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Política e Sociedade no Brasil - Aula 6 - Casa Grande e Senzala

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Casa-Grande e Senzala
(1930) Gilberto Freyre
Século XIX  população separada em 2 grupos:
 Possuidores de direitos
 Não possuidores de direitos
Houve algum fator que rompeu a barreira entre essas duas classes, tornando possível uma democracia racial?
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 Podemos falar em democracia racial no Brasil?
Gilberto Freyre (Casa-Grande e Senzala): é possível falar em democracia racial no Brasil.
Darcy Ribeiro ( O Povo Brasileiro): não há democracia racial no Brasil.
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De que realidade Gilberto Freyre parte para sustentar sua tese?
Parte da sociedade escravocrata e patriarcalista do Brasil pré-urbano-industrial.
Estuda os pilares dessa ordem
Sociologia da vida cotidiana
Influência do método do materialismo histórico e de Marx e Engels.
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 A concepção materialista da história parte da tese de que a
 produção, e com ela a troca dos produtos, é a base de toda a 
ordem social; de que em todas as sociedades que desfilam pela 
história, a distribuição dos produtos, e juntamente com ela a 
divisão social dos homens em classes ou camadas, é 
determinada pelo que a sociedade produz e como produz o pelo 
modo de trocar os seus produtos. De conformidade com isso, as 
causas profundas de todas as transformações sociais e de todas 
as revoluções políticas não devem ser procuradas nas cabeças 
dos homens nem na idéia que eles façam da verdade eterna ou 
da eterna justiça, mas nas transformações operadas no modo 
de produção e de troca; devem ser procuradas não na filosofia, 
mas na economia da época de que se trata. 
Friedrich Engels, Do socialismo utópico ao socialismo científico, parte III (“O materialismo histórico”) 
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 Se, naturalmente, a relação senhor-escravo é marcada por um antagonismo, como falar em democracia racial num sistema escravagista?
Ele desvenda a realidade. Estuda os comportamentos.
Hibridismo português + escassez de mulheres brancas + apetite por morenas = MISCIGENAÇÃO
“O Brasil formou-se, despreocupados os seus colonizadores da unidade ou pureza de raça (...) Só importando às autoridades coloniais que fossem (os estrangeiros) de fé ou religião católica.”
(FREYRE,Gilberto. Casa-grande e senzala. São Paulo: Editora Global, 2007, pág. 91)
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TESE:
“A miscigenação que largamente se praticou aqui corrigiu a distância que de outro modo se teria conservado enorme entre a casa-grande e a senzala.”
(FREYRE,Gilberto. Casa-grande e senzala. São Paulo: Editora Global, 2007, pág. 33)
Efeitos sociais da miscigenação:
Amenizou a estratificação social;
Democratização social no Brasil.
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Gilberto Freyre = mestre do equilíbrio dos contrários.
Antagonismos equilibrados.
Ex: língua portuguesa no Brasil (vide pág. 417-418)
Da interpenetração de diversas culturas nasce a cultura brasileira.
Ele vê na cultura africana um elemento essencial na formação da brasilidade.
Estuda as influências africanas: no modo de vestir, de agir, de dançar, de cantar, na comida (mingau, quibebe, vatapá, pamonha, canjicas, pão-de-ló de arroz),de falar (pág. 418), etc.(vide pág. 390 a 393 de Casa-Grande Senzala)
“Foi o negro quem animou a vida doméstica do brasileiro de sua maior alegria”.(vide pág. 551)
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Na época, discutia-se por que o Brasil não vai para frente.
2 correntes:
Tese ariana. “O problema do Brasil é o mestiço”. Ex: Oliveira Vianna.
“Não há raça inferior”. Os males do Brasil podem ser encontrados na hiponutrição, na doença, enfim, nas consequências sociais do sistema econômico (monocultura exportadora) . Gilberto Freyre.
 Combate as acusações de inferioridade do negro. Entre elas:
 a) Depravação sexual;
 b) Doenças. Sífilis (vide pág. 399)
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“Ninguém nega que a negra ou a mulata tenha contribuído para a precoce depravação do menino branco da classe senhoril;mas não por si,nem como expressão de sua raça ou do seu meio-sangue: como parte de um sistema de economia e de família: o patriarcal brasileiro.” FREYRE,Gilberto. Casa-grande e senzala. São Paulo: Editora Global, 2007, pág. 457)
“A precoce voluptuosidade, a fome de mulher que aos treze ou quatorze anos faz de todo brasileiro um don-juan não veio do contágio ou do sangue da ‘raça inferior’ mas do sistema econômico e social da nossa formação.”
FREYRE,Gilberto. Casa-grande e senzala. São Paulo: Editora Global, 2007, pág. 403.
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O ponto de vista da casa-grande:
 “O que sempre se apreciou foi o menino que cedo estivesse metido com raparigas (....) E que não tardasse em emprenhar negras, aumentando o rebanho e o capital paternos”. FREYRE,Gilberto. Casa-grande e senzala. São Paulo: Editora Global, 2007, pág. 456
 “É absurdo responsabilizar-se o negro pelo que não foi obra sua nem do índio mas do sistema social e econômico em que funcionaram passiva e mecanicamente. 
 Não há escravidão sem depravação sexual”.
 (FREYRE,Gilberto. Casa-grande e senzala. São Paulo: Editora Global, 2007, pág. 399)
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 “A casa-grande, completada pela senzala, representa todo um sistema econômico, social e político.”
FREYRE,Gilberto. Casa-grande e senzala. São Paulo: Editora Global, 2007, pág. 36.
Econômico: de produção; de trabalho; de transporte; etc.
Social: de religião; de vida sexual e de família; de higiene;etc.
Político: mandonismo.
Patriarcalismo:
Sadismo (vide pág 421).
Mandonismo (vide pág. 420).
Enfim, ausência de vida pública. Empecilho para o nascimento e fortalecimento da democracia.

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