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O perfil do empreendedor histórico e características

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Conteúdo:
EMPREENDEDORISMO
Ligia Maria Affonso
O perfil do empreendedor: 
histórico e características
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir as principais características do empreendedor.
  Reconhecer os sistemas de apoio para o empreendedor.
  Identificar o conceito de empreendedorismo sustentável.
Introdução
O mercado empresarial vem passando por várias mudanças ao longo 
dos anos, acarretadas pelas alterações ocorridas em todos os aspectos 
da vida humana e em todo o mundo. Diante da instabilidade que toda 
mudança provoca, é preciso buscar meios de se adaptar a elas e, então, 
buscar a sobrevivência em um ambiente de incertezas. Muitas vezes, um 
novo negócio ou um negócio já existente são o meio que as pessoas 
encontram para sobreviver, conseguindo, ao mesmo tempo, realizar 
um sonho. 
Neste capítulo, você vai estudar as principais características do em-
preendedor. Você também vai verificar os principais sistemas de apoio 
ao empreendedor e o conceito de empreendedorismo sustentável. 
Características do empreendedor
Assim como o empreendedorismo, o empreendedor também possui papel 
importante no desenvolvimento da economia de um país. É ele quem produz 
novas ideias por meio de sua imaginação e criatividade, motivado pelo desejo 
de se realizar, de assumir responsabilidades e de conquistar sua independência. 
Em uma defi nição básica, o empreendedor é aquele que cria e inicia algo novo, 
que sai na frente dos outros, que enxerga oportunidades onde ninguém vê; é 
determinado e não tem medo de correr riscos, conforme aponta Dolabela (2012).
Há tempos pesquisadores tentam definir um padrão de perfil para o em-
preendedor e descobrir o que ele pensa e como ele age. Apesar de não existir 
uma definição única, algumas características ou traços empreendedores são 
sempre citados pelos pesquisadores como muito comuns aos empreendedo-
res, segundo Dornelas (2013). Dentre as características mais comuns de um 
empreendedor, podemos destacar:
  o otimismo e a visão de futuro;
  a capacidade de transformar crises em oportunidades e influenciar 
pessoas, no sentido de guiá-las em direção às suas ideias;
  a habilidade para inovar criando algo novo ou inovando o que já existe;
  a busca incessante por novos negócios e oportunidades;
  a preocupação em melhorar produtos e serviços;
  o interesse nas necessidades do mercado.
A autoavaliação, a autocrítica e o autocontrole são características do 
empreendedor que busca seu desenvolvimento, conforme aponta Dornelas 
(2013). A imaginação, a determinação e a habilidade de organizar, de liderar 
pessoas e de conhecer tecnicamente etapas e processos também são aspectos 
importantes de um empreendedor. É necessário que o indivíduo desenvolva 
suas habilidades empreendedoras, conhecendo bem os fatores externos à 
empresa, como o mercado e a concorrência, e os fatores internos, como as 
forças e fraquezas do negócio. 
Segundo Dornelas (2013), outras características comumente atribuídas 
aos empreendedores são:
  Motivação: geralmente os empreendedores são movidos pela motivação 
que possuem para cumprir uma missão ou realizar um sonho. Ou seja, 
a realização do empreendedor está além do ganho financeiro.
  Iniciativa: é uma característica forte nos empreendedores que se an-
tecipam às situações e não esperam acontecer; ou seja, eles chegam 
primeiro e vão atrás daquilo em que acreditam.
  Paixão: empreendedores são otimistas e apaixonados pelo que fazem, 
principalmente quando o negócio é a realização de um sonho.
  Networking: relacionamento é fundamental para os empreendedores; 
assim, é necessário desenvolver uma rede de contatos extensa, com 
os mais variados tipos de pessoas. Esse networking é o alicerce das 
relações que o empreendedor carregará por toda a vida e será útil ao 
seu desenvolvimento pessoal e empresarial.
O perfil do empreendedor: histórico e características2
  Trabalho em equipe: necessário para a sustentação do negócio, uma 
vez que, sozinho, o empreendedor não consegue realizar seu sonho e 
alcançar o sucesso no negócio. 
  Planejamento: também é fundamental para a manutenção do negócio, 
pois, se o empreendedor não sabe aonde quer chegar, dificilmente 
conseguirá ter sucesso no empreendimento. 
Outros aspectos importantes quando falamos em empreender são a educa-
ção, a idade e o histórico profissional do indivíduo, conforme apontam Hisrich, 
Peters e Shepherd (2014). A educação formal, ao contrário do que muitos 
imaginam, é um aspecto muito importante na formação de um empreende-
dor, ainda que não seja necessária para iniciar um negócio. Muitos negócios 
fracassam por falta de conhecimentos específicos dos empreendedores, por 
exemplo, conhecimentos nas áreas de finanças, marketing, planejamento 
estratégico e administração. Não é necessário ter uma especialização, mas a 
educação, nesse contexto, possibilita a integração de novos conhecimentos, o 
que permite a identificação de oportunidades e a avaliação e decisão sobre se 
estas são viáveis ou não, além de auxiliar os empreendedores a se adaptarem 
a novas e diferentes situações. 
Na verdade, apesar de a educação contribuir para que o empreendedor des-
cubra novas oportunidades, ela não é decisiva na criação de um novo negócio 
para a exploração da oportunidade descoberta. Por outro lado, a educação 
fortalece a ação empreendedora, uma vez que faz com que os indivíduos 
acreditem em sua chance de se tornarem empreendedores. Ou seja, quanto mais 
os indivíduos acreditarem que sua educação torna a ação empreendedora mais 
viável, maior a chance de se tornarem empreendedores, conforme apontam 
Hisrich, Peters e Shepherd (2014).
Por sua vez, a educação não formal diz respeito aos conhecimentos ad-
quiridos pelo empreendedor ao longo de sua vida, por meio das experiências 
vividas, o que também é importante para a formação do empreendedor. Ou 
seja, o empreendedor utiliza sua experiência na criação de seu negócio, mas 
sente necessidade de maiores conhecimentos sobre finanças, marketing, pla-
nejamento estratégico e administração, buscando-os em meios formais.
A importância da educação para o empreendedor se reflete não apenas no 
nível educacional obtido por ele, mas também no fato de que ela desempenha 
constantemente um grande papel, uma vez que auxilia os empreendedores a 
lidarem com os problemas que enfrentam, conforme apontam Hisrich, Peters 
e Shepherd (2014).
3O perfil do empreendedor: histórico e características
O capital humano de um empreendedor propicia a criação de conhecimento, aptidões 
e habilidades necessárias para solucionar problemas em diferentes situações, conforme 
apontam Hisrich, Peters e Shepherd (2014).
A idade, tanto empreendedora como cronológica, é outro aspecto que in-
fluencia a ação do empreendedor. A idade empreendedora reflete a experiência 
do empreendedor; quanto maior ela for, maiores as chances de sucesso do novo 
empreendimento, principalmente se este estiver relacionado à experiência 
prévia do empreendedor. Em relação à idade cronológica, muitos empreen-
dedores iniciam seus negócios entre os 22 e 45 anos, o que não quer dizer que 
isso não possa acontecer antes ou depois, apesar de ser improvável, devido à 
falta de experiência, recursos e energia para criar e administrar um negócio. 
É bastante comum que os homens iniciem um novo negócio por volta dos 30 
anos e as mulheres, por volta dos 35 anos. No entanto, é relevante ressaltar 
que muitos indivíduos se tornam empreendedores com idades mais avançadas, 
quando se aposentam, quando os filhos já saíram de casa, quando a situação 
financeira não é mais uma grande preocupação e quando, então, a vontade 
de realizar algo pelo resto de suas vidas fala mais alto, conforme lecionam 
Hisrich, Peters e Shepherd (2014). 
O históricoprofissional também exerce influência na criação de um novo 
negócio e contribui para seu crescimento e sucesso. Ou seja, a experiência téc-
nica do indivíduo é importante quando este decide empreender. Conhecimentos 
nas áreas de finanças, desenvolvimento de produtos ou serviços, produção e 
desenvolvimento de canais de distribuição também são necessários, pois, con-
forme o negócio vai se estabelecendo, mais a experiência e os conhecimentos 
se tornam fundamentais para a sua sobrevivência, e, mais ainda, conforme o 
número de funcionários for aumentando. Ou seja, quanto maior for o número 
de funcionários no empreendimento, maior a exigência de habilidades admi-
nistrativas, conforme apontam Hisrich, Peters e Shepherd (2014). 
O perfil do empreendedor: histórico e características4
Informações e experiências sobre como iniciar uma empresa, tomar decisões em 
situações e ambientes com alto nível de incerteza, construir a cultura da empresa, 
buscar recursos em outras fontes e gerenciar altos índices de crescimento também 
são importantes para o empreendedor, conforme Hisrich, Peters e Shepherd (2014).
Cabe destacar que experiências em negócios anteriores também são de 
grande ajuda para decidir sobre novos negócios, pois proporcionam aos empre-
endedores os conhecimentos exigidos para a administração de uma empresa 
independente. Além disso, as experiências anteriores também garantem pa-
râmetros de referência que ajudem o empreendedor a identificar a verdadeira 
importância das novas oportunidades de entrada, agilizando o processo de 
criação do negócio e potencializando seu desempenho. Quanto maior for a 
segurança dos empreendedores em relação à sua experiência no alcance de 
bons resultados, mais fortes serão as intenções empreendedoras.
Segundo Hisrich, Peters e Shepherd (2014), outras qualidades requeridas aos empre-
endedores e que merecem atenção são: foco, ou seja, a dedicação integral ao negócio 
para alcançar e manter os objetivos do negócio; resiliência, ou seja, a capacidade de 
resistir a pressões, dificuldades e problemas; e integridade, ou seja, manter-se fiel aos 
princípios éticos e morais em sua conduta.
Sistemas de apoio ao empreendedor 
Você já parou para pensar que, para alcançarmos tudo aquilo que desejamos, 
precisamos do apoio de outras pessoas? Por exemplo, para conseguir concluir 
uma graduação ou uma pós-graduação, precisamos de uma universidade, 
dos professores, secretários e colegas, e até de nossa família. Por mais que 
consigamos caminhar sozinho em busca de algo, em determinado momento 
5O perfil do empreendedor: histórico e características
precisaremos de outras pessoas. Ou seja, nenhum de nós consegue alcançar o 
sucesso, em qualquer empreendimento, sem a participação de outras pessoas. 
Assim acontece com o empreendedor, que ao longo de todas as fases de seu 
negócio necessita de um forte sistema de apoio e aconselhamento. 
Esse apoio é fundamental, principalmente, na fase inicial do negócio, 
quando os empreendedores necessitam de informações, conselhos e orientações 
sobre os mais variados aspectos, como a importância da pesquisa de mercado 
e da elaboração de um plano de negócios. Nesse momento, é recomendável que 
o empreendedor inicie uma rede de contatos e estabeleça conexões estratégicas 
que o apoiem na formação do novo empreendimento. 
O empreendedorismo no Brasil não é algo novo, mas foi alavancado com a 
reformulação do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas 
(Sebrae), em 1990. A crise econômica pela qual o país passava no final dessa 
década, a instabilidade do emprego formal e a abertura dos mercados contri-
buíram para esse movimento revolucionário no país. Desde 1972, o Sebrae 
vem trabalhando para estimular o empreendedorismo no país e possibilitar a 
competitividade e a sustentabilidade dos empreendimentos de micro e pequeno 
porte (SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS 
EMPRESAS, 2018).
O Sebrae é uma entidade privada sem fins lucrativos cujo objetivo é capacitar e 
promover o desenvolvimento de pequenos negócios de todo o país. Teve início em 
1972 como Centro Brasileiro de Assistência Gerencial à Pequena Empresa (Cebrae) e foi 
transformado em Sebrae por meio do Decreto nº. 99.570, que complementa a Lei nº. 
8.029, de 12 de abril de 1990 (BRITO; PEREIRA; LINARD, 2013; GLOBAL ENTREPRENEURSHIP 
MONITOR, 2017).
Cabe destacar que os pequenos negócios são responsáveis por mais de um 
quarto do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. As micro e pequenas empresas 
são as principais geradoras de riqueza no comércio, com 53,4% do PIB desse 
setor. Na indústria, representam 22,5% do PIB, bem próximas das médias 
empresas, que representam 24,5% do PIB brasileiro. No setor de serviços, mais 
de um terço da produção nacional (36,3%) tem origem nos pequenos negócios. 
Os pequenos negócios representavam, em 2017, 98,5% dos empreendimentos no 
país, gerando a renda de 70% dos brasileiros ocupados no setor privado, o que 
O perfil do empreendedor: histórico e características6
comprova sua importância para a economia do país (SERVIÇO BRASILEIRO 
DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, 2018). 
A qualidade do empreendedorismo no Brasil vem melhorando bastante 
nos últimos anos. Isso se deve à ampliação do acesso às informações sobre 
criação e manutenção dos negócios, à atuação dos sistemas e redes de apoio aos 
negócios e à capacitação e às políticas públicas que vêm sendo desenvolvidas 
e adotadas nos últimos anos, como o Simples Nacional, a criação do Micro-
empreendedor Individual (MEI) e a reformulação do Portal do Empreendedor 
(GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR , 2017). 
Para saber mais sobre o Simples Nacional, o MEI e o Portal do Empreendedor, acesse 
os links a seguir:
https://goo.gl/UEPK5K
https://goo.gl/NHeTI
Existem ainda outros portais, bem como revistas e programas que visam a 
apoiar os empreendedores na criação, manutenção e expansão de suas empresas; 
por exemplo, o Endeavor Brasil, a Revista de Empreendedorismo e Gestão 
de Pequenas Empresas e o Programa Instituição Amiga do Empreendedor, 
entre outros.
Segundo o Sebrae (2018), toda essa rede de apoio tem por objetivo:
  desenvolver e ampliar as habilidades, os conhecimentos e as atitudes 
de empreendedores e estudantes;
  aperfeiçoar o perfil empreendedor e o ato de empreender;
  preparar o empreendedor para alcançar maiores índices de sucesso e 
sobrevivência de seus negócios e gerar riqueza;
  promover o comportamento e a mentalidade empresarial, ou seja, estimu-
lar no empreendedor a criatividade, o espírito de iniciativa, a aceitação 
do risco, a autoconfiança, a independência, etc.; 
  reduzir os riscos para o empreendedor.
É importante destacar que, além dos sistemas e redes de apoio formais 
para os empreendedores, as redes informais para apoio moral e profissional 
7O perfil do empreendedor: histórico e características
também podem beneficiar o empreendedor, conforme apontam Hisrich, Peters 
e Shepherd (2014). 
Rede de apoio moral: inclui amigos e familiares (filhos, tios, sogros, etc.) 
que podem apoiar o empreendedor com sua torcida pelo sucesso do negócio 
ou em momentos difíceis e solitários pelos quais o empreendedor passa ao 
longo do processo de empreender. Muitos empreendedores veem em seus 
cônjuges a maior fonte de apoio, uma vez que estão sempre ao seu lado e lhes 
permitem dedicar o tempo necessário ao novo empreendimento. Os amigos 
também são importantes fontes de apoio, uma vez que sua opinião e crítica 
são sempre mais verdadeiras do que as de outras fontes externas. 
Rede de apoio profissional: esse apoio também é fundamental, uma vez 
que o empreendedor necessita de várias orientações no processo de criação 
e implementação do novo empreendimento. Mentores, sócios, associações 
comerciais, afiliações pessoais, entre outros, podem ser fontes de aconse-lhamento. O mentor, por exemplo, é o indivíduo que ajuda o empreendedor 
em suas atividades empresariais; é alguém com quem o empreendedor pode 
compartilhar problemas e sucessos e que precisa ser um especialista no ramo, 
ou seja, ser capacitado, para proporcionar o aconselhamento prático necessá-
rio. As associações comerciais, por sua vez, podem auxiliar na manutenção 
da competitividade do novo empreendimento, uma vez que estão sempre 
informadas sobre tendências e novidades, com dados atuais sobre o setor. As 
afiliações pessoais do empreendedor (clubes, ações cívicas e grupos de ex-
-colegas de faculdade) também são excelentes fontes de referências, conselhos 
e informações. 
Rede de associados ao negócio: aqui estamos falando de indivíduos au-
tônomos que tenham a experiência em iniciar um negócio, clientes ou consu-
midores do produto ou serviço oferecido pelo empreendimento, especialistas, 
como consultores, advogados ou contadores, e os fornecedores. Clientes ou 
consumidores são extremamente importantes, pois, além de representarem 
a fonte de lucro do negócio, se satisfeitos, atuam na divulgação do negócio 
por meio do boca a boca, o que ajuda na formação da reputação e imagem do 
negócio. Os fornecedores possuem papel não menos importante do que o dos 
consumidores, uma vez que são eles que vão disponibilizar matéria-prima e 
outros suprimentos para o funcionamento do negócio. Assim, é extremamente 
importante manter boas e confiáveis relações com eles, que também podem 
contribuir com informações valiosas sobre a concorrência no setor. 
O perfil do empreendedor: histórico e características8
Você sabia que os indivíduos cujo exemplo o empreendedor pode almejar e copiar 
são conhecidos como modelos de conduta? Isso mesmo! Um dos principais fatores 
que influenciam os empreendedores em sua carreira é a escolha do modelo de con-
duta, representado pela figura de familiares, amigos ou empreendedores de sucesso, 
conforme lecionam Hisrich, Peters e Shepherd (2014).
Dessa forma, é importante que o empreendedor possua sua rede de apoio 
moral e profissional, pois esses contatos transmitem confiança, segurança, 
amparo, conselhos e, sobretudo, informações, elemento crucial em qualquer 
negócio. A confiança estabelecida nessas redes pode, por exemplo, permitir ao 
empreendedor ter acesso a recursos altamente valiosos, como conhecimentos 
e informações de difícil acesso, ou a troca de produtos e serviços difíceis de 
se obter por meio de arranjos contratuais. Além disso, com esses grupos de 
apoio, é possível compartilhar problemas e soluções que atuem como base 
e apoio para o novo empreendimento, conforme lecionam Hisrich, Peters e 
Shepherd (2014). Assim, à medida que a rede de apoio dá ao indivíduo maior 
certeza sobre sua chance de alcançar resultados com sucesso, mais fortalecidas 
serão suas intenções empreendedoras.
A força dos laços entre o empreendedor e qualquer indivíduo de suas redes de apoio 
está condicionada à frequência, ao nível e à reciprocidade do relacionamento entre 
eles. Ou seja, quanto maior a frequência e a profundidade desse relacionamento e os 
benefícios decorrentes dele, mais forte e duradoura será a conexão entre eles, segundo 
Hisrich, Peters e Shepherd (2014).
9O perfil do empreendedor: histórico e características
Empreendedorismo sustentável 
O mundo vem passando por rápidas transformações nos âmbitos político, 
econômico, social, cultural e ambiental. A degradação do meio ambiente, 
as mudanças climáticas e a falta de água potável são exemplos de problemas 
com que as sociedades têm sido obrigadas a conviver e lidar. Isso explica a 
preocupação cada vez mais crescente da sociedade com o desenvolvimento 
sustentável do planeta. Esses problemas são irreversíveis e suas consequ-
ências geram impactos na consciência e nas atitudes das pessoas, mudando 
seu comportamento em relação ao consumo de produtos e serviços de forma 
mais responsável, dando prioridade às empresas social e ambientalmente 
responsáveis, conforme aponta Degen (2009). 
As empresas, por sua vez, têm sido cada vez mais cobradas a participarem 
e se comprometerem com o desenvolvimento sustentável, contribuindo para o 
crescimento econômico por meio de geração de empregos e renda, inovação, 
investimentos e também ações que contribuam para o equilíbrio e a preser-
vação ambiental. Esse movimento em prol do desenvolvimento sustentável 
trouxe consigo muitas questões, fazendo surgir novos segmentos de atuação 
e o termo empreendedorismo sustentável, que se refere à adoção de práticas 
que visem a reduzir os danos causados ao meio ambiente. 
É possível definir o empreendedorismo sustentável como uma forma de 
empreendedorismo com foco no mercado e na criação de valor, com respeito 
aos aspectos ambiental e social. O empreendedorismo sustentável é a combi-
nação das dimensões econômica, social e ambiental do empreendedorismo. 
Ou seja, um empreendimento só pode ser considerado sustentável quando 
é ambientalmente, socialmente e economicamente sustentável, conforme 
lecionam os autores Pimentel; Reinaldo e Oliveira (2010) e Spence, Gherib 
e Biwolé (2011). 
Ou seja, o empreendedorismo sustentável tem seu foco na preservação da 
natureza e no suporte da vida e da comunidade, buscando oportunidades de 
criar novos produtos, processos e serviços para a geração de ganhos futuros, 
incluindo benefícios econômicos e não econômicos a indivíduos, à economia 
e à sociedade como um todo. Dessa forma, o empreendedor sustentável é 
aquele que busca alcançar seus lucros por meio de processos humanizados 
e que respeitem o meio ambiente, segundo Degen (2009) e Hisrich, Peters e 
Shepherd (2014). 
Em relação aos ganhos ambientais para terceiros, podemos citar a redução 
da poluição atmosférica, as melhorias na qualidade do ar ou da água potável e 
outros aspectos ligados à qualidade de vida. Como ganhos para a sociedade, 
O perfil do empreendedor: histórico e características10
podemos citar menores índices de mortalidade infantil, aumento da expectativa 
de vida, educação de qualidade, oportunidades igualitárias, etc. Outro ponto 
importante que deve ser lembrado é que a comunidade onde o empreendimento 
está inserido também deve ser beneficiada, conforme apontam Hisrich, Peters 
e Shepherd (2014).
O empreendedor com maiores conhecimentos sobre meio ambiente, como biodiversi-
dade e ecossistemas, possui maiores chances de perceber as mudanças e oportunidades 
no ambiente e agir em relação a elas, conforme Hisrich, Peters e Shepherd (2014).
Nesse sentido, as empresas devem se preocupar em mudar seu modelo de 
gestão, buscando minimizar todo e qualquer impacto negativo que sua atividade 
possa causar no meio ambiente, sensibilizando também seus consumidores 
quanto à importância de questões ambientais. 
Vejamos algumas dicas para ser um empreendedor sustentável:
  Investir em capital humano, incentivando o desenvolvimento contínuo 
dos colaboradores e permitindo que eles apresentem suas ideias e ino-
vações, contribuindo para os resultados da empresa; ouvir as pessoas 
e aceitar suas ideias é uma prática que envolve a sustentabilidade.
  Adotar processos ambientalmente corretos, sempre pensando em reduzir 
o impacto negativo ao meio ambiente. Isso vale para grandes e pequenas 
empresas, com ações como: troca de maquinários de alto consumo; 
redução do consumo de água, energia e combustível; eliminação da 
impressão de papel, etc. Ou seja, deve-se rever todos os processos que 
podem ser eliminados ou substituídos por processos mais econômicos 
e limpos.
  Estimular a consciência coletiva dos colaboradores sobre a impor-
tância de suas ações para o meio ambiente, envolvendo-os em ações 
sustentáveis.
  Buscar conhecimentos sobre práticas de empreendedorismo sustentável 
adotadas em outras empresas do mercado nacional e internacional que 
deram certoe podem ser adotadas em sua empresa.
11O perfil do empreendedor: histórico e características
  Conversar com os consumidores para conhecer sua percepção em relação 
a formas de redução de impactos negativos e economia de recursos 
escassos. Procurar saber como eles produziriam o produto ou serviço 
que você oferece. Dessa forma, você pode conseguir boas ideias. 
  Se o empreendimento estiver no estágio inicial, deve-se trazer na mala 
a cultura do empreendedorismo sustentável.
  Procurar inserir no mercado produtos e serviços compatíveis com as 
regras ambientais. Isso é um diferencial para o negócio, ou seja, produtos 
ambientalmente corretos possibilitam o crescimento da empresa em 
variados nichos de mercado. 
Cabe destacar que transformar uma empresa já estabelecida em uma em-
presa sustentável pode levar um tempo, pois ninguém muda o comportamento 
da noite para o dia. Para se tornar uma empresa social e ambientalmente 
sustentável, é necessário o envolvimento de todos, ou seja, do empreendedor 
e de seus colaboradores, em todas as áreas e níveis da empresa. 
Cada vez mais as empresas necessitam da licença social para atuar, uma vez que a 
sociedade está mais consciente da necessidade de promover o desenvolvimento 
sustentável. Essa licença pode ser cassada caso as empresas desrespeitam o meio 
ambiente, com práticas abusivas e agressivas, conforme leciona Degen (2009).
BRITO, A. M.; PEREIRA, P. S.; LINARD, A. P. Empreendedorismo. Juazeiro do Norte: Instituto 
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará – IFCE, 2013.
DEGEN, R. J. O empreendedor: empreender como opção de carreira. São Paulo: Prentice-
-Hall do Brasil, 2009. 
DOLABELA, F. O segredo de Luísa. Rio de Janeiro: Sextante, 2012.
DORNELAS, J. Empreendedorismo para visionários: desenvolvendo negócios inovadores 
para um mundo em transformação. Rio de Janeiro: LTC, 2013. 
O perfil do empreendedor: histórico e características12
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MINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO, LOGÍSTICA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS – SIMPOI, 
13., 2010, São Paulo. Anais... São Paulo: SIMPOI, 2010. 
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BRASIL. Lei nº 8029 de 12 de abril de 1990. Dispõe sobre a extinção e dissolução de 
entidades da administração Pública Federal, e dá outras providências. Brasília, DF, 
1990b. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8029cons.htm>. 
Acesso em: 12 nov. 2018. 
BRASIL. Portal do Empreendedor – MEI. [2018]. Disponível em: <http://www.portaldo-
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BRASIL. Receita Federal. Simples Nacional. O que é Simples Nacional? [2018]. Disponível 
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13O perfil do empreendedor: histórico e características
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