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20/3/2012 1 Organização Industrial: Concorrência Perfeita e Monopólio Prof. Hamilton Kai Slides preparados pelo Prof. João Manoel Pinho de Mello Depto. de Economia, PUC-Rio hamiltonkai@yahoo.com.br Março, 2012 1 Motivação � Dois extremos opostos canônicos � Monopólio: a firma enfrenta “toda a curva de demanda” • Demanda ao nível da firma é a mais inelástica possível � Concorrência perfeita: a firma é tomadora de preço • Demanda ao nível da firma é a mais elástica possível (infinitamente elástica) � Por que estudar estes dois casos? � Como paradigmas a serem comparados com o caso mais geral � 90% deste curso trata de algo intermediário 2 20/3/2012 2 Motivação � Monopólio e concorrência perfeita têm um fator em comum � Firmas não são estratégicas • Em monopólio, por construção • Concorrência perfeita tem pouco ou nada de concorrencial no sentido de rivalidade � Vamos ver também um modelo de oligopólio no qual as firmas não são estratégicas 3 Concorrência perfeita: as suposições � Firmas atomísticas � Muito pequenas perto do mercado � Que aspectos tecnológicos justificam isto? � Produto homogêneo � Informação perfeita � Todos os agentes (firmas e consumidores) sabem os preços de todas as firmas � Mesma tecnologia � Livre entrada 4 20/3/2012 3 Concorrência perfeita: a consequência comportamental � Dadas as suposições, é natural supor que as firmas são tomadoras de preço � Esta é uma suposição, que se imagina razoável no mundo do slide anterior � É uma suposição conjectural: • A firma pensa (conjectura) que sua quantidade: • Não altera as quantidades das outras firmas • Não altera a quantidade total 5 Concorrência perfeita: a consequência comportamental � Seja P o preço de “mercado”, e D(P) a demanda de mercado. A firma i conjectura que sua curva de demanda é: � Por que não colocar Pi < P? � Porque a capacidade da firma é muito menor que a demanda de mercado 0, se Pi > P D(P) , se Pi < P [0,D(P) ] , se Pi = PDi(Pi,P) = = 6 20/3/2012 4 Concorrêcia Perfeita: a demanda graficamente Pi Qi Dmercado (P) Di(Pi) Pmercado Capmax 7 Concorrência perfeita: o apreçamento � Neste caso é sempre ótimo colocar Pi = P, e a receita marginal (RMg) da firma é P � Quantidade depende das condições de oferta: é escolhida a que faz RMg = CMg: � Qi é tal que C´(Qi) = P 8 20/3/2012 5 Concorrência perfeita: o gráfico clássico P = RMg CMg(Q) Q $ 9 Concorrência perfeita: lucro P = RMg CMg(Q) CMe(Q) Qi $ Lucro Qi* 10 20/3/2012 6 Concorrência perfeita: oferta de mercado � Se há N firmas no mercado, a quantidade total produzida ao preço P é NQiP Q NQi=S(P) D(P) QE PE 11 Concorrência perfeita: equilíbrio de longo prazo � Em qual ponto exatamente se dá o equilíbrio (PE, QE)? � Note que há muitos compatíveis � Aí impõe-se uma condição de lucro zero no longo prazo 12 20/3/2012 7 Concorrência perfeita: entrada P = RMg CMg(Q) CMe(Q) Qi $ F Lucro Qi* Entrada CMe mínimo 13 Concorrência perfeita: saída P = RMg CMg(Q) CMe(Q) Qi $ F Prejuízo Qi* SaídaCMe mínimo 14 20/3/2012 8 Concorrência perfeita: eficiência � P = CMg � Eficiência alocativa • O valor social da unidade adicional (dado pela demanda inversa) é igual ao custo social desta unidade (dado pela função custo marginal) � P = CMe mínimo � Eficiência produtiva 15 Concorrência perfeita: da teoria para o mundo real � Firmas todas com a mesma tecnologia � Implica, só saída ou só entrada em um dado ponto do tempo � Distribuição de firmas uniforme: só há um ponto de custo médio mínimo 16 20/3/2012 9 Concorrência perfeita: desempenha? � No mundo real: � Saída e entrada não ocorrem simultaneamente � Enorme heterogeneidade de tamanho de firmas � Entrantes muito menores que a média da indústria 17 Concorrência Monopolística Relaxando a suposição de homogeneidade dos produtos 18 20/3/2012 10 Concorrência monopolística � Relaxamos agora a suposição de homogeneidade � Todas as outras suposições são mantidas: � Firmas atomísticas � Acesso a mesma tecnologia � Informação perfeita � Livre entrada 19 Concorrência monopolística � Mas os produtos são diferentes (pense no mercado de pasta de dente) � Isto implica que a Receita Marginal não é mais constante • Quando uma firma aumenta seu preço acima do preço das outras, ela não tem demanda zero � Graficamente: Demanda Receita marginal Q P, RMg 20 20/3/2012 11 Concorrência monopolística: equilíbrio de curto-prazo � No curto-prazo: RMgi(Qi) CMg(Q) CMe(Q) Qi $ Pi* Qi* Di(Qi) Lucro 21 Concorrência monopolística: do curto para o longo prazo � Há lucro na figura acima. Isto induz firmas (que têm acesso à mesma tecnologia) a entrar no mercado � O efeito da entrada é deslocar a curva de demanda dos incumbentes para baixo 22 20/3/2012 12 Concorrência monopolística: do curto para o longo prazo RMgi(Qi;N) CMg(Q) CMe(Q) Qi $ Qi*(N) Di(Qi;N ) Qi*(N+1) 23 Concorrência monopolística: equilíbrio de longo prazo � Onde para? RMgi(Qi;NE) CMg(Qi) CMe(Qi) Qi $ Pi* Qi*(NE) Di(Qi;NE) 24 20/3/2012 13 Concorrência monopolística: lições � Como as firmas enfrentam uma curva de demanda não perfeitamente elástica, P > CMg em equilíbrio � Adicionalmente, a produção não se dá no ponto de custo médio mínimo 25 Concorrência monopolística: ineficiência � Fonte 1: O valor social de uma unidade (Pi) adicional é maior que o custo social (CMg(Qi)) � Também chamada de ineficiência alocativa � Fonte 2: A produção não ocorre no ponto de custo médio mínimo: “há muitas firmas no mercado”, cada produzindo abaixo da escala ótima. � Também chamada de ineficiência produtiva 26 20/3/2012 14 Variedade � Note, no entanto, que, com menos firmas, há menos variedade de produtos. � Se o consumidor valoriza a variedade, há um trade-off: � Maior variedade implica menor eficiência produtiva. � Maior eficiência produtiva implica menor variedade. 27
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