETA DE DADOS A CAMPO .......................................... 35 
4.1.1 Informações Obtidas a Campo ....................................................................... 36 
4.1.2 Informações Locais ou Regionais e Dados Hidrológicos ............................... 40 
4.2 MÓDULO DE CADASTRO ............................................................................. 41 
4.3 MÓDULO DE ENTRADA DE DADOS .......................................................... 41 
4.4 MÓDULO DE PROCESSAMENTO E ENÁLISE DE DADOS ...................... 44 
4.4.1 Cálculo da Revanche ...................................................................................... 44 
4.4.2 Coroamento ou Crista ..................................................................................... 45 
4.4.3 Cálculo do Volume de Terra Compactada e Dimensões da 
 Decapagem e da Trincheira ............................................................................ 46 
4.4.4 Cálculo do Volume do Material do Enrocamento .......................................... 48 
4.4.5 Cálculo da Vazão da Tomada d’água e do Diâmetro da Tubulação .............. 48 
4.4.6 Cálculo do Dimensionamento do Vertedouro ................................................ 49 
4.5 MÓDULO DE GERAÇÃO DE RELATÓRIOS ............................................... 51 
4.5.1 Memorial Descritivo ....................................................................................... 52 
4.5.2 Requerimento de Reserva de Disponibilidade e Autorização para 
 Construção de Barragem ................................................................................ 52 
 10 
4.5.3 Planta Baixa do Maciço .................................................................................. 53 
4.5.4 Planta Longitudinal – Perfil Geológico .......................................................... 53 
4.5.5 Perfil Transversal na Maior Cota ................................................................... 53 
4.6 O MÓDULO DE DIMENSIONAMENTO DE PROJETOS DE AÇUDES ..... 53 
4.6.1 A Estruturação da Ferramenta de Dimensionamento de Projetos 
 de Açudes ....................................................................................................... 54 
4.6.2 As Funções das Planilhas Auxiliareas no Dimensionamento de 
 Projetos de Açudes ......................................................................................... 55 
4.6.2.1 Planilha de Campo ....................................................................................... 55 
4.6.2.2 Planilha de Dados Iniciais ........................................................................... 56 
4.6.2.3 Memorial Descritivo .................................................................................... 57 
4.6.2.4 Requerimento de Reserva de Disponibilidade e Autorização para 
 Construção de Barragem ................................................................................ 57 
4.6.2.5 Planilhas Gráficas ........................................................................................ 57 
4.6.2.6 Planilha de Valores de C ............................................................................. 58 
4.6.2.7 Planilha de Dados ........................................................................................ 58 
5 VALIDAÇÃO DO MODELO ........................................................................... 59 
5.1 PROJETOS ELABORADOS ............................................................................ 59 
4.2 A EFICIÊNCIA DO MODELO ........................................................................ 61 
6 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 63 
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 65 
 
APÊNDICE A - MODELO DE DIMENSIONAMENTO DE 
 PROJETOS DE AÇUDES - MDPA.............................................................66 
APÊNDICE B - INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS A CAMPOPARA UM PROJETO DE AÇUDAGEM....................................................77 
ANEXO A - PRECIPITAÇÃO PLUVIAL NO RS – PERÍODO 1931-1960..........79 
 
 
 
 
 
 
 
 11 
1 INTRODUÇÃO 
A agropecuária gaúcha tem se mostrado fragilizada, nos últimos anos, devido aos 
frequentes episódios climáticos relacionados à distribuição das chuvas ao longo do ano, em 
que grande parte das safras vem sendo prejudicada pela deficiência de umidade nos períodos 
críticos das culturas. 
Embora não existindo muita diferença na distribuição das chuvas durante o ano, os 
meses mais quentes são também os que demandam maior necessidade de reposição de água 
no solo em virtude das elevadas perdas por evaporação e transpiração, e são ainda os meses 
em que a precipitação tem se mantido próxima ou abaixo da média mensal. 
Acreditando-se que uma das formas de minimizar estes efeitos seja a utilização de 
sistemas de irrigação nas culturas agrícolas, foi instituído o Programa Estadual de Irrigação, 
pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul, através da Secretaria Extraordinária de 
Irrigação e Usos Múltiplos da Água (SIUMA), apresentando como meta a construção de 
açudes e delegando à EMATER/RS a responsabilidade pela elaboração dos projetos de 
construção desses açudes. 
A EMATER/RS - Associação Riograndense de Empreendimentos e Assistência 
Técnica e Extensão Rural - é uma sociedade civil, com personalidade jurídica de direito 
privado, fundada em 14 de março de 1977, responsável pelo serviço de extensão rural oficial 
no estado do Rio Grande do Sul. 
Possui unidades operativas em 485 municípios de um total de 496 existentes no 
Estado. Essas unidades são coordenadas por dez escritórios regionais e um Escritório Central, 
localizado na capital do Estado. 
A entidade possui um quadro funcional de 1.450 servidores com formação profissional 
multidisciplinar (engenheiros agrônomos, engenheiros de alimentos, engenheiros agrícolas, 
médicos veterinários, zootecnistas, engenheiros florestais, técnicos agrícolas, enfermeiros, 
nutricionistas, assistentes sociais, farmacêuticos, pedagogas, economistas domésticas e 
professores, entre outras). 
A EMATER/RS desenvolve suas ações mediante processos educativos, visando o 
desenvolvimento sustentável, a melhoria da qualidade de vida, a segurança e soberania 
 12 
alimentar, a geração de emprego e renda, a inclusão social de públicos especiais e a 
preservação ambiental. 
Para o alcance de seus objetivos, celebra convênios com os governos municipais, 
estadual e federal, além de firmar parcerias com entidades públicas e privadas de pesquisa e 
ensino, sindicatos, cooperativas e instituições bancárias, além de outras vinculadas ao meio 
rural. 
A instituição atende a mais de 260.000 famílias rurais, priorizando em suas ações os 
agricultores e pecuaristas familiares, assentados de reforma agrária, pescadores artesanais, 
remanescentes de quilombos e indígenas. 
Por ser a principal executora dos serviços de assistência técnica e extensão rural no 
Estado do Rio Grande do Sul cabem à EMATER/RS as tarefas de capacitação de técnicos e 
agricultores envolvidos no programa estadual de irrigação, em sistemas de acumulação de 
água, bem como na sua utilização em sistemas de irrigação, além da elaboração dos projetos 
de construção de cisternas e micro-açudes. 
Levando-se em conta que a meta de construção de micro-açudes, prevista pela 
SIUMA, ultrapassava as três mil unidades, e ainda, que as diferentes regiões geográficas do 
estado manifestavam interesses diversos, percebeu-se uma maior necessidade de elaboração 
de projetos em determinadas regiões em detrimento de outras. No início, acreditava-se que as 
regiões noroeste e sul seriam aquelas com maior necessidade de construção de formas de 
armazenamento de água para utilização em irrigação, em razão das diferenças climáticas e de 
solos, no entanto o interesse por tais obras se distribuiu com maior ou menor interesse em 
todo o território estadual. 
Para enfrentar a possível demanda de elaboração de projetos de construção de açudes 
em todo o território gaúcho, pela EMATER/RS, buscou-se, através dos técnicos do escritório 
central, sediado em Porto Alegre, a organização de um conjunto de capacitações em 
elaboração dos projetos de construção de açudes, inicialmente envolvendo seus técnicos no 
nível regional, para num segundo momento ser estendido a todo o corpo técnico da instituição 
por meio de outras capacitações micro-regionalizadas. 
Neste sentido identificaram-se, no corpo técnico da EMATER/RS, profissionais de 
nível superior em ciências agrárias, com experiência na elaboração de projetos deste tipo, para 
servir como orientadores nas capacitações no nível regional. Durante esta capacitação 
abordaram-se conteúdos pertinentes ao assunto, partindo do levantamento de informações no 
 13 
terreno para posterior tratamento dos dados em escritório finalizando com o projeto completo, 
constituído de memorial descritivo e diversas plantas, entre outros requerimentos e ofícios. Na 
oportunidade constatou-se a dificuldade que a EMATER/RS teria no cumprimento da meta 
estimada pela SIUMA, caso a elaboração dos projetos fossem realizadas sem o uso de 
ferramentas informatizadas. 
A partir desta discussão pensou-se em criar uma ferramenta que pudesse auxiliar o 
corpo técnico na elaboração dos projetos demandados, reduzindo o seu tempo de elaboração, 
qualificando o trabalho. 
Para viabilizar a demanda de elaboração de projetos de açudes no território gaúcho, 
procurou-se desenvolver um Modelo de Dimensionamento de Projetos de Açudes para 
facilitar a elaboração de projetos de açudes do tipo construção de terra, pela EMATER/RS, no 
âmbito do Programa Estadual de Irrigação. 
Neste sentido, procura-se apontar o conjunto de dados e informações necessárias para 
a criação do Modelo de Desenvolvimento de Projetos de Açudes (MDPA) como ferramenta 
de dimensionamento de projetos de micro-açudes do tipo construção de terra, estabelecendo-
se uma sistemática de levantamento de dados topográficos e de informações georreferenciadas 
para instruir a elaboração de projetos. 
Para tanto, torna-se necessário descrever as etapas de construção do Modelo de 
Desenvolvimento de Projetos de Açudes (MDPA) utilizadas para o dimensionamento de 
projetos de açudes do tipo construção de terra, bem como descrever os subprodutos da 
ferramenta Modelo de Desenvolvimento de Projetos de Açudes (MDPA), tais como o 
memorial descritivo, plantas gráficas e demais documentos gerados a partir de sua aplicação. 
Apresenta-se o trabalho em seis capítulos, a introdução, a fundamentação teórica, os 
métodos e procedimentos, a apresentação e análise dos dados, a validação do modelo e a 
conclusão. 
 
 
 14 
1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA 
Visando garantir a manutenção sustentável dos processos agropecuários produtivos, 
identifica-se a acumulação de águas pluviais, superficiais e subsuperficiais como prioritária 
para uma futura utilização na irrigação das culturas como forma de complementação das 
necessidades hídricas das plantas. 
Para a construção destes sistemas de acumulação de água faz-se necessário a 
elaboração de projetos técnicos com viabilidade econômica, social e ambiental. Para isto 
torna-se indispensável um adequado levantamento topográfico para a posterior elaboração dos 
cálculos necessários com uso de critérios técnicos, emissão de memorial descritivo da obra e 
confecção das plantas gráficas relativas ao projeto, podendo ser utilizados recursos laborais 
manuais com ou sem o uso de ferramentas informatizadas. 
Então questiona-se: Por que e de que maneira foi desenvolvido o Modelo de 
Dimensionamento de Projetosde Açudes (MDPA) utilizado atualmente para o 
dimensionamento de projetos de açudes do tipo construção de terra, pela EMATER/RS, no 
âmbito do Programa Estadual de Irrigação, no estado do Rio Grande do Sul? 
 
1.2 OBJETIVOS 
1.2.1 Objetivo Geral 
Avaliar e aprimorar o Modelo de Desenvolvimento de Projetos de Açudes (MDPA) 
utilizado como ferramenta eletrônica de dimensionamento de projetos de micro-açudes do 
tipo construção de terra, pela EMATER/RS, no âmbito do Programa Estadual de Irrigação, no 
estado do Rio Grande do Sul. 
 
 15 
1.2.2 Objetivos Específicos 
Apontar o conjunto de dados e informações necessárias para a criação do Modelo de 
Desenvolvimento de Projetos de Açudes (MDPA) como ferramenta de dimensionamento de 
projetos de micro-açudes do tipo construção de terra; 
Estabelecer uma sistemática de levantamento de dados topográficos e de informações 
georreferenciadas para instruir a elaboração de projetos de micro-açude do tipo construção de 
terra; 
Descrever as etapas de construção do Modelo de Desenvolvimento de Projetos de 
Açudes (MDPA) utilizadas para o dimensionamento de projetos de açudes do tipo construção 
de terra; 
Descrever os subprodutos da ferramenta Modelo de Desenvolvimento de Projetos de 
Açudes (MDPA), tais como o memorial descritivo, plantas gráficas e demais documentos 
gerados a partir de sua aplicação. 
 
1.3 JUSTIFICATIVA 
 O agronegócio gaúcho contribui, em média, com cerca de 30% do Valor 
Adicionado Bruto (VAB) do estado, com oscilações ao longo dos anos em razão das variações 
climáticas. Estas variações determinam principalmente na agropecuária, acréscimos ou 
reduções no volume da produção do setor. Condições climáticas desfavoráveis como as 
estiagens ocorridas nos anos de 2004 e 2005, determinaram a queda no Valor Adicionado 
Bruto e em conseqüência, a redução do Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho. 
 A construção de estruturas de armazenamento de água, como os açudes, faz-se 
necessária, para acumular grandes volumes de água em períodos mais chuvosos, para o uso 
como insumo de produção em sistemas de irrigação, em períodos menos favorecidos, 
projetando-se a manutenção da produção e da produtividade agrícola, contornando 
adversidades climáticas como as estiagens. 
 16 
A elaboração de um Modelo de Desenvolvimento de Projetos de Açudes (MDPA) 
utilizado como ferramenta de dimensionamento de projetos de micro-açudes do tipo 
construção de terra, no âmbito do Programa Estadual de Irrigação, tornou-se indispensável, 
não só pela extensão territorial de abrangência da EMATER/RS, como pela garantia de 
padronização de projetos, agilidade, presteza e segurança na elaboração dos projetos focando-
se na viabilidade técnica e financeira. 
A relevância deste trabalho constitui-se em apresentar aos técnicos da EMATER/RS 
uma ferramenta simples e operacional, que permita a elaboração de bons projetos de 
construção de açudes, desmistificando a prática, proporcionando segurança aos seus 
executores, e ao contratante dos projetos. 
 
 17 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
Neste capítulo pretende-se mostrar, inicialmente, como foi instituído o Programa 
Estadual de Irrigação e as atribuições da EMATER/RS no programa; a importância do 
agronegócio para o Rio Grande do Sul; o comportamento do clima com base na distribuição 
da precipitação pluvial no estado, através das normais climatológicas, dos períodos 1931-1960 
e 1961-1990; e também o balanço hídrico do solo e a variabilidade climática no Rio Grande 
do Sul. A seguir, busca-se mostrar a importância da acumulação de águas pluviais em 
períodos de abundância para posterior utilização em épocas de maior consumo pelos sistemas 
produtivos, bem como a escolha do local para a construção de açudes. Por fim, apresenta-se o 
referencial teórico como embasamento técnico para a elaboração de um projeto de açude do 
tipo construção de terra, com a abordagem simples dos seus elementos fundamentais. 
2.1 O PROGRAMA ESTADUAL DE IRRIGAÇÃO 
O Programa Estadual de Irrigação – PRÓ-IRRIGAÇÃO foi instituído pelo Governo do 
Estado do Rio Grande do Sul, através da Lei nº 13.063, de 12 de novembro se 2008, publicada 
no DOE RS de 14 de novembro de 2008, cabendo à Secretaria Extraordinária de Irrigação e 
Usos Múltiplos da Água (SIUMA), a responsabilidade da sua execução. 
Esta lei também estabelece que um dos objetivos do programa se proponha a aumentar 
a produção e a produtividade do agronegócio, com redução dos efeitos das estiagens e dos 
impactos provocados pela atividade agropecuária de sequeiro. Determina, ainda, como um 
dos instrumentos do Programa Estadual de Irrigação, entre outros, a acumulação de água para 
usos múltiplos em cisternas, micro-açudes e barragens em consonância com a Lei nº 2.434, de 
23 de setembro de 1954. 
As atribuições suplementares da EMATER/RS no Programa Estadual de Irrigação, 
segundo Mezomo (2009, p. 16), consistem em: 
Participar na seleção dos beneficiários juntamente com a Prefeitura Municipal e o 
Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural. 
 Definir na propriedade o local da construção do micro-açude. 
 18 
Elaborar o projeto técnico de acordo com a capacidade de acumular água e/ou a 
necessidade para uso em irrigação e de acordo com a legislação ambiental vigente. 
Orientar e acompanhar a construção dos micro-açudes conforme projeto. 
Efetuar a fiscalização da execução do micro-açude. 
 
2.2 A IMPORTÂNCIA DO AGRONEGÓCIO 
Entende-se por agronegócio a soma de todas as atividades dos agentes envolvidos no 
fornecimento de insumos, na produção rural vegetal e animal, nas agroindústrias, na 
distribuição e comercialização destes produtos agropecuários. 
Considera-se que 45% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado do Rio Grande do Sul 
e 30% do PIB nacional, venham do agronegócio e o desafio para o seu crescimento deve 
passar pela agregação de valor ao bem produzido, aumentando a competitividade no mercado 
regional e internacional, a partir da adoção de novas tecnologias produtivas em consonância 
com o respeito ao meio ambiente. 
Nos últimos anos, o agronegócio brasileiro, demonstrou papel fundamental para a 
geração de divisas e renda, tendo o Brasil ocupado papel de destaque nas exportações de 
vários produtos, dentre eles, soja e derivados, carnes (bovina, suína e aves), suco de laranja e 
produtos do extrativismo florestal. 
A produção vegetal torna-se dependente das condições climáticas durante o ciclo das 
culturas, e dentre elas, a disponibilidade hídrica através da precipitação pluviométrica é a mais 
crítica, nos meses de verão, no estado, colocando em risco a produção e produtividade da 
agropecuária. 
2.3 PRECIPITAÇÃO PLUVIAL NORMAL CLIMATOLÓGICA 
A normal climatológica de precipitação pluvial anual da série histórica (1931-1960), 
para diversos municípios do Estado do Rio Grande do Sul, em milímetros, situa-se entre 1.162 
 19 
mm na cidade de Rio Grande e 2.164 mm na cidade de São Francisco de Paula, com um valor 
médio para o estado de 1.547 mm (RONALDO MATZENAUER et all – in Boletim Fepagro 
nº 10 – Agosto 2002), constante no anexo A. 
Na Tabela 1, apresenta-se a precipitação pluvial, em milímetros, de 25 municípios do 
Estado do Rio Grande do Sul, para o período 1931-1960, com a distribuição média mensal e 
média anual, bem como a precipitação média estadual. 
 
Tabela 1 – Precipitação pluvial (milímetros) no Estado do Rio Grande do Sul – 1931-1960. 
 
Localidade Meses Total 
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Anual 
Alegrete 148 110 122 153 146 129 108 102 127 187 121 122 1575 
Bagé 106 96 99 103 118 121 104 109 126 130 75 75 1262 
Bom Jesus 150 152 118 131 104 109 121 119 166 169 75 1321546 
Caxias do Sul 145 137 126 133 142 155 139 130 167 152 106 131 1663 
Cruz Alta 148 128 123 154 153 168 124 126 160 187 120 140 1731 
Encruzilhada do Sul 120 122 95 137 146 149 136 132 148 152 76 92 1505 
Farroupilha** 139 133 118 109 112 168 163 141 166 150 131 138 1668 
Ijuí 135 157 113 134 135 143 134 169 164 153 152 148 1737 
Júlio de Castilhos 117 117 92 146 170 147 125 130 134 146 116 136 1576 
Maquiné** 170 178 183 97 84 111 100 139 156 131 120 147 1616 
Passo Fundo 157 146 125 135 136 147 120 123 153 167 115 140 1664 
Pelotas 131 149 116 108 110 128 113 138 141 128 68 77 1407 
Porto Alegre 119 104 88 102 114 137 127 112 124 119 75 89 1310 
Rio Grande 88 99 101 97 101 110 98 120 122 98 68 60 1162 
Santa Maria 143 141 110 144 163 162 142 123 151 174 133 123 1709 
Santana do Livramento 123 107 124 141 124 135 99 93 114 156 88 84 1388 
Santa Rosa 146 102 122 191 155 183 113 114 138 169 128 104 1665 
Santa Vitória do Palmar 93 89 127 124 106 117 97 109 124 99 72 79 1236 
São Borja 124 115 150 146 142 125 91 92 135 162 126 116 1524 
São Gabriel 116 103 86 120 133 145 111 107 128 143 77 86 1355 
São Luiz Gonzaga 132 122 127 177 149 157 112 112 139 193 110 133 1663 
Torres 130 137 139 127 105 95 103 119 145 118 97 95 1410 
Uruguaiana 113 114 122 164 117 105 70 67 102 165 105 101 1345 
Vacaria 132 119 98 102 104 144 123 129 148 132 76 104 1411 
Veranópolis 139 129 121 109 103 135 131 171 168 145 133 150 1634 
Média Mensal 131 125 118 132 127 137 117 122 142 149 103 113 1511 
Fonte: Instituto de Pesquisas Agronômicas, 1989, citado por Ronaldo Matzenauer et all (2002). 
* Média de 25 anos (FEPAGRO); ** Média de 30 anos (FEPAGRO); *** Normal 1961-1990 (FEPAGRO). 
Adaptado pelo autor. 
 
 
 20 
Observa-se na tabela 1 que as médias mensais, em milímetros, de precipitação pluvial, 
em 25 municípios do estado, notando-se a diferença numérica da quantidade de chuva entre os 
mesmos e entre os meses do ano em cada município, destacando-se, na média, os períodos de 
novembro e dezembro, como os meses mais secos, com médias estaduais entre 103 e 113 mm. 
Também se observa, no período, uma variação de 46 mm entre o mês de maior precipitação 
(setembro) e o mês de menor precipitação (novembro). 
Na Figura 1, apresenta-se a precipitação pluvial média mensal do estado, nos 
diferentes meses do ano, a partir das informações da Tabela 1. 
 
Figura 1 – Precipitação Pluvial – médias mensais no Rio Grande do Sul (1931-1960) 
 
A partir da figura 1 pode-se inferir que as médias mensais apresentam uma grande 
variabilidade climática, destacando-se os meses de novembro e dezembro com os menores 
valores de médias mensais, justamente nos meses em que as culturas de verão demandam as 
maiores quantidades de água para seu desenvolvimento e frutificação, ao mesmo tempo em 
que as perdas por evaporação e transpiração são elevadas em razão das condições climáticas 
da época ocasionadas pelas temperaturas mais elevadas do período. 
Considerando-se apenas os dois meses de menor precipitação média da série, 
observam-se grandes diferenças na precipitação média pluvial por município. O mês de 
novembro, da série, com valores entre 68 e 133 mm, mostra uma variação percentual próxima 
de 96% entre o município de menor e o de maior precipitação. No mês de dezembro, a mesma 
série mostra uma variação ainda maior entre os municípios, com valores entre 60 e 150 mm, 
correspondendo a uma variação percentual de 250% entre o município de menor e o de maior 
precipitação pluvial. 
 21 
A Figura 2 apresenta a variação da precipitação pluvial no Rio Grande do Sul, nos 
meses de novembro e dezembro da série histórica 1931-1960, a partir das informações da 
Tabela 1. 
 
 
Figura 2 – Variação da Precipitação Pluvial no RS – Novembro e Dezembro (1931-1960) 
 
Na Tabela 2, são apresentados os valores de precipitação pluvial, em milímetros, de 25 
municípios do Estado do Rio Grande do Sul, monitorados pela FEPAGRO, no período 1961-
1990, com a distribuição média mensal e média anual, bem como a precipitação média 
estadual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 22 
Tabela 2 – Precipitação pluvial (mm) no Estado do Rio Grande do Sul – normal 1961-1990 
Localidade Meses Total 
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Anual 
Alegrete 122 142 153 134 142 109 117 101 142 157 130 125 1575 
Bagé 115 132 125 102 101 107 141 123 149 130 112 102 1439 
Bom Jesus 166 161 145 115 123 122 136 167 175 148 121 138 1546 
Caxias do Sul 143 151 141 127 110 151 154 178 193 166 144 163 1821 
Cruz Alta 142 130 131 144 130 137 148 167 194 161 149 146 1779 
Encruzilhada do Sul 114 125 128 93 112 147 152 144 149 129 119 105 1517 
Farroupilha** 138 162 126 107 127 141 136 183 195 165 157 169 1806 
Ijuí 144 112 134 109 125 145 131 145 164 149 126 115 1599 
Júlio de Castilhos 122 152 126 126 113 119 128 186 199 168 137 145 1721 
Maquiné** 114 143 139 128 114 143 148 171 197 157 146 145 1745 
Passo Fundo 143 139 128 141 78 95 141 117 136 96 96 96 1406 
Pelotas 117 109 104 108 95 133 122 140 140 114 104 101 1387 
Porto Alegre 100 121 110 127 88 92 137 110 138 78 89 61 1251 
Rio Grande 107 128 147 148 127 142 145 131 157 146 131 132 1641 
Santa Maria 144 127 123 125 165 145 134 144 176 170 149 136 1738 
Santana do Livramento 129 105 126 138 127 156 117 119 147 151 136 118 1569 
Santa Rosa 142 119 97 101 96 107 117 114 109 88 92 85 1267 
Santa Vitória do Palmar 108 138 114 126 105 90 112 110 133 143 122 115 1416 
São Borja 144 113 174 177 126 127 99 107 143 154 148 121 1633 
São Gabriel 120 135 149 154 143 169 141 155 175 157 157 151 1806 
São Luiz Gonzaga 156 107 140 138 88 109 110 123 134 96 98 88 1387 
Torres 124 170 177 177 123 76 94 86 131 146 134 123 1561 
Uruguaiana 136 122 125 111 102 121 134 159 166 147 115 140 1578 
Vacaria 125 126 119 119 106 132 131 184 187 149 145 145 1668 
Veranópolis 146 126 119 119 106 132 131 184 187 149 145 145 1689 
Média Mensal 130 132 132 128 115 126 130 142 161 141 128 124 1589 
Fonte: elaborado pelo autor com base em Fepagro (2010). 
 
 
Na tabela 2, observa-se a distribuição das médias mensais de precipitação pluvial, em 
milímetros nos municípios que compõem a rede climatológica da FEPAGRO, notando-se a 
diferença numérica da quantidade de chuva entre os municípios considerados e entre os meses 
do ano em cada município, destacando-se, na média, o mês de maio, com 115 mm, como o 
mês mais seco em comparação aos demais com distribuição regular. Também se percebe que 
nos meses de novembro e dezembro, da série, as médias mensais foram, respectivamente, 
128 e 124 mm. 
 23 
Na Figura 3, apresenta-se a precipitação pluvial média mensal dos municípios do 
estado que compõem a rede climatológica da FEPAGRO, nos diferentes meses do ano, a 
partir das informações da Tabela 2. 
 
Figura 3 – Precipitação Pluvial – médias mensais (1961-1990) 
 
 
Na figura 3, observa-se a distribuição das médias mensais de precipitação pluvial, em 
milímetros nos municípios que compõem a rede climatológica da FEPAGRO, notando-se nos 
trinta anos da série histórica, a diferença numérica da quantidade de chuva entre os 
municípios considerados e entre os meses do ano em cada município, destacando-se, na 
média, os meses de maio (115 mm), novembro (128 mm) e dezembro (124 mm). Também se 
percebe, no período, a mesma variação de 46 mm entre o mês de maior precipitação 
(setembro) e o mês de menor precipitação (maio). 
Apresenta-se na Figura 4, um estudo comparativo da precipitação pluvial média 
mensal dos municípios do estado nos períodos compreendidos entre 1931-1960 e 1961-1990, 
a partir dos dados das Tabelas 1 e 2. 
 24 
 
Figura 4 – Precipitaçãopluvial (mm) no Rio Grande do Sul (1931-1960 e 1961-1990) 
 
No estudo comparativo das normais climatológicas (1931-1960 e 1961-1990), da 
Figura 4, observa-se, através das curvas, a distribuição da precipitação pluvial nos diferentes 
meses dos períodos considerados. Nota-se que não existe uma única tendência nas curvas 
representadas graficamente, embora as precipitações médias anuais dos dois períodos fiquem 
muito próximos, isto é 1.547 mm (1931-1960) e 1.589 (1961-1990). Ainda observa-se que na 
comparação entre as médias mensais das séries, os meses de janeiro, fevereiro e abril 
apresentaram as menores diferenças numéricas de precipitação (entre 4 e 6 mm), enquanto 
que o mês de novembro apresentou a maior diferença numérica (27 mm). 
 
2.4 BALANÇO HÍDRICO NO SOLO 
A disponibilidade hídrica no solo constitui-se num fator fundamental para o desejado 
desenvolvimento vegetal com altas produtividades. A maior ou menor disponibilidade da 
água no solo está relacionada com diversos fatores, entre eles a precipitação pluvial e a 
evapotranspiração, não deixando de levar em conta as características do solo, como a 
capacidade de armazenamento de água associada à textura do solo, a profundidade e a 
composição granulométrica. 
 25 
Em geral, a precipitação pluvial média do estado do Rio Grande do Sul apresenta 
níveis suficientes de chuva para o desenvolvimento das principais culturas, no entanto, a 
evapotranspiração nos períodos mais quentes do ano, tem levado em anos menos chuvosos, a 
um déficit de umidade disponível para as culturas, ocasionando quebras de safras com 
redução da produtividade. 
 
 
2.5 A VARIABILIDADE CLIMÁTICA NO RIO GRANDE DO SUL 
De acordo com Matzenauer (2010), a variabilidade climática é uma característica 
marcante no Rio Grande do Sul, onde os fenômenos meteorológicos causam, com freqüência, 
danos irreparáveis às atividades agrícolas e que nos últimos 20 anos, ocorreram 10 estiagens 
no estado que causaram a redução de 38 milhões de toneladas de grãos nas culturas de milho e 
soja, as mais prejudicadas. 
Como forma de evitar os efeitos que as frequentes estiagens provocam nos sistemas de 
produção agropecuárias do estado, Matzenauer (2010), cita a necessidade de ações concretas, 
entre outras, um programa abrangente de irrigação envolvendo o aumento da capacidade de 
armazenamento de água seja por meio da construção de barragens e açudes, seja pelo aumento 
da capacidade de retenção de água no solo; a abertura de linhas de financiamento para a 
aquisição de equipamentos de irrigação; e investimentos na formação de recursos humanos 
especializados nas áreas de meteorologia e agrometeorologia. 
 
2.6 A ACUMULAÇÃO DE ÁGUAS EM AÇUDES 
O termo açude corresponde, segundo Michaelis (2010) a, 1: Construção destinada a 
represar a água dos rios ou das levadas, para ser utilizada na indústria, agricultura ou 
abastecimento das povoações. 2: Extensão de água represada artificialmente, em geral para 
irrigação de culturas em regiões sujeitas a secas. 3: Água acumulada em uma baixada. 
 26 
Conforme Tibau (1977), a acumulação de água torna-se necessária quando os 
mananciais naturais são ou se tornam insuficientes para atender à demanda da irrigação ou 
haja conveniência em elevar o nível da água. O mesmo autor, afirma que a água a acumular 
pode ser proveniente de córregos cuja vazão permanente é pequena ou ainda das chuvas. 
A açudagem constitui-se no sistema de armazenamento das águas provenientes do 
escoamento superficial de uma ravina, ou microbacia, administrando-a oportunamente nos 
períodos mais críticos de uma cultura (KIELING, 1991). 
Define-se como barragem de terra todo e qualquer obra construída com a utilização de 
terra com o objetivo de interromper o fluxo de água proveniente de córregos ou mesmo do 
escorrimento de águas pluviais. 
Qualquer tipo de solo pode ser utilizado para a construção da barragem, desde que 
seguindo critérios técnicos adequados. Dá-se preferência aos argilo-silicosos por aceitarem 
melhor compactação, manuseio, extração e transporte, enquanto os argilosos, embora bons, 
tem dificultada a extração e manuseio, além de gretarem profundamente na eventualidade de 
secas prolongadas (TIBAU, 1977). 
 
 
2.7 A ESCOLHA DO LOCAL PARA A CONSTRUÇÃO DE AÇUDES 
O provável local de construção de um açude passa pela avaliação do proprietário da 
futura represa acompanhado do técnico que irá efetuar o levantamento. O trabalho conjunto 
permite determinar alternativas para qualificar o projeto, como posicionamento da taipa, área 
a ser atingida pelo alague, localização do vertedouro, entre outros (KIELING, 1991). 
A primeira etapa, no campo, inicia-se pela coleta de dados e informações topográficas 
e georreferenciadas no local escolhido para a construção da obra, além da observação e 
análise das condições do solo onde será assentado o maciço do micro-açude e o local de 
posicionamento do vertedouro. Ainda obtêm-se informações da bacia hidrográfica ou de 
contribuição e sua influência no armazenamento da água no micro-açude, além da 
disponibilidade de jazida de material que será usado na construção do maciço (KIELING, 
1991). 
 27 
2.8 REFERENCIAL TEÓRICO PARA DIMENSIONAMENTO DE AÇUDES 
De posse dos dados e informações do local, inicia-se no escritório, a segunda etapa, 
procedendo-se todos os cálculos e dimensionamentos necessários ao projeto, incluindo 
maciço, taludes, vertedouro, volume de terra movimentado, volume de água armazenada, 
entre outros (KIELING, 1991). 
A seguir procura-se fundamentar os cálculos de dimensionamento dos elementos desta 
etapa. 
 
2.8.1 Maciço ou taipa 
São assim conhecidas as construções físicas executadas a partir da deposição e 
compactação do solo que objetiva a retenção e acumulação da água de córregos ou de 
escorrimento superficial, na bacia hidrográfica também chamada de contribuição. 
A construção do maciço requer o dimensionamento dos taludes de montante e de 
jusante, essenciais para a estabilidade do mesmo, em acordo com o tipo de material que será 
utilizado na compactação. 
O talude de montante situa-se na parte do maciço que mantém contato com a água 
represada enquanto que o talude de jusante situa-se em oposição a este. 
Conforme afirma Tibau (1977), o empuxo da água acumulada no sentido de romper a 
barragem se anula pelo próprio peso da água uniformemente distribuído sobre a superfície 
molhada do talude de montante, pressionando-o para baixo e promovendo a auto-fixação da 
barragem. 
Ainda, Tibau (1977) afirma que o talude de montante, mais extenso e, por 
conseqüência, mais inclinado, oferece maior superfície à pressão da água no reservatório, cujo 
efeito é aumentar a estabilidade da barragem, anulando a tendência ao deslizamento e 
proporcionando simultaneamente maior resistência à infiltração. O talude de jusante, além da 
função de também aumentar a estabilidade, concorre para que a projeção da linha de 
 28 
infiltração se mantenha dentro do corpo da barragem, pois do contrário, provocaria a sua 
queda. 
2.8.2 Coroamento ou crista 
A largura do coroamento (L) ou crista corresponde à medida transversal do maciço 
tomada no seu ponto de altura máxima (H). 
Segundo Kieling (1991), podem-se utilizar as fórmulas de Knappen ou de Preece: 
Fórmula de Knappen: L = 1,65.(H)
1/2
 
Fórmula de Preece: L = 1,1.(H)
1/2
 + 1 
 
2.8.3 Cava ou trincheira 
Identificada como cava, trincheira ou vala de trincheira, trata-se de escavação 
procedida no local de assentamento do maciço, na área da projeção vertical da crista ou 
coroamento, com largura e profundidade variáveis, dependente do tipo de solo. Tem por 
função a substituição da camadapermeável do local, por outra de melhor potencial de 
compactação visando à impermeabilização do maciço. 
Na Figura 5, apresenta-se um corte transversal do maciço no ponto de maior altura. 
Neste perfil transversal do maciço na sua maior cota identificam-se os taludes de montante e 
de jusante, a projeção da escavação da vala de trincheira e o nível da água na bacia de 
acumulação. 
 29 
 
Figura 5 – Perfil transversal na maior cota. 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
Na figura 5 observa-se a seção transversal do maciço no ponto de maior altura com os 
posicionamentos e inclinações dos taludes de montante e de jusante, bem como o 
posicionamento da escavação da trincheira. Observam-se, ainda, as alturas da crista, do nível 
da água e da profundidade da trincheira. Também se visualiza a largura da crista e a maior 
largura da base do maciço, este último no local de maior altura. 
 
2.8.4 Estimativa do volume de água acumulada 
Para a determinação da estimativa do potencial de armazenamento de água no açude 
projetado, pode-se utilizar a expressão que relaciona a superfície total da área alagada e a 
altura máxima da água no maciço. 
A expressão prática pode ser descrita por: 
 V = 4/9.S.H 
 V – volume de água acumulada, em m³; 
 30 
 S – superfície da bacia hidráulica, ou bacia de acumulação, em m²; 
 H – altura máxima da água medida no maciço, em m. 
 
Kieling (1991), normalmente, em função da prática que o técnico possui a margem de 
erro nesta estimativa oscila em torno de 10% da necessidade, e convenhamos, é muito 
próximo da realidade. 
2.8.5 Área da bacia hidrográfica 
Considera-se como bacia hidrográfica a superfície total do terreno que oferece 
contribuição na coleta da água pluvial para o abastecimento do reservatório. 
 Em dimensionamento de projetos de açudes com maiores proporções, para a 
determinação da bacia hidrográfica, pode-se utilizar cartas topográficas na escala 1:50.000, 
traçando-se o polígono irregular limitado pelos divisores de água da bacia e determinando-se 
sua área (KIELING, 1991). 
Nos micro-açudes que, em geral, situam-se em pequenas bacias hidrográficas, pode-se 
determinar sua área com uso do GPS (Sistema de Posicionamento Global), percorrendo os 
limites desta bacia. 
 
2.8.6 Vazão da bacia hidrográfica 
Obtém-se a vazão (Q) máxima da bacia hidrográfica em função do coeficiente de 
enxurrada (C), a intensidade (I) máxima de chuvas e a área (A) da bacia hidrográfica, pela 
expressão (TIBAU, 1977): 
 Q = (C.I.A)/360 
 Q – vazão máxima da bacia hidrográfica, em m3.s-1; 
 C – coeficiente de enxurrada, em %; 
 31 
 I – intensidade máxima das chuvas, em mm.h-1; 
 A – área da bacia hidrográfica, em hectares. 
2.8.7 Vertedouro 
Obtém-se a medida do vertedouro em função da vazão (Q) da bacia hidrográfica e da 
altura (H) da lâmina de água sobre a soleira do vertedouro, pela expressão (TIBAU, 1977): 
 
 L = Q/(1,84.H
3/2
) 
 L – soleira do vertedouro, em m; 
 Q – vazão da bacia hidrográfica, em m3.s-1; 
 H – altura da lâmina de água sobre a soleira, em m. 
2.8.8 Revanche 
A revanche ou borda livre constitui-se na medida vertical entre o nível máximo da 
lâmina da água no maciço e o nível horizontal da taipa. 
Determina-se a borda livre de um açude, levando em conta a altura e a velocidade 
máxima das ondas e a aceleração da gravidade local. 
A seguir apresentam-se as expressões que permitem determinar a altura das ondas, a 
velocidade máxima das ondas e a borda livre ou revanche. 
A altura das ondas (h) em relação à linha máxima sobre o espelho das, pode ser 
determinada pelas fórmulas de Stevenson (DNOCS, 1981), nos casos abaixo: 
 
Para L > 18 km h = 0,75 + 0,34.(L)
1/2
 – 0,26.(L)4 
 
Para L ≤ 18 km h = 0,34.(L)1/2 
 32 
L – comprimento da bacia hidráulica em km. 
Utiliza-se a fórmula de GAILLARD para a determinação da velocidade (v) das ondas, 
levando em conta a altura (h) das mesmas (KIELING, 1991). 
 
 V = 1,50 + 2.h 
 
 v – velocidade em m.s-1; 
 h – em metros. 
 
Finalmente, conhecendo-se a altura das ondas (h), sua velocidade (v) e a aceleração da 
gravidade local (g), utiliza-se a expressão (KIELING, 1991) para o cálculo da revanche (R): 
 R = 0,75.h + v
2 
. (2.g)
-1
 
 33 
3 MÉTODOS E PROCEDIMENTOS 
Entende-se por metodologia o emprego dos métodos adequados no encaminhamento 
ou execução de um trabalho de pesquisa de caráter científico, buscando o esclarecimento de 
um determinado processo ou fenômeno. Procura-se detalhar a forma e o desenvolvimento do 
trabalho. 
A metodologia sugerida constitui-se em um estudo de caso descritivo. O estudo de 
caso caracteriza-se pelo estudo detalhado de um ou mais objetos, para permitir o 
conhecimento aprofundado do mesmo enquanto que as pesquisas descritivas apresentam 
como principal objetivo a descrição das características de certa população ou fenômeno ou a 
relação entre variáveis que o determinam (GIL, 1994). 
O modelo de dimensionamento de projetos de açudes do tipo construção de terra foi 
desenvolvido em Microsoft Excel, composto de planilhas eletrônicas utilizadas para o 
processamento de cálculos e geração de gráficos e relatórios. 
Neste capítulo, apresentam-se inicialmente a sistemática de entrada de dados e, 
posteriormente, a sistemática de saída destes dados, todos em planilhas eletrônicas. 
 
3.1 SISTEMÁTICA DE ENTRADA DE DADOS NA PLANILHA 
A sistemática de entrada de dados do modelo acontece a partir de uma única planilha 
eletrônica, a planilha de dados iniciais. Esta planilha, identificada por “Dad_Iniciais!”, 
constitui-se na principal planilha do modelo, pois através dela são inseridos todos os dados 
cadastrais e as informações necessárias ao projeto de dimensionamento de açude do tipo 
construção de terra. 
Através das ferramentas da planilha eletrônica organizam-se rotinas de cálculos e 
processamentos matemáticos decisivos para a elaboração do projeto, permitindo, a qualquer 
momento a intervenção do técnico, interagindo com o modelo, na busca do aperfeiçoamento 
do projeto, qualificando-o técnica e economicamente. 
 
 34 
3.2 SISTEMÁTICA DE SAÍDA DE DADOS DA PLANILHA 
Após o preenchimento da planilha de dados, citada no item anterior, e a 
correspondente avaliação das informações efetuadas, tornam-se possíveis a obtenção dos 
relatórios do modelo. 
Os relatórios disponibilizados no modelo constituem cinco planilhas da pasta do 
Excel, duas das quais, textuais e outras três, gráficas. 
As planilhas textuais permitem a emissão do Memorial Descritivo da obra e do 
Requerimento de Reserva de Disponibilidade e Autorização para Construção de Barragem. O 
primeiro documento reúne as características técnicas do projeto, com todo o seu 
dimensionamento e o segundo, um requerimento de outorga de uso da água. 
As demais planilhas, com características gráficas permitem a emissão da Planta Baixa, 
da Planta Longitudinal e da Planta Transversal. 
A planta baixa mostra as medidas de comprimento e largura do maciço ao nível do 
solo onde se assenta o maciço, determinando a área de decapagem. 
A seguir, a planta longitudinal mostra o perfil do solo no local de assentamento do 
maciço, salientando as medidas de comprimento e altura do mesmo. 
Finalmente, a planta transversal do maciço mostra a seção transversal no ponto de 
maior profundidade do mesmo. Nesta planta são definidas as medidas da crista e largura 
máxima do maciço, as inclinações dos taludes de montante e de jusante e a projeção da cava 
de trincheira. 
A seguir, descreve-se o capítulo Apresentação e Análise dos Dados. 
 
 
 
 
 
 
 
 35 
4 APRESENTAÇÃOE ANÁLISE DOS DADOS 
A apresentação e análise dos dados são realizadas através da explanação de cinco 
módulos: o módulo de coleta de dados a campo, o módulo de cadastro, o módulo de entrada 
de dados, o módulo de processamento e análise de dados, e o módulo de geração de relatórios. 
Ainda será apresentado o Modelo de Dimensionamento de Projetos de Açudes (MDPA), 
através da estruturação da ferramenta e das funções das planilhas auxiliares. 
Optou-se, neste capítulo, pela apresentação genérica de cada módulo, por meio da 
descrição das informações e processamentos necessários, bem como a inclusão de recortes das 
planilhas envolvidas. Além disso, o Apêndice A, traz um exemplo de aplicação Modelo de 
Dimensionamento de Projetos de Açudes (MDPA), com as informações devidamente 
preenchidas, com o objetivo de tornar mais claro o entendimento do modelo proposto. 
4.1 MÓDULO DE COLETA DE DADOS A CAMPO 
As informações necessárias para a elaboração de projeto de açude do tipo construção 
de terra são obtidas por meio de um formulário específico, levado a campo pelo técnico 
responsável pelo projeto, identificada como Planilha de Campo. Neste formulário (Apêndice 
B) são sintetizadas todas as informações, operações e levantamentos necessários para a 
elaboração do projeto, em duas partes assim caracterizadas: 
- Informações obtidas a campo; 
- Informações locais ou regionais. 
Na busca por um melhor entendimento do módulo de coleta de dados a campo e sua 
aplicação, apresenta-se a seguir a planilha de campo por meio de cinco recortes, sendo quatro 
deles relacionados às informações obtidas a campo e o último relativo às informações locais 
ou regionais. 
 36 
4.1.1 Informações Obtidas a Campo 
Para o dimensionamento de açude do tipo construção de terra, faz-se necessário o 
levantamento adequado das informações a campo, incluindo o levantamento dos dados da 
propriedade e do local de construção do açude, o levantamento topográfico na linha de 
construção do maciço, o desenho do perfil do terreno objeto do levantamento topográfico e as 
informações obtidas com uso do GPS (Global Positioning System ou Sistema de 
Posicionamento Global). 
Inicialmente, conforme demonstrado no recorte da planilha de campo apresentado 
como o Quadro 1, são relacionadas as informações do produtor necessárias ao preenchimento 
do módulo de cadastro e as referências principais do local de assentamento do maciço, 
necessários ao módulo de entrada de dados. 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Dados da pesquisa, set/2010. 
 
 
 
Quadro 1 – Informações obtidas a campo – recorte 1 da planilha de campo. 
Fonte: Dados da pesquisa, set/2010. 
 
 
A partir da coleta destas primeiras informações, passa-se ao levantamento das medidas 
das distâncias e das alturas obtidas no local do traçado do maciço do açude com o auxílio de 
nível ótico, mira, trena e estacas de madeira. 
Em razão da sistemática utilizada no levantamento de dados e informações técnicas, 
fica estabelecido como ponto inicial o local no terreno com a menor altitude em relação ao 
 
1. Informações obtidas a campo 
1.1 Propriedade: 
 Nome do produtor: CPF/CNPJ: 
 Endereço: Localidade: 
 Município: Finalidade do projeto: 
 Latitude: Longitude: 
 
1.2 Local da construção do açude: 
 Textura do solo: 
 Profundidade da decapagem (m): 
 Profundidade da camada impermeável obtida com auxílio do trado (m): 
 Dimensões da vala de trincheira: comprimento (m): Largura (m): 
 Altura máxima do maciço (m): 
 
 37 
nível do mar, correspondendo ao ponto de maior altura do maciço, atribuindo-se a este ponto 
o valor 0 (zero) para o alinhamento e também para a distância. 
Outros pontos devem ser demarcados à esquerda, identificados por 1E, 2E, 3E, 4E, ..., 
10E, e à direita, identificados por 1D, 2D, 3D, 4D, ..., 10D. A denominação (esquerda e 
direita) atribuída aos pontos corresponde ao posicionamento relativo dos mesmos em relação 
ao sentido natural do fluxo da água na bacia de acumulação. 
Os pontos à esquerda e à direita são determinados a partir do ponto inicial, de valor 
zero, iniciando pelo levantamento topográfico altimétrico, na linha de posicionamento do 
maciço identificando-se e demarcando-se novos pontos, para os dois lados, esquerdo (E) e 
direito (D), com igual leitura na mira. Estes pares de pontos (1E-1D), precisam estar nivelados 
e com leitura na mira menor do que a do ponto inicial (0). Atribui-se uma diferença de nível 
entre o ponto inicial (0) e o primeiro 1E do par 1E-1D, de acordo com o perfil do terreno, 
podendo situar-se entre os valores 0,20m a 1,00m. 
Utilizando-se o mesmo desnível atribuído anteriormente, demarca-se o novo par (2E-
2D) a partir do par anterior e assim sucessivamente até atingir a altura máxima do maciço. 
Após a demarcação de todos os pontos, com suas respectivas leituras verticais, encontram-se 
as medidas horizontais entre os pontos demarcados. Estas medidas devem ser tomadas, com 
trena, entre dois pontos consecutivos, no lado esquerdo e no direito do ponto inicial. 
O Quadro 2 demonstra como são apresentadas as informações indispensáveis do 
levantamento topográfico, obtidas na linha de construção do maciço, além das instruções 
existentes na própria planilha, com o objetivo de auxiliar seu preenchimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 2 – Levantamento topográfico – recorte 2 da planilha de campo. 
Fonte: Dados da pesquisa, set/2010. 
 
Ainda, no levantamento de dados a campo, sugere-se a elaboração de um desenho que 
caracterize o perfil do terreno, no local da obtenção das medidas verticais e horizontais do 
futuro maciço. Acredita-se que assim procedendo seja possível conferir, ainda no local do 
levantamento dos dados técnicos, as informações numéricas obtidas, e também, esclarecer 
alguma dúvida, posteriormente, no escritório. 
O Quadro 3, mostra uma sugestão de modelo de perfil do terreno, visando a 
elaboração adequada do perfil do local de posicionamento do maciço. 
 
 
 
 
1.3 Levantamento topográfico na linha de construção do maciço: 
 No alinhamento "0" deverá ser usada a distância "0" e a altura máxima do maciço em metros. 
 
Nos demais alinhamentos, acima e abaixo do zero, usar pares de valores com intervalos 
iguais. 
 
 
 
 
 
 Alinhamento Distâncias (m) Alturas (m) Observações 
 9E - 10E 
 8E - 9E 
 7E - 8E 
 6E - 7E 
 5E - 6E 
 4E - 5E 
 3E - 4E 
 2E - 3E 
 1E - 2E 
 0 - 1E 
 0 0 
 0 -1D 
 1D - 2D 
 2D - 3D 
 3D - 4D 
 4D - 5D 
 5D - 6D 
 6D - 7D 
 7D - 8D 
 8D - 9D 
 9D - 10D 
 
 39 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 3 – Perfil do terreno – recorte 3 da planilha de campo. 
Fonte: Dados da pesquisa, set/2010. 
 
Com a utilização de GPS são demarcadas as áreas da bacia hidráulica e hidrográfica, 
os comprimentos dessas bacias e o desnível entre o ponto mais alto e mais baixo da bacia 
hidrográfica. 
O Quadro 4, a seguir mostra as informações obtidas com uso do GPS, destacando-se a 
área e comprimento das bacias de acumulação e de contribuição, as coordenadas geográficas 
do local do projeto e o desnível da bacia hidrográfica. 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 4 – Informações obtidas com GPS – recorte 4 da planilha de campo 
Fonte: Dados da pesquisa, set/2010. 
 
Estas informações são importantes para o dimensionamento adequado e seguro do 
vertedouro do açude, além de permitir o seu georreferenciamento,necessário para o 
licenciamento ambiental do açude e para a autorização de uso da água. 
 
1.4 Perfil do terreno objeto do levantamento topográfico: 
 Rascunhar o perfil do terreno no local da construção do maciço. 
 
 
5m
4m
3m
2m
1m
0m
 0
 0-1D
 1D-2D
 2D-3D
 3D-4D
 4D-5D
 0-1E
 1E-2E
 2E-3E
 3E-4E
 4E-5E
Nível da crista
 1
 2
 3
 4
 5
 
 
1.5 Informações obtidas com uso do GPS 
 Área da bacia de acumulação obtida na cota de altura máxima do nível da água em m²: 
 Comprimento máximo da bacia de acumulação (perpendicular ao maciço) em m: 
 Coordenadas geográficas: Latitude: Longitude: 
 
 Área da bacia hidrográfica (de contribuição) em hectares: 
 Comprimento máximo da bacia de contribuição (hidrográfica) em km: 
 Desnível entre ponto mais alto e mais baixo da bacia hidrográfica em m: 
 
 40 
4.1.2 Informações Locais ou Regionais e Dados Hidrológicos 
Ainda no formulário, são descritas as informações locais ou regionais e os dados 
hidrológicos indispensáveis à construção do açude. Inclui-se a disponibilidade e a distância da 
jazida de material para a construção do maciço e do respectivo enrocamento, e a maior 
precipitação pluviométrica ocorrida na região. 
O Quadro 5, mostra o rol de informações adicionais referente às jazidas de material 
para a construção do maciço e a maior precipitação pluvial ocorrida na região necessária ao 
dimensionamento do vertedouro. 
 
 
 
 
 
 
Quadro 5 – Informações locais ou regionais e hidrológicos – recorte 5 da planilha de campo. 
Fonte: Dados da pesquisa, set/2010. 
 
As informações locais ou regionais são importantes, pois permitem estimar os custos 
de transporte do material para a formação do maciço e do enrocamento, bem como determinar 
os equipamentos necessários para a execução da obra. Os dados hidrológicos são 
fundamentais para o dimensionamento do vertedouro. 
4.2 MÓDULO DE CADASTRO 
Depois da coleta de dados a campo, passa-se ao módulo de cadastro. Neste módulo são 
cadastradas as informações do escritório municipal da EMATER/RS e do técnico responsável 
pela elaboração do projeto, além de informações do proprietário da obra, da localização do 
imóvel e da finalidade do projeto. 
2. Informações locais ou regionais: 
 Material disponível para a construção do maciço: 
 Distância média da jazida de material para o maciço: 
 Material disponível para o enrocamento: 
 Distância média do material para enrocamento: 
 
3. Dados hidrológicos: 
 Maior precipitação ocorrida na região, mesmo em ano atípico: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 41 
No Quadro 6, pode ser visualizado um recorte da planilha dados iniciais, mostrando as 
informações utilizadas no módulo de cadastro. As informações do módulo de cadastro devem 
ser inseridas nas células grifadas na cor amarela. 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 6 – Informações do módulo de cadastro – recorte 1 da planilha dados iniciais. 
Fonte: Dados da pesquisa, set/2010. 
 
Entre as informações necessárias para o módulo de cadastro, destacam-se inicialmente 
os dados referentes ao profissional responsável pelo projeto que permanecerão vinculados a 
todos os documentos emitidos pelo modelo. As informações do proprietário e da propriedade 
são necessárias para a aprovação do mesmo como beneficiário do Programa Estadual de 
Irrigação, emissão do licenciamento ambiental e outorga de uso da água. 
 
4.3 MÓDULO DE ENTRADA DE DADOS 
No módulo de entrada dos dados possibilita-se a inserção de indicativos técnicos e de 
medidas e dimensões determinadas a campo para a elaboração do projeto de açude do tipo 
construção de terra. 
No Quadro 7, apresenta-se, inicialmente, um rol das informações necessárias para a 
alimentação do módulo de entrada de dados, para caracterizar o maciço do açude no projeto. 
Estas informações estabelecem as inclinações dos taludes, as características da trincheira e a 
altura máxima do maciço. 
Escritório Municipal da Emater: 
Endereço do Escritório Municipal: 
Data da elaboração do projeto: 
Profissional responsável pelo projeto: 
Número de registro no CREA: 
Formação 
acadêmica: 
 
 
 
 
 
1. Localização e Propriedade 
 Nome do proprietário: CPF/CNPJ 
 Localidade do imóvel: Latitude: 
 Município sede do móvel: Longitude: 
 Finalidade do projeto: Telefone: 
 
 
 42 
As células grifadas em amarelo permitem a entrada dos dados obtidos a campo, 
enquanto que as células em laranja possibilitam a interação do técnico na tomada de decisão 
do projeto. As células em azul mostram resultados de cálculos a partir dos dados de entrada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 7 – Dimensionamento do maciço – recorte 2 da planilha dados iniciais. 
Fonte: Dados da pesquisa, set/2010. 
 
É possível identificar pelo quadro que as informações das células em amarelo são 
obtidas a partir da observação e verificação do técnico no local do levantamento topográfico, 
enquanto que as em laranja, são o resultado de decisão por critério técnico e para tanto de 
responsabilidade do projetista. Estes critérios estão relacionados a outros fatores, como altura 
do maciço, trânsito de máquinas e implementos agrícolas sobre o maciço, volume de água 
armazenada, entre outros. As células em azul representam o resultado do processamento das 
informações e decisões técnicas estabelecendo parâmetros balizadores do projeto do maciço. 
 No Quadro 8, são apresentadas as informações necessárias para o dimensionamento 
do volume de terra compactada do maciço do açude do tipo construção de terra. 
Assim como no recorte anterior, apresentado pelo último quadro, as células em 
amarelo permitem a entrada dos dados obtidos a campo, e as células em azul mostram 
resultados de cálculos a partir dos dados de entrada. 
 
 
2. Dimensionamento do Maciço 
2.1 Assentamento 2.4 Sondagem: 
 Textura do solo: Profundidade camada impermeável (m): 
 Profundidade da decapagem: 
2.2 Talude de Montante 2.5 Trincheira 
 Inclinação 1: Dimensões da vala de trincheira: 
2.3 Talude de Jusante Largura média (m): 
 Inclinação 1: Profundidade (m): - 
2.6 Compactação 
 A compactação será efetuada em camadas a cada 0,20 m. 
2.7 Cálculo da Revanche 
 Comprimento máximo bacia de acumulação (km) Aceleração da gravidade (m/s²): 
 Altura das ondas (m) Valor calculado para Revanche (m): 
 Velocidade das ondas (m/s) Valor adotado para Revanche (m): 
2.8 Cálculo da largura do coroamento ou crista 
 Altura máxima do maciço (m) 
 Largura da crista (m) Largura adotada para a crista (m): 
 
 43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 8 – Cálculo do volume de terra compactada – recorte 3 da planilha dados iniciais. 
Fonte: Dados da pesquisa, set/2010. 
 
A partir das informações é possível obter as principais características do maciço, tais 
como: comprimento, medida transversal e altura do maciço em cada par de pontos do seu 
alinhamento, volume de terra a ser compactada, área e volume de terra retirada na decapagem, 
e, volume de terra retirada da trincheira. 
2.9 Cálculo do volume de terra compactada 
 
 Alinhamento Distância (m) Altura (m) 
 14E-15E 
 13E-14E 
 12E-13E 
 11E-12E 
 10E-11E 
 9E-10E8E-9E 
 7E-8E 
 6E-7E 
 5E-6E 
 4E-5E 
 3E-4E 
 2E-3E 
 1E-2E 
 0-1E 
 0 0,00 0,00 
 0-1D 
 1D-2D 
 2D-3D 
 3D-4D 
 4D-5D 
 5D-6D 
 6D-7D 
 7D-8D 
 8D-9D 
 9D-10D 
 10D-11D 
 11D-12D 
 12D-13D 
 13D-14D 
 14D-15D 
 Soma 
 
 44 
4.4 MÓDULO DE PROCESSAMENTO E ANÁLISE DE DADOS 
Apresentadas as etapas de coleta de dados a campo, cadastro e entrada de dados, 
propõe-se mostrar neste módulo o processamento das informações numéricas inseridas no 
item 4.3, bem como a interação do modelo com o técnico do projeto de dimensionamento do 
açude do tipo construção de terra. 
4.4.1 Cálculo da Revanche 
A determinação da revanche de um açude pode ser feita a partir do cálculo da altura 
das ondas através das fórmulas de Stevenson (DNOCS, 1981), do cálculo da velocidade 
máxima das ondas, pela fórmula de Gaillard (KIELING, 1991) e ainda, da aceleração da 
gravidade local. 
Finalmente, conhecendo-se a altura das ondas (h), sua velocidade (v) e a aceleração da 
gravidade local (g), utiliza-se a expressão (KIELING, 1991) para o cálculo da revanche (R): 
 R = 0,75.h + v
2
.(2.g)
-1
 
 
O Quadro 9 mostra nas células em azul, os resultados processados da altura das ondas, 
da velocidade das ondas e da revanche, permitindo ao técnico interagir no modelo inserindo 
um outro valor adotado para a mesma, através da célula em laranja. 
 
 
 
 
 
Quadro 9 – Cálculo da Revanche. 
Fonte: Dados da pesquisa, set/2010. 
 
 
2.7 Cálculo da Revanche 
 Comprimento máximo bacia de acumulação (km) Aceleração da gravidade (m/s²): 
 Altura das ondas (m) Valor calculado para Revanche (m): 
 Velocidade das ondas (m/s) Valor adotado para Revanche (m): 
 
 45 
O cálculo da revanche é importante, pois estabelece eficiente margem de segurança 
para a durabilidade da obra, delimitando o nível máximo da água no maciço, em acordo com 
as características da bacia de acumulação. 
4.4.2 Coroamento ou crista 
Já a determinação da largura do coroamento (L) ou crista do maciço do açude, no seu 
ponto de altura máxima (H) pode ser feita através da fórmula de Preece (KIELING, 1991). 
 
Fórmula de Preece: L = 1,1.(H)
1/2
 + 1 
 
O Quadro 10 apresenta na célula em azul o resultado processado da largura do 
coroamento ou crista a partir da altura máxima do maciço, permitindo ao técnico a interação 
com o modelo, alterando na célula laranja, esta medida de acordo com a necessidade do 
projeto. 
 
 
 
 
Quadro 10 – Cálculo da largura do Coroamento ou Crista. 
Fonte: Dados da pesquisa, set/2010. 
 
 
Este cálculo é importante para o modelo, pois estabelece a largura mínima da crista do 
maciço, objetivando a maior segurança da obra, permitindo ao técnico a ampliação deste 
valor, de acordo com a textura do solo e a necessidade de trânsito de máquinas e 
equipamentos agrícolas sobre a crista. 
 
 
 
2.8 Cálculo da largura do coroamento ou crista 
 Altura máxima do maciço (m) 
 Largura da crista (m) Largura adotada para a crista (m): 
 
 46 
4.4.3 Cálculo do volume de terra compactada e dimensões da decapagem e da trincheira 
Concluídas as etapas anteriores, passa-se ao resultado dos cálculos das medidas do 
maciço, a partir das informações do módulo de entrada de dados, como inclinação dos taludes 
de montante e jusante, altura máxima do maciço (quadro 7) e medidas de distâncias e alturas 
tomadas no alinhamento do maciço (quadro 8). 
Os resultados dos valores processados são apresentados nas células em azul, 
embasados em conhecimentos matemáticos de álgebra e geometrias plana e espacial. 
No Quadro 11, apresentam-se os resultados processados das medidas lineares, à 
montante e à jusante da crista, do comprimento do maciço e da trincheira. As medidas 
superficiais das áreas de decapagem e também as medidas cúbicas do volume de terra 
compactado em cada segmento do alinhamento do maciço. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÓULO DE ELABORAÇÃO DE GRÁFICOS 
Quadro 11 – Cálculo do volume de terra compactada. 
Fonte: Dados da pesquisa, set/2010. 
 
Estes cálculos, inicialmente, determinam as medidas lineares à montante e a jusante 
em cada ponto do maciço de acordo com as inclinações dos taludes, que somadas à medida da 
crista determinam a largura do maciço em diferentes pontos. 
Posteriormente, se determinam o comprimento total do maciço a partir do somatório 
das medidas lineares entre pontos consecutivos a esquerda e a direita do ponto de origem, a 
área de decapagem e o comprimento da trincheira. 
Todos estes processamentos subsidiam o cálculo do volume de terra compactada no 
maciço. 
 
 Áreas decapagem Trincheira 
Montante Crista Jusante Soma D acum. Volume Montante Crista Jusante Total Linear (m) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 0,00 
 
- 
 
- 
 
- 
 
- - 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 0,00 Total 
 
- m³ 
 
- 
 
- 
 
 48 
4.4.4 Cálculo do volume do material do enrocamento 
Em seguida, é apresentado o resultado do cálculo do volume do material do 
enrocamento do maciço, a partir das informações do módulo de entrada de dados, como 
inclinação dos taludes de montante e altura máxima do maciço (quadro 7) e, medidas de 
distâncias e alturas tomadas no alinhamento do maciço (quadro 8). 
Os resultados são demonstrados nas células em azul, dos valores processados 
embasados em conhecimentos matemáticos de álgebra e geometrias plana e espacial. 
No Quadro 12, apresenta-se o resultado processado da medida superficial à montante 
do maciço até o nível máximo da água. 
 
 
 
 
 
Quadro 12 – Cálculo do volume de material

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