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Plano de Aula: Sociedade DIREITO EMPRESARIAL APLICADO I - CCJ0133 Título Sociedade Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 4 Tema Sociedade Empresarial Objetivos - Compreender o conceito de estabelecimento empresarial; - Reconhecer os atos constitutivos da sociedade; - Distinguir os agentes societários; Estrutura do Conteúdo 1.1. Estabelecimento Empresarial: O art. 1.142 do Código Civil Brasileiro, o estabelecimento comercial será todo o complexo de bens, corpóreos (mercadorias, mesas, mobílias, imóveis) ou incorpóreos (nome comercial, marca, patente, direitos) que possibilitam o desenvolvimento da atividade empresarial. Ronaldo Sales Cardoso afirma que Os elementos do estabelecimento empresarial são os meios através dos quais o empresário irá exercer a sua atividade econômica para cumprir a sua finalidade principal, a obtenção de lucro. Eles são, em última análise, os instrumentos de que dispõe o empresário realizar sua atividade empresarial. E ainda, considera-se domicílio para o direito empresarial, o local onde o empresário exerce suas atividades. Há, entretanto, a possibilidade de que o administrador utilize mais de um estabelecimento empresarial, surgindo, com isto, a ideia de estabelecimento principal, cuja solução se mostra importante para a fixação do juízo competente para a declaração de falência. No que se refere a alienação Gustavo Nardelli Borges escreve que Uma série de negócios jurídicos pode envolver o estabelecimento empresarial, dentre os quais a cessão de sua universalidade de bens, denominada trespasse, em que um empresário o vende a outro, ficando o adquirente responsável a partir de então pela condução do negócio. O objeto do trespasse é a universalidade de bens materiais ou imateriais que formam o estabelecimento, diferindo da venda isolada de um ou outro de seus bens, porque se está cedendo também o aviamento ou capacidade de gerar lucros, condição indispensável à caracterização do trespasse. Todavia, nada impede que sejam excluídos da compra e venda alguns dos bens que compõem o estabelecimento empresarial, desde que isso não inviabilize sua existência e utilização. 1.2. Ato Constitutivo da Sociedade: Temos como Atos Constitutivos das Sociedades, o Contrato Social e o Estatuto Social. Como trataremos neste período das Sociedades Contratuais, estudaremos o Contrato Social. O contrato social é o elemento constitutivo das normas estabelecidas entre os sócios e o documento que será levado ao Registro Público de Empresas Mercantis. Sua elaboração deve obedecer às normas legais, contendo cláusulas que são essenciais para seu arquivamento na Junta Comercial como, por exemplo, o nome da sociedade, qualificação dos sócios, indicação da sede, dentre outros. A doutrina estabelece elementos de validade para o contrato social e os classifica em elementos comuns e elementos específicos. São elementos do ato constitutivos: Comuns do Contrato Social e de acordo o artigo 104 do CC: 1. Agente capaz; 2. Objeto Licito; 3. Forma Prescrita ou não Defesa em Lei. Quanto ao elemento capacidade é importante sinalizar a possibilidade de o menor integrar uma sociedade desde que as seguintes condições sejam respeitadas: o capi tal social deve estar totalmente integralizado e o menor não poderá assumir atos de administração da sociedade. Outra questão diz respeito à sociedade entre marido e mulher, em que a lei civil admite desde que não sejam casados sob o regime de comunhão universal ou de separação obrigatória de bens. Artigo 977 do CC. São elementos específicos do contrato social: 1. Pluralidade de sócios: uma sociedade empresária resulta da vontade de, no mínimo, duas pessoas, que poderão ser pessoas naturais ou pessoas jurídicas; 2. Participação nos resultados; 3. Affectio societatis: diz respeito a disposição que toda pessoa manifesta ao ingressar em uma sociedade comercial, de lucrar ou suportar prejuízo em decorrência do negócio comum. Sem este “ânimo”, não haveria a própria conjugação de esforços indispensável à criação e desenvolvimento de ente coletivo. 4. Capital social: é o valor que os sócios ou acionistas estabelecem para sua empresa no momento da abertura. É a quantia bruta que é investida, o montante necessário para iniciar as atividades de uma nova empresa, considerando o tempo em que ela ainda não vai gerar lucro suficiente para se sustentar . 1.3. Capital Social: De acordo com o Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. O Capital Social consiste na contribuição dos sócios para a formação de um montante pecuniário pertencente à pessoa jurídica. Esta contribuição pode se ocorrer em espécie, bens ou créditos. Nestes dois últimos casos, a responsabilidade por eventuais vícios redibitórios, evicção ou não satisfação do crédito, recai sobre o sócio que apresentou o respectivo bem ou crédito como forma de realização do capital social. Excepcionalmente, temos a contribuição em forma de serviços, caso único previsto no Novo Código Civil, quando dispõe o legislador a respeito das sociedades simples. A finalidade do capital social é oferecer garantia aos credores. Na realidade, apesar de integrar o patrimônio da sociedade, em conjunto com outros bens, o capital social não se confunde com este. Isso ocorre porque o capital social é estático enquanto que o patrimônio é dinâmico. São três os princípios que regem o capital social: intangibilidade, veracidade e unicidade. No primeiro deles, o capital social mostra - se intangível, ou seja, não é um capital para ser utilizado como capital de giro. A veracidade determina que deva haver uma transparência entre o montante declarado no contrato social e o valor real existente do capital social. O último princípio perpetua que cada sociedade apresenta um único capital social. O capital social poderá ser modificado e, isso, não contraria o princípio da intangibilidade. Com efeito, a alteração só ocorre por provocação dos sócios, em procedimento assemblear anterior. A modificação poderá ser para o aumento ou para a redução do capital social , neste último caso, é necessária a notificação dos credores para que possam se manifestar a respeito. A notificação é necessária porque sendo o capital social uma garantia para os credores, devem esses tomar ciência que tal garantia está sendo reduzida. A não notificação aos credores acarreta a possibilidade do seu pedido de falência (Lei 11.101/2005). 1.4. Agentes Societários A Natureza Jurídica dos sócios é discutida na doutrina e, sustentada por alguns como sendo um direito de propriedade do sócio sobre a sociedade que ele integra. Outros afirmam que ser sócio é um direito de crédito sobre a sociedade, por ter contribuído na formação do capital social. A doutrina majoritária inclina - se para a formação de um regime jurídico próprio entre sócio/sociedade com regras específicas que delimitam direitos e deveres peculiares. São Direitos dos Sócios: A participação nos lucros, assumir a função de sócio administrador, fiscalizar os administradores das sociedades, terem acesso aos dados contábeis e o direito de retirada. São Obrigações dos Sócios: Integralizar o Capital Social, participar das perdas, respeitas as cláusulas pactuadas no Contrato Social, prestar contas quando assumir a função de sócio administrador. Ocorre a resolução do sócio perante a sociedade de quatro formas distintas, a saber: pela morte do sócio; de forma voluntária; cessão de suas quotas a terceiros ou exclusão (obrigatória). Pode ocorrer a exclusão, noscasos de: sócio remisso; falta grave via ação judicial; incapacidade superveniente via ação judicial; justa causa, para sociedades limitadas ou por via administrativa, desde que haja previsão contrato social ou pela penhora das quotas, art. 655 do CPC. A terminologia técnica usada para a desclassificação é resolução de um sóc io perante a sociedade, já que o vocábulo ?resolução? consiste na quebra do pacto estabelecido no contrato social por um dos sócios. A Administração da Sociedade: A importância do estudo dos administradores das sociedades, antes da vigência do Código Civil de 2002, conhecidos como sócios gerentes, ocorre pelo fato de ser o agente responsável em corporificar a vontade da sociedade assumindo assim pessoalmente a responsabilidade pessoal pelos atos realizados. Distinguir sua atuação como gestor, norteada pela autonomia de vontade versus a submissão às normas sociais, compõe no contexto societário, extrema relevância no aspecto da responsabilidade pessoal pelos atos do administrador da sociedade. A Administração Societária encontra-se regulada no CC do artigo 1010 a 1021. O artigo 1061 do CC nos trouxe uma inovação: A de Administradores não sócios nas sociedades limitadas. Neste caso, esta designação dependerá da aprovação da unanimidade dos sócios, enquanto o capital não tiver sido integralizado, ou de 2/3 no mínimo, após a sua integralização. No ensinamento de Maria Elci Moreira Galvão a responsabilidade civil do administrador está contextualizada em quatro situações: 1) O administrador pratica ato regular de gestão, aqui pratica o entendimento de que a sociedade responde sozinha, sem direito de regresso contra o administrador, Pois os preconceitos decorrentes dos atos regulares de gestão do serão sempee imputados à pessoa jurídica administrada 2) O administrador pratica ato regular ou irregular de gestão, antes de averbado o ato de nomeado: Quando o nomeado pelo meio de outro documento que é contrato contrato social, o administrador É uma obrigação de providenciar, o quanto antes, um averbação o do nome do produto sem Registro de Empresas Mercantis se a sociedade para empresário, ou no Registro Civil das Pessoas Jurídicas para Uma sociedade simples. Enquanto isso, o administrador responde com seus bens pessoais em solidariedade com uma sociedade (artigo 1.012). 3) O administrador pratica ato de gestão além dos limites expressos pelo contrato. Será sempre necessário analisar o contrato da sociedade, para verificar a extensão dos poderes de administrador. Uma sociedade e os súditos que podem ser administrados podem se beneficiar em detrimento da boa de terceiros. A sociedade responde perante terceiros, e mais uma vez, contas de contas com o administrador que extrapolou os poderes; (Art. 1.015, Parágrafo único, inciso I, II e III). 4) O administrador que idade com culpa ou dolo sem desempenho de suas funções. Todo o administrador da sociedade, querido, é um de nossos clientes, passa um ser responsável pelos atos que praticam, podendo ser responsabilizado pessoalmente por todos os atos que causem danos à sociedade. (Artigo 1.016). DIREITO EMPRESARIAL Aplicação Prática Teórica CASO CONCRETO: Quatro amigos de infância, após ganharem uma bolada na Mega Sena, decidiram abrir um negócio. Para tanto, procuraram a Dra. Lúcia Guimarães, advogada no ramo do direito societário, para obter todas as informações sobre esta nova empreitada. Desejam os sócios que esta sociedade tenha como objeto social a venda de motocicletas, e a mesma empresa uma sociedade limitada. Como não entendem nada de administração, desejam colocar como administrador, o padrinho de um deles, que não vai integrar o quadro associativo. Diante disto, responda: Existe uma possibilidade de determinada pessoa que é um documento ocupa o cargo de administrador em uma sociedade limitada? QUESTÃO OBJETIVA: 1) (FMP/2014/Juiz/MT) A responsabilidade dos administradores na sociedade limitada: a) é objetiva; b) é subjetiva, mas depende da prova do dolo; c) é subjetiva bastando a culpa; d) é objetiva, mas limitada ao valor do capital integralizado; e) é subjetiva, mas limitada ao valor do capital integralizado; 2) (FCC/2012/Juiz do Trabalho/20º Região - SE) O administrador de uma companhia: a) sempre responde subsidiariamente pelas obrigações que contraiu em nome da sociedade em virtude de atos de gestão, independentemente de culpa ou dolo; b) somente será responsável pelas obrigações que contrair em nome da sociedade, em virtude de ato regular de gestão, se agiu com violação de lei ou do estatuto; c) responde civilmente pelo prejuízos que causar, quando proceder, dentro de suas atribuições ou poderes, com dolo, mas não responderá se obrar apenas com culpa; d) é solidariamente responsável pelos atos ilícitos cometidos por outros administradores, mesmo que dissidente, eximindo-se, apenas, se convocar assembleia geral para dar ciência do que souber; e) não é pessoalmente responsável pelas obrigações que contrair em nome da sociedade e em virtude de ato regular de gestão.
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