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www.cers.com.br 1 www.cers.com.br 2 Conceito: o caminho percorrido pelo criminoso ou o itinerário do crime doloso. 1. Cogitação: é a idealização do crime. A fase da cogitação é impunível. Desdobramento lógico do princípio da materialização do fato. 2. Preparação: O agente procura criar condições para a realização da conduta idealizada. Lei 13.260/16 - Lei Antiterror Art. 5º. Realizar atos preparatórios de terrorismo com o propósito inequívoco de consumar tal delito: Pena: a correspondente ao delito consumado, diminuída de 1/4 até a metade. 3. Execução: 4. Consumação: O crime está consumado quando ocorre a realização integral do tipo. Art. 14 - Diz-se o crime: Crime consumado I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; Exaurimento: é a intensificação do ataque ao bem jurídico posterior à consumação. Atenção! O exaurimento não influencia na tipicidade do crime, mas pode trazer algumas consequências importan- tes, tais como: 1) servir como circunstância judicial desfavorável. 2) pode servir como qualificadora de um crime: Código Penal www.cers.com.br 3 Art. 329, CP. Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para exe- cutá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Pena - detenção, de dois meses a dois anos. § 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: Pena - reclusão, de um a três anos. 3) pode servir como causa de aumento de pena: Código Penal Art. 317 – Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. 4) Pode configurar crime autônomo Código Penal Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado: Pena - reclusão, de um a três anos. § 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: (...) V - se o crime é praticado com fins libidinosos. Qual a teoria adotada para distinguir o momento em que o agente ingressa nos atos de execução? Importância do tema: a) Surge a possibilidade de o Estado punir o agente b) A partir deste instante admite-se a prisão em flagrante do agente. c) Com a entrada na fase de execução é que, em regra, pode-se cogitar de coautoria e participação Teoria subjetiva: deve-se analisar a intenção do agente, tendo em vista que o que importa é o plano interno do autor. O agente deve ser punido pelo seu “querer interno”. Crítica: www.cers.com.br 4 Teoria objetiva: O agente não pode ser punido pelo seu mero “querer interno”. Os atos executórios dependem do início da realização do tipo penal. É necessária a exteriorização de atos idôneos e inequívocos para a produção do resultado lesivo. A teoria objetiva se subdivide em: Hostilidade ao bem jurídico: atos executórios são os que atacam o bem jurídico, ao passo que os atos prepara- tórios não caracterizam afronta ao bem jurídico. Portanto, o início do ataque ao bem jurídico é que marca o início da execução. Teoria objetivo-formal: a execução tem início com a realização do núcleo do tipo. O autor deve efetivamente realizar uma parte da conduta típica, penetrando no verbo descrito no tipo. Teoria objetivo-material: também conhecida como critério do terceiro observador. Considera o início da execu- ção a realização do verbo nuclear do tipo e também dos atos imediatamente anteriores a ele, conforme observação de um terceiro. Ex. Aquele que está no alto de uma escada, portando um pé de cabra, pronto para pular um muro e ingressar em uma residência, na visão de um terceiro observador iniciou a execução de um crime de furto. Teoria objetivo-individual: os atos executórios são os relacionados ao início da conduta típica e também aos imediatamente anteriores, em conformidade com o plano concreto do autor – Preconizada por Zaffaroni. Aplicação das teorias objetivas Ex. Tício, com uma faca em punho, aguarda atrás de uma moita a passagem de Caio, seu desafeto, para matá-lo, desejo já anunciado para diversas pessoas. Quando Caio se encontra a 200 metros de distância, Tício fica de pé, segura firme a faca e aguarda em posição de ataque seu adversário. Surge a polícia e o aborda. Teoria da hostilidade do bem jurídico: não há crime, pois o bem jurídico ainda não foi atacado. Teoria objetivo-formal: não há crime, pois não houve início da realização do verbo “matar”. Teoria objetivo-material: há tentativa de homicídio, pois se trata de um ato imediatamente anterior à realização do núcleo do tipo, na visão de um terceiro observador. Teoria objetivo-individual: há tentativa de homicídio, pois se trata de um ato imediatamente anterior à realiza- ção do núcleo do tipo, de acordo com o plano concreto do autor. Teoria adotada: Doutrina moderna, STJ e STF: A propósito, citamos Guilherme de Souza Nucci: "Parece-nos a teoria objetivo-individual a mais acertada. Ademais, a teoria objetivo-formal é extremamente restritiva, pretendendo punir somente atos idôneos e unívocos para atingir o resultado, desprezando os imediatamente ante- riores, igualmente perigosos ao bem jurídico, o que, de certo modo, significa aguardar em demasia o percurso criminoso do agente”. No mesmo sentido leciona Paulo Cesar Busato: "(...) a teoria objetivo-individual é o critério que parece melhor delimitar o início da punibilidade, sob a forma de tentativa”. www.cers.com.br 5 Tema: Desistência voluntária e arrependimento eficaz (art. 15, CP) Desistência voluntária e arrependimento eficaz Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza só responde pelos atos já praticados. Desistência voluntária: O agente pode prosseguir nos atos executórios, mas desiste e o crime não se consuma. Ex. ”HH" quer matar seu desafeto. Está armado com um revólver com 6 munições. Disparou 3 vezes em direção ao seu inimigo e acertou todos os 3 na perna. A vítima caiu ao solo. “HH” tem mais 3 munições, pode prosseguir se quiser, mas desiste e vai embora. A vítima sobrevive. Temos um crime consumado? Temos um crime tentado? Responde por qual crime? Questão: Para o Direito Penal, o que vem a ser a fórmula de Frank? A fórmula de Frank visa diferenciar o instituto da tentativa da desistência voluntária. Enquanto na primeira o agente deseja iniciar e continuar a execução, mas não consegue por circunstâncias alheias à sua vontade, na segunda o agente pode continuar, mas desiste. Para tanto, Frank criou a seguinte fórmula: na tentativa, o agente quer prosse- guir, mas não pode. Na desistência voluntária o agente pode prosseguir, mas não quer. Arrependimento eficaz O agente esgota os meios de execução, mas voluntariamente impede a produção do resultado final. Leva a execu- ção até o fim, mas age para impedir o resultado. Ex. “HH” está com o revólver com 6 munições e descarrega no seu desafeto. Acertou os 6 tiros. Esgotou os meios de execução. Depois que acertou a vítima, arrependeu-se do ato e a socorreu, levando-a ao hospital, impedindo a sua morte. Temos um crime consumado? Temos um crime tentado? Responde por qual crime? www.cers.com.br 6 Requisitos 1. Início de execução (terceira etapa do iter criminis) 2. Não consumação do crime 3. Consequência: Questão: Em que fase do iter criminis se encontram os institutos? Aprofundando o tema: Tem alguma hipótese em que será possível aplicar os institutos da desistência voluntária e do arrependimento eficaz antes mesmo de iniciada a execução do delito? Lei 13.260/16 (Terrorismo) Art. 10. Mesmo antes de iniciada a execução do crime de terrorismo, na hipótese do art. 5º desta Lei, aplicam-se as disposições do art. 15 do Código Penal. Ex. Tício é terrorista e adquiriu arma de fogo para praticar terrorismo, mas desistiu. - Adquirir arma de fogo é ato preparatório de terrorismo. Como desistiu, não será responsabilizado pelo crime do art. 5º (atos preparatórios de terrorismo). - No entanto, responderá pelos atos até então praticados, ou seja, pelo crime previsto no Estatuto do Desarmamento (porte ilegal de arma de fogo). Questão: Poderia a lei ter previsto esta exceção? Código Penal Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. Questão: Qual a natureza jurídica da desistência voluntária ou do arrependimento eficaz? Causa de exclusão da tipicidade: É a posição que tem prevalecido na jurisprudência, com a tese de que a tipici- dade do crime inicialmente desejado pelo agente fica afastada, permanecendo, contudo, a tipicidade dos atos já praticados. Cuidado com as expressões sinônimas! I.São chamados de tentativa abandonada ou tentativa qualificada. II.O arrependimento eficaz também é denominado de resipiscência III.A doutrina classifica esses institutos como ponte de ouro. Detonem nos estudos. Valeu galera! www.cers.com.br 7 www.cers.com.br 8
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