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CP-TGE-2013 - Resumo 06 (Elementos do Estado - Território)

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FACULDADE DE DIREITO DE SOROCABA – FADI 
Ciência Política e Teoria Geral do Estado – 2013 
Professor Jorge Marum 
Resumo 6 – Elementos do Estado Moderno – Território 
“Nenhum povo teria pátria se tivesse que devolver as terras que tomou” (Cícero, Da República)
Introdução. Como vimos, com a formação dos Estados Modernos foram fixados os seus elementos essenciais, que são: soberania, povo, território e, para alguns autores, como Dallari, finalidade. Vamos analisar cada um desses elementos, começando pelo território. Ele é base geográfica do poder do Estado. É o que mais propriamente se pode chamar de país, palavra que vem do latim pagos, que significa lugar. 
Histórico. O território é um elemento típico do Estado Moderno. Na Antiguidade e na Idade Média não havia a noção de território como elemento componente do Estado. No Estado de tipo Antigo, existiam grandes espaços desabitados e havia apenas a preocupação com a dominação sobre povos (império), sem a delimitação precisa de um território. Para os antigos gregos e romanos, o Estado era o conjunto dos cidadãos sob a mesma lei, não havendo, também, preocupação com território. Na Idade Média, vários poderes se misturavam e se sobrepunham em territórios não delimitados. 
Cidades-Estado na Grécia Antiga
Europa na Idade Média
Portanto, somente com o Estado Moderno é que o território passou a ser considerado como elemento essencial do Estado. Isso significa que, hoje, não pode haver Estado sem território. 
Europa após a Paz de Westfália
Natureza jurídica do território. Consolidada a noção de território como elemento essencial do Estado, os juristas passaram a se preocupar com o seu enquadramento jurídico. Conforme Paulo Bonavides, há quatro teorias para explicar a natureza jurídica do território:
 
a) Território-patrimônio: segundo essa teoria, o território seria propriedade (dominium) do Estado. É uma concepção medieval, pois nessa época os senhores e os reis eram considerados proprietários de seus domínios. Essa concepção foi superada, pois conflita com a noção de propriedade privada, não havendo como alguém ser proprietário de um imóvel se o Estado é proprietário de toda a área do país. 
b) Território-objeto: segundo essa teoria, o Estado exerceria um direito real de caráter público, chamado domínio eminente, sobre o território. Esse direito poderia ser combinado com o domínio útil exercido pelo cidadão. Essa teoria também foi descartada porque não se admitem dois direitos de propriedade sobre a mesma coisa. 
c) Território-espaço: Segundo Jellinek, o poder que o Estado exerce sobre o território é um poder exercido sobre pessoas, ou seja, poder de imperium. Esse poder difere do exercido sobre coisas, que é o dominium. Assim, o poder do Estado sobre o território seria decorrência de seu poder sobre as pessoas que nele vivem. Essa teoria tem dificuldade para explicar o poder exercido sobre áreas desabitadas do Estado. 
d) Território-competência: Segundo Hans Kelsen, o território é o âmbito espacial de validade da ordem jurídica estatal, ou seja, o espaço físico no qual vigora o poder soberano de um Estado, com exclusão dos outros. É a teoria mais aceita atualmente. 
Soberania territorial. Somente um Estado pode agir soberanamente nos limites do seu território, pois não se admite a convivência de duas soberanias num mesmo espaço territorial. Assim, salvo algumas exceções, aos fatos ocorridos no território de um Estado aplicam-se exclusivamente as leis desse Estado. Além disso, no Direito Internacional vigora o princípio da impenetrabilidade, que proíbe a violação do território de um Estado. Dessa forma, representantes de Estados estrangeiros somente podem exercer autoridade dentro do território de outro Estado se houver permissão deste, como ocorre, por exemplo, nas embaixadas.
Abrangência do território. A noção de território abrange não só a porção de terra sob o poder de um Estado, mas também as águas interiores (rios, lagos etc.), o mar territorial, o espaço aéreo e o subsolo. 
Fronteiras geográficas. As fronteiras geográficas são limites estabelecidos internacionalmente, determinados por acidentes geográficos (rios, montanhas etc.) ou por uma linha imaginária, separando os Estados. 
Fronteiras da América Latina no século 19
Mar territorial. O território também abrange uma faixa de mar dos Estados que possuem litoral. Tradicionalmente, vigora no Direito Internacional o princípio da liberdade dos mares, segundo o qual nenhum Estado pode se apoderar das áreas marítimas. A exceção é o mar territorial, que inicialmente servia para fins de defesa. Por isso, estabelecia-se o seu limite segundo a potência dos canhões dos navios. Mais tarde, levando em conta fatores econômicos, o Direito Internacional consagrou o limite de 3 milhas. Segundo uma convenção da ONU de 1982, o limite passou a ser de 12 milhas náuticas (cerca de 22 Km), respeitado o direito à passagem inocente de navios estrangeiros. 
A lei brasileira estabeleceu, de forma unilateral, o limite de 200 milhas e mais a plataforma continental como zona econômica exclusiva, com soberania limitada para fins de exploração econômica. Isso é tolerado pela comunidade internacional, mas ainda não aceito expressamente. 
Mar territorial do Brasil (200 milhas mais a plataforma continental)
Espaço aéreo. O Estado exerce soberania sobre o espaço aéreo correspondente ao seu território. Não há limite definido de altitude para o que se considera espaço aéreo, considerando-se que este vai até onde possam trafegar os aviões. A soberania, portanto, não se estende sobre o espaço exterior, sendo livre a circulação de satélites e naves espaciais. O Direito Internacional estabelece como princípio o direito à passagem inocente de aeronaves sobre o espaço aéreo dos Estados, ressalvando a possibilidade de controle e fiscalização.
Subsolo. A soberania do Estado inclui o subsolo correspondente ao território, não havendo um limite de profundidade, que teoricamente pode ir até o centro do planeta. A água e as jazidas minerais do subsolo, inclusive o petróleo, pertencem ao Estado e não ao proprietário do solo superficial. 
Representação do subsolo e do espaço aéreo
Extraterritorialidade. Para possibilitar as relações internacionais e o trânsito de pessoas e mercadorias, os Estados, de forma consensual, limitam o exercício da soberania dentro do seu território e regulamentam a territorialidade dos meios de transporte internacionais. Essas exceções são reguladas pelo Direito Internacional, sendo objeto de vários tratados e convenções. São casos de extraterritorialidade:
Representações diplomáticas. Sedes de embaixadas e consulados, bem como os agentes diplomáticos (embaixadores, cônsules etc.) gozam de imunidade, sendo submetidos à lei do Estado que representam. 
Embarcações. As embarcações civis (comerciais e particulares) estão sujeitas à lei do Estado cuja bandeira ostentam, enquanto estiverem no mar territorial desse Estado ou em alto-mar. Estarão sujeitos à soberania de outro Estado quando ingressam no mar territorial deste. As embarcações oficiais (navios ou submarinos militares ou a serviço do Estado) gozam de imunidade e estão sujeitos à lei do Estado de origem, onde estiverem. Assim, por exemplo, se um crime ocorre num navio brasileiro, ainda que em alto-mar, considera-se que o crime ocorreu em território brasileiro. 
Aeronaves. Às aeronaves aplicam-se basicamente as mesmas regras das embarcações. As aeronaves civis estão sujeitas à lei do Estado no qual estão matriculadas enquanto estiverem sobre o território deste ou sobrevoando o alto-mar. Quando ingressam no espaço aéreo correspondente ao território de outro Estado, passam a ser submetidos à soberania deste. Já as aeronaves oficiais (aviões de guerra ou a serviço do Estado) gozam de imunidade e estão sujeitos à lei do Estado de origem onde estiverem.Para discussão. Diante do que foi estudado, como resolver os seguintes casos: a) um Estado é invadido e dominado por outro, mas seu governo muda-se para um Estado aliado (ex.: Polônia durante a II Guerra Mundial, Tibete); b) um Estado cujo território desaparece (ex.: Nauru e Maldívias, que estão sendo invadidos pelo mar).
Bibliografia 
Leitura essencial: 
DALLARI, Dalmo. Elementos de Teoria Geral do Estado, Capítulo II, itens 39 a 43.
Leituras complementares: 
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, Cap. 6. 
MELLO, Celso D. Albuquerque. Curso de Direito Internacional Público, Livro VI.
�O caso U-2. 
Na década de 1960, em plena Guerra Fria, os EUA desenvolveram um avião espião denominado U-2, que� tinha a capacidade de sobrevoar o espaço aéreo da URSS a uma altitude superior ao alcance da armas soviéticas. O governo soviético tinha ciência dessa violação, mas não protestava para não admitir que sua tecnologia era insuficiente para abater o U-2. Apenas quando desenvolveu essa tecnologia e abateu um U-2 foi que a URSS protestou contra a violação de sua soberania. 
������������ Avião U-2 e notícia de sua derrubada

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