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resumo oclusão prova 2

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Prova 2 Oclusão 
Karolina Viana 
 
1 
Movimentos Mandibulares 
A mandíbula é capaz de realizar movimentos de 
rotação e translação em 3 planos: sagital, frontal e 
horizontal. A ATM é o mecanismo guia responsável 
pelos movimentos mandibulares. 
LATERALIDADE: No movimento de lateralidade 
participam os músculos anterior do temporal, 
pterigoideo lateral e pterigoideo medial. Este 
movimento não existe na boca. A maioria dos livros 
diz que quando abrimos a boca até 20mm o côndilo 
dentro da fossa realiza apenas o movimento de 
rotação (que é o movimento descrito pelo 
articulador). No articulador, a única coisa que está 
certa é a inclinação da maxila, o resto é 
aproximado. Lateralidade acontece quando a 
mandíbula vai para o lado, para baixo e para frente. 
Esse é um movimento que somos capazes de 
realizar mas não fazemos na normalidade. 
PROTRUSIVA: O movimento de protrusiva não é 
feito fechando a boca e empurrando a mandíbula 
para frente. O movimento de protrusiva é feito da 
forma que fazemos para cortar uma folha de alface: 
com os dentes topo a topo deslizamos a mandíbula 
para trás e para cima. Quando fazemos protrusiva 
temos que tocar os dentes anteriores, menos o 
canino. 
A lateralidade e protrusiva são movimentos da 
mastigação. A mandíbula começa o movimento de 
mastigação lateralizada (vestibular dos superiores 
alinhada com vestibular dos inferiores) e é 
arrastada para o centro, em oclusão central. 
Enquanto movimentos da mastigação, a 
lateralidade e a protrusiva envolvem o masseter 
porque ambas estão fechando a boca de certa 
forma. Ressaltamos que o masseter participa de 
todos os movimentos de fechamento. Os 
movimentos de guia anterior são descritos no livro 
de forma contrária e não envolvem o masseter, pois 
a descrição do movimento de lateralidade começa 
com a mandíbula em relação central e então esta 
caminha para a lateralidade; da mesma forma, a 
descrição do livro de protrusiva começa com a 
mandíbula em posição central e esta caminha para 
frente com os incisivos inferiores deslizando na 
concavidade palatina dos dentes incisivos 
superiores até que ambos fiquem topo a topo. 
Para mastigar posicionamos a mandíbula 
lateralmente e alinhamos a vestibular do inferior 
com a vestibular do superior, os caninos se 
aproximam, mas não se tocam e quando há a 
interposição do bolo alimentar o masseter entra em 
ação fazendo uma força de cisalhamento. No 
movimento de cisalhamento, duas superfícies 
deslizam uma sobre a outra. Se o dente for tocar, os 
caninos se tocam primeiro e realizam a lateralidade. 
Se não errarmos nada durante a mastigação, ao 
final da mastigação os dentes entrarão em oclusão. 
Ao entrar em oclusão, a boca se abre 
imediatamente. Dizemos que o masseter está 
fazendo um fechamento lateralizado. O masseter 
então é usado nos movimentos da mastigação. 
Quando o paciente usa prótese, ele perde todas as 
guias. Isso se deve à perda do periodonto que 
ocasiona a consequente perda de propriocepção. Se 
o paciente perde a propriocepção ele também 
perde o comando muscular e tem que reaprender a 
mastigar. Implantes também não têm 
propriocepção. As próteses e implantes têm 
consciência cognitiva. O cérebro aprende 
novamente quais são os movimentos necessários 
para realizar a função. 
A guia anterior proprioceptiva não funciona; ela é o 
limite, quando os dentes chegam nesse limite eles 
voltam para o lugar. Quando a guia anterior 
funciona sem trombar, é proprioceptiva. Quando 
ela entra em função se torna mecânica. As guias só 
são mecânicas em função quando o movimento é 
realizado de forma errada. 
O fruto do aprendizado vem da propriocepção. 
Quando a mastigação da errado, a lateralidade é o 
que conserta os movimentos. Quando erramos 
algum movimento durante a mastigação os caninos 
batem porque estão preparados para isto e dessa 
forma protege os dentes posteriores. Se o canino 
não desempenhasse essa função, frequentemente 
Prova 2 Oclusão 
Karolina Viana 
 
2 
teríamos incidência de carga lateral nos dentes 
posteriores. O fator que nos impede de errar ou 
reconhece o erro é a propriocepção. 
Todos os aparentes problemas da oclusão seriam 
resolvidos com a desoclusão imediata. Quando 
estamos mastigando um alimento, a hora que 
fazemos mais força é a hora que estamos chegando 
ao final da mastigação. Se no final da mastigação o 
canino não estiver em função exerceremos força 
lateral em todos os dentes. 
A estabilidade oclusal e a propriocepção têm 
relação direta e vincular. A propriocepção está 
vinculada aos contatos dentários. A propriocepção 
diz onde devemos fechar a boca. 
A coisa mais dura que um dente pode encontrar é o 
seu antagonista. Quando acontece de mastigarmos 
um alimento muito mais duro, a boca é aberta 
imediatamente por um reflexo chamado de 
nocicepção. Isso ocorre porque no cérebro temos 
registrado a textura dos alimentos que 
normalmente comemos. Quando chega ao fim do 
ciclo mastigatório a boca também se abre porque 
os dentes se tocam e eles não têm textura de 
comida. 
O comando muscular é dado por um grupo 
específico de dentes. Isso determina a oclusão 
bipartida: se os dentes posteriores estão em 
função, os anteriores não podem estar em função 
ao mesmo tempo e vice versa. 
 
SINESIOLOGIA DA OCLUSÃO 
Os movimentos da mandíbula não ocorrem com um 
eixo central. Cada vez que os movimentos são 
modificados, os eixos também mudam, do condilo 
do lado de trabalho e de não trabalho. O eixo do 
côndilo de trabalho é rotacional e o de não-trabalho 
pode ter 6 posições diferentes dependendo do 
formato da cavidade. 
Na protrusiva o côndilo sai da cavidade, vai para o 
ângulo da eminência, os incisivos centrais se tocam 
e voltam, o côndilo volta para dentro da fossa 
seguindo o ângulo da eminência. Os dois côndilos 
descrevem o mesmo movimento. Não existe lado 
de trabalho e lado de balanço (não trabalho) na 
protrusiva. 
A mastigação não é um reflexo nato, é aprendido. A 
força de mordida do ser humano é uma medida do 
apertamento que ocorre com um movimento 
isométrico. Força de mordida não é o mesmo que 
força de mastigação porque a mastigação é uma 
função e um movimento isotônico. 
Dependendo da amplitude do movimento é feita 
articulação disco-temporal (quando o movimento é 
grande), e dependendo é feita uma articulação 
disco-mandibular (quando o movimento é menor). 
Existem certos sinais e sintomas que acontecem na 
articulação disco temporal e outros que acontecem 
na disco mandibular. 
- Movimentos de pequena amplitude: menos 
rotação e mais translação, ocorre na parte inferior 
da cavidade. 
- Movimento de grande amplitude: menos 
translação e mais rotação. Ocorre na parte superior 
da cavidade. 
Quando há o descompasso côndilo-disco, enquanto 
o movimento está na parte inferior da articulação, 
ele não apresenta sinal nenhum; porém quando 
abre muito a boca e o movimento passa para a 
parte superior é comum dar estalos. Isso acontece 
porque o disco fica em posição e o côndilo se 
movimenta. Como o côndilo tem uma traseira 
maior ele fecha a passagem com o ângulo da 
eminência. Nesse momento o ligamento estica e 
puxa o disco, que tem que passar em um espaço 
muito estreito. 
Os côndilos são independentes em seu movimento, 
mas são interdependentes. O movimento de um 
não precisa ser o do outro, mas causa um efeito no 
seu contralateral. Nunca haverá um movimento 
puro, de apenas translação ou apenas rotação. 
Quando os côndilos transladam significa que 
abandonaram seu local de origem, mesmoem 
pequena magnitude. Mesmo que os côndilos não 
Prova 2 Oclusão 
Karolina Viana 
 
3 
estejam indo para o mesmo lugar eles devem sair 
da fossa juntos; assim funciona na lateralidade. 
Quando o movimento é protrusiva os dois saem 
juntos e vão para o mesmo lugar. Os côndilos 
devem retornar à cavidade juntos e sempre devem 
estar acompanhados pelos seus discos, pois na 
normalidade o disco sempre está preso firmemente 
na cabeça do côndilo. 
 
ALAVANCAS 
O movimento mandibular é uma alavanca. 
- Alavanca: relação entre o fulcro, resistência e 
potência. Objeto rígido que é usado com um ponto 
fixo apropriado, o fulcro, para multiplicar a força 
mecânica que pode ser aplicado a outro objeto, no 
caso a resistência. 
Como o côndilo está sempre transladando, em cada 
ponto existe um centro de rotação instantâneo. 
Essas serão todas anormalidades classe III ou 
interpotentes onde a ATM é o fulcro, o músculo é a 
potência e o alimento ou o dente é a resistência. É a 
alavanca da normalidade, chamada de terceiro 
gênero, interpotente ou classe III. 
O fulcro é o ponto onde roda uma alavanca, que no 
caso da mastigação são os côndilos. 
As alavancas são classificadas em Classe I, Classe II e 
Classe III e de acordo com a relação entre os fatores 
que a compõe que são o fulcro, força/potência e o 
trabalho (ou momento, representado por 
forçaXdistância). 
 
• Alavanca classe I funciona como um alicate. 
• Alavanca classe II é o modelo do quebra-nozes. 
Fulcro na frente, força atrás e o alimento no meio. 
• Alavanca classe III é a situação de normalidade da 
ATM. O fulcro está na ponta, no meio terá a 
potência e a resistência na outra extremidade. 
As alavancas só trocam o fulcro e a resistência. A 
potência é fixa. Na boca quando a potência é 
trocada, não estamos trocando ela de lugar, 
estamos trocando o grupo de músculos que está 
trabalhando. 
O nosso sistema trabalha em alavanca classe III; isso 
significa que nossos dentes anteriores ficam mais 
aliviados porque estão longe do fulcro. Quanto mais 
longe do fulcro menos força eles sofrem. 
Segundo Alonso, a alavanca classe III é mais 
importante na parafunção do que na função. De 
todas as alavancas, a menos eficiente é a classe III, 
transmitindo menos força para a resistência. No 
movimento de bruxismo é exercida uma força 
superior a que deveria ser exercida. Se a alavanca 
for Classe II ou Classe I durante uma parafunção 
seria extremamente mais danoso ao sistema do que 
já é, pois a intensidade de força exercida seria 
muito maior e o dano aconteceria de forma mais 
rápida. 
As guias também são mais importantes na 
parafunção do que na função, assim como a 
alavanca Classe III. Esses fatores oferecem certa 
proteção. Em parafunção a força exercida é muito 
maior, e se a alavanca estiver trocada o dano 
acontecerá de forma mais rápida. 
A alavanca é uma função mastigatória. A alavanca 
classe III funciona de forma que pouco estresse é 
aplicado sobre os dentes e sua estrutura de suporte 
porque é pouco eficiente. Pacientes com este 
padrão de alavanca precisam de 10 vezes mais força 
para fazer um estrago que um paciente classe I e 7 
vezes mais que um paciente com alavanca Classe II. 
A alavanca mais eficiente é a classe I, depois a 
classe II e depois a classe III. 
Prova 2 Oclusão 
Karolina Viana 
 
4 
 
Não pode haver interferência do lado de não 
trabalho porque toda vez que um dente se toca 
existe um comando muscular, e o lado de não 
trabalho deveria estar relaxado de forma que os 
músculos deveriam funcionar apenas do lado de 
trabalho. O lado de não trabalho passa a comandar 
a função, porque ele é mecânico, ao contrário do 
lado de trabalho que é proprioceptivo. Se o contato 
de interferência do lado de não-trabalho for fraco, a 
mandíbula vai escorregar e voltar para a alavanca 
de Classe III. Se o contato for forte a mandíbula vai 
rodar sobre este ponto, o fulcro vai sair do lugar e 
vai pro centro da mastigação fazendo o sistema se 
transformar em uma alavanca Classe I. Essas 
situações são momentâneas que acontecem 
durante o movimento de protrusiva ou lateralidade. 
Se uma alavanca está trocada de Classe III para 
qualquer uma das duas outras, está acontecendo 
um contato posterior na hora da protrusiva e um 
contato posterior de lado trocado na lateralidade. 
Para que se troque o tipo de uma alavanca na 
protrusiva deve haver um contato posterior no 
movimento de protrusão. Para que se troque uma 
alavanca na lateralidade deve haver um contato do 
lado de não-trabalho. 
Para que haja troca de alavanca na protrusiva tem 
que haver um contato posterior antes de a alavanca 
acontecer. Esse contato não permite que os dentes 
anteriores se toquem topo a topo na protrusiva. Se 
os dentes escorregarem e os anteriores se tocarem, 
a alavanca passou a ser classe II; se a mandíbula gira 
no ponto que está tocando o contato de 
interferência para que os incisivos se toquem topo a 
topo a alavanca muda para classe I. A resistência da 
alavanca sofre mudança de lugar. Essas alavancas 
só são momentâneas se houver possibilidade de 
deslize; ou seja, a mandíbula deve deslizar sobre o 
contato e achar sua posição. Se não houver 
possibilidade de deslize, o contato não tem como 
ser fraco. Por exemplo, se houver uma cúspide 
contra uma fossa não há como deslizar, pois os 
dentes travam; mas se o contato for em ponta de 
cúspides terá grandes chances de a mandíbula 
deslizar e se ajustar. 
Dessa forma a classe I é mais prejudicial à ATM 
(ATM vira a resistência) e a classe II é mais 
prejudicial ao dente. Na classe II o dente é 
prejudicado, podendo sofrer desgaste, fratura ou 
mobilidade. 
O fulcro passa a ser a interferência e a mandíbula 
passa a exercer força de tração na ATM. Isso pode 
incomodar o paciente e fazer com que ele mude 
seu lado preferencial de mastigação. 
Na classe II não muda o fulcro, ele continua sendo a 
ATM. A classe I muda o fulcro e a ATM passa a ser 
resistência. 
Em implantes não ocorre a troca de alavanca. O 
contato permanece e pode até quebrar o dente, 
mas a alavanca não é trocada pela falta de 
propriocepção que não da o comando muscular 
apropriado. Em dentes normais (que não sejam 
prótese) a magnitude do contato determina o 
quanto o ligamento foi pressionado e qual a 
magnitude da resposta. 
Um movimento que é feito com esforço não é o 
mesmo quando realizado sem esforço. Quando 
fazemos um movimento sem força o côndilo 
caminha pro lugar de forma mais fácil. Quando 
realizando uma força o côndilo escapa e aparece o 
contato prematuro. 
 
ABERTURA 
Os movimentos mandibulares servem para fazer 
cisalhamento e compressão e rasgar os alimentos. 
Prova 2 Oclusão 
Karolina Viana 
 
5 
É preciso um controle neural de um arco-reflexo, de 
uma ação muscular, de um apoio ósseo ligamentar, 
um movimento da mandíbula para no final ter ação 
dos dentes. 
Movimento que parece a protrusiva. Porém não é 
possível registrá-la em nenhum aparelho, pois não 
envolve movimentos puros do côndilo. Envolve 
roto-translação, roto-protrusão, roto-lateralidade. 
Para registra-la em aparelhos seria necessário ter o 
côndilo igual ao do paciente e a inclinação da 
cavidade articular igual a do paciente. Além de ser 
necessário termos os movimentos de rotação e 
translação no articulador, o que não acontece; o 
articulador tem apenas o movimento de translação. 
Articulador 
 
É possível registrar o final do movimento chamado 
máxima intercuspidação habitual. No articulador, a 
MIH e a inclinaçãoda maxila são registrados de forma 
correta. Por isso o movimento de abertura no 
articulador induz ao erro. Para todas as deficiências do 
articulador a compensação é montar em máxima 
intercuspidação habitual. 
 
O articulador só funciona com precisão quando está 
fechado, pois todos eles têm um côndilo que descreve 
um movimento só. No movimento da mandíbula, na 
ATM, muda-se o eixo de rotação do côndilo a cada 
segundo, pois este ao mesmo tempo em que rota, 
caminha sobre o ângulo da eminência. 
 
“Articulador: abriu, errou.” 
 - LISPECTOR, Fubá. 
 
Quando a boca abre, se o côndilo vai para frente, a 
mandíbula vai para trás. Quando a mandíbula vai 
para trás saímos da dimensão vertical de oclusão 
para um overjet. Essa distância também acontece 
quando o trespasse é aumentado. No articulador 
não acontece esse overjet porque o côndilo não vai 
para frente. Por isso para confeccionar placas 
usando o articulador, devemos medir a altura da 
abertura no paciente e o registro da mordida deve 
descontar a altura medida, que será transferida 
para o articulador. 
A fossa do articulador é diferente da fossa articular. 
A compensação é feita montando o articulador em 
DVO. 
A abertura máxima depende de cada um, até onde 
o ligamento e a musculatura deixam. É individual e 
pode ser alterada por vários fatores: locais, 
genéticos, oclusão, tamanho da boca. 
Quando a boca é aberta o côndilo vai para frente e 
para baixo. Se o côndilo vai para frente, a 
mandíbula vai para trás e para baixo. Os côndilos 
devem sair juntos e retornar juntos para a origem. 
O côndilo não pode ultrapassar o ângulo da 
eminência, não pode abandonar completamente a 
cavidade. Existe um músculo preso no côndilo, o 
pterigoideo lateral superior, preso na cápsula e no 
disco articular. O pterigoideo lateral inferior se 
insere no ramo da mandíbula. Quando abrimos 
totalmente a boca, um relaxa para a mandibula 
abrir e o outro posiciona ela lateralmente para ela 
abrir no sentido correto. Na volta, o pterigoideo 
lateral inferior freia o disco porque o coxim 
retrodiscal está sendo esticado e são fibras 
elásticas. O músculo puxa o disco com velocidade 
alta e o disco tende a sair de cima do côndilo, o que 
não pode acontecer. Essa é a função deste músculo 
na abertura, no fechamento, na lateralidade, na 
protrusiva toda vez que o côndilo orbitar (sair da 
cavidade), esse músculo deve trabalhar na sua 
volta. 
 
PROTRUSÃO 
 
Na abertura ocorre mais rotação e menos 
translação; na protrusão ocorre mais translação e 
Prova 2 Oclusão 
Karolina Viana 
 
6 
menos rotação. Isso porque a boca vai abrir menos, 
então rota menos. A protrusão pode ser feita por 4 
ou 8 dentes. 2 em cima e 2 em baixo ou 4 em cima e 
4 em baixo. O canino normalmente não participa. 
Esse movimento seria mais preciso se fosse 
realizado por um dente só, porém um só dente não 
aguenta o esforço do movimento. Ao tocar vários 
dentes (4 ou 8) o comando é meio misturado 
porque vem de vários tipos de pressões que 
recebem os dentes por estarem em posições 
diferentes, mas funciona bem. Quando um dente só 
está tocando na protrusiva, este dente começa a 
sofrer; o paciente começa a perder osso, o dente 
começa a ter mobilidade. 
O músculo que atua no movimento de protrusiva é 
a parte anterior do temporal. 
Quando estamos em protrusiva, o côndilo vai para 
baixo e para frente. Estamos em topo a topo e 
todos os posteriores estão no ar. Esse espaço entre 
os dentes posteriores superiores e inferiores 
chama-se espaço desoclusivo ou espaço de 
Christensen. Este espaço é a altura funcional da 
cúspide dos dentes posteriores e é um guia para 
reconstruir os dentes posteriores do paciente. O 
mapa da reconstrução está na articulação porque 
os dentes moldaram os ângulos internos da 
articulação. Quando eles estão presentes fica fácil 
reconstruir os dentes posteriores, mas quando 
estão ausentes devemos nos basear na articulação. 
A essa relação se dá o nome de determinante da 
morfologia oclusal, que pode ser vertical ou 
horizontal: 
- Vertical: ângulo da eminência; immediate 
side shift. 
- Horizontal: distância intercondilar. 
Os movimentos que mais usamos na boca são: 
a) Fechamento final pois quando deglutimos 
fechamos a boca para a saliva ir para o fundo; 
b) Protrusiva; 
c) Lateralidade (raramente porque ela é muito 
proprioceptiva). 
 
 
LATERALIDADE 
 
A mandíbula não apresenta movimento lateral. A 
excursão do côndilo e da mandíbula é para frente, 
para baixo e para o lado. Na lateralidade os côndilos 
não trabalham com trajetos iguais. Um deles gira 
dentro da própria cavidade e sai lateralmente até o 
ângulo da eminência e o outro vai se deslocar um 
pouquinho para o lado e vai orbitar. Podem ser 
produzidos 16 movimentos diferentes de acordo 
com a anatomia da cavidade. 
Na mastigação o movimento é feito se iniciando 
com a boca aberta e caminhando para a oclusão 
(relação central), e não da posição de oclusão 
arrastando até a ponta do canino como os livros 
descrevem. 
No lado de trabalho descreve-se o movimento de 
Bennet e no lado de balanço vai formar o ângulo de 
Bennet. O lado de trabalho é o lado para o qual a 
mandíbula se desloca. Se o alimento está 
interposto, não há a necessidade de bater os 
caninos para guiar o movimento, o cérebro sabe a 
posição exata e o movimento que deve ser 
executado pela mandíbula para que o movimento 
seja realizado, pois isso foi aprendido através da 
propriocepção, fuso muscular e órgãos tendinosos 
de Golgi que dão orientação espacial, criando um 
engrama oclusal no cérebro. 
O ligamento é inervado, o que é importante para a 
tensão muscular e recoloca a mandíbula no espaço 
para não errar o movimento. Se o movimento for 
errado, os caninos batem guiando o movimento 
para sua trajetória correta novamente. 
Prova 2 Oclusão 
Karolina Viana 
 
7 
O côndilo de não trabalho se desloca para frente, 
para baixo e em direção à linha média; é o condilo 
orbitante; o côndilo orbitante é o lado de balanceio. 
O côndilo de trabalho é o côndilo não-orbitante, 
que gira e sai lateralmente da fossa. 
O immediate side shift é um desgaste que vai 
acontecer porque quando o côndilo sai do lado de 
balanço e vai lateralmente seguindo direção inferior 
e para a linha média ele bate na parede medial da 
fossa. Isso da uma folguinha na articulação. Antes 
de ele sair, experimenta a folga e sai. Esse ato de 
“experimentar a folga” é o chamado immediate side 
shift e determina a altura da cúspide. É, portanto, 
um determinante de morfologia oclusal. Isso só é 
possível ser registrado em um aparelho chamado 
pantógrafo. É medido no lado de trabalho, mas 
quem provoca o desgaste é o côndilo do lado de 
balanço. Esse é outro determinante de morfologia 
oclusal. Está presente em metade da população e 
tem relação com a idade; a partir dos 35 anos de 
idade o desgaste começa a aumentar. 
 A lateralidade, se combinar duas paredes da fossa 
articular pode ser latero-lateral, latero-retrusiva, 
latero-protrusiva, látero-detrusiva e látero-
sutrusiva. Porém, a combinação no movimento é de 
3 paredes, que formam a cavidade, criando ainda 
mais possibilidades. 
O côndilo orbitante ou lado de balanceio realiza um 
movimento inclinado nos planos frontal, medial e 
sagital. Denomina-se ângulo de Bennet o ângulo 
formado entre a trajetória condilar do lado de 
balanceio e o plano sagital projetado no horizontal. 
A importância do ângulo de Bennet é que dele 
depende a mastigação inteira. É a mastigação do 
lado de não trabalho. O movimento de Benneté a 
mastigação do lado de trabalho. Ao deslocamento 
lateral do côndilo no lado de trabalho dá-se o nome 
de movimento de Bennet. A determinação do 
ângulo de Bennet é importante, pois fornece a 
amplitude do movimento lateral do côndilo de 
trabalho. O movimento de Bennet é uma 
consequência do ângulo do deslocamento medial 
do côndilo orbitante e tende a compensar esse 
deslocamento. Quanto mais para medial for o 
deslocamento condilar do côndilo da balanceio, 
maior será o movimento de Bennet do lado oposto. 
Esse conjunto em movimento orienta a direção dos 
sulcos, inclinação das vertentes (determinante de 
morfologia oclusal). O mapa da reconstrução oral 
está dentro da cavidade articular. 
O dente só toca quando acaba o movimento final. 
Nesse momento deve haver desoclusão imediata. 
Quando os dentes estiverem bem pertinho, ainda 
sem tocar, o canino ainda deve estar tocando, ou 
seja, não pode haver overjet. Essa hora é o 
momento do movimento que ocorre com maior 
intensidade de força. Se nessa hora ocorrer um 
overjet será exercido força lateral nos dentes 
posteriores. 
Quando falamos em desoclusão imediata estamos 
dizendo que ao fecharmos a boca e deslizarmos os 
caninos para lateralidade, eles devem permanecer 
se tocando. Se eles não se tocarem, haverá um 
espaço entre os dois no fim do movimento e a 
desoclusão estará sendo feita por outros dentes. 
O movimento é usado pelo paciente para triturar os 
alimentos. Grandes esforços mastigatórios é igual a 
carga lateral, que não podem ser feitos contra os 
próprios dentes, apenas contra alimentos. 
 O movimento alinha a cúspide de trabalho com seu 
sulco correspondente. Na mastigação o trespasse 
horizontal some e o dente fica topo a topo. Por isso 
a cúspide vestibular do inferior é mais importante 
na mastigação do que a cúspide palatina do 
superior, apesar de as duas serem de trabalho. 
Porque na verdade a que mastiga é a de trabalho do 
inferior contra a de não trabalho do superior. Isso 
capacita o deslize e reduz a carga lateral. Usamos o 
cisalhamento em vez de usar a compressão. 
 
 
Prova 2 Oclusão 
Karolina Viana 
 
8 
Aparelhos mecânicos e posições 
mandibulares 
Todas as pessoas estão em MIH porque é a posição 
a qual nos acostumamos durante o 
desenvolvimento. Obrigatoriamente algum dente 
está fora do lugar e ocorre alguma interferência no 
arco de fechamento. 
Nós nascemos em relação cêntrica e vamos para 
MIH porque alguma coisa está interferindo no 
sistema. 
Se a pessoa está em MIH e não tem problemas 
decorrentes da má oclusão ela está adaptada e 
funcionando bem porque o SE se adapta muito 
facilmente. 
O fato de “acostumar” com uma restauração alta 
ocorre porque isso provocou uma alteração na MIH. 
A importância de consultar a Centrica é não 
interferir na interferência que o paciente já tem e 
não alterar sua MIH. 
Não podemos mexer na interferência do paciente 
porque ele já está adaptado a ela. 
Quando o paciente não tem MIH em cêntrica, os 
músculos ficam ligeiramente diferentes de tamanho 
e o centro do eixo é diferente em cada lado. O ideal 
é que os músculos funcionem iguais. 
No caso de reabilitação oral completa é necessário 
o uso de um aparelho. 
DATO: desoclusão, alinhamento tridimensional, 
oclusão 
O articulador não ajustável ou articulador de 
valores médios devem ser usados em pacientes que 
não precisam de modificações na oclusão. Ele é 
considerado de valor médio porque divide a 
população em pequeno/médio/grande em relação à 
distância intercondilar. Usa-se um arco facial para 
ver a posição da maxila em relação ao crânio, para 
que possam ser criadas as curvas dentro de valores 
médios. Quando não é preciso ajustar nada usamos 
um articulador não ajustável, que é o verticulador. 
O verticulador trabalha em MIH. O verticulador 
imita o movimento de abertura e fechamento de 
um carnívoro, realizando apenas abertura e 
fechamento. A restauração feita em um 
verticulador é feita em MIH e é usada quando 
queremos fazer restaurações sem modificar a 
oclusão. 
Articulador tem dois braços e é usado para montar 
arcada superior e inferior através de um garfo em 
que vemos a posição da maxila em relação ao 
côndilo. Esse aparelho é usado quando é necessário 
fazer diagnóstico, modificando o DATO do paciente, 
oclusão, desoclusão ou alinhamento tridimensional. 
Aparelhos: 
ASA: aparelhos semi-ajustáveis. 
ATA: aparelhos totalmente ajustáveis. 
ANA: aparelhos não ajustáveis ou oclusores. 
Articulador ajustável é só o verticulador. Trabalhar 
com verticulador exige uma moldagem em MIH e 
uma moldagem em duplo arco. Usamos esse 
aparelho quando não desejamos mudar nada no 
paciente. 
A técnica de moldagem em duplo arco produz 
máxima intercuspidação entre os modelos de gesso 
de forma significantemente mais apurada do que 
moldagem em arco total. 
A moldagem funcional de duplo arco é uma 
moldagem onde temos que usar poliéter ou silicone 
de adição. 
A moldagem de duplo arco possibilita a obtenção 
de modelos relacionados em máxima 
intercuspidação e na dimensão vertical de oclusão 
do paciente. A obtenção de registros inter-oclusais 
com cera ou mesmo materiais borrachóides para a 
intercuspidação dos modelos, ultrapassa os 
conceitos básicos de oclusão. Desta forma, não se 
transfere a inclinação latero-lateral da maxila (Curva 
de Wilson). A obtenção do registro interoclusal com 
Prova 2 Oclusão 
Karolina Viana 
 
9 
qualquer material rígido ou borrachóide interfere 
na dimensão vertical de oclusão do paciente. Os 
modelos obtidos pela técnica do duplo arco 
apresentaram precisão significantemente maior que 
os modelos totais. A concepção do aparelho com 
dois pinos guias e um parafuso para o travamento 
das hastes garantem apenas um movimento vertical 
sem interferências no arco de abertura e 
fechamento mandibular e o travamento das hastes 
não permite que qualquer alteração dimensional do 
gesso venha a interferir com a relação interdental 
obtida na moldagem. A união anterior dos modelos 
durante o vazamento garante a manutenção dos 
modelos na mesma dimensão vertical de oclusão 
registrada. 
- O aparelho mecânico verticulador reproduz os 
contatos oclusais em boca; 
- Os procedimentos de moldagem, registros, 
vazamento e montagem em aparelho mecânico 
verticulador quando realizados dentro dos critérios 
padrão, reproduzem os contatos em boca com 
pouca discrepância e boa fidelidade. 
Articuladores semi-ajustáveis são um instrumento 
mecânico que representa a ATM, maxila e 
mandíbula, além de registrar e duplicar alguns 
movimentos mandibulares. Serve para diagnóstico, 
planejamento ou tratamento restaurador. 
 
Guia anterior 
Oclusão mutuamente protegida: os anteriores 
protegem os posteriores e os posteriores protegem 
os anteriores. 
Quando estamos falando de posição cêntrica DA 
MANDÍBULA estamos falando de MIH. Não 
confundir com cêntrica dos côndilos, a qual 
chamamos de RELAÇÃO CÊNTRICA. A posição 
cêntrica da mandíbula nada mais é que a mandíbula 
em posição central. A mandíbula em protrusiva ou 
lateralidade é descrita como movimentos 
bordejantes. 
Os movimentos de lateralidade e protrusão são 
partes da função mastigatória normal e convergem 
para a oclusão central. Isso porque mastigamos 
fazendo movimentos laterais visto que são mais 
eficientes. Esses movimentos são aprendidos. 
Na mastigação começamos com movimento lateral 
e deslizamos a mandíbula até parar na posição 
cêntrica. Para isso, devemos ter guias laterais, ou 
seja, dentes queirão guiar os movimentos para que 
os dentes posteriores não trombem. Essas guias são 
a guia anterior e a guia lateral (que pode ser canina 
ou em grupo). 
Guia anterior pode ser tanto protrusiva quanto 
lateralidade. Isto é da função mastigatória. O 
movimento de mastigação pode ser chamado de 
movimento em gota. 
Tanto na função como na parafunção essas guias 
são essenciais, pois elas são a proteção durante o 
movimento. As guias dependem da anatomia dental 
em harmonia com a ATM. 
Quando os incisivos permanentes erupcionam, por 
sua forma, eles começam a fazer guia anterior. Isso 
estimula a diferenciação e o crescimento da 
eminência articular. A eminência articular é 
formada só depois da erupção dos dentes 
anteriores permanentes, e tem exatamente a 
mesma angulação da face palatina dos incisivos 
centrais superiores. 
O movimento de guia anterior existe em um 
desdentado total, mas não é feito pelo incisivo 
inferior passando na face palatina do incisivo 
superior. Essa guia é toda feita na articulação. 
Quando o côndilo caminha para frente e bate na 
eminência, ele obrigatoriamente faz esse 
movimento. 
 
Idealmente a guia é feita pelos dentes e a ATM só 
acompanha a guia. A força da ATM durante a guia 
deve ser suave. Se a guia passa a ser exercida pela 
ATM ocorre o aumento de forças de compressão e 
tração. A guia anterior uma vez perdida, nunca é 
recuperada exatamente como era. O problema de 
perder guia anterior é esse: se reabilitamos o 
Prova 2 Oclusão 
Karolina Viana 
 
10 
paciente com uma guia anterior com um ângulo 
muito diferente do ângulo da eminencia, ATM e 
dentes podem não trabalhar em perfeita harmonia. 
Como não é possível medir a inclinação da 
eminência, é difícil restabelecer a guia anterior 
como ela era antes. 
Em protrusão e lateralidade o côndilo parte da 
posição côndilo-fossa. O ponto de partida sempre é 
o côndilo encaixado na fossa. A angulação da 
eminência/parede medial da fossa é coincidente ou 
muito próxima à inclinação dos incisivos e quanto 
maior a angulação, mais inclinado é o movimento. 
Por exemplo, pacientes com a eminência pouco 
angulada, durante o movimento protrusivo tem que 
fazer uma abertura de boca menor; pacientes com a 
eminencia muito angulada tem que fazer uma 
abertura de boca maior durante a protrusiva. Isso 
aumenta o movimento. 
Quando a criança tem apenas dentes decíduos, ela 
não tem guia anterior, tem apenas desoclusão 
bilateral. Ao jogar a mandíbula para o lado ou para 
frente, tocam os posteriores dos dois lados. Isso 
pode acontecer sem prejuízo em virtude de sua 
anatomia: proporção coroa/raiz e raízes muito 
abertas podendo absorver forças laterais. Com a 
erupção dos incisivos permanentes a criança 
começa a ter guia anterior. Mas, quando ela faz 
lateralidade, nessa fase, ainda é pelos molares. Só 
ao erupcionar o canino permanente, a guia lateral 
passa a ser feita pelo canino. O paciente 
desdentado total reabilitado com prótese 
normalmente não tem guia anterior e guia lateral 
em canino. Normalmente tem desoclusão bilateral 
semelhante a uma criança, pois se ao desocluir a 
sua prótese for apoiada de apenas um lado, ela irá 
mancar. 
 
A ATM deve receber somente forças leves de 
compressão. A articulação não deve fazer a guia, 
deve apenas acompanhar a guia. Quem faz a guia 
são os dentes. A carga desse movimento deve ser 
aliviada pelos dentes. Se o paciente tiver guia 
condilar, é prejudicial; isso ocorre quando o 
paciente não tem dente anterior ou tem dente na 
posição incorreta. 
 
Guia dental 
A guia anterior dental é o caminho seguido pela 
mandíbula quando faz a função lateral ou 
protrusiva durante a mastigação. 
A guia anterior é uma função aprendida e tem que 
estar harmônica com o caminho articular. 
No fechamento o ideal é que os dentes tenham 
pelo menos dois pontos de contato, um B e um C ou 
A estabilizando-os no sentido vestíbulo-lingual. 
Quando os dentes dão seus devidos toques ocorre 
uma estabilidade oclusal, a mandíbula fecha 
naquela posição e trava em uma posição estável. O 
ideal é que quando esses toques estáveis ocorrem 
em posteriores, os caninos toquem de leve. Se o 
canino se tocar forte, será gerada uma força lateral 
forte. A partir do momento que os dentes 
posteriores se tocam ativa uma propriocepção de 
masseter; quando o masseter está ativo é o 
momento de maior força da mastigação. 
Quando fazemos lateralidade, apenas o canino deve 
tocar. O canino vai deslizando à medida que os 
posteriores desocluem. Quando o toque é nos 
dentes anteriores a propriocepção é diferente, 
porque o toque no dente posterior gera uma 
pressão de compressão dos proprioceptores o que 
gera uma resposta do masseter provocando 
fechamento. Quando se tocam dentes anteriores no 
movimento lateral, o movimento tende a girar o 
dente no alvéolo. Isso ativa os proprioceptores de 
maneira diferente ativando as fibras anteriores do 
temporal, um movimento mais suave do que o do 
masseter. 
A guia anterior ou a guia em canino pode ser 
dividida em 2: guia inicial e guia final. Quando a 
metade do movimento é feita, os dentes 
posteriores devem ter desocluído totalmente. A 
partir do meio do movimento até os dentes 
anteriores ficarem topo a topo os posteriores só 
estão distanciando. Esse espaço é chamado Espaço 
de Christensen. 
Quando fazemos lateralidade para diagnostico do 
paciente, o movimento é feito de dentro para fora, 
Prova 2 Oclusão 
Karolina Viana 
 
11 
mas na realidade a lateralidade feita durante a 
mastigação é feita de fora para dentro. Por isso o 
movimento da guia é em direção à posição cêntrica 
ou convergindo para a oclusão cêntrica. 
Durante a função não ocorre desgaste de dente, ou 
o desgaste é mínimo. Na parafunção ocorre intenso 
desgaste dental. Isso ocorre em virtude da 
propriocepção. Depois que o movimento é 
realizado algumas vezes e os caninos se tocam 
algumas vezes durante o movimento é gerado um 
engrama, ou seja, o cérebro aprende onde está o 
canino. Por isso dizemos que a guia, na função, é 
proprioceptiva. O dente está ali como referência, 
mas não tem que tocar para fazer a guia porque 
aprendemos onde está a guia; de vez em quando os 
dentes se esbarram e forma um novo engrama 
quando esquecemos onde está o dente. Durante a 
parafunção a guia é mecânica, o paciente “esfrega” 
os dentes. Durante a parafunção ocorre muito 
desgaste dental e durante a função ocorre pouco ou 
nenhum desgaste dental. 
Na protrusiva a face palatina dos incisivos guia a 
mandíbula de volta para a MIH e na lateralidade o 
canino guia a mandíbula de volta para a MIH. Por 
isso esses movimentos são chamados de guia. 
Quando o paciente tem guia os dentes posteriores 
não tocam, tocam apenas no final do movimento. 
Como durante a guia a força é mínima atuando 
principalmente pterigoideo medial e anterior do 
temporal que são músculos mais posicionadores a 
força é pouca. Além disso, os caninos e incisivos são 
os dentes mais distantes do fulcro e da potência 
quando consideramos a mandíbula como um 
sistema de alavanca. O primeiro molar está bem ao 
lado do masseter que é a potência no sistema de 
alavancas, sendo o dente que mais receberá forças. 
Além disso tudo, o canino é o dente que tem a raiz 
mais volumosa com uma implantação grande no 
osso; sua raiz foi feita para aguentar força lateral. O 
pré-molar tem a raiz bem menor não aguentando 
força lateral, sendo capaz de suportar apenas força 
oclusal. 
Os incisivos inferiores são os dentes com a menor 
raiz. Porém, geralmente, os incisivos inferiores sãoos últimos dentes que o paciente perde. Apesar de 
serem os menores dentes aguentam muito tempo 
por estarem distantes do fulcro e da potência, 
diferente de pré-molares. 
Durante o fechamento é gerada uma força em 
direção ao longo eixo do dente que é uma força que 
a raiz e o ligamento periodontal consigam suportar. 
Na ausência de guia, como em paciente com canino 
fora de posição, durante o fechamento os pré-
molares batem. Ao baterem os pré-molares ativa os 
proprioceptores de compressão de dentes 
posteriores, ativando o masseter. Como a força 
aumenta e não está equilibrada, gerando uma 
resultante para a lateral. Começa a haver forças 
laterais no pré-molar, e ele não aguenta esse tipo 
de esforço. 
Os caninos precisam tocar pelo menos algumas 
vezes durante a lateralidade, mesmo que depois 
não se toquem mais pelo fato de a guia ser 
proprioceptiva. Ao se tocar eles criam o engrama. 
No movimento de lateralidade o côndilo do lado de 
trabalho vai apenas para fora e apenas rotaciona. O 
côndilo do lado de não trabalho vai para baixo e 
para dentro. Os incisivos podem tocar ou não, 
desde que toque os caninos e que o toque seja leve. 
 
FISIOLOGIA 
Guia anterior: na função é proprioceptiva. Na 
parafunção é mecânica. Porém nas duas tem a 
função de proteger os dentes posteriores. 
 
MASTIGAÇÃO 
A mandíbula é colocada em um posicionamento 
lateral, alinhando vestibular dos superiores com 
vestibular dos inferiores. Não chegamos a ter o 
contato dos dentes porque o alimento está 
interposto. A guia anterior guia para a posição de 
oclusão. Para os dentes voltarem para a oclusão 
depois do término do movimento são necessárias as 
guias; as guias direcionam a mandíbula à oclusão. 
Prova 2 Oclusão 
Karolina Viana 
 
12 
Na parafunção o movimento é o mesmo, porém 
não há interposição do alimento. Então, na hora 
que os dentes fecham eles se tocam, batendo na 
guia anterior e voltando para a posição de oclusão. 
Na mastigação/função é proprioceptiva porque os 
dentes não tocam e na parafunção é mecânica 
porque os dentes tocam e se desgastam. 
A guia anterior é muito importante para a 
bipartição da oclusão, ou seja, a oclusão 
mutuamente protegida/compartida. Durante o 
movimento os anteriores protegem os posteriores. 
No momento que os posteriores entram em oclusão 
eles estão protegendo os anteriores. Além de ser 
uma proteção durante a mastigação, é uma 
proteção na parafunção. O problema é quando a 
parafunção excede a capacidade de proteção do 
organismo, desgastando os dentes e fazendo o 
paciente perder as guias. 
A guia anterior também é importante para a 
eficiência da mastigação. A posição um pouquinho 
lateral da mandíbula aumenta a eficiência porque 
aumenta a força de cisalhamento. 
Cada dente tem sua anatomia específica e eles não 
estão preparados para todos os tipos de esforços 
gerados na oclusão, mastigação e parafunção. Os 
posteriores suportam a força de fechamento (força 
vertical ou axial) e os anteriores suportam as cargas 
laterais. Isso é uma questão ligada à anatomia de 
forma de coroa, forma de raiz e posição do dente 
(distância entre dente e músculo). 
 
Os molares tem seu longo eixo de orientação 
coincidente com a direção das fibras musculares do 
masseter. Quando o masseter contrai, a força é 
aplicada na direção do longo eixo dos molares, por 
isso este grupo de dentes consegue absorver bem 
essa força. São os molares que estimulam a 
propriocepção do masseter. O temporal, 
principalmente suas fibras mesiais, coincidem a 
inclinação com os incisivos e tem sua propriocepção 
estimulada por este grupo de dentes. As fibras 
musculares estão na mesma direção dos dentes que 
irão estimular sua contração. Por isso a contração 
do temporal não causa dano ao incisivo, pois além 
de estarem na mesma direção, os incisivos estão 
distantes do ponto de contração do temporal, 
fazendo com que a força chegue fraca na região 
anterior. 
Dessa forma, o sistema estomatognático gera as 
forças, mas também absorve as forças que gera, 
protegendo todo o sistema ao mesmo tempo. O 
osso e a ATM absorvem essas cargas geradas. O 
ideal é que a ATM receba apenas cargas leves. Na 
alavanca Classe I a ATM passa a ser a resistência e a 
sofrer forças de tração, o que gera problemas ao 
paciente. A homeostasia e manutenção do sistema 
dependem da quantidade de cargas nas ATMs. As 
cargas na ATM devem ser baixas, leve esforço de 
compressão. 
As cargas recebidas pelos dentes são transferidas ao 
periodonto. São os dentes que devem absorver as 
forças, na ATM chega apenas leve esforço de 
compressão. Se o sistema estiver funcionando desta 
maneira, provavelmente teremos ausência de sinais 
e sintomas, como facetas de desgaste, canino sem 
ponta, etc. 
 
Um desgaste dental leve, moderado e fisiológico é 
fruto da própria adaptação do sistema. São as 
chamadas facetas adaptativas. Também existe um 
leve desgaste dos dentes da guia, mas esse 
desgaste deve ser fisiológico. Quando o paciente 
tem hábitos parafuncionais ocorrem desgastes 
patológicos. O desgaste deve ser compatível com a 
idade do paciente. 
A recessão gengival pode ser um sinal em um 
paciente que não tem mais guia, pois ele perdeu a 
proteção e a força de compressão se tornou muito 
grande, resultando em carga excessiva no 
periodonto, o que provoca a recessão gengival. 
 
ESFORÇOS DAS FUNÇÕES 
Dentes posteriores: cargas axiais. 
Dentes anteriores: cargas laterais. 
Prova 2 Oclusão 
Karolina Viana 
 
13 
A desoclusão deve ser imediata; ao menor 
movimento lateral ou protrusivo já devem tocar 
apenas dentes anteriores e molares, e pré-molares 
não podem tocar mais. Para ocorrer a desoclusão 
imediata deve haver um leve contato dental. Se o 
dente não está em contato e o paciente faz 
movimento lateral, até o dente anterior entrar em 
contato ele estará forçando os posteriores. 
Idealmente deve ter um leve contato nos caninos e 
nos incisivos. 
Para testar a força dos contatos podemos usar um 
papel celofane ou carbono fino. Quando interposto 
entre os dentes posteriores, o papel deve ficar 
travado. Nos dentes anteriores o ideal é que ele 
fique preso, mas seja capaz de deslizar e sair do 
meio dos dentes quando puxado. Caso o papel não 
deslize em dentes anteriores significa que o toque 
está excessivo. 
 
PRINCÍPIO DA OCLUSÃO 
Os dentes posteriores devem dar estabilidade 
oclusal. A estabilidade oclusal é um pré-requisito 
para a guia; restabelecer as guias sem dar 
estabilidade oclusal para o paciente não tem 
efetividade. A guia leva a mandíbula em direção à 
oclusão cêntrica, mas se o paciente não tem 
estabilidade oclusal ele não tem oclusão cêntrica. O 
paciente precisa ter estabilidade oclusal e 
desoclusão imediata; sem essas duas coisas não 
existe a proteção mútua. Sem desoclusão imediata 
os posteriores não estão sendo protegidos e sem 
estabilidade oclusal os anteriores não estão sendo 
protegidos. 
A provisória é feita e colocada na boca com a 
finalidade de que desgaste de acordo com a 
oclusão do paciente, para que ela se adapte. A 
provisória serve também para o dentista ver se 
acertou e se o paciente terá conforto articular com 
as guias confeccionadas pelo profissional. 
 
Quando o paciente tem DATO sua oclusão está 
restabelecida. 
O articulador da a possibilidade de montar o 
paciente em relação cêntrica. A prótese removível 
da ao paciente todos os dentes de uma vez, mas 
em compensação não da muita estabilidade 
oclusal. 
 
O paciente classe III dental normalmente é aquele 
paciente que perdeu a estabilidadeoclusal e 
encontrou sua MIH projetando a mandíbula para a 
frente, por isso é importante levar o paciente em 
relação cêntrica. 
A relação cêntrica é uma posição côndilo-muscular, 
por isso a primeira condição para levar o paciente 
em relação cêntrica é que ele esteja com a 
musculatura relaxada. Quando o paciente está com 
a musculatura rígida é necessário desprogramar a 
mordida, através do JIG, que quando o paciente 
morde toca apenas um ponto na sua arcada. 
Desprogramar é apagar o engrama oclusal do 
paciente. Quando ele está desprogramado a 
musculatura cede. Devemos conduzir a mandíbula 
do paciente de modo que o condilo encaixe na 
posição mais posterior superior na cavidade 
articular. Quanto mais prejudicada a oclusão do 
paciente, mais rígida será sua musculatura e mais 
difícil será leva-lo em relação cêntrica. 
A MIH é fruto de todo o crescimento, 
desenvolvimento e adaptação do sistema. Uma MIH 
criada pode não ser igual, por isso o paciente é 
colocado em Relação cêntrica para avaliação e 
reconstrução. 
Estabilidade oclusal, desoclusão imediata devem 
estar em harmonia com a ATM. O sistema 
estomatognático é harmônico. Onde a harmonia for 
quebrada surgirá o problema. 
A única posição onde sempre existe guia é a relação 
de oclusão cêntrica (MIH coincidente com relação 
cêntrica). Essa posição sempre terá guias, porque 
para haver relação de oclusão cêntrica o paciente 
não pode ter interferências. Quando o paciente tem 
interferências durante as guias, ocorrem mudanças 
de alavanca. A troca de alavancas sempre acontece 
nos movimentos excêntricos da mandíbula 
(lateralidade e protrusão). Se ocorre uma mudança 
de alavanca é sinal de que a guia não está 
Prova 2 Oclusão 
Karolina Viana 
 
14 
desocluindo, ocorrendo contato de dente posterior 
(seja do lado de trabalho ou do lado de não 
trabalho). A mudança de alavanca é eliminada ao se 
desgastar o dente que toca posteriormente ou 
aumentar o dente anterior para aumentar a 
desoclusão. 
A desoclusão rápida causa menos danos e é mais 
eficiente na mastigação. A desoclusão rápida tem o 
ângulo mais inclinado: um mínimo movimento 
lateral da mandíbula já desoclui muito. Quando o 
ângulo é mais inclinado o cisalhamento também é 
maior. 
A palatina dos dentes anteriores, ou seja, o ângulo 
de desoclusão vai determinar o ângulo da 
eminência. A profundidade da oclusal dos dentes 
posteriores determina a profundidade da fossa 
articular. Quanto menos a mandíbula precisa 
desocluir mais eficiente é a mastigação, além de ser 
mais confortável mastigar do lado da mandíbula 
que desocluir menos. 
DATO = idealmente no sistema deve ter oclusão + 
desoclusão + alinhamento tridimensional do plano 
oclusal. Isso gera proteção mútua onde os 
anteriores protegem os posteriores, os posteriores 
protegem os anteriores e ambos estão em 
harmonia protegendo a ATM. 
Quando os molares estão em oclusão, temos 100% 
de contração muscular. A maior força muscular é 
quando os molares estão em oclusão. Os vetores de 
força precisam ser distribuídos de acordo com a 
direção e intensidade: anatomia da coroaXanatomia 
das raízes. Nos dentes posteriores as raízes são 
abertas e nos dentes anteriores as raízes são ovais, 
principalmente o canino. 
O osso mandibular é muito rígido e mais compacto. 
O osso da maxila é mais esponjoso e tem os seios 
maxilares. A mandíbula bate na maxila, e acima da 
maxila está o cérebro, por isso o osso maxilar é 
poroso: para que absorva o impacto gerado pela 
mandíbula. Pelo fato de a densidade óssea ser 
menor, os dentes superiores têm mais raízes e estas 
são mais abertas, para compensar a menor 
densidade óssea. 
A relação coroaXraiz do canino normalmente é de 
1:2. 
O contato anterior gera uma inibição da 
propriocepção dos posteriores, então quando os 
anteriores tocam a ação dos posteriores é reduzida, 
diminuindo assim a força. O contato anterior gera 
uma torção do dente no alvéolo, por isso o mesmo 
proprioceptor capta o estímulo de um jeito 
diferente. Quando capta a força de compressão o 
proprioceptor ativa o masseter. Quando capta força 
de torção ativa músculos de posicionamento de 
mandíbula, havendo uma redução significativa de 
contração. A guia serve para reduzir a intensidade 
da ação muscular pela inibição da propriocepção de 
posteriores. A maior inibição possível é quando há 
apenas um dente tocando (no caso 2, um superior e 
um inferior); o ideal é que haja 4 dentes tocando 
(pelo menos 2 superiores e 2 inferiores), 
diminuindo a força entre os dentes. A inibição será 
menor, mas o dente sofre menos carga. 
Contatos múltiplos produz nível reduzido de 
inibição dos posteriores, porém um toque só gera 
uma sobrecarga muito grande em um só dente. 
Quanto mais inclinado o dente, pior é a distribuição 
de força. O dente menos inclinado, a força está 
mais próxima do seu longo eixo. O dente mais 
inclinado tem alavanca maior, a força vai mais fora 
do longo eixo do dente. 
Não pode, de forma alguma, colocar o canino no 
lugar do incisivo lateral, pois além de não ficar 
estético, a guia passa a ser feita no pré-molar. 
Quando o paciente tem overjet (distancia entre os 
incisivos superiores e inferiores) ele não tem guia. 
Para haver guia, o overjet deve ser igual a zero, 
significando um contato anterior leve, porém 
presente. Quando há o overjet, o dente começa a ir 
para a frente, não desoclui e começam a aparecer 
as forças laterais nos dentes posteriores. 
Estabilidade posterior mantem a guia, os dentes 
posteriores estáveis na sua posição. 
Prova 2 Oclusão 
Karolina Viana 
 
15 
A função posterior que existe só é possível porque a 
força é dividida em todos os 4 dentes posteriores, 
então nenhum é sobrecarregado. 
Ausência de guia na função é problema, mas 
ausência de guia na parafunção é sinal de problema 
muito maior. A ausência de guia pode causar 
recessão gengival em virtude de cargas laterais em 
pré-molar ou molar. 
Ausência de guia também implica em sobrecarga 
posterior, porque os posteriores receberão carga 
lateral, e sobrecarga articular porque a guia passará 
a ser condilar. Implicará em ineficiência 
mastigatória porque a guia aumenta a eficiência 
mastigatória. Haverá o comprometimento muscular 
porque a propriocepção muscular que relaxa a 
musculatura e diminui a força não irá existir, o 
paciente morderá com força o tempo todo. 
Ausência de guia potencializa a parafunção (não 
tem a proteção dos dentes posteriores, pois o 
toque estimula a propriocepção dos posteriores que 
ativa o masseter, um músculo potente, em vez de 
ativar o temporal como acontece no toque de 
dentes anteriores, que é um musculo com menos 
força). 
A grande maioria dos problemas nos dentes 
anteriores está nos dentes posteriores e a grande 
maioria dos problemas nos dentes posteriores está 
nos dentes anteriores. 
Diastema: normalmente surge quando tem 
interferência grande em dentes posteriores, pois 
quando o paciente vai fechar, bate na interferência 
e joga a mandíbula para frente. Isso faz com que o 
paciente crie um engrama e uma memória para já 
morder lá na frente, evitando aquela interferência 
posterior e batendo nos dentes anteriores. 
No bruxismo, o paciente tem guia, mas ele desgasta 
os dentes até perder a guia. Quando o paciente 
perde a guia passa a tocar os dentes posteriores, e 
ele continua com o bruxismo. A parafunção 
continua, desgastando os dentes posteriores e 
fazendo o paciente perder DVO. Ao desgastar 
posterior volta a tocar os anteriores e volta a ter 
guia. Esse ciclomastigatório continua. A placa serve 
para proteger do desgaste (porque o paciente 
desgasta a placa) e devolver as guias. Quando a 
placa é colocada com um contato só os dentes 
tendem a extruir a longo prazo, aumentando a 
dimensão vertical do paciente; por isso uma placa 
em posição cêntrica deve tocar todos os dentes, 
tanto anteriores quanto posteriores e ela deve ter 
guia. Por isso, uma boa placa tem um volume maior 
na frente para fazer guia anterior e tem dois 
volumes no lugar do canino para fazer lateralidade. 
As provisórias devem ter oclusão e desoclusão em 
canino também. 
A anatomia dos dentes anteriores e posteriores 
devem estar de acordo com a anatomia articular. 
Todos os livros ensinam guia anterior partindo de 
uma oclusão cêntrica para fora. Mas, na verdade 
ocorre fisiologicamente de fora para dentro, na 
mastigação. 
A guia é feita sobre esmalte. 
 
PADRÕES DE DESOCLUSÃO 
- Desoclusão pelo canino sozinho: toca apenas o 
canino na lateralidade. É a mais fácil de reproduzir 
proteticamente e em reconstruções oclusais e 
possui característica centralizadora, levando a 
mandíbula para a oclusão central. 
- Desoclusão em grupo anterior: toca o canino + 
incisivo lateral e/ou incisivo central. 
- Desoclusão em grupo parcial: canino + dois pré-
molares ou canino + dois pré-molares e um molar. 
- Função em grupo total: toca tudo junto, os dois 
molares, pré-molares e o canino. 
- Função em grupo posterior: tocando só molares e 
pré-molares. Essa função é fisiológica apenas até o 
canino erupcionar. Alguns autores dizem que não é 
uma função e sim uma adaptação quando o 
paciente não tem o canino. 
→ Desoclusão em grupo é tão eficiente quanto 
qualquer outro padrão de desoclusão, podendo ser 
Prova 2 Oclusão 
Karolina Viana 
 
16 
mais difícil de ajustar, por isso em reabilitação oral 
optamos pela desoclusão por canino. 
A desoclusão deve ser mínima para aumentar a 
eficiência. Não adianta ter uma desoclusão pelo 
canino e ela abrir muito os dentes. Quanto menor a 
desoclusão, maior a eficiência da mastigação. Deve 
ser simétrica, pois acontece dos dois lados e nós 
inconscientemente damos prioridade de 
mastigação para o lado mais baixo, que desoclui 
menos. 
A correção de uma interferência pode ser feita 
aumentando o canino ou desgastando o dente onde 
ocorre a interferência. 
 
CANINO 
Dente com raiz longa e espessa, posição privilegiada 
longe do músculo recebendo pouco esforço. 
 
Prova 2 Oclusão 
Karolina Viana 
 
17 
Equilíbrio oclusal 
O sistema estomatognático é composto 
basicamente de ATM, músculo e dentes 
funcionando de forma harmônica e equilibrada. No 
dia-a-dia sabemos que está funcionando de forma 
equilibrada quando temos ausência de sinais e 
sintomas. 
Os principais componentes anatômicos do sistema 
são os dentes e estruturas de suporte 
(principalmente o periodonto), ATM, articulação 
dento-alveolar, músculos, ligamentos e sistema 
vásculo-nervoso. Quando esses componentes 
anatômicos começam a funcionar juntos há a 
formação dos componentes fisiológicos: a oclusão, 
o periodonto, a ATM e o mecanismo 
neuromuscular. Fisiologicamente esperamos que o 
sistema funcione de forma harmônica para que não 
haja danos. 
A desoclusão em grupo posterior não é fisiológica, 
pois na fisiologia natural ela não deveria existir. 
Quem deveria assumir a função de guia lateral é o 
canino, sozinho ou com participação de todos os 
posteriores. Por algum motivo o canino não veio e a 
desoclusão permaneceu em molares e pré-molares. 
Isso não é normal, mas existe e não é patológica, 
não causando problemas. 
Toda vez que fechamos a boca estamos fazendo 
uma trajetória cêntrica com a mandíbula, pois o 
condilo tende a ir para a posição cêntrica. O condilo 
busca a posição cêntrica porque é a mais fisiológica. 
Por algum motivo, o condilo pode não ir para a 
relação Centrica, pois existe uma interferência, ou 
contato cêntrico. O primeiro contato DENTÁRIO no 
arco de fechamento cêntrico é a interferência que 
modifica a trajetória do fechamento mandibular e 
faz com que o côndilo não ocupe durante o 
momento do fechamento a posição de relação 
cêntrica. Daí temos que o paciente está em MIH. 
Para que o sistema funcione de forma harmônica 
um dos princípios básicos é a proteção mútua. Para 
avaliar se o paciente está trabalhando em proteção 
mútua basta pedir que o paciente faça o 
movimento de lateralidade e avaliar se tem contato 
de dentes posteriores sozinhos. Para essa avaliação 
devemos pedir ao paciente que faça também a 
protrusão e avaliar se tem contato de dentes 
posteriores. Isso pode ser avaliado com o carbono: 
nos anteriores o carbono da um contato leve. 
Desoclusão em pré-molar é comum aparecer 
recessão gengival. Para resolver esse problema 
muitas vezes aumentamos a ponta do canino com 
resina. Para aumentar a retenção da resina pode 
ser confeccionado um pin na incisal do canino. 
 
A principal causa de diastemas em dentes 
anteriores é a ausência de dentes posteriores. À 
medida que o paciente tem ausência dos dentes 
posteriores os anteriores passam a receber maior 
carga. Além disso, isso também provoca o desgaste 
dos incisivos inferiores. Até mesmo restaurações 
mal feitas ou insatisfatórias (como resina de 
laboratório) pode causar esse diastema. Esses 
problemas nos dentes posteriores causam 
diminuição da DVO. Se reduz 1mm de espaço nos 
posteriores, nos anteriores é reduzido mais ou 
menos 3mm. O desgaste e o diastema são resultado 
de um apoio excessivo dos dentes anteriores. Esse 
paciente deve ter suas restaurações posteriores 
aumentadas para aumentar sua DVO. 
Para realizar o aumento de DVO o paciente deve ser 
montado em relação cêntrica no articulador. 
Montamos em cêntrica porque essa posição é o 
parâmetro único que restou, uma vez que o 
paciente já perdeu os dentes por desgaste. 
A articulação se adapta aos dentes. Concluído o 
desenvolvimento da oclusão a articulação só 
consegue continuar se adaptando aos dentes desde 
que o limiar de adaptação seja pequeno. Mudanças 
grandes a articulação não aguenta. É melhor 
adaptar agora a oclusão à ATM que já evoluiu e já 
se desenvolveu. 
Existe um casamento entre a articulação e a 
anatomia dos dentes, que foi construído durante o 
desenvolvimento da oclusão. Passado o 
desenvolvimento, o profissional deve preservar 
Prova 2 Oclusão 
Karolina Viana 
 
18 
isso. Em reabilitação oral damos sempre desoclusão 
rápida com cúspides baixas para o paciente e 
concavidade palatina rasa. 
 
LATERALIDADE 
- Desoclusão em grupo total: todos os posteriores + 
o canino 
- Desoclusão em grupo parcial: canino + alguns 
posteriores. 
- Desoclusão em grupo anterior: canino + incisivos 
lateral e central. (Pouco comum, porém possível). 
→ Sempre que um lado entrar em função o outro 
deve desocluir, por isso não podemos ter 
interferência em balanço. A interferência em 
balanço é uma das principais causas de troca de 
alavanca (de classe III para classe I ou II). A troca de 
alavanca pode ocasionar dor de cabeça. 
Interferência em balanço leva à sobrecarga da ATM 
e da musculatura. 
Na protrusiva o critério é o mesmo: tentar manter 
sem contato de dentes posteriores, deixando 
apenas os anteriores tocando. Essa guia protrusiva 
deve ter no mínimo a participação de quatro 
dentes. Dois contra dois. 
Uma das funções da placa para bruxismo é criar 
um espaço maior entre as arcadas para que relaxe 
a musculatura. 
 
Existem duas formas de ocluir: em máxima 
intercuspidaçãohabitual ou em máxima 
intercuspidação cêntrica. A MIH é a que a maioria 
das pessoas tem porque tem interferência no arco 
de fechamento. A MIC é quando coincide as duas: a 
posição de mordida e a posição condilar, o que 
quase ninguém tem. 
Quando os contatos anteriores existirem, eles 
devem ser leves. Contatos fortes devem ser dados 
nos dentes posteriores. O contato nos dentes 
posteriores deve ser estável. Para que haja contatos 
posteriores estáveis, eles tem que obedecer os 
contatos oclusais (A, B, C, stopper, equalizer). 
Aparelho móvel não faz contenção. Toda vez que 
ele é retirado, o ligamento ainda não está 
consolidado. Se ficamos muitos dias sem usar, ao 
recolocar é possível sentir a pressão nos dentes. 
Dessa forma em vez de conter, o aparelho faz 
ativação o tempo todo, ativando o movimento, 
sendo que o que é necessário é a consolidação do 
osso alveolar. 
 
A maioria dos apinhamentos acontecem por falta 
de equilíbrio oclusal de dentes posteriores. Como 
eles não estão estabilizados, na mastigação sobra 
resultante de forças para frente, o que acaba 
empurrando os dentes anteriores. 
Modelos de estudo são sempre feitos com 
montagem em relação cêntrica, logo deve-se usar o 
articulador. O verticulador usa sempre MIH. 
Se o dente a ser restaurado for a interferência, 
devemos desgastar aquele contato que está 
acontecendo naquele dente para que seja 
encontrado o segundo contato, que a partir de 
agora passará a ser o primeiro. A interferência não 
pode mais ser aquela do dente a ser tratado porque 
não conseguiremos mais restabelecer aquele ponto 
da mesma forma. Então existe uma chance grande 
de que seja criada uma interferência maior. A 
segunda interferência não causará problema 
porque é uma interferência menor que a primeira. 
Esse é o princípio básico para um ajuste oclusal por 
desgaste seletivo. Se forem desgastados todos os 
pontos de interferência até que a boca feche com 
todos os contatos ao mesmo tempo, o paciente 
entrará em uma MIC: uma máxima intercuspidação 
coincidente com a relação cêntrica. Isso não quer 
dizer que o paciente terá essa relação 
definitivamente, visto que ele pode desenvolver 
uma nova interferência. 
 No caso de uma restauração isolada, o 
desgaste será feito apenas para tirar a 
interferência da primeira interferência e 
jogar para a segunda, não precisa desgastar 
todos os pontos. 
Prova 2 Oclusão 
Karolina Viana 
 
19 
 
PASSOS PARA O AJUSTE DE UMA RESTAURAÇÃO 
1. MIH ou MIC 
2. Lateralidade 
3. Protrusão 
4. Consultar a cêntrica (para consultar a 
cêntrica deve ter sido anotado na primeira 
consulta o que é a cêntrica, qual dente foi a 
interferência). 
O melhor caminho possível durante uma 
reabilitação oral é adaptar a oclusão à uma 
articulação que já existe e já foi adaptada. Por isso 
partimos da montagem na posição condilar, que é a 
cêntrica. 
A justificativa para utilizar a relação cêntrica como 
referência é que é muito mais fácil, a partir do 
momento em que os dentes foram perdidos, 
adaptar os dentes à articulação do que o inverso 
porque a articulação já sofreu todas as adaptações 
que ela deveria ter sofrido. Ela não está pronta, 
ainda vai mudar, porém as mudanças não serão tão 
grandes. Tentaremos não intervir muito na 
articulação porque o limiar de adaptação agora tem 
um limite. Se exagerarmos e passar desse limite, o 
paciente não consegue se adaptar mais, 
intensificando o risco de o mesmo ter um problema 
de articulação ou problema muscular, ou colapso da 
estrutura periodontal. Tentaremos usar como 
referência a relação cêntrica, que é a posição 
condilar. Para obter um ajuste oclusal, os métodos 
possíveis são: 
1. Reconstrução oclusal parcial ou total: 
Prótese total, implantes. O ideal é que o 
paciente seja montado em posição cêntrica 
no articulador. 
2. Desgaste oclusal em dentes naturais. 
3. Combinação de procedimentos 
4. Uso de dispositivo ortodôntico 
5. Uso de dispositivo ortopédico: guia o 
crescimento ósseo para interferir na 
oclusão do paciente. 
6. Cirurgia ortognática 
 Idealmente, todo ajuste oclusal deveria 
colocar o paciente em cêntrica. Porém, a 
ortodontia não faz isso, por isso depois da 
ortodontia deve-se fazer o ajuste por 
desgaste. 
Quando temos dúvida de qual é o ajuste ideal, 
simulamos o ajuste no articulador, montando o 
paciente em cêntrica e manipulando o modelo. 
Desgastamos o modelo e acompanhamos para 
saber se a técnica será efetiva ou não. 
Quando o paciente perde estabilidade posterior sua 
mandíbula pode vir para frente, fazendo o paciente 
assumir o aspecto de um paciente classe III. 
Toda vez que estivermos trabalhando com ajuste 
oclusal trabalharemos com o paciente em cêntrica. 
A ortodontia é a única situação que não faz isso. 
O planejamento restaurador pode mudar de acordo 
com o número de dentes restaurados na boca. É 
diferente intervir em uma boca hígida do que em 
uma boca muito restaurada. 
No caso de reabilitação de dentes anteriores 
desgastados o primeiro passo é aumentar os dentes 
posteriores. Deve-se aumentar a DVO, aumentando 
as vertentes internas para obter melhores contatos 
oclusais. Para isso devemos levar em consideração 
que para cada 1mm aumentados atrás, em média 
abrimos 3mm na frente. 
O contato prematuro o paciente percebe, a 
interferência é mais difícil. 
- Redução de DVO: trespasse vertical diminuído, 
sobremordida. Ocorre quando o paciente perde 
dentes posteriores. Quando o paciente tem uma 
discrepância muito grande da MIH para a cêntrica 
sugere-se que ele necessite de um ajuste oclusal. Se 
há uma diferença muito grande do primeiro contato 
para o fechamento total pode estar havendo uma 
sobrecarga de musculatura, estrutura periodontal, 
dentes, ATM. Quando a discrepância entre a 
cêntrica e a habitual é muito grande, ocorre 
tracionamento da ATM. O tracionamento da ATM é 
prejudicial, pois a ATM só assimila bem as forças de 
Prova 2 Oclusão 
Karolina Viana 
 
20 
compressão. Quando eu tenho interferência em 
balanço o fulcro se desloca momentaneamente 
para a interferência e a ATM vira a resistência, 
sendo tracionada. O ajuste oclusal é indicado para 
que não haja mudança de alavanca. A mudança de 
classe III para classe I é a pior, pois as interferências 
são maiores. Quando a alavanca é modificada para 
classe II o sistema costuma assimilar. 
 Classe III para classe I: O tracionamento da 
ATM provoca o aumento dos espaços 
intercondilares pela distensão dos 
ligamentos da ATM levando à dor, 
contração muscular excessiva, facilitando a 
destruição do disco articular devido à 
tração desse disco. A destruição do disco 
articular é irreversível. 
Mesializar = andar a raiz e a coroa juntos. Não 
confundir com inclinação. Quando um molar 
inclina para a mesial, normalmente sua crista 
marginal distal torna-se a interferência. 
 
Os contatos indesejados são as interferências. Na 
maioria das vezes estamos adaptados a elas. Na 
maioria das vezes elas podem, além de mudar a 
trajetória do arco de fechamento, causar perda 
óssea, abfração. 
Abfração é dentária; recessão é gengival. A 
abfração acontece de forma semelhante ao que 
acontece quando dobramos um bambu, forçando-
o pelas suas extremidades. Acontece muito em 
pré-molares que estão recebendo cargas laterais 
sozinhos, a região cervical fica exposta e 
aprofundada, com uma lesão cervical (uma lesão 
em V) causada por trauma oclusal excessivo. 
Sempre no limite amelocementario, pois o braço 
de potencia e resistência se encontram na coroa e 
a raiz e a resultante semprese encontrará no meio. 
Canino raramente apresenta abfração. Se já está 
exposto em boca não podemos afirmar que é 
abfração; abfração é aquele caso que sentimos sob 
a gengiva, pois quando está exposto deve ter ação 
de componentes erosivos. 
 
Interferências em dentes posteriores comumente 
fazem a mandíbula deslizar e a joga para a frente. 
Em alguns casos o periodonto sofrerá, e em outros 
o dente abre um diastema. Uma das principais 
causas de diastemas anteriores é a falta de 
equilíbrio oclusal posterior. 
- Avaliar: mobilidade dental, lesão de trauma 
oclusal, recessão gengival e colapso da estrutura 
periodontal. Tudo deve ser avaliado somando as 
radiografias aos exames clínicos. 
- Indicações: necessidades prévias ao tratamento 
restaurador, desordens miofaciais e/ou ATM, 
durante e após tratamento ortodôntico, 
parafunções. 
- Contra-indicações: são iguais Às de qualquer 
tratamento oclusal definitivo irreversível. 
Impossibilidade de se atingir os objetivos pela 
técnica selecionada. Tratamento profilático. 
- Objetivos: O objetivo de dar estabilidade oclusal 
para o paciente é harmonia da oclusão, eliminação 
de prematuridades, eliminação de interferências, 
axialidade de forças eliminando as cargas laterais 
que não são bem suportadas por dentes 
posteriores. Equilibrar o dente no sentido vestíbulo-
lingual e mésio-distal através dos contatos A, B, C, 
stopper e equalizer. 
A superfície dos dentes posteriores tem planos 
inclinados. Temos crista marginal, vertente interna, 
vertente externa. 
 
CONTATOS 
 
Prova 2 Oclusão 
Karolina Viana 
 
21 
Os contatos A, B e C sempre acontecem de 
vestibular para lingual nessa ordem, seja no inferior 
ou no superior. 
A = no inferior é vertente externa da cúspide de 
contenção; no superior é vertente interna da 
cúspide de não contenção. 
B = encontro das duas vertentes internas das 
cúspides de contenção cêntrica ou de trabalho. 
C = vertente interna da cúspide de não contenção 
do inferior contra externa de contenção do 
superior. 
 Contato em ponta de cúspide é A. Da ponta 
da cúspide para a vestibular é A, só é B na 
vertente interna. 
Para estabilizar um dente no sentido vestíbulo-
lingual são necessários no mínimo dois contatos: 
obrigatoriamente um B e um A ou C. Para estabilizar 
no sentido mésio-distal são precisos 3 contatos: um 
B oposto ao outro B (um stopper e um equalizer) e 
um A ou C. 
 
 
Contatos que ocorrem em planos opostos 
estabilizam o dente no sentido mésio-distal. 
O plano distal joga a mandíbula para trás 
impedindo-a de ir para a frente. É o stopper. 
 O plano mesial joga a mandíbula para a mesial 
impedindo que ela vá para a distal. Esse ponto é o 
equalizer. 
Stopper: impede que a mandíbula ou o dente 
caminhe para frente. 
Equalizer: impede que a mandíbula ou dente 
caminhe para trás. 
Quando um paciente perde o primeiro molar 
inferior, ele nem sempre terá o segundo molar 
inclinado para a mesial; isso ocorre apenas se o 
dente não estiver equilibrado com stopper e 
equalizer. 
 
Os pontos stopper e equalizer estarão nas faces das 
vertentes triturantes da cúspide de trabalho ou 
cristas marginais direcionando a força no sentido 
destes planos mesial e distal. Estabilizam o dente ou 
a mandíbula no sentido mésio-distal. Nas cúspides 
de não trabalho não existe stopper e equalizer 
porque não existem duas vertentes triturantes. O 
plano da vertente lisa não oferece estabilização, é 
preciso duas vertentes opostas. 
Os pontos Stopper e Equalizer sempre serão 
contatos B ou contatos de crista marginal. 
Mesial do inferior contra distal do superior é 
stopper. 
RESUMO – Para equilibrar um dente precisamos de 
no mínimo dois Bs sendo um stopper e um 
equalizer (M e D) somados a um A ou C (V e L). 2BA 
ou 2BC. 
 
 
 
 
 
Prova 2 Oclusão 
Karolina Viana 
 
22 
AJUSTE DA RESTAURAÇÃO 
 
1. Desgasta no centro porque o contato está 
tão alto que rasgou o carbono, até que esse 
halo se transforme em um ponto. 
2. Pode ser dividido em vários contatos 
menores 
3. Desgastado próximo ao sulco. 
Contatos grandes na ponta de cúspide idealmente 
são desgastados dividindo-o no meio, para obter 
um contato A e um contato B. 
É bom bater o carbono antes de fazer a restauração 
para saber o padrão de contatos que o paciente 
tem e equiparar o contato após a restauração. 
 
Sequência para o ajuste de uma restauração: 
1. Os contatos serão avaliados em MIH; 
2. Avaliar o lado de trabalho na lateralidade ; 
3. Avaliar o lado de balanceio na lateralidade; 
4. Avaliar a protrusão (não deve tocar 
posterior); 
5. Consultar o contato cêntrico.

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