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1552481433O Guia completo do Juizado Especial Civel tudo que voce precisa saber sobre ele fin 1

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1
2
Neste Ebook
1. Qual a competência dos
Juizados Especiais? ........................................ 6
2. Qual o foro competente
para julgar um processo? ............................ 11
3. Quem pode ser parte? ............................ 15
4. Quem pode ser autor? ............................ 16
5. Quem pode ser representante
da pessoa jurídica? ...................................... 19
6. A presença do advogado é
obrigatória? ................................................ 21
7. Alguns pontos sobre citação ................. 23
8. As perigosas revelia e
contumácia ................................................ 25
9. A contestação ........................................ 27
10. A audiência de conciliação ................. 29
11. A audiêcia de instrução e
julgamento ................................................ 31
3
12. A sentença ..................................... 33
13. Apelação ou recurso
inonimado ........................................... 36
14. Embargos de declaração ................. 40
15. Existem agravos nos juizados
especiais? ............................................. 42
16. Recurso especial e
extraordinário ..................................... 44
17. Hipóteses de extinção do
processo sem julgamento de
mérito ................................................. 47
18. Execução nos juizados
especiais ............................................... 49
19. Honorários advocatícios ................. 52
20. Desistência da ação ........................ 54
21. Pontos diversos ............................... 56
4
Introdução
 Devido ao grande número de ações de 
menor complexidade, especialmente com a 
massificação das relações de consumo, é nos 
Juizados Especiais Cíveis onde se concentra 
um grande número de ações e, consequen-
temente, oportunidade de atuação para os 
advogados. 
 Inclusive, mesmo sendo dispensada a pre-
sença de um procurador em causas de até 20 
salários mínimos, os advogados são essenciais 
para a administração da justiça e, mesmo não 
sendo obrigatório a petição inicial feita por 
um advogado, com certeza será melhor do 
que uma mera atermação. Além disso, outra 
oportunidade de atuação é como prepostos 
das pessoas jurídicas, que na maioria das vezes 
são advogados.
 O rito dos Juizados Especiais é regulado pela 
lei 9.099/95 e por ser orientado pela orali-
dade, simplicidade, informalidade, economia 
processual e celeridade, muito da burocracia 
processual é deixada de lado para que se possa 
5
resolver casos mais simples de maneira efeti-
va. 
 Devido a esses fatores, possui algumas pe-
culiaridades que diferem das ações reguladas 
exclusivamente pelo CPC. Para você Advo-
gado 4.0 que busca sempre se atualizar e não 
ser pego de surpresa, vamos trazer os princi-
pais pontos relevantes dos Juizados Especiais.
6
Qual a competência 
dos Juizados
 Especiais?
1
7
 Os Juizados Especiais foram criados para 
serem responsáveis pela conciliação, processo, 
julgamento e execução de casos com menor 
complexidade, portanto, existe uma lista taxa-
tiva de casos que poderão ser apresentados aos 
Juizados Especiais: 
 Ações que o pedido não supere 40 salários 
mínimos na data do ajuizamento.
 Muito embora seja possível a renúncia do 
valor superior ao teto, nada impede que em uma 
conciliação seja acordado em montante acima 
do limite legal:
• Se o valor for superior ao teto, a parte poderá 
renunciar o direito de receber o excedente e 
limitar o valor da causa em 40 salários mínimos;
• Se a causa foi ajuizada dentro do teto legal, 
mas devido a astreintes (multas diárias por de-
scumprimento de decisão), juros e correção o 
valor da sentença for superior ao limite, a parte 
irá receber somente 40 salários mínimos? Em 
regra, as multas não estão limitadas ao teto máx-
imo, mas aconselha-se que o magistrado use a 
razoabilidade para fixá-las;
8
• Por fim, se a condenação superior ao teto 
máximo não for paga espontaneamente, a 
execução terá que ser distribuída em uma vara 
comum? Novamente, não para a pergunta. Nos 
termos do inciso I parágrafo §1º do artigo 3º, 
independentemente do valor da execução, se 
o processo de conhecimento foi julgado pelos 
Juizados Especiais, este será competente para sua 
execução. Inclusive, em diversas decisões o STJ 
tem o entendimento que o limite da causa será 
analisado somente no momento da distribuição 
da propositura da ação.
 As causas enumeradas no artigo 275, II do CPC 
de 1973, independentemente do valor, quais se-
jam:
• Arrendamento rural e de parceria agrícola;
• Cobrança ao condômino de quantias devidas 
ao condomínio;
• Ressarcimento por danos em prédio urbano ou 
rústico;
• Ressarcimento por danos causados em acidente 
de veículo de via terrestre;
• Cobrança de seguro, relativamente aos danos 
causados em acidente de veículo, ressalvados os 
9
casos de processo de execução;
• Cobrança de honorários de profissionais liberais, 
ressalvado o disposto em legislação especial;
Versem sobre revogação de doação;
• Apenas uma curiosidade, muito embora o CPC 
de 2015 não tenha replicado o artigo 275 do CPC 
de 1973, o artigo 1.063 diz que até edição de lei 
específica para os Juizados Especiais, continua 
valendo a regra do artigo 275 do código passado.
 Ação de despejo para uso próprio. Por uso 
próprio entende-se para fins residenciais do au-
tor ou outra destinação que este aproveite di-
retamente, como utilizar para ser a sede de sua 
 Ações possessórias sobre bens imóveis de valor 
não superior a 40 salários mínimos.
 Execuções de títulos extrajudiciais de até 40 
salários mínimos;
10
 Independentemente do valor da causa, não 
poderão ser ajuizadas ações de natureza alimentar, 
falimentar, fiscal, de interesse da Fazenda Públi-
ca, relativas a acidentes de trabalho, resíduos e ao 
estado e capacidade das pessoas, por se tratarem 
de causas de maior complexidade.
11
2
Qual o foro
 competente para 
julgar um
 processo?
12
 Saber em qual comarca ajuizar uma ação é 
um dos primeiros pontos que os advogados 
devem estar atentos. A escolha errada de um 
foro pode acarretar na extinção ou remessa do 
feito para a comarca competente. Indepen-
dentemente do que ocorrer, com certeza será 
perdido um tempo precioso para seus clientes. 
A lei 9.099, prevê as regras básicas para a dis-
tribuição de uma ação nos Juizados Especiais, 
portanto, será competente:
 O domicílio do réu ou o local que este exerça 
sua atividade profissional/econômica ou, ainda, 
o local no qual mantenha estabelecimento, filial, 
agência, sucursal ou escritório; 
 Se existir uma obrigação a ser satisfeita, a ação 
deverá ser distribuída no lugar estipulado para 
seu cumprimento;
 Tratando de ação de reparação por danos (mor-
al ou material), poderá ser no domicílio do autor 
ou no local em que ocorreu o dano;
13
 No caso de relações de consumo, o foro poderá 
ser o do domicílio do autor;
 Por fim, em qualquer hipótese, o autor poderá 
renunciar ao foro específico e ajuizar a ação 
descritas no primeiro ponto.
14
3
Quem pode
ser parte?
15
 Considerando todos os princípios previstos 
para os Juizados Especiais, o legislador limitou 
o rol de pessoas que podem figurar como par-
tes (autor ou ré). Assim, somente poderão ser 
ajuizadas ações que não tenham como parte:
 Isto porque todos estes casos envolvem 
questões mais complexas ou precisariam de 
representação.
 O Incapaz. Por incapaz entende-se:
• O menor de 18 anos;
• Os ébrios habituais (alcoólatras) e dependentes 
químicos;
• Os pródigos; 
• Aquele que não puder exprimir sua vontade por 
algum motivo (coma, amnésia etc.)
 O preso;
 As pessoas jurídicas de direito público e em-
presas públicas da União;
 Amassa falida;
 O insolvente civil.
16
4
Quem pode
ser autor?
17
 Além das restrições quanto a quem pode ser 
parte perante os Juizados Especiais, existe uma 
lista mais restrita quanto quem pode propor 
uma ação:
 Pessoas físicas capazes;
• Caso a pessoa física tenha recebido de uma pes-
soa jurídica uma cessão de direito, essa ação não 
poderá ajuizar a mesma nos Juizados Especiais;
 Os microempreendedores individuais, as 
microempresas e empresas de pequeno porte:
• Os microempreendedores individuais são aque-
les que têm faturamento anual de até 81 mil reais 
por ano;
• Por sua vez, as microempresas são aquelas que 
tenham uma receita bruta anual de até 360 mil 
reais;
• Por fim, as empresas de pequeno porte pos-
suem faturamento anual de até 4 milhões e 800 
mil reais.
18
 As Organizações da Sociedade Civil de In-
teresse Público:
• São aquelas entidades privadas sem fins lucra-
tivos que atuam em áreas de interesse social. As 
ONGs são um ótimo exemplo de OSCIP; Por sua 
vez, as microempresas são aquelas que tenham 
uma receita bruta anual de até 360 mil reais.
 As sociedades de crédito ao microem-
preendedor (instituições criadas para ampliar 
o acesso de crédito).
19
5
Quem pode ser
representante
da pessoa jurídica?
20
Existem duas situações possíveis nesse caso:
 Importante lembrar que o advogado não 
poderá figurar também como preposto de uma 
empresa no mesmo processo. 
Sendo a Pessoa Jurídica
a parte autora,
Sendo a Pessoa Jurídica
a parte ré,
 deverá ser representada pelo empresário
 individual ou sócio dirigente.
 será possível ser representada por preposto 
autorizado por carta de preposição, mesmo 
que não tenha qualquer vínculo
 empregatício.
21
6
A presença do
advogado é
obrigatória?
22
 O advogado é indispensável para a 
administração da justiça, entretanto, devido 
toda a simplificação dos Juizados Especiais, 
é permitido que as partes compareçam sem 
procurador em ações de até 20 salários míni-
mos. Logicamente, em causas superiores a esse 
valor, a sua presença é obrigatória.
 Muito embora exista essa dispensa, indepen-
dentemente do valor da causa, nos recursos, 
será obrigatória a presença do advogado. Além 
disso, o mandato do advogado poderá ser ver-
bal, salvo para poderes especiais, então, caso 
não seja possível juntar procuração, na própria 
audiência, a parte poderá nomear oralmente 
seu procurador. 
23
7
Alguns pontos
sobre a citação
24
 Após a distribuição do feito, a relação pro-
cessual somente estará completa com a citação 
da parte ré. Em regra, serão observados os mes-
mos pressupostos estipulados pelo CPC, en-
tretanto, existem alguns pontos que devem ser 
destacados:
 Não será feita citação por edital;
 Na citação constará data e hora da audiência 
de conciliação, cópia da inicial e advertência so-
bre a revelia;
 O último ponto é comum aos demais proces-
sos, mas vale a pena ressaltar. Se a parte ré residir 
em prédio ou condomínio fechado, a entrega do 
mandado de citação a funcionário da portaria será 
considerada válida.
25
8
As perigosas 
revelia e 
contumácia
26
 Em um processo dos Juizados Especiais, a 
revelia e a contumácia são uns dos motivos de 
maior preocupação que rondam autor e réu, 
pois trazem graves consequências.
 A revelia ocorre quando a parte ré não com-
parece à audiência e como consequência en-
tende-se que este considera como verdadeiros 
todos os fatos alegados pelo autor:
 Por sua vez, a contumácia ocorre quando a 
parte autora não comparece a qualquer uma das 
audiências. Além de extinguir o feito, obrigando 
a distribuição de uma nova ação, salvo se justifi-
cada por motivo de força maior, é uma das pou-
cas situações que existirá condenação em custas 
processuais nos Juizados Especiais.
A revelia ocorre quando a parte ré não 
comparece à audiência e como conse-
quência entende-se que este considera 
como verdadeiros todos os fatos alega-
dos pelo autor
Muito embora exista essa consequência, 
em regra, a parte revel poderá contestar as 
questões de Direito, ou seja, aquelas que 
dizem respeito diretamente a questões le-
gais;
Mesmo ocorrendo a revelia, poderá o 
magistrado, de acordo com sua convicção, 
não julgar como verdadeiros os fatos apre-
sentados.
27
9
A contestação
28
 Ao contrário do procedimento comum pre-
visto no CPC, no qual a contestação pode ser 
apresentada 15 dias após a audiência de concil-
iação ou do protocolo do pedido de desinteresse 
em sua realização, nos Juizados Especiais a def-
esa poderá ser apresentada até a audiência de 
Instrução e Julgamento (enunciado 10 do FO-
NAJE). 
 A contestação poderá ser escrita ou oral e 
não será admitida a reconvenção (quando o réu 
propõem uma ação contra o autor). Porém, o 
réu poderá formular pedido contraposto (so-
mente um pedido em desfavor do autor com 
base nos mesmos fatos apresentados na inicial). 
Quanto a esse pedido, o autor poderá responder 
na própria audiência ou requerer prazo para 
tanto.
Atenção quanto a essa norma: caso 
na audiência de conciliação o feito 
seja remetido para julgamento 
antecipado (quando não ocorrer 
instrução e julgamento), logica-
mente, o momento para apresen-
tar a contestação é na própria con-
ciliação.
29
10
A audiência de
conciliação
30
 Considerando que a conciliação é um dos 
princípios dos Juizados Especiais, todo pro-
cesso terá inicialmente esse tipo de audiência 
que é uma negociação a ser conduzida pelo 
próprio juiz ou então por conciliador sob sua 
orientação, o qual poderá atuar diretamente no 
litígio, inclusive, sugerindo soluções. 
 Caso não seja possível alcançar um acordo, 
as partes poderão escolher que o feito seja jul-
gado por um juiz ou um árbitro a ser escolhido 
por elas ou nomeado pelo próprio magistrado 
dentre os juízes leigos. 
31
11
A audiência de
instrução e
 julgamento
32
 A audiência de instrução e julgamento poderá 
ocorrer em duas situações: quando ocorrer a 
opção pelo juízo arbitral, ou então, quando 
existirem provas a serem produzidas, especial-
mente, orais. 
 Independemente do caso, serão ouvidas as 
partes, colhidas as provas e em seguida pro-
ferida a sentença. 
 Quanto às provas, em regra, qualquer docu-
mento apresentado pela parte contrária deverá 
ser contestado na própria audiência. No caso 
da prova oral, poderão ser arroladas no máxi-
mo três testemunhas por cada parte. 
33
12
A sentença
34
 Nos Juizados Especiais é dispensado o relatório, 
ou seja, não é necessário conter os nomes das par-
tes, a identificação do caso, resumo do pedido e 
da contestação e registro das principais ocorrên-
cias no processo;
 Muito embora seja dispensado o relatório, os 
fundamentos e o dispositivo são indispensáveis, 
bem como deverá conter um breve resumo dos 
fatos ocorridos em audiência (se existirem);
 Após todo esse trâmite de distribuição de pro-
cessos, audiências, contestações e impugnações, 
chegamos finalmente ao momento da sentença 
e mais uma vez possui algumas peculiaridades:
 Entretanto, a fundamentação da sentença, as-
sim como do acórdão, poderá ser feita oralmente, 
desde que gravada por meio eletrônico ou digi-
tal;
35
 O valor da condenação simples (sem multas 
ou correção) não poderá ultrapassar o teto de 40 
salários mínimos, salvo nas causas enumeradas no 
artigo 275, II do CPC/73 (p. 7);
 O juiz leigo poderá proferir proposta de sen-
tença a qual será submetida ao juiz de Direito 
que irá homologá-la, proferir outra sentença ou 
requerer que sejam realizados novos atos pro-
batórios;
36
13
Apelação ou
recurso inonimado?
37
 Nos moldes do CPC, quando existe alguma 
discordânciado que foi proferido em sentença, 
o recurso cabível é o de Apelação. Entretanto, 
não existe previsão desse recurso no âmbito 
dos Juizados Especiais. Contudo, para que a 
parte não seja prejudicada e possa recorrer das 
decisões que não concordar, a própria lei es-
tipulou a possibilidade de Recurso Inominado 
em face da sentença proferida.
 A sua estrutura é bem similar à apelação, mas 
existem alguns pontos que são divergentes:
 O prazo para sua interposição é de apenas 
10 dias úteis, contados da ciência da sentença. 
O prazo para contrarrazões também será de 
10 dias úteis;
 Muito embora em primeira instância 
não existam custas, ao interpor um Recurso 
Inominado, a parte recorrente deverá com-
provar o seu pagamento em até 48 horas 
após a sua interposição, salvo se estiver sob os 
benefícios da justiça gratuita. Ao contrário 
dos recursos do CPC, caso deixe de compro-
var o preparo, o recorrente não será intimado 
38
para efetuar o recolhimento em dobro, mas o 
mesmo será julgado deserto.
Uma dica: mesmo que possa ser anexado no 
período de 48 horas, não vale a pena correr 
esse risco, então, melhor comprovar junta-
mente com o recurso.
 Inclusive, se o recurso não for conhecido, 
a parte poderá ser condenada em custas e 
honorários advocatícios. 
 O recurso não será julgado pelo Tribunal 
do Estado, mas sim por uma turma compos-
ta por três juízes de Direito, reunidos na sede 
dos Juizados Especiais;
 Repetindo o que já foi dito, muito embora 
exista a possibilidade de ações sem advogado, 
para a interposição de recurso, é obrigatório 
a presença de um procurador;
 Normalmente, o recurso terá somente 
efeito devolutivo. O processo em primeiro 
39
grau somente será suspenso se o juiz entender 
necessário para evitar dano irreparável;
 Do julgamento, constará apenas uma indi-
cação e fundamentação sucintas, bem como 
a parte dispositiva;
 Mais uma peculiaridade: se o julgamento 
confirmar a sentença pelos próprios funda-
mentos, a súmula do julgamento servirá de 
acórdão;
 Além disso, não cabe recurso adesivo nos 
Juizados Especiais.
40
14
Embargos de
declaração
41
 Os Embargos de Declaração são o único re-
curso previsto no CPC cabível nos Juizado 
Especiais. Poderão ser interpostos em face de 
qualquer decisão para esclarecer obscuridade, 
eliminar contradição, suprir omissão ou corri-
gir erro material. Algumas características dos 
Embargos de Declaração são:
 Poderão ser interpostos por escrito ou oral-
mente no prazo de 5 dias;
 Interrompem o prazo para interposição de 
outros recursos, ou seja, uma vez que são apre-
sentados, o prazo para futuros recursos será rei-
niciado;
 Casos em que os Embargos de Declaração não 
poderão ser interpostos:
• Quando tiverem como única finalidade o pre-
questionamento para possível recurso extraor-
dinário;
• Se o acórdão enfrentar somente uma das questões 
trazidas pelos recorrentes e ela for suficiente para 
o julgamento, não caberá embargos de declaração 
para sanar omissão quanto às demais.
42
15
Existem agravos
nos juizados
 especiais?
43
 Os Embargos de Declaração são o único re-
curso previsto no CPC cabível nos Juizado 
Especiais. Poderão ser interpostos em face de 
qualquer decisão para esclarecer obscuridade, 
eliminar contradição, suprir omissão ou corri-
gir erro material. Algumas características dos 
Embargos de Declaração são:
 Segundo o FONAJE, é possível a inter-
posição de agravo nas hipóteses dos artigos 
544 e 557 do CPC de 1973, os quais foram 
recepcionados pelo CPC de 2015 nos artigos 
1.042 e 1.021 respectivamente, quais sejam:
• Caberá agravo contra decisão que não admitir 
o recurso extraordinário;
• Também caberá contra decisão proferida mono-
craticamente pelo relator da turma recursal.
Uma curiosidade: a doutrina e juris-
prudência de alguns estados criaram 
uma outra espécie de agravo cabível, 
aquele contra decisões que deferem 
ou indeferem as tutelas de urgência. 
Porém, antes de interpor esse recur-
so, verifique se ele é possível em seu 
estado.
44
16
Recurso especial
e extrordinário
45
 Os recursos Especial e Extraordinário são a 
última instância possível para que a parte possa 
recorrer de decisões com as quais não concorda. 
Entretanto, no âmbito dos Juizados Especiais 
somente o recurso Extraordinário é cabível. 
Isso, porque, conforme dispõe a Constituição 
Federal, o primeiro somente será cabível con-
tra decisões dos Tribunais Regionais ou dos 
Estados (artigo 105, III), enquanto o segundo 
é oponível contra decisões de causas em única 
ou última instância (art. 102,III).
 Então não existe nada a ser feito contra 
uma decisão que contrariar lei federal? Para 
esse problema, o próprio STJ apresentou uma 
solução: é possível nestes casos o ajuizamen-
to de uma Reclamação (artigos 988 a 993 do 
CPC) perante ao Tribunal de Justiça do mes-
mo estado, desde que a decisão contrarie juris-
prudência do STJ já consolidada em:
 Incidente de assunção de competência;
 Incidente de resolução de demandas re-
petitivas;
46
 Julgamento de recurso especial repetitivo;
 Enunciados de súmulas do STJ;
 Precedentes do STJ.
47
17
Hipóteses de
extinção do
 processo sem
 julgamento de 
mérito
48
 No âmbito dos Juizados Especiais, um pro-
cesso poderá ser extinto sem a resolução do 
mérito (sem decidir se a parte possui razão ou 
não) quando:
 O autor deixar de comparecer em qualquer 
audiência;
 A ação não se encaixar nos requisitos da 
lei 9.099/95;
 For reconhecida a incompetência territo-
rial, ou seja, o processo foi distribuído na 
comarca errada;
 O autor ou réu não puderem ser partes nos 
Juizados Especiais (p.12);
 O autor falecer e nenhum sucessor for ha-
bilitado no prazo de 30 dias;
 O réu falecer e não for promovida a ci-
tação dos sucessores no prazo de 30 dias.
49
18
Execução nos
juizados especiais
50
 O processo de execução de títulos executi-
vos extrajudiciais de até 40 salários mínimos 
e das sentenças proferidas nos Juizados Espe-
ciais será feito no próprio juizado, desde que 
observe alguns pontos:
 As sentenças serão necessariamente líqui-
das (devem possuir um valor definido);
 As conversões de índices, honorários, juros 
e outras parcelas serão feitas por servidor ju-
dicial;
 O juiz poderá atribuir multa diária quan-
do a sentença não for voluntariamente cum-
prida. Caso a obrigação não seja feita, o ex-
equente poderá requerer a transformação da 
condenação em perdas e danos ou majoração 
da multa;
 Na execução somente existirá custas quan-
do:
• For reconhecida a litigância de má-fé;
• For improcedente os embargos do devedor; 
• For executada sentença que foi objetivo de re-
curso improvido do devedor.
51
 O executado poderá oferecer embargos à 
execução no prazo de 15 dias a contar da in-
timação da penhora, sobre os seguintes tópi-
cos:
• Se o processo correu à revelia, poderá arguir a 
nulidade ou falta de citação;
• Excesso de execução;
• Erro de cálculo no valor da execução;
• Causas impeditivas, modificativas ou extinti-
vas da obrigação (pagamento, compensação, 
prescrição etc.).
 Nos Juizados Especiais é obrigatória a ga-
rantia do juízo para apresentação de embar-
gos à execução.
52
19
Honorários
advocatícios
53
 Como vimos, nos Juizados Especiais não 
existe previsão de honorários advocatícios em 
primeira instância, todavia, em segundo grau 
de jurisdição eles são possíveis em uma situ-
ação. Nos termos do artigo 55 da lei 9.099/95, 
caso o recorrente seja vencido, nesse caso, de-
verá arcar com as custas e honorários que serão 
fixados entre 10% a 20% do valor da conde-
nação ou caso não haja condenação monetária, 
do valor corrigido da causa.54
20
Desistência da
ação
55
 Ao contrário do que se está acostumado nos 
processos cíveis comuns, nos Juizados Espe-
ciais o autor pode desistir da ação independen-
temente de anuência do réu (mesmo se já cita-
do) ainda que durante a audiência de instrução 
e julgamento. Claro que em casos de má-fé ou 
lide temerária, isso não será possível.
56
21
Pontos diversos
57
 Já vimos que o FONAJE é o órgão responsável 
por uniformizar os procedimentos e aprimorar 
a prestação de serviços dos Juizados Especiais. 
Por meio dos enunciados, busca solucionar 
casos controversos e atualizar algumas normas. 
Então, vamos ver alguns pontos que merecem 
destaque:
Enunciado 13
Enunciado 118
 Nos Juizados Especiais, os prazo serão con-
tados da data da intimação e não da juntada 
do comprovante de intimação;
 Se o recurso for manifestamente inadmis-
sível ou infundado, o recorrente será con-
denado a pagar multa de 1% e indenizar o 
recorrente em até 20% do valor da causa. Se 
isso ocorrer, qualquer outro recurso ficará 
condicionado a depósito em juízo do respec-
tivo valor;
58
Enunciado 120
Enunciado 157
Enunciado 163
Enunciado 165
 A multa proveniente de descumprimento 
de antecipação de tutela poderá ser executa-
da antes mesmo do trânsito em julgado da 
sentença;
 O autor poderá aditar a inicial até a au-
diência de instrução e julgamento, sendo 
resguardado ao réu o direito de defesa;
 Nos Juizados Especiais, não é possível os 
procedimentos de tutela antecipada requeri-
da em caráter antecedente nem a tutela cau-
telar requerida em caráter antecedente;
 Alterado pela lei 13.787/18 - Os prazo pro-
cessuais serão contados em dias úteis:
• Se o processo for eletrônico, em regra, a in-
59
timação será considerada feita no dia que o 
intimado realizar a efetiva consulta eletrôni-
ca de seu teor. Caso essa consulta não seja 
feita em até 10 dias corridos do envio da in-
timação, será considerado automaticamente 
intimado no término desse prazo.
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J U R I S C O R R E S P O N D E N T E . C O M . B R
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