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Página 1 de 3 GRUPO SER EDUCACIONAL GRADUAÇÃO EAD GABARITO FINAL - 2018.2A 24/11/2018 1. Segundo Aristóteles, a tragédia é capaz de promover a catarse, ou seja: a) O efeito cômico, libertando o expectador da tristeza do cotidiano. b) Libertar o expectador da depressão. c) Tem uma função ético-pedagógica que incide sobre o espectador, fazendo-o sentir os sentimentos narrados e vivenciá-los interiormente, experimentando em seguida a libertação. d) Tem o poder de ensinar ao expectador que nem tudo na vida é como planejamos, mas temos que entender que tudo é vontade de Deus. e) Dar sabedoria ao expectador para promover revoluções sociais. 2. Quanto ao tipo de foco narrativo, marque a alternativa correta. a) O traço característico do narrador onisciente neutro é a intrusão, ou seja, seus comentários sobre a vida, os costumes, os caracteres, a moral, que podem ou não estar entrosados com a história narrada. b) O narrador intruso, como personagem secundária, narra da periferia dos acontecimentos, sem conseguir saber o que se passa na cabeça dos outros; ele pode apenas inferir, lançar hipóteses, se servindo também de informações, de coisas que viu ou ouviu e, até mesmo, de cartas ou outros documentos secretos que tenham caído em suas mãos. c) Na onisciência seletiva, em virtude da eliminação da figura presente do narrador ou da voz narrativa, nesse tipo narrativo cabe ao leitor deduzir as significações a partir dos movimentos e das palavras das personagens. d) O narrador-protagonista, personagem central, não tem acesso ao estado mental das demais personagens. Narra de um centro fixo, limitado quase que exclusivamente às suas percepções e aos seus pensamentos e sentimentos. e) O autor intruso narra em primeira pessoa, mas é um “eu” já interno à narrativa. Ele vive os acontecimentos aí descritos como personagem secundária que pode observar, desde dentro, os acontecimentos. 3. Sobre a metaficção historiográfica, é correto afirmar que: a) Promove um entrecruzamento claro entre literatura e história; mas, ao contrário daquele, essa tem por característica se apropriar de personagens e/ou acontecimentos históricos visando a problematizar os fatos concebidos e reproduzidos tradicionalmente como “verdadeiros”. Disciplina TEXTOS FUNDAMENTAS DE FICÇÃO EM LINGUA PORTUGUÊSA GABARITO QUESTÕES COMENTADAS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 C D A C D B C B E C Página 2 de 3 DISCIPLINA: TEXTOS FUNDAMENTAS DE FICÇÃO EM LIGUA PORTUGUÊSA b) Caracterizada sobretudo pela adoção da concepção de história assumida pela corrente positivista, para a qual é possível reproduzir fielmente o passado. c) Estabelece um certo compromisso ético e moral com a história, uma vez que busca recuperar, com a maior veracidade possível, experiências reais traumáticas. d) É um gênero híbrido que mistura discurso literário e discurso jornalístico (e, portanto, factual e histórico). e) Faz dos acontecimentos e temas miúdos do cotidiano do leitor o seu tema narrativo, dando a eles uma luz especial. 4. Quantos aos tipos de foco narrativo, o narrador onisciente intruso: a) Narra em terceira pessoa e se distingue pela ausência de instruções e comentários sobre temas gerais ou mesmo sobre o comportamento das personagens. b) Narra em primeira pessoa, mas é um “eu” já interno à narrativa. c) Tem a liberdade de narrar à vontade, de se colocar acima ou atrás, adotando um ponto de vista divino para além dos limites de tempo e espaço. d) É personagem central, não tem acesso ao estado mental das demais personagens. e) Significa o máximo em matéria de “exclusão do autor”. 5. Sobre o conceito de autoria na modernidade, é correto afirmar que: a) Baseou-se em ideias humanistas e naturalistas, o que culminou, consequentemente, na valorização do indivíduo nas produções artísticas e intelectuais em geral. b) A obra de arte era tomada enquanto um produto da coletividade. c) Restava questionar a figura do autor a ponto de suprimí-la, destronando o “Autor-Deus” e dando ao leitor a total liberdade para gozar da ambiguidade característica da escrita literária. d) A percepção sobre a figura do autor foi aumentada: além de ser reconhecido pelas obras que produz, o autor passou a ser o “proprietário” delas – bem como o responsável pelo que diz, sendo inclusive passível de punições, caso transgredisse as estruturas das sociedades estabelecidas. e) Era aquele que deveria seguir os moldes clássicos. 6. Podemos conceituar poesia lírica como: a) Relato de experiências reais traumáticas. b) Expressão da subjetividade do autor. c) Relato de experiências do autor- viajante em seu percurso. d) Expressão da intimidade do autor. e) Relato de experiências do presente ou de um passado não distante. 7. Segundo Rouseeau, “o homem nasce bom”. Dessa afirmativa, nasceu o mito do “bom selvagem”, que está presente na obra brasileira: a) Macunaíma, de Mário de Andrade. b) Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. c) A carta, de Pero Vaz de Caminha. d) A paixão segundo G.H., de Clarice Lispector. e) Cinco minutos, de José de Alencar. 8. Os lusíadas é uma importante obra literária portuguesa, escrita por Luís Vaz de Camões. Sobre esta obra, analise as afirmativas abaixo. I. É um poema lírico, no qual Camões narra suas desventuras amorosas. II. Vai se deter na narração de acontecimentos históricos. III. Ele vai se valer da viagem de Vasco da Gama para narrar a história de Portugal. IV. Os Lusíadas está dividido em 10 cantos. As estrofes são oitavas, como você pode perceber pelo número de versos. Estes são decassílabos (com 10 sílabas poéticas), heroicos (com acentuação nas 6a e 10a sílabas) e sáficos (com acentuação nas 4a, 8a e 10a sílabas). A rima segue o esquema ABABABCC. Página 3 de 3 DISCIPLINA: TEXTOS FUNDAMENTAS DE FICÇÃO EM LIGUA PORTUGUÊSA V. Na épica de Camões, os portugueses são apresentados como os grandes desbravadores dos mares, e os descobrimentos vão possibilitar a imortalização dos heróis. Está(ão) incorreta(s): a) I, II e III. b) I. c) I e III. d) I e II. e) I, II, III, IV e V. 9. É autor do barroco brasileiro: a) José de Alencar. b) Gonçalves Dias. c) Clarice Lispector. d) Claudio Manoel da Costa. e) Gregório de Matos Guerra. 10. (UNICAMP) Leia o seguinte trecho da obra Terra Sonâmbula, de Mia Couto, extraído do Sexto caderno de Kindzu, subintitulado O regresso a Matimati. Lembrei meu pai, sua palavra sempre azeda: agora, somos um povo de mendigos, nem temos onde cair vivos. Era como se ainda escutasse: - Mas você, meu filho, não se meta a mudar os destinos. Afinal, eu contrariava suas mandanças. Fossem os naparamas, fosse o filho de Farida: eu não estava a deixar o tempo quieto. Talvez, quem sabe, cumprisse o que sempre fora: sonhador de lembranças, inventor de verdades. Um sonâmbulo passeando entre o fogo. Um sonâmbulo como a terra em que nascera. Ou como aquelas fogueiras por entre as quais eu abria caminho no areal. (Mia Couto, Terra Sonâmbula. São Paulo: Companhia de Bolso, 2015, p. 104.) Na passagem citada, a personagem Kindzu recorda os ensinamentos de seu pai diante do estado desolador em que se encontrava sua terra, assolada pela guerra, e reflete sobre a coerência de suas ações em relação a tais ensinamentos. Levando em consideração o contexto da narrativa do romance de Mia Couto, é correto afirmar que: a) A demanda realizada por Kindzu e que é relatada em seus cadernos funciona como uma forma de fuga para a personagem Muidinga, que se aliena da realidade da guerra pela leitura dos cadernos, indicando de modo inequívoco a função social daliteratura. b) A narrativa contida nos cadernos de Kindzu, lida por Muidinga e Tuahir, representa o universo onírico e se contrapõe à realidade objetiva das duas personagens, razão pela qual ambas as narrativas aparecem no livro de modo intercalado, sem, necessariamente, haver uma interseção entre elas. c) Segundo a personagem Kindzu, a sua terra, sonâmbula como ele, seria um lugar da sobreposição entre sonho e realidade, tal como ocorre na narrativa que registra em seus cadernos, em que é impossível o estabelecimento de uma delimitação entre o onírico e o real. d) O sonho, sugerido pelo termo “sonâmbulo”, contrapõe-se à realidade da guerra, sugerida pela palavra “fogo”; terra sonâmbula seria, pois, um lugar em que os limites entre realidade e sonho aparecem bem delimitados e no qual as personagens estão condenadas definitivamente à miséria da guerra. e) Ambientado no período de paz em Moçambique após a independência.
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