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Segurança na Soldagem

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FLUMINENSE
ÁREA INDUSTRIAL - TÉCNICO EM MECÂNICA
CASSIANO DE MIRANDA COSTA
SEGURANÇA DO TRABALHO NA SOLDAGEM
Campos dos Goytacazes - RJ
Outubro de 2018
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FLUMINENSE
ÁREA INDUSTRIAL - TÉCNICO EM MECÂNICA
CASSIANO DE MIRANDA COSTA
SEGURANÇA DO TRABALHO NA SOLDAGEM
Trabalho apresentado ao Curso Técnico em Mecânica do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Fluminense – Campus Campos Centro, como requisito parcial para aprovação na disciplina Soldagem I.
Campos dos Goytacazes - RJ
Outubro de 2018
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	4
2.	JUSTIFICATIVA	4
3.	HIGIENE E SEGURANÇA NA SOLDAGEM	4
3.1.	RISCOS AMBIENTAIS	5
3.2.	PRINCIPAIS RISCOS PARA UM SOLDADOR	6
3.2.1.	Poluição por fumos de soldagem	6
3.2.2.	Perigos respiratórios	7
3.2.3.	Radiações visíveis e invisíveis	7
3.2.4.	Ruído	8
3.3.	Equipamento de Proteção Individual	8
4.	CONCLUSÃO	9
REFERÊNCIAS	9
INTRODUÇÃO
Os metais ocupam um importante espaço no mundo da engenharia, devido a uma boa combinação de propriedades mecânicas e custo, esses materiais são amplamente utilizados nos dias de hoje. Devido aos mais diversos motivos, alguns produtos precisam ser fabricados em partes menores e unidas mais tarde. Para que isso se tornasse possível a técnica da soldagem foi desenvolvida, essa técnica é a mais utilizada por aliar diversas características e propriedades que ela gere. 
A atividade de soldagem manual é tida como uma atividade insalubre e a qual expõem seus trabalhadores a uma série de perigos como eletricidade, químicos, altura, etc. Os soldadores muitas vezes devido à baixa escolaridade e/ou por desconhecer seus direitos, ficam sujeitos a condições que coloquem em risco a sua saúde física e mental (SESI, 2005)..
Com isso, o objetivo deste trabalho é conhecer os riscos e perigos envolvidos na atividade da soldagem manual, analisando os aspectos de higiene, saúde e segurança na soldagem. 
JUSTIFICATIVA
A importância do estudo de aspectos da segurança do trabalho nas operações de soldagem decorre do fato de que a fata de conhecimento por parte dos trabalhadores (devido ao nível de estudo, acesso a informação, etc.) sobre os riscos e perigos envolvidos na atividade de soldagem, acarreta em situações em que o operador esteja exposto a algum tipo de risco gerado no posto de trabalho.
HIGIENE E SEGURANÇA NA SOLDAGEM
A segurança no trabalho de um modo geral evoluiu de maneira lenta ao longo dos tempos. Foi somente após a segunda guerra mundial é que a segurança no trabalho começou a tomar forma, quando se compreendeu a necessidade de se manter os trabalhadores em condições ambientais apropriadas, uma vez que os afastamentos e a grande rotatividade dos empregados influenciavam a produção e a economia das fábricas (FANTAZZINI, 1997).
RISCOS AMBIENTAIS
Os locais de trabalho pela própria natureza da atividade desenvolvida, pelas características da organização e as relações interpessoais expõem os trabalhadores a uma serie de riscos que podem comprometer sua saúde e a segurança em curto, médio e longo prazo, provocando lesões imediatas, doenças ou a morte, além de prejuízos de ordem legal e patrimonial para a empresa. Daí a importância de um bom processo de reconhecimento e identificação de riscos a fim de se proporcionar um ambiente de trabalho mais seguro (SESI, 2005).
 Todo profissional envolvido nos trabalhos de soldagem deve estar consciente das atividades que precisa desempenhar como um todo e, também, conhecer os riscos decorrentes da utilização dos equipamentos manuseados para a execução dessas atividades. Geralmente, os principais riscos de saúde encontrados no processo de soldagem são: risco físico, risco químico e risco de acidente. Por exemplo, os riscos físicos são os ruídos e a radiação não ionizante; os riscos químicos são os fumos e gases; e os riscos de acidente são os choques elétricos, incêndios ou explosões (MENDANHA, 2011).
 Os riscos elétricos ocorrem porque o soldador precisa usar as fontes de correntes para soldagem, a utilização da energia elétrica é indispensável. O que pode ocorrer com o ser humano mediante uma descarga elétrica: formigamento pelo corpo; espasmo muscular; taquicardia; parada cardíaca podendo levar o indivíduo a óbito. Conforme, Mendanha (2011) algumas precauções podem ser tomadas para suprimir esses riscos:
Verificar as condições dos cabos e conectores das máquinas; 
Não fechar o circuito com corpo; 
Utilizar as vestimentas em raspa de couro para um bom isolamento; 
Usar botas de segurança adequadas; 
Não executar trabalhos se estiver molhado ou em ambientes da mesma forma; 
Realizar a limpeza interna dos equipamentos com os mesmos desconectados da rede de alimentação. 
Verificar as condições dos cabos e conectores das máquinas. 
 
Outros fatores estão envolvidos no processo de soldagem, ligados a execução de tarefas, à organização e as relações de trabalho são os chamados fatores ergonômicos. São considerados riscos ergonômicos postura inadequada, longas jornadas de trabalho, imposição de rotina intensa, repetitividade, situação de estresse, trabalhos em período noturno. Esses riscos podem gerar no trabalhador distúrbios psicológicos e fisiológicos, comprometendo assim sua produtividade, saúde e segurança. No quadro abaixo tem-se exemplos.
Quadro 1 – Diagnóstico Ergonômico e recomendações
	Diagnóstico
	Constrangimento
	Recomendações
	Falta de divisórias no posto de trabalho
	Barulho intenso entre as áreas e risco de acidentes
	Colocar divisórias com isolamento acústico
	Movimentos Repetitivos; Falta de Movimentação durante um processo de soldagem.
	LER (lesão por esforço repetitivo)
Câimbras
	Pausa entre uma peça e outra e ginástica laboral
	Trabalhador passa muito tempo sentado com a postura curvada
	Pode ter dores nas costas e problemas de coluna
	Assentos reguláveis e confortáveis para os trabalhadores
PRINCIPAIS RISCOS PARA UM SOLDADOR
Poluição por fumos de soldagem
A liberação de fumos metálicos nos processos de soldagem é um fato real e inevitável, estes fumos são oriundos de partículas metálicas liberadas na fusão dos metais, esta poluição é provocada principalmente por resíduos contidos no metal base a exemplo de óleos, impurezas, tintas entre outros. No processo de eletrodo revestido (em alguns casos) são liberados fumos prejudiciais à saúde do homem, que podem provocar desde irritações nos olhos e vias aéreas como problemas futuros em caso de grandes exposições aos mesmos, a exemplo de câncer nos ossos e nos pulmões em virtude de substâncias como o fluoreto de cálcio e óxido de zircônio existentes no revestimento de alguns deles (MATHEUS, 2009)..
Perigos respiratórios 
As áreas próximas do soldador estão sujeitas à luz do arco elétrico, ao calor, aos fumos metálicos, respingos, fumaça e vapores. O calor e os respingos, emanados na deposição da solda, são capazes de causar a explosão de substâncias inflamáveis. Se possível, nunca efetuar nenhum trabalho de soldagem em áreas que envolvam gases, vapores, líquidos inflamáveis ou ambientes que contenham pós ou fibras que possam gerar explosão (MENDANHA, 2011). 
Convém que se conheçam as características dessas substâncias relacionadas com o seu ponto de fulgor, combustão, o limite inferior de explosividade etc., por meio de instrumentos de medição apropriados e devidamente calibrados, no caso de soldagem nessas áreas. Peças cromadas, niqueladas, pintadas, galvanizadas, ou impregnadas de óleo também levam riscos representados pela emanação de fumos, gases e apores, à saúde do soldador e das pessoas que trabalham nas proximidades. Faz-se necessária a instalação de exaustores com a finalidade de reduzir ou mesmo eliminar a presença desses agentes (MENDES,2007).
Radiações visíveis e invisíveis 
	
As radiações emitidas pelos processos de soldagem são apresentadas de forma invisível e visível. As radiações invisíveis são em forma de raios Infravermelhos e ultravioletas emitidas nas mesmas proporções que as dos raios solares, entretanto ocorre um grande diferencial, os raios solares são filtrados pelas nuvens e pela a camada de ozônio fato que nos processos de soldagem é agravado pela ausência destas proteções (FANTAZZINI, 1997)..
A emissão de radiação visível é decorrente da luminosidade existente no arco elétrico que em conjunto com os raios invisíveis podem causar problemas de visão e queimaduras, podendo ocorrer lesões irreversíveis nos olhos e até câncer de pele se a exposição do soldador for de forma constante e prolongada. Em virtude desta ausência é fundamental que o soldador utilize todos os equipamentos de proteção individual para que possa preservar a sua própria saúde (MENDANHA, 2011).
Ruído 
O ruído está presente em quase todas as atividades industriais, na soldagem não é diferente. Operações dessa natureza podem produzir ruídos que tem sua origem nos mais diversos lugares, essas fontes podem ser do próprio processo, da fonte de energia, outro equipamento ou ainda na própria atividade com os materiais a serem soldados, geralmente metálicos ao se tocarem ou baterem podem produzir uma intensidade elevada de ruído (PARANHOS, 2004). Sabe-se que a exposição excessiva pode ocasionar danos a saúde dos trabalhadores como perda de audição, produtividade, irritação.
Equipamento de Proteção Individual
	
O Equipamento de Proteção Individual (EPI) para soldador é algo fundamental e muito importante, pois, durante o processo de soldagem, o profissional está sujeito a diversos acidentes, que variam desde queimaduras leves até cegueira. Dessa forma, é vital buscar sempre se proteger de possíveis lesões, como exemplo, nos olhos, na pele e inalação de gases. Para isso, cada EPI que é especificado para o trabalho de um soldador, não pode deixar de ser utilizado, para sua própria proteção.
Os EPIs obrigatórios para soldador são:
Aventais, perneiras e mangote de raspa;
Máscaras de solda com Lentes na tonalidade correta;
Blusão de soldador;
Botas de proteção com solado isolante;
Luvas de vaqueta ou de raspa;
Óculos de proteção;
Touca de soldador;
Protetores auriculares;
Máscara para fumos de solda.
Já, os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) obrigatórios para todo trabalho de soldagem são:
Extintores de incêndio;
Cortinas inactínicas;
Sistemas de extração de gases.
CONCLUSÃO
Por tudo exposto, ficou evidente a importância de se conhecer os riscos e perigos envolvidos na atividade da soldagem manual, a fim de mitigá-los. Assim, é mandatório que as empresas se preocupem com a saúde e segurança no ambiente de trabalho e que cumpram as medidas de segurança. Além disso, é preciso que haja uma política de segurança, que forneça e exija do trabalhador a utilização dos equipamentos de proteção individual.
REFERÊNCIAS
FANTAZZINI, Mario Luiz. Coleção Tecnologia SENAI - Soldagem. 553p. São Paulo SP, 1997. Capitulo 1 (Pag. 09) - Higiene e Segurança na soldagem.
MENDANHA, Marcos Henrique. O que considerar como “risco de acidente”. Saúde Ocupacional, Medicina do Trabalho e Pericias Médicas. 2011.
MENDES, Paula. Agentes químicos perigosos – Algumas diretrizes praticas para implementação da legislação. Revista Tecnometal, n. 168, jan. fev. 2007.
PARANHOS, Ronaldo, et. al. Informações sobre a segurança na soldagem: Ruído. Infosolda – O site brasileiro da soldagem, 2004.
SESI. Dicas de Prevenção de Acidentes e Doenças no Trabalho. SESI – SEBRAE Saúde e Segurança no Trabalho: Micro e Pequenas Empresas. Brasilia: SESI-DN, 2005.

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