Buscar

Educação Física Adaptada e Primeiros Socorros

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 235 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 235 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 235 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

2016
Educação Física 
adaptada E primEiros 
socorros
Prof. Igor de Oliveira Insaurriaga Silva
Profª. Paula Dittrich Corrêa
Copyright © UNIASSELVI 2016
Elaboração:
Prof. Igor de Oliveira Insaurriaga Silva
Profª. Paula Dittrich Corrêa
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
SI586e
 Silva, Igor de Oliveira Insaurriaga 
 Educação física adaptada e primeiros socorros. / Igor de
Oliveira Insaurriaga Silva; Paula Dittrich Correa – Indaial: 
UNIASSELVI, 2016.1,5
 225 p.; il.
 ISBN 978-85-7830-981-7
1.Educação física para deficientes – Brasil. 2.Primeiros socorros 
- Legislação – Brasil. I. Correa, Paula Dittrich. II. Centro Universitário 
Leonardo Da Vinci.
CDD 371.904486 
III
aprEsEntação
Prezado(a) acadêmico(a)!
 
Bem-vindo(a) à disciplina de Educação Física Adaptada e Primeiros 
Socorros. Este Caderno de Estudos foi elaborado com o objetivo de contribuir 
para a realização de seus estudos e para a ampliação de seus conhecimentos 
sobre a inclusão de pessoas com deficiência na prática de atividades físicas. 
Serão abordadas, também, as emergências mais frequentes na prática de 
atividades físicas, suas causas, sintomatologia, prevenção, tratamento e 
condições de discernimento de ação nessas situações.
 
Na Unidade 1, você estudará as características da Educação Física 
Adaptada, enfatizando as diferentes deficiências, suas causas, graus de 
comprometimento (sensorial, motor e cognitivo) e o processo de inclusão 
na Educação Física escolar. Verá que ninguém é deficiente, ou portador de 
deficiência, mas há sim pessoas com deficiência. Conhecerá a história dos 
Jogos Paraolímpicos e suas modalidades e entenderá a sua importância para 
as pessoas com deficiência, além de aprender o que é Classificação Funcional 
e a sua aplicabilidade em cada modalidade paraolímpica.
 
Na Unidade 2, você descobrirá como surgiram os primeiros 
socorros, compreenderá que o professor de educação física exerce um papel 
importantíssimo no desempenho e recuperação da saúde de um indivíduo. 
Também estudará sobre sinais vitais, atendimento pré-hospitalar e ética 
profissional, com foco no atendimento à vítima.
 
Na Unidade 3, você aprenderá como atuar diante de determinados 
acidentes relacionados às atividades esportivas, bem como frente a alguns 
acidentes corriqueiros durante sua atuação profissional, objetivando 
agilidade, segurança e consciência, a fim de evitar agravamento da saúde 
da vítima. Nesse contexto, delineamos os assuntos importantes a serem 
conhecidos e dessa forma, convidamos você a iniciar as atividades, como 
multiplicador da boa ideia de trabalharmos juntos a educação física.
 
Atenciosamente, 
Igor de Oliveira Insaurriaga Silva
Paula Dittrich Corrêa
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 – EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO ......................................................................... 1
TÓPICO 1 – TIPOS DE DEFICIÊNCIAS, CARACTERÍSTICAS E CAUSAS ............................. 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 AS DEFICIÊNCIAS .............................................................................................................................. 4
2.1 DEFICIÊNCIA AUDITIVA ............................................................................................................. 4
2.2 DEFICIÊNCIA FÍSICA .................................................................................................................... 6
2.3 DEFICIÊNCIA INTELECTUAL ..................................................................................................... 10
2.4 DEFICIÊNCIA VISUAL .................................................................................................................. 12
3 OUTROS ACOMETIMENTOS .......................................................................................................... 13
3.1 DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS ........................................................................................................ 13
3.2 SÍNDROMES .................................................................................................................................... 14
3.2.1 Síndrome de Down ................................................................................................................. 14
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 16
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 17
TÓPICO 2 – MOVIMENTO PARAOLÍMPICO ................................................................................. 19
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 19
2 PARAOLIMPÍADAS ............................................................................................................................ 20
3 ESPORTES PARAOLÍMPICOS ......................................................................................................... 21
4 CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL ...................................................................................................... 46
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 60
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 61
TÓPICO 3 – ATIVIDADES FÍSICAS ADAPTADAS ........................................................................ 63
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 63
2 ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS ............................................................................................. 65
2.1 SURDOS ........................................................................................................................................... 65
2.2 DEFICIENTESFÍSICOS .................................................................................................................. 66
2.3 DEFICIENTES INTELECTUAIS .................................................................................................... 66
2.4 CEGOS OU COM BAIXA VISÃO .................................................................................................. 67
3 AVALIAÇÃO MOTORA ..................................................................................................................... 67
4 ATIVIDADES ADAPTADAS ............................................................................................................. 69
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 74
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 84
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 85
UNIDADE 2 – PRIMEIROS SOCORROS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ........................................... 87
TÓPICO 1 – ASPECTOS GERAIS DOS PRIMEIROS SOCORROS ............................................. 89
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 89
2 HISTÓRIA E CONTEXTUALIZAÇÃO ............................................................................................ 90
3 CONCEITO ............................................................................................................................................ 92
4 ASPECTOS LEGAIS ............................................................................................................................. 96
sumário
VIII
5 ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM PRIMEIROS SOCORROS .....99
5.1 ATENDIMENTO INICIAL E CONDUTA .................................................................................... 102
5.2 AVALIAÇÃO PRIMÁRIA ............................................................................................................... 103
5.3 AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA ........................................................................................................ 106
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 108
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 109
TÓPICO 2 – FUNÇÕES VITAIS E PLANEJAMENTO ..................................................................... 111
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 111
2 SINAIS VITAIS ..................................................................................................................................... 112
2.1 PULSO ............................................................................................................................................... 113
2.2 RESPIRAÇÃO ................................................................................................................................... 115
2.3 PRESSÃO ARTERIAL ..................................................................................................................... 117
2.4 TEMPERATURA .............................................................................................................................. 120
2.4.1 Como realizar a leitura do termômetro de mercúrio ........................................................ 121
2.4.2 Classificação da temperatura conforme Oliveira et al. (2007) .......................................... 122
3 IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO E DO PLANEJAMENTO ................................................... 122
3.1 PLANEJAMENTO ESCOLAR ....................................................................................................... 123
3.2 INSTALAÇÕES ................................................................................................................................ 124
3.3 EQUIPAMENTOS ............................................................................................................................ 125
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 128
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 129
TÓPICO 3 – ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR E ÉTICA ........................................................ 131
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 131
2 EMERGÊNCIA E URGÊNCIA ........................................................................................................... 131
2.1 EMERGÊNCIA ................................................................................................................................ 132
2.2 URGÊNCIA....................................................................................................................................... 134
2.3 DIFERENÇA ENTRE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA ................................................................ 134
3 ÉTICA E ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR ............................................................................. 135
3.1 ÉTICA ................................................................................................................................................ 135
3.2 ÉTICA NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR ...................................................................... 136
4 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA ............................................................................................. 138
4.1 CONCEITO ....................................................................................................................................... 139
4.2 PRINCIPAIS CAUSAS .................................................................................................................... 139
4.2.1 Respiratórias ............................................................................................................................ 139
4.2.2 Cardíacas .................................................................................................................................. 140
4.3 REANIMAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA ............................................................................. 141
4.3.1 Passos para reanimação de acordo com a Associação American Heart Association (2015) .......142
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 145
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 148
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 149
UNIDADE 3 – EMERGÊNCIAS CIRCUNSTANCIAIS EM PRIMEIROS SOCORROS ........... 151
TÓPICO 3 – PRIMEIROS SOCORROS EM LESÕES ESPORTIVAS ........................................... 153
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 153
2 FRATURAS ............................................................................................................................................ 153
2.1 CONCEITO ....................................................................................................................................... 153
2.2 CLASSIFICAÇÃO ............................................................................................................................155
2.3 SINAIS E SINTOMAS DE FRATURAS ......................................................................................... 156
2.4 COMO SOCORRER ......................................................................................................................... 158
IX
3 HEMORRAGIA ..................................................................................................................................... 159
3.1 IMPORTÂNCIA DO SANGUE...................................................................................................... 159
3.2 CONCEITO DE HEMORRAGIA ................................................................................................... 160
3.3 CLASSIFICAÇÃO ............................................................................................................................ 161
3.4 COMO PROCEDER ......................................................................................................................... 162
3.5 TORNIQUETE .................................................................................................................................. 164
4 FERIMENTOS ....................................................................................................................................... 166
4.1 CONCEITO ....................................................................................................................................... 166
4.2 CLASSIFICAÇÃO ............................................................................................................................ 166
4.2.1 Ferida fechada ......................................................................................................................... 166
4.2.2 Ferida aberta ............................................................................................................................ 168
4.3 COMO PROCEDER ........................................................................................................................ 169
4.4 FATORES QUE INTERFEREM NO PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO .................................. 171
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 172
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 173
TÓPICO 2 – PRIMEIROS SOCORROS EM INCIDENTES EMERGENCIAIS ........................... 175
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 175
2 CURATIVO E BANDAGEM............................................................................................................... 176
2.1 CONCEITO E MODO DE APLICAÇÃO...................................................................................... 176
2.2 CUIDADOS PARA CURATIVOS E BANDAGENS .................................................................... 177
2.3 TIPOS DE FERIMENTOS E CURATIVOS .................................................................................... 180
3 QUEIMADURAS .................................................................................................................................. 180
3.1 CONCEITO ....................................................................................................................................... 180
3.2 CLASSIFICAÇÃO ............................................................................................................................ 182
3.3 EXTENSÃO DA LESÃO ................................................................................................................. 183
3.4 COMO PRESTAR SOCORRO ........................................................................................................ 185
4 CHOQUE ELÉTRICO ........................................................................................................................... 186
4.1 INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE ELETRICIDADE .................................................................. 186
4.2 EFEITOS NO ORGANISMO .......................................................................................................... 187
4.3 COMO SOCORRER ......................................................................................................................... 188
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 190
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 191
TÓPICO 3 – EMERGÊNCIAS NO AMBIENTE EXTRA HOSPITALAR ...................................... 193
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 193
2 OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS .................................................................................................. 194
2.1 CONCEITO E SINAIS DE ASFIXIA .............................................................................................. 194
2.2 COMO SOCORRER ......................................................................................................................... 194
2.3 CAUSAS PARA OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS.................................................................. 196
2.4 MANOBRA DE HEIMLICH .......................................................................................................... 197
3 DESMAIO .............................................................................................................................................. 199
3.1 CONCEITO ....................................................................................................................................... 199
3.2 CAUSAS DO DESMAIO ................................................................................................................. 199
3.3 SINAIS E SINTOMAS ..................................................................................................................... 200
3.4 COMO SOCORRER ......................................................................................................................... 201
4 INSOLAÇÃO ......................................................................................................................................... 203
4.1 CONCEITO ....................................................................................................................................... 203
4.2 SINAIS E SINTOMAS ..................................................................................................................... 204
4.3 COMO SOCORRER ......................................................................................................................... 205
5 INTOXICAÇÃO .................................................................................................................................... 207
X
5.1 CONCEITO ....................................................................................................................................... 207
5.2 SINAIS E SINTOMAS ..................................................................................................................... 208
5.3 O QUE FAZER .................................................................................................................................. 210
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 212
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 214
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................215
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 217
1
UNIDADE 1
EDUCAÇÃO FÍSICA E 
INCLUSÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• conhecer atividades físicas adaptadas para serem aplicadas na escola;
• entender a importância e a história dos jogos paraolímpicos;
• refletir sobre o deficiente e sua participação nas aulas de Educação Física.
Esta unidade está dividida em três tópicos. Ao final de cada um deles, você 
encontrará atividades que o(a) auxiliará a fixar os conhecimentos estudados.
TÓPICO 1 – TIPOS DE DEFICIÊNCIAS, CARACTERÍSTICAS E CAUSAS
TÓPICO 2 – MOVIMENTO PARAOLÍMPICO 
TÓPICO 3 – ATIVIDADES FÍSICAS ADAPTADAS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
TIPOS DE DEFICIÊNCIAS, CARACTERÍSTICAS E CAUSAS
1 INTRODUÇÃO
As pessoas com deficiências possuem algumas características que as 
impedem (de acordo com a especificidade da deficiência) de movimentar-se com 
desenvoltura, organizar ou abstrair rapidamente seu pensamento, ou seja, são 
aquelas que por alguma condição motora, sensorial ou intelectual, são limitadas 
de viver plenamente, mas é importante que fique bem claro que elas merecem 
respeito e têm todo o direito de participar de qualquer atividade proposta, desde 
que sempre respeitando as limitações de cada um.
A CIDID (Classificação Internacional das Deficiências, Incapacidades 
e Desvantagens) propõe uma classificação da conceituação de deficiência que 
pode ser aplicada a vários aspectos da saúde e da doença, sendo um referencial 
unificado para a área. Por essa classificação são conceituadas:
Deficiência: perda ou anormalidade de estrutura ou função psicológica, 
fisiológica ou anatômica, temporária ou permanente. Incluem-se nessas a 
ocorrência de uma anomalia, defeito ou perda de um membro, órgão, tecido ou 
qualquer outra estrutura do corpo, inclusive das funções mentais. Representa a 
exteriorização de um estado patológico, refletindo um distúrbio orgânico, uma 
perturbação no órgão.
Incapacidade: restrição, resultante de uma deficiência, da habilidade 
para desempenhar uma atividade considerada normal para o ser humano. 
Surge como consequência direta ou é resposta do indivíduo a uma deficiência 
psicológica, física, sensorial ou outra. Representa a objetivação da deficiência 
e reflete os distúrbios da própria pessoa, nas atividades e comportamentos 
essenciais à vida diária.
Desvantagem: prejuízo para o indivíduo, resultante de uma deficiência 
ou uma incapacidade, que limita ou impede o desempenho de papéis de 
acordo com a idade, sexo, fatores sociais e culturais. Caracteriza-se por uma 
discordância entre a capacidade individual de realização e as expectativas do 
indivíduo ou do seu grupo social. Representa a socialização da deficiência e 
relaciona-se às dificuldades nas habilidades de sobrevivência.
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
4
Na CIDID evitou-se utilizar a mesma palavra para designar as 
deficiências, incapacidades e desvantagens. Assim, para uma deficiência foi 
adotado um adjetivo ou substantivo, para uma incapacidade, um verbo no 
infinitivo e para uma desvantagem, um dos papéis de sobrevivência no meio 
físico e social (AMIRALIAN et al., 2000).
TABELA 1 - DISTINÇÃO SEMÂNTICA ENTRE OS CONCEITOS
FONTE: AMIRALIAN et al., 2000
Para que haja a plena inclusão dos alunos com deficiência nas aulas 
de Educação Física concordamos com SOLER (2006, p. 14) quando afirma que 
o professor precisa entender “a diferença entre adestramento e educação”, ou 
seja, independentemente de ser ou não deficiente, a criança deverá construir seu 
próprio saber e nunca realizar uma atividade de forma mecânica, com fim em si 
mesma.
Nesta unidade, buscaremos aprofundar os conhecimentos sobre os tipos 
de deficiências, suas características principais e o que pode causá-las.
2 AS DEFICIÊNCIAS
2.1 DEFICIÊNCIA AUDITIVA
A comunicação é uma necessidade básica de sobrevivência de todos os 
indivíduos, possibilita vários acontecimentos, como a interação social. O homem 
está sempre se comunicando, seja através da linguagem verbal, gestual ou 
corporal, mas de alguma maneira está se relacionando com o outro, expondo sua 
opinião, seus sentimentos compartilhando emoções e, dessa forma, vivendo a 
realidade de um mundo que necessita das relações interpessoais.
Conforme BORDENAVE (1987, p. 9): “A comunicação confunde-se, assim, 
com a própria vida. Temos tanta consciência de que comunicamos, como de que 
respiramos ou andamos”.
TÓPICO 1 | TIPOS DE DEFICIÊNCIAS, CARACTERÍSTICAS E CAUSAS
5
TABELA 1 - DISTINÇÃO SEMÂNTICA ENTRE OS CONCEITOS
2 AS DEFICIÊNCIAS
2.1 DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Para que a boa comunicação e o relacionamento com os demais aconteçam, 
o ser humano precisa vivenciar, durante o seu desenvolvimento, diferentes formas 
de expressão, ter oportunidades de se relacionar, de manter contato, enfim, de 
movimentar-se e, de alguma maneira, comunicar-se no meio em que vive.
A comunicação humana é muito rica em suas diferentes formas e meios, 
ou seja, o ser humano comunica até mesmo em silêncio, pois o seu corpo está 
servindo como instrumento desta comunicação de si para os outros ou para ele 
mesmo, e essas situações com significados é que tornam a comunicação humana 
interessante e necessária na vida das pessoas.
A transmissão e compreensão de mensagens e estímulos ocorrem 
diferentemente entre as pessoas. Muitas vezes nos expressamos querendo 
transmitir algo, porém obtemos diferentes respostas ao que realmente pensamos 
e queremos dizer, pois a comunicação também depende da interpretação de cada 
um.
Os indivíduos, ao se comunicarem, utilizam diferentes formas de 
expressão. Formas que podem ser comuns a todos, denunciar o grupo a qual 
pertencem, ou ainda, caracterizar a individualidade de cada um.
Resumindo, o processo de comunicação é uma experiência entre quem 
transmite e quem recebe uma determinada informação, onde ambos utilizam 
significados comuns, como signos, símbolos, fala, gestos etc.
Agora que já entendemos a importância da comunicação para os humanos, 
vamos falar sobre as pessoas que apresentam dificuldades na comunicação oral 
e dependem da linguagem de sinais para uma plena comunicação, infelizmente 
limitada às outras pessoas que necessariamente devem ter conhecimento desta 
linguagem.
Deficiência auditiva é a perda total, ou parcial, na condução ou percepção 
de sinais sonoros (DIEHL, 2006).
Conforme ROSADAS (1989), considera-se, em geral, que a audição 
normal corresponde à habilidade para detecção de sons até 20 decibéis (dB). A 
surdez é classificada em leve, média, severa e profunda, como podemos observar 
no Quadro 1.
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
6
QUADRO 1 - CLASSIFICAÇÕES DA SURDEZ
Classificação
Perda da 
audição
Características
Surdez Leve 20-40 dB
A criança se mostra insegura, desatenta, ansiosa, mas 
capaz de adquirir a linguagem sem complicações.
Surdez Média 40-70 dB
A criança não compreende a fala, requer repetição ou 
auxílio da visão, necessita atendimento especializado.
Surdez Severa 70-90 dB
Nestes casos, a criança necessita de escola ou classe 
especial para aquisição da linguagem básica, precisa 
de auxílio de um intérprete educacional.
Surdez Profunda > 90 dB
Há extrema dificuldade para compreender a voz 
humana e necessita de reeducação auditiva, além do 
exposto para a surdez severa.
FONTE: O autor
ROSADAS (1989) destaca, como principais causas:
■ Período Pré-natal – alterações genéticas, rubéola, caxumba, sarampo.
■ Período Neonatal – fator Rh incompatível, circular de cordão umbilical, parto 
demorado ou com contrações intensas intrauterinas;
■ Período Pós-natal – sífilis, meningite, traumatismos locais, viroses.2.2 DEFICIÊNCIA FÍSICA
Podemos conceituar a deficiência física como um comprometimento 
limitador, nos diferentes níveis de intensidade e localização, os movimentos de 
um indivíduo. Esse comprometimento pode ser em consequência de fatores de 
origem congênita ou adquirida.
 Segundo Diehl (2006, p. 92), deficiência física é:
[...] algum tipo de comprometimento para a realização dos padrões 
motores esperados. Essa dificuldade em executar os padrões 
motores pode acarretar comprometimento ou a não realização 
de alguns movimentos como: caminhar, correr, saltar, manipular 
coordenadamente objetos e movimentos de estabilização do corpo.
A deficiência física pode ser de origem neurológica ou de origem 
ortopédica, conforme os quadros a seguir:
TÓPICO 1 | TIPOS DE DEFICIÊNCIAS, CARACTERÍSTICAS E CAUSAS
7
QUADRO 2 - ORIGEM NEUROLÓGICA
FONTE: O autor
QUADRO 3 - ORIGEM ORTOPÉDICA
FONTE: O autor
A origem principal de deficiências físicas no Brasil é de cunho social, ou 
seja, as deficiências adquiridas em: 
[...] acidentes de trânsito, acidentes de trabalho, devido principalmente 
à falta de condições adequadas ao trabalho, à negligência dos 
trabalhadores quanto ao uso de equipamentos de segurança; erros 
médicos, embora de difícil constatação e comprovação; poliomielite, 
apesar de as campanhas de vacinação diminuírem sensivelmente este 
tipo de doença; violência urbana como tiros e uso de outras armas; 
desnutrição, quando ocorre na infância ou em períodos de gestação. 
Tais causas podem conduzir o indivíduo à restrição total ou parcial 
dos seus movimentos expressivos e funcionais e à necessidade de 
adaptações específicas para a realização dos mesmos. (DIEHL, 2006, 
p. 92).
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
8
É possível classificar a deficiência física conforme o aparecimento, a 
etiologia, a localização e a origem e, portanto, abordá-la de diversos ângulos 
(SANCHÉZ,1990). É importante conhecer as diversas classificações, pois elas 
definirão a condição motora para as atividades físicas e esportivas. 
Pode-se ainda considerar, para a classificação, os segmentos do corpo 
afetados (monoplegia, diplegia, triplegia, tetraplegia, hemiplegia e dupla 
hemiplegia); ou o grau de comprometimento do quadro (leve, moderado e severo). 
O conhecimento dessas classificações é importante, pois será utilizado no esporte 
adaptado. O desconhecimento do quadro clínico leva à tendência de enquadrar a 
criança com paralisia cerebral como deficiente mental. Isso ocorre, muitas vezes, 
em razão da aparência que a criança apresenta (DUARTE; ARAÚJO, 2002, p. 31). 
As definições auxiliam o profissional no trabalho junto às pessoas com 
deficiência física, na escolha de atividades que elas possam fazer, de acordo 
com seu potencial remanescente, sua eficiência, que dependerá de sua força de 
vontade e autonomia. Infelizmente, lesões no sistema nervoso central, como 
cérebro e medula, podem levar a graves sequelas, até o momento, irreversíveis. 
As deficiências físicas de origem cerebral são causadas por lesões ocorridas 
no cérebro que afetam diferentes segmentos do corpo, causando monoplegia 
quando afetam um membro; diplegia quando afetam dois membros; triplegia se 
afetarem três membros; quando atingem quatro membros, será quadriplegia; e 
hemiplegia, quando todo um lado do corpo é atingido. 
Em relação ao membro/segmento afetado, o comprometimento pode variar 
conforme o grau: leve, quando a pessoa consegue realizar movimentos quase na 
sua perfeição; moderado, quando há necessidade de alguma forma de auxílio; e 
severo, se a pessoa se torna dependente em função do comprometimento. 
As lesões mais comuns são a paralisia cerebral e os traumatismos 
cranioencefálicos.
A paralisia cerebral (PC) é uma lesão que afeta o Sistema Nervoso Central 
(SNC) antes que seu desenvolvimento tenha se completado, causando uma 
desordem motora e sensitiva na movimentação ampla e fina do corpo. Segundo 
Adams (1985, p. 80): "Essa alteração frequentemente é complicada pela ocorrência 
de convulsões, alterações do comportamento ou retardo mental". As PCs mais 
comuns são subdivididas em três tipos: espástica, atetoica e atáxica. 
Espástica: quando há uma desordem no movimento voluntário, o que faz 
com que todo o corpo participe de um movimento que, normalmente, envolveria 
apenas uma parte do corpo. Pode agravar-se conforme o estado emocional. 
Atetoica: reflexo que causa um movimento involuntário do corpo, até 
mesmo quando em repouso. 
TÓPICO 1 | TIPOS DE DEFICIÊNCIAS, CARACTERÍSTICAS E CAUSAS
9
Atáxica: distúrbio motor que causa problemas na postura e na coordenação 
motora, causando dificuldades no equilíbrio e na percepção tátil. Raramente 
ocorre em estado puro. É caracterizada pela falta de coordenação da atividade 
ou função, ou ambas, por causa do distúrbio do senso cinestésico. O atáxico 
tem de se concentrar para não cair e sua marcha assemelha-se àquela de uma 
pessoa intoxicada. Na maioria dos casos, o tônus muscular é fraco. O grau de 
envolvimento na paralisia cerebral determina as capacidades do movimento e a 
capacidade funcional. 
As atáxicas são classificadas de acordo com as extremidades afetadas: 
MONOPLEGIA: é um membro comprometido, é raro, pode ser a perna 
ou braço. 
PARAPLEGIA: quando a paralisia afeta apenas os membros inferiores; 
podendo ter como causa resultante uma lesão medular torácica ou lombar. Este 
trauma ou doença altera a função medular, produz como consequências, além de 
déficits sensitivos e motores, alterações viscerais e sexuais. 
HEMIPLEGIA: somente um lado do corpo é comprometido. Pode ser 
mais afetado o membro superior ou inferior.
DIPLEGIA: envolvimento de ambas as pernas, com leve envolvimento 
dos braços, pode o lado direito ou esquerdo se mais comprometido.
TRIPLEGIA: três membros, com frequência as duas pernas e um braço. É 
raro porque a lesão é sempre difusa.
TETRAPLEGIA ou QUADRIPLEGIA: quatro membros acometidos, as 
pernas geralmente espásticas e os braços discinéticos.
O traumatismo cranioencefálico é um outro tipo de lesão no cérebro que 
afeta o SNC, provocada por trauma ou Acidente Vascular Cerebral (AVC). Pode 
causar hemiplegia, afasia (dificuldade da fala), comportamento social e emocional 
alterados. É adquirido e ocorre após os três meses de idade. 
De acordo com Sanchéz (1990), as causas mais comuns são acidentes 
domésticos como quedas e golpes; acidentes de trânsito ou de outra natureza. 
Segundo o autor, suas características são variadas, pois dependem da região 
lesionada, da gravidade, da combinação com outros traumatismos, da duração e 
profundidade da perda da consciência. 
Os aspectos comumente apresentados são lentidão gestual e intelectual e 
movimentos involuntários, parecidos com os movimentos dos atetoicos ou dos 
atáxicos. Além de afetar o cérebro, as lesões do SNC podem também afetar a 
medula, causando um traumatismo raquimedular. 
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
10
As deficiências de origem medular são causadas por lesões na região da 
coluna medular, afetando a sensibilidade o controle motor ou ambos. Pode ocorrer 
na coluna cervical, torácica, lombar ou sacral. As lesões podem ser originadas 
pela poliomielite, espinha bífida, degeneração ou traumatismos. 
NOTA
Você poderá encontrar mais informações sobre poliomielite, espinha bífida, 
degeneração e traumatismos na trilha da disciplina. 
Há tipos de degeneração progressiva da musculatura, de origem genética 
ligada ao sexo. A forma mais comum é a denominada distrofia muscular de 
Duchenne, distúrbio recessivo ligado ao cromossomo X.
Na origem osteoarticular, as malformações congênitas podem ocorrer 
durante a gestação ou no momento do nascimento, variando desde a ausência 
da parte distal até a ausência total do membro afetado. A ausência do membro 
ou parte dele pode sercausada por toxicidade de medicamentos como a 
talidomida. Outra forma de malformação congênita é a rigidez articular, em que 
há calcificação de articulações, de tal forma que o indivíduo perde a mobilidade 
das áreas atingidas. 
A amputação é uma lesão ósseo muscular adquirida, em geral, por algum 
trauma que afeta o sistema nervoso periférico, causa sequelas graves e leva à 
necessidade da retirada do membro um pouco acima da lesão, como medida de 
segurança, para garantir a saúde do indivíduo.
2.3 DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Deficiência intelectual pode ser caracterizada pelo inferior funcionamento 
intelectual, geralmente abaixo da média, que, juntamente com déficits no 
comportamento adaptativo, manifesta-se no período de desenvolvimento. 
É a condição na qual o cérebro está impedido de atingir um desenvolvimento 
adequado, dificultando a aprendizagem no indivíduo, privando-o de adaptação 
social.
Segundo Almeida (2004), deficiência intelectual é o estado de diminuição 
evidente do funcionamento intelectual expressivamente abaixo da média, 
acompanhado de limitações em, pelo menos, dois aspectos do funcionamento 
adaptativo: comunicação; cuidados pessoais; competências domésticas; 
habilidades sociais; utilização dos recursos comunitários; autonomia; saúde e 
segurança; aptidões escolares; lazer; trabalho.
TÓPICO 1 | TIPOS DE DEFICIÊNCIAS, CARACTERÍSTICAS E CAUSAS
11
Podemos, também, caracterizar o deficiente intelectual como um indivíduo 
que apresente seu Quociente de Inteligência (QI) inferior a 70.
De acordo com Diehl (2006), para que um indivíduo seja diagnosticado 
como deficiente intelectual, todos os aspectos citados acima devem ocorrer, 
impreterivelmente, durante seu desenvolvimento infantil.
A tendência atual é de não classificar por QI, por serem esses testes muito 
específicos e, por isso, limitados. Devemos sempre levar em conta o histórico 
de cada aluno, o meio onde vive, a maneira como é tratado e os estímulos que 
recebe. Podemos encontrar crianças ou adolescentes com o mesmo QI e respostas 
comportamentais muito diferentes. Ou seja, alguns conseguem articular e 
organizar o pensamento conforme as tarefas propostas e outros, com o mesmo 
QI, não apresentam iniciativa de respostas comportamentais. 
A deficiência intelectual pode ser classificada em seis áreas, conforme a 
etiologia (Diehl, 2006): 1) genéticas; 2) complicações pré-natais; 3) complicações 
no parto; 4) complicações pós-natais; 5) socioculturais e 6) desconhecidas. 
Nesta unidade serão relacionadas aquelas que apresentam maior 
incidência.
1) Genéticas – Apresentam-se sob duas formas: aquelas geradas por 
desordem bioquímica, como a fenilcetonúria e a galactosemia e aquelas com 
aspecto de desordem cromossômica, como a Síndrome de Down, a Síndrome de 
Rett e a Síndrome do X Frágil. 
2) Complicações pré-natais – No período entre a concepção até o início do 
trabalho de parto, o feto não é imune aos fatores exógenos. Sendo assim, pode ser 
afetado por determinados hábitos e ações da mãe ou, ainda, por doenças por ela 
contraídas. As complicações pré-natais podem ser causadas pela ação de raios X 
durante o período de gestação, ingestão de drogas e álcool pela mãe no período 
gestatório, doenças adquiridas pela mãe e que passam ao feto, tais como rubéola 
e infecções hepáticas. É muito importante que a futura mãe tenha boa assistência 
médica durante a gestação, pois muitos riscos podem ser minimizados através de 
cuidados médicos. 
3) Complicações no parto – O período perinatal corresponde ao início do 
trabalho de parto e vai até o 30° dia de vida do bebê. Os problemas decorrentes 
deste período são relacionados à prematuridade, que ocasiona o baixo peso (PIG 
– Pequeno para a Idade Gestacional); má assistência no momento do parto, que 
pode ocasionar traumas ao bebê; hipóxia ou anóxia e icterícia grave do recém-
nascido. 
4) Complicações pós-natais – As complicações pós-natais são aquelas que 
incidem do 30° dia de vida até o final da adolescência e podem ser causadas 
por desnutrição ou desidratação grave; carência de estimulação global; infecções 
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
12
como encefalites, febres altas que podem destruir as células cerebrais, e meningite, 
resultante do ataque de bactérias que causam danos ao sistema nervoso central; 
intoxicações exógenas (envenenamento) por remédios, inseticidas, produtos 
químicos (chumbo, mercúrio); acidentes, tais como de trânsito, afogamento, 
choque elétrico, quedas etc. Ou infestações como a neurocisticercose. 
UNI
Ainda podemos citar as complicações socioafetivas, que são problemas 
decorrentes da insuficiência de estímulos sensoriais nos primeiros anos de vida, além de 
fatores que não podem ser atribuídos a nenhum dos acima relacionados. Muitas das causas 
podem ser evitadas através dos exames pré-natais. 
2.4 DEFICIÊNCIA VISUAL
De acordo com DIEHL (2006 apud CHIVIACOWSKY et al., 2009) deficiente 
visual é um indivíduo com redução ou incapacidade total de ver com o melhor 
olho, mesmo após o uso de correção ótica (recursos como óculos ou lente de 
contato). Para uma pessoa ser considerada com comprometimento visual, além 
de apresentar um comprometimento em relação à acuidade visual, ela deverá ter 
seu campo visual restrito. 
São consideradas com baixa visão as pessoas que possuem resquícios 
visuais, mas que necessitam utilizar recursos de orientação; são consideradas 
cegas aquelas que não possuem capacidade total de ver a qualquer distância e, 
apesar de distinguir a luminosidade, não distinguem as formas. 
Segundo Diehl (2006), nós podemos classificar a deficiência visual em leve, 
moderada, severa, profunda (visão subnormal ou baixa visão) e ausência total da 
resposta visual (cegueira). Sob o enfoque educacional, os cegos são indivíduos 
que apresentam desde ausência total da visão até a perda da projeção de luz. Seu 
processo de aprendizagem se dará com o uso dos sentidos remanescentes (tato, 
audição, olfato e paladar), utilizando o sistema Braille como meio de leitura e 
escrita.
Já os indivíduos com baixa visão preservam algum resquício de sua 
acuidade visual para a percepção de luz, vultos, letras etc. Apesar de utilizar 
recursos específicos, seu processo educativo se dará, preferencialmente por meios 
visuais.
TÓPICO 1 | TIPOS DE DEFICIÊNCIAS, CARACTERÍSTICAS E CAUSAS
13
2.4 DEFICIÊNCIA VISUAL
As causas podem ser congênitas ou adquiridas, de fatores genéticos e 
ambientais. Nem todas as anomalias visuais congênitas resultam de fatores 
genéticos, muitas são resultantes de fatores ambientais que atuam no feto, como 
radiação (mãe exposta a raio x), doenças infecciosas, alcoolismo e uso de drogas 
em geral (lícitas ou não).
Os principais acometimentos que ocasionam a cegueira são:
- Glaucoma.
- Retinose pigmentar.
- Retinoblastoma.
- Retinopatia da prematuridade.
- Retinopatia diabética.
- Degeneração macular senil.
- Rubéola (até os três meses de gestação).
- Outras infecções neonatais: sarampo, quando ocorre lesão da retina e a 
prematuridade. 
3 OUTROS ACOMETIMENTOS
Além das deficiências supracitadas, existem diversos acometimentos 
que poderão dificultar o pleno desenvolvimento dos indivíduos, como as 
deficiências múltiplas (surdocegueira), síndromes (Down, Rett), transtornos do 
desenvolvimento (TDAH, autismo, Asperger) e transtornos psíquicos (pânico, 
esquizofrenia, desordem obsessiva compulsiva (DOC), depressão e distúrbio 
bipolar).
3.1 DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
O Ministério de Educação do Brasil define a deficiência múltipla como: 
O termo deficiência múltipla tem sido utilizado com frequência, para 
caracterizar o conjunto de duas ou mais deficiências associadas, de 
ordem física, sensorial, mental, emocional ou de comportamento social. 
No entanto, não é o somatório dessas alterações que caracterizam 
a múltipladeficiência, mas sim o nível de desenvolvimento, as 
possibilidades funcionais, de comunicação, interação social e de 
aprendizagem que determinam as necessidades educacionais dessas 
pessoas. (GODÓI, 2006, p. 11).
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
14
3.1.1 Surdocegueira
Pessoa surdocega é "aquela que tem uma perda substancial da visão e 
da audição, de tal forma que a combinação das duas deficiências cause extrema 
dificuldade na conquista de metas educacionais, vocacionais, de lazer e sociais", 
como consta nos documentos da I Conferência Mundial Helen Keller sobre 
serviços para os surdocegos jovens e adultos.
Segundo informações do Instituto Benjamim Constant, do Rio de Janeiro, 
o comprometimento simultâneo de ambos os sentidos varia de pessoa para 
pessoa. Alguns surdocegos têm audição residual e até a fala, nos casos em que 
a surdez evoluiu depois de o indivíduo já ter adquirido a linguagem oral (os 
chamados "pós-simbólicos"). Os casos mais graves são os "pré-simbólicos", de 
surdocegueira congênita ou adquirida antes da aquisição da linguagem. Estes, 
sem dúvida, precisam de mais atenção para desenvolver formas alternativas de 
comunicação.
FONTE: Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/formacao/surdo-cegueira-deficiencia-
multipla-inclusao-636397.shtml>. Acesso em: 13 jan. 2016.
3.2 SÍNDROMES
Síndrome é o nome que se dá a uma série de sinais e sintomas que, 
juntos, evidenciam uma condição particular. A síndrome de Down, por exemplo, 
engloba deficiência intelectual, baixo tônus muscular (hipotonia) e dificuldades 
na comunicação, além de outras características, que variam entre os atingidos por 
ela. 
FONTE: Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/formacao/aprender-superar-511027.
shtml>. Acesso em: 13 jan. 2016.
3.2.1 Síndrome de Down
A síndrome de Down é um distúrbio genético que ocorre ao acaso durante 
a divisão celular do embrião. Esse distúrbio ocorre, em média, em 1 a cada 800 
nascimentos e tem maiores chances de ocorrer em mães que engravidam quando 
mais velhas. É uma síndrome que atinge todas as etnias. Em uma célula normal 
da espécie humana existem 46 cromossomos divididos em 23 pares. A pessoa que 
tem síndrome de Down possui 47 cromossomos, sendo que o cromossomo extra 
é ligado ao par 21 (MORAES, 2016).
TÓPICO 1 | TIPOS DE DEFICIÊNCIAS, CARACTERÍSTICAS E CAUSAS
15
IMPORTANT
E
O problema ortopédico mais conhecido em crianças com síndrome de Down 
é a instabilidade atlantoaxial, que significa um movimento maior do que o usual entre a 
primeira e a segunda vértebra do pescoço. Estima-se que 15% das crianças com síndrome de 
Down apresentem essa condição. A instabilidade atlantoaxial é uma preocupação por causa 
do risco presumido de danos na espinha dorsal, caso uma das vértebras pressione a mesma. 
De acordo com as Diretrizes de Atendimento à Pessoa com Síndrome de Down do Ministério 
da Saúde, independentemente de um diagnóstico prévio, todas as crianças com síndrome 
de Down devem realizar um exame de raio-X da coluna cervical aos três e aos dez anos para 
identificar se existe instabilidade atlantoaxial e deve evitar atividades que coloquem pressão 
sobre o pescoço, como mergulho, ginástica olímpica e esportes de contato, como basquete 
e futebol, por exemplo.
FONTE: Disponível em: <http://www.movimentodown.org.br/2013/01/questoes-
ortopedicas-2/>. Acesso em: 14 jan. 2016.
16
Neste tópico, você estudou que:
• Podemos definir a deficiência como a perda ou anormalidade de estrutura 
ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, temporária ou permanente. 
Incluem-se nessas a ocorrência de uma anomalia, defeito ou perda de um 
membro, órgão, tecido ou qualquer outra estrutura do corpo, inclusive das 
funções mentais.
• A deficiência auditiva é a perda total, ou parcial, na condução ou percepção de 
sinais sonoros.
• A deficiência física como um comprometimento que limita, nos mais diferentes 
níveis de intensidade e localização, os movimentos de um indivíduo.
• A deficiência intelectual pode ser caracterizada pelo inferior funcionamento 
intelectual, geralmente abaixo da média, que, juntamente com déficits no 
comportamento adaptativo, manifesta-se no período de desenvolvimento.
• Deficiente visual é um indivíduo com redução ou incapacidade total de ver 
com o melhor olho, mesmo após o uso de correção ótica.
• Além das deficiências supracitadas, existem diversos acometimentos que 
poderão dificultar o pleno desenvolvimento dos indivíduos, como as 
deficiências múltiplas (surdocegueira), síndromes (Down, Rett), transtornos do 
desenvolvimento (TDAH, Autismo, Asperger) e transtornos psíquicos (pânico, 
esquizofrenia, desordem obsessiva compulsiva (DOC), depressão e distúrbio 
bipolar).
RESUMO DO TÓPICO 1
17
1 Quais atividades um aluno com Síndrome de Down, que apresenta 
diagnóstico de instabilidade atlantoaxial, não poderá realizar nas aulas de 
educação física? 
2 Cite duas causas para cada deficiência a seguir:
a) Auditiva: 
b) Física: 
c) Intelectual: 
d) Visual:
AUTOATIVIDADE
18
19
TÓPICO 2
MOVIMENTO PARAOLÍMPICO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
O esporte é um bem cultural e um direito de todos. Os deficientes como 
todos os outros, podem e devem praticar esportes.
Muitas modalidades esportivas são adaptadas às suas peculiaridades, com 
o objetivo de lhes oferecer os benefícios trazidos pelo esporte: o desenvolvimento 
de uma autoimagem positiva, a utilização de capacidades ainda não conhecidas, 
a autorrealização, a melhoria da saúde, uma autonomia maior e a interação social 
e cultural. 
Existem várias modalidades, competitivas ou não, a que os deficientes 
podem se dedicar. Os Jogos Paraolímpicos são uma expressão internacional 
importante na valorização do esporte adaptado. O estímulo ao desenvolvimento 
da prática esportiva pelos deficientes deve romper duas barreiras: a falta de 
conhecimento e o preconceito.
UNI
Paralímpicos ou Paraolímpicos?
 Novembro de 2009, época em que foi divulgado o evento Rio 2016 – “Jogos 
Paralímpicos” que ocorrerão em 2016. Constatamos, disso não resta nenhuma dúvida, 
embora não tenhamos nos atentado para o fato de que a vogal “o” foi suprimida da palavra 
“Paraolímpicos”. Daí, usuários desse precioso idioma que somos, sentimo-nos questionados: 
mais uma vez a língua estaria sendo maltratada? Há rumores de que o VOLP tão logo passará 
a registrar a nova forma, pois somente assim teríamos ciência de que o termo, em questões 
formais, estaria sendo registrado. Prosseguindo com o impasse, as discussões parecem 
ganhar ainda mais vivacidade, restando saber as reais intenções de tal fato.
 A resposta parece emergir quase que de forma imediata, uma vez que para o CPB 
(Comitê Paralímpico Brasileiro), fundado desde 1995, a nova mudança operou-se no intuito 
de o Brasil se igualar mundialmente aos demais países. Assim, diante de tais intenções, estaria 
o Comitê seguindo adiante e deixando para trás o esquecido “o” de épocas e épocas de 
permanência, vindo a se transformar em Comitê Paralímpico Brasileiro? Ao contextualizarmos 
essa questão, tudo parece estar perfeitamente nítido, haja vista que não há nada que 
contradiga: o fato é que tudo isso nada mais é do que o reflexo da globalização sobre a 
nossa língua, de cujas origens não podemos discordar. Nesse sentido, é bom que se diga que 
a palavra “paraolímpico” resultou da junção do prefixo de origem grega para (de paraplegia) 
com o adjetivo olímpico, semelhantemente a tantas outras palavras que compartilham nosso 
cotidiano linguístico.
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
20
 O que se percebe é que, vivenciando fatos norteados por um estilo amplamente 
sincrônico da língua, precisamos nos conscientizar de que somente o tempo dirá: se eles 
permanecerão, até se tornarem formalizados, ou se conceberão como objeto de refutação,pelo menos por boa parte dos gramáticos. Ao menos, por enquanto, prevalece a segunda 
das alternativas, mesmo porque até para os atletas paraolímpicos trata-se da Paraolimpíadas, 
Jogos Paraolímpicos, enfim, justamente porque são realizados de forma paralela ao Jogos 
Olímpicos.
FONTE: DUARTE, V. M. do N. Jogos Paralímpicos ou Jogos Paraolímpicos?". Brasil Escola. 
Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/gramatica/jogos-paralimpicos-ou-jogos-
paraolimpicos.htm>. Acesso em: 6 mar. 2016.
2 PARAOLIMPÍADAS
Há notícia da existência de clubes esportivos para pessoas surdas em 
Berlim, Alemanha, ainda em 1888.
 
Em 1922, foi fundada a Organização Mundial de Esportes para Surdos 
(CISS). Assim, as pessoas com este tipo de deficiência chegaram a organizar uma 
própria competição internacional – os Jogos Silenciosos. Hoje, os atletas surdos 
costumam praticar esportes junto de pessoas sem deficiência e não possuem 
modalidades no programa paraolímpico.
Em 1948, Ludwig Guttman organizou uma competição esportiva que 
envolvia veteranos da Segunda Guerra Mundial com lesão na medula espinhal. O 
evento foi realizado em Stoke Mandeville, na Inglaterra. Quatro anos mais tarde, 
competidores da Holanda uniram-se aos jogos e, assim, nasceu um movimento 
internacional. Este fez com que jogos no estilo olímpico, para atletas deficientes, 
fossem organizados pela primeira vez em Roma, em 1960.
Em Toronto, 16 anos depois, foram adicionados na competição outros 
grupos de pessoas com deficiência. A partir daí, surgiu a ideia de fundir estes 
diferentes atletas em um grande torneio esportivo internacional. Naquele mesmo 
ano, 1976, a Suécia organizou os primeiros Jogos Paraolímpicos de Inverno.
Hoje, os Jogos Paraolímpicos são um evento de esporte de alto rendimento 
para atletas deficientes. Apesar disso, os jogos enfatizam mais as conquistas do 
que as deficiências dos participantes. O movimento tem crescido de maneira 
significante desde os primeiros dias. 
 
Quatrocentos atletas participaram dos Jogos Paraolímpicos de Verão de 
Roma, em 1960. Nos Jogos de Pequim, em 2008, foram 3.951 atletas, de 146 países.
TÓPICO 2 | MOVIMENTO PARAOLÍMPICO
21
2 PARAOLIMPÍADAS
Os Jogos Paraolímpicos têm sido sempre realizados no mesmo ano dos 
Jogos Olímpicos. Desde os Jogos de Seul, em 1988, também têm sido sediados 
no mesmo local. Em 19 de junho de 2001, foi assinado um acordo entre o Comitê 
Olímpico Internacional (COI) e o Comitê Paraolímpico Internacional (IPC) que 
assegura esta prática para o futuro.
Desde o processo de escolha para os Jogos de 2012, a cidade-sede escolhida 
também é obrigada a acolher os Jogos Paraolímpicos. Londres, no Reino Unido, 
sediou os últimos Jogos Paraolímpicos de Verão, em 2012 e os Jogos Paraolímpicos 
de Inverno foram realizados em Sochi, na Rússia.
FONTE: Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Disponível em: <http://www.cpb.org.br/>. Acesso 
em: 16 fev. 2016.
3 ESPORTES PARAOLÍMPICOS
Entre os mais diversos esportes destinados aos deficientes, falaremos a 
seguir sobre os que compõem o programa paraolímpico, de acordo com o Comitê 
Paralímpico Brasileiro, até RIO 2016:
ATLETISMO
O atletismo faz parte do programa dos Jogos Paraolímpicos desde a 
primeira edição, em Roma-1960. Mas foi apenas em 1984 que o Brasil conquistou 
as primeiras medalhas, em Nova Iorque (Estados Unidos) e em Stoke Mandeville 
(Inglaterra). Naquele ano, o país faturou seis medalhas de ouro, doze de prata e 
três de bronze na modalidade.
FIGURA 1 - ATLETISMO
FONTE: CPB/divulgação
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
22
Como é disputado
O atletismo paraolímpico é praticado por atletas com deficiência física ou 
visual. Há provas de corrida, saltos, lançamentos e arremessos, tanto no feminino 
quanto no masculino. Os competidores são divididos em grupos de acordo com 
o grau de deficiência constatado pela classificação funcional.
Nas corridas, os atletas com deficiência visual mais alta podem ser 
acompanhados por guias, ligados a eles por uma corda. Já entre os deficientes 
físicos, há corridas com o uso de próteses ou em cadeiras de rodas.
O Brasil nos jogos
O atletismo brasileiro passou a brilhar com mais força a partir de 2004, nos 
Jogos Paraolímpicos de Atenas, quando o país conquistou 16 medalhas. Os Jogos 
Parapan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, foram outro marco. Em casa, a 
delegação verde e amarela somou 73 medalhas apenas neste esporte, sendo 25 de 
ouro, 27 de prata e 21 de bronze, terminando em primeiro lugar geral. No total, o 
país já faturou 112 medalhas na modalidade em Jogos Paraolímpicos: 32 de ouro, 
50 de prata e 30 de bronze.
BASQUETE EM CADEIRA DE RODAS
Praticado inicialmente por ex-soldados norte-americanos que haviam 
saído feridos da 2ª Guerra Mundial, o basquete em cadeira de rodas fez parte de 
todas as edições já realizadas dos Jogos Paraolímpicos. As mulheres passaram a 
disputar a modalidade em 1968, nos Jogos de TelAviv.
FIGURA 2 - BASQUETEBOL EM CADEIRA DE RODAS
FONTE: CPB/divulgação
TÓPICO 2 | MOVIMENTO PARAOLÍMPICO
23
No Brasil, o basquete em cadeira de rodas tem forte presença na história 
do movimento paraolímpico, sendo a primeira modalidade praticada no país, 
a partir de 1958, introduzida por Sérgio Del Grande e Robson Sampaio. Depois 
de ficar de fora dos Jogos Paraolímpicos por 16 anos, a Seleção Brasileira voltou 
à disputa ao conquistar a vaga para Atenas-2004 durante os Jogos Parapan-
Americanos de Mar Del Plata-1995.
As cadeiras de rodas utilizadas por homens e mulheres são adaptadas e 
padronizadas pelas regras da Federação Internacional de Basquete em Cadeira 
de Rodas (IWBF).
Como é disputado
O jogador deve quicar, arremessar ou passar a bola a cada dois toques 
dados na cadeira. As dimensões da quadra e a altura da cesta seguem o padrão 
do basquete olímpico. São disputados quatro quartos de dez minutos cada.
O Brasil nos Jogos
Apesar da popularidade no país, o Brasil ainda não conquistou medalhas 
na modalidade em Jogos Paraolímpicos. A estreia da seleção masculina foi nos 
Jogos de Heidelberg-1972, e, da feminina, em Atlanta-1996. A melhor colocação 
brasileira na modalidade foi o oitavo lugar em Atlanta-1996 e Pequim-2008, com 
a Seleção Feminina.
BOCHA
 
Praticada por atletas com elevado grau de paralisia cerebral ou deficiências 
severas, a bocha estreou nos Jogos Paraolímpicos em 1984, no masculino e 
no feminino. A modalidade passou a contar com a disputa em duplas em 
Atlanta-1996. A origem do esporte, no entanto, é incerta. Os indícios dizem que 
tudo começou na Grécia e no Egito antigos como um passatempo, tornando-se 
um esporte apenas mais tarde, na Itália. No Brasil, a bocha desembarcou junto 
com os imigrantes italianos.
FIGURA 3 - BOCHA
FONTE: CPB/divulgação
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
24
A versão adaptada da modalidade só passou a ser praticada na década de 
1970. Antes de se tornar uma modalidade olímpica, no entanto, a bocha teve um 
antecessor nos Jogos Paraolímpicos. Foi o lawnbowls, uma espécie de bocha jogada 
na grama. Foi justamente no lawnbowls que o Brasil conquistou sua primeira 
medalha na competição. Róbson Sampaio de Almeida e Luiz Carlos “Curtinho” 
foram prata nos Jogos de Heidelberg, na Alemanha em 1972.
Como é disputado
Os atletas usam cadeiras de rodas e têm o objetivo de lançar as bolas 
coloridas o mais perto possível de uma branca (jack ou bolim). É permitido usar 
as mãos, os pés, instrumentos de auxílio e até ajudantes (calheiros) no caso dos 
atletas com maior comprometimento dos membros.
O Brasil nos Jogos
O Brasil estreou em Pequim-2008, com duas medalhas de ouro e uma de 
bronze. Em Londres-2012, o país conquistou outros três ouros e um bronze.
ESTUDOS FU
TUROS
Ao final desta unidade, serão apresentadas, como LEITURA COMPLEMENTAR, 
as regras da BOCHA.CICLISMO
Praticado desde a década de 1980, o ciclismo paraolímpico era destinado 
apenas aos deficientes visuais. Nas Paraolimpíadas de Nova Iorque-1984 foi 
estendido aos paralisados cerebrais e aos amputados, e nas de Seul-1988, passou 
a contar com a prova de estrada no programa oficial. Mas foi apenas na edição 
de Atlanta-1996 que as deficiências passaram a ser setorizadas em categorias. 
O velódromo entrou para a programação naquele ano e, em Sydney-2000, foi 
exibido pela primeira vez o handcycling.
TÓPICO 2 | MOVIMENTO PARAOLÍMPICO
25
FIGURA 4 - CICLISMO
FONTE: CPB/divulgação
Como é disputado
Paralisados cerebrais, deficientes visuais, amputados e lesionados 
medulares (cadeirantes), de ambos os sexos, competem no ciclismo adaptado. 
Seguindo as regras da União Internacional de Ciclismo (UCI), a modalidade tem 
apenas algumas diferenças para adequar-se ao programa paraolímpico. Entre 
os paralisados cerebrais, por exemplo, as bicicletas podem ser convencionais 
ou triciclos, de acordo com o grau de lesão do atleta. Já os cegos pedalam em 
uma bicicleta dupla (tandem), sendo guiados por outra pessoa, que fica no banco 
da frente. Enquanto isso, o handcycling é movido pelas mãos e destinado aos 
cadeirantes. As provas são de velódromo, estrada e contrarrelógio.
Velódromo
As bicicletas não têm marchas e a competição ocorre em uma pista oval, 
que varia de 250 m a 325 m de extensão.
Estrada
Os ciclistas de cada categoria largam ao mesmo tempo. As competições 
são as mais longas da modalidade, com até 120 km de percurso.
Contrarrelógio
Os atletas largam de um em um minuto, pedalando contra o tempo. Nesta 
prova, a posição dos ciclistas na pista não diz, necessariamente, a colocação real 
em que se encontram, pois tudo depende do tempo.
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
26
O Brasil nos Jogos
 
A estreia brasileira na modalidade ocorreu em Barcelona-1992, com a 
participação de Rivaldo Gonçalves Martins. O atleta foi também o primeiro do 
país a ser campeão mundial, em 1994, na Bélgica. Apesar disso, o Brasil ainda não 
conquistou medalhas no ciclismo em Jogos Paraolímpicos.
ESGRIMA EM CADEIRA DE RODAS
Destinada a atletas com deficiência locomotora, a esgrima adaptada surgiu 
em 1953 e foi aplicada originalmente pelo médico alemão Ludwig Guttman, o 
pai do movimento paraolímpico. A modalidade, uma das mais tradicionais, é 
disputada desde a primeira edição dos Jogos Paraolímpicos, em Roma-1960.
FIGURA 5 - ESGRIMA EM CADEIRA DE RODAS
FONTE: CPB/divulgação
A disputa segue as regras da Federação Internacional de Esgrima (FIE), 
mas é administrada pelo Comitê Executivo de Esgrima do Comitê Paraolímpico 
Internacional (IPC).
Como é disputado
Em competição, as pistas medem 4 m de comprimento por 1,5 m de 
largura, e as cadeiras de rodas ficam fixas ao chão. Se um dos esgrimistas mover 
a cadeira, o combate é interrompido. Há duelos de florete, espada e sabre. Para 
cada prova, há uma proteção específica para o competidor e para as cadeiras, 
além de regras para a pontuação ser validada.
O Brasil nos Jogos
Em Londres-2012, o Brasil faturou pela primeira vez uma medalha na 
modalidade: um ouro. O gaúcho Jovane Guissone derrotou os franceses Marc 
Cratere e Alim Latreche nas quartas de final e na semifinal, respectivamente. Na 
TÓPICO 2 | MOVIMENTO PARAOLÍMPICO
27
decisão, superou a disputa acirrada com Chik Sum Tam, de Hong Kong, por 15 
a 14. O gaúcho perdeu o movimento das pernas após levar um tiro nas costas 
durante um assalto.
FUTEBOL DE 5
Há relatos de que no Brasil, na década de 1950, cegos jogavam futebol com 
latas. Em 1978, nas Olimpíadas das APAEs, em Natal (RN), ocorreu o primeiro 
campeonato de futebol com deficientes visuais. A primeira Copa Brasil foi em 
1984, na capital paulista. Das quatro edições da Copa América, os brasileiros 
trouxeram três ouros: Assunção (1997), Paulínia (2001) e Bogotá (2003). Em 
Buenos Aires (1999), o título não veio, mas os brasileiros venceram os argentinos. 
Em 1998, o Brasil sediou o primeiro Mundial de futebol e levou o título. Dois anos 
depois, em Jerez de la Frontera (ESP), a Seleção se sagrou campeã novamente.
FIGURA 6 - FUTEBOL DE 5
FONTE: CPB/divulgação
Como é disputado
O futebol de cinco é exclusivo para cegos ou deficientes visuais. As 
partidas normalmente são em uma quadra de futsal adaptada, mas desde os 
Jogos Paraolímpicos de Atenas também têm sido praticadas em campos de grama 
sintética. O goleiro tem visão total e não pode ter participado de competições 
oficiais da Fifa nos últimos cinco anos. Junto às linhas laterais, são colocadas 
bandas que impedem que a bola saia do campo. Cada time é formado por 
cinco jogadores – um goleiro e quatro na linha. Diferentemente de um estádio 
convencional de futebol, as partidas de futebol de cinco são silenciosas, em locais 
sem eco.
A bola tem guizos internos para que os atletas consigam localizá-la. A 
torcida só pode se manifestar na hora do gol. Os jogadores usam uma venda nos 
olhos e, se tocá-la, cometerá uma falta. Com cinco infrações, o atleta é expulso de 
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
28
campo e pode ser substituído por outro jogador. Há ainda um guia, o chamador, 
que fica atrás do gol, para orientar os jogadores, e que diz onde devem se 
posicionar em campo e para onde devem chutar. O jogo tem dois tempos de 25 
minutos e intervalo de 10 minutos. No Brasil, a modalidade é administrada pela 
Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV).
Brasil nos Jogos
A modalidade passou a fazer parte dos Jogos Paraolímpicos na edição de 
2004, em Atenas (GRE). Desde então, o Brasil faturou a medalha de ouro em todas 
as ocasiões. Na estreia, a decisão foi contra os rivais argentinos. A seleção ficou 
com o topo do pódio ao bater os sul-americanos por 3 a 2.
Na edição seguinte, em Pequim (CHN), a briga pela láurea dourada se deu 
contra os donos da casa. Em partida disputada, o Brasil ficou com o bicampeonato 
ao batê-los por 2 a 1. A hegemonia verde e amarela seria consolidada quatro anos 
mais tarde, nos Jogos Paraolímpicos de Londres. A terceira conquista consecutiva 
ocorreu após o triunfo por 2 a 0 sobre os franceses, em jogo na capital britânica.
FUTEBOL DE 7
Em 1978 surgiu o futebol de 7 para paralisados cerebrais. Foi na cidade 
de Edimburgo, na Escócia, que aconteceram as primeiras partidas. A primeira 
Paraolimpíada em que a modalidade esteve presente foi em Nova Iorque, em 
1984. Em Barcelona (1992), o Brasil estreou nos Jogos Paraolímpicos e ficou em 
sexto lugar. Na Paraolimpíada de Atlanta (1996), a seleção brasileira ficou em 
penúltimo lugar na classificação geral. Quatro anos depois, em Sidney, virou o 
jogo e conquistou o terceiro lugar geral. Nos Jogos Paraolímpicos de Atenas (2004), 
o Brasil se superou mais uma vez e conquistou a medalha de prata, deixando 
para trás potências como a Rússia, Estados Unidos e Argentina.
FIGURA 7 - FUTEBOL DE 7
FONTE: CPB/divulgação
TÓPICO 2 | MOVIMENTO PARAOLÍMPICO
29
O futebol de sete é praticado por atletas do sexo masculino, com paralisia 
cerebral, decorrente de sequelas de traumatismo cranioencefálico ou acidentes 
vasculares cerebrais. As regras são da FIFA, mas com algumas adaptações feitas 
pela Associação Internacional de Esporte e Recreação para Paralisados Cerebrais 
(CP-ISRA). 
O campo tem no máximo 75 m x 55 m, com balizas de 5 m x 2 m e a marca 
do pênalti fica a 9,20 m do centro da linha de gol. Cada time tem sete jogadores 
(incluindo o goleiro) e cinco reservas. 
A partida dura 60 minutos, divididos em dois tempos de 30, com um 
intervalo de 15 minutos. Não existe regra para impedimento e a cobrança lateral 
pode ser feita com apenas uma das mãos, rolando a bola no chão. 
Os jogadores pertencem às classes menos afetadas pela paralisia cerebral 
enão usam cadeira de rodas. No Brasil, a modalidade é administrada pela 
Associação Nacional de Desporto para Deficientes (ANDE).
GOALBALL
O Goalball foi criado em 1946 pelo austríaco Hanz Lorezen e o alemão 
Sepp Reindle, que tinham como objetivo reabilitar veteranos da Segunda Guerra 
Mundial que perderam a visão. Nos Jogos de Toronto – 1976, sete equipes 
masculinas foram estreantes. Dois anos depois, ocorreu o primeiro Campeonato 
Mundial de Goalball, na Áustria. Em 1982, a Federação Internacional de Esportes 
para Cegos (IBSA) começou a gerenciar a modalidade. As mulheres entraram 
para o Goalball nos Jogos Paraolímpicos de Nova Iorque, em 1984. A modalidade 
foi implementada no Brasil em 1985. Inicialmente, o Clube de Apoio ao Deficiente 
Visual (CADEVI) e a Associação de Deficientes Visuais do Paraná (ADEVIPAR) 
realizaram as primeiras partidas. O primeiro campeonato brasileiro de Goalball 
foi realizado em 1987, em Uberlândia-MG.
FIGURA 8 - GOALBALL
FONTE: CPB/divulgação
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
30
Como é disputado
Ao contrário de outras modalidades paraolímpicas, o Goalball foi 
desenvolvido exclusivamente para pessoas com deficiência – neste caso, a visual. 
A quadra tem as mesmas dimensões da de vôlei (9 m de largura por 18 m de 
comprimento). As partidas são realizadas em dois tempos de 12 minutos, com 3 
minutos de intervalo. Cada equipe conta com 3 jogadores titulares e três reservas. 
De cada lado da quadra há um gol com 9 m de largura e 1,30 m de altura. Os 
atletas são, ao mesmo tempo, arremessadores e defensores. O arremesso deve 
ser rasteiro ou tocar pelo menos uma vez nas áreas obrigatórias. O objetivo é 
balançar a rede adversária.
A bola possui um guizo em seu interior que emite sons – existem furos 
que permitem a passagem do som – para que os jogadores saibam sua direção. O 
Goalball é um esporte baseado nas percepções tátil e auditiva, por isso não pode 
haver barulho no ginásio durante a partida, exceto no momento entre o gol e o 
reinício do jogo e nas paradas oficiais. A bola tem 76 cm de diâmetro e pesa 1,25 
kg. Sua cor é azul. Hoje, o Goalball é praticado em 112 países dos cinco continentes. 
No Brasil, a modalidade é administrada pela Confederação Brasileira de Deporto 
de Deficientes Visuais (CBDV).
Brasil nos Jogos
A Seleção Brasileira masculina conquistou uma medalha de prata no 
Parapan de Buenos Aires, em 1995. Na Carolina do Sul, em 2001, as mulheres 
conquistaram o bronze no Parapan-americano, enquanto a seleção masculina ficou 
com o quarto lugar. Em 2003, as atletas brasileiras foram vice-campeãs no Mundial 
da IBSA, disputado em Quebec, no Canadá. Com isso, o Brasil se classificou 
para uma edição dos Jogos Paraolímpicos pela primeira vez. Em Pequim-2008, 
foi a estreia da Seleção masculina em uma edição dos Jogos Paraolímpicos. Nos 
Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara-2011, a Seleção feminina conquistou a 
medalha de prata e, a masculina, a outro, o que resultou na classificação de ambas 
para Londres-2012. Nos Jogos Paraolímpicos de Londres, a Seleção masculina 
realizou o maior feito do goalball brasileiro, ao conquistar a medalha de prata. No 
Mundial disputado em 2014, na Finlândia, a Seleção masculina sagrou-se campeã 
mundial pela primeira vez.
HALTEROFILISMO
O halterofilismo apareceu pela primeira vez em uma edição de Jogos 
Paraolímpicos, em 1964, em Tóquio (JAP). A deficiência dos atletas era apenas 
com lesões na coluna vertebral. Até os Jogos de Atlanta (1996), somente os homens 
competiam. Quatro anos depois, em Sydney, as mulheres entraram de vez para a 
modalidade. Atualmente, 109 países possuem halterofilistas paraolímpicos.
TÓPICO 2 | MOVIMENTO PARAOLÍMPICO
31
FIGURA 9 - HALTEROFILISMO
FONTE: CPB/divulgação
O Brasil estreou nos Jogos de Atlanta, com o atleta Marcelo Motta. 
Em Sydney (2000), Alexander Whitaker, João Euzébio e Terezinha Mulato 
competiram. Três anos depois, no Pan-Americano de Oklahoma (EUA), Marcelo 
Motta conquistou medalha de ouro, e um novo recorde das Américas na categoria 
até 60 kg. João Euzébio (até 82,5 kg) e Terezinha Mulato (até 60 kg) ganharam 
prata e Walmir de Souza (até 75 kg) ficou com o bronze. Em Atenas, Whitaker 
e Euzébio ficaram em quarto e 12º lugares, respectivamente. Nenhum atleta do 
país, contudo, conquistou medalhas em Jogos Paraolímpicos até hoje.
Como é disputado
No halterofilismo, os atletas permanecem deitados em um banco e executam 
um movimento conhecido como supino. A prova começa no momento em que a 
barra de apoio é retirada – com ou sem a ajuda do auxiliar central – deixando o 
braço totalmente estendido. O atleta flexiona o braço descendo a barra até a altura 
do peito. Em seguida, elevam-na até a posição inicial, finalizando o movimento. 
Hoje, competem atletas com deficiência física nos membros inferiores 
ou paralisia cerebral. As categorias são subdivididas pelo peso corporal de cada 
um. São dez categorias femininas e dez masculinas. O atleta pode realizar o 
movimento três vezes, e o maior peso é validado. Os árbitros ficam atentos à 
execução contínua do movimento e à parada nítida da barra no peito. No Brasil, 
a modalidade é organizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro por meio da 
Coordenação de Halterofilismo.
HIPISMO
A estreia paraolímpica do hipismo ocorreu nos Jogos de Nova Iorque 
(EUA), em 1984. Três anos depois, foi realizado o primeiro Mundial, na Suécia. A 
modalidade só voltaria ao programa oficial na Paraolimpíada de Sydney (2000). 
A única disciplina do hipismo do programa paraolímpico é o adestramento.
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
32
FIGURA 10 - HIPISMO
FONTE: CPB/divulgação
Em março de 2002, nasceu o hipismo paraolímpico nacional a partir de um 
curso promovido pela Confederação Brasileira de Hipismo (CBH). Ainda naquele 
ano, ocorreram as primeiras provas-treino, com a participação de competidores 
do Distrito Federal, Minas Gerais e São Paulo.
Em julho de 2003, houve o primeiro Campeonato Brasileiro, em Ibiúna. 
Participaram nove atletas dos três estados pioneiros na modalidade. Em agosto 
Ibiúna sediou a Primeira Copa Sul-americana. No mesmo ano, os cavaleiros 
Natalie Goutglass e Daniel Loeb participaram pela primeira vez de uma 
competição paraolímpica internacional, o Mundial de Moorsele, Bélgica. Ainda 
em 2003, no Parapan de Mar del Plata, Marcos Fernandes Alves (o Joca) garantiu 
a primeira vaga do país em uma Paraolimpíada.
Como é disputado
O hipismo paraolímpico é praticado por atletas com vários tipos de 
deficiência, em cerca de 40 países. A competição de hipismo é mista. Ou seja, 
cavaleiros e amazonas competem juntos nas mesmas provas. Outra característica 
da modalidade é que não só os competidores recebem medalhas, mas os cavalos 
também. No Brasil, o hipismo é organizado pela Confederação Brasileira de 
Hipismo (CBH).
Brasil nos Jogos
Nos Jogos de Atenas (2004), o Brasil contou com a participação do cavaleiro 
Marcos Fernandes Alves, cuja melhor posição foi um nono lugar no estilo livre. 
Quatro anos mais tarde, em Pequim (CHN), pela primeira vez, o Brasil competiu 
com equipe completa. Joca foi o principal nome da equipe, responsável por faturar 
duas medalhas de bronze: uma no estilo livre e outra na prática individual. Em 
Londres 2012, novamente o país foi com a sua equipe completa, mas não obteve 
vaga no pódio.
TÓPICO 2 | MOVIMENTO PARAOLÍMPICO
33
JUDÔ
Praticado por deficientes visuais desde a década de 1970, o judô foi a 
primeira modalidade de origem asiática a integrar o programa paraolímpico, 
estreando nos Jogos de Seul-1988, apenas com disputas entre homens. Os Jogos 
de Atenas-2004 marcaram a entrada das mulheres nos tatames. A entidade 
responsável pelo judô é a Federação Internacional de Esportes para Cegos 
(IBSA, na sigla em inglês), fundada em Paris, em 1981. No Brasil, a Confederação

Continue navegando