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FATEC - FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO PAULO Departamento de Transportes e Obras de Terra Prof. Edson MÉTODO DA AASHTO DE DIMENSIONAMENTO - (1986 E 1993) 1 - Histórico O método de dimensionamento de pavimentos flexíveis da AASHTO baseia-se em dados coletados da pista experimental da AASHTO, que projetada a partir de 1951 e construída entre 1956 e 1958 na cidade Ottawa, Illinois - USA. Teve seu tráfego, utilizado na elaboração do dimensionamento, monitorado entre 1958 e 1960. Na figura 01 esta apresentado as características do loop normalmente utilizado. Figura 01 – Características do loop da pista da AASHTO ROAD TEST Na figura 02 estão apresentados os seis loops construídos entre a cidade de Ottwa e Utica no Estado de Illinois – USA. Na foto 01 detalhe de um dos loops. Figura 02 – Os seis loops da AASHTO ROAD TEST Foto 01 – Detalhe de um dos loops FATEC - FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO PAULO Departamento de Transportes e Obras de Terra Prof. Edson 2 - Serventia Foram avaliados os efeitos de cargas de tráfego, o que, por meio de fatores de equivalência de carga estrutural definidos ao final dos experimentos, consubstanciou-se no estabelecimento da relação entre a repetição de cargas (80kN – eixo padrão) com a espessura das camadas e a perda de qualidade de rolamento expressa em termos da variação da serventia. Entre os diversos resultados obtidos das pesquisas, o experimento de destacou pelo estabelecimento de um modo de quantificar a condição de ruptura de um pavimento, baseado na opinião subjetiva dos usuários e na mensuração objetiva de determinados defeitos nos pavimentos. Este modo de avaliação da condição de ruptura consiste na aferição da condição de serventia do pavimento. A serventia (p) pode ser definida como uma medida de quão bem um pavimento em dado instante do tempo serve ao tráfego usuário, com conforto e segurança de rolamento, considerando-se a existência de tráfego misto, sob qualquer condição climática. Tal medida varia entre 0,5 e 5,0, sendo o valor 5,0 como o pavimento em melhor qualidade. Na figura 03 está apresentado o esquema do desenvolvimento da serventia de um dado pavimento em função da solicitação do tráfego. Serventia é a habilidade de um pavimento servir ao tráfego com segurança, conforto e economia. Pavimento existente Po Pavimento com reforço Pt1 Pt2 Pt N Nfy Se rv en tia (p ) x y Nfx Figura 03 – Esquema da serventia de um dado pavimento Onde: Po = serventia inicial do pavimento original ou da camada de reforço quando construída; Pt1 serventia final do pavimento existente exatamente antes da construção da camada de reforço; Pt2 = serventia final desejada coma a camada de reforço depois da passagem do tráfego previsto; Pf = serventia final quando da ruptura; x = número de repetições equivalentes no momento em que o reforço será construído; y = número de repetições equivalentes durante a vida em serviço do reforço; Nfx= número de repetições necessários para o pavimento existente atingir a ruptura; e, Nfy= número de repetições necessários para o pavimento com reforço atingir a ruptura. FATEC - FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO PAULO Departamento de Transportes e Obras de Terra Prof. Edson 3 – Equação de Desempenho As equações para dimensionamento do método da AASHTO estão baseados no binômio serventia-desempenho: serventia é uma medida da habilidade de um pavimento de cumprir suas funções em um momento particular do tempo, desempenho é a medida da história de serventia de um pavimento no decorrer do tempo. A equação que relaciona o tráfego (N), a serventia e as espessuras de camadas para descrever o desempenho de dado pavimento no tempo, para pavimento flexíveis ( ) ( ) 07.8log32.2 1 109440.0 5.12.4 log 20.0)1log(36.9log 19.5 018 −+ ++ ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ − Δ +−++×= RR M SN PSI SNSZW (1) SN – Structural Number, é o número estrutural, ele indica um valor abstrato que expressa a capacidade estrutural de dado pavimento, necessária para dada combinação de suporte de subleito (por intermédio de seu módulo de resiliência) número total de repetições de um eixo-padrão de 80kN, serventia desejada para o final do período de projeto (vida útil) e condições ambientais (AASHTO, 1986), calculado por: SN = a1 * D1 + a2 * D2 * m2 + a3 * D3 * m3 Onde: ai = coeficiente estrutural da i-ésima camada Di = espessura (em polegadas) da i-ésima camada mi = coeficiente de drenagem da i-ésima camada. Da fórmula 1, temos: P0 = é a serventia inicial Pt = é a serventia terminal Mr = módulo de resiliência efetivo do subleito (psi) Zr = é o nível de confiança embutido no processo de dimensionamento para assegurar que as alternativas de projeto, atentem para o período de vida útil estipulado. Coeficientes estruturais Material Parâmetro de controle CE MR= 3.160 MPa 0,44 MR= 2.110 MPa 0,37 CAUQ, PMQ a 20ºC MR= 1.406 MPa 0,30 CBR = 100% 0,14 Bases granulares CBR = 33% 0,10 CBR = 100% 0,14 Sub-base granulares CBR = 23% 0,10 Rc,7 = 5,6 MPa 0,22 Rc,7 = 3,1 MPa 0,16 Materiais cimentados (7 dias) Rc,7 = 1,4 MPa 0,13 FATEC - FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO PAULO Departamento de Transportes e Obras de Terra Prof. Edson Determinação das espessuras As espessuras das camadas são determinadas pelos seguintes passos 1. Determinação dos números estruturais necessários sobre o subleito (SN3), sobre a sub-base (SN2) e sobre a base (SN1). Para tanto deverá ser utilizada a equação 1. O cálculo dos números estruturais necessários sobre o subleito, sub-base e base é realizado com a utilização dos respectivos módulo de resiliência, representativo de cada uma das camadas. 2. A espessura do revestimento é então calculada pela expressão: 1 1 1 a SND = D1 = SN1 / a1 3. A espessura da base é então calculada pela expressão: 22 12 2 *ma SNSND −= 4. A espessura da sub-base é então calculada pela expressão: 33 23 3 *ma SNSND −= Importante as espessuras obtidas com as equações acima devem respeitar as espessuras mínimas do tabela 01. Número de solicitações do eixo-padrão 80kN Revestimento de CAUQ (mm) Bases Granulares (mm) ≤ 5*104 25* 100 5*104 < N ≤ 1,5*105 50 100 1,5*105 < N ≤ 5*105 65 100 5*105 < N ≤ 2*106 75 100 2*106 < N ≤ 7*106 90 100 N > 7*106 100 100 (*) possível emprego de tratamento superficial Exercício resolvido Dimensionar um pavimento pelo método da AASHTO-1993 considerando os seguintes parâmetros de projeto: • N = 6,8*107 • Tipo de via arterial urbana, nível de serventia inicial = 4,2. • Módulo de resiliência efetivo do subleito = 3.500 psi. • Materiais disponíveis: CAUQ (Mr=500.000psi), BGS com CBR=70% e sub-base granular com CBR=30%. • Condição de drenagem do pavimento excelente, sem saturação.] Nível de confiança FATEC - FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO PAULO Departamento de Transportes e Obras de Terra Prof. Edson Zr* So = 90% * 0,35 = 0,315 O nível de serventia final = 2,5 Logo na equação 01 temos: 07,83500log32,2 19,5*)1( 109440,0 5,12,4 5,22,4log 20,0)1log(*36,9315,010*8,6( 7 −+ ++ − − +−++= SN SNLog 19,5*)1( 109440,0 2009,0)1log(9362672,08325,7 ++ +++= SN SN 5653,7)1log(36,9 19,5*)1( 109440,0 2009,0 −+= ++ SN SN Fazendo-se SN + 1 = x, atribuindo-se valores para x de maneira que a igualdade seja verdadeira, temos: X Lado esquerdo Lado direito 6,00 0,4017 -0,2818 7,00 0,4515 0,3448 7,50 0,4657 0,6253 7,10 0,4547 0,4025 7,20 0,4578 0,45693 7,25 0,4592 0,4875 7,21 0,4581 0,4650 Considera-seentão 7,205 de onde se obtém SN3 = 6,205 esse valor é a espessura da camada do pavimento sobre o subleito. Através de sucessivas determinações obtém as espessuras da sub-base e do revestimento. Base granular com CBR=70% e Mr= 27.500 psi Sub-base granular com CBR30% e Mr= 15000 psi. SN1= 3,9 com CE do revestimento a1 = 0,46 e SN2 =4,8, para a base BGS com CE da base a2 = 0,13 Espessura do revestimento "5,8 46,0 9,3 1 1 1 === a SND Atende a espessura mínima Espessura da base FATEC - FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO PAULO Departamento de Transportes e Obras de Terra Prof. Edson Conforme dado do exercício o parâmetro de drenagem m2 = m3 = 1,35 (tabela) "1,5 35,113,0 9,38,4 * 22 12 2 =− −=−= ma SNSND Espessura da base calculada foi de 5,1” e a espessura da base recomendada é de 6”, espessura ser adotada. Logo deve-se recalcular o SN2 dada a nova espessura da base. SN2 = a1*D1 + a2*D2*m2 = 0,46*8,5+0,13*6*1,35 = 4,96 Espessura da Sub-base "4,8 35,111,0 96,4205,6 * 33 23 3 =− −=−= ma SNSND Resultado das espessuras das camadas Revestimento 215 mm Base BGS 150 mm Sub-base 215 mm
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