Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL 2 PROF. Dr. MARCO ANTÔNIO DE MORAIS ALCÂNTARA. Notas de aula 2008 2 Capítulo 1 MATERIAIS CERÂMICOS 1) Histórico: A história dos materiais cerâmicos tem início com a descoberta das propriedades tecnológicas do barro, através do contato do homem com os materiais naturais ao longo da história das civilizações. As principais propriedades da matéria prima, o barro, são: a plasticidade quando umedecido, o ganho de resistência mecânica após a secagem deste, e as transformações mineralógicas provocadas pelo efeito do calor. Pode-se ainda acrescentar a ocorrência do vidrado dos materiais cerâmicos, de modo a se diferenciar entre estes os de maior ou menor grau de vitrificação. A história dos materiais cerâmicos envolve desde a sua utilização sob condições primitivas em habitações e utensílios, até a evolução tecnológica, com a evolução dos fornos, processos de seleção de matéria prima, e aperfeiçoamento dos processos de secagem. Surge então a cerâmica de alta tecnologia. Hoje, a 3 Engenharia de materiais considera os materiais como classificados em cerâmicos, metálicos, ou orgânicos. 2) Aspectos relevantes para o estudo dos materiais cerâmicos: São relevantes o tipo de matéria prima básica, o barro, o processo de produção, e a caracterização do produto. O primeiro deles decorre de que a partir de diferentes fontes de matéria prima pode-se obter materiais com diferentes propriedades, as quais se refletem no produto final. O processo de produção se torna importante pois está associado às diferentes condições da matéria prima, e das características que devem ser impostas ao material. Observe que um material que vai ser prensado deve ser menos úmido do que aquele que vai ser submetido à extrusão( passagem forçada por um bocal, de modo a receber a conformação apropriada). A caracterização é o resultado do tipo de matéria prima utilizada e do processo de produção adotado, e dela dependem as 4 propriedades finais do produto; e o desempenho deles em edificações. 3) Os materiais cerâmicos e a ciência dos materiais: Os materiais cristalinos se caracterizam por apresentarem arranjo ordenado dos átomos que o constituem, de modo a formar desenhos repetitivos que podem se estender conforme as três direções. Os arranjos formados podem ser enquadrados conforme os tipos básicos definidos pela mineralogia. Os materiais amorfos não possuem esta propriedade. Os materiais cerâmicos constituem-se em uma fase atípica: apresentam regularidade na organização dos minerais, mas não à longa distância para um determinado tipo, e compõem-se de uma infinidade de tipos de minerais. Este fato condiciona um reflexo direto em suas propriedades: a elevada resistência mecânica que pode ser alcançada, e o elevado módulo de elasticidade, de modo que as deformações admissíveis nestes materiais são mínimas, sem que ocorra a ruptura. 5 4) A matéria prima básica: 4.1) Características gerais: A matéria prima dos materiais cerâmicos é o barro, o qual pode conter teores variáveis de argila. Argilas são os materiais terrosos com o diâmetro máximo de partícula de até 0,002mm. As argilas podem ser de forma lamelar ou não, com predominância amorfa ou cristalina, e são dotadas de elevada superfície específica. O barro compõe-se basicamente de: argilominerais, óxidos de ferro, sílica(areia), matéria orgânica, água, carbonatos, sais, álcalis, etc. A forma de argilominerais predominantes pode variar, conforme a sua procedência. 4.2) Propriedades e importância da matéria prima básica: Como propriedades importantes da matéria prima têm-se a plasticidade, a retração, o efeito do calor, a fusibilidade, e a resistência mecânica. As contribuições dos componentes principais nas propriedades do barro podem ser : a) Argilomineral: Estes contribuem proporcinando plasticidade, retração, ou infusibilidade, as quais variam conforme o tipo 6 básico do argilomineral. Por exemplo, a caulinita tende a ser menos plástica e menos fusível, a montmorilonita tende a ser mais plástica e mais fusível, e os materiais mais plásticos de modo geral precisam de mais água para alcançar a trabalhabilidade requerida pelo processo de produção, tendendo então a apresentar maior retração. b) Sílica: Reduz a plasticidade e a retração. São utilizados como corretivos de plasticidade. c) Óxidos de ferro: Aumentam a fusibilidade, e diminuem a refratariedade. d) Cálcio: Aumenta a fusibilidade. e) Sais: Podem produzir eflorescencia na peça final. São preocupantes. f) Matéria orgânica: atribui porosidade à peça. 4.3) Tipos de barro mais conhecidos: Referenciados ao tipo de argila,pode-se falar que dentre as argilas mais citadas pela indústria cerâmica têm-se o caulim, de menor plasticidade quando comparado a outros tipos, e praticamente infusível (com predominancia de 7 caulinita); as argilas “ball-clays”, apresentando boa plasticidade e também certo grau de refratariedade ( com mineralogia distribuída entre caulinita, mica, quartzo, montmorilonita e outros minerais menos frequentes) ; as argilas refratárias ( com predominância de caulinita e contendo outros minerais associados); e a argila comum. Esta última é a mais variada de todas, podendo trazer também muitos compostos indesejados. 8 O quadro 1, abaixo, apresenta a composição básica do barro para a produção de alguns materiais cerâmicos: Quadro 1 : Tipos de barros e de composição conhecidos para a fabricação da cerâmica. Corpos cerâmi- cos “ball clays” Caulim Felds- patos Quartzo Calcário Azulejo 30 20 - 40 10 Grês sanitá- rio 20-30 20-30 15 35 - Porcela na elétri- ca 30 20 25 25 - Fonte: GOMES (1988) 4.4) Importância das propriedades da matéria prima para o processo de produção: - Plasticidade: É desejável para a conformação do produto, em todos os casos, mas 9 é controlada quanto à condição de retração ( um material muito plástico geralmente apresenta também elevada retração). - Retração: É indesejável quando em condição desfavorável, pois pode comprometer peças nas fases de secagem ou na queima, quando não ocorre de forma homogênea (produzindo trincas ou empenamentos), mas é útil em algums tipos de moldagem, como no processo “barbotina” ( o material é vertido semi-fluido em moldes apropriados, e descolam no momento oportuno quando da secagem da peça). - Efeito do calor: Confere à matéria prima as transformações mineralógicas, e o vidrado . - Fusibilidade: Condiciona a formação do vidrado. Alguns barros são mais fusíveis do que outros, e utilizados quando se deseja o material mais vitrificado. - Resistência mecânica: É util para o manuseio das peças, durante o processo de produção. 10 5) O processo de produção: O processo de produção pode ser resumido em: - Extração do barro; - preparo da matéria prima( eliminação de impurezas, correção granulométrica, umidificação); - moldagem( manual, extrusão, prensagem); - secagem( natural, ar quente, radiação infra-vermelha); - cozimento; - esfriamento. Algumas peças recebem pintura especial e retorno ao cozimento para a fixação do vidrado (como no caso das louças sanitárias). 6) Cuidados no processo de produção: A umidade deve ser compatível com o tipo de moldagem; - a secagem deve ser compatível com a retração, de modo que ela seja controlada; 11 - a velocidade de aquecimento na queima deve ser compatívelcom a velocidade de retração ou deformação das peças, para que não ocorra retrações desuniformes, empenamentos ou fendilhamentos; - o material não deve ser submetido ao calor quando ainda úmido; - a queima deve ser compatível com com o cozimento e grau de vitrificação desejados. 7) Propriedades gerais dos materiais cerâmicos: As principais propriedades dos materiais cerâmicos podem ser dadas por: - Porosidade. É função da quantidade de vazios do material, e pode condicionar a maior ou menor absorção do material. - Grau de vitrificação. É função da quantidade de vidro formado durante o processo de queima, torna a superfície mais lisa e resistente. É uma propriedade necessária para determinados tipos de materiais quando no seu desempenho, como no caso das telhas, manilhas cerâmicas, ladrilhos , etc. 12 - Peso específico aparente. É a relação entre o peso do material e o volume deste, incluindo os vazios. Pode variar em função do tipo e condição da argila, e do processo de moldagem. A densidade média das cerâmicas se situa em torno de 2,3 g/cm3 - Resistência ao desgaste. É a resistência à abrasão. Como já discutido, pode ser favorecido pelo grau de vitrificação. - Absorção. É a quantidade de água que pode ser incorporada ao material em razão do contato que pode ocorrer entre estes. Pode ser favorecida como a porosidade e composição do material, podendo este ser mais ou menos higroscópico. - Permeabilidade. É a passagem de água pelo interior do material. Depende da existência de poros e da comunicação entre eles. A ascenção capilar é um fenômeno peculiar aos tubos finos. Em face dos poros do material poderem formar pequenos vasos capilares, a ascenção capilar é frequente em tijolos cerâmicos. - Resistência mecânica. É a resistência aos esforços mecânicos. Depende da densidade alcançada e das ligações químicas formadas. 13 Certamente por último é variavel com o tipo de argila utilizada, e com o processo de produção. Até cerâmica estrutural tem sido produzida a partir de tijolos cerâmicos. A resistência à compressão referida à àrea bruta do bloco cerâmico se situa entre 1,5 a 2,5 MPa para blocos de vedação, e de 4,0 a 10,0 MPa para blocos portantes. - Comportamento frente ao calor. A cerâmica se degrada frente a uma fonte elevada de calor, devido aos diferentes minerais que a compoem, os quais possuem diferentes coeficientes de dilatação. Os materiais que suportam altas temperaturas se denominam “refratários”, e são produzidos a partir de argilas refratárias. O coeficiente médio de dilatação para o tijolo de construção é apresentado em VAN WLACK(1970)próximo a 9,0x10-6 cm/cm/0C. Valores para comparação podem ser dados por 11,7x10-6 para o aço(1020), e 2,7x10-6 cm/cm/0C para o vidro de borosilicato. - Comportamento quanto às deformações por esforços mecânicos: a cerâmica é um material frágil, com ruptura brusca frente aos esforços 14 mecânicos. A cerâmica apresenta também baixa resistência mecânica frente aos impactos. -Resistência frente aos agentes químicos. A cerâmica está sujeita à ação do intemperismo. -Isolamento térmico: os materiais cerâmicos apresentam desempenho favorável,não se constituindo em grandes isolantes, mas com grandes vantagens sobre outros materiais sob este aspecto. Conforme VAN WLACK (1970) a condutibilidade térmica para o tijolo de construção é de 0,0015 Cal.cm./0 C.cm2.s. Para fins de comparação, têm-se que o vidro de borosilicato apresenta 0,0025, a lã de vidro 0,0006, o polietileno 0,0008, o aço 0,12, e o alumínio 0,53 Cal.cm./0 C.cm2.s. No sentido de uma escala, têm-se a lã de vidro, os polímeros e a cortiça como materiais isolantes; a seguir têm-se a madeira e o concreto celular como materiais de baixa condutibilidade, o vidro e os material cerâmicos como intermediários, e finalmente, o concreto, o cimento amianto e os materiais metálicos são os que apresentam o mais baixo desempenho como isolantes termicos. 15 - Isolamento acústico; a atenuação de uma onda somora varia de acôrdo com o peso do material, podendo também ser favorecida pela existência de uma camada de ar entre as paredes ou elementos que compõem um sistema. De acordo com a lei das massas, quando a massa de um metro quadrado dobra, o isolamento acústico aumenta em 4 dB (L ‘HERMITE). O quadro 2, apresentado abaixo, ilustra esta lei: Quadro 2: Atenuação do som para uma onda sonora de 500 Hz. Peso em Kg/m2 50 100 200 400 atenua- ção em dB 36 40 44 48 Fonte: L’HERMITE. BAUER(1992) apresenta a alvenaria de tijolos maciços com desempenho de atenuação em 53 dB, para uma parede de 30 cm de espessura. Outros valores comparativos podem ser dados por: 20 dB para uma parede de compensado de 16 madeira de 6,5 cm de espessura, 68 dB para uma laje de concreto, e 26 dB para uma placa de gesso de 1 cm de espessura. - condutilidade elétrica: é baixa para os materiais cerâmicos. A justificativa fica à cargo do leitor. 8) Tipos de Materiais cerâmicos: - Materiais cerâmicos secos ao ar (adobes); - materiais de baixa vitrificação ( blocos cerâmicos, ladrilhos, lajotas, tijolos maciços); - materiais de alta vitrificação ( telhas, manilhas,ladrilhos, tijolos laminados; - louças; - refratários (tijolos refratários). 17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BAUER, L.A.F Materiais de construção, São Paulo, 1992, Livros Técnicos e Científicos, 2, p.526-554. GOMES, C.F. Argilas, o que são e para que servem. Lisboa, 1988, Fundação Calouste Gulbenkian, 457p. L’HERMITE, R. Ao pé do muro. Brasília, SENAI,173p. VAN WLACK, L.H. Ciência dos materiais. São Paulo, 1970, Edgard Blücher, 427p. 18 Capítulo 2 VIDROS 1) Generalidades: O vidro é resultante da fusão de materiais terrosos e silicosos, com vitrificação. O processo de fabricação deste tipo de material tem origem desde os tempos mais remotos, sendo utilizado, por exemplo, na fabricação de vasos, enfeites, peças para lanças, e outras utilidades por povos primitivos. Ao longo da história, percebeu-se a evolução técnica para a fabricação do vidro, como a descoberta do método de sopragem, a criação de novos tipos de fornos e novos processos de moldagem, até chegar-se aos tipos modernos, hoje conhecidos. 2) Composição e estrutura interna: A composição básica dos vidros é dada em VERÇOSA(1975), conforme o Quadro 01, na página seguinte. Observa-se a possível presença de algumas substâncias já conhecidas dos materiais cerâmicos, e que tem natureza fundente, como a cal, e o óxido de ferro. O último, quando utilizado, atribui coloração ao material. O óxido de chumbo pode contribuir com o aumento da refração, diminuição da dureza, e melhorias nas condições de polimento. Finalmente, tem-se que o óxido de bório diminui a expansão térmica do vidro. O vidro é conhecido também como o “líquido de alta viscosidade”. Isto deve-se o fato de que, de modo geral, para os materiais inorgânicos, existe um patamar de temperatura onde esta se mantém constante ao longo de um processo térmico, e o material Quadro 01 19 Composição básica do vidro: Substância Fórmula Química Porcentagem Máxima Sílica SiO2 75 Alumina Al2O3 25 Óxido de Sódio N2O 16 Cal CaO 10 Magnésia MgO 4 Óxido de Chumbo PbO 8 Óxido de Bório B2O3 15 Óxido de Ferro F2O3 - sofre mudanças na estrutura interna, de modo à se compor ou se desfazer o estado de organização regular espacial. O vidro não experimenta esta transformação, sendo a temperatura, sempre crescente ou decrescente com o decorrer dos processos térmicos, e o material é sempre amorfo.A figura 01 procura ilustrar tal fato, conforme informa VAN WLACK (1970). Figura 1: Comparação da variação da temperatura com ao tempo em no resfriamento de uma massa de material cristalino e de uma massa de vidro. tempo tempo T oC T oC Material Cristalino Vidro 20 3) O resfriamento de uma massa vítrea: Conforme PETRUCCI (1978), ao considerarmos o refriamento de uma massa vítrea, podemos considerar três estágios distintos, sucessivos: a) Em primeira instância, tem-se uma massa altamente aquecida. O fluxo de calor é dirigido para fora. O exterior se resfria primeiro e contrai, e, enquanto isso, o interior ainda está quente, e exerce então uma pressão de expansão. O estado de tensão inicial para o material é o de tração para a camada externa. b) Com a continuidade do fluxo de calor, o interior se resfria, de modo a que em dado instante, se anula temporariamente o estado de tensões na camada externa do material. c) Finalmente, com o resfriamento da camda interna, esta, por sua vêz, se contrai, se tornando tracionada, enquanto que a camada externa se torna comprimida. O referido processo térmico é ilustrado na figura 02. (a) (b) (c) Figura 02: Evolução em um processo de transferência térmica em uma massa de vidro. q q q = 0 tração na parte externa Isento de tensão Compressão na parte externa e tração interna 21 4) Propriedades básicas dos vidros: - Condutibilidade térmica. Para fins de desempenho, a condutibilidade térmica dos vidros é considerada como baixa. - Boa permeabilidade com relação aos raios infra-vermelhos. Esta propriedade implica que, o ambiente pode estar sendo aquecido por radiação, a qual é uma das formas de condução de calor. Considerando-se as duas propriedades já mencionadas, a baixa condutibilidade térmica e permeabilidade com relação aos raios infra- vermelhos, tem-se que o vidro pode contribuir para a formação de chamado “efeito estufa”. - Baixa condutibilidade elétrica à temperatura ambiente. - Baixa porosidade aos líquidos e gases. Isto implica no bom desempenho do vidro como vedação aos referidos elementos. - Resistência aos agentes químicos: O vidro é resistente à ação da água, mas é atacável por ácidos. - Comportamento mecânico: O vidro apresenta comportamento frágil, com baixa resistência à flexão. - Expansão térmica: O vidro está sujeito à expansão térmica, podendo, evidentemente, ser esta menor do que a de outros materiais. - Passagem da luz: O vidro pode ser transparente, translúcido, ou opaco. Isto pode se dar em função do tipo da superfície ou da composição do material. 22 5) Tipos de vidros: - Vidro recozido: É aquele que passou pelo processo de recozimento. Este é está isento de tensões internas. A sua ruptura se dá formando “cacos” que podem causar danos aos usuários. - Vidro temperado: É aquele que passou pelo processo de “têmpera”. A têmpera consiste em um tipo de tratamento, onde o material é levado à temperaturas elevadas, e resfriado bruscamente, de modo a se produzir um material com o interior tracionado e o exterior comprimido. O vidro temperado possui concentração de tensões nas bordas, é mais resistente à flexão, e, caso ocorra a ruptura, este se quebra em pequenos fragmentos que não causam danos aos usuários. - Vidro laminado: É a combinação de duas lâminas de vidro recozido em forma de “sanduíche”, com uma camada de material polimérico, de modo a se tornar um vidro de segurança. Os fragmentos devidos à possível ruptura permanecem aderidos à camada de polímero. - Vidros absorventes: Estes absorvem os raios infra-vermelhos pela adição de óxido de ferro na composição do material. Reduzem o calor em até 50%, e a luz em 30%. - Vidro termo-refletor: Reflete parte dos raios solares - Vidro opaco: É o que impede a passagem da luz. Isto se dá pela adição de talco na composição do vidro. 6) Preocupações com respeito ao uso de envidraçamentos: PEREZ (1986) apresenta uma série de considerações sobre a racionalidade na ultilização dos vidros, conforme os tipos adequados, e os principais problemas que ocorrem em edificaçoes decorrente do mau uso dos vidros. De modo geral, pode se chamar atenção aos seguintes fatores descritos a seguir: a) O tipo do vidro: É comum, infelizmente, o uso do vidro recozido em lugares impróprios, expostos, em lugares públicos. Ou sujeitos a esforços de flexão conforme as condições de trabalho impostas pela construção. Outro tipo de utilização indevida é o do 23 vidro laminado com a caixilharia imprópria, permitindo-se a presença de umidade entre as lâminas. Este tipo de vidro exige um sistema de fixação com excelentes condições de vedação. Tem-se também o problema do vidro absorvente em regiões de grande carga de radiação, pois os gradiente térmicos que podem surgir entre as bordas e o resto da placa criam tensões internas, podendo até levar a placa à ruptura. Finalmente, tem-se o caso do vidro temperado. Tem-se que este já deve ir para a obra com os furos já realizados (anterior ao processo de têmpera), pois, dada as concentrações de tensão nas suas bordas, os possíveis “ajustes” ou furos realizados na placa, conduzem o material á ruptura. b) Exposição e utilização no sistema edifício: Um edifício pode sofrer movimentação por razões diversas, como recalques de fundações, acomodação de materiais, deformação de estrutura, e outras, que podem provocar tensões de flexão nos vidros. Em face disto, o projeto de envidraçamentos deve ser visto com cuidado, inclusive quanto a caixilharia, que, ao se deformar, induz esforços de flexão no vidro. 24 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS: PEREZ, A.R. Patologia dos envidraçamento. In: Tecnologia de edificações. INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO/PINI. São Paulo, 1986, p. 41-50 PETRUCCI, E. Materiais de construção. Porto Alegre, 1978, Globo, 435p. VERÇOSA, E.J. Materiais de construção. Porto Alegre, 1975, Sagra, 153p. VAN WLACK, L.H. Ciência dos materiais. São Paulo, 1970, Edgard Blücher, 427p. 25 Capítulo3 MATERIAIS METÁLICOS 1) Generalidades: Como materiais, os metais se caracterizam pelas suas propriedades tecnológicas como a resistência mecânica, maleabilidade, condução de eletricidade, etc. Como matéria prima, os metais podem ter ocorrencia em estado livre ou em compostos, como na maioria dos casos. Dá-se o nome de “minério” a associação “metal-oxigênio-impurezas”. Normalmente as impurezas são silicatos e materiais terrosos. Em geral, a quantidade de minérios disponíveis na natureza em dada região não permite que estes possam ser aproveitados de forma a se produzir quantidades significativas do metal. Quando se refere a uma concentração de metais em dada região que pode ser explorada economicamente, esta é chamada de “jazida”. A atividade da extração do minério e a sua concentração é a “mineração”; e, “metalurgia” tem por finalidade a obtenção do metal puro, sendo que, a “siderurgia” é a metalurgia do ferro e das suas ligas. 2)Aspectos principais da constituição: A estrutura cristalina dos materiais metálicos se caracteriza por apresentarem arranjo ordenado de átomos, em estrutura tridimensional de longa extensão, comparado aos demais materiais. Os arranjos de “corpo centrado”, e “faces centradas”, são os que ocorrem para o ferro, por exemplo, variando-se estas formas conforme a temperatura. A distância entre átomos e vibração também podem variar com a temperatura ou estado energético. 26 Os cristais dos materiaismetálicos são limitados aos “grãos”. Os “grãos”, e a sua formação, dependem das condições de temperatura e do tempo. Podem variar quanto ao tamanho ou orientação, definindo-se propriedades importantes do material. Estas últimas características citadas podem ser modificadas pela temperatura, ou por ações mecânicas em tratamentos metalúrgicos, trazendo modificações importantes em propriedades específicas. Filme intercristalino é o espaço entre dois grãos, o qual foi solidificado de forma amorfa, sendo também o local para onde se direcionam as impurezas. As propriedades de resistência do filme são determinantes também para a resistência do material, e consistem em uma região de fraqueza . As “ligas” são associações de um metal com outro metal, ou com outros elementos, de forma a se constituirem em um terceiro material, com propriedades próprias. Têm-se por objetivo, quando se adota este procedimento, a melhoria das propriedades tecnológicas do metal. Exemplos de ligas são: cobre-zinco(bronze), cobre- estanho(latão), ferro-carbono(aço). Para a fabricação das ligas são definidas as proporções ou porcentagems dos metais ou substâncias a compor a liga, e constata-se para cada caso, a perda das propriedades individuais dos metais que participam da liga, para a formação de um novo material. 3) Propriedades importantes dos materiais metálicos: 3.1) Densidade: Para os materiais metálicos é desprezível o índice de vazios. A densidade destes pode variar, sendo em geral elevada. Por exemplo, têm-se de acôrdo com VAN WLACK(1970) que a densidade do aço é da ordem de 7,86 g/cm3; a do cobre 8,9 g/cm3; ferro fundido 7,7 g/cm3; e a do alumínio 2,7g/cm3. Exemplos comparativos de densidade de outros materiais, conforme o autor citado, são: concreto, 2,4 g/cm3; e cerâmica, 2,3g/cm3. 27 3.2) Propriedades térmicas: Estas são marcantes para os materiais metálicos, em face da sua estrutura interna. A condutibilidade térmica para o aço, por exemplo, é da ordem de 0,12 cal.cm./0C. cm2.s, enquanto que para o alumínio, em torno de 0,53 cal.cm./0C. cm2.s. Este valores podem ser comparados com os demais, já apresentados em materiais cerâmicos. A expansão térmica também pode ser variável para os materiais metálicos, como em torno de 11,7.10-6 cm.cm./0C para os aços, e 22.10-6 cm.cm./0C para o alumínio. Valores comparativos de outros materiais podem ser dados, como 9.10-6 cm.cm./0C para os materiais cerâmicos, e 12.10-6 cm.cm./0C para o concreto. 3.3) Condutibilidade elétrica: Ela é elevada nos materiais metálicos, em particular para o cobre e para o alumínio. 3.4) Resistência mecânica: A capacidade de resistência mecânica é bastante elevada para os materiais metálicos, não sendo, de modo geral, a causa da ruína na maioria das estruturas em casos de colapso. Em caso de ruptura do concreto armado, antes que se esgote a capacidade resistente da armadura, o concreto comprimido já sucumbiu. Por outro lado, é preocupante em estruturas metálicas o fator estabilidade, independentemente da capacidade resistente dos aços. 3.5) Capacidade de deformações: Deve ser considerada também, quando em casos de ruptura, a deformação ocorrida; esta pode ser maior ou menor, dada em porcentagem do comprimento inicial da barra. Um outro aspecto de importância com relação ao comportamento “tensão-deformação”, é o escoamento. Os materiais metálicos podem apresentar um patamar de escoamento, ou não. Deve-se conhecer este comportamento, para que se adotem os critérios normalizados nos cálculos. Os aços para concreto armado tipo “A” possuem um patamar mais nítido do que os do tipo “B”. 3.6) Dureza: A “dureza” classifica os metais conforme eles sejam “duros”, ou “moles”. Entre outros casos, o grau de dureza dos metais é citado, normalmente, para definir os tipos de produtos obtidos após 28 os tratamentos térmicos. Cumpre também considerar que, os materiais mais “duros”, tendem a ser também mais frágeis quanto à ruptura. 3.7) Fadiga: É a resistência dos materiais metálicos à esforços alternados ou repetitivos. 3.8) Dobramento: É a capacidade dos materiais metálicos com relação a sua capacidade de serem dobrados, sem que ocorra a ruptura. Têm grande importância esta propriedade, sobretudo, sob o ponto de vista de manuseio para a aplicação em ferragens. 3.9) Durabilidade: Depende da somatória da resistência dos materiais metálicos à corrosão, fadiga, ação do fogo, etc. 3.10) Corrosão: É a interação química dos materiais metálicos com o meio, com a possível ocorrência de reações de oxidação destes, de redução de elementos do meio, e a formação de compostos finais que podem ser óxidos, hidróxidos, ou sais. As reações globais do processo redox constituem-se em um processo destrutivo para os metais. Em alguns casos, a camada de óxido formada sobre a superfície do metal constitui-se em uma película protetora, inibindo o desenvolvimento e a continuidade do processo, sendo denominado o fenômeno de “passividade”. O fenômeno da passividade é comum nos metais como o Alumínio, cobre, chumbo, zinco aço e cromo. A seguir, são apresentadas algumas das principais reações químicas dos processos corrosivos: 3.10.1 Corrosão pelo oxigênio: Seja o caso de uma barra de ferro em contato com água do mar ou com outras soluções, fortemente aeradas. A reação de oxidação é dada por : 29 Oxidação: Fe0 → Fe2+ + 2e- (1) enquanto que a de redução é dada por: redução: O2 + 2H2O + 4e- → 4(0H)- (2) O íon Fe2+ se combina com o íon OH-, dando: Fe2+ + 2(OH)- → Fe(OH)2 (3) Após outras combinações, chega-se a: Fe2O3(OH)n (4) a qual é vulgarmente conhecida como “ferrugem”. 3.10.2) A corrosão pela influência de ácidos em solução, e de ácidos puros: 30 3.10.2.1) A corrosão pelo hidrogênio: Seja uma solução de H20 + H2SO4 Considere então a imersão de uma barra de Fe0 nesta solução: Na superfície da barra, têm-se que o Fe0 se ioniza perdendo dois elétrons, indo para meio sob a forma de Fe2+ . Como resultado global, as seguintes reações podem ocorrer: Oxidação: Fe0 → Fe2+ + 2e- (reação parcial ) (1) redução: 2H+ + 2e- → H2 (reação parcial ) (5) _______________________ Processo Fe0 + 2H+→ Fe2+ +H2 (reação total) (6) redox Outra reação que pode ocorrer é Fe2+ + SO42- → FeSO4 (7) Observe que as reações (1), (5) e (6) envolvem a perda, ganho ou transferência de életrons, enquanto que a reação (7) apresenta apenas a combinação de íons livres presentes na solução. Pode-se considerar também o ocorrido sob a seguinte forma: H+ SO42- H+ SO4 2- Fe0 H+ SO4 2- Fe0 2e- Fe2+ 31 Fe0 + H2SO4 → FeSO4 + H2 (8) 3.10.2.2) Corrosão por solução ácida: Os mecanismos para este caso não diferem dos já conhecidos. Seja a solução de H Cl, onde deverá ser emergida a conhecida barra de Fe0. Deverá ocorrer no meio o desenvolvimento das seguintes reações: Oxidação: Fe0 → Fe2+ + 2e- (reação parcial ) (1) redução: 2H+ + 2e- → H2 (reação parcial ) (5) _______________________ Processo Fe0 + 2H+→ Fe2+ +H2 (reação total) (6) redox e o íon Fe2+ se combina com o íon Cl-, para formar o composto FeCl2, de modo que no global têm-se: Fe0 + 2 H Cl→ Fe Cl2 + H2 (9) As reações parciais para o processo redox são facilmente identificáveis, já conhecidas dos casos anterioes, considerando-se que o Fe0 é oxidado e o hidrogênio é reduzido. Para o caso de uma solução ácida fortemente aerada: para estes casos, podem ocorrer duas formas de redução, já conhecidasdos casos anteriores, e são dadas por: H+ Cl- Fe0 2e- Fe2+ 32 O2 + 4H+ + 4e- → 2H2O (2) 2H+ + 2e- → H2 (5) A reação de oxidação é a já conhecida, do ferro, e cabe considerar que, em face de haver dois processos de redução, ou seja, da presença de dois oxidantes, o processo redox tende a ser acelerado. 3.10. 3) corrosão eletroquímica: A corrosão pode ser de natureza química, com já apresentado, ou eletro-química, sendo o segundo tipo mais pernicioso, pois as reações químicas e a formação dos produtos de reações não necessariamente ocorrem no mesmo local. O fenômeno é similar ao que acontece com uma bateria. Denomina-se por “Potencial de oxidação” a energia necessária para se promover a ionização de um elemento químico, sendo, para fins de estabelecimento de um referencial, atribuído o valor zero para o hidrogênio (convencionado). O quadro 01, dos valores do potencial de oxidação para os principais elementos, é dado a seguir: Quadro 01: 33 POTENCIAL DE IONIZAÇÃO PARA OS MATERIAIS METÁLICOS. De modo geral, o elemento de maior potencial corrói o de menor potencial, de acôrdo com o processo eletro-químico. Para que ocorra a corrosão eletroquímica é necessário que existam metais com diferença de potencial, contato para a condução de elétrons, e um meio condutor com eletrólitos para fechar o circuíto (tal como nas pilhas). No caso prático, a umidade do ar ou ambiente atua como o meio condutor de fechamento do circuito. Um exemplo de corrosão eletro-química é dado a seguir: Dois eletrodos são representados por uma placa de zinco e outra de cobre, em uma solução de H2SO4. .Um deles, o Zn0, apresenta o potencial de oxidação de -0,762 e atua como o ânodo, e o outro, de Cu0, apresenta o potencial de +0,334, e auta como o cátodo. O zinco deixa dois elétrons e se ioniza, indo para a solução como Zn2+ , enquanto que o cobre, que recebe o elétron pelo circuito, Ouro +1,500 Prata +0,800 Cobre +0,334 Hidrogênio 0,000 Chumbo -0,136 Estanho -0,136 Níquel -0,230 Cobalto -0,270 Ferro -0,439 Cromo -0,510 Zinco -0,762 Manganês -1,100 Alumínio -1,300 34 o transfere ao íon H+, presente na solução, para formar H2. O circuito é fechado pela migração de eletrólitos na solução. As reações principais do processo citado são, respectivamente: Zn→ Zn2+ + 2e- (10) Reação de oxidação 2H- + 2e-→H2 (5) Reação de redução Cabe considerar também que, a existencia de “amassamentos”, ou tensões diferenciadas no metal podem criar diferenças de potencial, promovendo-se a formação de zonas anódicas( de onde saem os elétrons), e zonas catódicas ( onde os elétrons são interceptados). Seja o exemplo dado em BAUER(1992), onde uma peça de ferro apresenta-se deformada sob ação do encruamento. Em face de tal deformação, a zona amassada se torna anódica, e a adjacente,se torna catódica OH- Fe 2+ OH - Zona Anódica As reações que se dão, são, pois: Fe→ Fe2+ + 2e- (1) reação de oxidação O2 + 2H2O + 4e-→4OH- (2) reação de redução Fe 2+ + 2(OH)-→ Fe(OH)2 (3) Como modos de se evitar a corrosão eletro-química, têm-se por exemplo a pintura; o recobrimento do metal com outro metal, sendo que o metal a se proteger pode ser transformado em ânodo ou cátodo; escolha da liga; e cuidados na execução de modo a se evitar tensões diferenciadas nos metais. 35 No caso do metal de proteção ser de maior potencial do que o que se quer proteger (proteção anódica), o metal protegido tende a ser corroído em casos de falhas no capeamento , e, no caso contrário, quando o metal de proteção for de potencial mais baixo (proteção catódica), o metal protegido irá corroer o metal de proteção em caso de falhas do capeamento. 4) Produtos Siderúrgicos. 4.1) O alto forno siderúrgico: No alto forno, o minério é disposto com material combustível (carvão) e fundente (cal), é levado a fusão em temperaturas de aproximadamente 1200 0C. Como produtos iniciais, têm-se o ferro- gusa, e a escória sobrenadante. A escória é recolhida para outras formas de aproveitamento, como por exemplo, na fabricação de cimentos, e o ferro-gusa é recolhido para posterior refinamento. O “ferro-gusa” é rico em impurezas, e apresenta elevado teor de carbono; é impróprio para o trabalho. O ferro-gusa deve retornar à fundição, de modo a se tornar trabalhável. 4.2) Os produtos siderúrgicos e a fabricação: Quanto aos produtos finais da indústria siderúrgica, tem-se os aços e o ferro-fundido. O ferro-fundido apresenta teor de carbono entre 1.7 a 6.7%. O aço têm este teor variando entre 1.7 a 0.2%. Se o teor de carbono for abaixo de 0.1%, ter-se-á o aço doce. A produção de aço consiste basicamente na “descarbonetação” do ferro-fundido, através do sopro de oxigênio, ou através da adição de material pobre em carbono, sucata, refundindo-se junto com o material que se quer descarbonetar. 36 O processo de fabricação consiste na sequencia “Forno-lingotes- moldagem”. A moldagem pode ser dada por : Extrusão - É o caso de fabricação de fios, barras e chapas. O lingote é refundido e forçado a passar sob pressão por orifícios com a forma desejada. Laminação- O metal é levado ao rubro, e levado a passar entre cilindros, de modo a se ter a forma desejada. Este é o caso da produção dos perfis(T,U,H,I, etc). Trefilamento- O metal é forçado a passar por orifícios e sofrer estiramentos (a frio). Fundição- o metal é vertido em moldes próprios, de modo a se obter a conformação. Forjamento- É o processo onde o metal é submetido à quente, à ação de martelos ou prensas. 4.3) Constituição dos produtos siderúrgicos: Nos materiais de ferro, conforme o teor de carbono, os elementos ferro e carbono podem estar associados ou não. As associações que podem existir, resultam, em geral, em alguns tipos conhecidos de cristais, que são dados por: Cristais de ferro puro: Ferrita. Esta é variável com relação à estrutura cristalina, condições de magnetismo, e são determinados pela temperatura. Cementita: É o carboneto de ferro Fe3C, resultante da combinação da grafita (carbono), com os cristais de ferro 37 Perlita: Cada grão de ferrita só aceita 0.9% de carbono, sem ir há grandes temperaturas. O grão nessas condições particulares se chama Perlita. Ledeburita: A partir de 0.9% de carbono total, passa-se a se encontrar cementita livre, sem combinar-se com a ferrita, depositando-se no espaço inter-cristalino. A este tipo de cristal dá-se o nome de Ledeburita. Carbono puro: Convive com os cristais de perlita e ledeburita, quando o limite de solubilidade do carbono é ultrapassado. Austenita: É resultante da dissolução da cementita no ferro circunvizinho, quando a temperatura é elevada a aproximadamente 723 0C . Esta temperatura é necessária para tal dissolução, e é conhecida pela literatura como “temperatura crítica”. 5) Tratamentos : Conforme a literatura, as propriedades dos materiais metálicos de ferro podem ser determinadas também pelos tratamentos. Estes podem ser vistos como: 5.1) Tratamentos térmicos: Têmpera: O metal é levado até a temperatura crítica, e ao resfriamento brusco. Como consequencias, têm-se a modificação no tipo dos grãos, com diferentes propriedades. O processo varia conforme o tempo de resfriamento e a temperatura final. A têmpera pode aumentar a dureza, o limite de elasticidade, a resistência a tração, e diminuir o alongamento na ruptura. Revenido: Consiste em um aquecimento até temperatura abaixo da crítica, e posterior resfriamento em banhos(lento). Têm por fim corrigir defeitos ou tensões provocadas na têmpera,38 Normalização: Serve para eliminar tensões que surgem durante a laminação ou outras formas de moldagem. Leva-se a temperatura acima da crítica, e deixa-se esfriar ao ar livre. Recozimento: Consiste no aquecimento de um material e na sua permanencia por algum tempo, com o subsequente resfriamento lento. Têm por fim a eliminação de tensões que se originaramdurante a fundição, e contribui para a elevação dos índices tecnológicos do material. 5.2) Tratamentos químicos: Têm por fim enriquecer a camada superficial do aço com uma capa protetora onde apareçam outros elementos, como o carbono, o nitrogênio, o alumínio, e o cromo. As vantagens de tal tratamento são a resistência à corrosão, desgaste, e abrasão. 5.3) Tratamento à frio: O encruamento é o tratamento à frio. A deformação resulta em aumento da resistência à tração, dureza, mas diminuem a ductilidade e o alongamento de ruptura. 39 6) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BAUER, L.A.F Materiais de construção, São Paulo, 1992, Livros Técnicos e Científicos, 2, p.526-554. VAN WLACK, L.H. Ciência dos materiais. São Paulo, 1970, Edgard Blücher, 427p. 40 Capítulo 4 MATERIAIS ORGÂNICOS 1) Generalidades: Por materiais orgânicos compreende-se os materiais onde o carbono participa como elemento básico na formação de cadeias especiais, envolvendo materiais bastante conhecidos como por exemplo os plásticos, os materiais betuminosos, as resinas , os elastômeros de solução, e, convém saber que existem também algumas associações de materiais orgânicos com outros de natureza inorgânica, e intervenções na composição, como nos exemplos do fiberglass e do silicone. O uso dos materiais orgânicos na construção civil tem sido mais frequente nos ultimos anos, de modo que o conhecimento destes em termos de conceituação e propriedades tecnológicas é considerado como básico nos cursos de construção civil. Inicialmente, será conceituado os polímeros, termo este comum aos materiais orgânicos. 2) Polímeros: Por polímero se entende um composto formado por unidades básicas repetidas denomidas por monômeros ou meros. O monômero pode ser variável em termos da quantidade de duplas ou simples ligações, presença de elementos diferentes do carbono, orientação das ligações, e outros aspectos, mas o elemento principal é o carbono. Por co-polímero, se entende o composto onde existe pelo menos dois tipos de unidades básicas para compor o polímero, ou seja, mais de um tipo de mero. Quando se considera o peso molecular do composto ou molécula, e o peso molecular do monômero representado no composto, obtem-se o grau de polimerização, através da relação entre os dois valores. O crescimento do grau de polimerização implica no tamanho da molécula e interação molecular. Com o aumento do grau de polimerização(G.P), os materiais podem se encontrar como 41 líquidos, graxos ou sólidos. Como exemplo tem-se que o PVC apresenta o G.P em 500. Por polimerização, se entende o processo de formação do polímero, o qual pode ser por adição ou por condensação. No primeiro caso, o processo ocorre por somatória dos monômeros individuais, os quais são unidos pelas ligações expostas, sob a ação de um catalisador físico; e no caso da condensação, o desenvolvimento ocorre com a formação de subprodutos de reação. O conceito de funcionalidade está bastante associado ao número de ligações possíveis do monômero. Por exemplo, um monômero com duas ligações possíveis é bi-funcional, enquanto que um que permita três ligações é tri-funcional, e tetra-funcional, no caso de quatro ligações. O número de ligações por sua vêz se relaciona com a forma possível que o composto pode receber no seu desenvolvimento. Associada a funcionalidade, tem-se a estrutura. De modo geral, um polímero bi-funcional se ajusta a forma linear, devendo haver grande importância a participação das forças de van der Walls para a ligação entre as cadeias poliméricas. Por outro lado, os polímero tri ou tetra-funcionais permitem a formação de arranjos tridimensionais. Neste caso as ligações formadas são todas ligações químicas fortes, contrárias as forças de van der Walls. A cristalização de polímeros consiste em um alinhamento da cadeia, de modo a se obter um pacote mais denso. É obvio que este processo se restringe ao caso dos polímeros bi-funcionais ou lineares. Outra questão particular no desenvolvimento e disposição do polímero é o caso das ligações cruzadas, resultante de ligações pontuais entre cadeias lineares por ligações covalentes, e, finalmente pode-se falar da ramificação, quando uma cadeia principal se bifurca em outros ramos. O resultado imediato da ligação cruzada é o fortalecimento do material resultante, o qual tinha as cadeias unidas anteriormente apenas por forças de vander Walls, e, no caso da ramificação, a interação e entranhamento se tornam maior. 2.1) Propriedades gerais dos polímeros: 42 a) Propriedades mecânicas: Estas dependem da estrutura e composição do polímero, da presença de ligações cruzadas, da temperatura, e dos tratamentos efetuados. Não se constitue a propriedade mais relevante para o material, sendo, em geral, satisfatória para os componentes utilizados normalmente em construção civil (vedações, tubulações, domos etc). Maiores detalhes podem ser encontrados em VAN WLACK (1970). b) Densidade: Constitue-se em uma propriedade relevante para os polímeros, por não ser esta muito elevada, quando comparada com a de outros materiais. Por exemplo, para o polietileno esta é de 0,9 g/cm3, para o Poliestireno 1,05 g/cm3 , enquanto que para os materiais cerâmicos é da ordem de 2,3 g/cm3 ,e para o aço 7.86 g/cm3. c) Intemperismo: Os polímeros são de modo geral resistentes quimicamente à ação da água, ácidos e soluções salinas, mas, por outro lado, os mais comuns são susceptíveis à degradação quando expostos à radiação ultra violeta. d) Comportamento térmico: De modo geral são bons isolantes térmicos. Quanto à ação da temperatura e modificações internas, têm- se os termoplásticos e os termofixos. Os primeiros são susceptíveis à ação térmica, tornando-se mais plásticos, por serem aqueles cujas cadeias são unidas por forças fracas, enquanto que os segundos são mais resistentes à ação térmica, podendo inclusive ter suas ligações mais fortalecidas pelo processo de novas polimerizações. Estes são aqueles formados por cadeias tridimensionais. e) comportamento elétrico: Os polímeros são bons isolantes elétricos. f) Elasticidade: Os polímeros podem permitir grandes alongamentos mediante esforços de tração, havendo entre eles o caso dos elastômeros, que são os que permitem maiores alongamentos. 3) Casos particulares de polímeros: 43 3.1) Os plásticos: O conceito de plástico está associado a propriedade de um material adquirir e conservar determinadas formas, pela ação de uma força exterior. De acôrdo com GUEDES e FILKAUKAS (1986), os plásticos tiveram início como produtos industrializados a partir de 1864, com o celulóide( nitrato de celulose), sendo este material ainda muito instável, decompondo-se facilmente sob a ação da luz, e altamente inflamável. Ainda de acôrdo com os autores citados, o primeiro químico a desenvolver seriamente pesquisas sobre a polimerização e a condensação foi o belga Leo Hendrik Baekeland, de onde procede o nome baquelita, do produto lançado em 1909 e utilizada até hoje. A sequencia que se sucedeu pode ser apresentada no quadro 01: Quadro 01: Principais plásticos conhecidos e o início de industrialização destes: Celulóide 1864 Nylon 1935 Baquelite 1909 Polietileno 1939 Silicone 1930 PVC1934 Acrílico 1932 ABS 1946 Poliestireno 1933 Teflon 1948 Policarbonato 1958 PPO 1964 Polipropileno 1959 Poliamida 1965 Acetal 1960 Os principais plásticos utilizados em construção são apresentados a seguir: 3.1.1) Polietileno: O polietileno é resultante da polimerização do etileno. Pode ser de baixa ou alta densidade, variando-se então a resistência mecânica e química. Possuem boa flexibilidade nas temperaturas ambientes usuais, e resistência mecânica baixa; são utilizados como tubos flexíveis atuando como eletrodutos, e também como revestimento de cabos elétricos. O polietileno é susceptível à degradação sob ação da luz e do oxigênio, todavia, em formulações mais recentes, tem sido utilizados pigmentos que podem aumentar a resistência do material quanto a este tipo de intemperismo. Outro aspecto limitante do polietileno é que este é propagador de chamas. 44 3.1.2) PVC: O PVC é o composto cuja unidade é o cloreto de polivinila. O material é um termoplástico, que pode ser encontrado tanto rígido como flexível. É bastante estável quimicamente, quando consideradas as ações da água, ácidos fracos, álcool, óleos, graxas, benzinas, e álcalis, mas é instável diante de ésteres, éteres, hidrocarbonetos clorados e cetonas. O PVC apresenta diversas utilizações na construção civil, especialmente na forma de tubos para instalações prediais, eletrodutos, perfis, esquadrias e mantas para impermeabilização. Para instalações prediais de água, deve-se considerar as limitações de temperatura para o bom desempenho do PVC comum, sendo esta definida em até 65 oC. Para o caso do CPVC (cloreto de polivinila clorado), a temperatura de trabalho pode ser estendida a até 100 oC, sendo este material recomendado para o uso em instalações prediais de água quente. Sobre o uso do PVC em eletrodutos, tem-se o fato destes serem antichama, sendo preferidos, com relação ao polietileno, já referido anteriormente. Ainda sobre o uso do plástico em instalações prediais, deve-se considerar a expansão térmica destes, a qual é bastante significativa, havendo procedimentos construtivos que visam contornar esta situação, como se evitar grandes trechos em linha reta, ou prever a dilatação dos tubos com o uso de juntas adequadas (deve-se atentar para o contexto de cada caso). As juntas soldadas são realizadas geralmente por meio de solda fria, onde um produto atua como solvente, promovendo a dissolução na superfície a ser colada, e, um outro atua como adesivo. Por outro lado, as juntas elásticas são realizadas por sistema de encaixe, tipo ponta e bolsa, e, existe um anel de borracha em lugar estratégico, para promover a vedação do sistema. Para os sistemas de impermeabilização com PVC, utiliza-se a forma flexível. Como o material é termoplástico, é facilitada a união das mantas por soldagem à quente. Dentre os requisitos de desempenho para este tipo de material nesta situação, têm-se a impermeabilidade; a resistência mecânica à tração, para que não ocorra o rasgamento; a elasticidade, de modo a acompanhar a 45 movimentação da estrutura; a estabilidade química; e a resistência ao puncionamento. Maiores informações sobre o uso do PVC em impermeabilização é encontrado em VERÇOSA (1983). Finalmente, têm-se o uso do PVC transparente na forma de coberturas, e vedações. Convém considerar que a cor do PVC é atribuída normalmente à presença de pigmentos, razão pela qual o PVC transparente é mais susceptível ao intemperismo pela radiação do que o não transparente. As vantagens do uso deste tipo de material nestas situações estão principalmente no baixo peso, e no custo. 3.1.3) Polipropileno: O polipropileno é um polímero linear e cristalino, com relativa rigidez e resistência à tração. É o plástico mais leve dos conhecidos, com densidade em torno de 0,9 g/cm3 . Pode ser utilizado em tubulações não pressuruzadas em temperaturas de trabalho de até 90 0 C . 3.1.4) Borracha butílica: É composto de isobutileno e isopreno, tornando-se em um polímero flexível, termofixo, e utilizado como manta para impermeabilização. Pelo fato de ser para impermeabilização, incide sobre este os mesmos requisitos já citados para o PVC flexível neste tipo de aplicação, e convém considerar que, sendo este termofixo, a solda por aquecimento se torna inviável, devendo ser esta realizada por meio se solventes especiais. 3.1.5) Acrílico: O acrílico é um plástico com estrutura amorfa, elevada transparência, e resistência à radiação ultravioleta e aos ataques químicos. Quando na forma rígida, pode ser utilizado em domos e vedações, com vantagens sobre o PVC. Existem também membranas acrílicas, utilizadas em sistemas de impermeabilização. 3.1.6) Fiberglass: É o plástico composto por poliester e fibra de vidro. A utilização recomendada é a mesma que para o caso anterior. 3.1.7) Policarbonato: É obtido por reação de condensação entre o fosfogeno e o Bisfenol-A, resultando em um material de grande 46 resistência ao impacto e às intempéries. Tem utilização similar à dos últimos citados. 4) Silicone: Este material se caracteriza por apresentar o carbono substituído pelo grupo “siloxano”, composto basicamente por silício e oxigênio. Como resultado, têm-se um material menos sensível ao calor, e com natureza orgânica-inorgânica. O silicone é repelente à água, e é um material útil na fabricação de tintas que tenham este objetivo. 5) Elastômeros de solução: Os elastômeros de solução têm grande aplicação no campo da impermeabilização. De acôrdo com VERÇOSA(1983), a borracha natural, resultante da polimerização do isopreno, apresentou grandes limitações para utilização em sistemas de impermeabilização, principalmente devido à sua fácil degradação, à vulcanização progressiva, e às dificuldades de ser aplicada como tinta. Como tentativas de se reproduzir polímeros sintéticos similares à borracha natural, mas sem as suas limitações, surgiram no mercado os produtos designados por Neoprene, resultante do acetileno e do cloro; e Hypalon, polietileno clorossulfonado. Estes materiais são normalmente polímeros dissolvidos em um solvente orgânico que, ao evaporar, deixa uma membrana formada. Convém considerar os fatores de inflamabilidade e toxidez relativos à primeira solução. O Neoprene e o Hypalon são utilizados normalmente em sistemas, onde, o Hypalon se constitue a camada externa. De modo geral, o Neoprene se apresenta com menor resistência às intempéries, e o Hypalon apresenta bom desempenho quanto à este aspecto. As soluções ora apresentadas são moldadas no local, e, conforme PICCHI (1987), são adequadas para a impermeabilização de coberturas em cascas e abóbodas, onde, se requeira exposição às intempéries, beleza, e leveza. Deve-se considerar que estes aderem à superfície perfeitamente. 47 6) Mástiques: Mástiques são massas resultantes de materiais poliméricos com “cargas”, de modo a se obter materiais pastosos que, ao endurecerem, conservam a plasticidade, e são aderentes à superfície onde são aplicados. Os mástiques são utilizados normalmente com o fim de calafetar juntas, rachaduras, fissuras, furos, e outras aberturas em edificações. Os mástiques podem ser à base de silicone, poliuretano, asfalto, e borracha clorada. 7) Resinas e emulsões: O termo resina compreende polímeros naturais, sem adições. Algumas resinas são bastante conhecidas na construção civil, como por exemplo a de PVA (látex), as resinas acrílicas, e epoxídicas. Por outro lado, uma emulsão é uma reunião de líquidos não miscíveis entre si, por razões físico-químicas. Emulsões a partir de soluções de polímeros podem ser utilizadas onde, quando a fase líquida evapora, ocorre como resultado a formação de uma camada polimérica. Como exemplos de emulsões na construçãocivil têm-se as tintas, e alguns tipos de materiais para impermeabilização. 8) Materiais betuminosos: Os materiais betuminosos são conhecidos sob denominações diversas, muitas vezes não diferenciadas para a maioria das pessoas, e até mesmo para algumas da área técnica. São hidrocarbonetos, compostos basicamente a partir do carbono e do hidrogênio. O material betuminoso como um todo pode apresentar betume e impurezas. O betume puro é a reunião das diversas formas de hidrocarbonetos, não tendo uma fórmula definida; da destilação deste material pode-se obter as diversas outras formas de compostos, como a gasolina, o asfalto, o querosene, e outros. Chama atenção nas propriedades destes materiais a sua volatilidade, variando-se de uma ou para outra forma de 48 hirocarboneto; a inflamabilidade, de modo que o fator temperatura é relevante para o manuseio destes materiais; a viscosidade, elevada para uns e baixa para outros, os quais atuam normalmente como solventes; a plasticidade, variável como tipo de composto e temperatura; e a impermeabilidade. Além do uso bastante disseminado destes materiais em serviços de pavimentação, na construção civil eles são utilizados em serviços de impermeabilização, face à repelencia à agua. Neste contexto são conhecidos os seguintes materiais: a) Asfalto. O asfalto é resultante da destilação do betume, apresenta uma porcentagem de componentes orgânicos voláteis, e, devido à elevada viscosidade, é utilizado normalmente à quente (próximo à 160 0C).Tem-se ainda o fato de que ele tem pouca aderência ao concreto e à argamassa. b) Emulsão asfáltica. É uma emulsão de asfalto e água, a qual não necessita ser aquecida, e adere melhor ao substrato. Por outro lado, apresenta um menor teor de asfalto no material resultante. c) Asfalto oxidado. É o asfalto que recebeu um jato de ar quente para queimar parte dos produtos voláteis, e como consequencia, ele perde parte de sua elasticidade. Dentre os principais requisitos para os materiais betuminosos em impermeabilização têm-se a espessura, de modo a garantir a impermeabilidade; a aderência ao substrato, a elasticidade( a qual pode ser prejudicada pela perda de componentes voláteis), e a durabilidade, a qual depende da intemperização e da perda gradativa dos voláteis. Um aspecto sobre o uso do asfalto em impermeabilização é que estes apresentam baixa resistência à tração, estão sujeitos ao escorrimento lento, e a refluirem quando comprimidos. Por estas razões, utilizam-se reforços ou “armaduras” no material, de modo a serem vencidas estas limitações. Os materiais mais conhecidos como armaduras são o véu de lã de vidro, o nylon, o poliester, o polietilleno, e lâminas metálicas. 49 9) Asfaltos modificados e mantas asfálticas pré-fabricadas: Asfaltos modificados são asfaltos com adição de polímeros, onde o impermeabilizante e a armadura constituem um mesmo material. Podem ser encontradas também mantas asfálticas para impermeabilização, pre-fabricadas, a partir deste tipo de material. Existem mantas de asfaltos pré-fabricadas tanto a partir da utilização de asfalto modificado como de asfalto oxidado, onde o reforço geralmente é um filme polimérico. O acabamento das mantas pode ser a a partir de filme de polietileno(removível ou extinguível) nas faces superiores ou inferiores, areia fina ou talco (nas partes superiores ou inferiores), ardósia granulada (parte superior), ou papel siliconado ( auto adesivo). As mantas de asfalto pré-fabricadas podem ser auto aderentes, parcialmente aderentes, ou não aderentes. A ligação ao substrato pode ser mediante asfalto á quente, adesivo asfáltico à frio, adesivo próprio da manta, ou mediante a chama de um maçarico à gás GLP. BIBLIOGRAFIA: GUEDES, B; FIKALKAS, M. O plástico. São Paulo, 1986, Érica, 156p. PICCHI, F.A. Impermeabilização de coberturas. Tecnologia de edificações, n 4, São Paulo, 1987, Pini, p21-26. VAN WLACK, L.H. Ciência dos materiais. São Paulo, 1970, Edgard Blücher, 427p. VERÇOSA, E. Impermeabilização de construções. Porto Alegre, 1983, Sagra, 150p.
Compartilhar