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Resenha Vida Ativa O Espirito de Hannah Arendt

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Resenha
 Vita Activa- The Spirit of Hannah Arendt. Direção: Ada Ushpiz/Ina Fichman. País: Israel , Canadá 2015. Idioma: alemão, inglês e hebraico. Legendas: Português 	
Personagens
Principal – Hannah Arendt 
Coadjuvantes – Adolf Eichmann, Heinrich Blucher, Martin Heidegger e Karl Jaspers
Frente - Emmanuel Faye – Pofessor, Hans Jonas – Amigo, Idith Zertal – Universidade de Basileia, – Assistente de Hannah, Richard Bernstein – Professor – The New Scoohl e Ramin Jahanbegloo – Dissidente iraniano.
O filme é um documentário, sobre Hannah Arendt (1906-1975) filósofa judia, de origem alemã, autora de vários livros onde desenvolveu diversos conceitos, um deles relatado no filme o qual gerou grande polemica em 1960, “Eichmann em Jerusalém” onde ela conceitua "banalidade do mal" referindo-se ao seu julgamento , onde escreveu para a revista "The New Yorker". Fala do seu caso amoroso com Martin Heidegger, que se revelou nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Após a tomada do poder por Adolf Hittler em 1933, Arendt deixa a Alemanha foge para Paris, França. Em 1940, os alemães invadiram a França e a filósofa judia e seu marido ex-comunista Heinrich Blüche foram presos, porém em 1941, fugiram para os Estados Unidos onde se manteve apátrida até conseguir se naturalizar americana.
O filme tem início com cenas da guerra e as suas consequências sobre os seres humanos. Muitos se tornam refugiados, supérfluos, sem pátria e consequentemente perdem seus direitos. Em carta escrita Karl Jaspers, filosofo e antigo professor, demostra certa preocupação e o caminho que ela tomara e, se estava viva, pois Hannah, além de escrever, assistir, também sentiu os efeitos que uma ideologia nacionalista pode causar. Ela foi presa em 1933, por ser Judia e, manifestar pensamentos contrários aos ideais nazistas, neste mesmo ano fugiu para um abrigo de refugiados em Paris, onde ficou até que a França fosse atacada pelos nazistas, porém ela e seu segundo marido, Heinrich Blucher, refugiado político alemão, conseguiram fugir para os Estados Unidos. Hannah argumenta em seu texto Nós Refugiados, publicado em 1943 e que lhe permitiu entender, como pessoa refugiada e apátrida, que a cidadania é o primeiro dos direitos, “o direito a ter direitos” segundo ela, e que esteve na origem da sua relevante filosofia dos direitos humanos. 
A respeito do julgamento de Adolf Eichmann 1961, funcionário do alto escalão de Hitler, e responsável pelo envio de Judeus ao extermínio a qual escreveu para a revista The New Yorker, sobre o conceito de “ banalidade do mal, Hannah, faz uma comparação a uma maquina, e as pessoas as peças, referencia ao então livro que ela havia publicado em Sistema Totalitarista em 1951, onde define como manipulação das massas, onde a sociedade age perante o que lhe é ordenado , uma massa incapaz de fazer julgamentos morais. Dessa forma, Eichmann não poderia ser um monstro, mas alguém que apenas cumpria com as ordens que recebia, não mais se percebe o próprio agir, não consegue se colocar no lugar do outro e ter a dimensão do que representa o próprio ato. 
 Arendt participou ativamente do movimento sionista, a qual em 1930 a 1940, porém percebeu que os ideais aos quais eles defendiam nada mais eram que os ideais nacionalistas os quais ela repudiava, pois para ela que defendia a pluralidade ou pessoas diferentes se relaciona, pois cada um é único como dizia, Arendt considerava impossível a construção da paz em um país que encara seus vizinhos como inimigos. Ela não gostava do protesto do estado-nação, pois para ela o mesmo deixa de ser um estado para todos os cidadãos e passa a ser comandado pela maioria nacional. 
Quando Hannah e seu marido, após fugir para os EUA, se deparou com a diversidade, a mistura de nacionalidades e se identificou com as ideias e principalmente pelo fato da pessoa pensar, agir de forma espontânea e ali permaneceu até se naturalizar americana.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 é um marco fundamental na história dos direitos humanos, ao confrontarmos os acontecimentos em relação ao extermínio e as consequências da segunda guerra mundial, nos remete ao que Hannah nos leva a refletir com relação aos seres humanos de serem livres, no sentido de pensar, agir, refletir , bem como se colocar no lugar do outro. De acordo com os direitos humanos os homens são livres e iguais em dignidade e direito. Os apátridas, porém, constituíam o grupo humano de maior interesse por parte de Arendt. Segundo Hannah, eles haviam perdido, em maior medida, os direitos que até então eram considerados inalienáveis, isto é, os direitos humanos. Declaração dos Direitos do Homem significou o prenúncio da emancipação do homem, porque foi a partir daí que ele se tornou a fonte de toda a lei, ou seja, o homem não estava mais sujeito a regras provindas de uma entidade divina ou assegurada meramente pelos costumes da história, mas que havia se libertado de qualquer tutela e que era dotado de direitos simplesmente porque era Homem. Dessa forma, esses direitos eram tidos ou mesmo definidos como inalienáveis, pois pertenciam ao ser humano onde quer este estivesse.

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