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197166102918 POLICIAL DIR PENAL AULAS 01E02

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Conceito: o caminho percorrido pelo criminoso ou o itinerário do crime doloso. 
 
1. Cogitação: é a idealização do crime. 
 
A fase da cogitação é impunível. 
 
Desdobramento lógico do princípio da materialização do fato. 
 
2. Preparação: O agente procura criar condições para a realização da conduta idealizada. 
 
Lei 13.260/16 - Lei Antiterror 
 
Art. 5º. Realizar atos preparatórios de terrorismo com o propósito inequívoco de consumar tal delito: 
 
Pena: a correspondente ao delito consumado, diminuída de 1/4 até a metade. 
 
3. Execução: 
 
4. Consumação: 
 
O crime está consumado quando ocorre a realização integral do tipo. 
 
Art. 14 - Diz-se o crime: 
 
Crime consumado 
 
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; 
 
Exaurimento: é a intensificação do ataque ao bem jurídico posterior à consumação. 
 
Atenção! O exaurimento não influencia na tipicidade do crime, mas pode trazer algumas consequências importan-
tes, tais como: 
 
1) servir como circunstância judicial desfavorável. 
2) pode servir como qualificadora de um crime: 
 
Código Penal 
 
 
 
 
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Art. 329, CP. Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para exe-
cutá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: 
 
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. 
 
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: 
 
Pena - reclusão, de um a três anos. 
 
3) pode servir como causa de aumento de pena: 
 
Código Penal 
 
Art. 317 – Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes 
de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: 
 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
 
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou 
deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. 
 
4) Pode configurar crime autônomo 
 
Código Penal 
 
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado: 
 
Pena - reclusão, de um a três anos. 
 
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: 
(...) 
 
V - se o crime é praticado com fins libidinosos. 
 
 
 
Qual a teoria adotada para distinguir o momento em que o agente ingressa nos atos de execução? 
 
Importância do tema: 
 
a) Surge a possibilidade de o Estado punir o agente 
b) A partir deste instante admite-se a prisão em flagrante do agente. 
c) Com a entrada na fase de execução é que, em regra, pode-se cogitar de coautoria e participação 
 
 Teoria subjetiva: deve-se analisar a intenção do agente, tendo em vista que o que importa é o plano interno do 
autor. O agente deve ser punido pelo seu “querer interno”. 
 
Crítica: 
 
 
 
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 Teoria objetiva: O agente não pode ser punido pelo seu mero “querer interno”. Os atos executórios dependem 
do início da realização do tipo penal. É necessária a exteriorização de atos idôneos e inequívocos para a produção 
do resultado lesivo. 
 
A teoria objetiva se subdivide em: 
 
 Hostilidade ao bem jurídico: atos executórios são os que atacam o bem jurídico, ao passo que os atos prepara-
tórios não caracterizam afronta ao bem jurídico. Portanto, o início do ataque ao bem jurídico é que marca o início 
da execução. 
 Teoria objetivo-formal: a execução tem início com a realização do núcleo do tipo. O autor deve efetivamente 
realizar uma parte da conduta típica, penetrando no verbo descrito no tipo. 
 Teoria objetivo-material: também conhecida como critério do terceiro observador. Considera o início da execu-
ção a realização do verbo nuclear do tipo e também dos atos imediatamente anteriores a ele, conforme observação 
de um terceiro. 
 
Ex. Aquele que está no alto de uma escada, portando um pé de cabra, pronto para pular um muro e ingressar em 
uma residência, na visão de um terceiro observador iniciou a execução de um crime de furto. 
 
 Teoria objetivo-individual: os atos executórios são os relacionados ao início da conduta típica e também aos 
imediatamente anteriores, em conformidade com o plano concreto do autor – Preconizada por Zaffaroni. 
Aplicação das teorias objetivas 
 
Ex. Tício, com uma faca em punho, aguarda atrás de uma moita a passagem de Caio, seu desafeto, para matá-lo, 
desejo já anunciado para diversas pessoas. Quando Caio se encontra a 200 metros de distância, Tício fica de pé, 
segura firme a faca e aguarda em posição de ataque seu adversário. Surge a polícia e o aborda. 
 
 Teoria da hostilidade do bem jurídico: não há crime, pois o bem jurídico ainda não foi atacado. 
 Teoria objetivo-formal: não há crime, pois não houve início da realização do verbo “matar”. 
 Teoria objetivo-material: há tentativa de homicídio, pois se trata de um ato imediatamente anterior à realização 
do núcleo do tipo, na visão de um terceiro observador. 
 Teoria objetivo-individual: há tentativa de homicídio, pois se trata de um ato imediatamente anterior à realiza-
ção do núcleo do tipo, de acordo com o plano concreto do autor. 
 Teoria adotada: 
 Doutrina moderna, STJ e STF: 
 
A propósito, citamos Guilherme de Souza Nucci: 
 
"Parece-nos a teoria objetivo-individual a mais acertada. Ademais, a teoria objetivo-formal é extremamente restritiva, 
pretendendo punir somente atos idôneos e unívocos para atingir o resultado, desprezando os imediatamente ante-
riores, igualmente perigosos ao bem jurídico, o que, de certo modo, significa aguardar em demasia o percurso 
criminoso do agente”. 
 
No mesmo sentido leciona Paulo Cesar Busato: 
 
"(...) a teoria objetivo-individual é o critério que parece melhor delimitar o início da punibilidade, sob a forma de 
tentativa”. 
 
 
 
 
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Tema: 
 
Desistência voluntária e arrependimento eficaz 
(art. 15, CP) 
 
 
Desistência voluntária e arrependimento eficaz 
 
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza 
só responde pelos atos já praticados. 
 
Desistência voluntária: 
 
O agente pode prosseguir nos atos executórios, mas desiste e o crime não se consuma. 
 
Ex. ”HH" quer matar seu desafeto. Está armado com um revólver com 6 munições. Disparou 3 vezes em direção ao 
seu inimigo e acertou todos os 3 na perna. A vítima caiu ao solo. “HH” tem mais 3 munições, pode prosseguir se 
quiser, mas desiste e vai embora. A vítima sobrevive. 
 
 Temos um crime consumado? 
 Temos um crime tentado? 
 Responde por qual crime? 
 
Questão: Para o Direito Penal, o que vem a ser a fórmula de Frank? 
 
A fórmula de Frank visa diferenciar o instituto da tentativa da desistência voluntária. Enquanto na primeira o agente 
deseja iniciar e continuar a execução, mas não consegue por circunstâncias alheias à sua vontade, na segunda o 
agente pode continuar, mas desiste. Para tanto, Frank criou a seguinte fórmula: na tentativa, o agente quer prosse-
guir, mas não pode. Na desistência voluntária o agente pode prosseguir, mas não quer. 
 
Arrependimento eficaz 
 
O agente esgota os meios de execução, mas voluntariamente impede a produção do resultado final. Leva a execu-
ção até o fim, mas age para impedir o resultado. 
 
Ex. “HH” está com o revólver com 6 munições e descarrega no seu desafeto. Acertou os 6 tiros. Esgotou os meios 
de execução. Depois que acertou a vítima, arrependeu-se do ato e a socorreu, levando-a ao hospital, impedindo a 
sua morte. 
 
 Temos um crime consumado? 
 Temos um crime tentado? 
 Responde por qual crime? 
 
 
 
 
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Requisitos 
 
1. Início de execução (terceira etapa do iter
criminis) 
2. Não consumação do crime 
3. 
 
Consequência: 
 
Questão: Em que fase do iter criminis se encontram os institutos? 
 
Aprofundando o tema: Tem alguma hipótese em que será possível aplicar os institutos da desistência voluntária 
e do arrependimento eficaz antes mesmo de iniciada a execução do delito? 
 
Lei 13.260/16 (Terrorismo) 
 
Art. 10. Mesmo antes de iniciada a execução do crime de terrorismo, na hipótese do art. 5º desta Lei, aplicam-se as 
disposições do art. 15 do Código Penal. 
 
Ex. Tício é terrorista e adquiriu arma de fogo para praticar terrorismo, mas desistiu. 
 
- Adquirir arma de fogo é ato preparatório de terrorismo. Como desistiu, não será responsabilizado pelo crime do 
art. 5º (atos preparatórios de terrorismo). 
 
- No entanto, responderá pelos atos até então praticados, ou seja, pelo crime previsto no Estatuto do Desarmamento 
(porte ilegal de arma de fogo). 
 
Questão: Poderia a lei ter previsto esta exceção? 
 
Código Penal 
 
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de 
modo diverso. 
 
Questão: Qual a natureza jurídica da desistência voluntária ou do arrependimento eficaz? 
Causa de exclusão da tipicidade: É a posição que tem prevalecido na jurisprudência, com a tese de que a tipici-
dade do crime inicialmente desejado pelo agente fica afastada, permanecendo, contudo, a tipicidade dos atos já 
praticados. 
 
Cuidado com as expressões sinônimas! 
 
I.São chamados de tentativa abandonada ou tentativa qualificada. 
II.O arrependimento eficaz também é denominado de resipiscência 
III.A doutrina classifica esses institutos como ponte de ouro. 
 
 
Detonem nos estudos. 
Valeu galera! 
 
 
 
 
 
 
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