Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
wwwwww..ppoonnttooddoossccoonnccuurrssooss..ccoomm..bbrr 11 AULA 02 DAS PESSOAS JURÍDICAS (arts. 40 ao 69 CC) Meus Amigos e Alunos. Na aula anterior falamos sobre as Pessoas Naturais (ou Físicas). Hoje falaremos sobre as Pessoas Jurídicas, completando e encerrando o tema Pessoas. Na próxima aula, seguindo os editais, de uma forma geral, falaremos sobre um ponto novo. Antes de mais nada gostaria de esclarecer que esta aula tem ligação com Direito Constitucional, Administrativo e Comercial. Acabamos por “invadir” um pouco outras matérias. Mas cuidado. O que vai nos interessar é o enfoque do Direito Civil e não de outras matérias. Comecemos então... Como vimos, o homem, desde seus primórdios, sempre teve necessidade de se agrupar para atingir fins comuns. E o direito não ignorou estas unidades coletivas, dotando-as também de personalidade própria. A pessoa jurídica, portanto, é fruto desse fenômeno histórico e social. As Pessoas Jurídicas são entes resultantes da criação da lei. Existem como grupos constituídos para a realização de determinados fins, sendo dotadas de direitos e obrigações. No entanto a sua personificação é construção da técnica jurídica, podendo estabelecer relações jurídicas lícitas, facilitando o comércio e outras atividades. Elas existem porque a Lei assim permite. Observem que a doutrina também usa outras expressões sinônimas para se referir às Pessoas Jurídicas, tais como: Pessoas Morais, Coletivas, Abstratas, Fictícias ou “entes de existência ideal”. Tais expressões foram adotados por ordenamentos jurídicos de outros países. Mas, certa vez vi cair em um concurso: quais as características da “pessoa moral?” À primeira vista, para quem não conhece este termo, pensa que pessoa moral é sinônimo de pessoa física (pois uma pessoa física é que teria, digamos, ‘moral’). No entanto, o correto é dizer que pessoa moral (expressão adotada pela França) é sinônimo de pessoa jurídica. Portanto, prestem muita atenção quanto aos sinônimos usados nas questões pelos examinadores, pois como já vimos eles podem “derrubar” um excelente candidato, que conhece a matéria, mas desconhecia aquele termo. Por isso é que fornecemos o maior numero de sinônimos possível durante as aulas. As Pessoas Jurídicas (assim como as Físicas, como vimos) têm direito à personalidade (identificação, liberdade, boa reputação, etc.), direitos reais (pode ser proprietária, usufrutuária, etc.), direitos industriais (artigo 5º, XXIX da C.F.), direitos obrigacionais (comprar, vender, alugar, contratar, etc.) e até mesmo DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR wwwwww..ppoonnttooddoossccoonnccuurrssooss..ccoomm..bbrr 22 direitos sucessórios (pode adquirir bens causa mortis). Existem diversas teorias que tentam identificar a natureza da personalidade da Pessoa Jurídica. Como nossa aula é bem objetiva, visando concursos públicos, vamos deixar de lado a análise das diversas teorias sobre sua natureza jurídica e nos ater ao que tem prevalecido nas provas e exames: a corrente majoritária tem adotado a Teoria da Realidade Técnica, onde a pessoa jurídica existe de fato e não como uma mera abstração. É reconhecida pelo Estado com personalidade própria, distinta da de seus membros. São pressupostos de existência da Pessoa Jurídica: a) Vontade humana criadora. Para esse pressuposto, como sinônimo, tem caído nos exames a expressão em latim: affectio societatis, ou seja, intenção específica dos sócios em constituir uma sociedade. Esta expressão pode cair também no Direito Comercial. Na affectio societatis estão implícitas, também, a continuidade e a perseverança da vontade para a manutenção da sociedade. No Direito de Família, fala-se em affectio maritalis, ou seja, o vínculo afetivo que mantém unido o casal; em outras palavras, a intenção de permanecerem casados. Assim, a exigência de continuidade e de perseverança da vontade dos cônjuges para a manutenção do casamento é a mesma exigida para a manutenção de uma sociedade, razão pela qual os conceitos de affectio societatis e de affectio maritalis são muito semelhantes em sua essência. b) Obediência aos requisitos impostos pela Lei para sua formação (conforme veremos mais adiante – ato constitutivo e registro). c) Licitude de sua finalidade, ou seja, objeto lícito. Assim, de uma forma técnica podemos conceituar a Pessoa Jurídica como sendo a unidade de pessoas naturais ou de patrimônios, que visa a consecução de certos fins, reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos e obrigações. Por não poder atuar por si própria, a pessoa jurídica, como ente da criação da lei, deve ser representada por uma pessoa física (ou natural) ativa e passivamente, exteriorizando sua vontade, nos atos judiciais ou extrajudiciais. Ou seja, é necessário que haja uma Pessoa Física para assumir os compromissos e assinar os contratos dessa Pessoa Jurídica. De uma forma geral esta Pessoa Física age como se fosse o próprio ente social, devendo exprimir a vontade da Pessoa Jurídica, executando os seus objetivos. E, caso ocorra algum problema, irá responder por ela. Em regra essa pessoa é a indicada no ato constitutivo da Pessoa Jurídica. Na sua omissão, a representação será exercida por seus diretores. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões serão tomadas pela maioria dos votos, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso (art. 48 CC). Esta representação se extrai inicialmente (embora indiretamente) dos art. 46, inciso V e 47 do Código Civil. Mas também está prevista expressamente no art. 12 incisos I e II (para as Pessoas Jurídicas de Direito Público) e inciso VI (para as Pessoas Jurídicas de Direito Privado) do Código de Processo Civil (C.P.C.). DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR wwwwww..ppoonnttooddoossccoonnccuurrssooss..ccoomm..bbrr 33 Lembrando sempre que o Ato Constitutivo varia de acordo com o tipo de Pessoa Jurídica: estatuto (na associação); contrato social (na sociedade); escritura pública ou testamento (na fundação). CLASSIFICAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS: Seguindo a orientação da doutrina dominante (que neste caso também tem prevalecido nos concursos) podemos classificar as Pessoas Jurídicas (dentre outras maneiras), da seguinte forma: A) Quanto à Nacionalidade Elas podem ser consideradas como Nacionais ou Estrangeiras. Sociedade Nacional é a organizada conforme a lei brasileira e tem no País a sede de sua administração. A Sociedade Estrangeira não poderá funcionar no País sem autorização do Poder Executivo e ficará sujeita aos Tribunais brasileiros quanto aos atos aqui praticados. B) Quanto à Estrutura Interna trata-se de uma classificação puramente doutrinária, mas que já vi cair em concursos. - universitas personarum – nelas, o que é importante é o conjunto de pessoas, que apenas coletivamente goza de certos direitos e os exerce por meio de uma vontade única. Os exemplos são as sociedades e as associações. - universitas bonorum – que é o patrimônio personalizado para um determinado fim que lhe dá unidade. Os exemplos são as Fundações. O objeto e o patrimônio das Fundações são seus elementos essenciais. C) Quanto às Funções e Capacidade Dividem-se em Pessoas Jurídicas de Direito Público e de Direito Privado (art. 40 CC). Esta é a classificação mais importante (sob o ponto de vista prático). É a que tem caído nos concursos com maior freqüência. Tendo-se em vista que há uma subdivisão nesta classificação e levando-se em consideração a sua importância, vamos analisar melhor esta classificação. 1) Pessoas Jurídicas de Direito Público Externo ou Interno. Esta, por sua vez, pode ser subdividida em Administração Direta ou Indireta. 2) Pessoas Jurídicasde Direito Privado Fundações Particulares, Organizações Religiosas (Lei 10.825/03), Partidos Políticos (Lei 10.825/03), Associações e Sociedade, sendo que estas podem ser: simples (antigas civis) e empresárias (mercantis). Ficou confusa a classificação acima? Calma... esta é apenas uma visão global da classificação. Como dissemos, esta é a classificação mais importante. Por isso, vamos agora analisar cada uma das espécies mencionadas acima de forma minuciosa. Uma a uma, tudo ficará bem claro e compreensível. DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR wwwwww..ppoonnttooddoossccoonnccuurrssooss..ccoomm..bbrr 44 I – PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO Como vimos acima, de início, a pessoa jurídica de direito público pode ser dividida em: Direito Público Externo e Interno. A) DIREITO PÚBLICO EXTERNO As pessoas jurídicas de direito público externo são as regulamentadas pelo Direito Internacional abrangendo: os Estados estrangeiros. Citamos como exemplos os outros países soberanos, como o Uruguai, Canadá, Dinamarca, etc. Também os Organismos Internacionais. Ex: ONU (Organização das Nações Unidas), OEA (Organização dos Estados Americanos, FMI (Fundo Monetário Internacional), etc. Certa vez vi cair em um concurso: A Santa Sé é: ...? Ora, a Santa Sé é considerada como um País autônomo. É o Estado do Vaticano, a cúpula governativa da Igreja Católica. Portanto a resposta correta é: A Santa Sé considerada Pessoa Jurídica de Direito Público Externo. Foi esta a resposta considerada exata pelo gabarito. B) DIREITO PÚBLICO INTERNO É o Estado (no nosso caso, é o nosso País, o Brasil). O Estado é a pessoa jurídica de direito público interno por excelência. É a nossa nação, politicamente organizada. No entanto pode haver a seguinte subdivisão: 1) Administração Direta ou Centralizada (artigo 41, incisos I, II e III do CC) São elas: União, Estados-membros, Distrito Federal, Territórios e os Municípios legalmente constituídos. Costuma-se dizer que a União é uma soberania; as outras são autonomias. A União designa a nação brasileira, nas suas relações com os Estados-membros que a compõe e com os cidadãos que se encontram em seu território. Os Estados federados (Estados-membros) possuem autonomia administrativa, competência e autoridade legislativa, executiva e judiciária sobre os negócios locais. Já o Distrito Federal é a capital da União. É equiparado a um Estado federado por ser sede da União, tendo administração, autoridade e leis próprias atinentes aos serviços locais. Também se encaixam nesta classificação os Municípios legalmente constituídos, pois, têm interesses e economia próprios. Agora, chamo atenção para os Territórios. Como sabemos, já não existem mais os Territórios no Brasil (antigamente eles existiam: Rondônia, Roraima, Amapá, Fernando de Noronha, etc). Mas apesar de não existirem atualmente, a qualquer momento podem voltar a existir, pois há previsão legal na Constituição Federal, possibilitando a criação de um novo Território, por meio de Lei Complementar (arts. 18 §2º e 48, VI da C.F.). E se for criado um Território? Sob o ponto de vista do Direito Civil como ele será considerado? Como seria classificado? O que seria um Território? Esta questão já andou rondando alguns concursos... Resposta, sem medo de errar: para o Direito Civil ele será Pessoa Jurídica de Direito Público Interno, pois há previsão expressa no artigo 41 inciso II do Código Civil. Outra pergunta e completando o tema: mas o Território é Pessoa Jurídica de Direito Público Interno de Administração Direta ou Indireta? Neste caso não há previsão expressa do Código Civil. Portanto a resposta fica DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR wwwwww..ppoonnttooddoossccoonnccuurrssooss..ccoomm..bbrr 55 com os doutrinadores. Apesar de não haver uma unanimidade, os civilista se inclinam pela corrente que considera os Territórios como sendo Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno de Administração Direta. Observem que o art. 18, §2º da Constituição Federal determina que “Os Territórios Federais integram a União, e a sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar”. Vejam também o art. 33 da CF. Observação – Para o Direito Civil, República Federativa do Brasil e União são termos usados para significar os mesmos entes; há uma identidade entre eles. No entanto, em relação ao Direito Público (Administrativo e Internacional), costuma-se dizer que a primeira expressão é usada no plano externo, para identificar o Brasil perante os demais países. E a segunda expressão (União) é usada no plano interno. No Direito Constitucional aprendemos que na Federação há um laço de unidade entre as diversas coletividades federadas, de modo a mostrá-las, em suas relações internacionais como um Estado Único. Observe que entre os entes da Federação (como exemplo: a União e os Estados- membros) não há hierarquia, mas uma coordenação harmônica de poderes distribuídos pela Constituição. Há assim um só Estado soberano/federal (a União) e Estados membros/federados, sendo que ambos são titulares do poder para produzir o Direito (ou seja, possuem competência legislativa). Lembre-se que na Federação tradicional o Município não é um ente federado. Tal estipulação, bem como acerca do Distrito Federal são institutos típicos de nossa federação. Eles podem não existir na Federação, mas existem no Estado subunidade (ou seja, para a Teoria Clássica o Município é integrante do Estado- membro, mas não da Federação). Por isso dizemos que nossa federação é sui generis, pois ela admite diversos outros entes federados, inclusive os Municípios. Nossa Federação é assim imperfeita, uma vez que era um Estado Unitário sob forma monárquica, descentralizado através de províncias. Com a proclamação da República (em 1.889) transformou-se em uma Federação com o surgimento dos Estados-membros. Podemos dizer que a nossa Federação nada mais foi que uma maneira constitucional de descentralizar o poder político. Nosso Estado visto como Federação, externamente, a República Federativa do Brasil, é dotada de soberania, ou seja, não deve obediência jurídica a nenhum outro Estado. É juridicamente ilimitado. Só encontra limites em outra soberania estatal (outro país). Concluindo: a Federação é soberana. E os entes federados (entre eles a União e os Estados) são autônomos, com suas competências devidamente delimitadas pelo Direito. 2) Administração Indireta ou Descentralizada (artigo 41, IV e V) São órgãos descentralizados, criados por lei, com personalidade jurídica própria para o exercício de atividade de interesse público. São eles: as Autarquias, as Associações Públicas (Lei nº 11.107/05) e “as demais entidades de caráter público, criadas por lei” (conforme narra o Código Civil). Mas o que seriam essas demais entidades de caráter público criadas por lei? Atualmente não há mais dúvidas a respeito. O Código Civil está se referindo às Fundações Públicas. E, segundo a doutrina, nesta expressão também se incluem as Agências Reguladoras (que possuem natureza de autarquia federal especial), DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR wwwwww..ppoonnttooddoossccoonnccuurrssooss..ccoomm..bbrr 66 incumbidas de normatizar e fiscalizar a prestação de certos serviços de grande interesse público. Exemplos: ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), etc. Vamos então analisar cada um dos itens acima: a) Autarquias o São pessoas jurídicas de direito público, que desempenham atividade administrativa. São criadas por lei específica, têm patrimônio próprio e atribuições estatais específicase destinadas à realização de obras e serviços públicos, geralmente ligadas a área da saúde, educação, atividade econômica, etc. Ex: Banco Central, USP (Universidade de São Paulo), Imprensa Oficial do Estado, Inamps, INSS, IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), etc. Embora ligadas ao Estado, desfrutam de certa autonomia, possuindo orçamento próprio, mas sob o controle do Executivo que o aprova por Decreto e depois o remete ao controle do Legislativo. b) Associações Públicas o A Lei 11.107/05 regulou os consórcios públicos, cumprindo o disposto no art. 241 da Constituição Federal (“A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos”). A lei optou por atribuir personalidade jurídica aos consórcios públicos, sendo que ela se configura como uma associação, podendo ser de direito público ou de direito privado. Quando criado com personalidade de direito público, o consórcio público se apresenta como associação pública. Assim, introduziu-se uma nova forma de entidade na administração indireta, qual seja, a associação pública, incluindo-a entre as autarquias. c) Fundações Públicas o Constituem um acervo de bens, que recebe personalidade para a realização de fins específicos. Desde a promulgação da Constituição Federal de 1988 não há mais dúvidas sobre o regime jurídico de direito público das Fundações Públicas (embora sua origem seja do direito privado). Compreende patrimônio e finalidade, conforme veremos adiante, de forma pormenorizada. Ex: FUNARTE (Fundação Nacional das Artes), Fundação Biblioteca Nacional, etc. São fiscalizadas pelo Tribunal de Contas e indiretamente pelo Ministério Público, podendo haver instauração de Inquérito Civil para apuração de lesão ao erário. II – PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO A pessoa jurídica de direito privado é instituída por iniciativa dos particulares em geral. Dividem-se em: fundações, partidos políticos, organizações religiosas, associações e sociedades. A doutrina ainda acrescenta os sindicatos, pois eles têm natureza de associação civil. Vamos analisar cada um destes itens individualmente. 1 – Fundações Particulares DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR wwwwww..ppoonnttooddoossccoonnccuurrssooss..ccoomm..bbrr 77 O termo fundação é originário do latim, fundatio, ação ou efeito de fundar. A doutrina costuma usar a seguinte expressão: as fundações são universalidades de bens (resultam da afetação de um patrimônio e não da união de indivíduos), personificados, em atenção ao fim que lhes dá unidade. O próprio instituidor poderá administrar a fundação (forma direta) ou encarregar outrem para este fim (forma fiduciária). De acordo com o artigo 62, parágrafo único do CC terão sempre fins religiosos, morais, culturais ou de assistência. Exemplos: Fundação Roberto Marinho, Fundação São Paulo (mantenedora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), etc. São criadas a partir de escritura pública (também chamado ato ou negócio inter vivos) ou testamento (também chamado ato causa mortis). Portanto não podem ser criadas por instrumento privado. Para a sua criação pressupõem-se: x dotação de bens livres – o patrimônio deve ser apto a produzir rendas ou serviços que possibilitem alcançar os objetivos visados, sob pena de frustrá- los. x especificação dos fins (religiosos, morais, culturais ou de assistência). x previsão do modo de administrá-las (embora este item não seja essencial). x elaboração de estatutos com base em seus objetivos e submetidos à apreciação do Ministério Público estadual que os fiscalizará. Em regra o seu objetivo é imutável. No entanto é possível a reforma dos estatutos, desde que: seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação; não contrarie ou desvirtue o seu fim; seja aprovada pelo órgão do Ministério Público (caso este a denegue, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado). Recordem-se, como visto acima, que também existem as fundações públicas, instituídas pelo Estado, pertencendo os seus bens ao patrimônio público, com destinação especial. Nascimento As fundações surgem com o registro de seus atos constitutivos no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Características x seus bens como regra são inalienáveis (não podem ser vendidos ou doados) e impenhoráveis (não pode recair penhora). Para uma eventual venda de seus bens é necessário ingressar com uma ação judicial, onde é consultado o Ministério Público; posteriormente o Juiz decide, determinando se é ou não caso de venda desses bens. x o fundador é obrigado a transferir para a fundação a propriedade sobre os bens dotados; se não o fizer os bens serão registrados em nome dela por ordem judicial. x os estatutos são suas leis básicas. x os administradores devem prestar contas ao Ministério Público. x nelas não existem sócios. Supervisão das Fundações DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR wwwwww..ppoonnttooddoossccoonnccuurrssooss..ccoomm..bbrr 88 Como vimos, as fundações são supervisionadas pelo Ministério Público do Estado onde estiverem situadas, através da curadoria das fundações, que deve zelar pela sua constituição e funcionamento. Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público estadual. Término Não há prazo de duração para funcionamento de uma Fundação. Mas o instituidor pode fixá-lo. Por outro lado as fundações serão extintas se (art. 69 CC): a) tornarem-se ilícitas, impossíveis ou inúteis as suas finalidades; b) vencido o prazo de sua existência. Uma vez extinta a fundação, o destino do seu patrimônio será o previsto nos estatutos. Caso os estatutos sejam omissos, seu patrimônio será destinado a outras fundações com finalidades semelhantes (designadas pelo Juiz). 2 – Partidos Políticos Os partidos políticos são entidades integradas por pessoas com idéias comuns, tendo por finalidade conquistar o poder para a consecução de um programa. São associações civis que visam assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e defender os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal. De acordo com o art. 17, § 2º da C.F. e a Lei nº 10.825/03, os partidos políticos passaram a ser considerados como sendo pessoa jurídicas de direito privado, tendo natureza de associação civil. Os estatutos devem ser registrados no cartório competente do Registro Civil de Pessoas Jurídicas da Capital Federal e no Tribunal Superior Eleitoral (cf. Lei nº 9.096/95). Assim, não há mais dúvida sobre qual a natureza jurídica do Partidos Políticos. Está na lei... e pronto. 3 – Organizações Religiosas As organizações religiosas são pessoas jurídicas de direito privado, formadas pela união de indivíduos com o propósito de culto a determinada força (ou forças) sobrenaturais, por meio de doutrina e ritual próprios, envolvendo preceitos éticos. Atualmente a Lei 10.825/03 (que alterou o Código Civil) deixou bem claro que elas são pessoas jurídicas de direito privado. Mas, para mim isto nem seria necessário. Como sabemos, um dos Princípios introduzidos pelo regime republicano em 1.889 foi a separação Estado-Igreja. Portanto desde muito tempo as organizações religiosas não poderiam ser confundidas com o Estado ou com o Direito Público. A lei em questão apenas reforçou o princípio, deixando tudo aindamais claro. Além do mais o art. 44, §1º CC determina que “são livres a criação, a organização interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vendado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento”. Aplica-se às organizações religiosas as normas referentes às associações, no que houver compatibilidade. DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR wwwwww..ppoonnttooddoossccoonnccuurrssooss..ccoomm..bbrr 99 4 – Associações O Código Civil anterior fazia a maior “bagunça” em relação aos temas Associação e Sociedade. Não havia um padrão sobre seus conceitos e características. O atual Código colocou as coisas em ordem. As associações são caracterizadas pela união de pessoas que se organizam para fins não econômicos e pela inexistência, entre os associados, de direitos e obrigações recíprocas (art. 53 e seu parágrafo único do CC). O ato constitutivo é o seu estatuto que deve conter os requisitos do art. 54 CC. O fato de uma associação realizar um negócio para aumentar o seu patrimônio não a desnatura, pois não irá proporcionar lucro aos associados. As associações podem ser civis, religiosas, pias (de caridade), morais, educacionais, científicas ou literárias e de utilidade pública. Existe liberdade plena de associação para fins lícitos (CF, art. 5º XVII). Há casos excepcionais em que pode ser exigida autorização governamental para o seu funcionamento. Devem ser registradas. Com o registro passam a ter aptidões para ser sujeitos de direitos e obrigações, possuindo capacidade patrimonial e adquirindo vida própria, que não se confunde com a de seus membros. A Associação pode ser de pessoas físicas ou jurídicas (nesta última hipótese, citamos como exemplos a ABIOVE o Associação Brasileira das Indústrias de Óleo Vegetal; a ABIA o Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação, etc.). Os sindicatos têm natureza de associação e devem observar as respectivas regras legislativas. Mais adiante faremos um quadro para distinguir melhor Associação, Sociedade e Fundação sob a ótica do novo Código. 5 – Sociedades Sociedade é espécie de corporação dotada de personalidade jurídica própria e instituída por meio de um contrato social (que é o seu ato constitutivo), com o objetivo de exercer atividade econômica e partilhar lucros. Vimos que o atual Código Civil deixou bem claro que a finalidade lucrativa é o que distingue uma associação de uma sociedade. As sociedades podem ser divididas em: a) Sociedades Empresárias (o que anteriormente chamávamos de sociedades comerciais) são as que visam finalidade lucrativa, mediante exercício de atividade mercantil (ex: compra e venda mercantil). Segundo o art. 982 CC, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (Registro Público de Empresas Mercantis). Observem que não se utiliza mais a expressão comerciante, mas sim empresário, que é a pessoa que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços (art. 966 CC). b) Sociedades Simples (o que chamávamos de sociedades civis) visam, também, fim econômico (lucro), mediante exercício de atividade não mercantil. Em regra são constituídas por profissionais de uma mesma área, ou por prestadores de serviços técnicos. Exemplos: um escritório de advocacia, uma sociedade imobiliária, uma clínica dentária, etc. Seus atos constitutivos devem ser inscritos no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR wwwwww..ppoonnttooddoossccoonnccuurrssooss..ccoomm..bbrr 1100 As sociedades podem assumir a forma de: x sociedade em nome coletivo x sociedade em comandita simples x sociedade em conta de participação x sociedade limitada x sociedade anônima x sociedade em comandita por ações Atenção o Para se saber se uma sociedade é simples ou empresária, basta considerar o objeto desta sociedade, a natureza das operações habituais. Em concursos, a palavra-chave é o objeto. Se tiver por objeto atos de comércio (exercício de atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços), será empresária, qualquer que seja a forma por ela adotada. Caso contrário, será simples, exceto se adotar a forma de Sociedade Anônima, que, por força de lei, será sempre empresária. Pergunto agora: as empresas públicas e as sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito público ou privado? Esta questão sempre tem caído nos concursos porque induz a erro. A empresa pública e a sociedade de economia mista, apesar de terem capital público, são dotadas de personalidade jurídica de direito privado. São regidas pelas normas empresariais e trabalhistas (art. 173, §19 da C.F.), mas com as cautelas do direito público (ex: sujeitam-se ao controle do Estado – administrativo, financeiro e jurisdicional). Observem que o Direito Administrativo as considera como partes integrantes da Administração Indireta (juntamente com as Autarquias); são chamadas, inclusive, de entidades paraestatais (porque estão ao lado do Estado, sob seu amparo para realizar projetos de interesse coletivo). Podem perseguir fins não lucrativos, como também atividades econômicas. Cuidado para não confundir as entidades paraestatais, com as entidades autárquicas. Embora não seja propriamente minha matéria, gosto de falar um pouco sobre esse assunto, pois costuma cair em concursos (seja em Direito Civil, seja em Direito Administrativo). Embora ambas façam parte da Administração Indireta são diferentes. Autarquia é o “alongamento” do Estado (Direito Público), beneficiando-se de todos os privilégios administrativos do Estado, somente podendo realizar serviços públicos típicos, próprios do Estado. Já a Entidade Paraestatal é uma instituição de Direito Privado, afetada de interesse público, beneficiando-se apenas dos privilégios estabelecidos pela Lei e podendo executar qualquer atividade de interesse ou de utilidade pública. As empresas públicas e as sociedades de economia mista fazem parte da Administração Indireta do Estado, mais isso não quer dizer que sejam Pessoas Jurídicas de Direito Público. Portanto, se novamente cair algo em concurso referente a essas entidades, em Direito Civil (e tem caído com certa freqüência), vocês podem colocar sem medo que elas são Pessoa Jurídicas de Direito Privado. Observem como pode confundir: se tem dinheiro público, se é chamada de empresa pública, se seu estudo pertence ao Direito Administrativo, por que não é DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR wwwwww..ppoonnttooddoossccoonnccuurrssooss..ccoomm..bbrr 1111 considerada como pessoa jurídica de direito público? Pode parecer que há uma contradição. Por isso, vamos falar mais um pouco mais sobre elas: Empresas Públicas São pessoas jurídicas de direito privado, autorizadas por lei, a se constituírem com capital próprio e exclusivamente público, para realizar atividade econômica, mas de interesse da Administração Pública, podendo se revestir de qualquer das formas de organização empresarial (ex: Emurb, Casa da Moeda, Correios e Telégrafos, Caixa Econômica Federal, etc.). Costuma-se dizer que as empresas públicas valem-se dos meios da iniciativa privada para atingir seus fins de interesse público. Sociedades de EconomiaMista São pessoas jurídicas de direito privado, criadas por lei, constituídas com patrimônio público e particular, destinadas à exploração de atividades econômicas ou serviços de interesse coletivo, sendo suas formas sempre de Sociedade Anônima. As ações com direito a voto devem pertencer em sua maioria ao Poder Público (ex: Banco do Brasil, Petrobrás, etc.). Obs. - São consideradas como pessoas jurídicas de direito privado os Serviços Sociais Autônomos, de fins assistenciais, criadas e mantidas pelos poderes públicos, através de subvenções ou contribuições parafiscais, como: Legião Brasileira de Assistência (L.B.A.), Sesc, Sesi, Senai, etc. Agora, como prometi anteriormente, vamos fazer agora uma melhor distinção entre Associação, Sociedade e Fundação. 1 – Associação X Sociedade Associação o quando não há fim lucrativo (ou de dividir resultados, embora tenha patrimônio), formado por contribuição de seus membros para a obtenção de fins culturais, esportivos, religiosos, etc. Sociedade o quando visa fim econômico ou lucrativo, que deve ser repartido entre os sócios. 2 – Associação X Fundação Semelhanças: em ambas há a união de várias pessoas, com acervo de bens, não havendo finalidade lucrativa. Distinções: Associação o o patrimônio é constituído pelos associados, sendo um meio para atingir os seus objetivos (instrumental). Fundação o o patrimônio provém do instituidor, sendo seu elemento essencial (juntamente com o objetivo, a finalidade da fundação). INÍCIO DA EXISTÊNCIA LEGAL DA PESSOA JURÍDICA Enquanto a pessoa natural surge com um fato biológico (lembrando da aula anterior... o nascimento com vida), a pessoa jurídica tem seu início, em DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR wwwwww..ppoonnttooddoossccoonnccuurrssooss..ccoomm..bbrr 1122 regra, com um Ato Jurídico. No entanto há diferenças entre a forma de constituição de uma Pessoa Jurídica de Direito Público e de Direito Privado: Pessoas Jurídicas de Direito Público o sua existência se dá em razão da Lei e do Ato Administrativo, bem como de fatos históricos, previsão constitucional, tratados internacionais, etc. São regidas pelo Direito Público e não pelo Direito Civil. Um País surge quando afirma sua existência em face dos outros; os Estados-membros têm o reconhecimento de existência na Constituição Federal; os Municípios têm sua autonomia também assegurada pela Constituição, tendo seu início no provimento que os criou (são regidas pelas Constituições estaduais e as Leis Orgânicas). Já as autarquias e demais pessoas jurídicas de direito público são organizadas por leis publicas, que estabelecem todas as condições para o exercício de direitos e obrigações. Assim elas nascem com a própria Lei. Pessoas Jurídicas de Direito Privado o o fato que lhes dá origem é a vontade humana convergente (como vimos, affectio societatis). A sua criação possui duas fases: o ato constitutivo e o registro. x Ato Constitutivo a pessoa jurídica se constitui, por escrito, por ato jurídico unilateral inter vivos ou causa mortis (as fundações) e por ato jurídico bilateral ou plurilateral (as sociedades e as associações). É imprescindível: agente capaz, objeto lícito e forma prescrita em lei. Algumas sociedades civis dependem de prévia autorização do governo (ex: estabelecimentos de seguro, universidades, sociedades estrangeiras, bolsa de valores, etc. – confira art. 21, XII da CF). x Registro Público para que a pessoa jurídica exista legalmente, é necessário inscrever os contratos, estatutos ou compromissos no seu registro peculiar. Além disso, quaisquer alterações supervenientes deverão ser averbadas. Vejamos isso melhor: REGISTRO Somente com o registro a pessoa jurídica adquire a personalidade. Tal registro se dá no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídica (art. 1.150 CC). No entanto uma sociedade empresária deve ser registrada no Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins (Lei nº 8.934/94), sendo competente para tais atos as Juntas Comerciais. Lembrando que uma sociedade de advogados só pode ser registrada na Ordem dos Advogados do Brasil (EOAB, arts. 15 e 16, §3°). Um registro deve conter os seguintes elementos (art. 46 do CC): a) a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social (quando houver); b) o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores e dos diretores; c) forma de administração e representação ativa e passiva, judicial e extrajudicial; d) possibilidade e modo de reforma do estatuto social; DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR wwwwww..ppoonnttooddoossccoonnccuurrssooss..ccoomm..bbrr 1133 e) previsão da responsabilidade subsidiária dos sócios pelas obrigações sociais; f) condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio. No momento em que se efetua o registro a pessoa jurídica começa a existir, passando a ter aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações, obtendo capacidade patrimonial (que não tem relação absoluta com a dos sócios que a integram), adquirindo vida própria e autônoma, não se confundindo com a personalidade de seus membros. Assim, o registro da pessoa jurídica tem natureza constitutiva (ao contrário do registro civil de nascimento da pessoa física, cuja natureza é declaratória, uma vez que a condição de “pessoa” já foi adquirida no momento do nascimento com vida). Sem o registro de seu ato constitutivo a pessoa jurídica será considerada como sociedade não personificada, nos termos dos arts. 986 e seguintes do CC. Nesta hipótese o art. 990 do CC dispõe que os sócios respondem de forma solidária e ilimitada pelas obrigações sociais. No entanto os credores da sociedade devem primeiro executar o patrimônio social. E, na falta de bens, exigir a responsabilidade ilimitada do sócio (art. 989 CC). PRAZO O prazo de duração da Pessoa Jurídica é o que estiver previsto no contrato. Se não houver previsão, o prazo será indefinido. DOMICÍLIO DAS PESSOAS JURÍDICAS A pessoa jurídica também tem domicílio (art. 75 CC), que é a sua sede jurídica, onde os credores podem demandar o cumprimento das obrigações. x União seu domicílio é o Distrito Federal. No entanto quando a União for autora de uma causa, entrará com a ação na Capital do Estado (ou Território) em que tiver domicílio a outra parte (109, §1º da CF e art. 99 do Código de Processo Civil). Porém, pode ser demandada (ou seja, ser ré), à escolha do autor (ou seja, da parte que entrou com o processo): a) no Distrito Federal ou b) na Capital do Estado em que ocorreu o ato que deu origem à demanda, ou c) em que se situe o bem (art. 109, §§ 1º a 4º da Constituição Federal e Súmula 518 do Supremo Tribunal Federal). x Estados e Territórios as respectivas capitais. x Municípios o lugar onde funciona a administração municipal, a sede municipal. x Demais Pessoas Jurídicas o lugar onde funcionam as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial nos seus estatutos ou atos constitutivos. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. Admite-se, portanto, a pluralidade de domiciliar da pessoa jurídica, desde que tenha diversos estabelecimentos em lugares diferentes (ex: filais, agências, escritórios de representação, etc. – art. 75, §1º CC). Desta forma o local de cada estabelecimento dotado de autonomia DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORRLLAAUURROO EESSCCOOBBAARR DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR wwwwww..ppoonnttooddoossccoonnccuurrssooss..ccoomm..bbrr 1144 será considerado domicílio para os atos ou negócios nele realizados (Súmula 363 do STF). RESPONSABILIDADE CIVIL DAS PESSOAS JURÍDICAS Esse é um ótimo tema para concursos. Como regra a personalidade jurídica de uma Pessoa Jurídica não se confunde com a personalidade civil de seus membros e nem se confundem seus respectivos patrimônios. Ou seja, Pessoa Jurídica (e seu patrimônio) é uma coisa. Já as Pessoas Físicas (e seu patrimônio) que integram a Pessoa Jurídica é outra coisa (ou como costumo brincar... uma coisa é uma coisa... outra coisa é outra coisa completamente diferente...). No entanto, como veremos ainda na aula de hoje, há exceções a esta regra, como na Desconsideração da Personalidade Jurídica. Em relação às Pessoas Jurídicas, tanto as de Direito Público, como as de Direito Privado são responsáveis por seus atos. Se assumiram determinada obrigação, se assinaram determinado contrato, devem cumpri-lo da forma como estipulado. Se assim não procederem, podem responder com seus bens pelo inadimplemento (não cumprimento) contratual. Trata-se da responsabilidade assumida por meio de uma obrigação contratual. Já no campo extracontratual vigora a regra geral do neminem laedere (a ninguém se deve lesar), havendo uma leve nuance entre a responsabilidade das Pessoas Jurídicas de Direito Público e as de Direito Privado; ou seja, há um tratamento um pouco diferenciado entre elas. Vejamos: A) Direito Privado O Código Civil determina que as Pessoas Jurídicas de Direito Privado respondem pelos atos danosos praticados por seus empregados ou representantes. Trata-se de responsabilidade indireta. Ou seja, a Pessoa Jurídica irá responder por uma conduta praticada por terceiro (seu empregado), mas que, em razão de um vínculo com a pessoa jurídica, geram a responsabilidade desta, independentemente de culpa. A Pessoa Jurídica nada fez de irregular; quem agiu de forma errônea foi o empregado; mas mesmo assim ela responde por este ato. Este tipo de responsabilidade também é objetiva e solidária, pois a vítima pode reclamar os danos tanto da pessoa jurídica, como do agente causador do prejuízo. O atual ordenamento cuidou da responsabilidade apenas das pessoas jurídicas que têm finalidade lucrativa ou empresarial. No entanto parte da doutrina entende que uma associação ou fundação (sem finalidade lucrativa) também deve responder pelos danos causados a terceiros. Leiam o artigo 931 do CC que traz um exemplo de responsabilidade objetiva e o artigo 1.009 do CC que traz exemplo de responsabilidade solidária. Se ficou alguma dúvida, não se preocupem... voltarei a este tema em uma aula especial sobre Atos Ilícitos e Responsabilidade. B) Direito Público Histórico – A responsabilidade civil passou por diversas fases. A primeira é a irresponsabilidade total do Estado (The King can do not wrong). DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR wwwwww..ppoonnttooddoossccoonnccuurrssooss..ccoomm..bbrr 1155 Posteriormente, tentando justificar a responsabilidade estatal, surgiu a teoria civilista que distinguia na ação estatal duas espécies de conduta: Atos de Gestão – O Estado age como pessoa privada e seria responsável na gestão de seu patrimônio pelos prejuízos causados. Atos de Império – O Estado age no exercício de sua soberania e não poderia ser responsabilizado pelos seus atos lesivos. É lógico que esta teoria não foi aceita. E isto porque o Estado deve responder por sua conduta (tanto em uma ação quanto na sua omissão). Desta forma a responsabilidade civil do Estado saiu da esfera da teoria civilista e encontrou seu fundamento no direito público (teoria publicista), com base no princípio da igualdade de todos perante a lei (todos têm encargos eqüitativamente distribuídos, não sendo justo que, para benefício da coletividade, somente um sofra os ônus). Atualmente as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos (concessionárias e permissionárias) têm responsabilidade civil: x pelos danos que seus agentes (expressão ampla), nessas qualidades, causarem a terceiros (artigo 37, § 6º da Constituição Federal). Trata-se de responsabilidade de ressarcimento de danos, do tipo objetiva, isto é, a responsabilidade existe independentemente de culpa do funcionário. Há que se provar a conduta (positiva ou negativa), a lesão (dano patrimonial ou moral) e o nexo causal (a lesão foi causada pela conduta). Não se analisa a culpa. A vítima não necessita provar que se o agente teve ou não culpa. Provados somente aqueles três elementos (conduta, dano e nexo), o Estado deve indenizar. Lembrem-se que o vocábulo “culpa”, neste caso, deve ser entendido em seu sentido amplo, abrangendo a culpa em sentido estrito (o agente praticou uma conduta, mas não teve a intenção da ocorrência de um resultado específico, porém este acabou acontecendo por imprudência, negligência ou imperícia do agente) e o dolo (o agente teve a intenção de praticar a conduta, desejando os resultados advindos de sua conduta). Este tema também será melhor analisado na aula sobre “Ato Ilícito e Responsabilidade Civil”. Este mesmo artigo da Constituição (art. 37, §6º) autoriza ao Poder Público o direito de regresso contra o responsável da conduta. Assim, o Estado responde de forma objetiva (independente de culpa). Mas se ficar provada a culpa ou o dolo de uma terceira pessoa (ex: o funcionário), o Estado poderá acioná-lo (por meio desta “ação de regresso”). Desta forma, a responsabilidade do terceiro (funcionário) será subjetiva, pois neste caso deve estar configurada culpa em sentido amplo (que abrange o dolo ou a culpa em sentido estrito). x por atos de terceiros e por fenômenos da natureza. Neste caso, a responsabilidade é subjetiva. Ou seja, deve-se provar a culpa da Administração (ex: casos de enchentes ou depredações por movimentos populares, já previstos pela administração). Trata-se de uma exceção à regra de que o Estado DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR wwwwww..ppoonnttooddoossccoonnccuurrssooss..ccoomm..bbrr 1166 responde sempre de forma objetiva. Como vimos, nem sempre, pois há casos em que pode responder de forma subjetiva. Há alguma hipótese em que o Estado pode se exonerar (deixar de ter) de responsabilidade civil? – Sim... Uma delas ocorre quando não há nexo de causalidade entre a conduta e o dano. Outra hipótese é no caso de culpa exclusiva da vítima no evento. Neste caso também não há responsabilidade (e conseqüentemente também não haverá indenização) por parte do Estado. Historicamente temos duas teorias sobre a Responsabilidade Objetiva do Estado. A primeira é chamada de Risco Integral, em que o Estado responde sempre, em qualquer hipótese. A outra é a do Risco Administrativo em que o Estado responde objetivamente, porém não é em qualquer hipótese. Em alguns casos, como vimos acima, o Estado não responde, como no caso da culpa exclusiva (e não concorrente) da vítima. Portanto, conclui-se que a teoria adotada pelo Brasil é a da Responsabilidade Objetiva do Estado, mas na modalidade do Risco Administrativo e não na do risco integral. Portanto, cabe ação contra o Estado, mesmo que não se identifique o funcionário que causou o dano (culpa anônima da administração). Mas... como já disse, voltarei a este assunto em outra aula, onde as espécies de responsabilidades ficarão mais claras. Eu diria que este foi apenas um “aperitivo” sobre o tema. Outroassunto interessante. Atualmente há previsão de imputabilidade criminal também para as pessoas jurídicas, em atividades lesivas ao meio ambiente, não excluindo a das pessoas físicas. Ou seja, tanto a Pessoa Física como a Pessoa Jurídica podem cometer crimes e responder a processos criminais em relação a danos ao meio ambiente. A imputabilidade penal da pessoa Jurídica está prevista inicialmente na Constituição Federal. Vejam o que diz o artigo 225, §3º: "As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados". Este dispositivo foi regulado pela Lei 9.605/98. Vejam o que diz o seu art. 3º - "As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade". EXTINÇÃO DA PESSOA JURÍDICA A existência da Pessoa Jurídica (em relação às sociedades e às associações) termina: x pela dissolução deliberada de seus membros (extinção convencional), por unanimidade e mediante distrato. Distrato é a rescisão de um contrato. No caso é a convenção, em virtude da qual se promove a dissolução de uma sociedade. Pode ser amigável ou judicial. Para o DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR wwwwww..ppoonnttooddoossccoonnccuurrssooss..ccoomm..bbrr 1177 distrato seguem-se as mesmas regras que se fizeram próprias para a formação da sociedade (ou do contrato). É ressalvado o direito de terceiros e da minoria. Assim, se a minoria desejar a continuidade da sociedade, impossível será sua dissolução amigável (haverá então uma sentença judicial), a menos que o contrato contenha cláusula que preveja a extinção por maioria simples. No entanto, se a minoria tentar extinguir a pessoa jurídica, não conseguirá. x morte de seus membros (extinção natural) x quando a lei assim determinar. x em virtude de ato do governo – extinção administrativa (ex: o DL 9.085/46 prevê a dissolução das sociedades perniciosas, já o DL 314/67 reprime as organizações de tipo militar sem autorização legal, etc.). x pelo decurso do prazo, se constituída por prazo determinado. x pela falta de pluralidade de sócios (não existe sociedade de um sócio apenas), se a sociedade simples não for reconstituída no prazo de 180 dias. x dissolução por decisão judicial. É importante notar que a extinção da pessoa jurídica não se opera de modo instantâneo. Qualquer que seja o fator extintivo, tem-se o fim da entidade; porém, se houver bens em seu patrimônio e dívidas a resgatar, ela continuará em fase de liquidação, durante a qual ainda subsiste para a realização do ativo e pagamento de débitos. Assim, mesmo dissolvida uma pessoa jurídica, ela ainda pode subsistir, mantendo a personalidade para fins de liquidação. Encerrada a liquidação, aí sim, promove-se o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica. Destino do patrimônio na dissolução Tratando-se de uma Sociedade (que possui finalidades econômicas, lucrativas), cada sócio terá direito ao seu quinhão; o remanescente do patrimônio social será partilhado entre os sócios ou seus herdeiros. Tratando-se de uma Associação (que não possui finalidades lucrativas), seus bens serão destinados: x conforme o previsto nos estatutos. x se não houver previsão, serão destinados a estabelecimento municipal, estadual ou federal que possua finalidades semelhantes aos seus. GRUPOS DESPERSONALIZADOS Como vimos, as sociedades, as associações, as fundações, etc., possuem personalidade jurídica. Mas nem todo grupo que objetiva um determinado fim é dotado de personalidade jurídica. Os grupos despersonalizados (ou com personificação anômala) constituem um conjunto de direitos e obrigações, de pessoas e bens, sem personalidade jurídica. No entanto, apesar de não terem personalidade, possuem capacidade processual isto é, capacidade para DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR wwwwww..ppoonnttooddoossccoonnccuurrssooss..ccoomm..bbrr 1188 postular em juízo (ou seja, ser autor ou réu em uma ação judicial). Citamos como exemplos, dentre outros: x Sociedades Irregulares e de Fato (não personificadas) são entidades já criadas e em funcionamento, mas que não têm existência legal, pois não foram registradas. x Massa Falida é uma instituição criada por lei para exercer os direitos do falido. Decretando-se a falência de uma sociedade, a pessoa perde o direito à administração e à disposição do patrimônio, sendo que os bens são arrecadados e a reunião desses bens recebe o nome de massa falida, que é um ente despersonalizado, voltado à defesa dos interesses dos credores, podendo inclusive agir contra o falido. Não é um sujeito de direito, não podendo contrair obrigações. O Administrador Judicial da falência (falava-se em Síndico) a representa ativa e passivamente (ou seja, pode ser autor ou réu de uma ação judicial). x Espólio conjunto de direitos e obrigações do de cujus (pessoa que faleceu), ou seja, uma simples massa patrimonial deixada pelo autor da herança; é a herança, propriamente dita. Ela não é pessoa jurídica, não tendo nenhuma personalidade. O inventariante prestará compromisso legal e irá representar ativa e passivamente, em juízo ou fora dele os interesses do espólio. Obs: A expressão latina “de cujus” se refere à pessoa que faleceu. Na verdade se trata das primeiras palavras de uma expressão maior: “de cujus successione agitur” (de cuja sucessão se trata). x Herança Jacente e Vacante é o conjunto de bens deixados pelo falecido, enquanto não entregue a um sucessor devidamente habilitado. Morrendo uma pessoa, seus bens vão para os seus herdeiros, sejam eles legais (a lei fornece uma relação dos herdeiros) ou testamentários (o de cujus deixa um testamento). Mas e se a pessoa morrer, deixar muitos bens, mas não deixar herdeiros e nem testamento? O que ocorre? – Ora, se a pessoa deixou bens, deve-se abrir sua sucessão, que se dá através de um processo chamado inventário. Assim, ocorre a herança jacente se, não havendo testamento, o de cujus não deixar herdeiros, ou deixando, eles renunciam, ficando sob a guarda e administração de um curador nomeado pelo Juiz. Aguarda-se... ninguém apareceu... Os bens da herança jacente são então declarados vacantes. Foram realizadas todas as diligências, não aparecendo nenhum herdeiro um ano depois de concluído o inventário. Decorridos cinco anos da abertura da sucessão, os bens arrecadados passarão ao domínio do Estado (em sentido amplo). Este tema será melhor analisado e aprofundado na aula sobre o Direito das Sucessões. No entanto não é todo edital que exige este tema. E nós temos que nos ater ao que consta no Edital do Concurso. x Condomínio Especial (condomínio em edificações) – trata-se de uma questão controvertida. A tendência atualmente é considerá-lo como tendo personalidade jurídica. Cabe a representação do condomínio (ativa e passiva) ao síndico ou administrador (que pode ser uma pessoa física ou jurídica). Vejam que hoje em dia um condomínio deve ter CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR wwwwww..ppoonnttooddoossccoonnccuurrssooss..ccoomm..bbrr 1199 Jurídicas). No condomínio há uma affectio societatis (lembram-se desta expressão falada no início da aula?), havendo aptidão à titularidade de direitos e deveres, podendo adquirir imóveis, materiais para construção, conservação e administração do edifício em seu nome. DESCONSIDERAÇÃODA PERSONALIDADE JURÍDICA Esse é um assunto muito atual no Direito Civil e por isso um ótimo tema para concursos. Há um histórico muito bonito sobre esse instituto. Resumindo. No início, no Brasil, tratava-se apenas de uma doutrina introduzida pelo direito anglo-saxão. Em razão do berço desta teoria (Inglaterra e EUA) é comum a utilização de termos em língua estrangeira: disregard of the legal entity (desconsideração da pessoa jurídica) ou disregard doctrine (doutrina da desconsideração), ou piercing the corporate veil (perfurando ou rasgando o véu da corporação ou personalidade jurídica) ou lifting the corporate veil (levantando ou desvelando o véu da corporação). Anteriormente não havia no Brasil uma previsão expressa na lei. Quem primeiro tratou do tema no Brasil foi o prof. Rubens Requião. Relata a doutrina que o primeiro caso abordando o tema ocorreu em 1.897, na Inglaterra no caso “Salomon v. Salomon & Cia”. Aaron Salomon constituiu uma sociedade com seis sócios, todos eles membros de sua família, cedendo uma ação para cada e reservando outras vinte mil para si. A empresa, que passava por dificuldades financeiras, emitiu títulos privilegiados, sendo que o próprio Salomon os adquiriu. A sociedade faliu e pagou seu débito para com Salomon (que era credor com privilégios), não conseguindo pagar os demais credores sem preferências. Entendeu-se que Salomon usou a companhia como escudo para lesar os demais credores. A tese inicialmente vingou. No entanto a Câmara dos Lordes acabou por entender que a conduta Salomon foi legal, pois ele (na ocasião) não poderia responder pessoalmente pelas dívidas sociais. Apesar disso a tese perdedora da desconsideração repercutiu e acabou se espalhando nos Estados Unidos e demais países europeus. No Brasil os juízes começaram a aplicá-lo como uma questão de justiça, de eqüidade, coibindo abusos e enriquecimentos sem causa. Com o tempo esta doutrina foi ganhando força, até que acabou sendo inserida no Código de Defesa do Consumidor. Daí foi se espalhando por todo o Direito brasileiro e acabou chegando também no Direito Civil, de forma expressa, com a edição do atual Código. Vamos explicar como funciona: Como sabemos, a pessoa jurídica, a exemplo da física, pode ser sujeito de direitos e obrigações, tendo existência independente dos membros que a compõem, ou seja, sem qualquer ligação com a vontade individual das pessoas físicas que a compõem. Como disse atrás... Pessoa Jurídica é uma coisa... Pessoas Físicas que integram, que compõem a Pessoa Jurídica é outra coisa. Desta forma a Pessoa Jurídica somente responderá pelos débitos dentro dos limites do capital social, ficando a salvo o patrimônio individual dos sócios que a compõe. DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR wwwwww..ppoonnttooddoossccoonnccuurrssooss..ccoomm..bbrr 2200 Devido a essa exclusão de responsabilidade dos sócios, que vigorava de forma plena em nosso Direito, a pessoa jurídica, por vezes, se desviou de seus princípios e finalidades, cometendo abusos, fraudes e desonestidades (evidente que se trata de uma minoria; não vamos aqui generalizar), provocando uma reação na doutrina e jurisprudência. A pessoa jurídica serviria como um escudo, uma couraça ou um manto protetor de distorções e fraudes levadas a efeito por uma pessoa física. Visando coibir tais abusos, surgiu a figura da desconsideração, despersonalização ou despersonificação da pessoa jurídica ou penetração na pessoa física (alguns também chamam de desestimação da pessoa jurídica). Com isso, se alcançam as pessoas físicas e seus bens que se escondem dentro de uma pessoa jurídica para fins ilícitos ou abusivos. Como se costuma dizer, com isso “retira-se o véu da pessoa jurídica, deixando a descoberto o patrimônio das pessoas físicas responsáveis pelo dano”. Tal instituto permite ao Juiz não mais considerar os efeitos da personificação da sociedade, para atingir e vincular também as responsabilidades dos sócios, com intuito de impedir a consumação de fraudes e abusos cometidos, desde que causem prejuízos e danos a terceiros. Desta forma, os bens particulares dos sócios podem responder pelos danos causados a terceiros. Neste caso específico e determinado, o Juiz não leva em consideração a pessoa jurídica (daí desconsideração da pessoa jurídica), decidindo como se a pessoa física (ou natural) tivesse realizado o negócio. No entanto, o Juiz deve decidir com cautela, examinando cada caso em particular, se foram preenchidos todos os requisitos legais para decretação da medida. É como eu costumo dizer... cada caso é um caso... Como disse, nosso atual Código Civil acolheu tal princípio em seu art. 50: “Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica”. Ocorre a confusão patrimonial, quando se analisa a escrituração contábil (ou das contas bancárias) e apura-se que a sociedade costuma pagar as dívidas pessoais do sócio, ou que este recebe créditos dela, etc. Fala-se atualmente em Teoria Menor e Teoria Maior da desconsideração. A Menor é aquela em que se dispensa um raciocínio mais cuidadoso para a incidência do instituto, bastando que a diferenciação patrimonial da sociedade e sócio seja um obstáculo à satisfação dos credores. Toda a vez que a pessoa jurídica não tenha bens suficientes em seu patrimônio para a satisfação de crédito os sócios seriam responsabilizados. Já na Teoria Maior é necessário é necessário maior apuro e precisão na constatação dos requisitos legais. Não é em qualquer hipótese que a desconsideração se aplica; ela somente ocorrerá em casos especiais previstos na Lei. Foi esta a adotada pelo Brasil. O estatuto legal pioneiro no Brasil sobre o tema foi o Código de Defesa do Consumidor (C.D.C. – Lei nº 8.078/90), ainda em vigor. Prevê tal estatuto: Art. 28: “o Juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR wwwwww..ppoonnttooddoossccoonnccuurrssooss..ccoomm..bbrr 2211 quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inativadade da pessoa jurídica causada por má administração”; §5º: “também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores”. Existem outras leis que também tratam do assunto. Ex: Lei 8.884/94 (art. 18), Lei 9.605/98 (atividades lesivas ao meio ambiente – art. 4°), etc. Como se trata de medida excepcional, tem-se entendido que a desconsideração da personalidade jurídica (ou, como também dizem outros doutrinadores, “a superação episódica da personalidade jurídica”) somente pode atingir os bens da pessoa que incorreu na prática do ato irregular, após a observância dos parâmetros exigidos pela lei. Esclareço que subsiste, ainda, o princípio da autonomia subjetiva da pessoa jurídica, distinta da pessoa de seus sócios, mas tal distinção é afastada nas hipóteses previstas na lei. Ou seja, a regra ainda é a da consideração da personalidade jurídica, prevalecendo, sobretudo, a diferenciação patrimonial da sociedade e seus sócios. Não se retirou a personalidade jurídica de forma total. A aplicação da teoria não importa em dissolução ou anulação da sociedade. Mas apenasa desconsidera em determinadas situações especificadas na lei. Fala-se em desconsideração inversa, quando se vincula o patrimônio da pessoa jurídica por obrigação de um sócio. Ex: um sócio adquire bens de grande valor e os registra em nome da pessoa jurídica sob seu controle, para livrá-los de uma futura partilha em uma separação judicial. Como uma evolução da desconsideração da personalidade jurídica tem-se adotado a Teoria da Sucessão de Empresas, pela qual, nos casos em que ficar patente a ocorrência de fraude poderá o magistrado estender as responsabilidades de uma empresa para outra (denominadas empresa sucedida e sucessora, respectivamente). Outra questão diz respeito à hipótese em que uma Pessoa Jurídica é controlada (direta ou indiretamente) por outra. Desconsidera-se uma, para atingir a outra. Mas há casos de difícil solução por não se saber bem que é a controladora. E mais. Às vezes uma pessoa jurídica age no País com pouco ou nenhum patrimônio e está totalmente em mãos de uma empresa escritural estrangeira (as chamadas off shores), praticando irregularidades. É um caso de difícil solução, cabendo ao Juiz avaliar este aspecto e onerar o patrimônio do verdadeiro responsável pelo fato, sempre que um prejuízo injusto for ocasionado a terceiros. Meus amigos e alunos. Completando a aula, vamos agora apresentar o nosso quadro sinótico, que é um resumo do que foi falado na aula de hoje. Esse resumo tem a função de ajudar o aluno a melhor assimilar e memorizar os conceitos e classificações dadas em aula sobre o tema PESSOA JURÍDICA dando uma visão completa sobre o tema e também para facilitar a revisão da matéria para estudos futuros. Vamos a ele. DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR wwwwww..ppoonnttooddoossccoonnccuurrssooss..ccoomm..bbrr 2222 QUADRO SINÓTICO PESSOAS JURÍDICAS (arts. 40 ao 69 CC) PESSOA JURÍDICA (moral ou coletiva) – arts. 40 a 69 CC – Unidade de Pessoas Naturais (físicas) ou de patrimônios, que visa a consecução de certos fins, reconhecido como entidade com aptidões de direitos e obrigações; a lei empresta-lhe personalidade, capacitando-a para ser sujeito de direitos e obrigações. Corrente majoritária o Teoria da Realidade Técnica. CLASSIFICAÇÃO PRINCIPAL A) Pessoas Jurídicas de Direito Público 1 – Externo o Regulamentadas pelo Direito Internacional – Ex: outros países soberanos, Santa Sé, organismos internacionais (ONU, OEA). 2 – Interno o O Estado. a) Administração Direta ou Centralizada o União, Estados Membros, Distrito Federal, Territórios e Municípios. b) Administração Indireta ou Descentralizada o Autarquias, as Associações Públicas (Lei 11.107/05) e as demais entidades de caráter público criadas por lei (Fundações Públicas). B) Pessoas Jurídicas de Direito Privado 1 – Espécies a) Fundações Particulares – universalidades de bens personificados em atenção ao fim que lhes dá unidade (arts. 62/69 CC). Registro da escritura pública ou testamento. Dotação de bens livres que passam a ser inalienáveis e especificação dos objetivos. b) Partidos Políticos (Lei 10.825/03). c) Organizações Religiosas (Lei 10.825/03). d) Associações – união de pessoas, sem finalidade lucrativa. e) Sociedades – Simples ou Empresárias o ambas visam finalidade lucrativa; no entanto a diferença está no seu objeto: exercício (ou não) de atividade mercantil. Espécies: nome coletivo, comandita simples, conta de participação, limitada, DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR wwwwww..ppoonnttooddoossccoonnccuurrssooss..ccoomm..bbrr 2233 sociedade anônima (esta será sempre empresária) e comandita por ações. Obs. – Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista são consideradas como Pessoas Jurídicas de Direito Privado. 2 – Início a) Ato Constitutivo – ato jurídico unilateral inter vivos ou causa mortis (fundações) ou ato jurídico bilateral ou plurilateral (associações e sociedades). b) Registro Público – inscrição dos contratos, estatutos ou compromissos no seu registro peculiar. Requisitos o art. 46 CC. 3 – Domicílio a) Direito Público – art. 75, incisos I, II e III CC. b) Direito Privado – Diretoria e Administração – art. 75, inciso IV do CC. c) Pluralidade Domiciliar – 75, §1º CC. d) Foro de Eleição – escolhido no contrato. 4 – Término – dissolução deliberada de seus membros; hipóteses em que a lei determina; decurso de prazo (quando for constituída por prazo); falta de pluralidade de sócios; dissolução judicial. 5 – Grupos Despersonalizados o sociedades de fato ou irregulares, massa falida, espólio, etc. RESPONSABILIDADE Tanto as pessoas jurídicas de direito público como as de direito privado são responsáveis pelo que estiver disposto no contrato (responsabilidade contratual), respondendo com seus bens pelo eventual descumprimento de cláusulas contratuais. Já na órbita extracontratual há certa divisão em relação a responsabilidade: a) Pessoa Jurídica de Direito Privado – regra o possui responsabilidade indireta, ou seja, a pessoa jurídica deve reparar o dano causado pelo seu representante que agiu de forma contrária ao direito. Além disso, a responsabilidade é solidária, pois em razão do vínculo entre a pessoa jurídica e seus funcionários, a vítima pode reclamar os danos tanto da pessoa jurídica como do agente causador do dano. b) Pessoa Jurídica de Direito Público – regra o responsabilidade objetiva do Estado (art. 37, §6° C.F. – teoria do risco administrativo). O Estado, como regra, responde independentemente de culpa. No entanto tem o mesmo ação DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR wwwwww..ppoonnttooddoossccoonnccuurrssooss..ccoomm..bbrr 2244 regressiva contra o funcionário causador do dano, se provada a culpa deste. O Estado não responde se não houver nexo de causalidade entre a conduta e o dano ou se houve culpa exclusiva da vítima no evento DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA – disregard of the legal entity – art. 50 CC o atinge e vincula responsabilidades dos sócios (atingindo seus bens particulares), com intuito de impedir abuso da personalidade jurídica, desvio de finalidade ou confusão patrimonial. Previsto também no CDC, art. 28 e seu §5º. TESTES Lembrando que estes testes já caíram em concursos anteriores e têm a finalidade de revisar o que foi ministrado hoje, completando a aula. Muitas informações relativas à matéria, principalmente algumas situações especiais estão nas respostas dos testes. Algumas dúvidas que o aluno ficou em aula podem ser esclarecidas com os exercícios. Além disso, o aluno vai “pegando a malícia dos testes”; o quê exatamente o examinador quer com tal questão. Será que tem alguma “pegadinha”? Daí a importância de se fazer os testes e ler todas as respostas com atenção. Por tal motivo o gabarito é totalmente comentado. Façam os exercícios com calma. Não se afobem. Não há motivos para isso. Se estiverem cansados, não façam neste momento. Deixem para depois. Também não façam os testes “apenas por fazer”. Eles devem ser encarados como uma forma de aprendizado. Também não se preocupem com o nível de acerto. Neste momento isto não é importante. Muitos exercícios têm um nível elevado, acima dos concursos de uma forma geral. Agora, concentrem-se como se estivessem fazendo uma prova. Vamos começar... 01 – (MAGISTRATURA DE SÃO PAULO – CONCURSO 171) A idéia de personalidade exprime a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações. Assim sendo, face ao direito positivo: a) apenas o ser humano é dotado de personalidade. b) todos os seres humanos e os entes morais (associações, sociedades e fundações) são dotados de personalidade.c) apenas o ser humano com capacidade plena é dotado de personalidade. d) o espólio, a massa falida e a herança jacente também são dotados de personalidade. DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR wwwwww..ppoonnttooddoossccoonnccuurrssooss..ccoomm..bbrr 2255 02 – (T.R.F. – 1a. Região – Técnico Administrativo – 2006) De acordo com o Código Civil brasileiro, as autarquias, os partidos políticos e a União, são, respectivamente, pessoas jurídicas de direito: a) público interno, público interno e público externo. b) privado, público interno e público interno. c) público interno, privado e público interno. d) privado, público interno e público externo. e) público interno, privado e público externo. 03 – São Pessoas Jurídicas de Direito Público: a) União, Estados-membros, Municípios e Empresa Pública. b) União, Estados-membros, Municípios e Sociedades de Economia Mista. c) União, Estados-membros, Municípios Distrito Federal e Territórios. d) União, Estados-membros, Municípios, Autarquias e Empresas Públicas. e) União, Estados Membros, Fundações, Autarquias e Sociedades Civis sem finalidade lucrativa. 04 – As Fundações são: a) pessoas jurídicas de direito público ou privado, integradas por bens livres e com especificação de suas finalidades. b) pessoas jurídicas de direito público, integradas por bens livres e com especificação de suas finalidades. c) pessoas jurídicas de direito privado, integradas por bens livres e com especificação de suas finalidades. d) universalidade de bens, sem fim lucrativo e sem personalidade jurídica. d) universalidade de pessoas, despersonalizadas. 05 – Assinale a alternativa que pode não corresponder a uma pessoa jurídica de direito público interno: a) as Autarquias. b) os Municípios. c) as Associações. d) a União. e) as Fundações Públicas. 06 – Está correto afirmar que: DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR wwwwww..ppoonnttooddoossccoonnccuurrssooss..ccoomm..bbrr 2266 a) as sociedades simples só podem se dissolver pela vontade de seus sócios. b) o patrimônio das associações sempre será distribuído para os associados em casos de dissolução. c) há sociedades simples, que para se constituírem dependem de autorização do governo. d) as fundações são espécies de associações. e) as sociedades simples não têm finalidade lucrativa. 07 – (Tribunal Regional do Trabalho – 3a Região – Analista Judiciário – 2005) São pessoas jurídicas de direito privado: a) as sociedades de economia mista e as autarquias. b) as empresas públicas e os municípios. c) as fundações e o Distrito Federal. d) os partidos políticos e as organizações religiosas e) o condomínio edilício e as associações. 08 – (Procurador do Banco Central 2005) São Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno: a) as fundações e as associações. b) somente a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal. c) as empresas públicas e as sociedades de economia mista. d) as autarquias e as associações públicas. e) os partidos políticos e as autarquias. 09 – (FCC – Procurador do Estado AM – 2006) A criação e funcionamento das Organizações Religiosas: a) são livres; entretanto é permitido ao Poder Público negar reconhecimento dos seus atos constitutivos, permanecendo, neste caso, como entidades de fato. b) dependem de autorização do Poder Público, que poderá negar-lhes reconhecimento se entender nocivas ou perigosas. c) são livres, sendo vedado ao Poder Público negar-lhes reconhecimento ou registro de seus atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. d) dependem de aprovação do Ministério Público para terem seus atos constitutivos registrados. e) dependem do reconhecimento do Poder Público como entidades filantrópicas ou assistenciais. DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR wwwwww..ppoonnttooddoossccoonnccuurrssooss..ccoomm..bbrr 2277 10 – (Técnico do Ministério Público da União – 2007) A respeito das Pessoas Jurídicas, analise: I – As autarquias, os partidos políticos e as organizações religiosas são pessoas jurídicas de direito público interno. II – Em regra, se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes. III – Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório. IV – As fundações somente poderão constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência. É correto o que conta APENAS em: a) I, II e III. b) I, II e IV. c) II e III. d) II, III e IV. e) II e IV. 11 – (Tribunal Regional do Trabalho – Analista Judiciário – 2005) Uma associação civil, regularmente constituída e em funcionamento há mais de um ano, caso tenha um direito líquido e certo seu violado, de modo ilegal e abusivo, por ato de autoridade pública, tem como remédio constitucional apropriado para sua defesa: a) ação civil pública. b) mandado de segurança. c) habeas data. d) ação popular. e) mandado de injunção. 12 – Assinale a alternativa correta. a) a existência legal das pessoas jurídicas de direito público começa com a inscrição do ato constitutivo no registro pertinente, cujo prazo decadencial é de 05 (cinco) anos para que o interessado postule a anulação de seus atos constitutivos. b) somente em caráter excepcional, as pessoas jurídicas de direito público são civilmente responsáveis pelos atos de seus representantes, que, nessa condição, causem danos a terceiros, quando agirem de modo contrário ao DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL PPAARRAA OO IICCMMSS--RRJJ PPRROOFFEESSSSOORR LLAAUURROO EESSCCOOBBAARR wwwwww..ppoonnttooddoossccoonnccuurrssooss..ccoomm..bbrr 2288 direito ou faltando a dever prescrito em lei, exceto o direito de regresso contra os causadores do dano. c) são pessoas jurídicas de direito público a União, os Estados, os Municípios e os partidos políticos. d) são pessoas jurídicas de direito privado as associações de utilidade pública e, excepcionalmente, o Distrito Federal. e) obrigam as pessoas jurídicas os atos praticados por seus administradores, que forem exercidos dentro dos limites fixados no ato constitutivo das mesmas. 13 – (ICMS/SP – 2006) Tendo a Pessoa Jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes: a) seu domicílio será considerado somente o lugar onde funcionar a respectiva diretoria. b) considerar-se-á seu domicílio, apenas, a Capital Federal. c) não possui domicílio. d) seu domicílio será considerado, apenas, o lugar onde funcionar o principal estabelecimento. e) cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. 14 – (ICMS/SP – 2006) Considere as afirmações abaixo sobre as Pessoas Jurídicas: I – Têm personalidade jurídica pública as autarquias, as empresas públicas e as sociedades de economia mista. II – Constituída uma fundação por negócio entre vivos, se o instituidor não lhe transferir a propriedade dos bens dotados, serão registrados em nome da fundação por mandado judicial. III – Constituem-se as associações particulares pela união de pessoas físicas ou jurídicas, que se organizam para fins não econômicos. IV – Dissolvida a pessoa jurídica, promover-se-á o cancelamento de sua inscrição no registro onde estiver inscrita. V – Salvo disposição em contrária no estatuto, a qualidade de associado é transmitida aos seus herdeiros, no momento da abertura da sucessão. Está correto o que se afirma APENAS em: a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) II e IV. DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL
Compartilhar