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Aula Atividade Criação de Mapas Mentais

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Capítulo III
Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária
Art. 19.  É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral. 
§ 1o  Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses, devendo a autoridade judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou pela colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei.
 § 2o  A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se prolongará por mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária.
  § 3o  A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescente à sua família terá preferência em relação a qualquer outra providência, caso em que será esta incluída em serviços e programas de proteção, apoio e promoção, nos termos do § 1o do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei.
 § 4o  Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade responsável, independentemente de autorização judicial.
 § 5o  Será garantida a convivência integral da criança com a mãe adolescente que estiver em acolhimento institucional.
§ 6o  A mãe adolescente será assistida por equipe especializada multidisciplinar.
Direito à convivência familiar
Direito fundamental da criança e adolescente a viver junto à sua família natural, ou, subsidiariamente, à sua família extensa. Tal garantia se perfaz através de 2 princípios basilares: proteção integral e prioridade absoluta. 
A entidade familiar dispõe de proteção constitucional especial inscrita no artigo 226 (“A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado”). Ressalte-se que este é um conceito dilatado, abrangendo união estável, homoafetiva, monoparental, etc.
A família natural é prioritária, sendo esta a entidade em que a criança ou o adolescente deve permanecer, ressalvada a absoluta impossibilidade, devendo existir decisão judicial fundamentada. 
Família natural
Aquela originada dos genitores biológicos
Família Extensa
Grupo maior, formado também por parentes com afinidade e afetividade.
Família Substituta
Aquela concretizada pela guarda, tutela ou adoção.
Direito à convivência comunitária
A criança e o adolescente possuem o direito fundamental de conviver na comunidade, ou seja, na coletividade, abrangendo os mais variados locais, como o seu bairro, escola, clube, etc, para o seu perfeito desenvolvimento. 
Acolhimento familiar
Trata-se de uma medida protetiva desenvolvida entre uma família acolhedora e o poder público. É aplicável pelo juiz menorista de forma excepcional e provisória diante da impossibilidade de manutenção na família natural e extensa, geralmente, via de acesso a posterior acolhimento institucional. Consiste na atribuição da confiança da criança ou do adolescente a uma pessoa singular ou a uma família, habilitadas para o efeito, e visa à integração da criança ou do jovem para a prestação de cuidados adequados às suas necessidades, bem estar e educação. 
Acolhimento Institucional
Trata-se de uma medida protetiva de atendimento institucional a crianças e adolescentes que precisam ser afastados, temporariamente, da convivência familiar. É medida excepcional e transitória, visando à reintegração familiar. Designa programas como: abrigo institucional, casa lar e casa de passagem.
Art. 19-A.  A gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu filho para adoção, antes ou logo após o nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude.
§ 1o  A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, que apresentará relatório à autoridade judiciária, considerando inclusive os eventuais efeitos do estado gestacional e puerperal.
§ 2o  De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá determinar o encaminhamento da gestante ou mãe, mediante sua expressa concordância, à rede pública de saúde e assistência social para atendimento especializado.
§ 3o  A busca à família extensa, conforme definida nos termos do parágrafo único do art. 25 desta Lei, respeitará o prazo máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual período.
§ 4o  Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de não existir outro representante da família extensa apto a receber a guarda, a autoridade judiciária competente deverá decretar a extinção do poder familiar e determinar a colocação da criança sob a guarda provisória de quem estiver habilitado a adotá-la ou de entidade que desenvolva programa de acolhimento familiar ou institucional.
§ 5o  Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de ambos os genitores, se houver pai registral ou pai indicado, deve ser manifestada na audiência a que se refere o § 1o do art. 166 desta Lei, garantido o sigilo sobre a entrega.
§ 6º  Na hipótese de não comparecerem à audiência nem o genitor nem representante da família extensa para confirmar a intenção de exercer o poder familiar ou a guarda, a autoridade judiciária suspenderá o poder familiar da mãe, e a criança será colocada sob a guarda provisória de quem esteja habilitado a adotá-la
§ 7o  Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 (quinze) dias para propor a ação de adoção, contado do dia seguinte à data do término do estágio de convivência.
§ 8o  Na hipótese de desistência pelos genitores - manifestada em audiência ou perante a equipe interprofissional - da entrega da criança após o nascimento, a criança será mantida com os genitores, e será determinado pela Justiça da Infância e da Juventude o acompanhamento familiar pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias.
§ 9o  É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimento, respeitado o disposto no art. 48 desta Lei.
§ 10.  Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e crianças acolhidas não procuradas por suas famílias no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir do dia do acolhimento.
Procedimento sobre entrega voluntária
Caso a gestante ou a mãe queira entregar seu filho (a) para doação, ela deverá ser encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude, ter acesso ao programa de escuta qualificada pela equipe interprofissional que apresentará relatório ao juiz, ter acesso a atendimento especializado à rede pública de saúde. Também haverá preferência para entrega da criança ao pai ou algum membro da família extensa, e na impossibilidade disto caberá ao juiz decretar a extinção do poder familiar, colocar a criança sob guarda provisória e habilitá-la para adoção. A mãe terá que optar pela doação e terá seu direito ao sigilo respeitado. Em caso de desistência da doação, a criança será mantida com o(s) genitor(es), que serão acompanhados pela Justiça da Infância e Juventude por 180 dias.
Art. 19-B.  A criança e o adolescente em programa de acolhimento institucional ou familiar poderão participar de programa de apadrinhamento.
§ 1o  O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcionar à criança e ao adolescente vínculos externos à instituição para fins de convivência familiar e comunitária e colaboração com o seu desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, educacional e financeiro.
§ 2º  Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de 18 (dezoito) anos não inscritas nos cadastros de adoção, desde que cumpram os requisitos exigidos pelo programa de apadrinhamento de que fazem parte.
§ 3o  Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou adolescente a fim de colaborar para o seu desenvolvimento.
§ 4o  O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinhado será definido no âmbito de cada programa de apadrinhamento, com prioridade para crianças ou adolescentes com remota possibilidade de reinserção familiar ou colocação em família adotiva.
§ 5o  Os programas ou serviços de apadrinhamento apoiados pela Justiça da Infância e da Juventude poderão ser executados por órgãos públicos ou por organizações da sociedade civil. 
	
§ 6o  Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, os responsáveis pelo programa e pelos serviços de acolhimento deverão imediatamente notificar a autoridade judiciária competente.  
Programa de Apadrinhamento Afetivo
Permite que crianças e adolescentes em situação de acolhimento institucional possam formar vínculos afetivos com pessoas de fora da instituição ou da família acolhedora em que vivem. Esse programa busca colaborar no desenvolvimento das crianças nos aspectos social, comunitário, físico, cognitivo, educacional e financeiro. Assim, mais crianças e adolescentes com baixa probabilidade de adoção terão ampliadas suas possibilidades de convivência familiar.
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
Art. 227 §6º da CF/88 “§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.”
Art. 1.596 do Código Civil: “Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação”.
Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da divergência.
Art. 226  § 5º, da CF/88: “Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.”
Poder familiar
Conjunto de direitos e deveres atribuídos aos pais, com relação aos filhos menores e não emancipados, com relação à pessoa deste e a seus bens.
É um múnus público
É irrenunciável: não se pode abrir mão a outrem, a título gratuito ou oneroso, mas, os atributos podem, em casos expressamente contemplados na lei, ser confiados à outra pessoa.
É imprescritível: Não decai caso não seja exercido
É incompatível com a tutela.
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.
Parágrafo único.  A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais e deveres e responsabilidades compartilhados no cuidado e na educação da criança, devendo ser resguardado o direito de transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados os direitos da criança estabelecidos nesta Lei. 
Art. 1.634 do Código Civil. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos: 
I - dirigir-lhes a criação e a educação; 
II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584; 
III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem; 
IV - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior;
V - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência permanente para outro Município;
VI - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar;
VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento;
VIII - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; 
IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição. 
Destituição do poder familiar
É o afastamento definitivo do genitor do poder, em virtude de fundamento previsto, por expresso, em lei.
Extinção do poder familiar
Cessação definitiva do poder ditada por fenômenos naturais ou jurídicos elencados pela lei. Ex: morte, emancipação, maioridade, etc.
Suspensão do poder familiar
É uma restrição no exercício da função dos pais, estabelecida por decisão judicial e que perdura enquanto for necessária aos interesses do filho. Ex: quando constatado o emprego do filho em ocupação proibida ou contrária à moral e aos bons costumes, ou que coloquem em risco a sua saúde, condenação dos pais, em virtude de crime, cuja pena exceda a dois anos de prisão. Esta medida pode ser revista e modificada pelo magistrado sempre que se alterarem o cenário e os fatos que a provocaram.
O pátrio poder poderá, mas não necessariamente deverá, ser perdido nos seguintes casos: a) quebra do dever de sustento (garantir bem estar físico, resguardando a saúde e garantindo o necessário para sobrevivência); b) quebra do dever de guarda; c) quebra do dever de educação (atendimento das necessidades intelectuais e morais do menor); d) descumprimento de determinações judiciais; e) falta de empenho em cumprir essas determinações. 
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do poder familiar.
§ 1o  Não existindo outro motivo que por si só autorize a decretação da medida, a criança ou o adolescente será mantido em sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída em serviços e programas oficiais de proteção, apoio e promoção.
§ 2o A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder familiar, exceto na hipótese de condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclusão, contra o próprio filho ou filha.
A pobreza dos genitores não constitui fator para perda do poder familiar. Os programas de auxílio à família e ao menor normalmente são de responsabilidade do poder executivo municipal.
Caso a insuficiência de recursos seja aliada à inaptidão para o exercício das obrigações previstas no ECA e no CC, poderão ser perdidas a guarda e o poder familiar.
Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão decretadas judicialmente, em procedimento contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a que alude o art. 22. 
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
I - castigar imoderadamente o filho;
II - deixar o filho em abandono;
III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente.
V - entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção.
Maus tratos
Castigos imoderados do genitor ou tutor, que levam à perda do pátrio poder.
Abandono
Conduta omissiva intencional dos genitores diante da assistência material e psicológica. É necessária uma habitualidade na conduta para que ocorra a sanção. Não é apenas o ato de deixar o filho sem assistência material, mas, o descaso intencional pela sua criação, educação, moralidade.
Estão enquadradas nesta atitude: genitor(a) que possui comprometimento mental e é negligente quanto a higiene, nutrição e vacinas do filho, genitor (a) omisso diante de maus tratos de genitor(a) contra o menor, genitor(a) com conduta desregrada, falta de condições de higiene e condições mínimas de educação, etc.
Não elide a destituição, após a caracterização do abandono, o arrependimento posterior.
O simples fato de o genitor deixar a criança ou o adolescente com parentes não caracteriza o desamparo. 
A convivência social com
pessoas com condutas moralmente condenáveis, como o tráfico de entorpecentes e a prostituição, pode levar à supressão do poder familiar. 
Art. 1637 do Código Civil. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha.
Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à mãe condenados por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão.

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