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Narrativas midiáticas Aula 2: Características textuais e linguísticas da narrativa Apresentação Vimos que a narrativa é um texto que tem características próprias. Para produzir uma narrativa de sucesso, devemos, por exemplo, primar pela unidade de sentido, pois toda narrativa deve ter começo, meio e �m; e considerar o que Joseph Campbell nomeou de “jornada do herói”, pois assim se pode garantir um envolvimento mais intenso do leitor/ espectador com o enredo. Nesta aula, observaremos a organização e a linguagem características das narrativas, identi�cando-as e descrevendo os elementos que fazem parte de uma narrativa. E mais, estabeleceremos relações entre narrativas literárias e midiáticas, comparando personagens da literatura universal a personagens atuais presentes em narrativas do cinema e da TV. Objetivos Reconhecer a narrativa como um gênero discursivo com características textuais e linguísticas próprias; Identi�car os elementos que compõem uma narrativa; Registrar a diferença entre narrativas literárias e midiáticas. Estrutura e linguagem da narrativa Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online (Fonte: O Globo). Você conhece Guimarães Rosa (1908 – 1967)? O escritor foi membro da Academia Brasileira de Letras e notabilizou-se por suas narrativas. Uma delas é o conto Desenredo. Saiba mais Antes de continuar seus estudos, ouça a leitura ou, se preferir, leia o conto. Releia os dois primeiros parágrafos do conto. Do narrador a seus ouvintes: — Jó Joaquim, cliente, era quieto, respeitado, bom como o cheiro de cerveja. (...) Mas muito tendo tudo de ser secreto, claro, coberto de sete capas (...) Observamos que o autor inicia sua história nos apresentando o contexto em que a narrativa se inscreve. Concorda que até o quarto parágrafo não há qualquer tensão? Temos até aí o que Aristóteles chamou de prólogo; ou, de acordo com Campbell, o mundo comum. Mas, no quinto parágrafo, há um fato que introduz uma tensão na narrativa, desencadeando uma sequência de ações que levarão o herói, Jó Joaquim, a passar por provações, dúvidas, quase morte, renascimento, desilusão etc. Até que – deu-se o desmastreio. O trágico não vem a conta-gotas. ... Diz-se, também, que de leve a ferira, leviano modo (...) Nos quatro últimos parágrafos, nosso herói recebe sua recompensa, desfaz o nó (a tensão gerada) e garante seu elixir mágico, há o desenlace, o Desfecho: Três vezes passa perto da gente a felicidade. Jó Joaquim e Vilíria retomaram-se, e conviveram, convolados, o verdadeiro e melhor de sua útil vida. E pôs-se a fábula em ata. javascript:void(0); javascript:void(0); Exposição Apresentação do herói em seu cotidiano, ainda sem tensão alguma. Complicação Entrada de uma tensão; há um evento (ou mais de um) que inicia o processo de problematização da história, que seria o estágio mais longo. Clímax Momento de mais tensão da narrativa, podendo haver mais de um. Desfecho / desenlace As complicações se resolvem para a felicidade ou não de nosso herói. A estrutura do conto de Guimarães Rosa apresenta-nos mais de um clímax, ou seja, mais de um momento de grande tensão no texto, seguindo o que Aristóteles propôs como organização característica das narrativas: prólogo, nó e desfecho. Ao mesmo tempo, o conto segue as 12 etapas da jornada do herói, proposta por Campbell: Agora, observe que nem todas as etapas propostas por Campbell estão presentes no conto Desenredo do mesmo modo que em outras narrativas (Cinderela, Branca de Neve, João e Maria...), mas nem por isso deixa de ser uma narrativa de sucesso. Então, com base no conto de Guimarães Rosa, podemos apontar, de forma geral, quatro estágios progressivos da narrativa: 1 Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Observemos agora as características linguísticas da narrativa. Sistematizemos suas observações e de�namos as características linguísticas dela. Características linguísticas da narrativa Clique no botão acima. https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0237/aula2.html Características linguísticas da narrativa I. Quanto à gramática: todos os tempos do passado são utilizados, com especial incidência no pretérito perfeito (deparou, matou, expulsou). O imperfeito costuma começar a narrativa (“era bom como cheiro de cerveja”) e sobretudo é o tempo das descrições (“suas lágrimas corriam”; “era o seu um amor meditado”). Já o presente do indicativo pode surgir na narrativa para construir uma espécie de metáfora temporal. II. Quanto à pessoa do discurso: as narrativas podem ser da primeira e terceira pessoa (“Jó Joaquim e Vilíria retomaram-se, e conviveram, convolados”), com graus intermédios entre os dois tipos. III. Quanto aos aspectos da textualidade: há três requisitos exigidos comumente para a narrativa: a concisão ou máxima da quantidade (ou seja, deve-se oferecer ao leitor as informações necessárias para que este compreenda o texto), a clareza (precisão na informação) e a verossimilhança (o texto precisa ter coerência interna e externa; deve-se evitar a contradição). IV. Quanto ao uso de marcadores temporais: observa-se a utilização de advérbios, locuções adverbiais, expressões com valor de advérbio que sugerem a noção de tempo (respondendo à pergunta Quando? – “Foi Adão dormir, e Eva nascer”; “Era in�nitamente maio”). V. Quanto ao registro linguístico (variedade linguística): dependerá do gênero textual, ou seja, da situação de comunicação. No conto de Rosa, há o predomínio da norma culta formal e o uso da variedade literária (uso de metáforas, simbolismos, neologismos). Mas, em outros gêneros, como a crônica jornalística, por exemplo, pode haver o uso da norma culta coloquial. Portanto, de forma geral, haverá o uso da norma culta formal, mas não obrigatoriamente. Elementos da narrativa Retomemos o nosso conto Desenredo. Vimos que o autor iniciou apresentando-nos a Jó Joaquim e Irlívia (ou Rivília...): Jó Joaquim, cliente, era quieto, respeitado, bom como o cheiro de cerveja... Chamando-se Livíria, Rivília ou Irlívia, a que, nesta observação, a Jó Joaquim apareceu... Temos aí o primeiro elemento da narrativa: personagem . Dependendo do papel que tenham no texto, as personagens podem ser classi�cadas como: 2 https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0237/aula2.html Personagens principais As personagens principais podem exercer o papel de protagonistas (personagens centrais da narrativa); ou de antagonistas (personagens que se opõem ao protagonista, agindo contra este e confrontando-o negativamente). Geralmente teremos uma personagem mais central, que se mantém durante a narrativa e que passará por modi�cações ao longo do percurso das ações, garantindo unidade ao texto. Personagens secundárias As personagens secundárias são aquelas que participam da narrativa, mas não são o centro das ações, embora possam, dependendo de sua função no enredo, exercer um papel quase tão importante quanto o do protagonista. Quando personagens secundárias exercem papel importante durante a narrativa, são classi�cadas como coadjuvantes, como, por exemplo, Watson, na série Sherlock Holmes. No conto Desenredo, temos uma personagem central, protagonista das ações, que passou por transformações de estado em decorrência dessas ações: Jó Joaquim. Observe o diagrama: Nosso herói inicia sua condição na história como alguém respeitado, bom; passa à condição de quase morte; recupera-se; volta à condição de tristeza; empenha-se em “endireitar-se”; desfaz o enredo em que se inscreveu; retoma o casamento; e, por �m, garante sua felicidade. Mas... você entendeu por que o nome de nossa personagem central é Jó Joaquim? Você conhece alguma personagem que tenha se notabilizado por sua paciência? O herói foi a personagem bíblica Jó, cuja paciência era sua característica maior – ele passou por provações terríveis, mas manteve-se �el a Deus e retomou tudo o que perdera, em dobro. Leitura Antes de continuar, leia o trecho da Bíblia que apresentaJó. Falemos agora de outros elementos da narrativa: javascript:void(0); Clique nos botões para ver as informações. É a narrativa propriamente, é o encadeamento das ações que levam as personagens a passar por transformações. Essas ações são narradas em determinada ordem cronológica, podendo ser linear ou seguir uma outra ordem qualquer, desde que haja uma integração das ações para constituir um todo signi�cativo. Esse elemento da narrativa se caracteriza pela presença de uma problematização da ação (complicação), ou seja, é preciso que ocorra um fato que ponha em causa o percurso normal da ação. Durante o processo de problematização, pode haver repetições de equilíbrios e desequilíbrios, mas todos apontando para a resolução da problemática (desenlace). No enredo, podemos encontrar tanto trechos descritivos quanto argumentativos. As sequências descritivas normalmente aparecem no início do texto, no prólogo, como estratégia para situar os sujeitos participantes do processo interacional. Para garantir a coerência do enredo, devem-se usar adequadamente elementos coesivos que explicitem a unidade de sentido do texto: repetições lexicais, sinonímia lexical ou associativa, elipses, recursos de determinação. Esses elementos promovem a progressão temática, evitando que o texto se torne tautológico. O conto Desenredo caracteriza-se por um enredo que se desenvolve em ordem cronológica (conforme um espaço de tempo que pode ser medido por um relógio, calendário, estação do ano - “Era in�nitamente maio”) e linear (iniciando a narrativa pelo fato mais remoto até concluir com a ação mais recente – “Jó Joaquim e Vilíria retomaram-se, e conviveram, convolados, o verdadeiro e melhor de sua útil vida”). Mas há narrativas que se iniciam pelo �m, quebrando a linearidade temporal. Por exemplo: Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Enredo Quando a�rmamos que o enredo se estabelece em determinada cronologia, estamos já discutindo sobre o elemento da narrativa tempo. Tempo diz respeito, então, a quando as ações acontecem e como se relacionam espacialmente numa linha cronológica ou psicológica. Vamos ler o conto Amor, de Clarice Lispector para exempli�carmos o tempo narrativo psicológico. Percebeu como a autora quebra a linearidade temporal? Temos um tempo que não se pode medir por um relógio ou calendário; as sequências de ações se dão de acordo com o �uxo de consciência. Sabia que o cinema também lança mão dessa estratégia narrativa? Assista ao �lme As Horas e con�ra. Nesse �lme, três mulheres narram suas histórias, e o espectador acompanha as narrativas, que podem parecer confusas a princípio, pois as mudanças temporais ocorrem em concordância com as lembranças, projeções e confusões presentes nas mentes das personagens. No entanto, essa quebra de paradigma da linearidade temporal termina por envolver a audiência de tal modo que esta passe por uma espécie de imersão nos pensamentos conturbados das personagens. Adaptação dos textos da Virgínia Woolf só poderia dar nisso mesmo: enredo envolvente e denso; personagens bem construídos; utilização de �uxo de consciência de forma primorosa. Tempo javascript:void(0); É o elemento da narrativa que diz respeito ao lugar, físico ou não, em que as ações se sucedem. Portanto, responde à pergunta: Onde?. Se for um espaço físico, este pode ser uma cidade, uma casa, o espaço sideral... O importante é perceber que o espaço é um elemento que também determina como as ações devem acontecer. No �lme Gravidade, do diretor Alfonso Cuarón, toda a narrativa se desencadeia no espaço sideral, dentro de uma nave à deriva. Porém, se for um espaço psicológico, não haverá um lugar especi�camente; haverá apenas a mente das personagens. É um espaço característico do �uxo de consciência. Esse espaço psicológico pode ser observado no �lme Clube da Luta, do diretor David Fincher. Espaço É o elemento da narrativa responsável por contar a história. Ele pode fazer parte da história, sendo um personagem também, ou não. É importante não confundir narrador e autor, pois a voz que temos em um texto é necessariamente do narrador, embora o autor tenha criado esse narrador. No livro O morro dos ventos uivantes, o narrador é uma personagem (uma antiga empregada da casa) que narra a história a um viajante; e em Memórias póstumas de Brás Cubas, narrador e personagem se confundem. O narrador pode ser: Narrador-personagem, Narrador-observador e Narrador-onisciente . Narrador 3 Narrativa literária x narrativa midiática No dia 2 de maio de 2019, o jornal O Povo (Fortaleza-CE) publicou a seguinte notícia: Fãs e amigos se despedem de Beth Carvalho. Pense sobre as características da narrativa: organização textual, linguagem e seus elementos constitutivos. Você deve ter veri�cado que a notícia se caracteriza por: Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0237/aula2.html javascript:void(0); 1 Apresentar uma sequência de ações que constituem um todo signi�cativo. Centenas de fãs e amigos se despediram... O velório do corpo da sambista ocorreu no salão nobre... Bandeiras do clube e da Mangueira, escola de samba do coração de Beth, foram posicionadas ao redor do caixão. 2 Ter personagens. Centenas de fãs e amigos; Beth Carvalho; o mangueirense Nelson Sargento; a cantora Teresa Cristina; Zeca Pagodinho. 3 Haver um espaço onde as ações aconteceram. No salão nobre da sede do clube Botafogo de Futebol e Regatas. 4 Haver uma de�nição temporal. Ontem; à tarde. 5 Uso do registro culto da língua. Um dos principais nomes do samba, Zeca Pagodinho lembrou o apoio que Beth deu a novos talentos da música. 6 Predominância do pretérito perfeito do indicativo. O corpo de Beth Carvalho deixou a sede do Botafogo à tarde e foi levado em cortejo dos Bombeiros até o cemitério do Caju, onde foi cremado no �m desta tarde. 7 Ordem cronológica linear. O texto inicia a narrativa pelo fato mais remoto (“fãs e amigos se despediram”) e termina com o fato mais recente (“foi levado em cortejo dos Bombeiros até o cemitério do Caju, onde foi cremado no �m desta tarde”). 8 Ser narrado em terceira pessoa, caracterizando um narrador-observador. A cantora Teresa Cristina lembrou...; ... time do qual Beth era torcedora. Comentário Se retomarmos as características do conto Desenredo e compararmos com as características da notícia, veremos que há muitas semelhanças entre esses dois textos. Portanto, textos literários e textos midiáticos narrativos assemelham-se quanto à linguagem e função comunicativa. Mas observe: enquanto a narrativa literária se caracteriza pela utilização de metáforas, simbolismos, a midiática se caracteriza por evitar esses recursos estilísticos. Por isso, a notícia, embora seja uma narrativa, terá um caráter informativo. Além disso, a narrativa midiática jornalística tem como premissa a ideia de que há verdade em seus enredos e que a história narrada é efêmera (a notícia caduca em 24h, no máximo), por isso utiliza-se de referências temporais precisas (datas, horários). Já a narrativa literária, por seu caráter de permanência, não se vale necessariamente dessas referências. A narrativa publicitária em muito se assemelha à literária, pois precisa persuadir o interlocutor. Exemplo Lembra-se do comercial dos mamíferos da Parmalat? Percebeu o cuidado nas escolhas lexicais e �guras de linguagem? ✔ Aliterações = “O elefante é fã de Parmalat / O porco-cor-de-rosa e o macaco” ✔ Rimas internas = elefante – Parmalat / trate – Parmalat ✔ Enumeração = a foquinha, o ursinho, o leão ✔ Onomatopeias = miau / au-au ✔ Vocativo = “vamos lá” ✔ Diminutivos = vaquinha / cachorrinho / bichinhos O cinema e a televisão talvez sejam as mídias que mais se aproximam da literatura, pois suas narrativas, muitas vezes, são adaptações de enredos e personagens desenvolvidos em contos e romances. Uma das personagens que mais tem sido adaptada da literatura para o cinema e a televisão é SherlockHolmes, o detetive criado pelo escritor Arthur Conan Doyle, em 1887. Sherlock Holmes tem sido referência para a criação de personagens do cinema e de algumas séries para televisão, como: Elementary; Monk; Dr. House. Sem contar sua participação em outras obras literárias, como no romance O Xangô de Baker Street, escrito por Jô Soares em 1995. javascript:void(0); Atividade 1. Leia o texto a seguir (Fabíola, conto de Ana Patrícia Holanda, de 2019): Eram dez horas da noite. Fabíola entrou em seu apartamento de 40m2, tirou os sapatos, tomou um banho quente e, ainda de roupão, deitou-se em sua cama de casal para um só corpo. Ligou a TV, zapeou um pouco os canais e desistiu. Levantou-se e foi preparar um lanche. Já passava da meia-noite. Ao acender a luz da cozinha, teve a nítida impressão de ver alguém passar. Um frio cortante soprou-lhe a nuca, a luz apagou-se, e o chão pintou-se de vermelho. * Considerando as características de um texto narrativo, avalie as assertivas a seguir sobre o texto Fabíola: I. Fabíola é um texto narrativo literário em terceira pessoa. PORQUE II. Relata fatos num espaço concreto, num tempo de�nido por um narrador-observador que faz uso de metáforas. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. 2. As narrativas podem ser reais ou �ctícias, constituídas de elementos que as caracterizam - enredo, lugar, tempo, personagem e narrador. Isso pode ser veri�cado no texto: a) São as cores um importante complemento ambiental, capazes de, se bem usadas, amenizar condições naturalmente desfavoráveis. b) Aquele dia estava diferente, tudo parecia tão distante. As vozes dos transeuntes eram cada vez mais confusas. Apenas uma réstia de sol permanecia teimosamente brilhante. c) Aquele homem sabe que uma palavra mal dita pode acabar, num átimo, com tudo que construiu ao longo de sua vida política. d) Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para o banheiro, fez a barba e lavou-se. e) Na frente dos pais, Fabíola foi sempre calma, comportada, era a filha dedicada e companheira. 3. Leia o texto a seguir: Poema da puri�cação Carlos Drummond de Andrade Depois de tantos combates o anjo bom matou o anjo mau e jogou seu corpo no rio. As águas �caram tintas de um sangue que não descorava e os peixes todos morreram. Mas uma luz que ninguém soube dizer de onde tinha vindo apareceu para clarear o mundo, e outro anjo pensou a ferida do anjo batalhador. Sobre esse poema de Drummond, é correto o que se a�rma em: a) Podemos identificar todos os elementos da narrativa: enredo, personagem, tempo, espaço e narrador. b) Trata-se de uma narrativa em primeira pessoa, cujo narrador é personagem. c) Observa-se no poema uma linguagem objetiva, sem uso de qualquer figura de linguagem. d) O ambiente é um espaço psicológico, existente apenas na mente das personagens. e) Podemos identificar quatro personagens no texto: o anjo bom, o anjo mau, o outro anjo e o próprio autor. 4. Identi�que os elementos da narrativa no texto a seguir: Carolina Maria de Jesus nasceu em Sacramento, no interior de Minas Gerais, no dia 14 de março de 1914. Com sete anos, ingressou no colégio Alan Kardec, onde cursou a primeira e a segunda série do ensino fundamental. Apesar do pouco tempo na escola, Carolina logo desenvolveu o gosto pela leitura e pela escrita. Em 1924, em busca de oportunidades, sua família mudou-se para Lageado, onde trabalharam como lavradores em uma fazenda. Em 1927, retornaram para Sacramento. Disponível em: https://www.ebiogra�a.com/ carolina_maria_de_jesus/. Acesso em: 17 jun. 2019. a. Enredo: digite a resposta b. Personagem principal (protagonista): digite a resposta c. Tempo: digite a resposta d. Espaço: digite a resposta e. Narrador: digite a resposta javascript:void(0); 5 - O gênero notícia (I) é uma narrativa midiática que se assemelha ao conto (II), uma narrativa literária. Estabeleça a relação entre as características apontadas a seguir e esses gêneros. a. Uso de �guras de linguagem para provocar estranhamento. digite a resposta b. A linguagem objetiva deve predominar para sugerir imparcialidade do narrador. digite a resposta c. As personagens são seres �ctícios, podendo ser pessoas ou não. digite a resposta d. O texto deve estar em terceira pessoa, para caracterizar o narrador como observador. digite a resposta e. Tem caráter efêmero (caduca em pouco tempo). digite a resposta Notas 12 etapas 1 1. Jó Joaquim é descrito; 2. Ele é chamado para a aventura (se apaixona) e sua rotina é quebrada; 3. Jó Joaquim aceita o chamado, pois não há como recusar (“Jó Joaquim pegou o amor” – o amor é-nos apresentado como uma doença que se pega; não há como escapar); 4. Ele recebe uma ajuda (o marido morre); 5. Nosso herói atravessa o primeiro limiar (casa-se com a amada); �. Ele passa por uma provação – ele �agra sua amada com outro; 7. Jó Joaquim se aproxima de seu objetivo (começa a desfazer o enredo – inicia-se o trabalho para redimir sua esposa); �. Todos passam a crer na história reconstruída por Jó Joaquim; 9. Sua esposa sabe de sua remissão e volta para nosso herói; 10. Nosso herói volta ao seu cotidiano, mas com sua amada; 11. Ele não precisará enfrentar mais adversidades; 12. O herói Jó Joaquim está renovado, refeito (“Jó Joaquim e Vilíria retomaram-se, e conviveram, convolados, o verdadeiro e melhor de sua útil vida”). Personagem 2 Personagem é um ser �ccional ou não, com características próprias, que representa as pessoas, mesmo que seja um objeto, como no conto Um apólogo (de Machado de Assis, disponível em: //www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000269.pdf; acesso em 17 jun. 2019), cujas personagens são uma agulha e um novelo de linha personi�cados. javascript:void(0); Narrador-personagem, Narrador-observador e Narrador-onisciente 3 Narrador-personagem: é aquele que, além de contar a história, participa da narrativa. O texto, neste caso, é escrito normalmente em primeira pessoa, caso esse narrador seja o protagonista; caso seja um personagem secundário, o texto poderá vir em terceira pessoa ou �car oscilando entre a primeira e a terceira pessoas. Narrador-observador: é aquele que narra a história em terceira pessoa, pois não participa do enredo. As ações são narradas sob o ponto de vista de quem apenas as observa. Narrador-onisciente: é aquele que sabe cada detalhe da narrativa, das personagens, dos ambientes. Esse narrador não apenas observa; ele interfere no enredo, revelando segredos e pensamentos das personagens, porque ele sabe de tudo em detalhes. Referências ANDRADE, C. D. de. Poema da puri�cação. In: Pensador. Disponível em: https://www.pensador.com/frase/MTM3NTk2MQ/. Acesso em: 29 maio 2019. ARISTÓTELES. A poética. São Paulo: Nova Cultural Ltda., 1999. ASSIS, M. de. Memórias póstumas de Brás Cubas. Disponível em: //www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000167.pdf. Acesso em: 29 maio 2019. ASSIS, M. de. Um apólogo. Disponível em: //www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000269.pdf. Acesso em: 29 maio 2019. BBC. Sherlock. Trailer. In: TugaSubs. 21 ago. 2010. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Orkng7s-GtA. Acesso em: 29 maio 2019. BÍBLIA ONLINE. Jó 1. 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Acesso em: 29 maio 2019. javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); Próxima aula Os gêneros narrativos: classi�cação; Gêneros do cinema; Critérios para a classi�cação dos gêneros de �lmes. Explore mais Leia os textos: Biogra�a de Guimarães Rosa; A importância das variedades linguísticas; 40 dicas para montar o seu personagem; Virginia Woolf Society of Great Britain (em inglês); A análise da narrativa como instrumento para pesquisas qualitativas; Força argumentativa das �guras de linguagem. javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0);
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