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1 2 Neste Ebook 1. Qual a competência dos Juizados Especiais? ........................................ 6 2. Qual o foro competente para julgar um processo? ............................ 11 3. Quem pode ser parte? ............................ 15 4. Quem pode ser autor? ............................ 16 5. Quem pode ser representante da pessoa jurídica? ...................................... 19 6. A presença do advogado é obrigatória? ................................................ 21 7. Alguns pontos sobre citação ................. 23 8. As perigosas revelia e contumácia ................................................ 25 9. A contestação ........................................ 27 10. A audiência de conciliação ................. 29 11. A audiêcia de instrução e julgamento ................................................ 31 3 12. A sentença ..................................... 33 13. Apelação ou recurso inonimado ........................................... 36 14. Embargos de declaração ................. 40 15. Existem agravos nos juizados especiais? ............................................. 42 16. Recurso especial e extraordinário ..................................... 44 17. Hipóteses de extinção do processo sem julgamento de mérito ................................................. 47 18. Execução nos juizados especiais ............................................... 49 19. Honorários advocatícios ................. 52 20. Desistência da ação ........................ 54 21. Pontos diversos ............................... 56 4 Introdução Devido ao grande número de ações de menor complexidade, especialmente com a massificação das relações de consumo, é nos Juizados Especiais Cíveis onde se concentra um grande número de ações e, consequen- temente, oportunidade de atuação para os advogados. Inclusive, mesmo sendo dispensada a pre- sença de um procurador em causas de até 20 salários mínimos, os advogados são essenciais para a administração da justiça e, mesmo não sendo obrigatório a petição inicial feita por um advogado, com certeza será melhor do que uma mera atermação. Além disso, outra oportunidade de atuação é como prepostos das pessoas jurídicas, que na maioria das vezes são advogados. O rito dos Juizados Especiais é regulado pela lei 9.099/95 e por ser orientado pela orali- dade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, muito da burocracia processual é deixada de lado para que se possa 5 resolver casos mais simples de maneira efeti- va. Devido a esses fatores, possui algumas pe- culiaridades que diferem das ações reguladas exclusivamente pelo CPC. Para você Advo- gado 4.0 que busca sempre se atualizar e não ser pego de surpresa, vamos trazer os princi- pais pontos relevantes dos Juizados Especiais. 6 Qual a competência dos Juizados Especiais? 1 7 Os Juizados Especiais foram criados para serem responsáveis pela conciliação, processo, julgamento e execução de casos com menor complexidade, portanto, existe uma lista taxa- tiva de casos que poderão ser apresentados aos Juizados Especiais: Ações que o pedido não supere 40 salários mínimos na data do ajuizamento. Muito embora seja possível a renúncia do valor superior ao teto, nada impede que em uma conciliação seja acordado em montante acima do limite legal: • Se o valor for superior ao teto, a parte poderá renunciar o direito de receber o excedente e limitar o valor da causa em 40 salários mínimos; • Se a causa foi ajuizada dentro do teto legal, mas devido a astreintes (multas diárias por de- scumprimento de decisão), juros e correção o valor da sentença for superior ao limite, a parte irá receber somente 40 salários mínimos? Em regra, as multas não estão limitadas ao teto máx- imo, mas aconselha-se que o magistrado use a razoabilidade para fixá-las; 8 • Por fim, se a condenação superior ao teto máximo não for paga espontaneamente, a execução terá que ser distribuída em uma vara comum? Novamente, não para a pergunta. Nos termos do inciso I parágrafo §1º do artigo 3º, independentemente do valor da execução, se o processo de conhecimento foi julgado pelos Juizados Especiais, este será competente para sua execução. Inclusive, em diversas decisões o STJ tem o entendimento que o limite da causa será analisado somente no momento da distribuição da propositura da ação. As causas enumeradas no artigo 275, II do CPC de 1973, independentemente do valor, quais se- jam: • Arrendamento rural e de parceria agrícola; • Cobrança ao condômino de quantias devidas ao condomínio; • Ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico; • Ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre; • Cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veículo, ressalvados os 9 casos de processo de execução; • Cobrança de honorários de profissionais liberais, ressalvado o disposto em legislação especial; Versem sobre revogação de doação; • Apenas uma curiosidade, muito embora o CPC de 2015 não tenha replicado o artigo 275 do CPC de 1973, o artigo 1.063 diz que até edição de lei específica para os Juizados Especiais, continua valendo a regra do artigo 275 do código passado. Ação de despejo para uso próprio. Por uso próprio entende-se para fins residenciais do au- tor ou outra destinação que este aproveite di- retamente, como utilizar para ser a sede de sua Ações possessórias sobre bens imóveis de valor não superior a 40 salários mínimos. Execuções de títulos extrajudiciais de até 40 salários mínimos; 10 Independentemente do valor da causa, não poderão ser ajuizadas ações de natureza alimentar, falimentar, fiscal, de interesse da Fazenda Públi- ca, relativas a acidentes de trabalho, resíduos e ao estado e capacidade das pessoas, por se tratarem de causas de maior complexidade. 11 2 Qual o foro competente para julgar um processo? 12 Saber em qual comarca ajuizar uma ação é um dos primeiros pontos que os advogados devem estar atentos. A escolha errada de um foro pode acarretar na extinção ou remessa do feito para a comarca competente. Indepen- dentemente do que ocorrer, com certeza será perdido um tempo precioso para seus clientes. A lei 9.099, prevê as regras básicas para a dis- tribuição de uma ação nos Juizados Especiais, portanto, será competente: O domicílio do réu ou o local que este exerça sua atividade profissional/econômica ou, ainda, o local no qual mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório; Se existir uma obrigação a ser satisfeita, a ação deverá ser distribuída no lugar estipulado para seu cumprimento; Tratando de ação de reparação por danos (mor- al ou material), poderá ser no domicílio do autor ou no local em que ocorreu o dano; 13 No caso de relações de consumo, o foro poderá ser o do domicílio do autor; Por fim, em qualquer hipótese, o autor poderá renunciar ao foro específico e ajuizar a ação descritas no primeiro ponto. 14 3 Quem pode ser parte? 15 Considerando todos os princípios previstos para os Juizados Especiais, o legislador limitou o rol de pessoas que podem figurar como par- tes (autor ou ré). Assim, somente poderão ser ajuizadas ações que não tenham como parte: Isto porque todos estes casos envolvem questões mais complexas ou precisariam de representação. O Incapaz. Por incapaz entende-se: • O menor de 18 anos; • Os ébrios habituais (alcoólatras) e dependentes químicos; • Os pródigos; • Aquele que não puder exprimir sua vontade por algum motivo (coma, amnésia etc.) O preso; As pessoas jurídicas de direito público e em- presas públicas da União; Amassa falida; O insolvente civil. 16 4 Quem pode ser autor? 17 Além das restrições quanto a quem pode ser parte perante os Juizados Especiais, existe uma lista mais restrita quanto quem pode propor uma ação: Pessoas físicas capazes; • Caso a pessoa física tenha recebido de uma pes- soa jurídica uma cessão de direito, essa ação não poderá ajuizar a mesma nos Juizados Especiais; Os microempreendedores individuais, as microempresas e empresas de pequeno porte: • Os microempreendedores individuais são aque- les que têm faturamento anual de até 81 mil reais por ano; • Por sua vez, as microempresas são aquelas que tenham uma receita bruta anual de até 360 mil reais; • Por fim, as empresas de pequeno porte pos- suem faturamento anual de até 4 milhões e 800 mil reais. 18 As Organizações da Sociedade Civil de In- teresse Público: • São aquelas entidades privadas sem fins lucra- tivos que atuam em áreas de interesse social. As ONGs são um ótimo exemplo de OSCIP; Por sua vez, as microempresas são aquelas que tenham uma receita bruta anual de até 360 mil reais. As sociedades de crédito ao microem- preendedor (instituições criadas para ampliar o acesso de crédito). 19 5 Quem pode ser representante da pessoa jurídica? 20 Existem duas situações possíveis nesse caso: Importante lembrar que o advogado não poderá figurar também como preposto de uma empresa no mesmo processo. Sendo a Pessoa Jurídica a parte autora, Sendo a Pessoa Jurídica a parte ré, deverá ser representada pelo empresário individual ou sócio dirigente. será possível ser representada por preposto autorizado por carta de preposição, mesmo que não tenha qualquer vínculo empregatício. 21 6 A presença do advogado é obrigatória? 22 O advogado é indispensável para a administração da justiça, entretanto, devido toda a simplificação dos Juizados Especiais, é permitido que as partes compareçam sem procurador em ações de até 20 salários míni- mos. Logicamente, em causas superiores a esse valor, a sua presença é obrigatória. Muito embora exista essa dispensa, indepen- dentemente do valor da causa, nos recursos, será obrigatória a presença do advogado. Além disso, o mandato do advogado poderá ser ver- bal, salvo para poderes especiais, então, caso não seja possível juntar procuração, na própria audiência, a parte poderá nomear oralmente seu procurador. 23 7 Alguns pontos sobre a citação 24 Após a distribuição do feito, a relação pro- cessual somente estará completa com a citação da parte ré. Em regra, serão observados os mes- mos pressupostos estipulados pelo CPC, en- tretanto, existem alguns pontos que devem ser destacados: Não será feita citação por edital; Na citação constará data e hora da audiência de conciliação, cópia da inicial e advertência so- bre a revelia; O último ponto é comum aos demais proces- sos, mas vale a pena ressaltar. Se a parte ré residir em prédio ou condomínio fechado, a entrega do mandado de citação a funcionário da portaria será considerada válida. 25 8 As perigosas revelia e contumácia 26 Em um processo dos Juizados Especiais, a revelia e a contumácia são uns dos motivos de maior preocupação que rondam autor e réu, pois trazem graves consequências. A revelia ocorre quando a parte ré não com- parece à audiência e como consequência en- tende-se que este considera como verdadeiros todos os fatos alegados pelo autor: Por sua vez, a contumácia ocorre quando a parte autora não comparece a qualquer uma das audiências. Além de extinguir o feito, obrigando a distribuição de uma nova ação, salvo se justifi- cada por motivo de força maior, é uma das pou- cas situações que existirá condenação em custas processuais nos Juizados Especiais. A revelia ocorre quando a parte ré não comparece à audiência e como conse- quência entende-se que este considera como verdadeiros todos os fatos alega- dos pelo autor Muito embora exista essa consequência, em regra, a parte revel poderá contestar as questões de Direito, ou seja, aquelas que dizem respeito diretamente a questões le- gais; Mesmo ocorrendo a revelia, poderá o magistrado, de acordo com sua convicção, não julgar como verdadeiros os fatos apre- sentados. 27 9 A contestação 28 Ao contrário do procedimento comum pre- visto no CPC, no qual a contestação pode ser apresentada 15 dias após a audiência de concil- iação ou do protocolo do pedido de desinteresse em sua realização, nos Juizados Especiais a def- esa poderá ser apresentada até a audiência de Instrução e Julgamento (enunciado 10 do FO- NAJE). A contestação poderá ser escrita ou oral e não será admitida a reconvenção (quando o réu propõem uma ação contra o autor). Porém, o réu poderá formular pedido contraposto (so- mente um pedido em desfavor do autor com base nos mesmos fatos apresentados na inicial). Quanto a esse pedido, o autor poderá responder na própria audiência ou requerer prazo para tanto. Atenção quanto a essa norma: caso na audiência de conciliação o feito seja remetido para julgamento antecipado (quando não ocorrer instrução e julgamento), logica- mente, o momento para apresen- tar a contestação é na própria con- ciliação. 29 10 A audiência de conciliação 30 Considerando que a conciliação é um dos princípios dos Juizados Especiais, todo pro- cesso terá inicialmente esse tipo de audiência que é uma negociação a ser conduzida pelo próprio juiz ou então por conciliador sob sua orientação, o qual poderá atuar diretamente no litígio, inclusive, sugerindo soluções. Caso não seja possível alcançar um acordo, as partes poderão escolher que o feito seja jul- gado por um juiz ou um árbitro a ser escolhido por elas ou nomeado pelo próprio magistrado dentre os juízes leigos. 31 11 A audiência de instrução e julgamento 32 A audiência de instrução e julgamento poderá ocorrer em duas situações: quando ocorrer a opção pelo juízo arbitral, ou então, quando existirem provas a serem produzidas, especial- mente, orais. Independemente do caso, serão ouvidas as partes, colhidas as provas e em seguida pro- ferida a sentença. Quanto às provas, em regra, qualquer docu- mento apresentado pela parte contrária deverá ser contestado na própria audiência. No caso da prova oral, poderão ser arroladas no máxi- mo três testemunhas por cada parte. 33 12 A sentença 34 Nos Juizados Especiais é dispensado o relatório, ou seja, não é necessário conter os nomes das par- tes, a identificação do caso, resumo do pedido e da contestação e registro das principais ocorrên- cias no processo; Muito embora seja dispensado o relatório, os fundamentos e o dispositivo são indispensáveis, bem como deverá conter um breve resumo dos fatos ocorridos em audiência (se existirem); Após todo esse trâmite de distribuição de pro- cessos, audiências, contestações e impugnações, chegamos finalmente ao momento da sentença e mais uma vez possui algumas peculiaridades: Entretanto, a fundamentação da sentença, as- sim como do acórdão, poderá ser feita oralmente, desde que gravada por meio eletrônico ou digi- tal; 35 O valor da condenação simples (sem multas ou correção) não poderá ultrapassar o teto de 40 salários mínimos, salvo nas causas enumeradas no artigo 275, II do CPC/73 (p. 7); O juiz leigo poderá proferir proposta de sen- tença a qual será submetida ao juiz de Direito que irá homologá-la, proferir outra sentença ou requerer que sejam realizados novos atos pro- batórios; 36 13 Apelação ou recurso inonimado? 37 Nos moldes do CPC, quando existe alguma discordânciado que foi proferido em sentença, o recurso cabível é o de Apelação. Entretanto, não existe previsão desse recurso no âmbito dos Juizados Especiais. Contudo, para que a parte não seja prejudicada e possa recorrer das decisões que não concordar, a própria lei es- tipulou a possibilidade de Recurso Inominado em face da sentença proferida. A sua estrutura é bem similar à apelação, mas existem alguns pontos que são divergentes: O prazo para sua interposição é de apenas 10 dias úteis, contados da ciência da sentença. O prazo para contrarrazões também será de 10 dias úteis; Muito embora em primeira instância não existam custas, ao interpor um Recurso Inominado, a parte recorrente deverá com- provar o seu pagamento em até 48 horas após a sua interposição, salvo se estiver sob os benefícios da justiça gratuita. Ao contrário dos recursos do CPC, caso deixe de compro- var o preparo, o recorrente não será intimado 38 para efetuar o recolhimento em dobro, mas o mesmo será julgado deserto. Uma dica: mesmo que possa ser anexado no período de 48 horas, não vale a pena correr esse risco, então, melhor comprovar junta- mente com o recurso. Inclusive, se o recurso não for conhecido, a parte poderá ser condenada em custas e honorários advocatícios. O recurso não será julgado pelo Tribunal do Estado, mas sim por uma turma compos- ta por três juízes de Direito, reunidos na sede dos Juizados Especiais; Repetindo o que já foi dito, muito embora exista a possibilidade de ações sem advogado, para a interposição de recurso, é obrigatório a presença de um procurador; Normalmente, o recurso terá somente efeito devolutivo. O processo em primeiro 39 grau somente será suspenso se o juiz entender necessário para evitar dano irreparável; Do julgamento, constará apenas uma indi- cação e fundamentação sucintas, bem como a parte dispositiva; Mais uma peculiaridade: se o julgamento confirmar a sentença pelos próprios funda- mentos, a súmula do julgamento servirá de acórdão; Além disso, não cabe recurso adesivo nos Juizados Especiais. 40 14 Embargos de declaração 41 Os Embargos de Declaração são o único re- curso previsto no CPC cabível nos Juizado Especiais. Poderão ser interpostos em face de qualquer decisão para esclarecer obscuridade, eliminar contradição, suprir omissão ou corri- gir erro material. Algumas características dos Embargos de Declaração são: Poderão ser interpostos por escrito ou oral- mente no prazo de 5 dias; Interrompem o prazo para interposição de outros recursos, ou seja, uma vez que são apre- sentados, o prazo para futuros recursos será rei- niciado; Casos em que os Embargos de Declaração não poderão ser interpostos: • Quando tiverem como única finalidade o pre- questionamento para possível recurso extraor- dinário; • Se o acórdão enfrentar somente uma das questões trazidas pelos recorrentes e ela for suficiente para o julgamento, não caberá embargos de declaração para sanar omissão quanto às demais. 42 15 Existem agravos nos juizados especiais? 43 Os Embargos de Declaração são o único re- curso previsto no CPC cabível nos Juizado Especiais. Poderão ser interpostos em face de qualquer decisão para esclarecer obscuridade, eliminar contradição, suprir omissão ou corri- gir erro material. Algumas características dos Embargos de Declaração são: Segundo o FONAJE, é possível a inter- posição de agravo nas hipóteses dos artigos 544 e 557 do CPC de 1973, os quais foram recepcionados pelo CPC de 2015 nos artigos 1.042 e 1.021 respectivamente, quais sejam: • Caberá agravo contra decisão que não admitir o recurso extraordinário; • Também caberá contra decisão proferida mono- craticamente pelo relator da turma recursal. Uma curiosidade: a doutrina e juris- prudência de alguns estados criaram uma outra espécie de agravo cabível, aquele contra decisões que deferem ou indeferem as tutelas de urgência. Porém, antes de interpor esse recur- so, verifique se ele é possível em seu estado. 44 16 Recurso especial e extrordinário 45 Os recursos Especial e Extraordinário são a última instância possível para que a parte possa recorrer de decisões com as quais não concorda. Entretanto, no âmbito dos Juizados Especiais somente o recurso Extraordinário é cabível. Isso, porque, conforme dispõe a Constituição Federal, o primeiro somente será cabível con- tra decisões dos Tribunais Regionais ou dos Estados (artigo 105, III), enquanto o segundo é oponível contra decisões de causas em única ou última instância (art. 102,III). Então não existe nada a ser feito contra uma decisão que contrariar lei federal? Para esse problema, o próprio STJ apresentou uma solução: é possível nestes casos o ajuizamen- to de uma Reclamação (artigos 988 a 993 do CPC) perante ao Tribunal de Justiça do mes- mo estado, desde que a decisão contrarie juris- prudência do STJ já consolidada em: Incidente de assunção de competência; Incidente de resolução de demandas re- petitivas; 46 Julgamento de recurso especial repetitivo; Enunciados de súmulas do STJ; Precedentes do STJ. 47 17 Hipóteses de extinção do processo sem julgamento de mérito 48 No âmbito dos Juizados Especiais, um pro- cesso poderá ser extinto sem a resolução do mérito (sem decidir se a parte possui razão ou não) quando: O autor deixar de comparecer em qualquer audiência; A ação não se encaixar nos requisitos da lei 9.099/95; For reconhecida a incompetência territo- rial, ou seja, o processo foi distribuído na comarca errada; O autor ou réu não puderem ser partes nos Juizados Especiais (p.12); O autor falecer e nenhum sucessor for ha- bilitado no prazo de 30 dias; O réu falecer e não for promovida a ci- tação dos sucessores no prazo de 30 dias. 49 18 Execução nos juizados especiais 50 O processo de execução de títulos executi- vos extrajudiciais de até 40 salários mínimos e das sentenças proferidas nos Juizados Espe- ciais será feito no próprio juizado, desde que observe alguns pontos: As sentenças serão necessariamente líqui- das (devem possuir um valor definido); As conversões de índices, honorários, juros e outras parcelas serão feitas por servidor ju- dicial; O juiz poderá atribuir multa diária quan- do a sentença não for voluntariamente cum- prida. Caso a obrigação não seja feita, o ex- equente poderá requerer a transformação da condenação em perdas e danos ou majoração da multa; Na execução somente existirá custas quan- do: • For reconhecida a litigância de má-fé; • For improcedente os embargos do devedor; • For executada sentença que foi objetivo de re- curso improvido do devedor. 51 O executado poderá oferecer embargos à execução no prazo de 15 dias a contar da in- timação da penhora, sobre os seguintes tópi- cos: • Se o processo correu à revelia, poderá arguir a nulidade ou falta de citação; • Excesso de execução; • Erro de cálculo no valor da execução; • Causas impeditivas, modificativas ou extinti- vas da obrigação (pagamento, compensação, prescrição etc.). Nos Juizados Especiais é obrigatória a ga- rantia do juízo para apresentação de embar- gos à execução. 52 19 Honorários advocatícios 53 Como vimos, nos Juizados Especiais não existe previsão de honorários advocatícios em primeira instância, todavia, em segundo grau de jurisdição eles são possíveis em uma situ- ação. Nos termos do artigo 55 da lei 9.099/95, caso o recorrente seja vencido, nesse caso, de- verá arcar com as custas e honorários que serão fixados entre 10% a 20% do valor da conde- nação ou caso não haja condenação monetária, do valor corrigido da causa.54 20 Desistência da ação 55 Ao contrário do que se está acostumado nos processos cíveis comuns, nos Juizados Espe- ciais o autor pode desistir da ação independen- temente de anuência do réu (mesmo se já cita- do) ainda que durante a audiência de instrução e julgamento. Claro que em casos de má-fé ou lide temerária, isso não será possível. 56 21 Pontos diversos 57 Já vimos que o FONAJE é o órgão responsável por uniformizar os procedimentos e aprimorar a prestação de serviços dos Juizados Especiais. Por meio dos enunciados, busca solucionar casos controversos e atualizar algumas normas. Então, vamos ver alguns pontos que merecem destaque: Enunciado 13 Enunciado 118 Nos Juizados Especiais, os prazo serão con- tados da data da intimação e não da juntada do comprovante de intimação; Se o recurso for manifestamente inadmis- sível ou infundado, o recorrente será con- denado a pagar multa de 1% e indenizar o recorrente em até 20% do valor da causa. Se isso ocorrer, qualquer outro recurso ficará condicionado a depósito em juízo do respec- tivo valor; 58 Enunciado 120 Enunciado 157 Enunciado 163 Enunciado 165 A multa proveniente de descumprimento de antecipação de tutela poderá ser executa- da antes mesmo do trânsito em julgado da sentença; O autor poderá aditar a inicial até a au- diência de instrução e julgamento, sendo resguardado ao réu o direito de defesa; Nos Juizados Especiais, não é possível os procedimentos de tutela antecipada requeri- da em caráter antecedente nem a tutela cau- telar requerida em caráter antecedente; Alterado pela lei 13.787/18 - Os prazo pro- cessuais serão contados em dias úteis: • Se o processo for eletrônico, em regra, a in- 59 timação será considerada feita no dia que o intimado realizar a efetiva consulta eletrôni- ca de seu teor. Caso essa consulta não seja feita em até 10 dias corridos do envio da in- timação, será considerado automaticamente intimado no término desse prazo. 60 61 J U R I S C O R R E S P O N D E N T E . C O M . B R Conecte-se conosco! Dúvidas? Acesse a nossa Central de Ajuda
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