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Morte por ausência - Direito Civil I

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CENTRO UNIVERSITÁRIO JOAQUIM NABUCO- (UNIDADE RECIFE) 
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO- 2°PERÍODO 
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL I 
DOCENTE: JOÃO FLÁVIO VIDAL WANDERLEY 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MORTE POR AUSÊNCIA: OCORRÊNCIA E PROCEDIMENTO DA MORTE 
ATÉ A SUCESSÃO DEFINITIVA 
DISCENTE: DÉBORA BARBOSA NUNES DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECIFE- PE, 
 
2019. 
A personalidade civil da pessoa natural inicia-se com o nascimento com vida e termina 
com o perecimento. A morte natural dá-se com a inércia do sistema cardiorrespiratório e 
a cessação das funções vitais do indivíduo, sendo esta provada por um médico 
(fundamentado em conhecimentos de tanatologia), ou por duas testemunhas que 
presenciaram o ocorrido (art. 77 da Lei de Registros Públicos, n° 6.015/73). 
Nenhum sepultamento será feito sem certidão de oficial de 
registro do lugar do falecimento, extraída após a lavratura do 
assento de óbito, em vista do atestado de médico, se houver no 
lugar, ou, em caso contrário, de duas pessoas qualificadas, que 
tiverem presenciado ou verificado a morte. 
No entanto, com a falta de requisitos para comprovar a morte natural, o Código civil 
(CC), prevê algumas hipóteses para decretar a morte como presumida. Também, em seu 
art. 88 (Lei de Registros Públicos), prevê algumas hipóteses, em que o juiz pode 
justificar o falecimento de quem: desapareceu em naufrágio, inundação, incêndio, 
terremoto ou qualquer outra catástrofe, exigindo para tal que se prove a presença do 
desaparecido no local do desastre e que não seja possível encontrar o cadáver. Essas 
hipóteses são denominadas de prova indireta da morte do indivíduo, visto que são 
suficientes para o assento do óbito em Registro Público. 
Com a morte real, portanto, há a extinção imediata da 
personalidade jurídica, e, consequentemente, o falecido deixa de 
ser titular de direitos e deveres, ao contrário do que ocorre em 
relação à chamada „morte presumida‟, que é a morte em que não 
há cadáver, e, mais, é a morte cuja presunção não destrói a 
personalidade do que presumidamente morreu, levando-se em 
conta que, na morte presumida, há a possibilidade de o 
indivíduo presumidamente morto estar vivo e continuar, onde 
estiver vivo, a gozar de todos os atributos da personalidade 
jurídica. (ALVES, 2007, p. 20). 
Conforme estar exposto no CC, art. 7°: 
Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de 
ausência: 
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em 
perigo de vida; 
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, 
não for encontrado até dois anos após o término da guerra. 
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses 
casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as 
buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável 
do falecimento. 
Assim, se o ausente (desaparecido), possuir bens, é necessário determinar o destino 
destes. Os interessados da preservação do patrimônio podem ser: o próprio ausente (que 
pode estar vivo e lhe pertencem os bens), os sucessores (que se o ausente estiver morto), 
os credores (visto que a quitação das obrigações depende de tais bens), e a sociedade 
(pois, não é conveniente a deterioração dos bens). 
Segundo Diniz (2008, p. 49), a declaração judicial de morte presumida só pode ser 
admitida em casos excepcionais: para viabilizar o registro do óbito, resolução de 
problemas jurídicos gerados com o desaparecimento e regular a sucessão causa mortis. 
Depois de esgotadas todas as buscas e averiguações, deve-se fixar a sentença a data 
provável do óbito. 
Conforme o CC, o óbito deverá ter assento em Registro Público (art. 9º, I, CC), quanto à 
declaração de morte presumida será registrada (art. 9º, IV, CC). O Código, também, 
autoriza na última parte de seu art. 6º: “(...) presume-se esta (a morte), quanto aos 
ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva”. 
A ausência segundo Stolze (2005, p. 140), é um estado de fato, em que um indivíduo 
desaparece de seu domicílio, sem deixar qualquer notícia. Também, é considerada 
ausente a pessoa que desapareceu, consciente ou inconscientemente, voluntária ou 
involuntariamente. O ausente só é presumido morto com a abertura da sucessão 
definitiva. Enquanto isso, seus direitos, obrigações e sua capacidade permanecem como 
se vivo estivesse. Berenice (208, p. 486), afirma: “o ausente herda como qualquer outra 
pessoa, e a herança adquirida ingressa em seu patrimônio”. 
Curadoria dos bens do ausente 
Diniz afirma que não é necessário ser parente, basta que haja interesse pecuniário ou o 
Ministério Público (MP) poderão requerer ao juiz que declare a ausência e nomeie 
curador para administrar os bens do ausente. Conforme o art. 22 do CC. De igual 
maneira, acontece com o ausente que deixar representante que se recuse ou não possa 
exercer ou continuar o mandato, ora porque houve o término do prazo do mandato, ora 
por não serem suficientes os poderes deferidos ao mandatário para a administração de 
todo o seu patrimônio. Em qualquer dessas hipóteses, o juiz poderá declarar a ausência e 
lhe nomear curador, conforme o art. 23 do Código Civil. 
Diniz relata que o juiz determinará ao curador os pormenores das providências a serem 
tomadas e as atividades a serem executadas, devendo desempenhá-las de maneira 
eficiente e responsável. Ao declarar a ausência, o juiz mandará arrecadar os bens do 
ausente, que ficarão sob a responsabilidade do curador nomeado. Feita a arrecadação, o 
juiz mandará publicar editais durante um ano, de dois em dois meses, anunciando a 
arrecadação e chamando o ausente a retomar na posse de seus bens. A curadoria tem 
duração de um ano. Caso o ausente tenha deixado procurador, o prazo passa a ser de três 
anos. Encerrando-se, pela confirmação da morte do ausente; pelo seu retorno ou pela 
abertura da sucessão provisória. 
Sucessão Provisória 
Rodrigues (2006, p. 79), afirma que convém que se comece a ter em vista não só o 
interesse do desaparecimento, que provavelmente está morto, mas também o de 
terceiros, como: o de seu cônjuge, de seu companheiro, de seus herdeiros e de pessoas 
com quem ele eventualmente viesse mantendo relações negociais. Logo, o CC em seu 
art. 26 autoriza a abertura da sucessão provisória: “Decorrido um ano da arrecadação 
dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três 
anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra 
provisoriamente a sucessão”. 
O CC enumera quais pessoas podem pedir a abertura da sucessão provisória do ausente. 
Sendo estes: o cônjuge não separado judicialmente, os herdeiros presumidos, legítimos 
ou testamentários, os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua 
morte e os credores de obrigações vencidas e não pagas. Vale ressaltar que o 
companheiro (a), durante a vigência da união estável poderá requerer a abertura da 
sucessão provisória, em virtude da sua condição de herdeiro; conforme afirma 
Rodrigues (2006, p. 80). 
A legitimidade do MP é subsidiária em relação aos demais interessados, visto que 
conforme o §1º do art. 28 do CC. DINIZ (2008. p. 74), afirma que se após o prazo de 
um ou três anos, conforme o caso, não houver interessados na sucessão provisória, ou 
também, se mesmo havendo interessados, nenhum deles a requerer, cabe ao Ministério 
Público requerê-la ao juiz competente. Se entre os herdeiros houver interdito ou menor, 
também competirá ao Ministério Público o requerimento da abertura da sucessão 
provisória. Nesta fase os herdeiros podem entrar na posse dos bens do ausente, desde 
que prestem garantia da restituição deles,em caso de retorno do ausente. Durando dez 
anos (contados do trânsito em julgado da decisão que abre a sucessão provisória). O 
prazo se reduz para cinco anos, se o ausente tiver mais de 80 anos e de mais de anos 
constarem suas últimas notícias. Encerrando-se pela confirmação de morte do ausente, 
pelo seu retorno ou pela abertura da sucessão definitiva. 
Sucessão Definitiva 
Por mais que se queira preservar o patrimônio do ausente, o 
certo é que a existência de um longo lapso temporal, sem 
qualquer sinal de vida, reforça as fundadas suspeitas de seu 
falecimento. Por isso, presumindo efetivamente o seu 
falecimento, estabelece a lei o momento próprio e os efeitos da 
sucessão definitiva. (Stolze, 2005, p. 143). 
Ao requererem a abertura da sucessão definitiva, os sucessores que, para entrar na posse 
dos bens do ausente prestaram garantias pignoratícias (penhora) ou hipotecárias poderão 
requerer também o levantamento das cauções ou penhoras prestadas, conforme o art. 37 
do Código Civil. Assim, conforme Rodrigues (2006, p. 81), o legislador abandona a 
posição de preocupação com o interesse do ausente, para atentar principalmente para o 
interesse de seus sucessores. Nesse momento, os sucessores que capitalizaram metade 
dos frutos e rendimentos terão direito a resgatá-los, e poderão utilizá-los como queiram. 
E a partir de então, todos os sucessores terão direito a todos os frutos e rendimentos dos 
bens gerados pelo respectivo quinhão. 
“Pode-se dizer que tal sucessão é quase definitiva, pois a lei ainda admite a hipótese, 
agora remotíssima, do retorno do ausente” (Rodrigues, 2006, p. 82). Maria Berenice 
Dias e Arnaldo Rizzardo entendem que após esse prazo de dez anos da abertura da 
sucessão definitiva, se o ausente regressar, surge a dúvida sobre a que direitos terá, pois 
o Código Civil é omisso, e somente prevê o caso de o ausente regressar durante os dez 
anos após a sentença que abrir a sucessão definitiva. Se o ausente, ou qualquer de seus 
herdeiros necessários, que regressar depois desse prazo, não mais terá direito a nada, 
visto que o prazo de dez anos a que se refere o art. 39 do Código Civil é decadencial. 
“Assim, para se garantir a segurança jurídica, o direito adquirido dos sucessores e de 
terceiros. Só então após dez anos da abertura da sucessão definitiva os sucessores 
atingem a plenitude da propriedade.” (RIZZARDO, 2008, 245). 
REFERÊNCIAS 
 
JUSBRASIL. Morte presumida garante direitos dos familiares de pessoas 
desaparecidas. Disponível em:<https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1421141/morte-
presumida-garante-direitos-dos-familiares-de-pessoas-desaparecidas>. Acesso em: 10 
de mar. de 2019. 
ÂMBITO JURÍDICO.CO.BR. Ausência e morte presumida. Disponível 
em:<http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?artigo_id=7085&n_link=revista_artigos_leitura>. 
Acesso em: 10 de mar. de 2019. 
ORDEM PERFEITA. Direito Civil – Das Pessoas – Ausência e Morte Presumida. 
Disponível em:<https://www.ordemperfeita.com/direito-civil-das-pessoas-ausencia-e-
morte-presumida/>. Acesso em: 10 de mar. de 2019. 
 
PLANALTO. Código Civil. Disponível em:< 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/L10406compilada.htm>. Acesso em: 
10 de mar. de 2019.

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