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Página 1 de 4 Caso Santini -‐ Solução1 1. O negócio e as suas atividades a. O Negócio da Santini é a produção e venda de gelados e outros produtos associados. b. Em vendas. c. Operacionais: venda em eventos ou lojas; Investimento: compra do laboratório de Carcavelos; Financiamento: aumento de capital com a entrada da família “de Button” d. Carrinhas frigoríficas para transporte dos gelados do laboratório para as geladarias, arcas frigoríficas, armazéns com sistema de refrigeração para manter o produto acabado e armazém para matérias primas, máquinas para transformação de fruta, fábrica de gelados, etc . e. Com capitais próprios ou com recurso a crédito bancário. 2. Os intervenientes no negócio a. As famílias Santini e de Button b. De acordo com a História apresentada, a gestão executiva está entregue a Martim de Buttom. c. Clientes: todas as pessoas que compram gelados e outros produtos à venda nas geladarias Santini Fornecedores: são, por exemplo, produtores nacionais de fruta. . d. Instituições financeiras (Ex. Bancos; Sociedades de Leasing; etc.). 1 Ana Isabel Lopes e Ilídio Lopes. 2 Autores: Isabel Lourenço e Pedro Ferreira. Página 2 de 4 3. A contabilidade e o negócio a. Pode ser proporcionada informação sobre o negócio, em duas perspectivas: contabilidade financeira ou contabilidade de gestão. No primeiro caso, a informação sobre o negócio destina-‐se essencialmente a utilizadores externos (investidores, credores) . No segundo caso, a informação sobre o negócio destina-‐se essencialmente a utilizadores internos (administradores e gestores). b. A contabilidade envolve a recolha, processamento e relato de informação sobre o negócio, que torne possível a tomada de decisões económicas devidamente fundamentadas. Sem conhecer bem o negócio de uma empresa, não é possível representar adequadamente o efeito de cada uma das atividades desenvolvidas no âmbito desse negócio. É fundamental conhecer o processo produtivo, bem como toda a cadeia de valor, para registar o efeito das transações de forma adequada, em função das atividades que as originaram. 4. As normas de contabilidade a. Normas Internacionais emitidas pelo IASB (IFRS): de aplicação obrigatória pelas empresas portuguesas com títulos admitidos à cotação em bolsa, nas suas contas consolidadas, e de aplicação opcional por algumas empresas não cotadas em bolsa. Sistema de Normalização Contabilística (SNC): obrigatório para as restantes empresas. b. Sim, porque muitos países têm normas nacionais que são aplicadas para empresas que não têm títulos admitidos à cotação em bolsa. c. A Santini aplica o obrigatoriamente o SNC porque as suas ações não estão cotadas em bolsa de valores e a Santini não está organizada sob a forma de grupo económico. Página 3 de 4 Caso Galp Energia -‐ Solução2 1. O negócio e as suas atividades a. Em termos jurídicos, a Galp é uma sociedade anónima (SA); significa que o seu capital está representado por ações, as quais são detidas por acionistas (ou investidores). b. Exemplos de atividades de financiamento: obtenção de empréstimos obrigacionistas; obtenção de empréstimos bancários; aumento de capital. Exemplos de atividades de investimento: construção de refinarias de petróleo; compra e/ou construção de armazéns; compra de camiões; compra de equipamento informático; compra de sistemas de telecomunicações; compra de mobiliário de escritório; compra da participação financeira no consórcio que explora o bloco Tupi. Exemplos de atividades operacionais: pesquisa e exploração de hidrocarbonetos; refinação de petróleo; distribuição/transporte de combustíveis; comercialização de combustíveis; compra de gás natural; venda de gás natural; armazenagem de matérias-‐primas e de produtos acabados; gestão e controlo de inventários; manutenção e reparação de equipamentos; pagamentos de salários; pagamentos a fornecedores; recebimento de clientes; depósito de dinheiro em bancos. c. Pedir empréstimos/financiamentos à banca. Emitir obrigações, com subscrição privada ou pública. Recurso a sociedades de leasing. Aumentar o capital recorrendo aos atuais acionistas. Aumentar o capital, recorrendo a novos acionistas. 2. Os intervenientes no negócio a. A Galp tem milhares de acionistas; são acionistas todas as entidades que detenham pelo menos uma ação da Galp. Por exemplo, uma pessoa que tenha apenas uma ação ou um fundo de investimento que detenha 500.000 de ações são ambos acionistas. Três dos acionistas têm posições de maior relevo no capital da empresa, sendo designados acionistas de referência: a Amorim Energia, a petrolífera italiana Eni e a Parpública. b. Credores são todas as entidades a quema Galp deve dinheiro num determinado momento, i.e., para as quais tem obrigações a pagar. Exemplos: instituições bancárias, obrigacionistas, fornecedores, Estado. c. Não. Os acionistas são investidores, detentores do capital Galp. Os obrigacionistas são credores, que emprestaram dinheiro à Galp. Os acionistas têm direito a receber dividendos 2 Autores: Isabel Lourenço e Pedro Ferreira. Página 4 de 4 (uma parte dos lucros) enquanto os obrigacionistas têm direito a receber juros e a ser reembolsados pelo empréstimo que concederam. Os acionistas assumem, em regra, um risco maior que os obrigacionistas, porque, no limite, podem perder todo o dinheiro que investiram nas ações. d. Em tese, a afirmação não está correta. A Galp é gerida pelos gestores (Administradores). Todavia, os acionistas tomam deliberações em Assembleia-‐Geral que podem configurar orientações estratégicas para a empresa, i.e., a definição do caminho a seguir. Em muitas empresas ocorre uma situação peculiar: existem acionistas que podem ser, simultaneamente, administradores da empresa. Nestes casos, a mesma pessoa tem dois papéis: um papel de acionista (investidor) e um papel de gestor (administrador); estes papéis são diferentes e não devem ser confundidos. 3. A contabilidade e o negócio a. O sistema contabilístico da Galp é o sistema de recolha, processamento e relato de informação financeira que possa ser útil para a tomada de decisões económicas pelas partes interessadas. b. A contabilidade financeira está orientada para o exterior, tem os investidores e os credores como principais utilizadores da informação e tem de, obrigatoriamente, seguir e aplicar um normativo contabilístico: ou as IFRS (IASB) ou o SNC (CNC), no caso português. A contabilidade de gestão está orientada para o interior da empresa, sendo os gestores os principais utilizadores da informação. Não tem de seguir nenhum normativo contabilístico específico; cada empresa usa o que achar mais adequado ao seu negócio. 4. As normas de contabilidade a. O normativo do IASB (International Accounting Standards Board), ou seja, as IFRS (International Financial Reporting Standards), porque a Galp tem títulos admitidos à cotação na bolsa de valores: ações e obrigações. As ações estão cotadas na bolsa de valores de Lisboa (Euronext Lisbon). As obrigações estão cotadas na bolsa de valores de Londres (London Stock Exchange). b. O organismo é o International Accounting Standards Board (IASB), um organismo privado de âmbito internacional criado em 1973 em Londres. Tem quatro objetivos principais: (1) produzir e emitir normas de contabilidade de elevada qualidade (IFRS); (2) promover a utilização e aplicação rigorosas destas normas nos países aderentes; (3) identificar as necessidades de relato financeiro das economias emergentes e de PME e (4) promover a convergência de normativos locais (de países) com as IFRS. O IASB já emitiu 41 IAS e 15 IFRS.