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DIREITO DO TRABALHO I - AULA 02

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DIREITO DO TRABALHO I 
Aula 02
Prof. Anselmo Domingos da Paz Junior
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ORDENAMENTO JURÍDICO TRABALHISTA
Conceito de ordenamento jurídico: “ é um conjunto de normas existentes em dado sistema jurídico estabelecido de forma hierárquica e sob o qual existem regras e princípios a serem seguidos.”
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Objetivo do ordenamento jurídico
Objetivo do ordenamento jurídico: regular as relações sociais com o intuito de trazer a paz social por meio de um sistema hierárquico de normas com natureza cogente (conteúdo coercitivo). 
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A visão de Norberto Bobbio
Para tal jurista, o ordenamento jurídico possui uma característica pluralista de normas.
Ordenamento Jurídico acima do Estado – (ex. Normas internacionais)
Ordenamento Jurídico abaixo do Estado – (ex. Normas coletivas criadas pelos Sindicatos).
Ordenamento Jurídico ao Lado do Estado – normas de caráter religioso.
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continuação
Ordenamento jurídico contra o Estado – Ex. Organizações criminosas como a Máfia, PCC, Dentre outros.
Para Amauri Mascaro o Direito do trabalho se encontra regulado como ordenamento jurídico abaixo do Estado cujas as regras se subordinam e se coordenam com as regras Estatais.
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Sistema de relações de trabalho 
Amauri Mascaro faz a classificação do ordenamento de acordo com o critério a ser adotado.
Quanto a concepção política – O ordenamento trabalhista brasileiro teve a sua origem no sistema corporativista italiano ( Intervenção do Estado em todos os campos sociais e econômicos do país). 
Dentro da concepção política já tivemos o sistema comunista, ainda existem os sistemas sistemas socialistas e neoliberais
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continuação
A importância do estudo do sistema político economico de um País tem por finalidade verificar o corpo de normas vigentes em determinada época e o seu impacto social.
No caso do Brasil, ainda o sistema de normas trabalhistas possui influência corporativista (forte intervenção estatal nas relações de trabalho) embora a tendência é uma maior participação dos sindicatos na criação de normas.
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continuação
Quanto ao sistema de relações de trabalho com concepção jurídico-normativas, Amauri Mascaro faz a distinção entre sistemas jurídicos regulamentados e desregulamentados.
Sistemas regulamentados – seguem uma cadeia de normas a serem seguidas em determinado assunto.
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continuação
Sistemas desregulamentados – Existe um conjunto básico de leis e as relações de trabalho são organizadas pela sociedade, normalmente através de regras criadas em contratos coletivos de trabalho (ex. Estados Unidos).
Ao se afirmar que existem sistemas desregulamentados não podemos dizer que em tal sistema não existam normas a serem seguidas. O que existe é uma maior auto-regulamentação de um setor social.**
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A questão do pluralismo do direito do trabalho 
Para Amauri existem duas concepções jurídicas do direito:
1ª) Monismo jurídico (defendida por Kelsen) onde todo o direito advém do Estado.
2ª) Pluralismo jurídico (defendida por Del Vecchio) – onde existem normas advindas do Estado e outras advindas das partes.
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continuação
O direito do trabalho é claramente pluralista já que nele existem normas advindas do Estado (ex. CLT) e normas advindas dos particulares (ex. normas sindicais).
A hierarquia das normas se resolve por meio do PRINCÍPIO DA NORMA MAIS FAVORÁVEL AO TRABALHADOR.
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continuação
Na hierarquia de normas trabalhistas a regra é a solução pelo princípio da norma mais favorável EXCETO QUANDO HOUVER INTERESSE PÚBLICO RELEVANTE.
Vide artigos 8º e 623 da CLT como exemplos de proteção do interesse público.
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O Estado e as Leis
Quanto a inclusão de normas trabalhistas em suas constituições, Amauri Mascaro faz a seguinte divisão:
1º)Constituições prescritivas – incluem normas de proteção ao trabalho em seu texto (podem ser de forma ampla ou de forma restrita).
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Continuação
2º) Constituições omissivas – não regulamentam as relações trabalhistas (ex. Estados Unidos).
Incluir ou não no texto constitucional normas trabalhistas consiste característica cultural de cada país.
Quando existem normas trabalhistas no corpo da Constituição, temos então direitos mínimos a serem seguidos que não podem ser desrespeitados.
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continuação
As normas trabalhistas asseguradas em uma constituição geram um conteúdo de princípios tutelares de proteção ao trabalho com conteúdo cogente.
Ex. O art. 7º inciso XVI ao criar o adicional de horas extras de 50% gera a impossibilidade de redução deste percentual.
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Natureza normativa dos princípios constitucionais
Em uma visão mais ampla do direito, os princípios constitucionais podem atuar no caso concreto com a mesma efetividade de uma norma (daí o seu caráter normativo).
Um dado princípio constitucional pode ser aplicado no direito do trabalho para solucionar o caso concreto conforme autoriza o artigo 8º da CLT.
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continuação
Exemplo – o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana previsto no artigo 1º, inciso III da Constituição Federal poderá fundamentar uma reintegração de empregado doente demitido imotivadamente.
Se existe um choque de princípios por regra geral deverá preponderar aquele de maior relevância social.
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Aplicação das normas constitucionais
Teoria Clássica divide o tema em:
A) Normas programáticas – quando apenas apresentam um princípio a ser adotado futuramente.
B) Normas auto-executáveis – quando já trazem em si todas as condições de aplicabilidade imediata Ex. adicional de hora extra (art.7º XVI da CF).
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CONTINUAÇÃO
C) Normas não auto-executáveis – normas que dependem da criação de leis infra-constitucionais para serem aplicadas. Ex. Art. 7º, inciso XXVII – proteção do trabalhar em face da automação.
Pela teoria moderna (divisão TRICOTÔMICA) a classificação seria feita da seguinte forma:
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continuação
A) Normas de eficácia plena e aplicabilidade imediata – não precisão de legislação complementar
B) Normas de eficácia contida e aplicabilidade imediata – aplicabilidade parcial por depender de legislação complementar.
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continuação
C) Normas de eficácia limitada – dependem de legislação posterior, portanto, possuem sua aplicabilidade reduzida e de forma indireta.
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NORMAS CONSTITUCIONAIS TRABALHISTAS 
Além dos dispositivos gerais e princípios gerais de proteção do cidadão contidos nos artigos 1 ao 6º da Constituição Federal.
A Constituição prevê dispositivos de proteção trabalhista específicos nos artigos 7º (direitos materiais) e 8º (direitos sindicais).
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Leis ordinárias
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) – criada através do Decreto-lei nº 5452 de 01.05.1943.
A CLT regulamenta direitos materiais e sindicais, em seu conteúdo mínimo de aplicação.
A sua revisão é necessária pois uma parte de seu texto foi modificada pelas alterações constitucionais 
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continuação
A evolução do direito do trabalho torna necessária
a verificação de outras leis para apreciar determinados conflitos especiais, como por exemplo, o Código Civil para apreciar questões de danos morais.
Podemos dividir a legislação trabalhista em comum (aplicada a grande parte dos trabalhadores) e especial (aplicada a um grupo específico, por ex. os artigos 317 a 323 da CLT para os professores).
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continuação
As leis trabalhistas também podem ser divididas em:
A) Leis ordinárias dispositivas – permitem ajuste das condições previstas em lei pelas partes (art.444 da CLT)
B) Leis ordinárias proibitivas – vedam a alteração das condições pelas partes. Ex. Art. 9º da CLT.
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A aplicação de leis subsidiárias para solução dos conflitos trabalhistas
O artigo 8º da CLT permite a aplicação de legislação oriunda de outros ramos do direito para a solução do conflito trabalhista.
Em termos do direito processual tal regra também existe e consta do artigo 769 da CLT.
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conclusão
Como a aplicação das normas é em sentido amplo o que deve ser observado como limite será a proteção dos princípios próprios de direito do trabalho e a inexistência de lesão interesse público. 
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