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Sistema Financeiro Nacional

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Sistema Financeiro Nacional
Inicialmente pode-se retratar o conceito do Sistema Financeiro Nacional como:
  “é um conjunto de instituições financeiras e instrumentos financeiros que tem como objetivo regulamentar, fiscalizar e executar as operações relacionadas à gestão da moeda e do crédito, e é orientado por três órgãos normativos: Conselho Monetário Nacional, Conselho Nacional de Seguros Privados e Conselho Nacional de Previdência Complementar”.  Trata de sua estrutura e funcionamento.
 
Devem-se ressaltar algumas considerações acerca da matéria positivada na constituição, a qual traz um capítulo especifico sobre sistema financeiro nacional, que trata do direito econômico. É possível verificar dispositivos espalhados pela constituição como Segundo o art. 192 da Constituição Federal:
“O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram”.
No patamar originário pode-se analisar a Lei 4320/64 que rege a destinação e aplicação do dinheiro público por parte dos Poderes constituídos. Essa norma federal estabeleceu normas gerais de direito financeiro para criação e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
Ao analisar esta Lei de Orçamento, os dispositivos cuidam da separação da receita e da despesa, o que proporciona a identificação do desdobramento da classificação de ambas. Possibilitando assim a compreensão dessas duas classificações, que possui como um dos objetivos do governo a receita e despesa por natureza.
É interessante analisar alguns aspectos do contexto históricos que foram marcos para o desenvolvimento e aperfeiçoamento desta norma com em 1920 que foi criada a Inspetoria Geral dos Bancos, que possuía a finalidade de fiscalizar as instituições financeiras, no entanto esse órgão não tinha como responsabilidade a normatização e o controle do mercado financeiro. Esse tal controle passou a ser exercido com a criação da Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), em 1945; Em 1952 era fundado o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, que hoje o atual Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES;
Outro marco importante foi em 1964 quando ocorreu à chamada “Reforma bancária”, com o intuito de diversificar instrumentos e instituições do sistema, dentre outras aspectos. A reforma tratava sobre a Criação do Conselho Monetário Nacional, a alteração da SUMOC para Banco Central da República do Brasil, e a composição original do Sistema Financeiro Nacional, que hoje é o atual Banco Central do Brasil – BACEN;
No ano de 1986 foi quando iniciou o processo de mudança de atribuições do BB ao BACEN, pois foram encerrados os movimentos do Banco do Brasil perante o Banco Central; em 1995 ocorreu a instituição do Programa de Estímulo à Reestruturação do Sistema Financeiro Nacional – PROER; e em 1996 foi elaborado o Comitê de Política Monetária (COPOM), com a finalidade de verificar a situação macroeconômica com em foque nas dividas publicas.
Estrutura do Sistema Financeiro Nacional:
O Sistema Financeiro Nacional é dividido em Subsistema de Supervisão e Subsistema Operativo.
Subsistema de Supervisão
Sistema normativo formado por instituições que determinam as regras e sua aplicação. Tem como função estabelecer os parâmetros para a intermediação financeira e fiscalizar as instituições operativas. Possuem em sua composição as seguintes instituições:
Conselho Monetário Nacional;
Banco Central do Brasil;
Comissão de Valores Imobiliários;
Superintendência de Seguros Privados;
Secretaria de Previdência Complementar;
Instituições Especiais (Banco do Brasil, BNDES e Caixa Econômica Federal).
Subsistema Operativo
Sistema de intermediação, sua função é operacionalizar a transferência de recursos entre os poupadores e os tomadores, a partir dos parâmetros definidos pelo subsistema de supervisão. É composto por:
Instituições Financeiras Bancárias ou Monetárias;
Instituições Financeiras não Bancárias ou não Monetárias;
Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo;
Agentes especiais;
Intermediários Financeiros ou Auxiliares.
Autoridades do Sistema Financeiro Nacional
As autoridades do Sistema Financeiro Nacional podem ser divididas em Autoridades Monetárias e Autoridades de Apoio.
Autoridades Monetárias
As Autoridades Monetárias são entidades responsáveis tanto pela normatização quanto pela execução das operações referentes à emissão de moeda. As principais Autoridades Monetárias no Brasil são:
CMN – Conselho Monetário Nacional: entidade superior do Sistema Financeiro Nacional. Exerce a função de órgão regulador e é responsável pela fixação das diretrizes da política monetária, creditícia e cambial;
BACEN – Banco Central do Brasil: tem a função de cumprir e fazer cumprir as normas que regem o SFN expedidas pelo CMN. Atua como uma espécie de protetor da moeda nacional, para garantir o equilíbrio do mercado financeiro e da economia do país.
Autoridades de Apoio
As Autoridades de Apoio são instituições que podem atuar tanto como instituições financeiras normais, auxiliando na execução da política monetária, como na normatização de um setor específico. As principais Autoridades de apoio no Brasil são:
CVM – Comissão de Valores Mobiliários: vinculada ao governo federal, é um órgão normativo voltado para a fiscalização e desenvolvimento do mercado de valores mobiliários;
BB – Banco do Brasil: embora seja um banco comercial comum, ainda opera como agente financeiro do governo federal, sendo o principal executor dos serviços bancários de interesse do governo;
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social: principal instituição financeira de fomento do Brasil, impulsiona o desenvolvimento econômico, reduz desequilíbrios regionais e é o encarregado de gerir o processo de privatização das empresas estatais;
CEF – Caixa Econômica Federal: é a instituição financeira que funciona como instrumento governamental, pois é caracterizada por operacionalizar as políticas do governo federal para financiamento habitacional e saneamento básico, além de ser banco de apoio ao trabalhador de baixa renda.
Instituições Financeiras
Instituições Financeiras são pessoas jurídicas, públicas ou privadas que exercem a intermediação financeira ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, além de minimizar os riscos, proporcionando segurança e agilidade no julgamento e previsão de melhores retornos. Alguns dos principais tipos de instituições financeiras são:
Bancos Comerciais: intermediários financeiros que transferem recursos dos agentes superavitários para os deficitários, organização esta que gera moeda através do efeito multiplicador.
Bancos de Desenvolvimento: agentes de financiamento do governo federal, apoiando empreendimentos e contribuindo no desenvolvimento do país.
Cooperativas de Crédito: geralmente atuam em setores primários da economia, facilitando a comercialização dos produtos rurais; ou atuam nas empresas oferecendo crédito aos funcionários que contribuem para a manutenção da mesma.
Bancos de Investimentos: atuam na captação de recursos, que são direcionados a empréstimos e financiamentos.
Associações de Poupança e Empréstimo: são sociedades civis em que os associados tem direito à participação nos resultados e tem como principal objetivo o financiamento imobiliário.
Agências de Fomento: atuam na concessão de financiamento de capital fixo e capital de giro.
Bancos Cooperativos: bancos comerciais que surgiram a partir de cooperativas de crédito.
Referências:
https://www.bcb.gov.br/pre/composicao/composicao.asp
Manual de Direito Financeiro e tributário, 14ª edição, JARDIM, Eduardo Marcial ferreira.
Direito Financeiro Esquematizado, 5ª edição, PISCITELLI,Tathiane

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