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Aula 3 - Bioquímica Farmacêutica (revisão Glicólise, Gliconeogênese e Ciclo de Krebs)

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13 de Abril de 2015
Bioquímica Farmacêutica
Via Glicolítica x Via Gliconeogênica
Enzimas reguladas na via glicolítica: Hexocinase, Fosfofrutocinase 1 e Piruvatocinase. São reguladas pois catalisam reações irreversíveis, ou seja, possuem um ΔG° muito negativo.
Glicólise
 Via reversa da glicólise é a gliconeogênese (nova progução de glicose). As reações reversíveis, ou seja, ocorrem muito próximas ao equilíbrio, são reguladas pela concentração relativa de reagentes e produtos. Então, num momento de consumo de glicose, temos as reações reversíveis funcionando no sentido de cima para baixo. Isso acontece pois as enzimas reguladas vão estar ativas, fazendo com que a via desça, e com isso, vai drenando os produtos das reações.Ora, se temos uma reação:
GliconeogênseE diminuo o B, a reação é deslocada no sentido de B. Tem a reação reversível, se diminuir o produto, a reação desloca no sentido de formar mais produto. E aí vai drenando e utilizando o que foi produzido. Por isso a via é forçada para baixo. Então, se houver um amento da [ ] de B, a reação desloca do sentido de A. 
	No momento pós-prandial é preciso consumir glicose (via glicolítica). A glicemia aumenta no plasma, entra na célula β-pancreática, libera insulina e começam os movimentos para utilização da glicose.
	No jejum é preciso produzir glicose, pois não há mais combustível nenhum. Preciso usar alguma coisa que vire glicose (glicogênio, ácido graxo, aminoácido etc.). 
	As reações reversíveis vão acontecer mediante concentração relativa de reagentes e produtos. Entretanto, as três reações que são irreversíveis vão ter que ser substituídas por novas enzimas reguláveis. No lugar da Hexocinase, estará a Glicose – 6 – Fosfatase. No lugar da PFK1, estará a Frutose – 1,6 – Bifosfatase. 
A Piruvato Cinase (PK) tem uma peculiaridade, pois o seu ΔG° é muito negativo. Por isso, para poder reverter está reação tão negativa, são necessárias duas enzimas a Piruvato Carboxilase (PC), que transforma o piruvato em Oxaloacetato e a Fosfenol Piruvato Carboxi Cinase (PEPCK), que transforma o Oxaloacetato em Fosfenol Piruvato (PEP).
A disponibilidade de piruvato faz com que essa via suba, pois ativando estas duas enzimas, chega até o PEP. Quando chega no PEP cai naquela situação de . Aumentando o PEP, ele vira 2 Fosfoglicerato (2-PG), aumentando o 2-PG, ele vira 3 Fosfoglicerato (3-PG), aumentando o 3-PG, ele vira 1,3-BPG, aumentado gliceraldeído 3-P (isômero da cetona), junta os dois que são acúcares de 3 carbonos e forma frutose-1,6-bifosfato que tem 6. Aí tem a frutose-1,6-bifosfatase que retira 1 fosfato desse composto, transformando-o em frutose-6-fosfato. 
Aumentando F-6-P, desloca para a glicose-6-fosfato, que passa pela glicose-6-fosfatase e vira glicose. É isso?? Não!! O único órgão que consegue fazer isso é o fígado. Só ele expressa a última enzima da via: Glicose-6-Fosfatase. Só o fígado é capaz de regular a nossa glicemia. Alguns outros tecidos são capazes de fazer gliconeogênese, mas pra eles próprios utilizarem (ex. músculo esquelético), não são capazes de exportar glicose.
O que garante que as duas vias não aconteçam ao mesmo tempo é: o nível de glicemia, regulação hormonal das enzimas. Algumas etapas são compartilhadas, mas tem aquelas 3 etapas que são específicas de cada via. Se tiver hexocinase, PFK1 e piruvato cinase a via é glicolítica que está ativa quando se está em uma alta energética. Quando passar para um estado metabólico de jejum, baixa energética, estarão ligadas a piruvato carboxilase, PEPCK, frutose-6-BPase e Glicose-6-fosfatase. Isso permite que o organismo não faça as duas ao mesmo tempo. A célula nunca fará ciclo fútil, graças à regulação das enzimas.
Outra coisa que separa as duas vias é a compartimentalização. A via glicolítica é totalmente citoplasmática, a via gliconeogênica não. As duas primeiras enzimas da via gliconeogênica são mitocondriais. Então, a primeira coisa a se fazer para ocorrer a gliconeogênese é pegar o piruvato e lançar ele para a mitocôndria. Na mitocôndria, ele vira oxaloacetato e depois, PEP pelo sistema de lançadeiras.
As lançadeiras são proteínas que ficam na membrana interna mitocondrial pois a externa é porosa e por ela passam várias coisas. O que seleciona o que entra na mitocôndria é a membrana interna, que é totalmente selada e possui transportadores específicos, inclusive as lançadeiras que são capazes de trocar substratos e com isso, elétrons, oxidando uns e reduzindo outros. Com isso elas conseguem pegar coisas que estavam dentro da mitocôndria e jogar pro citoplasma e vice-versa.
A PFK2 Frutose-2,6- Bifosfatase é conservada nas duas vias e é uma enzima bifuncional. Ela é discutida à parte por que ela vai usar a frutose-6-P para fazer frutose-2,6-Bifosfato e ela mesma é capaz de fazer a reação inversa. O que determina qual a função da enzima estará ativa (cinase ou fosfatase) é a regulação por fosforilação. Além disso tem a questão das isoformas M (músculo) e L (fígado). A diferença entre as duas é que a isoforma M quando fosforilada ativa a cinase e a isoforma L quando fosforilada ativa a fosfatase.
Ciclo de Kori: o fígado produz glicose, joga para o músculo que faz lactato, pega o lactato e joga no plasma e o lactato vai pro fígado.
Destinos do Piruvato
Piruvato é ponto de encontro de várias vias metabólicas. São 3 principais, mas nos seres humanos são só duas: fermentação lática e respiração celular. As leveduras possuem além dessas duas a fermentação alcoólica. 
A diferença entre a fermentação lática e a respiração celular é que uma precisa de oxigênio (respiração) e a outra não (fermentação). O objetivo da fermentação é::
Quando uma célula está respirando, tem oxigênio como aceptor(?) final da cadeia de elétrons os NADs reduzidos produzidos durante a glicólise no citoplasma, vão para o sistema de lançadeiras junto com o oxaloacetato, malato para a mitocôndria e começa aquela sequencia: oxida o NAD ... (vai explicar depois) até formar o gradiente de prótons que faz a síntese de ATP.
Na fermentação, ausência de oxigênio, é como se a mitocôndria estivesse desligada, ela está “tampada”, não entra nada nela. Então os NADs reduzidos da via glicolítica tem que ser reoxidados, pois uma célula em fermentação, em hipóxia, a única forma de obter ATP é pela via glicolítica (produz 4 ATP, mas utilizou 2 então o saldo são 2 ATPs). Então, uma célula em hipóxia, ausência de oxigênio, produz 2 ATPs por molécula de glicose. Já uma célula respirando normalmente produz 36 ATPs. Quantas glicoses a mais, uma célula que produz 2 ATPs vai ter que consumir para produzir os 36? A célula em hipóxia consome 18 vezes mais glicose do que a célula respirando.
OU SEJA, a única coisa que a fermentação serve é para pegar os NADs reduzidos da via glicolítica e reoxidá-los para NAD oxidado. 
Então existe uma enzima que converte lactato a piruvato e vice-versa (enzima reversível), chamada de lactato desidrogenase. Essa enzima também é regulada por isoformas: a isoforma L tem maior afinidade por lactato e a isoforma M tem maior afinidade por piruvato. Então, no fígado a lactato desidrogenase funciona transformando lactato em piruvato e no músculo o contrário.
Alta energética = alto ATP e alto poder redutor (muitos NADH).
Baixa energética = baixo ATP e alto poder oxidativo (muitos NAD+)
Por isso a isoforma L tem mais preferência de transformar lactato em piruvato, pois com isso ela transforma NAD+ em NADH. Enquanto a isoforma L transforma piruvato em lactato reoxidando o NADH. 
Essa regulação em isoformas permite a existência do ciclo de Kori, pois o músculo começa a se exercitar (oxigênio e glicose normais) e começa a queimar glicose (via glicolítica normal). Quando o oxigênio acaba e a pessoa continua a malar, continua submetendo o múculo à força. Daí ele começa a fermentar e consegue ATP, porém produz lactato. Ainda assim, continua o exercício, mesmo cheio de lactato (e dor haha) e pra piorar não comeu nada antes, então o músculo cospe o lactato todo no plasma, acidificando-o ecausando dor de cabeça e câimbra. AINDA NÃO PARA o exercício e o lactato chega no fígado e encontra a isoforma que gosta dele, que transforma esse lactato em piruvato. O piruvato faz oxalo, PEPCK.... glicose e o fígado cospe a glicose pro plasma e depois ela circula, o músculo capta aquela glicose. Faz tuuuudo de novo e de novo e de novo... Quem descobriu esse ciclo foi o fulano... Kori. Que permite o exercício físico por mais tempo que o necessário.
Creatina Fosfokinase: Sistema de regeneração rápida de ATP muscular. 
fosfocreatina + ADP = Creatina + ATP Para o músculo contrair (ativa a miosina e actina para fazer a contração). Quando a miosina contrai ela hidrolisa (quebra) um ATP e produz um ADP então a creatina vira fosfocreatina. Sistema de armazenamento de ATP intramuscular. Regeneração imediata. Mas quando ultrapassa o limite do músculo começa a ter fadiga muscular. Para melhorar esse sistema fosfocreatina basta fazer o “indurance”, que é o treinamento de resistência (corrida, treinamento de halterofilismo...). Vai aumentando a carga do exercício ou a duração dele, para acelerar a performance do sistema fosfocreatina.
Suplemento de creatina ou carnitina: a creatina é um aminoácido (não clássico, modificado) então, se tomar por via oral ela vai virar uréia. O mesmo acontece com a carnitina. Essas moléculas precisam ser sintetizadas, pois quando isso é feito elas vem com um “signal peptide” (peptídeo sinal) que diz para a molécula ir para a membrana. Se tomar por via oral, isso não ocorre.
O ideal é que toda pessoa, antes de tomar creatina, faça uma dosagem de sua própria creatina. Um estudo conseguiu mostrar que se a sua creatina basal for baixa o suplemento faz efeito e melhora a performance muscular. Mas se a sua creatina for normal ou alta, só vai causar uma glomerulonefrite, ou seja, infecção renal aguda, que pode levar a falha renal. É mais tranqüilo do que a carnitina. A carnitina não tem essa diferença. Ela não tem efeito nenhum, independente dos níveis basais.
Não adianta tomas aquele monte de aminoácido de manhã e ir malhar à noite. Ele é absorvido e fica guardado como proteína. Quando passar por um momento de estresse, a adrenalina aumenta e aumenta com ela a expressão do hormônio corticóide e não vai ter mais aminoácido.
A creatinakinase isoforma B é usada para verificar infarto do miocárdio, pois ela é específica do músculo cardíaco e é uma enzima puramente muscular. Então, se você dosa no plasma e encontra a CKNB é um indício de que há uma lesão. Isso só é observado horas depois de acontecer o infarto.
Todo antioxidante é um oxidante. Quem tem o potencial de oxirredução mais positivo recebe de quem é mais negativo. Vitaminas A, E e C são antioxidantes. Você utiliza a A como A.O., mas se começar a tomar em altas doses tem que tomar a E, que é o A.O. da A. Se a E estiver em alta [ ], precisa da K pra ser A.O. dela. Em última análise se forma ascorbato, que é a vitamina C. Porém, o ascorbato em alta [ ] vira ascorbil(?) que é o radical livre mais potente que existe, ganha de todos os outros.
Voltando para a fermentação: Se fermentar produz lactato, se for no fígado o lactato vai virar piruvato. Na presença de oxigênio o piruvato vai ter que ir para a mitocôndria, sendo transformado em Acetil Coenzima A. Enzima responsável por essa transformação é uma enzima da membrana mitocondrial interna. Essa enzima começa no citoplasma e possui 14 subunidades, isso por que essa transformação é muito complicada, envolve oxidação, desnaturação, carboxilação, até conseguir perder um carbono e virar AcetilCoA.
A piruvato desidrogenase é uma enzima regulada por outras duas enzimas: a piruvato desidrogenase cinase e a piruvato desidrogenase fosfatase, onde a piruvato desidrogenase fosfatase é a forma ativa e a piruvato desidrogenase cinase inativa a piruvato desidrogenase. Ou seja, a forma ativa da piruvato D é a sem fosfato, a fosfatase ativa e a cinase inibe.
Piruvato desidrogenase converte piruvato em acetilcoa. Ela é regulada por fosforilação. Outras duas enzimas que atual sobre ela. Se tiver a cinase ativa, ela inibe a piruvato desidrogenase por fosforilação. Se tiver a fosfatase ativa, ela defosforila a piruvato desidrogenase ativando a enzima e produz acetilcoa.
Se tem oxigênio na mitocôndria e tem acetilcoa vai entrar no ciclo de Krebs.
Ciclo de Krebs
Única função é produção de poder redutor para ativar a cadeia de transporte de elétrons. Acontece na matriz mitocondrial, onde chegou a acetilcoa e o complexo de transporte de elétrons acontece nas cristas mitocondriais.
O CK produz 3 moléculas de NAD+ e uma de FAD. Nós temos a impressão de que o CK e cadeia respiratória são coisas isoladas, mas não são. Existe uma enzima, chamada de brinco da respiração, que é o complexo 2. É uma enzima que pertence tanto ao CK quanto à cadeia de elétrons. É ela que liga os dois.
Regulação o Ciclo de Krebs: Poder oxidado e ADP ativam o ciclo (em verde). O ciclo ocorre em alta energética, queimando glicose e produzindo ATP. Se vai produzir ATP precisa de ADP como substrato. Então, as três enzimas produtoras de NAD+ e a produtora de FAD são as enzimas reguladas pela disponibilidade das coenzimas oxidadas.
Na matriz são produzido FAD e NAD+ reduzidos. Agora, no complexo 1 eu oxidoo NAD+ de volta para NADH. Isso libera H+ (elétrons). O H+ é transportado para o espaço intermembranar mitocondrial, os elétrons são entegues para uma molécula que está na membrana mitocondrial, chamada de ubiquinona. A ubiquinona, ao receber um elétron, vira semiquinona(?) que tem 1 elétron apenas, até chegar na quinona totalmente reduzida com 2 elétrons. Isso entrega, lá no complexo 3, para uma outra proteína chamada de Citocromo C, quando isso ocorre ela volta a ser ubiquinona, totalmente oxidada. Essa é a maior usina de produção de radicais livres da célula. Qualquer demora nesse processo de transferência de elétrons, este radical semiquinona, é extremamente permeável a membrana mitocondrial. E aí ele vaza da mitocôndria, vai para o citoplasma e destrói completamente a célula. Ele é um dos sinais de morte celular: vazamento de ubiquinona da mitocôndria para o citoplasma.
No complexo 2, que é a ...cinato Desidrogenase (não entendi) eu reoxido o FAD devolta a fase oxidada. Não há transferência de H+, pois não é um complexo transmembranar e os elétrons também são lançados para a ubiquinona. O H+ que sai daqui pode ser transportado pro complexo 1, pelo 3 ou pelo 4. De qualquer maneira o H+ é bombeado para o espaço intermembranar. E os elétrons são encaminhados para o Citocromo C oxidado que vira reduzido, o reduzido do complexo 4 encontra o outro oxidado e transforma ele em reduzido. O reduzido encontra o oxigênio e recebe esses elétrons e é reduzido até água. O hidrogênio da água vem da formação do gradiente de H+ intermembranar, isso é capaz de passear pela ATP sintase, fazendo com que ela gire 360° e tenha a energia necessária para unir ADP e fosfato para produzir ATP. Então, se tiver NAD reduzido e FAD reduzido o complexo funciona. Se tiver NAD ou FAD oxidados o complexo ta inativo.
Esse ATP da mitocôndria consegue ser utilizado lá no citoplasma para as funções celulares, pois na membrana mitocondrial existe um trocador que leva esse ATP para o citoplasma trazendo em troca um ADP. Esse trocador (ADP x ATP) é o responsável pela utilização de ATP no citoplasma.
Então, consumimos a glicose e produzimos o ATP, agora vamos fazer o contrário: vamos imaginar a situação normal do nosso organismo funcionando homeostaticamente.
Um indivíduo com fome, só de imaginar alguma comida já começa a produzir ácido gástrico para iniciar a digestão. Isso já libera um primeiro pico de insulina estimulando a glicose a ficar no músculo. Ela começou a ser queimada e passou por tudo isso que já falamos, até virar ATP para manter o cortéx funcionando. Porém, a glicose cai de novo, pois isso foi um "falso positivo", o indivíduo não comeu nada. A insulina, vai baixando e a glicose dentro da célula vai baixando também.
Automaticamente,o ciclo de Krebs desliga pois não está sendo "alimentado". Desse modo, nenhuma das enzimas do ciclo está ativa, está tudo parado na mitocôndria. O metabólito que se acumula nesse caso é isocitrato, mas como é uma reação reversível, o metabólito acumulado é o citrato.
Isso tem extrema importância, pois o citrato é o único metabólito do ciclo que é permeável à mitocôndria. Então, quando se acumula ele vai para o citoplasma e quando chega lá, vai inibir a PFK1 (desliga a glicólise) e acumula glicose-6-P. Se isso acontecer no fígado, ele transforma essa glicose-6-P em glicose. Isso é uma situação de jejum, o fígado vai fazer isso pois ele é o único que consegue controlar a nossa glicemia e o córtex não utiliza outra coisa além de glicose.
Agora o contrário, o indivíduo 5h da tarde, cheio de fome entra naquela lanchonete e come três pastéis, com dois copos de caldo de cana e de sobremesa um pacote de suspiro (hahaha). O organismo segue a via glicolítica, queima a glicose, produz ATP e tal. Enche a mitocôndria de ATP!! 
Quando a mitocôndria começa a ficar muito cheia, ela "entope" (ela pode parar por falta ou por excesso de ATP). Quando a mitocôndria está com excesso ATP, não vai precisar fazer a ATP sintase funcionar. Primeira coisa: freei a ATP Sintase, acumulando o próton lá fora e não vai dar pra mandar mais prótons para fora (não vai dar pra reoxidar NAD e FAD reduzidos). 
Com isso o ciclo de krebs acumula citrato (de novo), só que agora o cenário é diferente, o que está lá fora não são hormônios de jejum, é o hormônio de alta metabólica (pós-prandial) com altíssimo índice glicêmico. Então o citrato acumulou, desativa a PFK1 e acumula glicose-6-p para fazer glicose? Vai colocar mais glicose no sangue? Só se for pra ficar diabético!
Essa glicose-6-p vai virar ácido graxo, glicogênio ou ribose (RNA e DNA). Vai precisar da glicose-6-p para fazer ác. graxo, por isso que, quando o paciente está com alta de colesterol é um erro médico suspender a gordura. O certo é não comer açúcar! Pois o colesterol é formado a partir de açúcar e não de gordura. Se corta a gordura, o próprio organismo vai produzir.
A mitocôndria parou por dois motivos totalmente diferentes. No jejum por que não tinha substrato e no estado pós-prandial por que ficou entupida. De qualquer maneira o citrato foi acumulado e inibiu a PFK1, acumulando frutose-6-p que foi deslocada pra glicose-6-p. 
O citrato sofre a ação de uma enzima chamada de citrato liase. Essa enzima vai quebrar o citrato em oxaloacetato e acetilcoa. O oxaloacetato vai alimentar o ciclo de Krebs e o acetilcoa vai ficar acumulado. Isso está acontecendo no citoplasma e não mais na mitocôndria. Isso é feito primeiro para o oxaloacetato alimentar a via gliconeogênica e para o acetilcoa virar corpos cetônicos (no jejum) ou colesterol e ác. graxos (no pós-prandial).
Sobre o etanol: Na hora que o organismo vai metabolizar o etanol, que ele vira acetaldeído até virar ácido acético, o etanol é um álcool primário então, para virar aldeído ele precisa de oxidação e de aldeído para ácido precisa de oxidação também.
Então, preciso oxidar a molécula de etanol e, portanto, reduzir a de NAD. Entre o metabolismo de etanol e a via glicolítica, a semelhança é o NAD. E a fermentação lática também. Então, quando ingerimos etanol sem uma fonte de combustível, estamos inibindo a gliconeogênese. Pois se estamos no estado de jejum, o organismo dependeria da gliconeogênese para fazer glicose.
Mas não temos combustível, não comemos nada e dependemos da gliconeogênse e ainda por cima bebe álcool, gastando o NAD que seria utilizado a gliconeogênse. Ou seja, não tem ATP suficiente, não tem gliconeogênese, não tem glicose suficiente para ir pro cótex = o indivíduo fica grogue. 
Os estágios da metabolização do álcool: Primeiro a pessoa fica agitada, sobe na mesa pra dançar (hahah) e daqui a pouco começa a chorar, ama todo mundo, liga pro ex. Isso acontece porque primeiro começa um processo de excitação, onde há um aumento de adrenalina. Se aumentar muito o etanol, você começa a deprimir totalmente o SNC (Via GABA).
Por que as pessoas falam pra beber água enquanto bebe cerveja? Por que assim, a pessoa não desidrata. Por isso que o primeiro tratamento é o soro. Enquanto a pessoa tiver o mínimo de consciência, se aplica glicose oral (ex uma bala). O soro glicosado é aplicado quando a pessoa não consegue mais deglutir.
Destinos da Glicose-6-p
Ela pode ser desviada para a glicólise, ela pode virar glicogênio, ácido graxo, ácidos nucléicos ou ir para a gliconeogênese.
Metabolismo de ác. graxo e ác. nucléicos nos remetem à via das pentoses. 
Metabolismo de glicogênio: glicose-6-p passa para glicose-1-p que vai reagir com a UDP glicose para ser convertida em glicogênio.
UDP-glicose é o primer de glicogênio, é um pedacinho de glicogênio (que não é açúcar, é proteína) chamado de glicogenina. Em cima dele começa a adicionar monômeros de glicose para aumentar a molécula.
As enzimas que atuam sobre o glicogênio são a Glicogênio Sintase (GS) que sintetiza e a Glicogênio Fosforilase (GF) que o degrada. Porém, a sintase e a fosforilase são as enzimas reguladas por fosforilação, mas não atual diretemanete sobre as duas. Cada uma delas possui mais duas enzimas que as regulam.
A glicogênio sintase vai sofrer ação da glicogênio sintase sinase (GSK) ou da glicogênio sintase fosfatase (GSP). Onde a cinase torna a enzima fosforilada e a fosfatase torna a enzima defosforilada.
A mesma coisa acontece com a glicogênio fosforilase. A glicogênio fosforilase cinase (GFK) vai fosforilar e a glicogênio fosforilase fosfatase (GFP) defosforila a enzima.
Como vai ser controlada a síntese e a degradação do glicogênio? Quando a sintase estiver ativa, a fosforilase tem que estar inativa, por isso a sintase é ativa no estado defosforilado e a fosforilase é ativa no estado fosforilado. Em contrapartida, a sintase fosforilada está desligada e a fosforilase defosforilada está desligada.
Mas não é tão simples assim. A glicogênio sintase (GS), só tem ela, não tem outra isoforma. A fosforilase é regulada além de por fosforilação, ela também é regulada por isoformas fosforilase-a e a fosforilase-b.
Todos os tecidos expressão a fosforilase-a, apenas o músculo esquelético expressa a fosforilase-b. Qula a funcionalidade disso? O músculo esquelético é insensível à Glucagon pois não tem receptor. Ele responde à insulina e adrenalina principalmente. 
O glicogênio precisa ser quebrado em baixa energética, ou seja, níveis baixos de ATP e altos de ADP e AMP. A fosforilase vai estar ativada em baixa energética, pois ela vai quebrar o glicogênio. Qual vai ser o efeito do AMP sobre a glicogênio fosforilase? Ativa! (alto AMP ou baixo ATP, é a mesma coisa).
Vamos imaginar: a pessoa foi para uma feijoada da portela, se encheu de comida e cerveja e foi pra casa. Pegou aquele ônibus que passa por "comunidades" e acaba sofrendo um assalto e precisa correr. Deu ruim. A pessoa acabou de comer pra caramba, tá com a glicemia lá no alto. A fosforilase vai ligar? não! Pois ela só liga com baixa de ATP ou alta AMP. O músculo não vai correr de jeito nenhum.
Porém, isso não acontece pois se for preciso, a pessoa aprende até a pular muro numa situação dessa. Isso é possível pois nós temos uma segunda isoforma de fosforilase, a fosforilase-b que é insensível à AMP. Então tanto faz se o AMP tá alto ou baixo, ela só quer saber se quem está alta é a adrenalina ou a insulina. Se tiver adrenalina, ela liga a B e aí quebra glicogênio mesmo em alta energética, mesmo na presença de insulina. Por isso ela só existe no músulo, pois ela consegue responder à adrenalina mesmo na presença de insulina (alta energética).
O nome da Glicogênio sintase fosfatase não é esse! O nome dela é .... cena dos próximos capítulos.

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