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Aula 01 Empresarial

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Direito Empresarial para Delegado PF/2017 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Gabriel Rabelo ± Aula 01 
Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 83 
 
SUMÁRIO 
 
1 APRESENTAÇÃO ....................................................................................................... 2 
2 ESCRITURAÇÃO E LIVROS EMPRESARIAIS ................................................................... 2 
2.1 INTERPRETAÇÃO DOS DISPOSITIVOS....................................................................... 6 
2.2 LIVROS EMPRESARIAIS .......................................................................................... 8 
2.2.1 PONTO AVANÇADO ± LIVRO DE REGISTRO DE DUPLICATAS .......................... 10 
2.3 EXIBIÇÃO DE LIVROS ........................................................................................... 11 
2.4 LIVROS OBRIGATÓRIOS PARA AS SOCIEDADES ANÔNIMAS ...................................... 13 
2.5 ANÁLISE DOS ARTIGOS DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL ........................................ 13 
3 DOS PREPOSTOS .................................................................................................... 14 
3.1 RESPONSABILIDADE PELOS ATOS DOS PREPOSTOS ................................................ 17 
3.2 GERENTE ............................................................................................................ 18 
3.3 CONTABILISTA .................................................................................................... 19 
4 REGISTRO ............................................................................................................. 20 
4.1 EFEITOS DO REGISTRO ........................................................................................ 24 
4.2 ATOS DE REGISTRO ............................................................................................. 24 
4.3 ÓRGÃOS DE REGISTRO E PROCESSO DECISÓRIO .................................................... 25 
4.4 DO EMPRESÁRIO CONSIDERADO INATIVO .............................................................. 27 
5 NOME EMPRESARIAL ............................................................................................... 28 
5.1 PROTEÇÃO AO NOME EMPRESARIAL ....................................................................... 33 
6 DAS SOCIEDADES .................................................................................................. 34 
6.1 DISPOSITIVOS DO CÓDIGO CIVIL SOBRE AS SOCIEDADES ...................................... 35 
7 CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS ..................................................... 38 
7.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO ATO CONSTITUTIVO ................................................... 38 
7.2 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS ................................. 39 
7.3 CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS CONDIÇÕES DE ALIENAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO 
SOCIETÁRIA ................................................................................................................. 39 
8 TIPOS SOCIAIS ...................................................................................................... 40 
8.1 SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS ..................................................................... 40 
8.1.1 SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO ................................................. 42 
8.1.2 SOCIEDADE EM COMUM ........................................................................... 45 
9 RESUMO DOS ASSUNTOS TRATADOS NESTA AULA ..................................................... 49 
10 QUESTÕES COMENTADAS ..................................................................................... 54 
10.1 REGISTRO E SOCIEDADES ................................................................................. 54 
10.2 ESCRITURAÇÃO ................................................................................................ 65 
10.3 SOCIEDADE EM COMUM..................................................................................... 70 
10.4 SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO ........................................................... 74 
1.1 NOME EMPRESARIAL ............................................................................................ 76 
11 QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA .................................................................. 78 
12 GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ............................................ 83 
 
AULA 01: 3 ESPÉCIES DE EMPRESA. 3.1 RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS. 3.2 DISTRIBUIÇÃO 
DE LUCROS. 3.3 SÓCIO OCULTO. 3.4 SEGREDO COMERCIAL. 4 TEORIA GERAL DO DIREITO 
SOCIETÁRIO. 4.1 CONCEITO DE SOCIEDADE; PERSONALIZAÇÃO DA SOCIEDADE. 4.2 
CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES: SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS; SOCIEDADES 
PERSONIFICADAS; SOCIEDADE SIMPLES; SOCIEDADE EM NOME COLETIVO; SOCIEDADE EM 
COMANDITA SIMPLES; SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES; SOCIEDADE COOPERADA; 
SOCIEDADES COLIGADAS. 4.3 LIQUIDAÇÃO; TRANSFORMAÇÃO; INCORPORAÇÃO; FUSÃO; 
CISÃO; SOCIEDADES DEPENDENTES DE AUTORIZAÇÃO. 4.4 SOCIEDADE LIMITADA; SOCIEDADE 
ANÔNIMA. 4.7 INSTITUTOS COMPLEMENTARES DO DIREITO EMPRESARIAL: REGISTRO; NOME; 
PREPOSTOS; ESCRITURAÇÃO; PROPRIEDADE INDUSTRIAL. 
Direito Empresarial para Delegado PF/2017 
Teoria e exercícios comentados 
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1 APRESENTAÇÃO 
 
Olá, meus amigos. Como estão?! 
 
É com um imenso prazer que estamos aqui, no Estratégia Concursos, para 
ministrar para vocês mais uma aula do Direito Empresarial para o concurso 
de Delegado da Polícia Federal. 
 
Hoje, começaremos a falar sobre os seguintes tópicos: 
 
CRONOGRAMA 
3 Espécies de empresa. 3.1 Responsabilidade dos sócios. 3.2 Distribuição de 
lucros. 3.3 Sócio oculto. 3.4 Segredo comercial. 4 Teoria geral do direito 
societário. 4.1 Conceito de sociedade; personalização da sociedade. 4.2 
Classificação das sociedades: sociedades não personificadas; sociedades 
personificadas; sociedade simples; sociedade em nome coletivo; sociedade em 
comandita simples; sociedade em comandita por ações; sociedade cooperada; 
sociedades coligadas. 4.3 Liquidação; transformação; incorporação; fusão; 
cisão; sociedades dependentes de autorização. 4.4 Sociedade limitada; 
sociedade anônima. 4.7 Institutos complementares do direito empresarial: 
registro; nome; prepostos; escrituração; propriedade industrial. 
 
Está ok?! É isso! Vamos começar a nossa batalha?! 
 
Forte abraço! 
 
GABRIEL LO 
 
2 ESCRITURAÇÃO E LIVROS EMPRESARIAIS 
 
Quando estudamos ciências contábeis, temos que, essencialmente, quatro são 
as técnicas contábeis de que a disciplina se utiliza para atingir a sua finalidade 
(fornecimento de informações), a saber: escrituração, elaboração das 
demonstrações contábeis, auditoria e análise de balanços. 
 
Para nós, por ora, somente interessa a escrituração, que passamos a esclarecer 
um pouco melhor. 
 
Funciona, grosso modo, mais ou menos da seguinte forma: Imagine-se que eu 
e você somos administradores da sociedade GRS. Cada nota fiscal de compra 
de mercadoria, cada NF de venda, cada cheque emitido, cada compra de ativo 
imobilizado para a produção, tudo isso tem de ser controlado. Pensem vocês se 
não houvesse um controle de todos os atos e fatos que ocorrem no âmbito de 
uma empresa. O que seria desta empresa?! O que seria do mercado? E o que 
seria da economia nacional? 
 
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Teoria e exercícios comentados 
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Pois bem, todos esses eventos devem ser contabilizados. Então, no período de 
competência, colheremos todos os documentos necessários e lançaremos nos 
respectivos livros, sejam eles comerciais ou fiscais.A técnica utilizada para o 
registro dos fatos contábeis nos livros é chamada de escrituração. 
 
Então, em um primeiro momento, devemos escriturar, por meio de 
lançamentos contábeis, todas as notas fiscais e documentos que comprovem 
alteração no patrimônio da entidade. 
 
Por exemplo, a lei que disciplina as sociedades por ações (Lei 6.404/76) 
prescreve: 
 
Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros 
permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta 
Lei (a própria 6.404) e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, 
devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e 
registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência. 
 
De igual sorte, o Código Civil de 2002 traz alguns artigos que correspondem ao 
assunto. Senão vejamos. 
Capítulo IV - Da Escrituração 
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um 
sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração 
uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e 
a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. 
 
§ 1o Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a espécie de livros ficam a 
critério dos interessados. 
§ 2o É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se 
refere o art. 970. 
 
Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, 
que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou 
eletrônica. 
Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado para 
o lançamento do balanço patrimonial e do de resultado econômico. 
 
Art. 1.181. Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o 
caso, as fichas, antes de postos em uso, devem ser autenticados no Registro 
Público de Empresas Mercantis. 
Parágrafo único. A autenticação não se fará sem que esteja inscrito o 
empresário, ou a sociedade empresária, que poderá fazer autenticar livros não 
obrigatórios. 
 
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Art. 1.182. Sem prejuízo do disposto no art. 1.174, a escrituração ficará sob a 
responsabilidade de contabilista legalmente habilitado, salvo se nenhum houver 
na localidade. 
 
Art. 1.183. A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e 
em forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em 
branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as 
margens. 
 
Parágrafo único. É permitido o uso de código de números ou de abreviaturas, 
que constem de livro próprio, regularmente autenticado. 
 
Art. 1.184. No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e caracterização 
do documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as 
operações relativas ao exercício da empresa. 
 
§ 1o Admite-se a escrituração resumida do Diário, com totais que não excedam 
o período de trinta dias, relativamente a contas cujas operações sejam 
numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento, desde que utilizados 
livros auxiliares regularmente autenticados, para registro individualizado, e 
conservados os documentos que permitam a sua perfeita verificação. 
§ 2o Serão lançados no Diário o balanço patrimonial e o de resultado 
econômico, devendo ambos ser assinados por técnico em Ciências Contábeis 
legalmente habilitado e pelo empresário ou sociedade empresária. 
 
Art. 1.185. O empresário ou sociedade empresária que adotar o sistema de 
fichas de lançamentos poderá substituir o livro Diário pelo livro Balancetes 
Diários e Balanços, observadas as mesmas formalidades extrínsecas exigidas 
para aquele. 
 
Art. 1.186. O livro Balancetes Diários e Balanços será escriturado de modo que 
registre: 
I - a posição diária de cada uma das contas ou títulos contábeis, pelo respectivo 
saldo, em forma de balancetes diários; 
II - o balanço patrimonial e o de resultado econômico, no encerramento do 
exercício. 
 
Art. 1.187. Na coleta dos elementos para o inventário serão observados os 
critérios de avaliação a seguir determinados: 
I - os bens destinados à exploração da atividade serão avaliados pelo custo de 
aquisição, devendo, na avaliação dos que se desgastam ou depreciam com o 
uso, pela ação do tempo ou outros fatores, atender-se à desvalorização 
respectiva, criando-se fundos de amortização para assegurar-lhes a substituição 
ou a conservação do valor; 
II - os valores mobiliários, matéria-prima, bens destinados à alienação, ou que 
constituem produtos ou artigos da indústria ou comércio da empresa, podem 
ser estimados pelo custo de aquisição ou de fabricação, ou pelo preço corrente, 
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sempre que este for inferior ao preço de custo, e quando o preço corrente ou 
venal estiver acima do valor do custo de aquisição, ou fabricação, e os bens 
forem avaliados pelo preço corrente, a diferença entre este e o preço de custo 
não será levada em conta para a distribuição de lucros, nem para as 
percentagens referentes a fundos de reserva; 
III - o valor das ações e dos títulos de renda fixa pode ser determinado com 
base na respectiva cotação da Bolsa de Valores; os não cotados e as 
participações não acionárias serão considerados pelo seu valor de aquisição; 
IV - os créditos serão considerados de conformidade com o presumível valor de 
realização, não se levando em conta os prescritos ou de difícil liqüidação, salvo 
se houver, quanto aos últimos, previsão equivalente. 
 
Parágrafo único. Entre os valores do ativo podem figurar, desde que se preceda, 
anualmente, à sua amortização: 
I - as despesas de instalação da sociedade, até o limite correspondente a dez 
por cento do capital social; 
II - os juros pagos aos acionistas da sociedade anônima, no período 
antecedente ao início das operações sociais, à taxa não superior a doze por 
cento ao ano, fixada no estatuto; 
III - a quantia efetivamente paga a título de aviamento de estabelecimento 
adquirido pelo empresário ou sociedade. 
 
Art. 1.188. O balanço patrimonial deverá exprimir, com fidelidade e clareza, a 
situação real da empresa e, atendidas as peculiaridades desta, bem como as 
disposições das leis especiais, indicará, distintamente, o ativo e o passivo. 
Parágrafo único. Lei especial disporá sobre as informações que acompanharão o 
balanço patrimonial, em caso de sociedades coligadas. 
 
Art. 1.189. O balanço de resultado econômico, ou demonstração da conta de 
lucros e perdas, acompanhará o balanço patrimonial e dele constarão crédito e 
débito, na forma da lei especial. 
 
Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma autoridade, juiz ou 
tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para 
verificar se o empresário ou a sociedade empresária observam, ou não, em 
seus livros e fichas, as formalidades prescritas em lei. 
 
Art. 1.191. O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e papéis de 
escrituração quando necessária para resolver questões relativas a sucessão, 
comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou em 
caso de falência. 
§ 1o O juiz ou tribunal que conhecer de medida cautelar ou de ação pode, a 
requerimento ou de ofício, ordenar que os livros de qualquer das partes, ou de 
ambas, sejam examinados na presença do empresário ou da sociedade 
empresária a que pertencerem, ou de pessoas por estes nomeadas, para deles 
se extrair o que interessar à questão. 
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§ 2o Achando-se os livros em outra jurisdição, nela se fará o exame, perante o 
respectivo juiz. 
 
Art. 1.192. Recusada a apresentação dos livros, nos casos do artigo 
antecedente, serão apreendidos judicialmente e, no do seu § 1o, ter-se-á como 
verdadeiro o alegado pela parte contrária para se provar pelos livros. 
Parágrafo único. A confissão resultante da recusa pode ser elidida por prova 
documental em contrário. 
 
Art. 1.193. As restrições estabelecidas neste Capítulo ao exame da escrituração, 
em parte ou por inteiro, não se aplicam às autoridades fazendárias, no exercício 
da fiscalização do pagamento de impostos, nos termos estritos das respectivas 
leis especiais. 
 
Art. 1.194. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar 
em boa guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis 
concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência 
no tocante aos atos neles consignados. 
 
Art. 1.195. As disposições deste Capítulo aplicam-se às sucursais, filiais ou 
agências, no Brasil, do empresário ou sociedade com sede em país estrangeiro. 
 
2.1 INTERPRETAÇÃO DOS DISPOSITIVOS 
 
Passemos agora a analisar os dispositivos para fins de prova. 
 
Como dissemos acima, em um primeiro momento, devemos escriturar, por 
meio de lançamentos contábeis, todas as notas fiscais e documentos que 
comprovem alteração no patrimônio da entidade. 
 
Neste sentido estabelece o Código Civil: 
 
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um 
sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração 
uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e 
a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. 
 
Sistema de 
contabilidade (Art. 
1.179) 
Mecanizado ou não 
Escrituração uniforme 
Em correspondência com documentação 
Balanço e demonstração do resultado anuais 
 
Esta escrituração, nos ditames do artigo 1.182, deve ser feita por contabilista 
legalmente habilitado. Aqui, duas exceções devem ser feitas. 
 
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1) O artigo fala em contabilista, expressão que abrange 
tanto o bacharel em ciências contábeis como o técnico em 
contabilidade, desde que regularmente habilitados. 
2) Há que se fazer uma exceção. Caso não haja 
contabilista na localidade, a escrituração deve ser feita 
pelo próprio empresário ou por outro auxiliar. 
 
Ainda, segundo o artigo 1.183, a escrituração será feita em idioma e moeda 
corrente nacionais e em forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês 
e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas 
ou transportes para as margens, sendo permitido o uso de código de números 
ou de abreviaturas, que constem de livro próprio, regularmente autenticado. 
 
Portanto, a escrituração: 
 
- É feita em idioma e moeda corrente nacionais. 
- É feita em forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês, ano. 
- Não pode ter intervalos em branco, entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou 
transportes para as margens (são as chamadas formalidades intrínsecas). 
- Pode ser utilizado códigos de números ou abreviaturas nos lançamentos, mas 
os códigos devem estar registrados em um livro próprio (separado) que deve 
ser autenticado. 
 
Na mesma linha, o art. 1.194 estabelece que o empresário e a sociedade 
empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrituração, 
correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não 
ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados. 
 
Cuidado: algumas questões costumam asseverar que empresário e 
sociedade empresária devem conservar documentos de escrituração 
pelo prazo de cinco anos. Tal afirmação está incorreta. Por exemplo. O 
direito tributário tem seu regulamento geral previsto no Código 
Tributário Nacional. Nesta lei, sobre a prescrição e a decadência de 
tributos encontramos as seguintes afirmações: 
 
Decadência 
 
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-
se após 5 (cinco) anos, contados: 
 
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia 
ter sido efetuado; 
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício 
formal, o lançamento anteriormente efetuado. 
 
Prescrição 
 
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Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco 
anos, contados da data da sua constituição definitiva. 
 
Portanto, se a Fazenda tem um tributo relativo a janeiro de 2008 para cobrar e 
o lança em outubro de 2012, deixará de incorrer em prazo decadencial (que 
conta para o lançamento do tributo) e passará a se sujeitar ao prazo 
prescricional (de mais cinco anos). Logo, por todo este prazo deverá o 
contribuinte guardar os livros. 
 
O artigo 1.179, §2º prescreve que: 
 
§ 2o É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se 
refere o art. 970. 
 
E quem seria este pequeno empresário que está dispensado da escrituração?! A 
resposta pode ser encontrada na Lei Complementar n. 123/2006. 
 
Art. 68. Considera-se pequeno empresário, para efeito de aplicação do 
disposto nos arts. 970 e 1.179 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 
(Código Civil), o empresário individual caracterizado como microempresa na 
forma desta Lei Complementar que aufira receita bruta anual até o limite 
previsto no § 1º do art. 18-A. 
 
Art. 18-A, § 1º Para os efeitos desta Lei Complementar, considera-se MEI o 
empresário individual a que se refere o art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de 
janeiro de 2002 (Código Civil), que tenha auferido receita bruta, no ano-
calendário anterior, de até R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), optante pelo 
Simples Nacional e que não esteja impedido de optar pela 
sistemática prevista neste artigo. 
 
Portanto, o microempreendedor individual está 
dispensado da escrituração a que se refere o Código Civil. Prestem 
atenção, o pequeno empresário em tela está dispensado tanto da 
escrituração do livro diário, como também da elaboração das 
demonstrações contábeis (balanço patrimonial e demonstração do 
resultado econômico). 
 
2.2 LIVROS EMPRESARIAIS 
 
De acordo com o Código Civil, os números e as espécies de livros que o 
empresário vai adotar, em regra, ficam a seu critério. Todavia, pode 
haver disposição especial de lei em contrário, que ordene a escrituração de 
livros específicos, como o faz, por exemplo, a legislação fiscal, que exige a 
escrituração de livros como registro de entradas de mercadoria, registros de 
saída, entre outros. Ou a Lei 5.474/94 que exige a escrituração do livro de 
registro de duplicatas em determinadas hipóteses. 
 
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Ademais, o Código Civil obriga a todos os empresários que escriturem o 
livro diário (ressalvado o MEI), como vemos a seguir: 
 
Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o 
Diário, que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada 
ou eletrônica. 
 
Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o usode livro apropriado para 
o lançamento do balanço patrimonial e do de resultado econômico. 
 
No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e caracterização do 
documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as 
operações relativas ao exercício da empresa (CC, art. 1.184). 
 
Portanto, todos os fatos contábeis (que são eventos que alteram o patrimônio 
da empresa) são lançados no livro diário. 
 
Admite-se a escrituração resumida do Diário, com totais que não excedam o 
período de trinta dias, relativamente a contas cujas operações sejam 
numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento, desde que utilizados 
livros auxiliares regularmente autenticados, para registro individualizado, e 
conservados os documentos que permitam a sua perfeita verificação (CC, art. 
1.184. § 1o). 
 
 
E mais. Vejam acima que o artigo 1.179 obriga ao levantamento do balanço 
patrimonial e da demonstração do resultado do exercício. Essas demonstrações 
são feitas no diário, dentro dele. 
 
Art. 1.184, § 2o Serão lançados no Diário o balanço patrimonial e o de 
resultado econômico, devendo ambos ser assinados por técnico em Ciências 
Contábeis legalmente habilitado e pelo empresário ou sociedade empresária. 
 
Balanço patrimonial e DRE Æ Lançadas no Diário! 
 
O balanço patrimonial deverá exprimir, com fidelidade e clareza, a situação real 
da empresa e, atendidas as peculiaridades desta, bem como as disposições das 
leis especiais, indicará, distintamente, o ativo e o passivo (CC, art. 1.188). 
 
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O balanço de resultado econômico, ou demonstração da conta de lucros e 
perdas, acompanhará o balanço patrimonial e dele constarão crédito e débito, 
na forma da lei especial (CC, art. 1.189). 
 
Deve-se salientar, ainda, que os livros devem ser autenticados no registro 
competente, autenticação que se dará antes de pô-los em uso. 
 
Art. 1.181. Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o 
caso, as fichas, antes de postos em uso, devem ser autenticados no Registro 
Público de Empresas Mercantis. 
 
Parágrafo único. A autenticação não se fará sem que esteja inscrito o 
empresário, ou a sociedade empresária, que poderá fazer autenticar livros não 
obrigatórios. 
 
Um outro ponto importante que pode cair na sua prova! É o artigo 
1.195 do Código Civil: 
 
Art. 1.195. As disposições deste Capítulo aplicam-se às sucursais, filiais ou 
agências, no Brasil, do empresário ou sociedade com sede em país estrangeiro 
 
Assim, podemos concluir que ³D� ILOLDO� ORFDOL]DGD� QR� %UDVLO� de sociedade 
empresária com sede em país estrangeiro, fica subordinada às mesmas 
disposições relativas à escrituração dos livros comerciais, previstas no 
Código Civil brasileiro´. Esse ponto foi explorado em uma questão cobrada 
pela FGV. 
 
2.2.1 PONTO AVANÇADO ± LIVRO DE REGISTRO DE DUPLICATAS 
 
Um ponto muito recorrente em provas é a questão da escrituração do livro de 
registro de duplicatas? O que é? Ele é obrigatório para todos os empresários? 
 
O livro de registro de duplicatas registra as duplicatas emitidas pelo empresário. 
Está previsto no artigo 19 da Lei de Duplicatas (5.474/68) 
 
Segundo a referida lei: 
 
Art. 19. A adoção do regime de vendas de que trata o art. 2º desta Lei obriga o 
vendedor a ter e a escriturar o Livro de Registro de Duplicatas. 
 
§ 1º No Registro de Duplicatas serão escrituradas, cronologicamente, todas as 
duplicatas emitidas, com o número de ordem, data e valor das faturas 
originárias e data de sua expedição; nome e domicílio do comprador; anotações 
das reformas; prorrogações e outras circunstâncias necessárias. 
§ 2º Os Registros de Duplicatas, que não poderão conter emendas, borrões, 
rasuras ou entrelinhas, deverão ser conservados nos próprios estabelecimentos. 
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§ 3º O Registro de Duplicatas poderá ser substituído por qualquer sistema 
mecanizado, desde que os requisitos deste artigo sejam observados. 
 
O livro de registro de duplicatas só é obrigatório para aquele que efetuar 
vendas com prazo igual ou superior a 30 dias. 
 
2.3 EXIBIÇÃO DE LIVROS 
 
Inicialmente, deve-se absorver que o 
Código Civil prega que os livros 
podem fazer prova quer a favor 
quer contra o empresário. Todavia, 
para fazer prova a favor não pode 
estar eivado de vício, seja ele 
extrínseco ou intrínseco. 
 
 
Art. 226. Os livros e fichas dos empresários e sociedades provam contra as 
pessoas a que pertencem, e, em seu favor, quando, escriturados sem vício 
extrínseco ou intrínseco, forem confirmados por outros subsídios. 
 
O próprio Código reforça que os livros não são provas bastantes ao estatuir, no 
parágrafo único do artigo 226 que: 
 
Art. 226. Parágrafo único. A prova resultante dos livros e fichas não é bastante 
nos casos em que a lei exige escritura pública, ou escrito particular revestido de 
requisitos especiais, e pode ser ilidida pela comprovação da falsidade ou 
inexatidão dos lançamentos. 
 
Os livros empresariais representam a vida econômica do empresário. Ali são 
encontradas informações valiosas sobre o andamento e a gestão do negócio. 
Pois bem, estes livros são resguardados por sigilo. O Código Civil confere 
proteção à escrituração através do seguinte dispositivo: 
 
Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma autoridade, juiz ou 
tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para 
verificar se o empresário ou a sociedade empresária observam, ou não, em 
seus livros e fichas, as formalidades prescritas em lei. 
 
9HMDP� TXH� R� SUySULR� DUWLJR� VH� LQLFLD� FRP� D� UHGDomR� ³UHVVDOYDGRV� RV� FDVRV�
SUHYLVWRV�HP�OHL´��R�TXH�SHUPLWH�LQIHULU�TXH�R�sigilo empresarial não é direito 
absoluto. 
 
Exemplifique-se. O Código Tributário Nacional, em seu artigo 195, dispõe: 
 
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Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer 
disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar 
mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou 
fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de 
exibi-los. 
 
No mesmo sentido foi o Código Civil: 
 
Art. 1.193. As restrições estabelecidas neste Capítulo ao exame da escrituração, 
em parte ou por inteiro, não se aplicam às autoridades fazendárias, no exercício 
da fiscalização do pagamento de impostos, nos termos estritos das respectivas 
leis especiais. 
 
Assim, o sigilo empresarial não é válido frente às autoridades tributárias, 
quando no exercício da fiscalização. 
 
É possível também que os livros sejam exibidos judicialmente. A exibição em 
juízo poderá ser total ou parcial. Senão vejamos. 
 
Art. 1.191. O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e papéis de 
escrituração quando necessária para resolver questões relativas a sucessão, 
comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou em 
caso de falência. 
 
§ 1o O juiz ou tribunal que conhecer de medida cautelar ou de ação pode, a 
requerimento ou de ofício, ordenar que os livros de qualquer das partes, ou de 
ambas, sejam examinados na presença do empresário ou da sociedade 
empresária a que pertencerem, ou de pessoas por estes nomeadas, para deles 
seextrair o que interessar à questão. 
 
§ 2o Achando-se os livros em outra jurisdição, nela se fará o exame, perante o 
respectivo juiz. 
 
O Código de Processo civil ainda propõe que: 
 
Art. 381. O juiz pode ordenar, a requerimento da parte, a exibição integral dos 
livros comerciais e dos documentos do arquivo: 
 
I - na liquidação de sociedade; 
II - na sucessão por morte de sócio; 
III - quando e como determinar a lei. 
 
Art. 382. O juiz pode, de ofício, ordenar à parte a exibição parcial dos livros e 
documentos, extraindo-se deles a suma que interessar ao litígio, bem como 
reproduções autenticadas. 
 
Entendamos os artigos em epígrafe. 
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A exibição total somente pode ser determinada pelo juiz, a requerimento da 
parte, e em algumas ações (art. 1.191). O próprio Código cita os casos em que 
é possível a exibição total: 
 
1) sucessão; 
2) comunhão/ sociedade; 
3) administração; 
4) falência/liquidação; 
5) quando a lei determinar. 
 
Todavia, a exibição parcial pode ser feita de ofício ou a requerimento da parte, 
em qualquer ação judicial, quando necessário ou útil à solução da lide (CC, art. 
1.191, parágrafo primeiro). 
 
Exibição 
Quem pode 
requerer? 
Quando? 
Integral Parte 
Questões relativas à sucessão, comunhão, 
sociedade, administração, falência, 
liquidação 
Parcial 
Parte ou de ofício 
(juiz) 
Qualquer processo 
 
2.4 LIVROS OBRIGATÓRIOS PARA AS SOCIEDADES ANÔNIMAS 
 
Segundo a Lei 6.404, artigo 100, a companhia deve ter, além dos livros 
obrigatórios para qualquer comerciante, os seguintes, revestidos das mesmas 
formalidades legais: 
 
I - o livro de Registro de Ações Nominativas. 
II - o livro de "Transferência de Ações Nominativas". 
III - o livro de "Registro de Partes Beneficiárias Nominativas" e o de 
"Transferência de Partes Beneficiárias Nominativas". 
IV - o livro de Atas das Assembléias Gerais. 
V - o livro de Presença dos Acionistas. 
VI - os livros de Atas das Reuniões do Conselho de Administração, se houver, e 
de Atas das Reuniões de Diretoria. 
VII - o livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal. 
 
2.5 ANÁLISE DOS ARTIGOS DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
 
Art. 417. Os livros empresariais provam contra o seu autor. É lícito ao 
comerciante, todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em direito, 
que os lançamentos não correspondem à verdade dos fatos. 
 
Imagine-se que por meio da análise do fluxo de caixa de determinada empresa, 
feita em seus livros contábeis, um Agente Fiscal de Rendas descubra um grande 
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valor de omissão de receita. Partindo-se dessa premissa, ele faz um lançamento 
de ofício, cobrando ICMS e multas correspondentes a tal omissão. 
 
A cobrança foi ajuizada e o valor será executado a favor do erário. Os livros 
comerciais utilizados pelo auditor provam contra a empresa. Todavia, pode o 
comerciante provar, por meio de outras formas permitidas em direito, 
que os lançamentos realizados no livro estão equivocados. Pode, por exemplo, 
demonstrar, com todas as notas fiscais relacionadas, que houve pagamento 
correto do ICMS relativo àquele fato e que, não obstante a escrituração 
estivesse errada, o imposto sobre circulação de mercadorias foi corretamente 
apropriado e pago. 
 
Art. 418. Os livros empresariais, que preencham os requisitos exigidos por lei, 
provam também a favor do seu autor no litígio entre empresários. 
 
Suponha-se que A vende determinada mercadoria para B. O vendedor (A) alega 
em juízo, porém, não ter recebido o valor do comprador (B). Nesta hipótese, se 
B houver escriturado regularmente a entrada da mercadoria, se tiver feito o 
apropriado lançamento em seus livros diário e razão, se houver algum registro 
no Livro de Registro de Inventário, e, também, se puder fazer a comprovação 
por meio da quitação bancária correspondente, podemos dizer que os livros 
comerciais farão prova a favor de B. 
 
Art. 419. A escrituração contábil é indivisível, e, se dos fatos que resultam dos 
lançamentos, uns são favoráveis ao interesse de seu autor e outros lhe são 
contrários, ambos serão considerados em conjunto, como unidade. 
 
Voltemos ao exemplo da omissão de caixa constatada pelo Agente Fiscal de 
Rendas em uma auditoria dos livros contábeis. Se o Fisco pôde constatar que 
determinada quantidade de tributos é devida e o empresário consegue, com 
base nestes mesmos livros, provar que não é, a análise será levada à lide como 
uma unidade. Ou seja, há que se fazer a análise em conjunto, não se 
considerando apenas o que alega o fisco, tampouco o que diz o empresário. 
 
3 DOS PREPOSTOS 
 
O que é um preposto? Nada mais é do que o representante da empresa que 
conhece os fatos e tem a capacidade de argumentar, defender ou esclarecer os 
assuntos por ela tratados. O Código Civil trouxe como prepostos o gerente, o 
contabilista e outros auxiliares. O assunto está previsto nos artigos 1.169 a 
1.178 do CC. 
 
O preposto não é qualquer auxiliar dependente do empresário, ou seja, 
nem todos os empregados do empresário são prepostos. O que 
caracteriza a preposição é o poder de representação. O preposto substitui o 
preponente em determinados atos, seja na organização interna da empresa, 
seja nas relações externas com terceiros. 
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Importa dizer que os resultados das ações dos prepostos devem ser revertidos 
para o empresário, sendo vedada a negociação em interesse próprio, sob pena 
de demissão por justa causa nos termos do artigo 482, c, da Consolidação das 
Leis do Trabalho. 
 
Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo 
empregador: 
 
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do 
empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual 
trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço; 
 
Vejamos os artigos do Código Civil que tratam a respeito dos prepostos. Em 
seguida, explicaremos o que há de mais salutar. As questões que caem (e 
quando caem) costumam exigir o texto legal. Portanto, se possível, decorem. 
 
Capítulo III - Dos Prepostos 
 
Seção I - Disposições Gerais 
 
Art. 1.169. O preposto não pode, sem autorização escrita, fazer-se substituir no 
desempenho da preposição, sob pena de responder pessoalmente pelos atos do 
substituto e pelas obrigações por ele contraídas. 
 
Art. 1.170. O preposto, salvo autorização expressa, não pode negociar por 
conta própria ou de terceiro, nem participar, embora indiretamente, de 
operação do mesmo gênero da que lhe foi cometida, sob pena de responder por 
perdas e danos e de serem retidos pelo preponente os lucros da operação. 
 
Art. 1.171. Considera-se perfeita a entrega de papéis, bens ou valores ao 
preposto, encarregado pelo preponente, se os recebeu sem protesto, salvo nos 
casos em que haja prazo para reclamação. 
 
Seção II - Do Gerente 
 
Art. 1.172. Considera-se gerente o preposto permanente no exercício da 
empresa, na sede desta, ou em sucursal, filial ou agência. 
 
Art. 1.173. Quando a lei não exigir poderes especiais, considera-se o gerente 
autorizado a praticar todos os atos necessários ao exercício dos poderes que lhe 
foram outorgados. 
 
Parágrafo único. Na falta de estipulação diversa, consideram-se solidáriosos 
poderes conferidos a dois ou mais gerentes. 
 
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Art. 1.174. As limitações contidas na outorga de poderes, para serem opostas a 
terceiros, dependem do arquivamento e averbação do instrumento no Registro 
Público de Empresas Mercantis, salvo se provado serem conhecidas da pessoa 
que tratou com o gerente. 
 
Parágrafo único. Para o mesmo efeito e com idêntica ressalva, deve a 
modificação ou revogação do mandato ser arquivada e averbada no Registro 
Público de Empresas Mercantis. 
 
Art. 1.175. O preponente responde com o gerente pelos atos que este pratique 
em seu próprio nome, mas à conta daquele. 
 
Art. 1.176. O gerente pode estar em juízo em nome do preponente, pelas 
obrigações resultantes do exercício da sua função. 
 
Seção III - Do contabilista e outros auxiliares 
 
Art. 1.177. Os assentos lançados nos livros ou fichas do preponente, por 
qualquer dos prepostos encarregados de sua escrituração, produzem, salvo se 
houver procedido de má-fé, os mesmos efeitos como se o fossem por aquele. 
 
Parágrafo único. No exercício de suas funções, os prepostos são pessoalmente 
responsáveis, perante os preponentes, pelos atos culposos; e, perante 
terceiros, solidariamente com o preponente, pelos atos dolosos. 
 
Art. 1.178. Os preponentes são responsáveis pelos atos de quaisquer 
prepostos, praticados nos seus estabelecimentos e relativos à atividade da 
empresa, ainda que não autorizados por escrito. 
 
Parágrafo único. Quando tais atos forem praticados fora do estabelecimento, 
somente obrigarão o preponente nos limites dos poderes conferidos por escrito, 
cujo instrumento pode ser suprido pela certidão ou cópia autêntica do seu teor. 
 
Os prepostos podem ser empregados ou pessoas que com o preponente tenham 
vínculo, como os funcionários autônomos. 
 
Havendo relação de preposição entre empresário e determinada pessoa, essa 
relação é pessoal, ou seja, deve ser exercida diretamente pelo preposto. O 
preposto deverá agir com o maior zelo possível. Se agir contrariamente, 
delegando atribuição que lhe foram cometidas, responde o preposto 
pessoalmente, exceto se houver autorização para a substituição. Assim dispôs o 
artigo 1.169. 
 
Art. 1.169. O preposto não pode, sem autorização escrita, fazer-se substituir no 
desempenho da preposição, sob pena de responder pessoalmente pelos atos do 
substituto e pelas obrigações por ele contraídas. 
 
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No mesmo sentido, imaginem se Augusto, empresário, confia a seu gerente o 
exercício de decidir sobre a venda de mercadorias da empresa. O cliente X 
chega a comprar e o gerente diz: - Tenho a mercadoria de Augusto pra 
negociar, contudo, posso lhe oferecer a mercadoria Y, de minha propriedade, 
por um preço muito melhor. Não seria ético e probo por parte do gerente que 
promovesse tais atos. Por isso, o Código Civil diz: 
 
Art. 1.170. O preposto, salvo autorização expressa, não pode negociar por 
conta própria ou de terceiro, nem participar, embora indiretamente, de 
operação do mesmo gênero da que lhe foi cometida, sob pena de responder por 
perdas e danos e de serem retidos pelo preponente os lucros da operação. 
 
Vejam que, havendo autorização, não há ilicitude. 
 
O artigo 1.171, por seu turno, prega que se terceiros entregarem papéis, bens 
ou valores, ao preposto considera-se que a entrega foi feita também ao 
preponente, se não reclamar (protestar) o empresário ou preposto. Ressalve-
se, contudo, o caso em que haja prazo para reclamação. 
 
3.1 RESPONSABILIDADE PELOS ATOS DOS PREPOSTOS 
 
Com base no Código Civil: 
 
Art. 1.178. Os preponentes são responsáveis pelos atos de quaisquer 
prepostos, praticados nos seus estabelecimentos e relativos à atividade da 
empresa, ainda que não autorizados por escrito. 
 
Parágrafo único. Quando tais atos forem praticados fora do estabelecimento, 
somente obrigarão o preponente nos limites dos poderes conferidos por escrito, 
cujo instrumento pode ser suprido pela certidão ou cópia autêntica do seu teor. 
 
A responsabilidade do preponente por atos do preposto difere caso o ato seja 
praticado dentro ou fora do estabelecimento. Senão vejamos. 
 
RESPONSABILIDADE DO PREPONENTE 
Onde? Preponente 
Dentro do estabelecimento Responsável mesmo que não autorizados por escrito 
Fora do estabelecimento Responsável somente por atos autorizados por escrito 
 
O preponente é responsável pelo ato praticado dentro de estabelecimento que 
seja relativo à atividade da empresa, mesmo que o preposto não seja 
autorizado por escrito. 
 
Todavia, para atos praticados fora do estabelecimento a responsabilidade só se 
dará no limite do poder conferido por escrito. 
 
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A FEPESE cobrou este ponto, no concurso para Auditor Fiscal Tributário de 
Florianópolis, em 2014, com a seguinte assertiva (item incorreto): A 
responsabilidade dos preponentes pelos atos de quaisquer prepostos, praticados 
nos seus estabelecimentos e relativos à atividade da empresa, é limitada aos 
atos autorizados por escrito. 
 
Exemplificando. O fato de João (preposto) conceder em determinada operação 
dentro do estabelecimento um desconto de 50%, mesmo não estando 
autorizado para tanto, acarreta a responsabilidade (prejuízo, neste caso) para o 
preponente, que deverá responder por tanto. 
 
Neste caso, resta perquirir, ainda, se a atitude do preposto foi com dolo ou 
culpa, pois, de acordo com a Lei: 
 
Art. 1.177, parágrafo único. No exercício de suas funções, os prepostos são 
pessoalmente responsáveis, perante os preponentes, pelos atos culposos; e, 
perante terceiros, solidariamente com o preponente, pelos atos dolosos. 
Assim, tendo João praticado o ato com negligência, imprudência ou imperícia, o 
que caracterizará a culpa, responderá ele pessoalmente frente ao 
empresário. Não haverá responsabilidade perante terceiros. 
 
Ao revés, agindo com dolo, se, por exemplo, ele tivesse tido tal conduta para 
beneficiar terceiro e levar o preponente à ruína, passaria a responder 
solidariamente com o preponente perante terceiros. 
 
- Atos culposos praticados pelo preposto: responde 
perante o preponente. Não responde perante terceiros. 
- Atos dolosos praticados pelo preposto: responde 
perante terceiros, solidariamente com o preponente. 
 
De dois prepostos cuidou o Código Civil pormenorizadamente. São eles: gerente 
e contabilista. 
 
3.2 GERENTE 
 
O gerente é o principal preposto da empresa, a quem incumbe a 
administração da atividade. 
 
Quando a lei não exigir poderes especiais, considera-se o 
gerente autorizado a praticar todos os atos necessários ao 
exercício dos poderes que lhe foram outorgados (CC, art. 
1.173). 
 
Assim, poderá o gerente realizar a venda de mercadorias, contratação de 
serviços. Contudo, se, por exemplo, é necessária a assinatura de sócio para 
assinatura de um auto de infração lavrado por determinado Fisco, não poderá o 
gerente praticar tal ato, já que é vedado por lei. 
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Tal importância dá o Código Civil ao gerente que o permite estar emjuízo em nome do preponente, desde que para responder por 
obrigações que tenham nexo com o exercício de sua função (CC, art. 
1.176). 
 
Mas, professor, e se houver mais de um gerente (o que é plenamente 
possível)? Bem, neste caso, o CC diz que: 
 
Art. 1.173, parágrafo único. Na falta de estipulação diversa, consideram-
se solidários os poderes conferidos a dois ou mais gerentes. 
 
Ou seja, se não for expressamente feita uma divisão de competências, todos os 
gerentes poderão praticar os mais diversos atos relativos ao empresariado. 
 
Por fim, como não poderia deixar de saber, temos de saber como se dá a 
responsabilidade do gerente pelos atos que praticar. Tais indagações podem ser 
respondidas pelos artigos 1.174 e 1.175 do Código Civil. 
 
Art. 1.174. As limitações contidas na outorga de poderes, para serem opostas a 
terceiros, dependem do arquivamento e averbação do instrumento no Registro 
Público de Empresas Mercantis, salvo se provado serem conhecidas da pessoa 
que tratou com o gerente. 
 
Parágrafo único. Para o mesmo efeito e com idêntica ressalva, deve a 
modificação ou revogação do mandato ser arquivada e averbada no Registro 
Público de Empresas Mercantis. 
 
Art. 1.175. O preponente responde com o gerente pelos atos que este pratique 
em seu próprio nome, mas à conta daquele. 
 
Pois bem. O preponente, então, responde com o gerente pelos atos que o 
gerente praticar, em nome do empresário. Contudo, caso haja limitação nos 
poderes do gerente, estas limitações poderão ser opostas a terceiros, desde 
que estejam devidamente averbadas na Junta Comercial. 
 
Entretanto, se não estiver a limitação registrada e o preponente tiver meios de 
provar que o terceiro quando contratou conhecia desta limitação do gerente, se 
eximirá o empresário de responder. 
 
3.3 CONTABILISTA 
 
Dissemos que o empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir 
um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração 
uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e 
a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico (CC, 
art. 1.179). 
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Essa escrituração deve ser feita por contabilista (contador ou técnico em 
contabilidade), salvo se nenhum houver na localidade. 
 
De acordo com o Código Civil: 
 
Art. 1.177. Os assentos lançados nos livros ou fichas do preponente, por 
qualquer dos prepostos encarregados de sua escrituração, produzem, salvo se 
houver procedido de má-fé, os mesmos efeitos como se o fossem por aquele. 
 
4 REGISTRO 
 
A primeira coisa que temos de lembrar sempre é que o registro para o 
empresário tem natureza declaratória! Repitamos: a natureza do registro 
não é constitutiva, mas, sim, declaratória. Não é um requisito para que a 
pessoa seja considerada empresária, mas um requisito para 
regularidade. Devemos ressalvar os rurais, que se registram no Registro Civil 
de Pessoas Jurídicas e, se quiserem, podem requerer a inscrição na Junta 
Comercial. 
 
E mais. Segundo a Lei de Registro Público de Empresas Mercantis: 
 
Art. 2º Os atos das firmas mercantis individuais e das sociedades mercantis 
serão arquivados no Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins, 
independentemente de seu objeto, salvo as exceções previstas em lei. 
 
Agora, vamos direto ao Código Civil. 
 
Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro 
Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade 
simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às 
normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos 
tipos de sociedade empresária. 
 
Art. 1.151. O registro dos atos sujeitos à formalidade exigida no artigo 
antecedente será requerido pela pessoa obrigada em lei, e, no caso de omissão 
ou demora, pelo sócio ou qualquer interessado. 
 
§ 1o Os documentos necessários ao registro deverão ser apresentados no prazo 
de trinta dias, contado da lavratura dos atos respectivos. 
 
§ 2o Requerido além do prazo previsto neste artigo, o registro somente 
produzirá efeito a partir da data de sua concessão. 
 
§ 3o As pessoas obrigadas a requerer o registro responderão por perdas e 
danos, em caso de omissão ou demora. 
 
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Art. 1.152. Cabe ao órgão incumbido do registro verificar a regularidade das 
publicações determinadas em lei, de acordo com o disposto nos parágrafos 
deste artigo. 
 
§ 1o Salvo exceção expressa, as publicações ordenadas neste Livro serão feitas 
no órgão oficial da União ou do Estado, conforme o local da sede do empresário 
ou da sociedade, e em jornal de grande circulação. 
 
§ 2o As publicações das sociedades estrangeiras serão feitas nos órgãos oficiais 
da União e do Estado onde tiverem sucursais, filiais ou agências. 
 
§ 3o O anúncio de convocação da assembléia de sócios será publicado por três 
vezes, ao menos, devendo mediar, entre a data da primeira inserção e a da 
realização da assembléia, o prazo mínimo de oito dias, para a primeira 
convocação, e de cinco dias, para as posteriores. 
 
Art. 1.153. Cumpre à autoridade competente, antes de efetivar o registro, 
verificar a autenticidade e a legitimidade do signatário do requerimento, bem 
como fiscalizar a observância das prescrições legais concernentes ao ato ou aos 
documentos apresentados. 
 
Parágrafo único. Das irregularidades encontradas deve ser notificado o 
requerente, que, se for o caso, poderá saná-las, obedecendo às formalidades da 
lei. 
 
Art. 1.154. O ato sujeito a registro, ressalvadas disposições especiais da lei, não 
pode, antes do cumprimento das respectivas formalidades, ser oposto a 
terceiro, salvo prova de que este o conhecia. 
 
Parágrafo único. O terceiro não pode alegar ignorância, desde que cumpridas as 
referidas formalidades. 
 
Indubitavelmente, o artigo mais cobrado sobre registro em prova é o artigo 
1.150, que deve ser interpretado harmonicamente com o artigo 985. 
 
Art. 985. A sociedade adquire personalidade jurídica com 
a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus 
atos constitutivos. 
 
A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio 
e na forma da lei, dos seus atos constitutivos. O simples fato de uma 
sociedade ser constituída e iniciar as suas atividades não lhe confere 
personalidade jurídica. Para tanto é necessário o registro de seus atos 
constitutivos no órgão competente. 
 
Fulanos Sociedade Ltda iniciou as atividades de modo profissional e 
economicamente organizado, para a circulação de serviços. Fulanos 
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Sociedade Ltda é considerado empresário? Sim! Mas Fulanos terá 
personalidade jurídica? Não! Pois não há registro! 
 
Assim, pode ocorrer de um empresário constituir seu negócio e iniciar suas 
atividades sem que tenha feito requerimento de seu registro ao órgão 
competente, quando estará em situação irregular, regendo-se pelas regras 
relativas à sociedade em comum (vista à frente). Portanto, se cair na sua 
prova, é errado asseverar que a personalidade jurídica se inicia com a 
constituição e início das atividades da empresa. Ok? 
 
Personalidade jurídica Æ Inscrição no Registro 
 
Também é importante: 
 
 
Art. 1.150.O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao 
registro público de empresas mercantis a cargo das juntas comerciais, 
e a sociedade simples ao registro civil das pessoas jurídicas, o qual 
deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples 
adotar um dos tipos de sociedade empresária. 
 
O entendimento desse artigo 1.150 é o que se segue: 
 
 
Esse tema foi objeto de cobrança 
no concurso para Fiscal de 
Rendas do Estado do Rio de 
-DQHLUR�� GD� VHJXLQWH� IRUPD�� ³2V�
atos constitutivos da sociedade 
são sempre arquivados na Junta 
&RPHUFLDO´�� )iFLO� SHUFHEHU� DJRUD�
que o gabarito da questão é falso, 
pois as sociedades simples 
registram-se no Registro Civil de 
Pessoas Jurídicas. 
 
Se a sociedade simples obedecer ao regime próprio que lhe fora previsto no 
Código Civil (o regime próprio das sociedades simples), o registro será nos 
moldes estabelecidos para o Registro Civil de Pessoas Jurídicas. 
 
Caso a sociedade simples opte por uma das outras formas que lhe são possíveis 
(sociedade limitada, sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita 
simples), o Registro Civil obedecerá aos ritos previstos para inscrição dessas 
sociedades na Junta Comercial. O registro, todavia, continua sendo feito do 
registro civil. 
 
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Assim, José e Alfredo, médicos, formam uma sociedade simples pura, que 
obedecerá às regras próprias deste tipo societário previstas no Código Civil. 
Logo, o registro é feito no Registro Civil de Pessoas Jurídicas�� GD� ³IRUPD�
FRPXP´��FRPR�p�IHLWR�SDUD�WRGDV�DV�RXWUDV�VRFLHGDGHV�VLmples. 
 
Imagine-se agora que José e Alfredo formam uma sociedade simples, adotando 
a forma de sociedade limitada (vejam, é uma sociedade simples com a forma 
de sociedade limitada). O registro será feito seguindo todas as regras previstas 
para as sociedades limitadas (as LTDAs que são sociedades empresárias se 
registram na Junta Comercial), contudo, continuará sendo feito no Registro 
Civil. 
 
O registro dos atos sujeitos à formalidade exigida no artigo antecedente será 
requerido pela pessoa obrigada em lei, e, no caso de omissão ou demora, pelo 
sócio ou qualquer interessado (CC, art. 1.151). 
 
Outro aspecto importante é que segundo o artigo 1.151, parágrafo primeiro, os 
documentos devem ser apresentados à Junta Comercial no prazo de 30 dias. 
Sendo feito no prazo, o registro retroage à data da origem. Entretanto, caso o 
registro seja feito após o prazo previsto, o efeito do registro surtirá apenas após 
a data da concessão (CC, art. 1.151, §2º). 
 
Quando obrigatório o registro, as pessoas que forem responsáveis por efetuá-lo 
e retardarem injustificadamente responderão por perdas e danos (CC, art. 
1.151, §3º). 
 
A FCC explorou este assunto do seguinte modo: 
 
(FCC/OAB SP) Os efeitos do arquivamento de documentos no registro de 
comércio operam-se apenas na data da publicação do seu extrato. 
 
O item está incorreto. O registro é obrigação legal imposta a todo e qualquer 
empresário (CC, art. 967). O ato deve ser feito até 30 dias após a assinatura do 
respectivo documento (Lei 8.934/94, art. 36). Se assim feito, considera-se o 
ato eficaz, perante terceiros, desde sua origem ± efeito ex tunc. Ao revés, em 
se levando o ato a registro fora do prazo previsto de 30 dias, considera-se 
eficaz apenas a partir do momento em que houver deferimento ± efeito ex 
nunc. 
 
Por fim, é importante saber que decai em três anos o direito de anular a 
constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato 
respectivo, contado o prazo da publicação da sua inscrição no registro (CC, 
artigo 45, par. único). 
 
Atenção! Sobre o registro das cooperativas, temos o seguinte: as cooperativas 
são sempre sociedades simples, estas, por seu turno, são registradas no 
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Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Todavia, a Lei das Cooperativas (5.764/71) 
prega que: 
 
Art. 18. Verificada, no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, a contar da data de 
entrada em seu protocolo, pelo respectivo órgão executivo federal de controle 
ou órgão local para isso credenciado, a existência de condições de 
funcionamento da cooperativa em constituição, bem como a regularidade da 
documentação apresentada, o órgão controlador devolverá, devidamente 
autenticadas, 2 (duas) vias à cooperativa, acompanhadas de documento 
dirigido à Junta Comercial do Estado, onde a entidade estiver sediada, 
comunicando a aprovação do ato constitutivo da requerente. 
 
Portanto, há uma óbvia contradição! De um lado, as sociedades simples são 
registradas no Registro Civil. Contudo, a Lei das Cooperativas ordena que os 
atos sejam registrados na Junta. 
 
Alguns tribunais, como o TRF 3ª região, vem entendendo que as cooperativas 
devem se registrar na Junta. A Lei 5.764/1971 vem sendo aplicada em 
detrimento do Novo Código Civil, por conta da especialidade. Portanto, em 
provas, hoje, levem o entendimento de que as cooperativas se registram 
no Registro Público de Empresas Mercantis. 
 
4.1 EFEITOS DO REGISTRO 
 
O registro dos empresários possui natureza declaratória, isto é, serve para 
declarar que ele está cumprindo os requisitos que lhe foram exigidos, 
atestando-se sua regularidade no âmbito do direito mercantil. Relembre-se, 
porém, que para os rurais a inscrição tem natureza constitutiva. 
 
4.2 ATOS DE REGISTRO 
 
Já se falou aqui que, como dispõe o artigo 967 do Código Civil, é obrigatória a 
inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da 
respectiva sede, antes do início de sua atividade. 
 
Mas, onde é feito esse registro? Esse registro é feito na Junta Comercial. É ela 
quem executa os atos de registro (a saber, matrícula, arquivamento e 
autenticação) dos empresários individuais e sociedades empresárias. 
Tratemos das três espécies de registro. 
 
A matrícula é nada mais do que o registro de leiloeiros, tradutores 
públicos, intérpretes, trapicheiros e administradores de armazéns 
gerais. 
 
O arquivamento trata basicamente dos documentos relativos à 
constituição, alteração, dissolução e extinção de empresários 
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individuais e sociedades empresárias, como contrato social, atas de 
reunião, atas de alteração contratual, entre outros. 
 
Por seu turno, a autenticação é o registro da escrituração realizada pelos 
empresários e sociedades empresárias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.3 ÓRGÃOS DE REGISTRO E PROCESSO DECISÓRIO 
 
Segundo a Lei 8.934/94: 
 
Art. 3º Os serviços do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades 
Afins serão exercidos, em todo o território nacional, de maneira uniforme, 
harmônica e interdependente, pelo Sistema Nacional de Registro de Empresas 
Mercantis (Sinrem), composto pelos seguintes órgãos: 
 
I - o Departamento Nacional de Registro do Comércio, órgão central Sinrem, 
com funções supervisora, orientadora, coordenadora e normativa, no plano 
técnico; e supletiva, no plano administrativo; 
II - as Juntas Comerciais, como órgãos locais, com funções executora e 
administradora dos serviços de registro. 
 
Assim, com fulcro na Lei, temos, no topo da estrutura, o Sistema Nacional de 
Registro de Empresas Mercantis ± SINREM. O SINREM é ligado ao Ministério 
do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior. 
 
Abaixo, o DNRC tem funções supervisora, orientadora, coordenadora e 
normativa, no plano técnico; e supletiva, no plano administrativo. 
 
Já as Juntas executam os atos de registro. Elas são órgãos integrantes do 
Estado, embora executem funções que têm interesse de caráter federal. 
 
Portanto: 
 
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- Juntas comerciais: órgãos estaduais. 
- DNRC: órgão federal. 
 
Haverá uma junta comercial em cada unidade federativa, com sede na capital e 
jurisdição na área da circunscrição territorial respectiva (Lei 8.934/94, art. 5º). 
 
E mais. 
 
Art. 6º As juntas comerciais subordinam-se administrativamente ao governo da 
unidade federativa de sua jurisdição e, tecnicamente, ao DNRC, nos termos 
desta lei. 
 
Com efeito, grave-se. Tecnicamente, as Juntas são subordinadas ao DNRC. Já 
administrativamente, a subordinação se dá à própria unidade federada. 
 
De acordo com a lei: 
 
Art. 32. O registro compreende: 
 
I - a matrícula e seu cancelamento: dos leiloeiros, tradutores públicos e 
intérpretes comerciais, trapicheiros e administradores de armazéns-gerais; 
 
II - O arquivamento: 
a) dos documentos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção de 
firmas mercantis individuais, sociedades mercantis e cooperativas; 
b) dos atos relativos a consórcio e grupo de sociedade de que trata a Lei nº 
6.404, de 15 de dezembro de 1976; 
c) dos atos concernentes a empresas mercantis estrangeiras autorizadas a 
funcionar no Brasil; 
d) das declarações de microempresa; 
e) de atos ou documentos que, por determinação legal, sejam atribuídos ao 
Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins ou daqueles que 
possam interessar ao empresário e às empresas mercantis; 
 
III - a autenticação dos instrumentos de escrituração das empresas mercantis 
registradas e dos agentes auxiliares do comércio, na forma de lei própria. 
 
Os documentos referidos no inciso II do art. 32 deverão ser apresentados a 
arquivamento na junta, dentro de 30 (trinta) dias contados de sua assinatura, a 
cuja data retroagirão os efeitos do arquivamento; fora desse prazo, o 
arquivamento só terá eficácia a partir do despacho que o conceder (Lei 
8.934/94, art. 36). 
 
Estão sujeitos ao regime de decisão colegiada pelas juntas comerciais, na forma 
da lei (art. 41): 
 
I - o arquivamento: 
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a) dos atos de constituição de sociedades anônimas, bem como das atas de 
assembléias gerais e demais atos, relativos a essas sociedades, sujeitos ao 
Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins; 
b) dos atos referentes à transformação, incorporação, fusão e cisão de 
empresas mercantis; 
c) dos atos de constituição e alterações de consórcio e de grupo de sociedades, 
conforme previsto na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976; 
 
II - o julgamento do recurso previsto na lei de Registro Público. 
 
Ainda, de acordo com o texto legal: 
 
Art. 42. Os atos próprios do Registro Público de Empresas Mercantis e 
Atividades Afins, não previstos no artigo anterior, serão objeto de decisão 
singular proferida pelo presidente da junta comercial, por vogal ou servidor que 
possua comprovados conhecimentos de Direito Comercial e de Registro de 
Empresas Mercantis. 
 
Portanto, a regra é a decisão singular nos atos de registro, proferida pela 
Presidente da Junta, por vogal ou servidor que possua comprovados 
conhecimentos de Direito Comercial e de Registro de Empresas Mercantis.. 
 
4.4 DO EMPRESÁRIO CONSIDERADO INATIVO 
 
Segundo o artigo 60 da Lei 8.934/94, a firma individual ou a sociedade que não 
proceder a qualquer arquivamento no período de dez anos consecutivos 
deverá comunicar à junta comercial que deseja manter-se em 
funcionamento. 
 
Na ausência dessa comunicação, a empresa mercantil será considerada inativa, 
promovendo a junta comercial o cancelamento do registro, com a perda 
automática da proteção ao nome empresarial (Lei 8.934/1994, art. 60, 
parágrafo primeiro). 
 
 
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5 NOME EMPRESARIAL 
 
Antes de qualquer coisa, temos de nos perguntar do que se trata este instituto. 
 
A definição é estatuída pelo próprio Código Civil, que diz: 
 
Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada, 
de conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa. 
 
O nome empresarial está para o empresário e sociedade empresária tal como o 
nome civil está para nós, pessoas naturais. 
 
Enquanto eu, como pessoa física, contraio obrigações e direitos pelo nome de 
Gabriel Rabelo da Silva, a sociedade empresária Petróleo Brasileiro S.A o faz 
por esta denominação. 
 
O empresário individual tem um nome empresarial que pode ou não coincidir 
com o nome civil. Por seu turno, a sociedade empresária não tem outro nome 
que não o empresarial. 
 
Existem, como dito acima, dois tipos de nome empresarial: a firma (ou razão) 
e a denominação. 
 
Atenção: é comum que no cotidiano, na linguagem coloquial, adotemos a 
expressão firma como sinônimo de empresa, comércio. Todavia, esta é uma 
imprecisão terminológica. Juridicamente falando, a firma é uma espécie de 
nome empresarial. 
 
Falemos um pouco sobre as espécies de nome empresarial. 
 
A firma tem por base nome civil. Esse nome civil pode ser do empresário 
individual (quando o empresário exerce atividade sozinho) ou dos sócios de 
uma sociedade empresária. 
 
Portanto, na composição, no núcleo deste tipo de nome empresarial sempre 
haverá um ou mais nomes civis. 
 
Exemplo: Gabriel Rabelo da Silva. 
 
A denominação, por seu turno, tem de designar o objeto da empresa, 
adotando como núcleo um nome civil ou outra expressão linguística. 
 
Exemplo: Petróleo Brasileiro S.A. 
 
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No que diz respeito à função, deve-se anotar que a firma serve, além de 
elemento de identificação, também como assinatura para o empresário, 
ao passo que a denominação é somente elemento de identificação. 
 
Para cada tipo de empresário e sociedade empresária há uma regra específica 
para a formação do nome empresarial. Senão vejamos. 
 
NOME DO EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
 
O empresário individual somente poderá adotar a firma, baseado no nome 
civil. Ademais, poderá ser de modo extenso ou abreviado, aditando-lhe, se 
quiser, o ramo de atividade a que se dedica. 
 
Estas são as determinações do Código Civil: 
 
Art. 1.156. O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo 
ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa 
ou do gênero de atividade. 
 
3RU� H[HPSOR�� ³*DEULHO� 5DEHOR� GD� 6LOYD´�� ³*�� 5�� 6LOYD´�� ³5DEHOR� GD� 6LOYD´��
³*DEULHO�5DEHOR��0HUFDGR´� 
 
NOME DO EMPRESÁRIO INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA 
 
O empresário individual de responsabilidade limitada, por sua vez, 
poderá operar sob firma ou denominação. 
 
Art. 980-A. par. 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da 
expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual 
de responsabilidade limitada. 
 
Feitasas considerações sobre os empresários individuais, falemos sobre os 
diversos tipos societários. 
 
NOME DA SOCIEDADE EM NOME COLETIVO E DA SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES 
 
Tendo em vista a responsabilidade ilimitada de seus sócios, a sociedade em 
nome coletivo somente poderá utilizar a firma ou razão social. 
 
Art. 1.157. A sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada 
operará sob firma, na qual somente os nomes daqueles poderão figurar, 
bastando para formá-la aditar ao nome de um deles a expressão "e companhia" 
ou sua abreviatura. 
 
Parágrafo único. Ficam solidária e ilimitadamente responsáveis pelas obrigações 
contraídas sob a firma social aqueles que, por seus nomes, figurarem na firma 
da sociedade de que trata este artigo. 
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Se forem sócios de uma sociedade em nome coletivo Gabriel Rabelo da Silva, 
/XFLDQR�6LOYD�5RVD�H�-RDQD�$QJpOLFD��R�QRPH�HPSUHVDULDO�GHYHUi�VHU��³*DEULHO�
5DEHOR� GD� 6LOYD�� /XFLDQR� 6LOYD� 5RVD� H� -RDQD� $QJpOLFD´�� ³5DEHOR�� 5RVD� H�
$QJpOLFD��5HVWDXUDQWH´��³*DEULHO�5DEHOR�GD�6LOYD�	�&LD´��HWF�� 
 
e�IDFXOWDWLYD�D�LQFOXVmR�GR�WHUPR�³	�&RPSDQKLD´� 
 
A sociedade em comandita simples também deverá se utilizar de firma, 
haja vista que os sócios comanditados possuem responsabilidade ilimitada pelas 
obrigações sociais. Como os comanditários possuem responsabilidade limitada, 
não podem constar do nome social. Com efeito, deve ser utilizada a expressão 
³H�FRPSDQKLD´�� 
 
Segundo a IN 116/2011, do DNRC: 
 
Art. 5º Observado o princípio da veracidade: 
 
b) da sociedade em comandita simples deverá conter o nome de pelo menos 
um dos sócios comanditados, com o aditivo "e companhia", por extenso ou 
abreviado; 
 
Nome da Sociedade em Comandita Simples: Nome de um dos 
comanditados + & Cia. 
No nosso exemplo, sendo comanditados Gabriel Rabelo e Luciano Silva e 
FRPDQGLWiULD�-RDQD�$QJpOLFD��R�QRPH�HPSUHVDULDO�SRGHUi�VHU��³*DEULHO�5DEHOR��
/XFLDQR�6LOYD�	�&LD´��³*DEULHO�5DEHOR�	�&LD´��³5DEHOR��6LOYD�	�&LD´�� 
 
NOME DA SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO 
 
A sociedade em conta de participação não só não tem nome 
empresarial, como está proibida de adotá-lo. 
 
NOME DA SOCIEDADE LIMITADA 
 
A sociedade limitada pode optar pela adoção de firma ou denominação. 
 
Segundo o Código Civil: 
 
Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, 
integradas pela palavra final "limitada" ou a sua abreviatura. 
 
§ 1o A firma será composta com o nome de um ou mais sócios, desde que 
pessoas físicas, de modo indicativo da relação social. 
§ 2o A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nela 
figurar o nome de um ou mais sócios. 
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§ 3o A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária e 
ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a denominação 
da sociedade. 
 
Portanto, reitere-se, a sociedade limitada pode adotar a firma ou denominação, 
integrando-se, obrigatoriamente, D�SDODYUD� ³OLPLWDGD´�RX�VXD�DEUHYLDWXUD�DR�
final. A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária e 
ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a denominação 
da sociedade (CC, art. 1.158, parágrafo 3º). 
 
Caso a sociedade limitada opte pela firma poderá designar o ramo da atividade. 
Caso utilize a denominação, esta indicação é obrigatória. 
 
([HPSOR��³*DEULHO�	�6LOYD��/WGD´��³5DEHOR�	�5RVD��3DGDULD�/LPLWDGD´�� 
 
Segundo a IN 116/2011 do DNRC: 
 
Art. 5º Observado o princípio da veracidade: 
 
II - a firma: 
 
d) da sociedade limitada, se não individualizar todos os sócios, deverá conter o 
nome de pelo menos um deles, acrescido do aditivo "e companhia" e da palavra 
"limitada", por extenso ou abreviados; 
 
III - a denominação é formada com palavras de uso comum ou vulgar na língua 
nacional ou estrangeira e ou com expressões de fantasia, com a indicação do 
objeto da sociedade, sendo que: 
 
a) na sociedade limitada, deverá ser seguida da palavra "limitada", por extenso 
ou abreviada; 
 
NOME DAS SOCIEDADES ANÔNIMAS 
 
A sociedade anônima deve adotar denominação. 
 
Art. 1.160. A sociedade anônima opera sob denominação designativa do objeto 
social, integrada pelas expressões "sociedade anônima" ou "companhia", por 
extenso ou abreviadamente. 
 
Parágrafo único. Pode constar da denominação o nome do fundador, acionista, 
ou pessoa que haja concorrido para o bom êxito da formação da empresa. 
 
Exemplo: Petróleo Brasileiro S.A, Vale S.A. 
 
NOME DAS SOCIEDADES EM COMANDITA POR AÇÕES 
 
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A sociedade em comandita por ações pode adotar firma ou 
denominação. 
 
Art. 1.161. A sociedade em comandita por ações pode, em lugar de firma, 
adotar denominação designativa do objeto social, aditada da expressão 
"comandita por ações". 
 
Atenção! Cuidado com a afirmação de que as sociedades cujo capital é 
dividido em ações (sociedades anônimas e sociedades em comandita 
por ações) só podem utilizar a denominação, já que a sociedade em 
comandita por ações pode usar a firma. Essa alternativa, portanto, deve 
ser tida como incorreta. 
 
Portanto, esquematizemos tudo o que foi dito aqui: 
 
Tipo Firma Denominação 
Empresário individual X 
EIRELI X X 
Sociedade em conta de participação Não possui 
Sociedade limitada X X 
Sociedade anônima X 
Sociedade em comandita por ações X X 
Sociedade em nome coletivo X 
Sociedade em comandita simples X 
 
Outro aspecto importante: 
 
Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já 
inscrito no mesmo registro. 
 
Parágrafo único. Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos, 
deverá acrescentar designação que o distinga. 
 
Além deste, outro dispositivo é muito cobrado em provas de concursos: 
 
Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. 
 
Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se 
o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com 
a qualificação de sucessor. 
 
Veja-se que o nome empresarial não pode ser objeto de alienação, 
ressalvando-se a hipótese de o adquirente de estabelecimento, se o 
contrato permitir, usar o nome do alienante precedido do seu próprio, 
como sucessor. 
 
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Ademais, com fulcro no Código Civil: 
 
Art. 1.165. O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não 
pode ser conservado na firma social. 
 
Por fim, estando o empresário em recuperação judicial, deve acrescer ao seu 
QRPH�D�H[SUHVVmR�³(P�5HFXSHUDomR�-XGLFLDO´��(��WDPEpP��HVWDQGR�HQTXDGUDGR�
como microempresário ou empresário de pequeno porte deve consignar a 
expressão ME ou EPP, conforme propõe a Lei Complementar 123/2006. 
 
Apenas mais dois detalhes importante. Estamos aqui falando do nome 
empresarial, que, logicamente, é do empresário. Todavia, o Código Civil prega 
que: 
 
Art. 1.155. Parágrafo único. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos 
da proteção da lei, a denominação das sociedades simples, associações

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